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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
Departamento de Metodologia da Educação 
Ensino de Português – Hermes, Izabela e Rafaella – 2024/2 
 
ORALIDADE E ENSINO 
 
1. Classifique em verdadeira ou falsa as afirmações seguintes: 
( ) Diferentemente da escrita, na oralidade é permitido cometer desvios gramaticais normativos. 
( ) A escrita é modelo para a oralidade. 
( ) O gênero textual não influencia a oralidade ou a escrita. 
( ) Língua e oralidade são modalidades linguísticas autônomas. 
( ) O ensino deve focar a aprendizagem da escrita, por ser uma tecnologia. 
( ) O ensino não precisa se preocupar com a oralidade, visto que ela é aprendida espontaneamente. 
 
 
➔ Toda produção textual terá, no mínimo, três etapas: planejamento, produção e avaliação. 
1. Planejamento: 
- Querer-dizer: o que, como e para que e quem; 
- Contextualização: conhecimento da situação comunicativa, conhecimento do gênero a ser 
empregado; 
- Conteúdo temático: estudo sobre o assunto, coleta de informações; 
- Planificação: organização do texto em partes, distribuição das informações; 
2. Produção textual: - textualização – construção do texto, conforme o planejado; 
3. Avaliação: revisão, releitura, reelaboração do textual, conforme o planejado. 
 
2. Analise as propostas de atividades para o ensino do 1. Gênero Debate (Guimarães, 
Todescatto & Apoema, 2016) e da 2. Entrevista (s/a, 2023), e preencha, para cada um deles, 
a seguinte tabela: 
 
AS ATIVIDADES PROPOSTAS… 
Insatisfato-
riamente 
Parcial-
mente 
Satisfato-
riamente 
1. Promovem a reflexão sobre as características do 
gênero oral? 
 
2. Ajudam a identificar o uso social do gênero oral? 
3. Incentivam a reflexão sobre como a língua é usada 
no gênero textual? 
 
4. Incentivam a participação discente em interações 
orais na sala de aula? 
 
5. Apresentam estratégias para a compreensão do 
respeito aos turnos de fala, conforme o gênero textual? 
 
6. Ensinam a relação e a distinção sobre o uso da 
escrita e da oralidade, conforme os gêneros textuais? 
 
7. Promovem a compreensão discente sobre as etapas 
de produção de textos orais? 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
Departamento de Metodologia da Educação 
 
3. Leia o seguinte caso: 
 
A professora Xerolaine trabalhou com seus alunos do 3 ano a adivinha. Após eles terem 
estudado sobre o gênero, ela solicitou que os grupos produzissem e escolhessem uma das 
produções para apresentar a sala: 
 
“[Pedro falando] O que é, o que é que? Tem pernas mas não pode andar? [Sem dar tempo 
para os ouvintes, responde] a cadeira. [Outro aluno] Mas não pode ser a mesa? [Pedro] Não 
sei. 
“[Lucas falando] O que é que o abacaxi tem? Coroa mas não é rei e escama, mas não é peixe. 
[Os alunos] Isso não é advinha. Tinha de ser o que é, o que é! 
“[Marcolina falando] O que é, o que é que o ovo tem no meio? [Depois de os alunos 
responderem várias coisas] Não. A letra ‘v’. [Um aluno comentando] Mas então tá errado. Não 
é ovo. É a palavra ovo. Tá errado sua adivinha.” 
 
➔ Analisando os textos produzidos: 
- Comente se os textos estão adequados às situações comunicativas? 
- Destaque que aspectos textuais (tanto do gênero, quanto do próprio texto) precisam ser 
aprimorados pelos estudantes; 
- Pondere sobre como as etapas de produção textual poderiam ajudar os estudantes a 
reelaborarem seus textos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escrita e oralidade/fala são modalidades linguísticas. Contudo, elas não ocorrem de forma 
abstrata, mas de forma concreta, sempre dentro de práticas de letramento. 
São as práticas de letramento que estabelecem os gêneros textuais a serem empregados. Logo, 
os gêneros é que vão orientar a construção textual, mais ou menos, próxima dos polos da 
oralidade/fala ou da escrita. Portanto, devem ser ensinadas a partir de textos. 
 
