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TEMAS EMERGENTES EM 
ENGENHARIA AMBIENTAL 
Liane Yuri Kondo Nakada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS 
Apresentação 
Prezado (a) estudante, 
Neste bloco, serão apresentados conceitos relacionados à sustentabilidade na 
construção civil e diretrizes para a consolidação de construções sustentáveis. Serão 
definidas as tipologias e as aplicações da certificação LEED – Leadership in Energy and 
Environmental Design, e identificados os referenciais técnicos e os requisitos para a 
Certificação AQUA - HQETM. 
Bons estudos! 
5.1 Sustentabilidade na Construção Civil 
Uma das principais preocupações do século XXI está relacionada ao aumento da 
população residente em áreas urbanas, que intensifica a necessidade de acesso à 
habitação, infraestrutura de transportes e serviços nas cidades. Ao mesmo tempo, a 
visão que se tem do desenvolvimento humano difere do início do século XX, sendo que 
a maneira de se planejar e construir as cidades deve ter um compromisso com o bem-
estar, com a inovação e a sustentabilidade ambiental. Nesse cenário é evidente que a 
indústria da construção civil tem papel central para o desenvolvimento de um 
ambiente construído que possa atender às necessidades reais da população. 
Por outro lado, a indústria da construção é responsável pelo consumo de grande 
quantidade de recursos naturais, associado à geração de significativos impactos 
ambientais (Figura 5.1). Vejamos a seguir algumas estimativas: 
• Entre 40% e 60% dos resíduos gerados em centros urbanos com mais de 
500.000 habitantes são provenientes de processos construtivos; 
• Os edifícios são responsáveis por 30% das emissões globais de gases de efeito 
estufa; 
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3 
 
• Os edifícios respondem por 25% a 40% do uso de energia global; 
• Consumo de cerca de 50% da produção global de aço; 
• Uso de mais de 3 bilhões de toneladas de matérias-primas para a fabricação de 
produtos de construção em todo mundo; 
• Densificação das cidades aumenta a demanda por uso de água, infraestrutura 
de saneamento, mobilidade e informação digital. 
 
Fonte: Degtyar Viktor; Anusorn Abthaisong; Momizi; Irene Miller; Kwangmoozaa; Pla2na 
Figura 5.1 – Representações de situações de consumo de recursos naturais e 
impactos ambientais associados à indústria da construção. 
Nesse contexto, as eficiências energética, hídrica e de uso de materiais tornam-se 
imprescindíveis, e soluções inovadoras passam a ser fundamentais para a 
sobrevivência das empresas e organizações. Assim, o setor da construção deve se 
adaptar para atender às mudanças na forma de projetar e operar as edificações e 
https://www.shutterstock.com/g/Degtyar+Viktor
https://www.shutterstock.com/g/Anusorn+Abthaisong
https://www.shutterstock.com/g/Momizi
https://www.shutterstock.com/g/Irene_Miller
https://www.shutterstock.com/g/Kwangmoozaa
https://www.shutterstock.com/g/Pla2na
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infraestruturas nos espaços urbanos. Essas mudanças têm potencial de trazer 
importantes benefícios à indústria e à sociedade, tais como: redução dos custos de 
construção, colaborando com o uso sustentável de recursos e com a prevenção à 
poluição; construção de edifícios ecoeficientes; e diminuição de lacunas de 
infraestrutura ainda existentes no mundo. 
Como uma forma de subsidiar o processo de mudanças no Brasil, contribuir com a 
sustentabilidade e cumprir os compromissos internacionais firmados pelo país, a 
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), representante nacional de 
dezenas de entidades empresariais da indústria da construção e do mercado 
imobiliário, e integrante de federações internacionais do ramo da construção civil, 
indica diretrizes para a consolidação das condições necessárias para viabilizar o 
desenvolvimento sustentável na indústria da construção: 
• Reconhecer o papel e a importância das cidades como células 
transformadoras para a sustentabilidade; 
• Demonstrar, na prática, como o setor pode contribuir com o 
fortalecimento da sustentabilidade do ambiente construído, 
por meio de novos processos produtivos e produtos; 
• Disseminar práticas e conhecimentos alinhados com o 
desenvolvimento tecnológico e inovação do setor, acelerando a 
absorção de soluções norteadas por critérios como a eficiência 
energética e hídrica em processos e produtos e o uso de 
materiais e sistemas construtivos que reduzam o consumo de 
recursos naturais e aumentem o desempenho ambiental de 
edificações; 
• Valorizar o ser humano; 
• Reduzir os impactos ambientais na cadeia produtiva; 
• Promover o desenvolvimento urbano de forma harmônica com 
o meio ambiente, atendendo às reais necessidades da 
sociedade de configuração de comunidades prósperas e 
saudáveis, integrando sociedade civil e poder público; 
, 
 
