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Resumo criança

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RESUMO DE CRIANÇA, ADOLESCENTE E CONTEXTO 
 
Vigilância no estado nutricional da criança 
- Está incluída na Atenção Integrada ás Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI). 
- O estado nutricional das crianças indica a qualidade de vida de toda população. 
- Vigilância nutricional ou monitoramento do crescimento tem como objetivo promover e proteger a saúde da criança, compreende: 
* pesagem e medição 
* comparação dessas medidas com um padrão (identificação de problemas de crescimento) 
* adoção de medidas capazes de resolver ou minimizar os problemas 
- Transição nutricional: alterações nos padrões dietéticos e nutricionais da população 
*marasmo: desnutrição por proteínas e calorias (carboidratos), é do tipo seca (paciente magro e desnutrido) 
* kwashirkor: déficit de proteínas, descoloração dos cabelos, tristeza e apatia, abdome distendido (ascite) 
* caquexia: perda de peso, atrofia muscular, fadiga, fraqueza e perda de apetite por alguém quenão está tentando perder peso, ou 
seja, uma desnutrição aguda 
- Índices utilizados para vigilância nutricional: 
* peso/idade: 
-expressa a massa corporal para a idade cronológica 
-incapaz de identificar desnutrição grave (kwashirkor) 
-índice maispreciso para monitorar o cresicmento de menores de um ano 
 
* altura/idade 
> menores de 24 meses é igual ao comprimento (medida longitudinal em decúbito dorsal, da cabeça aos pés com perna reta) 
> altura propriamente dita em maiores de 24 meses é a altura em posição ereta 
- reflete o crescimento linear da criança 
- déficit indica um processo de longa duração relacionado a problemas nutricionais ou de saúde 
- a partir dos 6 meses de idade a altura é considerado um parâmetro melhor que o peso (níveis alcançados não serão perdidos) 
- indicador mais sensível para monitorar a melhora de qualidade de vida da população 
 
* peso/altura 
- relação da massa corporal: harmonia das dimensões corporais da criança 
- déficit associa-se com “fome” ou doença grave 
- retardo no crescimento tem influência sobre o índice 
 
* peso ao nascer 
- indicar de saúde materna e condições do recém-nascido 
- associado a mortalidade infantil, neo e pós-neonatal, e morbidade da criança 
- OMS considera o mais importante determinante isolado das chances de sobrevivência da criança 
- baixo peso ao nascer: menor 2.500kg (avaliado junto com a idade gestacional: pré-termo ou pequena para a idade gestacional 
(PIG),relacionado geralmente com a desnutrição intra-uterina) 
- alto peso ao nascer: maior que 3.500kg (grande peso ao nascer (GIG)) 
 
* perímetro braquial 
-usar apenas em último caso (pouca certeza) 
- avaliar crianças com desnutrição ou obesidades importantes 
-técnica: braço esquerdo (destros) caído, sem esforço, medida do perímetro no ponto médio entre acrômio e olecrano 
- criança nasce com PB em torno de 10cm, no 1º ano de vida aumenta 4ª a6 cm, nos outros cresce de o,5 a 1 cm/ano 
- PB pára de aumentar nos meninos aos 19 a. e meninas 17 a. numa média de 26 e 25 cm 
 
*perímetro cefálico 
- acompanhamento clínico do recém-nascido 
- identificação de doenças como hidrocefalia, microcefalia, craniosinostose 
- medida é feita ao nível das arcadas supra-orbitárias (anterior) e maior proeminência do osso occipital (posterior) 
- valores médios de crescimento : 1º trimestre = 2 cm/mês 
 2º trimestre = 1 cm/mês 
 2º semestre = 0,5 cm/mês 
 
*índice de massa corporal 
- IMC = peso/altura2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ministério da Saúde utiliza os percentis 10 e 90 com limites do canal da saúde 
- crianças no percentil 10 está em risco nutricional (ainda não desnutrida) e no percentil 3 já são consideradas desnutridas 
- curva utilizada é da NCHS (realizadas nos EUA): uma curva para lactentes (0a 23 meses) e outra de crianças de 2 a 18 anos 
 