 
8. Conscientizam os discentes de que textos orais não 
são produções espontâneas? 
 
9. Propiciam o reconhecimento e a valorização da 
diversidade linguística? 
 
Joice Eloi Guimarães
Cleusa Todescatto
Keu Apoema
Práticas 
de oralidade:
propostas para as salas de 
aula de Timor-Leste
Práticas de oralidade:
Práticas de oralidade: propostas para as salas de 
aula de Timor-Leste 
Livro produzido por meio da parceria entre o 
Programa de Qualificação Docente e Ensino 
de Língua Portuguesa no Timor-Leste (PQLP/
CAPES) e o Departamento de Formação de 
Professores do Ensino Básico da Faculdade de 
Educação, Artes e Humanidades da Universidade 
Nacional Timor Lorosa’e (FEAH/UNTL).
Autoria: Joice Eloi Guimarães, Cleusa Todescatto 
e Keu Apoema
Colaboração: Lourenço Marques da Silva
Arte & diagramação: Keu Apoema
ISBN: 978-85-69957-06-5
Programa de Qualificação Docente e Ensino de 
Língua Portuguesa no Timor-Leste
Página: http://www.pqlp.pro.br
Edição: Casa Apoema
E-mail: casa@apoema.art.br
Página: http://www.apoema.art.br
Dili, abril de 2016
Práticas de oralidade:
Práticas de Oralidade na Escola
Quando temos problemas na minha comunidade as 
formas mais importantes de resolver é por diálogo 
para tomar as decisões perante a lei através do 
chefe do bairro, chefe de aldeia para resolver esses 
problemas. 
Isabel Soares
* * *
Quando acontecem problemas na comunidade eu 
sempre tomo a benção e converso com a comunidade 
para resolver esse problema. 
Inácio da Silva
Debate é um gênero discursivo que proporciona 
aos sujeitos a exposição dos seus argumentos, 
suas ideias, confrontando opiniões com o intuito de 
convencer e desenvolver a criticidade, a autoafirmação 
e a argumentação de forma espontânea. Em um 
debate, o compartilhamento de pensamentos amplia o 
conhecimento de todos/as os/as participantes, por isso 
é um gênero muito importante para ser trabalhado 
em sala de aula. 
Etapa 1: Introdução ao gênero
Professor/a, nessa primeira etapa você irá 
apresentar aos/às alunos/as a importância da 
participação em decisões coletivas que os/as afetam. 
Lembre-os/as que para isso é preciso que eles/
elas saibam se posicionar oralmente em diferentes 
situações e organizem as ideias para defenderem seu 
ponto de vista. O tema para essa etapa será o convívio 
social e os diversos conflitos, de diferentes graus de 
intensidade, que vivem na escola. 
Gênero debate
59
Práticas de Oralidade na Escola Práticas de Oralidade na Escola
vObjetivos: 
• Promover a prática da oralidade em sala de 
aula;
• Permitir que os/as alunos/as conheçam as 
principais características do gênero debate;
• Conhecer os problemas relacionados ao 
ambiente escolar;
• Fazer com que os/as alunos/as posicionem-
se em relação aos temas escolhidos;
• Ressaltar o papel da argumentação perante 
diferentes ideias.
Atividades propostas:
1. Os problemas presentes na escola
Inicie a conversa perguntando para os/as alunos/
as sobre problemas que observam na escola. Para 
incentivar e ajudar a perceber tais problemas, você 
pode fazer uso de perguntas como: o que preocupa 
vocês na escola? Vocês acham que o espaço para as 
atividades ao ar livre na escola é bom? O barulho que 
vem de fora da escola atrapalha sua concentração nas 
aulas?
 Escreva no quadro os temas que mais foram 
citados. Discuta-os e estimule seus/suas alunos/as a 
falarem sobre como tais problemas os/as afetam na 
vida escolar. Estimule-os/as a narrar situações que 
presenciaram ou ouviram de outras pessoas, sem, 
claro, citar nomes ou expor ninguém. Esse tipo de 
partilha a partir da experiência e dos relatos pessoais 
pode ser muito rica.
2. Jogo do sim e não 
O Jogo do Sim e do Não tem como objetivo 
incentivar os/as estudantes a se posicionarem perante 
os temas expostos. Faça uma linha no chão (pode ser 
feita com uma corda, uma fita, etc.) e explique aos/
