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Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares

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Prévia do material em texto

Prof. Me. Laís Caroline Poleto
ORTODONTIA E ORTOPEDIA 
FUNCIONAL DOS MAXILARES
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
P765o Poleto, Laís Caroline
 Ortodontia e ortopedia funcional dos maxilares / Laís
 Caroline Poleto. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 101 p. : il. Color.
 
 1. Ortodontia. 2. Maxilares. 3. Articulação temporomandibular.
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a
 Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 617.643
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
● Mestre em Odontologia Integrada (Universidade Estadual de Maringá);
● Especialista em Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares (Universidade Cruzeiro do 
Sul - Integrale);
● Bacharel em Odontologia (Universidade Estadual de Londrina).
Durante a graduação desenvolveu projetos de pesquisa na área de Medicina Oral 
e Odontologia Infantil, com programas extensionistas na área de Odontologia Preventiva 
e Social. Atualmente realiza pesquisas na área de desenvolvimento da Ortodontia e da 
Ortopedia dos Maxilares.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4302195334926171
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/4302195334926171
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Olá, aluno (a)! Seja bem-vindo (a) a disciplina de Ortodontia e Ortopedia Funcional 
dos Maxilares. Essa disciplina será de extrema importância para sua formação pois a Fonoau-
diologia e a Ortodontia são grandes aliados e se completam em várias propostas terapêuticas.
Dentro da Motricidade Oral, você, como futuro fonoaudiólogo, deverá visar a 
prevenção, habilitação ou reabilitação das funções estomatognáticas (que são elas: mas-
tigação, respiração, deglutição e sucção), visando o equilíbrio miofuncional. Sendo assim, 
possuindo a mesma área de atuação, ou seja, o sistema estomatognático, ortodontistas e 
fonoaudiólogos devem trabalhar em conjunto.
Para que esse tratamento multiprofissional seja possível, as habilidades necessárias 
devem ser desenvolvidas desde a vida acadêmica. Assim, nossa disciplina irá apresentar 
um conteúdo introdutório e essencial para fonoaudiólogos.
O objetivo é facilitar a comunicação entre os profissionais, buscando sempre um 
tratamento integrado da saúde do nosso paciente. Para isso, as unidades estão organizadas 
de acordo com uma sequência lógica dentro da disciplina, iniciando com a unidade I em 
que vamos conhecer os conceitos básicos de crescimento e desenvolvimento craniofacial, 
a evolução das dentições e a classificação das maloclusões, bem como suas etiologias. 
Uma vez fundamentados esses conceitos, na unidade II iniciam-se os ensinamen-
tos sobre a análise da dentição mista, os conhecimentos básicos para análise cefalométrica, 
a biologia do movimento dentário, além do tratamento ortodôntico preventivo, interceptativo 
e corretivo. Neste último tópico, abordarei dentro do tratamento ortodôntico preventivo 
sobre a manutenção de espaço nas arcadas dentárias; no tratamento interceptativo sobre 
a mordida cruzada e a mordida aberta de origem dentária; e, por fim, abordarei um pouco 
sobre o tratamento ortodôntico corretivo.
Na sequência, na unidade III falarei a respeito da articulação temporomandibular 
(ATM). Essa é uma unidade de muita importância para nossa disciplina já que ATM é res-
ponsável por todos os movimentos que fazemos com a mandíbula, isso inclui a mastigação 
e a fala. Seu funcionamento ocorre graças à ação conjunta da musculatura da face, bem 
como do disco articular responsável pelo suave deslizamento da extremidade do osso da 
mandíbula, na fossa articular do osso temporal. Como o aparelho fonador é incluso neste 
processo, a fonoaudiologia precisa fazer parte do tratamento para manter o universo bucal 
do paciente em constante harmonia.
Por fim, em nossa unidade IV, vou finalizar o conteúdo dessa disciplina discutindo 
sobre as etiologias e possibilidades de tratamentos relacionados às alterações miofuncionais.
Será um prazer compartilhar todo conhecimento com vocês, e espero que todo o 
conteúdo contribua para o seu crescimento profissional.
