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CLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 99 INTRODUÇÃO Uma das primeiras classificações ortodônti- cas surgiu em 1842, quando Carabelli dividiu as Após O entendimento das dez características más oclusões em: desejáveis em uma oclusão normal (Capítulo 4), passaremos a estudar suas alterações ou des- Mordex normalis oclusão normal vios, denominadas más Mordex rectus contato incisal de topo As más oclusões têm ocorrência em todo O a topo mundo, e, sob certo ponto de vista, são de solu- ção mais difícil do que a própria cárie dentária, Mordex abertus ausência de contato que, com os modernos métodos de prevenção oclusal, ou mordida como a fluoretação da água de abastecimento, aberta tem possibilidade de ser reduzida sensivelmen- Mordex prorsus desequilíbrio oclusal te. Aquela, em função de sua natureza morfo- por protrusão genética, na maioria das vezes continua a exigir cuidados e estudos. Mordex retrorsus desequilíbrio oclusal Wylie (1947) define má oclusão como por retrusão uma relação alternativa de partes despro- Mordex tortusus inversão da oclusão porcionadas. Suas alterações podem afetar no sentido vestibulo- quatro sistemas simultaneamente: dentes, lingual, ou mordida ossos, músculos e Determinados ca- cruzada sos mostram irregularidades apenas na posi- ção dos dentes. Outros podem apresentar dentes alinhados ou bem posicionados exis- Outras classificações foram surgindo como tindo, todavia, uma relação basal anormal. as de Magitot Case (1921) Carrea Alguns autores utilizam O termo displasia (1922), Simon (1922) e Izard (1930). Entretan- para identificar estas anomalias. Assim as to, de todas, a que mais difundiu-se, fixando-se más oclusões podem ser displasias dentais, definitivamente na Ortodontia, foi a classifica- esqueléticas e ção desenvolvida por Edward Hartley A enorme diversidade de aspectos das más oclusões incitou os ortodontistas a reunir casos I CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE semelhantes em classes. Assim surgiram as clas- sificações, que agrupam casos clínicos de aspec- Angle, em 1899, publica um artigo onde se tos similares em classes de má oclusão. propõe a classificar as más oclusões. O autor O ato de se classificar é frequente em todos que O primeiro molar permanente os ramos da ciência, sendo empregado na superior ocupava uma posição estável no es- nica, na zoologia, nas ciências exatas, etc. Pode- queleto craniofacial, e que as desarmonias de- mos citar entre as principais vantagens de se corriam de alterações anteroposteriores da ar- classificar as más oclusões: cada inferior em relação a ele. Maior rapidez na identificação do aspecto Dividiu as más oclusões em três categorias clínico, seja para a comunicação entre profis- básicas, que se distinguem da oclusão normal, sionais, seja para que O próprio ortodontista descrita no capítulo anterior. As Classes de má raciocine sobre os possíveis fatores etiológicos oclusão foram divididas em I, II e III (com alga- causadores do problema; rismo romano). Possibilita a comparação de casos clínicos com aspectos semelhantes (agrupados em uma I CLASSE I mesma classe) ou distintos (classes diferentes). Entretanto, as classificações têm limitações, e, Estão incluídas neste grupo as más oclusões entre elas, a maior reside no fato que na elabora- onde há relação anteroposterior normal entre ção do projeto terapêutico a classe de oclusão os arcos superior e inferior, evidenciada pela deve desempenhar um papel bastante "chave molar". Apesar de existirem semelhanças no aspecto, más O autor denominou chave molar a oclusão oclusões de mesma classe poderão apresentar correta entre os molares permanentes superior agentes causais distintos, cabendo ao profissional e inferior, na qual a cúspide mesiovestibular do cuidadoso realizar detalhado exame clínico e ra- 1° molar superior oclui no sulco mesiovestibu- diográfico, até a definição do lar do 1° molar inferior (Fig. 5.1).100 DIAGNOSTICO E PLANEJAMENTO CLÍNICO CLASSE I DETERMINANTE CHAVE MOLAR 5.1A Fig. 5.1 - Chave molar. É relação presente oclusão assim como no má oclusão de Classe (5.1A) Quando os molores estão em chave, a ponta de mesiovestibular do superior oclui no mesiovestibular do molar inferior. perfil facial reto é frequente. Nos pacientes portadores de Classe I de Angle, é 5.2A e B) e equilíbrio nas funções da musculatu- a presença de um perfil facial reto (Fig. ra peribucal, mastigadora e da língua. 