 
5 
 
• Disseminar soluções tecnológicas e de gestão, visando ao 
aumento da produtividade; 
• Contribuir com a consolidação de instrumentos legais, 
mecanismos e processos mais ágeis e menos burocráticos. 
(CBIC, 2017 – p.18) 
Para atingir os objetivos de um setor de construção sustentável, diversos países e 
organizações vêm definindo metas de eficiência energética, redução de emissões de 
GEE e uso eficiente de água, e gerando indicadores para acompanhamento e 
verificação de resultados obtidos, indicando a necessidade de preparação e adaptação 
do setor, para o atendimento de regulamentações futuras, com critérios, normas e 
regras que busquem a sustentabilidade. 
Outra forma de incentivar a adoção de práticas sustentáveis de construção baseia-se 
nas certificações ambientais. Geralmente, de caráter voluntário, essas certificações 
conferem selos para construções sustentáveis, a partir de critérios específicos de 
avaliação, atestando o compromisso com as questões ambientais por parte dos 
responsáveis pela construção e operação desses edifícios. 
É possível identificar mais de 80 sistemas de certificação de construção sustentável no 
mundo, sendo que no Brasil os dois sistemas mais aplicados são: LEED – Leadership in 
Energy and Environmental Design, desenvolvido nos Estados Unidos pelo U.S. Green 
Building Council (USGBC), e AQUA-HQE, desenvolvida a partir da certificação francesa 
Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale) e aplicada, no país, pela Fundação 
Vanzolini. 
A Norma ISO 21931-1:2022 traz diretrizes para a avaliação do desempenho ambiental, 
social e econômico de obras de construção como base para a avaliação de 
sustentabilidade. A primeira parte dessa norma trata especificamente da 
sustentabilidade em edifícios, identificando e descrevendo métodos de avaliação das 
características, aspectos e impactos ambientais, sociais e econômicos de edifícios 
novos ou existentes. Esses métodos aplicam-se ao projeto do edifício, à produção de 
materiais de construção, às etapas de construção, operação, manutenção, reforma e 
, 
 
 
6 
 
processos de fim de vida. Essa nova versão da norma difere da anterior de 2010 por 
incluir questões de ordem social e econômica. 
5.2 Certificação LEED 
O LEED – Leadership in Energy and Environmental Design é um sistema internacional 
de certificação ambiental para edificações, que tem como objetivo acelerar a adoção 
de práticas de construção sustentável. O sistema é utilizado em mais de 160 países, e 
busca incentivar a transformação da concepção de projetos, etapas de obra, operação 
e manutenção de edificações, com foco principal na sustentabilidade. 
Para ser bem-sucedido, o sistema LEED leva em consideração questões relacionadas ao 
uso racional de água, eficiência energética, seleção dos materiais de construção, 
qualidade ambiental interna, estratégias inovadoras e situações de prioridade regional. 
É importante destacar que o LEED pode ser aplicado a todos os tipos de edifício, em 
qualquer etapa do seu ciclo de vida, e para isso são empregados diferentes sistemas de 
avaliação, os quais são constantemente atualizados, para que se mantenham 
alinhadosàs novas tecnologias, políticas e alterações no âmbito da construção civil. 
O LEED possui 4 tipologias, buscando atender os diferentes tipos de edificação (Figura 
5.2): building design + construction (BD + C), interior design + construction (ID + C), 
operation & maintenance (O + M) e neighborhood (ND). 
 
