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Processo Civil CEJ 2

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PROCESSO CIVIL – Celso Belmiro – 2007 – página � PAGE �19�
2ª aula (09/03/2007) 
	Na aula passada falamos: da legitimidade ad causam, de interesse de agir e ficou pendente a possibilidade jurídica do pedido, que é a mais bobinha. 
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - Quando vamos falar da possibilidade jurídica do pedido, temos que traçar um paralelo com uma noção que nós temos, só pra efeito de raciocínio, de atividade pública e atividade privada. O que pode o particular fazer, o que pode o administrador público fazer? O particular pode praticar qualquer ato desde que não seja vedado por lei e o administrador público só pode fazer o que a lei determina. Vamos transportar essa noção que temos para a formulação de um pedido em juízo. 
	Uma pessoa que vai ajuizar a demanda e formular um pedido, ela pode formular qualquer pedido desde que não haja proibição, ou, só pode formular os pedidos para os quais haja previsão legal. Como funciona isso: Traçando um paralelo com a esfera privada, eu posso formular qualquer pedido desde que não haja proibição, ou, associo a administração pública, onde eu posso formular os pedidos para os quais haja previsão legal? Na verdade ao contrário do que muita gente pensa a parte pode ir a juízo formular qualquer pedido, desde que não haja proibição legal. Até porque a vida é uma relação muito mais dinâmica do que a lei. Se eu imaginar que o sujeito só pode ajuizar um pedido em juízo se a lei previr expressamente, se a lei autorizar, um abraço, eu vou engessar o direito de ação. 
	Então, o raciocínio é: eu posso formular qualquer pedido desde que não haja proibição. 
	Isso traz reflexos para essa condição da ação que estamos analisando. Então, na verdade não vai interessar pra gente a possibilidade jurídica do pedido, não vai interessar pra gente o pedido juridicamente possível, até porque essa é a regra. O que vai interessar pra gente? O pedido juridicamente impossível. E o que é o pedido juridicamente impossível? 
	Pedido juridicamente impossível é aquele excluído de plano pelo ordenamento jurídico, não havendo a menor possibilidade de sua obtenção. Exemplos: prisão civil por dívida, salvo os caso que a Constituição autoriza (depositário infiel e devedor inadimplentes); alguns livros citam a cobrança de dívida de jogo, o que, para Celso Belmiro, não está de todo correto, pois sabemos que não é possível cobrar dívida de jogo, mas o problema aqui não está no pedido juridicamente impossível, não(*); divórcio, quando não havia a lei autorizando a dissolução do casamento. 
(*) Cobrança de dívida de jogo 
 	O pedido se divide em pedido mediato e pedido imediato. O pedido imediato é contra quem a ação é proposta, contra o Estado, é o que se pede ao Estado, que é a prestação jurisdicional. E o pedido mediato é em face de quem a ação é proposta, é o que eu estou querendo. Chiovenda usa uma expressão muito feliz para pedido mediato que é “bem da vida”. Pedido mediato é, portanto, aquilo com o que eu quero sair daquele processo.
	 Numa ação de cobrança como outra qualquer, qual é o pedido imediato? A prestação jurisdicional, a condenação. Qual o pedido mediato? O autor em uma ação de cobrança quer o dinheiro. O bem da vida é o dinheiro. 
	Transporta isso para uma cobrança de uma dívida de jogo. Qual é o pedido imediato? A prestação jurisdicional, a condenação. E qual é o pedido mediato? O dinheiro. Então não existe problema nenhum com o pedido na cobrança de dívida de jogo. O pedido é o mesmo de qualquer ação de cobrança de dívida. 
	O problema na cobrança de dívida de jogo não está no pedido, está aonde? Está na causa de pedir. A causa de pedir é que é viciada, é ilícita, e não propriamente o pedido. 
	Então, cobrança de dívida de jogo não é exemplo de pedido juridicamente impossível. 
 OPORTUNIDADE PARA A VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO
	Vamos partir para uma questão que é mais complicadinha. Nós falamos na aula passada que a ausência de qualquer uma dessas condições da ação vai trazer que conseqüência? A extinção do processo sem julgamento do mérito, o que está no artigo 267 do CPC, que é o artigo que cuida das causas de extinção do processo sem julgamento do mérito, mais precisamente no inciso VI. 
	Qual é o momento para se analisar as condições da ação?
Até quando o magistrado pode verificar que está faltando uma condição da ação e por conta disso extinguir o processo sem julgamento do mérito? Há controvérsias em relação a isso, principalmente porque a lei não ajuda muito. 
O artigo 267, parágrafo 3º do CPC tenta resolver esse problema, mas não resolve nada.
“Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.” 
A primeira informação que parágrafo nos traz é que o Juiz poderá de ofício conhecer a falta de condição da ação, não há necessidade que a parte alegue. 
“Em qualquer tempo e grau de jurisdição” significa o quê? A qualquer momento, até que o processo se encerre. Só que logo depois de utilizar a expressão “em qualquer tempo e grau de jurisdição”, o Código diz, “enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e VI”. IV e V são os pressupostos processuais, que nós vamos ver na aula que vem e VI são as condições da ação, que estamos analisando agora. Então o que iremos dizer agora vale não só para as condições da ação, como para os pressupostos processuais. 
Então, o artigo 267 do CPC não resolve nada. Muito pelo contrário, ele traz expressões que são antagônicas: “qualquer tempo e grau de jurisdição” e “enquanto não proferida a sentença de mérito”.
As polêmicas em relação a momento em que devem ser analisadas as condições da ação, até quando o Juiz pode extinguir o processo por falta de condição da ação se resolvem da seguinte maneira:
1ª corrente: enquanto não esgotadas as instâncias ordinárias.
2ª corrente: mesmo nas instâncias extraordinárias.
Para entender tais correntes, primeiro temos que entender o que é instância ordinária e extraordinária. 
Instância ordinária é a que não é extraordinária. O que é instância extraordinária? Instância extraordinária é STJ julgando Recurso especial e STF julgando Recurso Extraordinário. Então, até que momento podemos falar em instâncias ordinárias? Até o acórdão do TJ ou do TRF. A partir daí será instância extraordinária. 