Recomendação OMS: 
- realização da antropometria mensalmente nos 6 primeiros meses, e a partir da aí de 2 em 2 meses, bimestral no 2º ano de vida e 
semestral a partir do 3º ano 
Medidas: peso, altura, idade 
Índice: combinação demais de uma medida 
(conceito biológico) 
Indicadores: formados a partir dos índices 
(conceito social) 
Percentagem: relação em % dos valores de 
referência 
Percentil: “local” que o valor ocupa em relação 
aos valores de referência 
Desvio-padrão: número de desvios abaixo ou 
acima da mediana da população de referência. 
- curva ascendente paralela as curvas de referência = criança está ganhando peso ou altura de forma adequada (mas pode estar 
abaixo para a sua idade) 
- criança considerada de risco quando não ganhar peso em duas medidas consecutivas, ou curva de crecimento for descendente 
cruzando as linhas de percentis mais de uma vez 
- anemia, parasitoses intestinais e infecções urinárias são fatores associadas ao risco nutricional 
- administrar sulfato ferroso dos 6 aos 24 meses se com aleitamento natural, e dos 4 aos 24 meses se com aleitamento artificial 
 
TABELAS 
 
Posição do 
peso 
Inclinação na curva Condição do 
cresciemento 
Condutas 
≥ percentil 97 Ascendente Risco de obesidade Verificar existência de erros alimentares 
Dietas de restrição calórica apenas em crianças maiores de 4 anos 
e peso/altura maior que percentil 97 
Orientar a mãe sobre vacinação, cuidados gerais, higiene e 
estimulção de acordo com a idade 
Verificar e estimular atividade física 
Retorno para 30 dias 
Horizontal ou 
descendente 
Alerta Investigar as possíveis intercorrências que justifiquem a diminuição 
da velocidade do crescimento 
Entre percentil 
10 e 97 
Ascendente Satisfatório Orientações gerais 
Retorno de acordo com calendário de consultas 
Horizontal Alerta Orientações gerais 
Investigar possíveis intercorrências que justifiquem a redução na 
velocidade do crescimento 
Tratar intercorrências presentes 
Retorno para 30 dias 
Descendentes Insatisfatório 
Entre percentil 3 
e 10 
Ascendente Alerta Orientações gerais 
Tratar intercorrências gerais 
Retorno para 30 dias 
Horizontal ou 
descendente 
Insatisfatório Informar a mãe, investigar possíveis causas, atenção para 
desmame, alimentação, intercorrências infecciosas 
Tratar intercorrências presentes 
Orientações gerais 
Retorno em no máximo 15 dias 
≤ percentil 3 Ascendente Alerta Informar a mãe, investigar possíveis causas, atenção para 
desmame, alimentação, intercorrências infecciosas 
Tratar intercorrências presentes 
Orientações gerais 
Retorno em no máximo 15 dias 
Horizontal ou 
descendente 
Insatisfatório Informar a mãe, investigar possíveis causas, atenção para 
desmame, alimentação, intercorrências infecciosas 
Tratar intercorrências presentes 
Orientações gerais 
Orientar a mãe a preparar e oferecer uma dieta hipercalórica e 
hiperprotéica 
Retorno em no máximo 15 dias 
 
 
Promoção e Proteção do desenvolvimento da criança 
- processo de desenvolvimento humano: interações dos processos biológicos, psicológicos e sociais 
- promoção do desenvolvimento da criança depende de diversos fatores do bem-estar da população (moradia, lazer, educação, 
trabalho, saúde..) 
Definições da OMS 
- deficiência: comprometimento de uma estrutura ou função corporal 
- incapacidades: desvantagens ao progresso individual ou social devido a deficiências, limitações nas atividades e restrições na 
participação 
 
- prevenção de acidentes é fundamental porque é importante causa de morte e deficiências e incapacidades na criança 
- maioria das deficiências é diagnosticada após o ingresso escolar (para melhorar a detecção, todas as crianças devem ser 
acompanhadas periodicamente, e as de alto risco devem receber atenção especial e acompanhamento mais freqüente) 
 