 
Figura 5.2 – Tipologias para Certificação LEED: novas construções, design de 
interiores, edifícios existentes, e bairros. 
, 
 
 
7 
 
 
• LEED BD + C: Estabelece parâmetros para novas construções ou grandes 
reformas de edifícios sustentáveis, avaliando tanto o projeto como a obra. O 
LEED BD + C pode ser aplicado a praticamente qualquer projeto, com algumas 
adaptações. As adaptações desse tipo de LEED são: i) envoltória e núcleo 
central: aplicado quando o desenvolvedor tem controle sobre os sistemas 
mecânico, hidráulico, e de proteção contra incêndios, mas não tem controle 
sobre o projeto e a construção da instalação do locatário; ii) data centers: 
adaptação específica para atender as demandas de equipamentos de 
computação de alta capacidade, empregados para armazenamento e 
processamento de dados; iii) unidades de saúde: adaptação para hospitais em 
funcionamento ininterrupto, oferecendo tratamento médico de curta e longa 
duração; iv) hospedagem: adaptação para hotéis, pousadas ou outros 
estabelecimentos que forneçam estadias de curto prazo, com ou sem refeições; 
v) varejo: adaptação para necessidades específicas de varejistas, como bancos, 
restaurantes, lojas de departamentos, vestuário, eletrônicos, etc.; vi) escola: 
adaptação para edifícios utilizados como espaços de aprendizagem principal e 
auxiliar em áreas escolares; vii) galpões e centros de distribuição: adaptação 
para edifícios utilizados para armazenamento de produtos manufaturados, 
matérias-primas, mercadorias, ou pertences pessoais; viii) novas construções e 
grandes reformas: versão do LEED BD + C para situações que não se enquadrem 
nas sete variações descritas. 
• LEED ID + C: Voltado para espaços internos (interiores), e pode ser aplicado 
quando as equipes de projeto não controlam as operações da construção 
completa, e assim têm a oportunidade de desenvolver espaços internos 
baseados no sistema LEED. É indicado para a certificação de espaços interiores 
destinados ao atendimento ao público (varejo), à hospedagem ou a outros 
serviços comerciais. 
• LEED O + M: Serve para todos os tipos de projetos listados no LEED BD + C e no 
LEED ID + C, mas para a situação de operação e manutenção de edifícios que 
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8 
 
estejam ocupados ao menos por um ano. O LEED O + M busca incentivar 
alterações em edifícios mais antigos, que não foram construídos sob a lógica de 
construção sustentável, para que passem a operar com maiores taxas de 
eficiência e economia de recursos. Esse tipo de LEED pode ser aplicado a 
edifícios existentes ou a espaços interiores de um edifício existente. 
• LEED ND: Esse tipo de LEED é ligeiramente diferente, pois é indicado para o 
desenvolvimento de bairros mais sustentáveis e bem conectados, considerando 
comunidades inteiras, indo além da escala do edifício. O LEED ND pode ser 
aplicado em planos, ou seja, em projetos em escala de bairro, que estejam em 
qualquer fase de planejamento e até 75% construídos. Uma adaptação do LEED 
ND permite sua aplicação também a projetos já construídos, em fase de 
conclusão ou que tenham sido concluídos nos últimos três anos. 
Para a obtenção da certificação LEED, em qualquer uma de suas tipologias, os projetos 
são avaliados em 8 dimensões (Figura 5.3), as quais são baseadas em práticas 
obrigatórias (pré-requisitos) e práticas recomendadas (créditos). 
 