Entre a 1ª corrente e a 2ª corrente não há a menor dúvida que vale a 2ª corrente, ou seja, é possível que nas instâncias extraordinárias possa ser alegada e reconhecida pelo Tribunal a ausência de condição da ação e pressuposto processual. 
No entanto, não acaba por aí, pois para que Recurso Extraordinário, para que Recurso Especial seja conhecido há necessidade do atendimento de um requisito, que é o prequestionamento. Exatamente este recurso vai gerar uma subdivisão. 
Então, é possível a análise da falta de condição da ação na instância extraordinária, adotando-se a segunda corrente. Essa segunda corrente se subdivide em:
1ª corrente: desde que tenha havido o prequestionamento.
2ª corrente: ainda que não tenha havido prequestionamento. 
Para entendermos isso, temos que saber o que é prequestionamento. O que se exige e o que se proíbe através do prequestionamento. 
PREQUESTIONAMENTO – através dele exige-se que a questão federal ou constitucional tenha sido efetivamente decidida pelo Tribunal inferior; proíbe-se a apresentação de matéria inédita, em Recurso Especial ou Extraordinário. 
O que se exige através desse requisito? Para que o STJ julgue o Recurso Especial o Tribunal tem que ter se manifestado sobre a matéria que está sendo alegada agora em sede de recurso, sobre a violação da lei federal. Da mesma forma, paraque o STF julgue um Recurso Extraordinário necessário que o Tribunal tenha se manifestado sobre a violação da Constituição. Em outras palavras, a questão não pode estar sendo trazida pela primeira vez no STJ ou no STF, deve ter sido debatida na instância originária da causa. 
Então, para a 1ª corrente as condições da ação podem ser analisadas no STJ ou no STF desde que o Tribunal da 1ª instância já tenha falado sobre isso. 
Para a 2ª corrente as condições da ação podem ser analisadas mesmo que o Tribunal não tenha falado sobre isso, mesmo tendo chegado lá pela primeira vez. 
A doutrina tende a dizer que isso é matéria de ordem pública e por ser matéria de ordem pública pode ser alegada e reconhecida a qualquer momento. A maioria dos autores.
Porém, a jurisprudência do STJ, em peso, aponta para a 1ª corrente. Ele exige o prequestionamento para analisar as condições da ação e os pressupostos processuais em Recurso Especial. O requisito recursal se sobrepõe à alegação de matéria de ordem pública. 
Então, segundo a jurisprudência do STJ as condições da ação podem ser analisadas até nas instâncias extraordinárias desde que a matéria tenha sido prequestionada. Deve ser observado o requisito recursal do prequestionamento. 
O grande problema do prequestionamento é que as pessoas não fazem o que tem que fazer, que é alegar antes, passam o processo inteiro sem falar nada de questão federal e de questão constitucional. Aí, quando vem o acórdão do TJ, o cara se dá conta que o recurso cabível agora é o Especial e o Extraordinário e quer através dos Embargos de Declaração “parir” violação de lei federal, violação de norma constitucional. Aí não dá. Os Embargos de Declaração devem ser utilizados quando haja omissão no julgamento e para que haja omissão no julgamento é necessário que o sujeito tenha alegado antes, tenha requerido antes que o Tribunal se manifestasse sobre aquela matéria. Só s assim tiver feito é que caberá Embargos de Declaração e prequestioanamento da matéria. 
I.2) CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES E PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES 
	Há quem diga que a ação, levando-se em consideração o conceito de ação como direito público, subjetivo, autônomo e abstrato não tem que ser classificada. A ação não é ordinária, nem sumária. O que é ordinário ou sumário é o procedimento, é o rito. A ação não é de despejo, de cobrança, etc. Despejo e cobrança o que é? O pedido que o sujeito está convolando através daquela ação.
	Mas existe, apesar das discordâncias, classificação das ações em função da tutela da prestação jurisdicional pretendida pelo autor. Em função disso que tipo de ação a gente pode ter? AÇÃO DE CONHECIMENTO, AÇÃO DE EXECUÇÃO e AÇÃO CAUTELAR. 
	Lembrem-se da aula passada, aonde vimos a relação que existe entre ação e processo. Ação é um direito que uma vez exercido faz surgir o processo. Então tudo que nós vamos falar aqui de ação de conhecimento vale para processo de conhecimento; de ação de execução para processo de execução e de ação cautelar para processo cautelar. 
	O que se pretende, o que se busca com uma ação de conhecimento, com um processo de conhecimento? A ação de conhecimento busca a prolação de uma sentença de mérito que, aplicando o direito ao caso concreto, solucione o conflito declarando, entre Autor e Réu, quem tem razão. 
	O núcleo do processo de conhecimento é essa sentença de mérito. Tudo que se busca no processo de conhecimento é essa declaração de que o direito alegado pelo autor existe, ou que ele não existe. Tudo o que o Juiz faz no processo de conhecimento é para atingir essa sentença de mérito. E que tudo é esse que o Juiz faz no processo de conhecimento? Bem, ele ouve as alegações do autor e do réu; ele colhe as provas produzidas; atribui valor a essas provas; forma a sua convicção e com base nessa convicção formada profere a sentença de mérito. Nem sempre temos sentença de mérito, ainda assim será um processo de conhecimento. Se a finalidade é a sentença de mérito, estaremos diante de um processo de conhecimento, ainda que essa finalidade não seja atingida. Quando o processo for extinto sem julgamento do mérito, não tendo a sentença de mérito, ainda assim a atividade ali desenvolvida é uma atividade d conhecimento. 
	Se eu tivesse que simplificar para colocar em um quadrinho: Para que serve a ação de conhecimento? Serve para o reconhecimento de um direito. 
	Na aula passada nós vimos que se eu empresto dinheiro e o outro não me paga, eu não posso enchê-lo de bolacha. Eu tenho que ajuizar uma ação de cobrança. Ajuizada a ação de cobrança e aí sim tendo uma sentença reconhecendo que eu sou credor, uma sentença condenando ele a me pagar. No entanto, mesmo com a sentença ele continua não me pagando. Agora eu posso enchê-lo de bolacha? Continuo não podendo. O que eu tenho que fazer? Eu tenho que partir para a execução. 