às alunos/as que você irá colocar diferentes questões 
e, a cada vez, eles/elas, um a um, devem dizer se 
concordam ou não e explicar o porquê. Os/as que 
concordam devem ficar de um lado da linha, e os/as 
que não concordamdo outro. 
Depois que emitirem suas opiniões e ouvirem 
uns aos outros, dê a possibilidade de que mudem de 
posição. Lembre-se, ficar em cima da linha, ou seja, 
não concordar nem discordar também é uma posição, 
apenas precisa ser argumentada.
Ao final do jogo converse com sua turma a 
respeito das falas utilizadas para se posicionar de um 
ATENÇÃO
Para elaborar essas questões é importante que você utilize 
seu conhecimento em relação à escola em que atua. Em relação 
às perguntas cujas respostas podem ser SIM ou NÃO, pergunte 
aos/às alunos/as o porquê de sua resposta, assim eles/elas 
poderão ter mais chances de desenvolver uma opinião.
ATENÇÃO
É importante que eles/elas entendam que respostas como 
porque eu acho, ou não sei, não são bons argumentos. Eles/elas 
devem explicar o motivo pelo qual escolheram um ou outro 
lado da linha. 
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Práticas de Oralidade na Escola Práticas de Oralidade na Escola
ou outro lado da linha (ou mesmo em cima da linha). 
Explique que o que cada um/a fez foi argumentar 
defendendo o seu ponto de vista. Você pode aproveitar 
esse momento para falar também sobre o valor que as 
diferentes opiniões têm na vida em comunidade.
3. Os problemas presentes na comunidade
Pergunte aos/às alunos/as sobre temas que 
ocorrem na comunidade em que vivem. Utilize 
algumas perguntas para incentivá-los/as a falar, por 
exemplo: que problemas a comunidade enfrenta? 
Como esses problemas são resolvidos? Quem toma as 
decisões que afetam toda a comunidade?
Após essa discussão inicial, peça para que os/as 
estudantes realizem esse mesmo levantamento com a 
sua família e vizinhos/as para que na próxima etapa 
vocês possam conversar sobre os assuntos que eles/
elas pesquisaram.
Etapa 2: Escolha dos temas para debate
A segunda etapa é destinada a expandir o 
conhecimento acerca de problemas oriundos 
da vida em sociedade para além dos muros da 
escola. É importante nesta etapa que os/as aluno/as 
diferenciem, entre os assuntos abordados, aqueles que 
possuem opiniões contraditórias entre os membros da 
comunidade, ou seja, os assuntos que se configuram 
como questões polêmicas para os moradores.
Objetivos: 
• Selecionar junto aos/às alunos/as problemas 
existentes na comunidade em que vivem;
• Identificar questões polêmicas locais.
Atividades propostas:
1. Escolha de uma questão polêmica
Faça oralmente a recolha dos temas coletados 
pelos/as alunos/as. Peça para que relatem os problemas 
encontrados em suas comunidades e a fonte em que 
os coletou (familiares, vizinhos/as, etc.). À medida 
que os/as alunos/as apresentam os assuntos que 
trouxeram coloque-os no quadro, prestando atenção 
aos temas comuns que se aproximam e podem ser 
organizados de forma a não ficarem repetidos.
Com as temáticas expostas e organizadas 
releia-as junto com seus/suas alunos/as e escolham 
aquelas que considerem como questões polêmicas da 
comunidade. Explique para eles/elas que uma questão 
polêmica é aquela que gera confronto entre diferentes 
pontos de vista sobre um mesmo tema. Ao final dessa 
etapa os/as alunos/as devem escolher dentre os temas 
colocados no quadro, duas questões polêmicas.
Etapa 3: Preparação para o debate
Esta etapa será dedicada a preparar os/as estu-
dantes para a realização de um grande debate sobre as 
duas questões polêmicas escolhidas na aula anterior. 
ATENÇÃO
As atividades orais demandam organização, pois é comum 
que todos/as os/as alunos/as queriam falar e falem, muitas 
vezes, ao mesmo tempo. Cabe a você professor/a organizá-los/
as e fazê-los/as compreender a importância também da escuta 
da fala do outro. 