Figura 5.3 – As oito dimensões analisadas nas tipologias da certificação LEED. 
Os pré-requisitos são ações obrigatórias em qualquer empreendimento, e caso não 
haja o atendimento a algum dos pré-requisitos a certificação não é concedida. Já os 
créditos são ações de desempenho sugeridas pelo LEED, que não inviabilizam a 
Localização e 
Transporte
Eficiência no 
uso da Água
Qualidade 
Amb. Interna
Espaço 
Sustentável
Energia e 
Atmosfera
Inovações e 
Processo
Materiais e 
Recursos
Prioridade 
Regional
, 
 
 
9 
 
obtenção da certificação, mas, à medida que são atendidas, possibilitam o ganho de 
pontuação pelo empreendimento. O nível da certificação recebida depende da 
quantidade de pontos obtidos pelo empreendimento (Figura 5.4), sendo que todas as 
tipologias podem variar de 40 a 110 pontos. 
 
Figura 5.4 – Níveis da certificação LEED, com a pontuação necessária. 
5.3 Certificação AQUA - HQETM 
A certificação internacional AQUA-HQETM atesta alta qualidade ambiental de 
construções, foi desenvolvida a partir da certificação de origem francesa Démarche 
HQE™, e no Brasil é aplicada exclusivamente pela Fundação Vanzolini. 
A adaptação dos referenciais teóricos estrangeiros para as condições brasileiras de 
clima, cultura, normas técnicas, e regulamentações foi feita em 2007, dando origem ao 
processo AQUA-HQETM em 2008. 
Em 2013, com o agrupamento de organismos franceses de certificação de construções, 
foi criada a Rede Internacional de certificação HQE™, e os critérios e indicadores foram 
unificados para o mundo todo. Desde 2014, o HQE™ tem referenciais técnicos de nível 
internacional, que consideram a experiência brasileira. 
É importante destacar que embora os parâmetros tenham sido alinhados para 
possibilitar a comparação entre os valores avaliados em diferentes locais do mundo, os 
, 
 
 
10 
 
níveis de exigência das certificações se mantêm respeitando as condições específicas 
de cada país. 
A certificação AQUA-HQETM pode ser obtida em dois ciclos: o ciclo construção, 
aplicável a novas edificações; e o ciclo operação, aplicável a edificações já existentes. 
Em ambos os casos, o processo de certificação se dá por meio de auditorias periódicas, 
em que são apontadas as conformidades e possíveis não-conformidades do projeto em 
relação aos referenciais técnicos do processo de certificação AQUA-HQE™. 
No ciclo construção, são realizadas 3 auditorias: pré-projeto, projeto e execução; 
enquanto no ciclo operação podem ser realizadas de 3 a 4 auditorias, aplicáveis a 
ciclos de 3 ou 5 anos. Cada auditoria possibilita a obtenção de 2 certificações ao 
empreendimento avaliado, uma de valor nacional (AQUA) e uma de valor internacional 
(HQE). 
Para possibilitar a certificação, tanto no ciclo de construção quanto no de operação, o 
empreendimento deve cumprir as exigências de dois referenciais técnicos: “Sistema de 
Gestão do Empreendimento” (SGE) e “Qualidade Ambiental do Edifício” (QAE). Para o 
ciclo operação, também devem ser seguidas as orientações constantes no documento 
“Gestão Ambiental do Empreendimento” (GAE). Uma breve comparação entre o 
conteúdo dos três documentos é apresentada na Tabela 5.1. Esses referenciais 
técnicos têm versões específicas para edifícios em construção, em operação, 
residenciais e não residenciais, são constantemente atualizados, e podem ser 
consultados no website da Fundação Vanzolini. 
Tabela 5.1 – Referenciais teóricos usados para fins da certificação AQUA-HQETM 
Documento Sigla Ciclo atendido Conteúdo 
Sistema de Gestão 
do Empreendimento 
SGE Construção e 
Operação 
Exigências quanto ao sistema de 
gestão de empreendimentos 
Qualidade Ambiental 
do Edifício 
QAE Construção e 
Operação 
Agrupa as premissas de avaliação 
de desempenho ambiental da 
edificação 
Gestão Ambiental do 
Empreendimento 
GAE Operação Requisitos do sistema de gestão 
do uso e operação da edificação 
, 
 