	Já adiantando uma questão que nós vamos ver lá na frente. A lei 11.232/06 acabou com a necessidade de um processo de execução, se eu quero obter a satisfação de um direito reconhecido numa sentença judicial até antes da lei 11.232/06, se o cara não cumprisse a sentença, geraria processo de execução. E quando a gente fala em processo, o que fica pressuposto é uma petição inicial, a citação do Réu e uma sentença. 
	Iremos ver isso ainda algumas vezes aqui. O processo se inicia através da demanda, que é a iniciativa do Autor (petição inicial); o processo se estabiliza através da citação do Réu e o processo se extingue através de uma sentença. Tem inicial, tem citação e tem sentença, é processo. 
	Antes da lei 11.232/06 para satisfação do direito da parte só havia a possibilidade do processo de execução. Hoje, depois da lei 11.232/06, essa efetivação passou a ocorrer através do chamado cumprimento de sentença. Então eu tenho: 
EXECUÇÃO LATO SENSU cumprimento de sentença
 para o título judicial
 
 velho processo de execução
 para o título extrajudicial
Numa ação, num processo de execução, eu não vou mais buscar reconhecer o direito da parte, porque esse direito já existe e já está configurado no título executivo, que pode ser a sentença ou pode ser o título executivo extrajudicial (cheque, nota promissória, confissão de dívida,...). No processo de execução não se busca mais reconhecer direito. Qual é a finalidade então do processo de execução? 
O processo de execução busca a prática de atos materiais, expropriatórios do patrimônio do devedor, para efetiva satisfação do direito já reconhecido em um título executivo judicial ou extrajudicial. 
Então, o que se quer no processo de execução não é o reconhecimento de direito, o direito já está reconhecido, o que se quer é que o Estado “meta a mão no bolso” do devedor e tire dinheiro para pagar ao credor, pois este não pode por si só fazer isso. 
Qual é a finalidade do processo de execução? Satisfação de um direito. 
Eu tinha processo de conhecimento que se encerrava com a sentença. A sentença colocava fim ao processo. Depois, caso não houvesse satisfação do direito, instaurava-se novo processo, processo de execução, com inicial, citação do Réu e por aí vai... O que fez a lei 11.232/06? Para simplificar, eliminou essa duplicidade, o processo é um só, que vais desde a inicial até a satisfação. O que se tem agora são fases, etapas. Na primeira etapa, fase de conhecimento, onde se profere a sentença de mérito, sentença condenatória, não cumpriu, de imediato o sujeito é intimado para no prazo de 10 dias para pagar, não pagou, parte direto para a fase de execução, ou fase de cumprimento da sentença. 
Continua existindo processo de execução, como ele sempre foi pra execução contra a fazenda pública, para a execuçãode alimentos, então não se pode dizer que qualquer efetivação que se queira de uma sentença de um processo de conhecimento vai ser necessariamente fase de cumprimento de sentença. A imensa maioria é, mas ainda existe a execução contra a fazenda, a execução de alimentos que permanecem iguais. 
As coisas se encaixam. O legislador precisa sair de uma situação para outra, precisa modificar um monte de artigos, um deles é o artigo 269 do CPC. Por quê? Como era definida a sentença? Ato do Juiz que extingue o processo. Não é só o artigo 269 do CPC não, o artigo 162 do CPC, também, é preciso modificar a definição de sentença. 
Tem que se mexer no artigo 269 do CPC porque lá estava escrito que se extingue o processo com o julgamento do mérito nas hipóteses tais. E na modalidade de cumprimento de sentença, não se tem mais extinção do processo. 
“Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa.
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei nº 11.232, de 2005)”
“Art. 269. Extingue-se o processo com julgamento de mérito:
        I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
        II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido formulado pelo autor;
        lII - quando as partes transigirem;
        IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;
        V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
Art. 269. Extingue-se o processo com julgamento de mérito: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 269. Haverá resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - quando as partes transigirem; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)”
	A alteração dos artigos 162 e e269 do CPC foram para adequar os mesmos a nova realidade. Isso é só o começo, diversos outros artigos tiveram que ser alterados. 
	Prosseguindo na classificação da ação, para que serve a ação ou o processo cautelar? Desde que ocorre a lesão ou a ameaça de lesão ao direito é possível se buscar o judiciário. Até que haja a reparação da lesão através do que os autores chamam de entrega do bem jurídico devido, existe um elemento aí atuando e separando a ocorrência da lesão e a reparação dela que faz com que muitas vezes a reparação não tenha mais como ocorrer. Que elemento é esse? O tempo. Este é implacável. 
	O que ocorre com freqüência é que a demora excessiva do processo pode levar a ineficácia da prestação jurisdicional. A prestação jurisdicional não irá adiantar mais porque a situação fática já se consumou. O tempo atuou, o processo demorou demais, a prestação não veio a tempo e agora já não adianta mais nada. Prestação jurisdicional demorada muitas vezes equivale ao pior, que é a negativa de jurisdição. 
	Exemplos:
 O sujeito é meu devedor e eu ajuízo ação de cobrança, eu não tenho título de crédito, nem título executivo, tenho que ajuizar ação de cobrança. Eu estou vendo que ele está vendendo tudo o que tem, dilapidando todo seu patrimônio. Eu digo, Sr. Juiz eu sou o credor e eu vou ter esse direito reconhecido na sentença, mas o devedor está vendendo tudo o que tem. Se o devedor não tiver mais nada na fase de execução, o que eu irei receber? S essa sentença condenatória demorar demais eu não terei como executar. 
Eu sou proprietário de um bem e quero que a pessoa que está com ele me entregue. Ajuízo uma ação reivindicatória. Só que eu estou vendo que o sujeito que está com o meu bem não está nem aí, deixa o bem na chuva, deixa o cachorro fazer xixi em cima. O bem está se deteriorando, se a sentença reconhecendo que eu sou proprietário e condenando a entrega do bem demorar demais eu já não terei mais nada a receber. 
Eu quero ouvir uma testemunha que par mim é fundamental, esta testemunha está definhando, se eu for esperar a oitiva da testemunha ela já morreu. 
	Então existem diversas situações prática, fáticas, que existem uma terceira modalidade de prestação jurisdicional. Essa terceira modalidade é o processo cautelar. Qual é a finalidade da ação cautelar? A ação cautelar busca a tomada de medidas urgentes e provisórias para garantir a eficácia da decisão a ser proferida em um processo de conhecimento ou de execução. 