Muito obrigada e bom estudo!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Introdução Teórica
UNIDADE 2
Diagnóstico e Tratamento Ortodôntico
UNIDADE 3
Articulação Temporomandibular
UNIDADE 4
Etiologias e Tratamentos Relacionados 
às Alterações Miofuncionais
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Plano de Estudos
• Crescimento e desenvolvimento craniofacial;
• Evolução das dentições;
• Más oclusões dentárias: classificação e etiologia.
Objetivos da Aprendizagem
• Entender sobre o crescimento e desenvolvimento craniofacial;• Compreender a evolução das dentições: dentição decídua, dentadu-
ra mista e dentição permanente;
• Apreender a classificação e a etiologia das más oclusões dentárias.
1UNIDADEUNIDADEINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOTEÓRICATEÓRICAProfessora Mestra Laís Caroline Poleto
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a), tudo bem? A partir daqui daremos início a unidade I da nossa discipli-
na de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Acredito que, assim como eu, você 
deve estar com muitas expectativas para iniciar essa trilha de aprendizagem. Portanto, 
procure um lugar confortável e se acomode, porque vamos realizar a introdução teórica da 
disciplina a partir de agora.
A nossa primeira unidade é uma introdução dos principais conceitos da Ortodontia 
e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Como já dito anteriormente, essa é uma etapa muito 
importante para facilitar a comunicação entre os profissionais, buscando sempre um trata-
mento interdisciplinar do nosso paciente.
A interdisciplinaridade é o campo no qual atuam uma ou mais disciplinas ou ramos 
do conhecimento, porém, o trabalho interdisciplinar não exige apenas a coincidência de um 
mesmo objeto de estudo entre duas disciplinas. A interdisciplinaridade exige integração de 
conteúdos e procedimentos, com vistas à formulação de um saber complementar desse ob-
jeto de estudo. Nesse sentido, um trabalho interdisciplinar entre Fonoaudiologia e Ortodontia 
prescinde de comunicação entre os profissionais envolvidos, a fim de possibilitar padroni-
zação dos registros e contemplar os objetivos terapêuticos no atendimento aos pacientes.
Iniciaremos com as definições e conceitos de crescimento e desenvolvimento 
craniofacial. Neste tópico serão abordados os tipos de ossificação, os mecanismos de 
crescimento ósseo, o crescimento da maxila e mandíbula, bem como o crescimento dos 
arcos dentários.
Dando continuidade, explicarei sobre a evolução das dentições. Aqui abordarei a 
dentição decídua, dentadura mista, dentição permanente e sobre como seria uma oclusão 
normal ou uma oclusão normal funcional.
Por fim, teremos um tópico sobre más oclusões dentárias, no qual iremos estudar 
as classificações e a etiologia de cada uma delas.
Vamos começar?
Então bons estudos!
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 7
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Entender sobre o crescimento e desenvolvimento craniofacial é fundamental para 
um diagnóstico, planejamento e tratamento da etiologia do nosso paciente.
Um crescimento e desenvolvimento craniofacial normal é essencial para uma har-
monia estética e funcional da face.
Definições
Enquanto crescimento é uma alteração em magnitude e/ou proporção (mudança 
quantitativa), desenvolvimento é um amadurecimento, englobando a diferenciação celular 
e tecidual (mudança quantitativa e qualitativa).
O crescimento e desenvolvimento vão acontecendo gradual e harmonicamente até 
a fase adulta.
1.1 Crescimento Ósseo
Apesar de sua dureza, o osso é um dos tecidos orgânicos mais plásticos e maleá-
veis. Originário do tecido conjuntivo, até seu amadurecimento pode passar por um modelo 
membranoso ou cartilaginoso.
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 1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIALTÓPICO
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 8
1.1.1 Tipos de Ossificação
Ossificação Intramembranosa: Ocorre pela condensação do tecido conjuntivo mem-
branoso, na qual células mesenquimatosas diferenciam-se em osteoblastos e produzem 
uma substância óssea extracelular (matriz osteóide). Essa matriz se calcifica e tem como 
resultado um tecido ósseo constituído de matriz mineralizada e osteoblastos enclausurados 
(que recebem o nome de osteócitos) (JANSON et al., 2013). Ex.: Maxila, o corpo e o ramo 
mandibular (Figura 1).
