Prévia do material em texto
See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/330601425 CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO UMA REVISÃO DE LITERATURA Chapter · January 2017 CITATIONS 0 READS 8,339 2 authors, including: Jalsi Tacon Arruda Universidade Evangélica de Goiás 256 PUBLICATIONS 562 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Jalsi Tacon Arruda on 24 January 2019. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/330601425_CANCER_DE_MAMA_PREVENCAO_DIAGNOSTICO_E_TRATAMENTO_UMA_REVISAO_DE_LITERATURA?enrichId=rgreq-8549856dc23bd1ac9413a8931497ee31-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMDYwMTQyNTtBUzo3MTg2ODIxOTE4NTE1MjlAMTU0ODM1ODU5NTcxMQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/330601425_CANCER_DE_MAMA_PREVENCAO_DIAGNOSTICO_E_TRATAMENTO_UMA_REVISAO_DE_LITERATURA?enrichId=rgreq-8549856dc23bd1ac9413a8931497ee31-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMDYwMTQyNTtBUzo3MTg2ODIxOTE4NTE1MjlAMTU0ODM1ODU5NTcxMQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-8549856dc23bd1ac9413a8931497ee31-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMDYwMTQyNTtBUzo3MTg2ODIxOTE4NTE1MjlAMTU0ODM1ODU5NTcxMQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Jalsi-Arruda?enrichId=rgreq-8549856dc23bd1ac9413a8931497ee31-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMDYwMTQyNTtBUzo3MTg2ODIxOTE4NTE1MjlAMTU0ODM1ODU5NTcxMQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Jalsi-Arruda?enrichId=rgreq-8549856dc23bd1ac9413a8931497ee31-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMDYwMTQyNTtBUzo3MTg2ODIxOTE4NTE1MjlAMTU0ODM1ODU5NTcxMQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Jalsi-Arruda?enrichId=rgreq-8549856dc23bd1ac9413a8931497ee31-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMDYwMTQyNTtBUzo3MTg2ODIxOTE4NTE1MjlAMTU0ODM1ODU5NTcxMQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Jalsi-Arruda?enrichId=rgreq-8549856dc23bd1ac9413a8931497ee31-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMDYwMTQyNTtBUzo3MTg2ODIxOTE4NTE1MjlAMTU0ODM1ODU5NTcxMQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf FACULDADE ARAGUAIA CIÊNCIAS BIOLÓGICAS WALERIA DAGUES DE JESUS CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO UMA REVISÃO DE LITERATURA GOIÂNIA-GO 2017 FACULDADE ARAGUAIA CIÊNCIAS BIOLÓGICAS WALERIA DAGUES DE JESUS CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO UMA REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para a obtenção do título de Licenciada em Ciências Biológicas. Orientadora: Prof.ª Dra. Jalsi Tacon Arruda GOIÂNIA-GO 2017 FACULDADE ARAGUAIA CIÊNCIAS BIOLÓGICAS WALERIA DAGUES DE JESUS CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO UMA REVISÃO DE LITERATURA BANCA EXAMINADORA ____________________________ Prof.ª Dra. Jalsi Tacon Arruda Orientadora ____________________________ Prof.ª Dra. Aline Helena da Silva Cruz Professor da Instituição __________________________ Prof.ª Ma. Carolina Rodrigues Mendonça Professora Convidada Dedico esse trabalho a minha querida mãe, Euselena Araujo de Jesus que sempre me incentivou a chegar até aqui, ao longo desses anos esteve sempre acreditando que eu seria capaz, e cuidando carinhosamente da minha filha enquanto eu estava ausente. Dedico ainda ao meu esposo Jesus da silva Faria que compreendeu as minhas noites ausentes e também a minha filha Ana Luisa Dagues que esperou ansiosa o término do curso para que eu possa lhe dar um irmão (ã). AGRADECIMENTO Agradeço, primeiramente a Deus, por conseguir concluir essa graduação, sem minha fé nele sei que não conseguiria vencer todos os obstáculos. Agradeço também ao meu pai, Nivaldo Sebastião de Jesus, que, sempre que precisei estava pronto para me apoiar, indo me buscar tarde da noite no ponto, somente para não me deixar ir sozinha para casa, e que para mim é um exemplo de ser humano, idôneo, honesto, trabalhador, tenho orgulho de ser sua filha. Agradeço imensamente a cada professor que contribuiu ao longo do curso para mediação do meu conhecimento, que sempre com maior atenção e carinho me proporcionou momentos únicos de aprendizagem. Agradeço ainda, a minha querida professora Dra. Jalsi Tacon Arruda, que com carinho aceitou ser minha orientadora e contribui para a elaboração deste trabalho. Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar. Bertrand Russell https://www.pensador.com/autor/bertrand_russell/ RESUMO O Câncer de mama (CA de mama) é caracterizado por alterações que ocorrem na célula mamária, promovendo um crescimento descontrolado dessas células, originando o tumor. É o câncer que tem maior incidência nas mulheres, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. O objetivo desse trabalho é realizar uma revisão da literatura sobre o câncer de mama com esse intuito , foram realizadas buscas nas bases de dados como: SciELO, LILACS e Google Acadêmico e livros didáticos. Foram utilizados os termos: câncer de mama; marcadores genéticos de câncer de mama; diagnóstico de câncer de mama; tratamento de câncer de mama e prevenção de câncer de mama. O material encontrado foi analisado e as publicações que estavam de acordo com o objetivo da presente pesquisa foram selecionadas. O CA de mama é uma enfermidade agressiva. E tem se tornado cada vez mais frequente na população feminina. Existem múltiplas formas de detecção do CA de mama, exames clínicos, mamografia, e marcadores genéticos. Os marcadores tumorais estão diretamente relacionados ao desenvolvimento da doença. Alterações na concentração, estão relacionadas ao crescimento das células neoplásicas, e contribuem de forma significativa na avaliação e prognóstico da enfermidade. A prevenção está relacionada aos fatores genéticos e ambientais. O tipo de tratamento varia de acordo com o caso, devendo levar em consideração o estádio da doença, idade, estado geral de saúde da paciente dentre outros. Cabe ao médico realizar um estudo para escolher o método mais adequado e eficaz. Há ainda, uma falta de informação para a população. Estar atenta e ser capaz de identificar características iniciais o mais precoce possível a doença é fundamental para o melhor prognóstico. A prevenção é a melhor estratégia contra esse tipo de neoplasia. Palavras chave: mulher, neoplasia, prevenção, câncer de mama. SUMÁRIO Página RESUMO....................................................................................................................07 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9 2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 11 2.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................11 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................11 3. METODOLOGIA ....................................................................................................11 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................11 4.1 MARCADORES TUMORAIS ...............................................................................12 4.2 DETECÇÃO ....................................................................................................... 14 4.3 PREVENÇÃO ...................................................................................................... 16 4.4 TRATAMENTO ....................................................................................................17 5. CONCLUSÃO ........................................................................................................19 REFERÊNCIAS .........................................................................................................20 9 1. INTRODUÇÃO O câncer de mama (CA de mama) é caracterizado por algumas alterações genéticas que ocorrem nas células mamárias. Essas células sofrem um aumento descontrolado. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas (INCA, 2017a). “Os dados internacionais indicam que o risco de uma mulher vir a ter câncer de mama durante a vida é de, aproximadamente, 12,5%; ou seja, uma a cada oito mulheres desenvolverão esse tipo de câncer ao longo da vida’’ (STEIN et al., 2009, p. 438). Segundo Gondim (2013), o CA de mama é um caso de saúde pública no Brasil e no mundo, devido à alta incidência, morbidade/mortalidade. As estimativas para ocorrência de novos casos em 2020, são cerca 15 milhões podendo atingir 12 milhões de mortes (GONDIM, 2013). De acordo com THULHER, (2003), o controle da incidência do CA de mama deve dar prioridade a prevenção e a detecção precoce. O foco deve ser em dois contextos: fatores de risco associados ao CA de mama e aos fatores de proteção. Diante de uma doença com tamanha magnitude, se faz necessário todas as formas preditivas relacionadas ao CA de mama. Existem alguns fatores que podem aumentar o risco do desenvolvimento do câncer de mama, como obesidade na pós-menopausa, exposição ao raio-x em altas doses, mutações genéticas genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2 (THULHER, 2003). Estudos apontam que a prevenção e o diagnóstico no início da doença proporcionam as mulheres um maior índice de cura, aumentando a sobrevida, porém as taxas de mortalidade em países em desenvolvimento são elevadas, a suposição é a dificuldade do diagnóstico e tratamento no início da doença. Atualmente a detecção precoce aliada ao tratamento correto é a estratégia mais eficaz para diminuir o número de mortes por câncer de mama (SULEIMAN, 2016). Segundo Barros; Barbosa (2001), nas últimas décadas tem aumentado significativamente, em todo mundo, a incidência do CA de mama, sendo que a mortalidade por essa malignidade acompanha esse aumento. A causa do CA de mama é resultado da influência mútua entre os fatores genéticos e o estilo de vida. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de mortes por essa malignidade em 2012 chegou a 13.591. Em 2013 foram 14.206; em 10 2014 foram 14.216 casos de mortes por câncer de mama em mulheres no Brasil.No Brasil em 2011 foram realizadas 61.786 mamografias de rastreamento sendo que 16,63% tiveram resultados positivos para o CA de mama. Em 2013 foram 13,58% mamografias positivas, de 277.334 casos rastreados 11,29% tiveram resultados positivos. No ano de 2014 foram realizados 27.607 rastreamentos com 15,14% de casos positivos. Em 2015 foram realizados 18.133 rastreamentos e 14,84% desses casos foram positivos. Analisando esses dados pode ser verificado que entre 2011 e 2014 a taxa de resultados positivos só vem aumentando. No ano de 2015 houve uma queda da porcentagem de casos positivos, porém também ocorreu uma queda em relação ao número de mamografias realizadas, comparando os anos anteriores. A estimativa para o ano de 2016 foi 57.960 casos no Brasil. (INCA, 2017b). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), foram estimados 57.960 casos novos anuais de câncer de mama para o biênio 2016/2017. (FERREIRA, 2016, p. 18). Os homens também podem ser acometidos pelo câncer de mama, porém é uma doença incomum, representando apenas 1% de todos os casos de câncer de mama e menos de 1% de todos os tipos câncer que acorrem em homens, e a ocorrência de morte por essa malignidade representa menos de 0,1%. Em 2005 foram estimados 1.690 nos estados sendo 460 fatais. A idade média dos pacientes é de 60 a 70 anos. Estudos realizados nos Estados Unidos apontam que a taxa de ocorrência em homens negros é de 48 a 60% maior do que em homens brancos (NOGUEIRA; MENDONÇA; PASQUALETTE, 2014). 11 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Realizar uma revisão da literatura sobre o câncer de mama. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Descrever o processo de desenvolvimento da doença • Apresentar as formas de diagnóstico e prevenção • Relatar como acontece o tratamento do câncer de mama • Descrever os principais marcadores tumorais do câncer de mama 3. METODOLOGIA Para revisão bibliográfica foram realizadas buscas nas bases de dados como:: SciELO (Scientific Eletronic Library Online), Lilacs e Google Acadêmico e em livros didáticos. As buscas foram realizadas utilizando os seguintes termos: câncer de mama; marcadores genéticos do câncer de mama; diagnóstico do câncer de mama; tratamento do câncer de mama, prevenção do câncer de mama; por publicações em português, sem restrição de ano de publicação. A coleta de dados ocorreu entre os meses de agosto a novembro de 2017. Foram incluídos os seguintes tipos de estudos originais: capítulos de livros, teses e dissertações, disponíveis na íntegra, livros didáticos. O material encontrado foi analisado e as publicações que estavam de acordo com o objetivo da presente pesquisa foram selecionadas. 