5.2ACLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 101 5.2C Fig. 5.2. Paciente portador de má oclusão de Classe de Angle. Os molores estão em chave, mas problemas de falta de espaço e mordido anterior podem ocorrer. 5.2E 5.2D Os problemas oclusais, que podem ocorrer mordida profunda ou sobremordida (Fig. 5.3A isoladamente ou combinados (Figs. 5.2C, D e e B), cruzamento de mordida ou até mesmo E), são normalmente devidos à presença de fal- protrusão dental simultânea dos dentes supe- ta de espaço no arco dental (apinhamento), riores e inferiores (biprotrusão). Em geral nos excessos de espaço no arco (diastemas), más casos de mordida aberta ou de biprotrusão O posições dentais individuais, mordida aberta, perfil facial torna-se convexo (Fig. 5.3 C e D). 5.3B 5.3A Sobremordida ou Overbite Figs. 5.3 A e B. Aprofundamento de mordida no região incisal, usualmente denominado sobremordida ou overbite.102 ORTODONTIA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO CLÍNICO 5.3C 5.3D Fig. 5.3 As imagens e D apresentam uma paciente com oclusão de Classe de Angle à biprotrusão que produz um perfil convexo. 2 CLASSE II Sua característica determinante é que sulco mesiovestibular do 1° molar permanente inferior São classificadas como Classe II de Angle as encontra-se distalizado em relação à cúspide me- más oclusões nas quais O 1° molar siovestibular do 1° molar superior (Fig. 5.4A). inferior situa-se distalmente ao 1° molar superior, Em geral, os pacientes classificados neste gru- sendo por isso também denominada distoclusão. po apresentam perfil facial convexo (Fig. 5.4B). CLASSE II DETERMINANTE DISTOCLUSÃO DO 1° MOLAR PERMANENTE INFERIOR 5.4A 5.4B Fig. 5.4 Distoclusão do permanente inferior, caracteristica determinante oclusão de Classe de Observa-se que sulco mesio- vestibular do molar inferior situa-se distalmente à mesiovestibular do permanente superior (Fig. 5.4 A). A B mostro 0 perfil convexo, frequente nos pacientes ClasseCLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 103 As más oclusões da Classe II foram separa- São nestes pacientes os pro- das em duas divisões: a divisão e a divisão blemas de desequilíbrio da musculatura faci- (escritas em algarismos arábicos). al, decorrentes do distanciamento vestibulo- lingual entre incisivos superiores e inferio- A - CLASSE II DIVISÃO res. Este desajuste anteroposterior é deno- minado sobressaliência ou "overjet", O per- Angle situou nesta divisão, as más oclusões fil facial destes pa-cientes é, em geral, conve- de Classe II com inclinação vestibular dos inci- XO (Fig. 5.6). sivos superiores (Fig. 5.5). CLASSE II DIVISÃO DETERMINANTES MOLAR DE CLASSE II VESTIBULARIZAÇÃO DOS INCISIVOS SUPERIORES 5.5B Fig. 5.5 Angle situou na divisão da Classe as más oclusões que apresentam relação molar de Classe II (distoclusão) e vestibularização dos incisivos A 5.6B104 ORTODONTIA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO CLÍNICO 5.6 5.6C Sobressaliência ou Overjet 5. 