	O que eu faço na ação cautelar? Eu mantenho a coisa como ela é no presente, resguardo uma determinada situação para que a futura decisão tenha como produzir efeitos. 
	N exemplo citado onde o sujeito é credor e está vendo o devedor dilapidar todo seu patrimônio o que ele pode fazer? Conta a história para o Juiz e pede para este separar uns bens do devedor. Essa medida se chama ARRESTO, arresto cautelar. 
	No outro exemplo onde o bem está em posse de outrem e este deixando a coisa se deteriorar, o autor poderá requerer a BUSCA E APREENSÃOD O BEM. 
	No caso da testemunha que está quase morrendo, o que se pode fazer? Requerer a PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA. 
	Todas são modalidades de ação cautelar. Ação cautelar para quê? Visando a preservar o direito da parte. 
	Qual a finalidade da ação cautelar? Preservação de um direito.
	Ação de conhecimento
	Ação de execução
	Ação cautelar
	Reconhecer direito
	Satisfazer direito
	Preservar direito
	A ação de conhecimento vai admitir uma subdivisão, chamada de classificação das tutelas cognitivas. Há quem cuide dessa matéria dentro de classificação das ações e há quem cuide dessa matéria dentro de classificação das sentenças. Tanto faz. 
	Vimos que a ação de conhecimento busca o reconhecimento de um direito. Que tipos de ação, que tipos de sentença de conhecimento nós temos? AÇÃO CONDENATÓRIA; AÇÃO CONSTITUTIVA e AÇÃO DECLARATÓRIA. Essa é a classificação tripla ou tripartite das ações e das sentenças de conhecimento. 
Para que serve uma ação condenatória? A ação condenatória busca um comando que imponha ao Réu uma prestação. A grande maioria das ações são condenatórias (ação de cobrança, ação de indenização, aço de cumprimento de obrigação de fazer, ...). São ações que eu quero que o Juiz emita um comando impondo que o Réu observe uma determinada prestação. 
Para que serve uma ação constitutiva? Busca a constituição ou a desconstituição ..................................
	Quando busca a desconstituição, a ação é desconstitutiva ou constitutiva negativa. 
	Exemplos: divórcio, visa a desconstituir a sociedade conjugal, ou ao estado de casado; rescisão contratual, busca por fim a relação jurídica; sentença de falência, par ao professor ela não é declaratória e sim constitutiva, pois cria o status para o falido. 
	Pergunta do aluno: ação de declaração de inexistência de dívida no Juizado Especial, quando você pede a declaração de inexistência de uma dívida, por exemplo, contra cartão de crédito, ela é uma ação declaratória ou constitutiva negativa? 
	Para o professor essa ação é declaratória, pois quando eu peço a rescisão contratual o autor alega que existia o contrato e que eu não quero mais ele, ou que houve uma infração qualquer e ele precisa ser rescindido. Se eu não reconheço essa dívida, eu não posso pedir a desconstituição dela. Por quê? Porque eu estou pressupondo que ela existiu e quero que ela seja desfeita. Não, desde o princípio eu estou dizendo que ela não existiu, logo a ação é declaratória. 
E a ação declaratória para que serve? É a única que tem previsão expressa na lei. Está no artigo 4º, inciso I do CPC. 
“Art. 4o O interesse do autor pode limitar-seà declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.”
	A ação declaratória visa a exatamente isso, declarar a inexistência ou existência de uma relação jurídica. A pergunta do aluno acima acabou de citar um exemplo, declaração de inexistência de dívida. 
	É típico nas ações tributárias, onde o sujeito não quer pagar determinado imposto porque está alegando que é inconstitucional. Que nome essa ação teria? Ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária. 
	A ADIn é uma ação declaratória? Existe controvérsia em relação a isso. Mas tem prevalecido o entendimento de que ela é uma ação desconstitutiva, apesar do nome. 
	Em relação à constitutiva e a declaratória iremos perceber que existem alguns problemas, por exemplo, duas ações que são mais polêmicas: investigação de paternidade e usucapião. São declaratórias ou constitutivas? Isso passa pelos efeitos da decisão. Os efeitos podem ser ex tunc (retroage) e ex nunc (em regra, não retroage). Jogando isso para as ações constitutivas e as ações declaratórias nós temos: quando eu constituo ou desconstituo alguma coisa os efeitos, em regra, não retroage. Quando eu declaro alguma coisa, os efeitos, via de regra, têm efeito retroativo. 
	Com base nisso, vamos analisar a investigação de paternidade. E claro que quando vamos classificar essas ações levamos em conta sempre a sentença de procedência, pois a sentença de improcedência, seja qual for a ação, é de que tipo? Sempre declaratória. A sentença de improcedência, seja qual for a ação, será sempre declaratória. Declara o quê? Que o direito da parte não existe. O que faz sentido a gente buscar classificar é a sentença de procedência, naturalmente. 
	Bem, na ação de investigação de paternidade a sentença reconheceu que o sujeito é pai, e aí, trata-se de sentença declaratória ou sentença constitutiva? Reconhece que ele é pai da sentença pra frente ou que ele é pai desde que a criança nasceu? Desde que nasceu, naturalmente. Claro que efeitos outros dessa sentença estarão presentes dali pra frente, por exemplo, pátrio poder, direito a alimentos,... Mas a predominância é dessa declaração de que o sujeito é pai. A ação de investigação de paternidade é uma ação declaratória. 
E a ação de usucapião, é uma ação o que? O sujeito é proprietário a partir da sentença ou desde que atendeu os requisitos legai para a aquisição da propriedade pela usucapião? Qual é a forma de aquisição da propriedade, é a usucapião ou a sentença da usucapião? É a usucapião. Então o que acontece é que quando o sujeito atende aos requisitos da Constituição ou do Código Civil para adquirir a propriedade pela usucapião, a partir dali ele é proprietário. 