12 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O câncer se desenvolve a partir do aumento descontrolado das células. Isso ocorre devido uma falha nos mecanismos de segurança do ciclo celular, que garante o controle do crescimento celular, ou seja, garante que as quantidades de células estejam em equilíbrio em relação ao organismo. É compreendido como uma doença genética das células somáticas (GRIFFITHS, 2013). O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas. O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos (INCA, 2017c). O CA de mama está relacionado com fatores genéticos, com o modo de vida e a idade. O diagnóstico precoce aumenta consideravelmente a chance de cura. “[...] há evidências indiretas de que o rastreamento por exame clínico das mamas reduza o número de mortes por este câncer” (THULER, 2003 p. 227). “O simples fato de pertencer ao sexo feminino constitui-se fator de risco mais importante. [...] a doença é pelo menos 100 a 150 vezes mais frequente entre as mulheres” (THULER, 2003, p. 228). 4.1 MARCADORES TUMORAIS Os marcadores tumorais são macromoléculas presentes no tumor, e podem ser identificadas no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e ou alterações em suas concentrações, estão relacionadas com a gênese e o crescimento de células neoplásicas (ALMEIDA, 2007). Os marcadores biológicos estão presentes nas células normais e também nas células tumorais. Sendo que quando presentes nas célulastumorais são definidos como alterações celulares e moleculares associados a transformação de malignidade. Esses marcadores podem auxiliar no diagnóstico, estadiamento, avaliação da 13 resposta terapêutica, detecção de recidivas e ainda na avaliação do prognóstico (GONDIM, 2013). Os marcadores tumorais (ou marcadores biológicos) são substâncias presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, produzidos primariamente por ele ou, secundariamente pelo paciente, em resposta à presença do tumor. É importante que esta substância possa ser utilizada para diferenciar tecidos normais de neoplásicos e que possa ser caracterizada ou quantificada por procedimentos relativamente práticos. (ABREU, KOIFMAN. 2002, p. 116). “A utilização desses marcadores vem contribuindo largamente no diagnóstico preditivo e na avaliação do prognóstico do câncer de mama” (GONDIM, 2013, p.12). Estudos apontam que a avaliação da expressão dos receptores hormonais, tem grande importância para o prognóstico e também para a questão da prevenção. No caso da prevenção, estando presentes esses marcadores, é possível a predição do benefício da terapia hormonal e também incluir o tratamento oral com moduladores de estrogênio. Em relação ao prognóstico, a positividade para receptores hormonais está relacionada a diminuição da mortalidade comparando com mulheres com receptores hormonais negativos (PAULA, 2014). Esses marcadores podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer, auxiliando nos processos de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta terapêutica, detecção de recidivas e prognósticas, além de auxiliar no desenvolvimento de novas modalidades. (ALMEIDA, 2007, p. 306). Segundo a literatura, a utilização dos marcadores tumorais na avaliação da sobrevida e prognóstico do câncer de mama tem aumentado significativamente. Foram observadas uma variedade de proteínas, e algumas delas estão associadas aos oncogenes e mediadores da atividade de proliferação do tumor (DURANT, 2016). Pesquisas recentes apontam que as mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 envolvem a maior síndrome hereditária que implica o desenvolvimento do CA de mama, por esse motivo pacientes e familiares que são portadores desses genes ficam mais preocupados, o que faz os mesmos realizarem aconselhamento genéticos e solicitam testes preditivos (BRCAPRO). Os portadores da mutação do gene BRCA1 possui o risco de 65% de desenvolver o câncer já do caso do BRCA2 o risco é de 45% dos portadores. Alguns pacientes nesse caso optam por realizar a retirada da mama antes de qualquer manifestação da doença, essa pratica ainda é nova, e divide muito a opinião tanto dos médicos como das pacientes (MAIA et al., 2016). 