Ossificação endocontral: Forma-se por uma cartilagem que posteriormente é subs-
tituída pelo osso. Em algumas áreas essa cartilagem é mantida e denominada cartilagem 
de crescimento (responsável pelo crescimento em comprimento dos ossos longos). Para 
formação do tecido cartilagíneo, inicialmente acontece o crescimento intersticial, em que as 
células mesenquimais se diferenciam em condroblastos. Os condroblastos produzem uma 
matriz cartilagínea onde ficam aprisionados e dão origem aos condrócitos. O crescimento 
intersticial ocorre mais na fase inicial de crescimento da cartilagem, depois o crescimento é 
majoritariamente aposicional – quando os condroblastos que se diferenciam do pericôndrio. 
Depois disso, essa cartilagem é invadida e substituída por tecido ósseo (JANSON et al., 
2013). Ex.: Septo nasal, côndilo mandibular e a base craniana (Figura 1).
FIGURA 1 - DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO CEFÁLICO, EVIDENCIANDO OS SEGMENTOS DE 
ORIGEM CARTILAGINOSA: (1) SEPTO NASAL, (2) BASE CRANIANA E (3) CÔNDILO MANDIBULAR
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 41).
9UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
1.1.2 Mecanismos de crescimento ósseo 
O osso pode crescer por mecanismos de remodelação, deslizamento e desloca-
mento. A remodelação óssea consiste na aposição óssea no lado de crescimento da su-
perfície cortical, promovida por osteoblastos, e de reabsorção óssea na superfície oposta, 
promovida pelos osteoclastos. Porém, o osso não cresce igualmente por esse processo, 
pois o periósteo e o endósteo podem apor osso em uma área externa ou interna e reab-
sorverem em outra área contigua. Isto permite que os ossos mudem sua forma à medida 
sofrem remodelação (Figura 2).
FIGURA 2 - RETIFICAÇÃO DA CURVATURA DO OSSO, PELO PROCESSO DE APOSIÇÃO E 
REPOSIÇÃO COM CRESCIMENTO ÓSSEO DIFERENTE EM SUA EXTENSÃO
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 43).
Em ossos de origem cartilaginosa, a cartilagem epifisária é responsável pelo crescimento do osso. Ou seja, 
normalmente, o desaparecimento da cartilagem coincide com a parada de crescimento. Por isso, através 
de uma radiografia de mão e punho podemos ter indicativos da idade óssea do paciente.
Fonte: Vellini-Ferreira (2021).
10UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
Durante o crescimento também há movimentos de deslizamento e de deslocamen-
to. O deslizamento é o movimento da área de crescimento provocado pela remodelação 
óssea. Enquanto o deslocamento é o movimento do osso como uma unidade (Figura 3).
FIGURA 3 - MOVIMENTOS DO CRESCIMENTO ÓSSEO: DESLIZAMENTO E DESLOCAMENTO 
Fonte: Jason et al. (2013, p. 13).
Durante o crescimento por deposição óssea em uma direção, o osso se desloca no 
sentido contrário (deslocamento primário). Mas esse deslocamento pode também aconte-
cer pelo crescimento de outros ossos relacionados (deslocamento secundário).
1.2 Crescimento do esqueleto facial
À medida que o cérebro aumenta de volume, os ossos que o recobrem também se 
expandem. Esse crescimento se dá pelas suturas, fontanelas e alongamento das sincon-
droses, além do próprio processo de deslizamento da remodelação óssea (VELLINI-FER-
REIRA, 2021). 
1.2.1 Crescimento da maxila
A maxila é um osso de origem intramembranosa. Seu crescimento se dá por aposi-
ção e reabsorção óssea em quase toda sua extensão e por proliferação de tecido conjun-
tivo nas suturas que a conectam ao crânio. Na maxila estão inseridos músculos (matrizes 
funcionais) que influenciam a forma final desses ossos, por meio de suas funções.
A área de maior crescimento da maxila é a região do túber, responsável pelo alon-
gamento do arco na porção posterior. Essa área aumenta o comprimento maxilar, e assimproporciona espaço para o irrompimento dos molares. À medida que a maxila cresce para 
11UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
cima e para trás, ela sofre também um deslocamento em direção anterior e inferior, o que 
aumenta a profundidade facial.
Já o crescimento do processo alveolar acontece de acordo com as necessidades 
dentárias e contribui para o aumento da altura maxilar e aumento do comprimento (JANSON 
et al., 2013) (Figura 4).