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Práticas de Oralidade na Escola Práticas de Oralidade na Escola
Explique a importância de relacionar as informações 
que recolheram ao conhecimento que eles/elas têm 
sobre o assunto na elaboração de argumentos para a 
defesa do ponto de vista que o grupo assumiu. Os/as 
alunos/as devem saber que essas ideias serão confron-
tadas por meio de um debate e que, ao final da ativ-
idade, o grupo que conseguir expressar melhor e de 
forma mais bem embasada seus argumentos terá con-
seguido eleger uma solução para a questão polêmica. 
Objetivos:
• Desenvolver o interesse pelo debate de ideias 
e pelo bom uso da palavra; 
• Buscar informações sobre a questão polêmica;
• Preparar argumentos.
Atividade proposta:
1. Construção dos argumentos
 Divida a turma em grupos e distribua para 
cada grupo uma questão polêmica. Os grupos 
devem entrar em um consenso para definir a questão 
polêmica que trabalharão (procure dividir as questões 
polêmicas de forma igual entre os grupos, para isso 
ressalte as características de cada uma, auxiliando na 
escolha de seus/suas alunos/as). Instrua para que eles/
elas conversem e cheguem a um posicionamento em 
comum no grupo: afinal, concordam ou não com a 
questão colocada?
Ajude-os/as a organizar argumentos que 
defendam a opinião do grupo. Você pode motivá-los/
as com perguntas como: por que o grupo tem essa 
opinião? Como vocês poderiam convencer o outro 
grupo da opinião de vocês?
Etapa 4: O debate, argumentação e contra-
argumentação
Chegou a hora de realizar os dois grandes 
debates! 
Nesta atividade todos/as participarão de duas 
maneiras: debatendo e defendendo a posição do 
grupo ao qual pertencem e, posteriormente, como 
expectadores/as e avaliadores do debate entre os 
outros dois grupos. 
Objetivos:
• Realizar o debate entre os alunos;
• Demonstrar a importância da argumentação 
oral para a resolução de conflitos.
Atividades propostas:
1. Organização do debate
Explique aos/às alunos/as que os diferentes 
grupos já têm sua opinião sobre as questões polêmicas 
e que, como nem todos os grupos têm a mesma opinião 
é preciso que as ideias sejam debatidas para que se 
chegue a um consenso. Retome as características do 
gênero debate presentes no início deste capítulo para 
auxiliá-lo/a nessa explicação.
Divida a turma em dois grupos de acordo com as 
questões polêmicas. Em seguida faça uma subdivisão 
em cada grupo: de um lado aqueles que apresentam 
ideias favoráveis à questão colocada e do outro lado 
o grupo que representa opiniões não favoráveis à 
questão. 
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Práticas de Oralidade na Escola Práticas de Oralidade na Escola
2. Estabelecendo as normas do debate
Antes de iniciar o debate estabeleça junto aos 
participantes algumas normas, como: tempo de fala 
para cada grupo, o direito à resposta, o respeito à fala 
da outra pessoa e as penalidades decorrentes do não 
cumprimento das normas estabelecidas.
3. Realização do debate
Durante o debate, o seu papel será o de media-
dor/a, organizando a discussão, cuidando para que 
todos/as possam se manifestar, passando a palavra 
(ou limitando-a, quando necessário), pedindo esclare-
cimentos, resumindo pontos de vista e opiniões, mas, 
principalmente, chamando a atenção da turma para 
a necessidade de usar bons argumentos para funda-
mentar posições.
Ao final de cada debate peça para que o grupo 
de alunos/as que assistiu converse entre si e exponha 
oralmente sua opinião em relação ao que foi debatido. 
Etapa 5: Avaliação oral sobre os temas e o gênero
Objetivos:
• Avaliar as atividades desenvolvidas;
• Autoavaliação dos/das alunos/as.
A avaliação das atividades desenvolvidas é uma 
etapa muito importante. Quando trabalhamos na per-
spectiva dos gêneros temos como objetivo que o/a 