 
11 
 
A certificação AQUA-HQETM é um processo com diversos requisitos e exigências, assim, 
recomenda-se o conhecimento dos documentos e fluxos, como uma maneira de 
aumentar as chances de sucesso na certificação do empreendimento. Por exemplo, 
para edifícios residenciais em construção, o referencial de avaliação apresentaexigências divididas em 14 categorias, agrupadas em 4 temas (Tabela 5.2). 
Tabela 5.2 – Categorias de avaliação de qualidade ambiental dos edifícios 
residenciais em construção, usados para fins da certificação AQUA-HQETM 
Meio Ambiente Energia e 
Economias 
Conforto Saúde e Segurança 
Categoria 1 
Edifício e seu 
entorno 
Categoria 4 
Energia 
Categoria 8 
Conforto 
higrotérmico 
Categoria 12 
Qualidade dos 
espaços 
Categoria 2 
Produtos, sistemas 
e 
processos 
construtivos 
Categoria 5 
Água 
Categoria 9 
Conforto acústico 
Categoria 13 
Qualidade do ar 
Categoria 3 
Canteiro de obras 
Categoria 7 
Manutenção 
Categoria 10 
Conforto visual 
Categoria 14 
Qualidade da água 
Categoria 6 
Resíduos 
 Categoria 11 
Conforto olfativo 
 
Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI e CERQUAL (2021). 
Nos certificados concedidos aos empreendimentos constam informações sobre a 
avaliação global, e sobre a avaliação por tema, possibilitando uma análise mais 
detalhada nos temas em que o empreendimento tem melhor desempenho. Cada 
categoria é composta também por informações complementares, que podem 
representar especificações técnicas. 
Cada critério técnico referente a cada uma das 14 categorias é avaliado, e seu 
desempenho pode ser classificado em 4 níveis: MP – Melhores Práticas; BP – Boas 
Práticas; B – Base; NC – Não conforme. Os níveis BP e MP são alcançados quando o 
empreendimento atinge uma determinada porcentagem de pontos em relação ao 
máximo de pontos aplicáveis à categoria, de modo que o nível MP tem exigência de 
porcentagem de pontos superior ao nível BP. 
, 
 
 
12 
 
Para a obtenção da certificação o empreendimento deve atender, no mínimo, as 
exigências de todos os pré-requisitos para atingir o nível base (B) para as 14 categorias. 
Para obtenção da certificação de valor nacional (AQUA) o empreendimento deve 
atingir o perfil mínimo de níveis das categorias: 3 MP, 4 BP e 7 B (Figura 5.5). Uma 
exceção é dada aos empreendimentos nos âmbitos do programa Minha Casa Minha 
Vida, ou equivalente, que podem obter a certificação AQUA ao atingir o nível base (B) 
nas 14 categorias. 
 
Figura 5.5 – Perfil mínimo de níveis de categorias para obtenção de certificação 
AQUA. 
Para a certificação em âmbito internacional, além da classificação de níveis MP, BP, B e 
NC, para as 14 categorias, existe uma classificação de 1 a 5 estrelas dada a cada um 
dos 4 temas. A obtenção de estrelas em cada tema depende de um critério de 
pontuação baseado nos níveis obtidos nas categorias. Esses critérios podem ser 
simplificados pelo atendimento mínimo de níveis apresentado na Tabela 5.3. 
Lembrando que todas as 14 categorias devem ser classificadas no mínimo com o nível 
base (B). 
Tabela 5.3 – Níveis mínimos para as categorias de cada tema de avalição para 
obtenção de estrelas no sistema de certificação AQUA-HQETM 
Temas * ** *** **** ***** 
Energia e Economias 
Categorias 4, 5 e 7 
3 B 1 BP 
1 MP + 1 
BP 
2 MP 
2 MP + 1 
BP 
Conforto 4 B 2 BP 1 MP + 2 2 MP + 1 3 MP + 1 
, 
 