FIGURA 4 - ÁREAS DE APOSIÇÃO E REABSORÇÃO ÓSSEA DO COMPLEXO NASOMAXILAR: 
(1) TÚBER, (2) PROCESSO ALVEOLAR, (3) ESPINHA NASAL ANTERIOR, (4) SUTURA 
FRONTOMAXILAR E (5) SEIO MAXILAR
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 44).
O crescimento em altura da maxila também acontece devido ao desenvolvimento 
da cavidade nasal e seios maxilares, que se adequam às necessidades respiratórias. Já 
com o crescimento na sutura mediana palatina, acontece o alargamento do palato e arco 
alveolar (JANSON et al., 2013).
1.2.2 Crescimento da mandíbula
A mandíbula tem ossificação mista: endocondral nos côndilos da mandíbula e intra-
membranosa nos ramos e do corpo mandibular.
Os ramos e o corpo mandibular tem suas paredes anteriores reabsorvidas e osso 
aposicionado nas paredes posteriores, promovendo um deslizamento na direção posterior, 
o que proporciona espaço para a irrupção dos molares permanentes. Além disso, a aposi-
12UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
ção óssea no bordo inferior do corpo da mandíbula e na região do mento, ao mesmo tempo 
que acontece a reabsorção na região supramentoniana, da forma ao queixo (Figura 5).
Ainda, o crescimento do côndilo gera um movimento para cima e para trás (Figura 
5), contribuindo para o crescimento em altura da mandíbula, e um deslocamento do osso 
para frente e para baixo, também influenciado pelo movimento da base craniana média 
para a frente.
Em relação ao processo alveolar na mandíbula, este cresce verticalmente e em 
largura conforme os dentes irrompem, além de acompanhar o crescimento para posterior 
dos ramos mandibulares (JANSON et al., 2013).
FIGURA 5 - ÁREAS DE APOSIÇÃO E REABSORÇÃO ÓSSEA DA MANDÍBULA
Fonte: Vellini-Ferreira (2021, p. 46).
1.3 Crescimento dos arcos dentários
O perímetro do arco representa o espaço de mesial do primeiro molar permanente 
direito até a mesial do primeiro molar permanente esquerdo (Figura 6 - A) - englobando 
somente a área de troca de decíduos por permanentes. Já o primeiro e o segundo molares 
permanentes garantem seus espaços pelo alongamento da maxila e do corpo da mandíbula.
O comprimento do arco dentário representa a dimensão anteroposterior. Ele se 
estende da face palatina do incisivo central até a face mesial dos primeiros molares perma-
nentes (Figura 6 - B).
A largura do arco dentário é a medida transversal que se estende de um dente até 
o seu contralateral (Figura 6 - C). Pode ser medido pelas pontas de cúspide, pelo sulco 
oclusal ou pela margem gengival lingual de dentes homólogos.
13UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO DO PERÍMETRO DO ARCO DENTÁRIO (A). COMPRIMENTO DO 
ARCO DENTÁRIO (B). LARGURA DOS ARCOS DENTÁRIOS (C) 
Fonte: Jason et al. (2013, p. 19).
14UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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Conhecer a evolução normal das dentições torna possível determinar onde e quan-
do tratar o paciente para conseguir evitar ou minimizar o aparecimento de maloclusões na 
dentição permanente.
2.1. Dentição decídua
No período pré-natal, a origem embrionária dos dentes decíduos acontece a partir 
da lâmina dentária pelo processo de odontogênese (entre a 7a e a 10a semana de vida 
intrauterina). Por volta da 15a semana, inicia-se o processo de dentinogênese, com a dife-
renciação dos tecidos dentários. É nesta etapa que podem ocorrer distúrbios de desenvol-
vimento que tem como consequência as anomalias de número. 
Nos primeiros 6 meses de vida pós-natal, há crescimento vertical do processo 
alveolar, com ganho em altura no terço inferior da face. Os germes dentários passam a ser 
envolvidos pela cripta óssea.
O primeiro dente a irromper é o incisivo central inferior decíduo, aos 6 meses. Aos 
2,5 anos todos os dentes decíduos já estão em função (Figura 7), porém, somente aos 3 
anos é que as raízes estão completas.