- Perfil de desenvolvimento deve incluir: 
* identificação de fatores de risco para saúde: discriminação social, ambiente físico, condições paternas (baixa escolaridade, uso deálcool ou drogas), antecedentes gestacionais (desnutrição, pré-eclâmpsia, HAS grave, DM), condições perinatais (prematuridade, 
baixo peso ao nascer..), antecedentes mórbidos, antecedentes familiares. 
* identificação de problemas de saúde; 
 * escuta das informações e opiniões dos pais em relação ao desenvolvimento do filho: pedir para comparar o desenvolvimento do 
filho com outras crianças, preocupação quanto ao desenvolvimento, comportamento e aprendizado, mães com baixa escolaridade tem 
dificuldade de identificar deficiências de desenvolvimento do filho,. 
* avaliação do desenvolvimento de comportamentos funcionais adaptativos (marcos no desenvolvimento): devem iniciar nos primeiros 
dias de vida, crianças menores de 2 anos com gestação de menor que 38 semanas leva-se em conta a idade cronológica corrigida 
(subtrai-se da idade real da criança o numero de semanas que faltaram para completar 40 semanas de gestação), primeiro a criança 
firma a cabeça –> sentam -> ficam em pé-> deambulam, utilização do Teste de Desenvolvimento de Denver 
* exame de reflexos primitivos: reflexo do apoio plantar (coloca-se a criança na posição vertical segurando-a pelas axilas e fazendo a 
planta do pé tenha uma pequena pressão sobre o apoio, a criança deverá apresentar endireitamento do corpo, desaparece até o 6º 
mês), sucção reflexa (coloca a mão da criança na própria boca, ela deverá sugar, não deve persistir após o 6º mês), reflexos flexores 
(reflexo de preensão palmar = colocar o dedo na mão da criança, ela deve apertar, desaparece até o 6º mês sendo que a preensão 
voluntária dos dedos inicia aos 4 meses; reflexo de preensão dos artelhos = roça-se a superfície plantar dos artelhos, eles devem se 
fletir, desaparece no 11º mês; reflexo cutâneo-plantar= roçar a porção lateral do pé, desencadeia flexão dorsal do hálux com 
separação ou não dos demãos artelhos, do 13º mês em diante todas devem apresentar flexão plantar do hálux, se não ocorrer é 
considerado patológico – sinal de Babinski), reflexo de Moro (coloca-se a criança em decúbito dorsal com cabeça em linha média, 
segura a criança pelas duas mãos, distende os membros superiores e libera bruscamente, ocorre extensão brusca seguida de flexão 
Tonica e abdução, desaparece até o 6º mês, assimetria pode indicar lesão do plexo braquial), reflexo tônico-cervical (produzir rotação 
da cabeça da criança para um dos lados, produz extensão dos membros superior e inferior do lado virado, e flexão dos membros 
contralaterais, desaparece até o 3º mês). 
* exame do tônus muscular: recém-nascido a termo apresenta hipertonia geral com predomínio da musculatura flexora dos membros 
e adutora das coxas, vista no 2º e 3º mês; hipotonia fisiológica ocorre a partir do 5º ou 6º mês; do 8º mês em diante há diminuição da 
hipotonia fisiológica, mas ainda observada até 10 a 12 meses; a partir de um ano o tônus muscular se assemelha a uma criança 
maior). 
• pesquisa de sinais patológicos especificos: 
- crânio: persistência de cavalgamento após 11º dia; perímetro cefálico muito grande; deformidades; circulação venosa inturgescida; 
assimetria após 3 meses; perímetro cefálico estacionário. 
- linha média do dorso: lipomas, hipertricose, hemangioma capilar (pele e tec. nervoso originam-se do ectoderma) 
- linha média da face (atraso no desenvolvimento): distancia anormal entre os olhos, ponte nasal baixa, fenda palatina 
- exame oftalmológico: alterações no globo ocular, nistagmo, estrabismo intermitente ou persistente após 6 meses 
- exame de audição e linguagem: ausência de resposta ao som. Perda as vocalização após 6-8 meses, poucas palavras aos dois 
anos, fala indistinguível, gagueira e dislalia aos 4 anos 
- comportamentos desviantes: ecolalia, hiperatividade, grande distração ou irritabilidade, isolacionismo, apatia, movimentos ritmos do 
corpo, maneirismos 
- epilepsias 
- exame neurológico: deficiência de atenção, assimetria no tônus, trofismo, hipotonia ou hipertonia grave (polegares oclusos e mãos 
mantidas fechadas após 3 meses. 
 
Promoção da saúde mental na infância 
- gravidez: incentivar a expressão dos sentimentos em relação a nova família (pai-mão-bebê), trabalho psicológico é composto de 3 
etapas – 1ª novidade, 2ª feto possui vida separada, 3ª feto como individuo com características próprias-, sintomas como enjoo matinal, 
sonolência (a partir da 2- 3 semana), formação de placenta no 3º mês, movimentos fetais no 4º mês, posição cefálica no 7º mês 
(seguido de constipação ou diarréia, ganho de peso, crise hipertensiva). No homem ocorre sentimentos de exclusão e distanciamento 
da companheira, pai deve estar no pré-natal para melhor saúde mental do bebe. Bebê ganha capacidades de percepção a partir do 4º 
mês. 
- parto: sensações de medo, morte, castração; interação mãe-bebe desde o primeiro minuto (moduladas pela ocitocina); pai deve ser 
estimulado a estar presente no parto; “preocupação materna primária”= mãe apresenta-se ansiosa em relação ao recém-nascido e 
passa a cuidá-lo. 
- pós-parto imediato: falhas na interação pais-bebê resultam em distúrbios de desenvolvimento; médico deve tornar claro para a mãe 
as capacidades perceptivas e comunicativas do bebê; visão do bebê = em 24h ele é capaz de seguir um rosto humano (melhor a 
distancia de 20 a 35cm). 
- puerpério: biológico = até 6 semanas após os parto, psicológico = mais longo. 
 