 
13 
 
Categorias 8, 9, 10 e 11 BP BP BP 
Saúde e Segurança 
Categorias 12, 13 e 14 
3 B 1 BP 
1 MP + 1 
BP 
1 MP + 2 
BP 
2 MP + 1 
BP 
Meio Ambiente 
Categorias 1, 2, 3 e 6 
4 B 2 BP 
1 MP + 2 
BP 
2 MP + 1 
BP 
3 MP + 1 
BP 
Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI e CERQUAL (2021). 
Por fim, a certificação em nível global pode ser concedida em 5 classificações, a 
depender dos resultados dos níveis de categorias e estrelas obtidas (somadas). As 
classificações são apresentadas na Tabela 5.4. É importante destacar que para se obter 
a classificação HQE PASS no Brasil deve-se seguir o mínimo para a certificação em 
âmbito nacional (3 MP, 4 BP e 7 B), com a exceção apenas a programas do tipo Minha 
Casa Minha Vida. 
Tabela 5.4 – Níveis mínimos cada classificação no sistema de certificação HQETM 
Classificação em âmbito Global Níveis mínimos a serem atingidos 
HQE PASS 14 categorias em B e 4 estrelas 
HQE GOOD Entre 5 e 8 estrelas 
HQE VERY GOOD Entre 9 e 12 estrelas 
HQE EXCELLENT Entre 13 e 15 estrelas 
HQE EXCEPTIONAL 16 estrelas ou mais 
Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI e CERQUAL (2021). 
Conclusão 
Neste bloco vimos que a indústria da construção é responsável pela utilização de 
grande quantidade de recursos naturais, com consequente geração de significativos 
impactos ambientais, assim, o setor de construção civil demanda medidas em busca da 
sustentabilidade. Nesse sentido, as certificações LEED – Leadership in Energy and 
Environmental Design, e AQUA - HQETM estabelecem requisitos e critérios associados à 
sustentabilidade das construções. 
REFERÊNCIAS 
CBIC - CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Construção Sustentável: 
a mudança em curso. Brasília: CNI - Confederação Nacional da Industria, 2017. 
, 
 
 
14 
 
COSTA, M.L.S.; ALMEIDA, M.; CUNHA, R.D.A.; CESAR, S.F. Estudo comparativo entre as 
normas ISO 21931:2010, NBR 15575 e os requisitos das Certificações AQUA e LEED. 
Brazilian Journal of Development, v.7, n.11, p. 105727-105740, 2021. 
FUNDAÇÃO VANZOLINI. AQUA-HQETM. Disponível em: 
https://vanzolini.org.br/certificacao/sustentabilidade-certificacao/aqua-hqe/. Acesso 
em 11 set. 2022. 
FUNDAÇÃO VANZOLINI E CERQUAL. Referencial de Avaliação da Qualidade Ambiental 
de Edifícios Residenciais em Construção. São Paulo: Fundação Vanzolini, 2021. 
FUNDAÇÃO VANZOLINI E CERQUAL. Referencial de Avaliação da Qualidade Ambiental 
de Edifícios Não Residenciais. São Paulo: Fundação Vanzolini, 2021. 
GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL. Certificação LEED. Disponível em: 
https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-leed/. Acesso em 08 set. 2022. 
GRÜNBERG, P.R.M, MEDEIROS, M.H.F.; TAVARES, S.F. Certificação ambiental de 
habitações: comparação entre LEED for Homes, Processo Aqua e Selo Casa Azul. 
Ambiente & Sociedade, v. 17, n. 2, pp. 195-214, 2014.

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