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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 2 EVOLUÇÃO DAS DENTIÇÕESTÓPICO
15
FIGURA 7 - CRONOLOGIA ERUPTIVA MÉDIA DOS DENTES TEMPORÁRIOS
Fonte: Silva (2021, p. 53).
Entre os 3 e os 5 anos, a dentição decídua se mantém em “repouso”, porém o 
processo irruptivo continua dentro do osso alveolar.
2.1.1 Características da dentição decídua
A dentição decídua é composta por 20 dentes.
Dois tipos de arcos podem estar presentes na dentição decídua: o arco tipo I de 
Baume (70% das crianças na maxila e 77% na mandíbula), que apresenta espaços genera-
lizados entre os dentes anteriores; e o arco tipo II de Baume (30% das crianças na maxila e 
23% na mandíbula), sem espaços ou com suaves apinhamentos (Figura 8).
A idade para irrupção dos dentes decíduos deve ser vista apenas como uma média pois diversos fatores 
podem interferir no padrão de irrupção: o estado nutricional infantil, o nascimento prematuro, a 
amamentação, as condições sistêmicas, o nível socioeconômico, o gênero, a suplementação nutricional da 
mãe durante a gravidez.
16UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 8 - ARCO TIPO I DE BAUME APRESENTANDO DIASTEMAS GENERALIZADOS (A), E 
ARCO TIPO II DE BAUME, ONDE É POSSÍVEL VERIFICAR A AUSÊNCIA DE DIASTEMAS OU POR 
VEZES LEVES APINHAMENTOS (B)
Fonte: Janson et al. (2013, p. 38).
Ainda, essa primeira dentição tem a presença de diastemas (conhecidos como 
espaços primatas) entre incisivos laterais e caninos no arco superior, e entre caninos e 
primeiros molares no arco inferior. Em ambos os arcos de Baume, e particularmente nos 
do tipo II, a presença desses espaços é favorável para o bom alinhamento dos dentes 
permanentes anteriores (Figura 9).
FIGURA 9 - LOCALIZAÇÃO DE DIASTEMAS NA DENTADURA DECÍDUA, DENOMINADA POR 
BAUME DE ESPAÇOS PRIMATAS
Fonte: Janson et al. (2013, p. 39).
Durante essa fase, há ausência de curva de Spee, devido à implantação vertical dos 
dentes decíduos em suas bases ósseas (paralelismo do longo eixo dos dentes decíduos) 
(Figura 10).
17UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 10 - VISUALIZAÇÃO ESQUEMÁTICA DA AUSÊNCIA DE CURVA DE SPEE NA 
DENTADURA DECÍDUA, EM VIRTUDE DE SUA IMPLANTAÇÃO VERTICALIZADA
Fonte: Janson et al. (2013, p. 39).
Outra característica, é que os segundos molares decíduos podem ser classificados 
em três planos terminais: reto (faces distais superior e inferior estão no mesmo plano ver-
tical), mesial (face distal do segundo molar decíduo inferior se encontra em uma relação 
anterior a face distal do segundo molar decíduo superior) e distal (face distal do segundo 
molar decíduo superior oclui mesialmente à face distal do segundo molar decíduo inferior) 
(Figura 11).
FIGURA 11 - PLANOS TERMINAIS DOS SEGUNDOS MOLARES DECÍDUOS
Fonte: Janson et al. (2013, p. 39).
2.1.2 Maloclusões na dentição decídua
As mordidas abertas (Figura 12) estão associadas a hábitos de sucção ou à perda 
precoce de dentes decíduos, e podem se autocorrigir caso o hábito seja interceptado.
18UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 12 - PACIENTE EM FASE DE DENTADURA DECÍDUA APRESENTANDO MORDIDAABERTA ANTERIOR (A) E SUA AUTOCORREÇÃO APÓS O ABANDONO DO HÁBITO 
Fonte: Janson et al. (2013, p. 41).
A ausência ou a diminuição do tempo de amamentação aumenta a probabilidade de 
mordida cruzada (Figura 13) posterior na dentição decídua. Essa maloclusão necessita de 
intervenção ortopédica o mais brevemente possível.
FIGURA 13 - PACIENTE EM FASE DE DENTADURA DECÍDUA APRESENTANDO MORDIDA 
CRUZADA UNILATERAL 
Fonte: Janson et al. (2013, p. 41).