A pergunta que surge é: Mas se ele é proprietário para que ele ajuíza uma ação? Porque apesar dele ser proprietário está faltando a ele um dos poderes inerentes a propriedade (uso, gozo ou fruição e disposição), que é o poder de disposição. Ele não possui o poder de disposição pelo princípio da continuidade registral. Lá no Registro de Imóveis o imóvel ainda é de propriedade de outra pessoa. Por isso o sujeito tem que ajuizar a ação de usucapião para ter o título para celebrar o registro. 
A sentença de usucapião torna o sujeito proprietário? Não. A sentença de usucapião reconhece que o sujeito é proprietário desde que atendeu os requisitos. Portanto, a ação de usucapião também é uma ação declaratória. 
Mais uma observação sobre essa declaração: Estamos levando em conta aqui, predominância. A ação condenatória é predominantemente condenatória, a ação constitutiva é predominantemente constitutiva. Por quê? Porque antes do Juiz condenar, o que ele tem que fazer? Declarar. Declarar que a lide existe e condena o Réu a pagar. Para o Juiz constituir ou desconstituir o que ele tem que fazer? Declarar. Então, a declaração está presente em qualquer dessas ações. Tanto que quando definimos a ação de conhecimento, dissemos “declarando entre autor e réu quem tem razão”. Declaratória todas elas são. Se todas elas são por que só a última tem nome de declaratória? Quando usamos essa classificação estamos prestando atenção no que é predominante na ação. 
Falamos que são todas declaratórias, e por outro lado, por um item específico, todas são também condenatórias. Condenatórias em quê? Condenatórias nos encargos sucumbenciais. Tem que pagar as custas do processo se ainda não pagou, tem que pagar os honorários de sucumbência do advogado da parte contrária. Então, em relação a esse item específico todas as ações condenatórias. 
Essa classificação é a classificação mais tradicional, de Chiovenda. Só que Pontes de Miranda adiciona mais duas modalidade de ação ainda de conhecimento: AÇÃO MANDAMENTAL e AÇÃO EXECUTIVA LATO SENSU . 
O que é uma ação mandamental? Na ação mandamental o Juiz impõe uma ordem a ser cumprida pelo Réu. 
Exemplos de ação mandamental: Mandado de Segurança. No Mandado de Segurança o Juiz impõe uma ordem par que a autoridade coatora deixe de praticar aquele ato, se for um mandado de segurança preventivo, ou desfaça o ato praticado, se for um mandado de segurança repressivo. 
Outro exemplo é o Habeas Corpus. 
Ainda dentro do Processo Civil, o Interdito Proibitório. No interdito proibitório o que o Autor busca e o que o Juiz faz? O Juiz dá uma ordem ao Réu para não consumar o esbulho, não invadir. 
E a ação executiva lato sensu é o que? A ação executiva lato sensu é aquela cuja sentença é dotada de uma eficácia tão grande que sua efetivação independe da instauração de um processo de execução. 
Exemplo clássico de ação executiva lato sensu: Ação de despejo, pois intentada a ação de despejo se o Réu não sair, será desnecessário um processo de execução para efetivar o despejo, se for necessário usa-se força policial para efetivar a ação de despejo. 
O que entraria também como exemplo de executiva lato sensu? Atualizando, temos, sentenças condenatórias ao pagamento de dinheiro, entrega de coisa e obrigação de fazer, como elas são classificadas hoje em dia? Só como condenatórias? Não. São executivas lato sensu. Por que essa necessidade de atualização? Porque essas sentenças: obrigação pecuniária, entrega de coisa e obrigação de fazer também hoje em dia dispensam processo de execução. Entrega de coisa e Obrigação de fazer, por força da lei 10.444/ 02 e a obrigação pecuniária por força da lei 11.232/06. Todas essas sentenças geram agora a fase de cumprimento da sentença, não tem mais processo de execução. 
A coisa começou com a lei 10.444/02, que eliminou o processo de execução para entrega de coisa e para a obrigação de fazer, decorrentes de sentença. Entre a li 10.444/02 e a lei 11.232/06 só tínhamos processo de execução de sentença de dinheiro. A lei 11.232/06 eliminou o processo de execução para execução de sentença de dinheiro. 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
	Todo ramo da ciência jurídica é informado por princípios. Não ia ser diferente com o direito processual. Esses princípios são fundamentais pra orientar o intérprete quando há situações novas. Quando há disposições novas de lei e não há manifestação seja do tribunal, seja de autores, seja de doutrina, sobre aquela determinada matéria. 
	Os princípios processuais são fundamentais para entendermos como as coisas funcionam dentro do processo. 
	Vamos analisar os princípios principais, pois se fossemos falar de todos os princípios que os autores citam levaríamos mais de uma aula só falando de princípios. Então, analisaremos os principais e outros analisaremos dentro de matérias específicas que falaremos mais a frente, por exemplo, princípios ligados à contestação iremos analisar quando tratarmos de contestação; princípios recursais iremos falar deles quando formos tratar de recursos. Agora pinçarmos os mais interessantes.
Princípio da Igualdade ou Isonomia ProcessualOnde está o princípio da Igualdade ou Isonomia Processual? A origem é constitucional. A origem é a igualdade lá na Constituição. Pela Constituição, todos são iguais perante a lei. 
	Trazendo essa igualdade para dentro do processo, todos iguais perante Juiz. 
	Na Constituição está no artigo 5º e dentro do CPC está no artigo 125. 
	O artigo 125 do CP diz assim: 
 “O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;”
	Do direito constitucional pegamos emprestada uma polêmica: igualdade material X igualdade material/substancial. 
	O que é igualdade formal e o que é igualdade material/substancial? Igualdade formal significa que todos devem ter o mesmo tratamento. Deve-se assegurar a todos tratamento igualitário. Parece justo. 
	O problema ocorre diante da seguinte situação, as pessoas são naturalmente diferentes, os indivíduos se encontram naturalmente em situações e posições diferentes. Se eu dou o mesmo tratamento pra todo mundo ou eu estou mantendo as desigualdades ou, eventualmente, até aumentando as desigualdades. E aí a coisa não fica mais tão justa assim. Entra em cena, então, a igualdade material/substancial.
	O que significa igualdade material/substancial? A lei deve assegurar tratamento diferenciado para aqueles que se situam em posições diferentes, de modo a reduzir as desigualdades naturais. 
	Como Rui Barbosa definiu igualdade? Igualdade é tratar desigualmente os desiguais na medida em que se desigualam. Que igualdade ele define? 