5.6E Fig. 5.6 - Paciente classificado como Classe divisão Notar 0 desequilibrio muscular (A, C) com incompetência dos lóbios e aprofundamento do sulco A dos incisivos superiores cria projeção destes em relação incisivos Esta projeção é denominada sobressaliência ou overjetCLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 105 Podemos associada à Classe II divi- Cruzamentos de mordida: nos casos com so- são a presença de: bressaliência, a língua tende a se projetar Mordida profunda: já que contato oclusal dos para anterior durante as funções de degluti- incisivos está alterado pela sobressaliência, estes ção e fonação, mantendo-se assentada no as- tendem a extruir, aprofundando a mordida; soalho bucal (ao invés de tocar O palato Mordida aberta: presente nos pacientes que pos- duro) durante repouso. Este desequilíbrio suem hábitos inadequados, seja devido à interposi- favorece a lingualização dos premolares e de língua, sucção digital ou de chupeta; molares superiores, podendo gerar mordidas - Problemas de espaço: falta ou excesso de espa- cruzadas (Fig. 5.7); CO no arco; Más posições dentais 5.7A 5.7B Lingual Vestibular 5.7C 5.7D 5.7E 5.7F Fig. 5.7 Lingualização dos dentes posteriores superiores (A) 0 que pode ao cruzamento lingual de Nestes casos as cúspides vestibulares de premolares ou ocluem no sulco central dos dentes inferiores (B) Já nas imagens D. E e um caso de Classe divisão com cruzamento vestibular de mordida, no qual os premolares e superiores do lado direito estão tocando com a face palatina na face vestibular dos dentes inferiores.106 ORTODONTIA DIAGNÓSTICO E CLÍNICO Em alguns casos, a relação molar de Classe II B CLASSE II DIVISÃO ocorre em apenas um dos lados. Nestes casos dizemos que estamos diante de uma Classe II Esta classe engloba as más oclusões que divisão subdivisão direita (quando a relação apresentam relação molar de Classe II sem molar de Classe II estiver somente do lado direi- sobressaliência dos incisivos superiores, es- to) ou Classe II divisão subdivisão esquerda tando eles lingualizados ou verticalizados (quando a Classe II estiver do lado (Fig. 5.8). CLASSE II DIVISÃO DETERMINANTES MOLAR DE CLASSE II LINGUALIZAÇÃO ou VERTICALIZAÇÃO DOS INCISIVOS SUPERIORES 5.8A 5 5.8C 5 Fig. 5.8 As más oclusões de Classe divisão de Angle caracterizam- se pela distoclusão (relação molar de Classe II) e lingualização ou verticalização dos incisivos superiores. Neste caso há lingualização dos dois incisivosCLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 107 Os perfis faciais mais comuns a esta má oclu- É possível que encontremos, associada à são são O perfil reto e levemente convexo, as- Classe II divisão mordida profunda anterior, sociados respectivamente à musculatura equili- principalmente nos casos em que não há conta- brada ou aquela com suave alteração (Fig. 5.9). to interincisal (Fig. 5.10). Fig. 5.9 Perfil facial levemente convexo, usual nas Classes divisão Neste caso há suave desequilibrio 5.10B 5.10A 5.10D 5.10C Fig. 5.10 Aspecto de uma Classe divisão 2° com severa sobremordida. Tanto os incisivos centrais quanto os laterais superiores estão lingualizados.08 DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO CLÍNICO Quando a má oclusão de Classe II divisão de um dos lados, usamos O termo subdivisão apresenta relação molar de Classe II somente (Fig. 5.11). 5.1 Fig. 5.11 - Paciente portador de má oclusão de Classe divisão subdivisão direita, isto é, relação molar de Classe está apenas do lado direito, enquanto lado esquerdo apresenta chave 5. 3) CLASSE III rior, e portanto seu sulco mesiovestibular, en- contra-se mesializado em relação à cúspide me- Angle classificou como Classe III as más siovestibular do 1° molar permanente superior clusões nas quais 1° molar permanente infe- (Fig. 5.12).CLASSIFICAÇÃO DAS OCLUSÕES 109 CLASSE III DETERMINANTE MESIOCLUSÃO DO MOLAR PERMANENTE INFERIOR 2A 5.12B Fig. 5.12 A mesioclusão do permanente inferior é a caracteristica determinante má oclusão de Classe III de Notar que sulco mesiovestibular do molar inferior está mesializado em relação à cúspide mesiovestibular do molar superior (Fig. 5.12 A). o perfil côncavo (B) é nestes O perfil facial é predominantemente cônca- Eventualmente encontramos problemas de e a musculatura está, em geral, desequilibra- espaço (falta ou excesso), mordidas abertas ou da (Fig. 5.13). Os cruzamentos de mordida an- profundas e más posições dentais individuais terior ou posterior são frequentes. (Fig. 5.14). .13A 5.13B Fig. 5.13 Perfil de paciente portador de Classe III (A) e intrabucais de frente (B) e lateral direita e esquerdo (C e D) evidenciando o cruzamento de mordida anterior. 