aluno/a se aproprie do gênero estudado e consiga uti-
lizá-lo em uma situação de comunicação. 
Atividades propostas:
1. Autoavaliação dos alunos 
Peça que os/as alunos/as façam um círculo e ex-
plique que vocês terão uma conversa sobre as ativi-
dades desenvolvidas e que eles/elas devem falar de 
como se sentiram defendendo suas ideias. Você pode 
fazer perguntas como: agora que vocês já realizaram 
um debate, vocês acham que é uma forma interes-
sante de resolver problemas que geram diferentes 
opiniões, por quê? Vocês ficaram satisfeitos/as com 
as decisões em relação aos debates realizados? Vocês 
consideram o debate uma forma interessantede re-
solver questões polêmicas de interesse comum? Por 
quê? Há momentos semelhantes na comunidade de 
vocês? Podem relatar?
2. Avaliação das produções
Enquanto os/as alunos/as falam, sua avaliação 
dos debates realizados pode se basear em critérios 
como: o gênero debate foi compreendido enquanto 
maneira de discutir problemas coletivos? Para expres-
sar oralmente suas opiniões acerca das atividades os/
as alunos/as utilizam argumentos em defesa do que 
falam? Durante a avaliação os/as alunos/as põem em 
prática elementos presentes nas atividades? Eles/elas 
respeitam e ouvem a fala do/a colega? 
Professor/a, esse momento é importante para 
você conversar com os/as estudantes retomando as 
características do gênero debate e avaliando junto a 
eles/elas, de modo geral, o desenvolvimento das ativ-
idades. Para tanto, retome os acontecimentos interes-
santes ao longo do desenvolvimento das etapas, de-
stacando as fortalezas e as fragilidades do grupo.
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Sequência Didática
Ano escolar: 4° ano do Ensino Fundamental
Eixo: Oralidade
Gênero textual: Entrevista
Objetivo de aprendizagem: Planejar e produzir textos de uso oral, em colaboração com
colegas, com orientação de roteiro.
Conteúdo: Produção de vlog, vídeo, áudio, jornais radiofônicos ou televisivos, entrevistas a
serem veiculadas em suportes diferenciados (rádio, TV, internet) etc.
Habilidades: EF35LP15 / EF04LP12 / EF04LP17
Comentários Iniciais:
Para essa sequência didática, será trabalhado o gênero oral entrevista. As crianças
deverão elaborar um vídeo com questões relacionadas à profissão, interagir e aprender sobre
os profissionais da educação que atuam na instituição de ensino, e posteriormente socializar
as respostas com a turma.
Na escola, muitos são os gêneros orais formais que circulam e sequer percebemos
que fazem parte de nossa prática cotidiana, tais como: o seminário, o júri simulado ,
a exposição oral, a entrevista e a própria aula. A vantagem em explorá-los como
objeto de ensino-aprendizagem de língua materna está justamente no fato de muitos
deles constituírem práticas sociais reais da escola. [...]. ( CAVALCANTE; MELO, p.
90).
Primeiro momento:
● Inicie apresentando o gênero entrevista para as crianças através de vídeos de
entrevistas, para que elas possam ter um primeiro contato;
● Depois, exiba vídeos curtos que abordam entrevistas com diferentes
profissionais, como médicos, artistas ou professores. Inclua diferentes
formatos de entrevistas, como reportagens, vlogs e podcasts, para que os
alunos percebam a diversidade do gênero.
Após assistir aos vídeos, instigue uma discussão com os alunos, abordando as
seguintes questões:
● O que mais chamou a atenção de vocês?
● Quem eram os participantes e qual era o papel de cada um (entrevistador e
entrevistado)?
● Vocês já viram entrevistas antes?
● Conseguiram perceber as emoções e reações das pessoas durante a entrevista?
● Quais tipos de perguntas foram feitas? Eram abertas ou fechadas?
● Alguma vez vocês foram entrevistados ou já fizeram perguntas a alguém de maneira
formal?
Após a discussão, apresente as principais características da entrevista como gênero
textual:
● Estrutura básica: entrevistador e entrevistado; perguntas e respostas.
● Onde pode ser utilizada: televisão, rádio, internet, jornais, entre outros.
● Público-alvo: quem está interessado no tema abordado.
● Tipos de perguntas: perguntas fechadas (que exigem respostas curtas) e abertas
(que permitem respostas mais longas e elaboradas).
● Temática: cada entrevista aborda um tema específico.
● Meios de registro: escrita, áudio, vídeo.
● Escuta ativa: é fundamental prestar atenção às respostas do entrevistado para
elaborar novas perguntas ou comentários.
● Construa com os alunos um mapa mental no quadro, usando exemplos dos
vídeos que assistiram, destacando essas características
Para aprofundar o conhecimento sobre o gênero, peça que os alunos pesquisem
diferentes tipos de entrevistas (formais e informais, entrevistas de emprego, entrevistas
jornalísticas, entrevistas de pesquisa científica, entre outras). Eles também devem buscar
exemplos em diferentes formatos (escrita, áudio, vídeo) e trazer suas pesquisas para
compartilhar com a turma.
Segundo momento:
Após realizar as pesquisas sobre os diferentes tipos de entrevistas a turma será
dividida para que possam compartilhar suas pesquisas.
● Organize a turma em pequenos grupos e peça que cada grupo apresente um
tipo ou formato de entrevista que pesquisou.
● Durante a apresentação, incentive que outros alunos façam perguntas e
comparações entre os vídeos ou textos abordados.
Ao finalizar as discussões, será o momento para colocar em prática os conhecimentos
sobre o gênero através de uma simulação de entrevista.
● Organize os alunos em duplas
● Peça que pensem em uma pessoa da comunidade escolar que gostariam de
entrevistar, como um professor, funcionário ou colega. Um dos alunos
assumirá o papel de entrevistador e o outro de entrevistado, simulando o
cenário real de uma entrevista.
Elabore as questões com as crianças, escreva-as no quadro e peça para que as copiem no
caderno. Exemplos de questões norteadores:
● Qual seu nome?
● Qual sua idade?
● Qual a sua profissão?
● Quais tarefas você faz nessa profissão?
● A quantos anos você trabalha com isso?
● Por que você escolheu essa profissão?
● Qual o maior desafio da sua profissão? E qual a maior conquista?
É importante destacar a importância dos pontos paralinguísticos que diz
respeito a como falamos. Tendo isso em vista, oriente os alunos:
● Fale devagar e com clareza.
● Utilize pausas curtas após as perguntas, para que o entrevistado possa refletir
sua resposta.
● Ajuste o tom da sua voz de acordo com o ambiente, mantendo sempre um tom
amigável.
Em relação ao extralinguístico, oriente:
● O entrevistador pode fazer perguntas de acordo com a resposta do entrevistado,
incentivando o diálogo.
● A linguagem deve ser acessível de modo que o entrevistado compreenda o que
está sendo perguntado.
● Perguntas abertas podem levar a respostas mais longas.
Por fim, pontos cinésico:
● Manter a postura ereta e braços descruzados.
● Fazer contato visual com o entrevistado.
● Ficar atento às respostas, e demonstrar respeito às respostas do
entrevistado.
Cada aluno cria cinco (ou mais) perguntas que fariam a esse funcionário da
comunidade escolar, levando em consideração o papel e a rotina do entrevistado.
● Após as perguntas, os alunos trocam entre si para revisar e sugerir melhorias.
Durante essa troca, é importante que eles avaliem a clareza, pertinência e
adequação das perguntas ao contexto da entrevista, incentivando o pensamento
crítico e a colaboração, mas também é importante que mantenha a neutralidade
durante a entrevista. O objetivo é que os alunos possam aprimorar suas
perguntas para torná-las mais elaboradas e interessantes, mantendo sempre o
respeito e a curiosidade sobre o entrevistado.
Terceiro momento:
Para o terceiro momento, caso a escola disponha de chromebooks para as crianças,