	Exemplo simples que sempre se cita pra quem tem dificuldade de enxergar a diferença entre igualdade formal e igualdade material/substancial: uma cidade tem mil habitantes e sofre uma inundação. 500 habitantes ficam desabrigados, ficam em galpão, passando frio e fome. Os outros 500 tem que jogar uma roupa fora, sofrem alguns prejuízos, mas casa fica intacta. O prefeito recebe mil cobertores para distribuir para a população. Se ele for aplicar a igualdade formal, como será feita a distribuição? Mil cobertores, mil habitantes, então um cobertor para cada habitante. Se o mesmo prefeito aplicar a igualdade material/substancial, como será feita a distribuição? Quem está passando frio e fome em galpões receberá dois cobertores. Quem está em casa não receberá cobertores. 
	A igualdade buscada pela Constituição como princípio é igualdade formal ou igualdade material/substancial? A igualdade como princípio da Constituição é a igualdade material/substancial (tratar desigualmente os desiguais). Não é a toa que encontramos na Constituição dispositivos protetivos de criança, idoso, índio, entre outros. 
	E a igualdade no processo? É a igualdade formal ou a igualdade material? No processo também a igualdade é material. Quem está em situação diferente tem que receber tratamento diferenciado. E não é por outro motivo que encontramos tratamento diferenciado para quem é hipossuficiente. O que o hipossuficiente tem que os outros não têm? Isenção das custas processuais, Assistência judiciária gratuita. Quando a gente pensa no pobre a gente não fica chocado ou discutindo se isso viola a igualdade ou não. A outra parte tem que pagar as custas, a outra parte tem que pagar advogado, o pobre não tem. 
	O problema não reside nesse tratamento diferenciado que é dado ao pobre. O problema está quando o tratamento diferenciado é dado ao Estado, a Fazenda Pública. 
	Vamos ver agora o elenco do tratamento diferenciado que tem a Fazenda Pública no processo. Mas antes de passar a eles, isto é constitucional ou inconstitucional? Por exemplo, o prazo em dobro. Isso viola a igualdade ou não. Os autores em peso dizem que isso é inconstitucional. Mas o STF entende que não é não. Por quê? Se fossemos trabalhar com a igualdade formal, realmente seria inconstitucional, pois violaria a igualdade. Mas acabamos de falar que a igualdade com a qual iremos trabalhar também no processo é a igualdade material/substancial. Situações diferentes, tratamento diferenciado. Pois, é. A Fazendo Pública em juízo está defendendo que tipo de interesse? Interesse Público. E o particular? Interesse privado, particular. Então o que deve prevalecer? O interesse Público. Essa é a posição do STF em diversas manifestações sobre essas prerrogativas da Fazenda Pública em juízo. Prerrogativa que a grande maioria dos autores chama de privilégios, e privilégios que devem ser combatidos. 
	Que privilégios, ou prerrogativas que têm a Fazenda Pública em juízo? 
	Antes de mais nada, o que é Fazenda Pública? É um sítio grande onde todos têm acesso? Rsrsrs 
	Quem está dentro do conceito de Fazenda Pública? União, Estado, Municípios, Distrito Federal, Autarquias, Fundações de direito público. 
	Atenção!!! Evite a denominação fundação pública porque há uma divergência em relação a isso. Utilize o termo fundações de direito público. 
	Posso dizer que Fazendo Pública corresponde à Administração Direta? Não, porque Autarquia e Fundação não são Administração Direta. O que há de comum entre os entes integrantes da Fazenda Pública? 
	Conceito de Fazenda Pública – São pessoas jurídicas de direito público. Portanto, ficam fora da Fazenda Pública Empresa pública, Sociedade de Economia Mista. 
Quais são então as prerrogativas da Fazenda Pública?
	A Fazenda vai ajuizar uma ação, a Fazenda é autora da ação, o que seria exigido de qualquer mortal para ajuizar a ação que não se exigirá da Fazenda Pública? Imagine uma petição inicial e tudo que acompanha a mesma. O que vem atrás da petição inicial? Procuração. A Fazenda pública tem que apresentar procuração? Não. 
	Depois da procuração que no caso da Fazenda Pública não é exigido, vêm os documentos. Quais os documentos devem estar no processo? Autenticados? Há quem defenda que os documentos não precisam estar autenticados. Mas essa idéia é uma idéia nova ainda. Partindo do princípio que é necessária a autenticação para a Fazenda essa exigência e dispensada. 
	O que mais? E o dinheiro? Qualquer mortal tem que efetuar o pagamento das custas. E a Fazenda? Não. A Fazenda é isenta do adiantamento de custas. 
	
	Sendo a Fazenda Ré, o que há de diferente? Bem, no Rito ordinário onde o Réu é citado para efetuar a resposta, o prazo para a contestação da Fazenda é diferenciado, é prazo quádruplo (artigo 188 do CPC). Mas e no Rito sumário onde o Réu não é citado para apresentar resposta, mas sim para comparecer a audiência, tem alguma prerrogativa para a Fazenda? Artigo 277 do CPC. 
“Art. 277. O juiz designará a audiência de instrução e julgamento, deferindo as provas que nela houverem de produzir-se.
Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste artigo, determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995”) “ 
	Então, de acordo com o artigo 277 do CPC, se a audiência for designada para o dia 30/04, o Réu tem que ser citado impreterivelmente até 20/04. Dez dias no mínimo de antecedência. Qualquer Réu. A segunda parte do artigo, no entanto, diz que sendo Ré a Fazenda Pública os prazos serão contados em dobro. Que prazos são esses? É o prazo para que a audiência seja designada? Não. É o prazo de antecedência mínima pra a Fazenda ser citada para a audiência. Então, nesse caso, se a audiência é designada pra 30/04 a Fazenda tem que ser citada até 10/04. Prazo de no mínimo 20 dias entre a citação e a audiência. 
	Num processo normal, para um Réu normal, se este não contesta no prazo de 15 dias, se torna revel. Ou se no sumário o Réu não comparece a audiência, revel. 