14 Tabela 1. Principais marcadores para o câncer de mama. MARCADORES AUTOR p53 EISEMBERG; KOIFMAN, 2001 Catepsina D EISEMBERG; KOIFMAN, 2001 C-ERBB-2 EISEMBERG; KOIFMAN, 2001 MIB-1 E PCNA EISEMBERG; KOIFMAN, 2001 CA 15.3 ALMEIDA et. Al, 2007 CA 27.29 ALMEIDA et. Al, 2007 4.2 DETECÇÃO Segundo TRUFELLI, et al. (2008), o câncer pode ser detectado pelo auto- exame das mamas, através da mamografia, ultrassonografia e a biópsia de lesão pode confirmar o diagnóstico (Figura 1). [...] A biópsia deve conter todos os elementos necessários para o adequado manejo clínico da paciente sob o ponto de vista prognóstico e terapêutico. Com este objetivo, realiza-se na avaliação imunoistoquímica a pesquisa da presença de receptores hormonais (estrógeno e progesterona) e do marcador c-ver-2. (TRUFELLI, et al. 2008, p. 72). Alguns sintomas são comuns no câncer de mama: [...]aparecimento de nódulo, endurecimento da mama ou debaixo do braço; na axila; mudança do tamanho ou formato; alteração da coloração ou na sensibilidade da pele ou auréola; corrimento pelo mamilo, com ou sem sangue, retração da pele ou do mamilo (PEREIRA, 2010, p. 28). 15 Figura 1. Sinais do câncer de mama. Fonte: FRANCO, 2014. No caso da mamografia, devem ser considerados os fatores de riscos advindos dessa prática. No Brasil, a recomendação é para que mulheres entre 50 e 69 realizem uma mamografia a cada dois anos .De acordo com o INCA, a realização da mamografia implica alguns riscos que devem ser conhecidos, são eles: 1) Resultados incorretos; 2) Sobrediagnóstico e sobretratamento; 3) Exposição aos Raios X (INCA, 2017d). O diagnóstico precoce do câncer de mama influencia diretamente no tratamento e na cura. A mamografia, associada ao exame físico, são responsáveis por mais de 40% da detecção do câncer de mama em estádio inicial. A combinação destes, com biópsia, têm sido a melhor alternativa para diagnóstico e planejamento do tratamento. (GOZZO, 2008, p. 3). Diante no exposto fica claro como é complexa a questão da doença. Até para realizar exames as mulheres estão expostas a fatores que podem ajudar para que a malignidade ocorra. Dessa forma, o médico deve ser criterioso ao escolher os exames 16 a serem realizados de acordo com o histórico da paciente, assim como levar em consideração os fatores que ajudam e atrapalham o diagnóstico e tratamento(MAIA et al., 2016). A detecção do câncer de mama masculino é similar ao das mulheres, incluindo histórico clínico, exames de imagem e estudo anatopatológico. Na grande maioria das vezes é recomendado que massas mamárias acima de 40 anos devem ser invetigadas. A mamografia é indica para homens acima de 50 anos que possuem lesões mamárias tendo uma sensibilidade de 92% e especificidade de 90%. A ultrossonagrafia também pode ser utilizada para ajudar no diagnóstico de forma auxiliar, principalmente para avaliar o comprometimento linfonodal. A biópsia vai auxiliar no diagnóstico da presença ou não da invasão (NOGUEIRA; MENDONÇA; PASQUALETTE, 2014). 4.3 PREVENÇÃO Quanto à questão de prevenção do câncer de mama, segundo Godinho; Koch, (2002), há múltiplos fatores envolvidos. Por esse motivo, as mulheres devem se atentar a todos os sintomas que estão relacionados, tantos aos fatores biológicos quanto aos fatores externos que podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença. Alguns dos fatores relacionados com a menor predisposição do câncer de mama são: menarca após os 14 anos, menopausa antes dos 45 anos, gestação antes dos 30 anos, atividade física regular e hábitos saudáveis. No caso da amamentação está relacionada com a indução do amadurecimento das glândulas mamárias dessa forma torna as células mais estáveis e menos suscetíveis ao desenvolvimento do CA de mama, por