 
Aleitamento Materno: 
- categorias de aleitamento pela OMS: 
 • Aleitamento materno exclusivo: criança recebe apenas leite materno, depois de 6 meses é deficiente, deve ser de livre-
demanda e mínimo de 8 vezes ao dia (funciona como anticoncepcional) 
 • aleitamento materno predominante: fonte predominante é o leite materno mas a criança recebe água ou bebidas a base de 
água. 
 • aleitamento materno: criança recebe leito materno 
 • aleitamento materno complementado: criança recebe leite materno e outros alimentos sólidos, semi-sólidos ou líquidos, 
incluindo leite não-humano. 
*full breastfeeding: aleitamento materno exclusivo + aleitamento materno predominante 
*suplemento= substitutos do leite materno (água, chás) 
* complemento = alimentos complementares ao leite ( a partir dos 6 meses) 
- Ministério da Saúde recomenda amamentação exclusiva até os 6 meses de vida, e complementada até 2 anos ou mais. 
- composição do leite materno: 
 • colostro: produzido nos primeiros dias, contém mais proteínas e menos lipídeos que o leite maduro, possui IgA 
(imunoglobulina de defesa de patógenos que colonizam superfícies banhadas por secreções) 
 • leite maduro: secretado após o 10º dia pós-parto, possui mais lipídeos que o colostro; leite anterior na mama é rico em 
proteína, leite posterior é rico em lipídeos. 
*Mães de bebês prematuros possui o leite mais calórico e com mais concentração de lipídeos, proteínas e lactose. 
- vantagens da amamentação: 
 • reduz mortalidade infantil; 
 • reduz a morbidade por diarréia (introdução de suplementos antes dos 6 meses é um risco, reduz volume de leite) 
 • reduz morbidade por infecção respiratória (diminui a proteção) 
 • reduz hospitalizações 
 • reduz alergias (asma, dermatite atópica, sibilos) 
 • melhor nutrição (leite materno possui todos os nutriente essenciais ao filho) 
 • redução na obesidade 
 • melhora no desenvolvimento cognitivo 
 • melhor desenvolvimento motor-oral (exercício de sucção na mama) 
 • proteção contra câncer de mama 
 • efeito anticoncepcional 
 • mais barato que fórmulas e leite não-humano 
 • promove vinculo afetivo entre mãe e filho 
 • melhor qualidade de vida (adoecem menos, necessitam menos internações e medicamentos) 
- aconselhamento em amamentação: 
• pré-natal: conversar a respeito do tempo de amamentação, informar sobre os benefícios, desvantagens do uso de leite não-humano, 
orientar sobre a técnica correta. 
• fase inicial da amamentação: iniciada o mais rápido possível, sucção precoce pode reduzir o risco de hemorragia pós-partopor 
liberar ocitocina, reduz icterícia no bebê por aumentar a motilidade gástrica, aleitamento deve ser por livre demanda (diminui a perda 
de peso inicial, favorece a recuperação mais rápida de peso, promove descida do leite mais rápido, aumenta a duração do aleitamento 
materno); é importante que o bebê esvazie a mama pois o leite posterior possui mais calorias e sacia a criança, uso de chupeta é 
desaconselhável por interferir na amamentação. 
• técnica de amamentação: bebê deve estar voltado para a mãe (barriga com barriga), abocanhar 2cm a mais além do mamilo, lábios 
ficam voltados para fora, queixo encostado na mama da mãe, mão da mãe em forma de C (não em forma de tesoura). 
• alimentação da nutriz: evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (500g semanais); consumir ampla 
variedade de pães, cereais, frutas (ricos em vitamina A), legumes, carnes; consumir 3 a 4 porções de derivados de leite; sede 
totalmente saciada; consumir com moderação produtos cafeínicos. 
• retorno ao trabalho: antes do retorno- praticar aleitamento exclusivo, praticar ordenha de leite 15 dias antes do retorno e estocá-lo; 
após o retorno – amamentar co freqüência enquanto estiver em casa, evitar mamadeiras (copinhos e colher), durante o trabalho 
esvaziar a mama manualmente e guardá-la na geladeira (leite cru dura 24h na geladeira e 15 dias no freezer. 
 