explore esse material, apresentando-o como pode ser utilizado para registro de uma entrevista.
Se a instituição não possuir o Chromebook, o registro da entrevista deve ser anotado no
caderno.
● Entregue os Chromebooks para as crianças, se necessário faça duplas para que
aprendam juntos como utilizar o modo de gravação da câmera.
Faça o seguinte passo a passo para abrir o aplicativo “câmera” e realizar o registro:
● Abra o Chromebook em formato de tablet, ligue-o e desbloqueie;
● Na tela inicial, toque no ícone do aplicativo “câmera”
● Ao abrir, coloque o aplicativo em tela cheia, apertando no quadrado ao lado do
X que aparecerá na janela que abriu;
● Para trocar de câmera, toque no ícone de círculo com duas setas ao redor,
localizado no canto inferior esquerdo;
● No canto inferior, selecione a opção “vídeo”;
● Para iniciar a gravação, toque no ícone com uma bolinha vermelha, localizado
à direita da tela;
● Para pausara gravação, caso precise de algum ajuste, toque no círculo abaixo
daquele que inicia a gravação, e para retomar toque nele novamente;
● Para encerrar a gravação toque no círculo vermelho com um quadrado branco
no meio.
Em seguida, peça para que as crianças façam uma simulação de entrevista em duplas
agora utilizando os chromebooks.
Quarto momento:
Com uma maior aproximação ao gênero, parta para o próximo momento com as
crianças, aborde sobre a diversidade de profissionais que atuam no ambiente escolar, como:
professores, gestores, coordenadores, secretários, bibliotecários, funcionários da limpeza,
merendeiros, porteiros, inspetores, cuidadores, auxiliar de sala.
Seguidamente, traga questionamentos como:
● Alguém da família ou conhecido de vocês, trabalha em uma dessas profissões?
● Vocês encontram esses profissionais diariamente, mas conhecem sobre a
profissão deles?
● Vocês sabem por que é importante valorizar esses profissionais?
Após ouvir as crianças, relembre-as do gênero entrevista e proponha que realizem um
vídeo entrevistando um dos profissionais que atuam na instituição educacional. Disponha
orientações para a gravação da entrevista, como:
● Deverá ter no máximo X minutos;
● Local da gravação, o dia e a hora;
● Se autoriza a gravação da entrevista para fins didáticos;
O(a) professor(a) deverá auxiliar as crianças no momento da gravação da entrevista,
e caso necessário, mediar para melhor fluidez, indicando ao aluno a ordem para realização
das perguntas e o tempo entre elas. As crianças podem utilizar as perguntas elaboradas em
sala de aula na entrevista.
● Oriente os alunos sobre aspectos básicos de gravação, como: verificar o
enquadramento (garantir que ambos apareçam no vídeo), certificar-se de que o
áudio está bom, evitar movimentos bruscos com a câmera.
● Os alunos receberão uma lista de sugestão de entrevistados da comunidade
escolar, como: professores, diretores, coordenadores, merendeira, inspetor,
auxiliar de serviço gerais, porteiro.
● Será disponibilizado o horário da aula para que os alunos possam gravar sob
orientação do (a) professor (a).
Quinto momento:
Para finalizar, faça uma edição com todos os vídeos das entrevistas, e após juntar
todos, exponha as entrevistas no projetor para os funcionários da escola para assistir e
refletir sobre as diferentes respostas das pessoas entrevistadas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF:
MEC/SEB, 2018.
CAVALCANTE, Marianne C. B.; MELO, Cristina T. V. Diversidade textual : os gêneros na
sala de aula. Gêneros orais na escola. Cap 6. ed 1. Autêntica. Belo Horizonte. 2007.
PARAÍBA. Governo da Paraíba. Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia
da Paraíba. Proposta curricular do Estado da Paraíba educação infantil e ensino
fundamental. João Pessoa, 2020. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1qQbrcc_3AmUaIbaDZtPR2ONtiZhqOjlL/view . Acesso em:
07 ago. 2024.

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