isso quanto mais precoce for o aleitamento maior o resultado de proteção (PEREIRA, 2010). História do diagnóstico em família, presença do gene BRCA, hormônios endógenos e exógenos, fatores sócio-demográficos tipo de estilo de vida, todos são co-participantes, porém a capacidade de intervenção nesses fatores é limitada. (GODINHO; KOCH, 2002, p. 139). Na prevenção primária a mulher deve modificar ou excluir fatores de risco para este câncer. A prevenção secundária está relacionada com o diagnóstico e tratamento 17 precoce (GODINHO; KOCH, 2002). De acordo com o INCA, a prevenção deve ser baseada no controle dos fatores de risco e os fatores protetores, especificamente aqueles que são considerados modificáveis. “Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama” (INCA, 2017d). Evitar a obesidade e o consumo de bebidas alcoólicas, e a amamentação é considerada como uma medida protetora. É de fundamental importância, como forma preventiva, o auto-exame. Segundo o INCA, a nova orientação é para que a apalpação seja feita em qualquer época, e que seja da forma que mulher se sinta mais confortável para realizar o exame, sem uma técnica específica, ao tomar banho, ou durante uma troca de roupa. Surgiuessa nova orientação, de acordo com as estatísticas, várias mulheres descobriram o câncer a partir de uma observação casual, e não durante um período do mês específico como foi preconizado durante os anos 80 (INCA, 2017d). 4.4 TRATAMENTO Quanto ao tratamento do câncer de mama, atualmente estão disponíveis os tratamentos locais como a cirurgia e a radioterapia. E tratamentos sistêmicos como a quimioterapia, anticorpos monoclonais e a hormonioterapia. A escolha do tratamento vai depender do estádio em que foi detectada a doença assim como: idade, estado menopausal, estadiamento do tumor, grau histológico, receptores hormonais e também o estado de saúde geral da mulher, pois todos esses fatores interferem no prognóstico (DURANT, 2016). O tratamento tem o como objetivo melhorar a qualidade de vida da mulher, aumentar a sobrevida e, se possível, promover a cura e aumentar o intervalo livre da doença. As cirurgias e a radioterapia realizam o controle em loco, o qual possibilita uma diminuição do risco de a doença reincidir, e para alguns casos existe ainda a possibilidade de prevenir a metástase e reduzir o risco de morte (Gozzo, 2008). A cirurgia de mama é dividida em dois grupos: as chamadas cirurgias radicais e as cirurgias conservadoras. Dentro das cirurgias radicais encontram-se: a mastectomia radical à Haltesd, onde é retirada a glândula mamária, os músculos peitorais e a linfadenectomia axilar completa. Na mastectomia radical, é retirada a glândula mamária e também realiza o esvaziamento axilar completo, porém é preservado um ou os dois músculos peitorais. Na mastectomia radical modificada de 18 Patey, conserva-se o músculo grande peitoral. Na mastectomia radical modificada de Madden, os dois músculos peitorais são preservados. Já no caso da mastectomia simples é retirada a glândula mamária, o complexo areolar e os linfonodos axilares são preservados .Na cirurgia conservadora o tumor primário é removido e retira-se também uma margem de tecido mamário normal em torno da lesão. Logo após a cirurgia uma sessão de radioterapia é realizada, com a intenção de eliminar qualquer resíduo microscópico da doença. A tumorectomia é considerada uma cirurgia conservadora, é retirado o tumor com margens de tecidos adjacentes normal de um centímetro, não retirando músculo peitoral ou pele. No caso da quadrantecmia é realizada a remoção do quadrante da glândula mamária onde se encontra o tumor, sendo as margens de tecido normal de 2 a 2,5 cm (Figura 2). Para as cirurgias conservadoras devem ser realizadas de forma obrigatória a radioterapia, portanto para as mulheres que a radioterapia é contraindicada não pode realizar a cirurgia conservadora (DURANT, 2016). Figura 2. Tipos de Cirurgia para retirada do tumor. Fonte: Curas do Câncer, 2017. 