 Alimentação da criança pequena: 
- alimento complementar = qualquer alimento nutritivo, sólido ou líquido oferecidos a criança amamentada 
- alimento de transição = alimentos especialmente preparados par crianças pequenas antes de elas receberem os alimentos na forma 
que são consumidos pela família. 
-introdução de alimentos complementares apenas depois dos 6 meses (antes pode ser prejudicial- aumento da morbimortalidade por 
receber menos leite materno e menos proteção) 
-alimentos alérgenos: leite de vaca = introdução não é recomendada antes dos 9 a 12 meses; evitar ovos, amendoim, nozes, peixes 
no 1º ano de vida 
- alimentação rica em energia, proteínas e micronutrientes (ferro, zinco, cálcio, vitamina A e C, folatos), não muito salgada 
• gordura: 
• proteínas: é adequada quando a dieta possui quantidade calórica correta 
• ferro: antes dos 6 meses o leite materno fornece a quantidade necessária (além das reservas intra-útero), nos prematuros é 
necessário fazer uma suplementação de ferro antes dos 6 meses; ferro de origem animal é melhor absorvido. 
- crianças não amamentada: formulas lácteas são a 1ª opção, depois vem o leite integral em pó ou liquido, pasteurizado, e longa-vida; 
leite artificial deve der diluído na quantidade correta, crianças acima de 4 meses já devem receber alimentação complementar. 
 
 Prevenção dos fatores de risco para doença cardíaca e diabetes na infância: 
-dislipidemia é o fator preditivo mais importante para doença arterial coronariana 
- na faixa pediátrica adota-se uma dieta balanceada, com restrição a ingestão de gorduras saturadas e colesterol 
- aos 2 anos de idade a criança atinge os níveis de colesterol que deverão ser mantidos na 1ª década de vida 
- nível de colesterol aceitável é < 170mg/dL e alto é ≥ 200mg/dL 
- concentrações altas de LDL e VLDL e baixas de HDL (efeito varredura) estão associadas a maior risco de doença aterosclerótica 
- obesidade adquirida na infância tende a persistir na vida adulta 
- obesidade vem acompanhada de HAS, alterações no perfil lipídico e DM 
-fator de risco mais importante para a criança se tornar obesa é a freqüência de obesidade entre os familiares (soma de influencia 
genética e fatores ambientais) 
- aleitamento materno tem efeito protetor para obesidade na infância 
- peso e ganho de peso são principais determinantes para HAS na infância 
- PA seja medida e registrada durante exame pediátrico em crianças a partir dos 3 anos, incentivar dieta saudável (com pouco sal) e 
atividade física como prevenção de HAS 
-liberação de TV, videogame e computador no máximo por 2h diárias 
- incentivar brincadeiras no lazer: atividade aeróbica 3x por semana por 20 min para adolescentes, crianças devem ter atividade física 
por 60 min diariamente 
- desnutrição durante período intra-útero é fator de risco para obesidade (programação intra-uterina) 
- baixo peso ao nascer (<2.500g) é fator de risco para doenças coronarianas, HAS, diabetes tipo 2, hipercolesterolemia e obesidade 
central 
 
 Crescimento, estado nutricional e desenvolvimento: 
-crianças menores que 5 anos a influência dos fatores ambientais é mais importante que os fatores genéticos 
-tempo, atenção e afeto da mãe definem a qualidade do cuidado infantil 
-crescimento é um índice bastante sensível para medidas de saúde tanto a nível individual como populacional 
-evolução do crescimento: 
•peso: 
Recém-nascido= 3.000g (média) - perde 10% do peso 
10 primeiros dias = recupera os 10% do peso 
1º trimestre = ganho de 700g/mês – ganho total = 2100g 
2º trimestre = ganho de 600g/mês – ganho total = 1800g 
3º trimestre = ganho de 500g/mês – ganho total = 1500g 
4º trimestre = ganho de 400g/mês – ganho total = 1200g 
1 a 2 anos de idade = ganho de 150 a 200g/mês 
2 a 3 anos de idade = ganho de 100 a 200g/mês 
≥ 3 anos (até adolescência) = ganho de 2000g/ano 
*peso após os 2 anos = idade x 2 + 9 
 