13.C 5.13.D110 ORTODONTIA DIAGNÓSTICO E PLANEIAMENTO CLÍNICO 5.14A Fig. 5.14 Caso de Classe no qual o cruzamento de anterior não se manifestou. A oclusão foi compensada com a inclinação lingual dos incisivos inferiores, gerando falta de espaço e apinhamento. 5.14B 5.14C Caso apenas um dos lados esteja em Classe cação de Lisher e de Simon, que enfocam ou- III, empregamos termo subdivisão. tros aspectos das más oclusões. A classificação de Angle é, ainda hoje, a mais utilizada pelos ortodontistas, e isto se deve à sua II - CLASSIFICAÇÃO DE LISHER simplicidade com apenas três classes - e fácil compreensão. Suas limitações estão no fato de Em 1911 Lisher sugere um modo de se 1° molar superior permanente não é estável no classificar mau posicionamento dental de esqueleto craniofacial, como provaram estudos forma individualizada, isto é, autor utiliza cefalométricos posteriores; somente no um nome, que define a alteração do dente em posicionamento dos dentes, deixando de eluci- relação à sua posição normal. Acrescentou dar os aspectos ósseos e musculares, e considera sufixo "versão" ao termo indicativo da direção apenas as alterações no sentido anteroposterior, do desvio. não citando as verticais ou No sentido de suprir as eventuais falhas da 1 Mesioversão O dente está mesializado em classificação de Angle, descreveremos a classifi- relação à sua posição normal (Fig. 5.15). 5.15A 5.15B Fig. 5.15 - Mesioversão do molar superior esquerdo decorrente perda do e 2° premolar superiorCLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 2 Distoversão - Distalização do dente em rela- 8 Axiversão - Há uma alteração da inclinação ção à sua posição ideal (Fig. 5.16). do longo eixo dental (Fig. 5.21). 3 Vestibuloversão ou labioversão O dente 9 - Transversão O dente sofreu uma transpo- apresenta sua coroa vestibularizada em relação sição, isto é, trocou seu posicionamento no à posição normal (Fig. 5.17). arco dental com outro elemento dental (Fig. 4 Linguoversão A coroa dental está linguali- 5.22). zada em relação à sua posição ideal (Fig. 5.18). 10 Perversão Indica a impactação do dente, 5 Infraversão - O dente apresenta a sua face em geral, por falta de espaço no arco (Fig. oclusal (ou incisal) aquém do plano oclusal (Fig. 5.19). Os termos criados por Lisher podem ser 6 Supraversão O dente está com a face oclu- combinados para denominar um dente que sal, ou borda incisal, além do plano de oclusão. na duas ou mais alterações, como inframesio- 7 Giroversão Indica uma rotação do dente versão, axigiroversão ou ainda mesiolinguo-su- em torno de seu longo eixo (Fig. 5.20). praversão (Fig. 5.24). Fig. 5.16 Radiografia que evidencia a distoversão do incisivo Fig. 5.17 Vestibuloversão do premolar inferior direito. lateral inferior direito, que tem coroa na região de premolar. Fig. 5.18 Linguoversão do incisivo lateral superior direito. 5.19A 5.19B Fig. 5.19 Os superiores deste paciente se encontram em isto é, estão do plano112 ORTODONTIA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO CLÍNICO Fig. 5.20 Giroversão dos quatro incisivos Os dentes Fig. 5.21 Axiversão do incisivo lateral superior direito, isto o longo sofreram rotações em torno de seu longo eixo dental sofreu uma alteração. Fig. 5.22 Transversão do canino superior direito, pois este erupcionou Fig. 5.23 Lisher denominou perversão a do dente. Neste entre os premolares. É mesmo que transposição. caso diz-se que conino superior direito apresenta perversão. 