Restabelecendo as distâncias transversais, pode-se minimizar ou eliminar graves 
problemas esqueléticos, dentoalveolares e musculares futuros, propiciando condições 
normais e desenvolvimento da oclusão na dentadura mista e permanente.
2.2 Dentadura mista
Fase de transição entre as dentaduras decídua e permanente, com duração de 
aproximadamente 6 anos.
2.2.1 Primeiro período transitório
Durante esse período, que se inicia por volta dos 6 anos de idade, temos a irrup-
ção dos primeiros molares permanentes por distal dos últimos dentes decíduos. Como os 
primeiros molares permanentes são guiados pela superfície distal dos segundos molares 
decíduos, pacientes portadores de plano terminal distal tendem a evoluir para relação molar 
de Classe II. Quando os dentes decíduos possui plano terminal reto, podem evoluir para 
19UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
relação molar de Classe I, II ou III. E quando o paciente possui degrau mesial, tende a 
evoluir para uma oclusão de Classe III.
Ao entrarem em oclusão, os primeiros molares permanentes estabelecem o início 
da curva de Spee, no sentido sagital, e da curva de Wilson, no sentido transversal.
Ainda, nesse período ocorre a troca dos incisivos decíduos por permanentes. Po-
rém, para que isso seja possível, já que há uma diferença no tamanho dos dentes decíduos 
em relação aos permanentes (7,6 mm no arco superior e de 6 mm no arco inferior), os 
incisivos permanentes nascem inclinados mais vestibular, além do espaço conseguido pelo 
crescimento, espaços primatas e diastemas fisiológicos.
Após a troca dos incisivos, apinhamentos primários de até 4 mm podem se ma-
nifestar, mas normalmente são autocorrigíveis por meio de mecanismos de crescimento 
transversal da maxila e mandíbula. 
2.2.2 Período Intertransitório
Apesar de ser considerado um período não ativo clinicamente, nessa fase aconte-
cem grandes mudanças intraósseas, com reabsorções radiculares dos caninos e molares 
decíduos e complementação da formação radicular dos incisivos e molares irrompidos 
durante o primeiro período transitório.
2.2.3 Segundo período transitório
Começa com a substituição dos decíduos restantes e a irrupção do segundo 
molar permanente.
Além da sequência de irrupção, perda precoce de dentes decíduos e perda de 
tecido dentário por cárie podem diminuir o perímetro do arco, com consequente diminuição 
do espaço para caninos permanentes e pré-molares. 
A irrupção de caninos permanentes e pré-molares depende do espaço livre de Nan-
ce, que facilita a relação normal dos primeiros molares permanentes. Ao contrário dos inci-
sivos permanentes, que são maiores que seus sucessores, o diâmetro distomesial somado 
do grupo de caninos e molares decíduos é maior do que seus substitutos permanentes. O 
espaço de Nance representa um ganho de 1 mm no arco superior e de aproximadamente 
1,7 a 2 mm no arco inferior.
20UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
2.3 Dentição Permanente
Tem seu início com a irrupção dos caninos permanentes e pré-molares, e comple-
ta-se aos 12 anos, com a irrupção dos segundos molares permanentes.
Com relação aos terceiros molares, sua calcificação tem início aos 7 anos, e sua 
irrupção ocorre entre os 18 e os 21 anos.
Durante o desenvolvimento da oclusão altera-se a distância intercaninos (com 
aumento de 5 mm na maxila e 3 mm na mandíbula), a distância interpré-molares (sem 
grandes alterações), a distância intermolares (com aumento de 4 mm na maxila e 2 mm na 
mandíbula) (Figura 14) , o aumento do comprimento do arco e a diminuição do perímetro 
(em média 5 mm, por consequência do deslocamento mesial tardio dos molares, do com-
ponente anterior de força, dos desgastes interproximais dos dentes e do posicionamento 
lingual dos incisivos inferiores).
FIGURA 14 - AUMENTOS NAS DISTÂNCIAS INTERCANINOS E INTERMOLARES NOS ARCOS 
SUPERIOR E INFERIOR 
Fonte: Janson et al. (2013, p. 54).
 
2.4 Oclusão normal
Envolve a presença de todos os dentes permanentes; a ausência de diastemas ou 
apinhamentos; a relação normal de molares e de caninos; e a sobressaliência e sobremor-
dida normais (Figura 15).