 • estatura: 
Recém-nascido= 50 cm (média) 
1º trimestre = 8 cm/trimestre 
2º trimestre = 7 cm/trimestre 
3º e 4º trimestre = 5 cm/trimestre 
1 a 2 anos de idade = 10 cm/ano 
2 a 3 anos de idade = 10 cm/ano 
≥ 3 anos (até adolescência) = 6 cm/ano 
*estatura após 3 anos = (idade – 3) x 6 +95 
 • perímetro cefálico: 
Recém-nascido = 35 cm 
1º semetre = 7 cm/semestre 
2º semestre = 3 cm/semestre 
 
- curvas de crescimento são do NCHS: faixa de normalidade está entre percentil 10 e 90 
- estado nutricional: avaliação entre ingestão de alimentos e gasto de energia 
 • critério de Gómez: leva em conta o peso para idade (até 24 meses) 
Classificação: déficit menor de 10% = EUTRÓFICAS 
 déficit de 10 a 25% = desnutrição de 1º grau 
 déficit de 25 a 40% = desnutrição de 2º grau 
 déficit maior que 40% = desnutrição de 3º grau (marasmo, kwashiorkor ou marasmo-kwashiokor) 
 
 • critério de Waterlow: usa peso para idade(P/I), estatura para idade(E/I) e peso para estatura (P/E) 
Classificação: P/E entre 90 a 110% e E/I ≥ 95% = EUTRÓFICAS (P normal e E normal) 
 P/E < 90% e E/I ≥ 95% = DESNUTRIÇÃO AGUDA OU ATUAL (P baixo e E normal) 
 P/E ≥ 90% e E/I < 95% = DESNUTRIÇÃO PREGRESSA (P normal e E baixa) 
 P/E < 90% e E/I < 95% = DESNUTRIÇÃO CRÔNICA (P baixa e E baixa) 
 P/E entre 110 a 120% = SOBREPESO 
 P/E entre 120 a 140% = OBESIDADE 
 P/E ≥ 140% = OBESIDADE MÓRBIDA 
Na curva de peso para altura em pré-escolares e escolares: Sobrepeso = entre os percentis 85 e 95 
 Obesidade = acima do percentil 95 
Na curva de IMC (peso (kg) / altura (m)): sobrepeso = entre os percentis 85 e 95 
 Obesa = percentil maior ou igual a 95 
*peso ideal equivale ao percentil 50 da curva de crescimento 
 
 
 Primeiro ano de vida 
- feto humano só termina seu desenvolvimento bioquímico, neuronal e psíquico após o parto 
- díade mãe-bebê: relação de total dependência pois não existe bebê sozinho 
- Freud nomeou o primeiro ano de vida como “fase oral” 
-ambiente favorável ao desenvolvimento do bebê: compreende uma grande variedade de objetos a explorar, e adultos afetuosos e 
atentos que conversem bastante com a criança e reajam aos sinais que ela manifesta 
- organizadores de Spitz: 
• no 2º mês o bebê passa a responder ao sorriso do cuidador (“sorriso social”), a ausência dessa resposta pode significar alterações 
no desenvolvimento como autismo infantil primário 
• no 8º mês o bebê possui capacidade de discriminar o rosto desconhecido (“reação ao estranho”) 
• no 2º ano de vida a criança inicia a fase do “não” 
-depressão materna ou puerperal: manifesta pelo cansaço, desencanto, sensação deincompetência da mãe para lidar com a 
fragilidade do filho 
 
 O segundo ano de vida 
- criança “rebelde”: intolerância aos limites 
- ainda é bastante ligada aos pais mas não aceita suas imposições (exercício de automonia) 
- “fase do não”: quando é chamada a atenção a criança responde direto com um não, deve ser colocado limites e disciplina mas com 
tranqüilidade e carinho 
- sub-fase da reaproximação: treina o afastamento da mãe mas ainda precisa retornar e depois volte a se afastar, não normais crises 
de choro e fúria quando frustradas 
- uma mãe permissiva desorganiza a criança 
- desenvolve a maior capacidade mental e maior organização da consciência 
-socialização: começo da atividade escolar (deixa de ver só a si mesma e passa a ver o outro), brincam paralelamente com o seu 
brinquedo 
- predomínio da linguagem do modo monólogo coletivo (comunicam-se verbalmente sem se importarem com a resposta), começam a 
usar o “eu” para referir-se a si mesmo 
- “fase anal”: fezes passam a ser utilizadas pela criança como instrumento de controle sobre os pais e de auto satisfação, eliminando-
as ou retendo-as conforme suas necessidades 
- em hospitalizações a equipe deve explicar claramente o que irá acontecer, a criança vê a doença como uma ameaça. 
 