5.24A 5 Fig. 5.24 Posicionamentos dentais complexos podem ser nomeados graças à combinação de dois ou mais termos. Em incisivo central superior esquerdo apresenta figura B, incisivo lateral superior esquerdo com III - CLASSIFICAÇÃO DE SIMON I - ANOMALIAS A classificação de Simon data de 1922 e Empregando como referência plano orbi- prevê a divisão das más oclusões relacionando tal (Fig. 5.25) Simon denominou protração a os arcos dentais, ou parte deles, com três pla- anteriorização de todo arco dental, ou parte nos anatômicos. Os planos escolhidos foram dele, e retração deslocamento de um ou mais de Frankfurt, sagital mediano orbital. dentes para posterior.CLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 113 Fig. 5.25 o plano orbital é perpendicular plano de Frankfurt e passa pelos pontos orbitais (Or) direito e esquerdo. Simon usou este plano como referência para as anomalias 2 - ANOMALIAS TRANSVERSAIS 3 - ANOMALIAS VERTICAIS São relacionadas ao plano sagital mediano Foram relacionadas ao plano de Frankfurt (Fig. e diz-se contração quando há (Fig. e denominadas atração quando se aproximação de um dente ou segmento de aproximam do plano (intrusão dos dentes ma- arco e distração para afastamento em rela- xilares ou extrusão dos dentes mandibulares) e ção ao plano. abstração quando se afastam. Fig. 5.27 As anomalias verticais foram relacionadas plano de Frankfurt (Po Or). O sistema descrito tem grande importância clínica, pois orienta os dentes ou arcos dentais em relação ao esqueleto craniofacial, dando uma visão tridimensional da má oclusão. Entre- tanto, apesar de seu uso diagnóstico e concei- tual, ele não tem a devida divulgação entre os Na prática clínica utilizam-se Fig. 5.26 Plano sagital mediano, empregado para avaliar as anomalias apenas os termos protração e retração e mais transversais. raramente contração.114 ORTODONTIA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO CLÍNICO IV CLASSIFICAÇÃO Capítulos 12 e 13 tratam detalhadamente des- ETIOLÓGICA DAS tes problemas. MÁS OCLUSÕES 3 MÁ OCLUSÃO DE ORIGEM ÓSSEA De autoria de Robert Moyers, esta classifica- ção sugere distinguir as más oclusões de acordo Nesta categoria estão as displasias ósseas, en- com sua origem etiológica. O autor reconhece volvendo os problemas de tamanho, forma, posi- que a grande maioria das deformidades decor- cionamento, proporção ou crescimento anor- re de alterações tanto nos dentes quanto no mal de qualquer osso do crânio ou da face. osso e na musculatura, mas procura através des- Como podemos perceber, autor, ao con- te sistema destacar principal fator trário de Angle, Lisher e Simon, não define um nome para cada alteração dental, muscu- MÁ OCLUSÃO DE ORIGEM DENTAL lar ou esquelética. Assim Moyers utiliza termos criados por outros pesquisadores, acrescentan- Cabem neste grupo as más oclusões cuja do comentários quanto ao fator etiológico. principal alteração está nos dentes e osso alveo- Pode-se dizer, por exemplo, que paciente é lar. Moyers inclui aqui as más posições dentais portador de uma Classe II de Angle com vesti- individuais e as anomalias de forma, tamanho e buloversão dental superior e severa retração número de dentes. mandibular. O conceito de se determinar a origem do 2 MÁ OCLUSÃO DE ORIGEM problema oclusal antes de qualquer interven- MUSCULAR ção clínica é amplamente discutido no Capítu- lo de Diagnóstico e Planejamento São as anomalias cuja causa principal é um desvio da função normal da musculatura. Os REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dent. Cosmos 1911. 5. Moyers R.M. Ortodontia ed. Guanabara Koo- 1. Angle, E.H. Classification of gan, Rio de Janeiro, 1984. Dental Cosmos (41) 248-357, 1899. 6. Posselt, V. The Phisiology of Occlusion and 2. C. Principles of occlusion and dentofacial Rehabilitation 2nd ed. Philadelphia, F.A. Davis relations. Dental Items Int. 27:489, 1905. Co., 1968. 3. Dantas A.L. Classificação das má oclusão Rev. 7. Simon, P. Fundamental Principles of a Systema- Soc. Paul. Orto. 5 (1) jan/mar. Diagnosis of Traslated by B.E. 4. Lisher, B.E. The diagnosis of malocclusion. Lisher, Boston, Stratford Co., 1926.

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