19 A radioterapia consiste na utilização de radiações para destruir um tumor e pode também impedir o aumento de número de células tumorais. Em alguns casos, se utiliza a radioterapia antes das cirurgias com o intuito de reduzir o tamanho do tumor. A indicação é para as mulheres que foram submetidas a mastectomia e que apresentam tumor maior que 5 cm. Em alguns casos, é utilizada a radioterapia associada a quimioterapia (DURANT, 2016). A quimioterapia consiste na utilização de compostos químicos com a intenção de destruir a células cancerígenas, mas os compostos agem também sobre as células normais. O maior dano ocorre sobre as células neoplásicas devido as diferenças quantitativas existentes nos processos metabólicos das duas populações de células (INCA, 2017e). Pode ser utilizada a quimioterapia antes ou após o tratamento cirúrgico. De acordo com esse critério, pode ser denominada como quimioterapia neoadjuvante, realizada antes o procedimento cirúrgico, e quimioterapia adjuvante realizada após a cirurgia (DURANT, 2016). Ainda como tratamento pode ser utilizada a hormonioterapia, que consiste na utilização de substâncias semelhantes ou inibidores de hormônios para tratar as células cancerígenas que são dependentes desses hormônios (DURANT, 2016). “A hormonioterapia medicamentosa faz-se pela supressão ou adição de hormônios circulantes” (INCA, 2017). No caso do câncer de mama é indicado os estrogênios e similares. “O tamoxifeno e o raloxifeno são medicamentos consolidados que podem reduzir o risco de câncer de mama, [...]” (GOMES, ALMEIDA, 2014 p. 9). O tratamento para o câncer de mama masculino é semelhante ao da mulher. Ao longo do século XX, o precedimento recomendado era a cirurgia mastectomia radical, e com o decorrer do tempo começou a realizar procedimentos menos invasivos como a mastectomia radical modificada e mastectomia simples. No caso do tratamento cirúrgico engloba ressecção completa do tecido mamário incluindo o mamilo. O estudo sobre a biópsia tem demonstrado bons resultados no estadiamento do câncer de mama masculino. A radioterapia tem sido também utilizada como tratamento dessa malignidade, é utilizado também o tomoxifeno, assim como a quimioterapia (NOGUEIRA; MENDONÇA; PASQUALETTE, 2014). 20 5. CONCLUSÃO O câncer de mama é uma questão de saúde pública, uma vez que é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil e no mundo. Está associado a um número grande de mortes femininas. Múltiplas são as questões relacionadas a sua causa, desde genéticas até fatores ambientais como o estilo de vida, realização de atividades físicas, uso de álcool e também a alimentação. Por se tratar de uma doença muito agressiva as mulheres temem ser acometidas, e fica evidente a preocupação com a sexualidade, pois trata de uma parte do corpo que está diretamente relacionada a esse fator. A literatura traz relatos das dificuldades que são enfrentadas por essas vítimas em relação ao psicológico, o quanto afeta de forma direta, principalmente mulheres que passaram por mastectomia. Portanto, é de fundamental importância que novas pesquisas sejam realizadas nesse contexto, levando em consideração o fator de estar relacionado diretamente a qualidade de vida, e sobrevida dessas pacientes. Se torna cada vez mais necessário que se torne público e se difunda quais são os fatores que estão relacionados ao câncer de mama e quais são as práticas que podem ser adotadas para que possa prevenir tal malignidade. 21 REFERÊNCIAS ABREU, E.; KOIFMAN, S. Fatores prognósticos no câncer da mama feminina. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 48, n. 1, p. 113-131, 2002. ALMEIDA, J. R. C; et al. Marcadores tumorais: revisão de literatura. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 53, n. 3, p. 305-316, 2007. BARROS, A. C. S. D; BARBOSA, E. M. Diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Projeto Diretrizes. Brasília (DF): Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina; 2001. Disponível em: Acesso em 03 Abr. 2017. Curas do Câncer.com. Site da internet, 2017. Disponível em: http://curasdocancer.com/respostas/cancer-de-mama-operacao-quimioterapia- radioterapia.htm. Acesso em : 05 Dez 2017. DURANT, L. C. Sobrevida de mulheres com câncer de mama atendidas em um serviço de reabilitação. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 2016. Disponível em: Acesso em 18 Nov 2017. EISENBERG, A. L. A.; KOIFMAN, S. Câncer de mama: marcadores tumorais (revisão de literatura). Rev. Bras. Cancerol., v. 47, n. 4, p. 377-88, 2001. Disponível em: Acesso em: 15 Dez 2017. FERREIRA, S. M. D. A. Controle do câncer de mama no município de Ribeirão Preto, SP: panorama das ações na perspectiva das usuárias (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). Disponível em: Acesso em: 10 Nov. 2017. FRANCO, E. Aspectos Gerais e Prevenção. 2014. Disponível em: http://lutacontraocancer-elianefranco.blogspot.com.br/2014/05/aspectos-gerais-fonte- www.html. Acesso em: 05 Dez 2017. GODINHO, E. R.; KOCH, H. A. O perfil da mulher que se submete a mamografia em Goiânia: uma contribuição a bases para um programa de detecção precoce do câncer de mama. Radiologia Brasileira, v. 35, n. 3, p. 139-45, 2002. GOMES, J. R.; ALMEIDA, T. L. Prevenção do câncer de mama. Prevenção do Câncer. São Paulo: Manole, p. 374-389, 2015. Disponível em: http://www.inca.gov.br/rbc/n_47/v04/pdf/artigo1.pdf http://lutacontraocancer-elianefranco.blogspot.com.br/2014/05/aspectos-gerais-fonte-www.html http://lutacontraocancer-elianefranco.blogspot.com.br/2014/05/aspectos-gerais-fonte-www.html 22 Acesso em: 19 Nov. 2017. GRIFFITHS, A. J. F. Introdução a Genética. 10ª. Ed. Rio de Janeiro: Anthares. 2013. INCA, 2017. Instituto Nacional de Câncer. Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama. Disponível em: . Acesso em: 10 Mar 2017. INCA, 2017a. Instituto Nacional de Câncer. O que é Câncer. Disponível em: . Acesso em: 15 Mar 2017. INCA, 2017b . Instituto Nacional de Câncer. Percentual de mamografias diagnósticas positivas, no Brasil / Estado com Bi-Rads 4,5. (2017b). Disponível em: . Acesso em 16 Maio 2017. INCA, 2017c. Instituto Nacional de Câncer. Conceito e Magnitude. Disponível em:. Acesso em 17 Abr. 2017 INCA, 2017d. Instituto Nacional de Câncer. Prevenção. (2017d). Disponível em: . Acesso em 4 Mar 2017. INCA, 2017e. Instituto Nacional de Câncer. Quimioterapia. (2017f). Disponível em: Acesso em: 19 Nov 2017. MAIA, C. S. et al. Câncer de mama: Profilaxia por Mastectomia na presença de alterações dos genes brca1 e brca2. revista saúde & ciência online, v. 5, n. 2, p. 84- 93, 2016. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-07072008-131358/en.php http://www2.inca/ http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322#INCA http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_controle_cancer_mama/indicadores/p6link45 http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_controle_cancer_mama/indicadores/p6link45 23 NOGUEIRA, S. P.; DE MENDONÇA, J. V. ; PASQUALETTE, H. A. P. Câncer de mama em homens. Rev. bras. mastologia, v. 24, n. 4, 2014. Acesso em: 14 Dez 2017. Disponível em: PAULA, G. M. D. O Papel Prognóstico das Células Iniciadoras Tumorais (CIT) no Câncer de Mama. 2014. Disponível em: Acesso em: 03 Dez 2017. PEREIRA, M. D. C. Proposta para detecção precoce do câncer de mama feminino no município de Lamin. 2010. Disponível em: Acesso em: 03 Dez 2017. STEIN, A. T.; et al. Rastreamento do câncer de mama: recomendações baseadas em evidências. Revista da AMRIGS, v. 53, n. 4, p. 438-446, 2009. SULEIMAN, N. N. Panorama assistencial e epidemiológico do câncer de mama em mulheres do norte de Tocantins-Brasil. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde- 08032017-151635/en.php. Acesso em: 05 Dez 2017. THULER, L. C. Considerações sobre a prevenção do câncer de mama feminino. Revista Brasileira Cancerologia, v. 49, n. 4, p. 227-38, 2003. TRUFELLI, D. C.; et al. Análise do atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama em um hospital público. Revista Associação Médica Brasileira. 2008, vol.54, n.1, pp.72-76. View publication stats http://www.rbmastologia.com.br/wp-content/uploads/2015/06/MAS_v24n4_109-114.pdf http://www.rbmastologia.com.br/wp-content/uploads/2015/06/MAS_v24n4_109-114.pdf https://www.researchgate.net/publication/330601425