 A criança pré-escolar (dos 3 aos 6 anos) 
-criança já possui certo grau de independência e começa a olhar para fora do núcleo familiar 
- aos 3 anos exprime-se com frases completas, aos 4 faz inúmeras perguntas, aos 5 é capaz de contar historias, aos 6 tem 
preferência pela interação em grupos (preparativo para faze escolar) 
- separação do amor-possessivo com a mãe e aproximação com o pai; matizes de sexualidade feminina e masculina; uso da 
linguagem para expressar sentimentos; luta com os impulsos; mundo da fantasia; brinca com o corpo; imitação dos pais (pais super 
poderosos). 
- não é tão dependente e já adquiriu controle esfincteriano (limite 5 anos) 
-disputa com o genitor do mesmo sexo 
- situação afetiva triangular: complexo de Édipo (representação inconsciente de desejo pelo genitor do sexo oposto e hostilidade com 
o genitor do mesmo sexo) 
- triangulo de rivalidade fraterna: situação que desencadeia sentimentos de rivalidade, ciúme e inveja 
- contos de fadas: reduzem a ansiedade da criança e fazem ver o mundo sob a perspectiva de sempre haver um final feliz 
- brinquedo é visto como o “verdadeiro trabalho” da criança, é critico na infância inicial para o surgimento do pensamento operatório 
concreto 
- fundamental a presença do outro para contar a historia e brincar junto com a criança 
- criança mais imaginativa dificilmente será solitária ou defensiva 
- desenvolvimento da sexualidade: criança passa a explorar o próprio corpo, masturbação – auxilia no processo separação-
individualização 
- culpa: ameaça que aparece entre os conflitos dos desejos da criança e sua consciência, mal-estar gerado pode levar a mobilização 
de defesas para se livrar dela (brabeza, birra) e esse comportamento leva ao castigo que é um alivio para o sentimento de culpa 
- criança já desenvolveu vinculo com o seu médico 
- criança tem como tarefa solidificar a autonomia recém adquirida em relação a mãe ( o que é fisiológico não deve ficar na 
dependência de ninguém) 
- a partir dos 3 anos a criança tem capacidade de se ausentar por algumas horas dos pais 
- oscilam entre a brincadeira conjunta e solitária – transição entre o relacionamento mais exclusivista (mãe) para relacionamento 
triangular mais complexo (lei e socialização) 
- brigas e rivalidades estão dentro do esperado (não sejam a forma predominante de relacionamento) 
- nessa época se estabiliza dentro da criança o certo e errado – melhor forma de transmitir limites é o modelo dado pelos pais 
- cuidado carinhoso é a base para qualquer senso duradouro de disciplina e moralidade 
- em hospitalizações a criança deve ser foco da conversa explicando o que ira acontecer por meio de historinhas, brinquedos – quanto 
mais a criança manipular com a dura realidade que está se impondo a ela, mais condições terá de enfrentá-la 
- aos 6 anos a criança vai entendendo o conceito de morte (não mais como reversibilidade) 
 
 O escolar (dos 6 aos 11 anos) 
- criança recebe instrução sistemática 
- chamada fase de “latência”: retira o foco da sexualidade 
- auto-estima se desenvolve nessa época com experiências de pares e sucesso ou fracasso na aprendizagem escolar 
- quarta idade do homem: principal tarefa desenvolvimental é a competência 
- período marcante no desenvolvimento do ego, self, relações objetais, superego, instancias ideais 
- estruturação das noções de regras, valores sociais, conceitos morais é colocada a prova, contribuindo para formação do caráter 
- traços obsessivos: cuidados, exigências de organização, coleções, rituais repetitivos de higiene, vestuário e alimentação 
- capaz de sublimação dos impulsos 
- “ser pulsional” (instintivo) se torna um “ser social” 
- atividade grupal: aceitação mútua, exercício de cooperação e colaboração 
- separação em grupos sexuais (clube do bolinha e da luluzinha): forma de compartilhar curiosidades entre os iguais e protege dos 
impulsos sexuais 
- o encurtamento da distância entre o latente e o adolescente é a principal cauda de ansiedade 
- pediatra é a figura de mais um adulto confiável 
- equipe deve fornecer informações claras, compreensíveis e verdadeiras, na hospitalização é necessário preservar o funcionamento 
psíquico das crianças (ambiente com seus brinquedos, filmes, livros) 
 