	Onde estão os efeitos da revelia, ou pelo menos o principal deles? O principal dos efeitos da revelia está no artigo 319 do CPC. Se o Réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. É a presunção deveracidade dos fatos alegados pelo autor. Este é o principal efeito da revelia. O artigo 319 do CPC fixa esse efeito e o artigo 320 do CPC excepciona, quando apesar de não contestar o Réu não será considerado revel.
 “Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:
I - ...
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - ...” 
	Que tipo de interesse a Fazenda Pública está defendendo em juízo? Interesse Público. O interesse público é disponível? Não. Logo, se a Fazenda não contestar, e ela tem prazo em quádruplo para isso, não há a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, consoante o artigo 320, inciso II do CPC. 
	Pergunta: A Fazenda Pública pode ser revel? Pode. Até porque, revelia é ausência de contestação. Se a Fazenda não contestar ela é revel. O que não irá haver é a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, ainda que a Fazenda seja revel. 
	A prerrogativa da Fazenda Pública não é não poder ser revel, ela pode ser revel. A prerrogativa é que sendo a Fazenda Revel, a revelia não produzirá para ela a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor. 
	
	Seja Autora ou Ré, qual é o prazo para interpor recurso? Prazo em dobro. Também está no artigo 188 do CPC. 
	Execução contra a Fazenda Pública, Qualquer mortal é condenado e se não paga, o que acontece? Irá pra fase de cumprimento da sentença, com penhora de bens e vamos em frente.
	Se a Fazenda é Ré no processo, foi condenada e não paga. Processo de Execução. No processo de execução normal o réu é citado para pagar ou nomear bens a penhora. E no processo de execução contra a Fazenda? Ela será ré de um processo de execução onde será citada para apresentar Embargos e não para em 24 horas pagar ou nomear bens à penhora. 
	A Execução contra a Fazenda pública ficou incólume às modificações pelas quais passou o CPC. Continua como sempre foi. 
	
“Art. 730. Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras: (Vide Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
I - o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente;
II - far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.”
	Atenção!!!! O prazo de 10 dias para a Fazenda Pública oferecer Embargos não foi alterado no CPC. A lei 9494/97 alterou esse prazo, sem mexer na redação do CPC, pra 30 dias. Celso Belmiro sugeriu que se riscasse “10(dez) dias” e fizesse uma seta para a lei 9494/97. O prazo da Fazenda é de 30 (trinta) dias para oferecer Embargos. 
	E na execução de obrigação de fazer contra a Fazenda Pública? A mesma coisa. Processo de execução. A lei 11.232/06 não mexeu na execução contra Fazenda, não mexeu na execução de alimentos. Logo, por não ter mexido, e há controvérsias sobre isso, mantém-se a situação anterior, principalmente em relação execução de alimentos. 
	Leitura feita pro aluno: O STF declarou incidentemente a constitucionalidade da Medida Provisória 2180/01, com interpretação conforme de modo a reduzir-lhe a aplicação a hipótese de execução por quantia certa contra a Fazenda Pública (artigo 730 do CPC), excluídos os casos de pagamento de obrigações definidas de pequeno valor objeto do parágrafo 3º do artigo 100 da CF. STF, Pleno, 2004. 
		Leitura feita por uma aluna: O artigo 1º da lei 9494/97 acrescentado pela MP 2180/01 aumentou o prazo para a Fazenda oferecer Embargos. A referida medida 2180/01 que dia respeito a alteração deste artigo foi julgada incidentalmente inconstitucional pelo TST. 
		Celso Belmiro diz para riscar essa última remissão, que é a leitura da aluna. Essa decisão é apenas do TST e incidentalmente. 
		Celso Belmiro diz ainda que a Fazenda Pública não está obrigada ao Cumprimento de sentença. 
		Se a Fazenda pública for autora de uma execução, estamos diante de execução fiscal. A Execução Fiscal também possui regras próprias para a Fazenda Pública (lei 6830/80). A Execução Fiscal segue procedimento próprio regulado em lei específica, não segue o CPC. 
		Uma prerrogativa que talvez seja a mais importante, duplo grau obrigatório de jurisdição. Que história é essa? Determinadas sentenças, sentenças contra a Fazenda Pública, só produzirão efeitos depois de confirmadas pelo Tribunal. Onde está isso? Artigo 475 do CPC. Prestem atenção neste artigo: 
“Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)” . 
	O que está no artigo 475 do CPC é o duplo grau obrigatório de jurisdição. Não se pode esquecer da expressão “obrigatório”, pois se falarmos somente duplo grau de jurisdição estamos falando de coisa completamente distinta. Duplo grau de jurisdição é um princípio recursal. O que estamos falando no artigo 475 do CPC é de duplo grau obrigatório de jurisdição, que possui vários outros nomes: remessa necessária; reexame obrigatório; reexame necessário, remessa ex officio. Só não pode chamar de recurso de ofício ou de recurso ex officio. Por que não se pode chamar destes últimos? Porque recurso é um ato voluntário, um ato que as partes irão praticar. Nessas sentenças quem manda a sentença para o Tribunal confirmar ou não é o próprio Juiz. Então ao se chamar de recurso, compactua-se com a idéia de que o Juiz está recorrendo de uma decisão que ele mesmo proferiu. 
	O artigo 475 do CPC foi alterado em 2001 pela lei 10.352. Ele tinha apenas três incisos. O inciso I falava da sentença que anulava casamento. Isso desapareceu do Código. O que era inciso II passou então a ser inciso I, com a redação modificada e o que era inciso III passou a ser inciso II, também com a redação modificada. 
O inciso II que falava em sentença proferida contra União, Estados e Municípios, passou para o inciso I, com a redação mais completa. O Distrito Federal estava onde estavam os outros entes integrantes da Fazenda Pública, não estava no inciso II, agora está no inciso I. 
Sentença proferida contra a Fazenda Pública tem que ser confirmada pelo Tribunal. 
O inciso III antigo passou a ser o II de hoje. O inciso III anterior falava que sentença que julgar improcedente a execução fiscal. O que havia de errado no inciso III antigo? Quando falamos da classificação das ações, até falamos do processo de execução, mas não tocamos nesse ponto. Como no processo de execução não há reconhecimento do direito de ninguém, no processo de execução não há procedência ou improcedência do pedido. Não há julgamento de mérito no processo de execução. 