 Adolescência (dos 10 a 20 anos) 
- período inicial: 10-13 anos (processo puberal - 3 a 5 anos na primeira metade da adolescência) 
 adolescência média: 14-16 anos 
 final da adolescência: 16-19 anos 
-juventude: 15 a 24 anos 
- puberdade: inicia nas meninas entre 8-13 anos e nos meninos entre 10-15 anos 
-término do período adolescente: consolidação da identidade, independentização da família, exercício maduro da sexualidade genital 
e afetividade, autodeterminação e responsabilidade 
- processo adolescente pode ser baseado no conto da Bela Adormecida: 
• menarca = sangue da picada 
• sono profundo = jovem se volta para mundo interno devido as novas pulsões e novas posturas exigidas pelo desenvolvimento 
• luta com dragões = luta com barreiras por ele erguidas para “conquistar” sua sexualidade 
- há um narcisismo nos primeiros momentos da adolescência (relacionamento com os objetos do mundo interno) 
- mudança do narcisismo para amor objetal (ver o outro) 
 •masculina: 
- mulheres de modo geral são temidas e evitadas no inicio da adolescência 
- gangue homossexual (provas de potencia e força) torna importante no reforço no narcisismo e consolidação da identidade masculina 
- relações amorosas homossexuais estão sublimadas 
- primeira aproximação das meninas é de modo narcisista de reforço da auto-estima e do sentimento de masculinidade (topo do 
narcisismo) 
- inicio do amor objetal pela mulher (novo sentimento de desejo e ternura): afastamento da gangue homossexual e aproximação do 
heterossexual é um ponto marcante do desenvolvimento 
 • feminina; 
- devido a menarca e sensações pélvicas a menina sente mais necessidade de voltar-se para o seu interior 
- procura diretamente a heterossexualidade e de modo decisivo 
- primeiras relações amorosas tem caráter mais narcisista de afirmação de sua feminilidade 
- oscilam entre a paixão (objeto novo é idealizado) e o luto (objeto é desidealizado) 
 
 Desenvolvimento puberal: (Critérios de Tanner) 
- Feminino: 
• mamas (M): 
M1 : fase pré-adolescência 
 elevação das papilas 
M2: entre 8 e 12 anos 
 telarca (forma broto mamário) – após 2 anos vem a menarca 
 juntamente ocorre o estirão (2 a 3 anos cresce 20 cm no total) 
M3: entre 10 e 14 anos 
 aumento da mama sem separação dos contornos 
M4: entre 11 e 15 anos 
 crescimento das mamas 
 projeção da auréola e das papilasM5: 13 a 18 anos 
 fase adulta com saliência de papilas 
 
 • pêlos pubianos (P) 
P1: fase de pré-adolescência (não há pelugem) 
P2: 9 a 14 anos 
 presença de pêlos longos, macios ao longo dos grandes lábios 
P3: entre 10 e 14 ½ anos 
 pêlos mais escuros e ásperos sobre a sínfise púbica 
P4: entre 11 e 15 anos 
 Pelugem do tipo adulta mais numa área menor que adulta 
P5: entre 12 e 15 anos 
 pelugem tipo adulta cobrindo todo o púbis e a virilha (face interna das coxas) 
 distribuição em forma de triangulo 
 
- Masculino: 
 • genitália (G) 
G1: pré-adolescência 
 testículo menor que 2,5 ml 
G2: entre 9 ½ e 13 ½ anos 
 aumento do escroto e do testículo (pele pregueada) sem aumento do pênis 
 testículo maior que 3 ml 
G3: entre 10 ½ e 15 anos 
 ocorre aumento do pênis, inicialmente em comprimento (não atinge o escroto) 
G4: entre 11 ½ e 16 anos 
 aumento do diâmetro do pênis e glande, atinge o escroto 
G5: entre 12 ½ a 17 anos 
 genitália tipo adulta 
 testículos menores de 12 ml 
 
 • pêlos pubianos: 
P1: fase pré-adolescência (não há pelugem) 
P2: entre 11 e 15 ½ anos 
 presença de pêlos longos, macios na base no pênis 
P3: entre 11 ½ e 16 anos 
 Pêlos escuros e ásperos sobre o púbis 
P4: entre 12 e 16 ½ anos 
 pelugem tipo adulta, mas área coberta menor que no adulto 
P5: entre 13 e 17 anos 
 tipo adulto, indo até a face interna das coxas (forma de losango) 
 estirão do crescimento (13-17 anos) = cresce 25 cm no total 
 presença de barba e mudança na voz: aos 15 anos

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