Cuidado!!!!! Não estou falando que no processo de execução não existe mérito. Existe mérito no processo de execução, o que não há é julgamento de mérito. Na execução como não há reconhecimento dodireito de ninguém, não há, portanto, procedência ou improcedência do pedido. 
E o inciso III falava; se fosse julgada improcedente a execução fiscal. O que na verdade queria dizer é quando a Fazenda Pública moveu a Execução Fiscal e perdeu. Mas a Fazenda perde a execução fiscal, não quando Juiz julga improcedente a execução fiscal, mas sim quando a Fazenda move a execução e o Executado apresenta Embargos e o Juiz julgando esses Embargos diz que o Executado tem razão. 
O inciso III, passou inciso II com a redação atual, a sentença que tem que ser confirmada é a que julgar procedente no todo ou em parte os Embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública. Não é a execução que é improcedente, são os Embargos que o Executado Apresentou que são julgados procedentes. 
Três hipóteses para você dizer se há ou não necessidade de reexame necessário, partindo do princípio que todos são valores superiores a 60 salários mínimos: 
A) Juiz B) Juiz 
 A União União B 
 (Artigo 475, I do CPC) (artigo 475, II do CPC) 
 Execução Fiscal
C) Juiz (artigo 730 do CPC)
 
 Exeqüente Executado (União)
 A
Situação A: A ajuíza uma ação em face da União (ação declaratória de inexistência de relação jurídica, ação de repetição de indébito,...). Sentença de procedência do pedido. Esta sentença deve ser confirmada no Tribunal? Qual é o fundamento legal? Essa sentença deve ser confirmada, consoante ao artigo 475, I do CPC. 
Situação B: execução Fiscal da União em face de B. B (executado) apresenta Embargos. Sentença dos Embargos procedente. Essa sentença tem que ser confirmada? Tem que ser confirmada. Por quê? Porque é a hipótese do artigo 475, II do CPC. 
Situação C: A sentença tem que ser confirmada ou não? É uma execução contra a Fazenda. Execução do artigo 730 do CPC. A União é executada e apresentou Embargos. A sentença julgou improcedente o pedido dos Embargos. Essa sentença tem que ser confirmada ou não? É a hipótese do artigo 475, II do CPC? Definitivamente não. Mas e o inciso I do artigo 475 do CPC? Se analisarmos friamente é uma sentença proferida contra a União. A União apresentou Embargos, a sentença os julgou improcedentes, uma sentença proferida contra a União. 
ATENÇÃO!!!! Essa sentença não tem que ser submetida ao reexame necessário. Por quê? O argumento utilizado é mentiroso. O argumento utilizado pelos Tribunais é que o artigo 475, I do CPC não se aplica ao processo de execução. Por que é mentiroso? Porque no caso o artigo 475, I não será aplicado no processo de execução, mas sim nos Embargos, que tem natureza de ação de conhecimento autônoma e incidental a execução, logo, outro processo de conhecimento. Dizer que o artigo 475, I d CPC não se aplica ao processo de conhecimento, não resolve o problema. 
	O argumento real é que se a execução é do artigo 730 do CPC, estamos diante de uma execução de título judicial, houve um processo de conhecimento anterior. Nessa execução estou executando a sentença da situação A, e esta sentença já passou pelo reexame necessário. Assim, não e necessário submeter na execução da sentença de Embargos, submeter de novo a reexame necessário o que já foi submetido na ação de conhecimento anterior. 
	Lembrando que a sentença na situação C não estará sujeita a reexame necessário quando a estiver sendo executado título judicial, sentença. Pois deriva de um processo de conhecimento anterior onde já houve reexame necessário.
	Agora, cabe execução de título extrajudicial contra a Fazenda Pública? Cabe. Aí este argumento não caberia. Se a execução é de título extrajudicial poderia se pensar em reexame necessário. 
	Existem decisões reiteradas do STJ e no TJ/RJ existe Enunciado dizendo que a sentença de improcedência dos Embargos na Execução contra a Fazenda não está sujeita a reexame necessário. 
Princípio da Demanda ou Inércia da jurisdição
	O que é demanda? Demanda = ato de pedir a prestação jurisdicional. 
	A jurisdição não é prestada de ofício. Para que haja prestação jurisdicional alguém tem que “bater à porta do Poder Judiciário”. 
	Jurisdição não é prestada de ofício. Ne procedat judex ex officio. 
	Onde encontramos o Princípio da Demanda no Código? Em vários artigos. Por exemplo, artigo 2º do CPC; artigo 128 do CPC; artigo 262 do CPC. 
“Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.”
“Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte”.
“Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.”
	Existem exceções ao princípio da demanda? Quando que excepcionalmente nós temos processo instaurado de ofício? No inventário. Artigo 989 do CPC: 
 “O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal.”
O artigo 987 do CPC diz: 
“ A quem estiver na posse e administração do espólio incumbe, no prazo estabelecido no art. 983, requerer o inventário e a partilha.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança.”
O artigo 989 do CPC dispõe: 
Art. 988. Tem, contudo, legitimidade concorrente:
I - o cônjuge supérstite;
II - o herdeiro;
III - o legatário;
IV - o testamenteiro;
V - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
Vl - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
Vll - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge supérstite;
Vlll - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;
IX - a Fazenda Pública, quando tiver interesse.
O que quer dizer supérstite? Sobrevivente. 
	Se nenhuma das pessoas mencionadas no artigo 988 do CPC requerer no prazo legal o Juiz instaurará de ofício o inventário. 
	Onde mais teríamos processo instaurado de ofício? Habeas Corpus; Execução na Justiça do Trabalho; Falência e Concordata não cumprida.
	Não se deve confundir processo com medidas que o Juiz pode tomar de ofício. Os poderes diretivos do magistrado, associados ao poder geral de cautela que tem o Juiz, permite que ele tome diversas atitudes sem a provocação das partes. Isso é diferente da possibilidade da instauração de processo pelo Juiz, sem que a parte provoque. 
	Tirando as situações que excepcionais, que se tem que pinçar pra encontrar, vale a regra: pra ter processo tem que ter iniciativa da parte, tem que alguém buscar a prestação jurisdicional. 
	Corolário (Conseqüência) desse princípio é o princípio da Congruência.

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