FIGURA 15 - OCLUSÃO NORMAL 
Fonte: Arquivo pessoal.
21UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
A oclusão normal é encontrada em apenas 3% da população; a maloclusão, em 
70%; e cerca de 27% da população apresenta oclusão considerada aceitável.
A oclusão normal pode ser resumida em dentes permanentes corretamente orde-
nados e alinhados nos arcos dentários e em harmonia com as forças estáticas e dinâmicas 
que atuam sobre eles. Além disso, oclusão cúspide e fossa ideais, contatos proximais justos 
e coordenados, saúde periodontal e integridade da articulação temporomandibular.
Andrews identificou seis chaves da oclusão normal: relação interarcos, angulação da 
coroa ou inclinação mesiodistal, inclinação da coroa ou “torque” vestibulolingual, rotações, 
contatos justos e curva de Spee (não ultrapassando 2,5 mm de profundidade quando medida 
a partir da cúspide mais proeminente do segundo molar inferior até o incisivo central inferior).
2.4.1 Oclusão normal funcional
Analisada sob um ponto de vista dinâmico, com os dentes em função e harmonia 
com a articulação temporomandibular, o sistema neuromuscular, os tecidos periodontais de 
suporte e o osso basal. 
Os princípios dessa oclusão são a oclusão cêntrica dos dentes coincidindo com 
a relação cêntrica da mandíbula no fechamento da boca quando os dentes entram em 
contato, com uma relação dental de cúspide fossa e com a relação de mútua proteção 
dentária nos movimentos excursivos, em lateralidade e protrusão.
A oclusão aceitável em máxima intercuspidação habitual (MIH) é quando a diferença 
entre relação cêntrica e MIH é de no máximo 2 mm. A guia de desoclusão anterior correta 
ocorre quando em MIH não há nenhum contato anterior, servindo de guia para deslize no 
sentido anteroposterior. Quando os dentes anteriores estão em oclusão, os dentes poste-
riores se desocluem em média 2 mm.
22UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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A oclusão normal funcional é uma oclusão estável, saudável e atraente. Ela nem 
sempre coincide com a oclusão normal/ideal, a qual segue as chaves de oclusão de An-
drews. 
A classificação tem como objetivo estabelecer parâmetros para um bom diag-
nóstico, com consequente planificação do tratamento e avaliação dos resultados obtidos, 
possibilitando além disso a criação de uma linguagem universal que facilita a comunicação 
entre os profissionais e a comparação entre os casos.
3.1 Classificação das Maloclusões
3.1.1 Classificação de Angle
Classificação baseada nas relações antero-posteriroes dos maxilares.
3.1.1.1 Classe I
Maloclusão em que a posição mesiodistal dos arcos dentários encontra-se normal, 
ou seja, a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco mesiovestibular 
do seu dente homólogo inferior.
Pacientes classe dentária I geralmente apresentam um perfil de face harmonioso, 
sendo a maloclusão restrita às más posições dos dentes (Figura 16).
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
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 3 MÁS OCLUSÕES DENTÁRIAS: CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIATÓPICO
23
FIGURA 16 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE I
Fonte: Arquivo pessoal.
3.1.1.2 Classe II
Relação dos arcos dentários em que os dentes inferiores ocluem em uma relação 
distal, ou seja, o sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior encontra-se distalizado em 
relação à cúspide mesiovestibular do seu dente homólogo superior. 
Pacientes de Classe II geralmente apresentam um perfil convexo, suas bases ós-
seas podem apresentar-se normais ou com protrusão maxilar e/ou retrusão mandibular, e 
ainda com as inclinações dentárias características dessa maloclusão.
A Classe II possui duas divisões e subdivisões:
Classe II Divisão 1: Os incisivos superiores apresentam-se vestibularizados. Os 
pacientes geralmente apresentam trespasse horizontal aumentado, com curva de Spee 
acentuada, um arco superior atrésico, um palato profundo e lábios entreabertos e resseca-
dos, resultando em um desequilíbrio da musculatura facial (JANSON et al. 2013).
Classe II Divisão 2: Os incisivos centrais superiores apresentam-se verticalizados 
ou lingualizados e os incisivos laterais superiores apresentam-se vestibularizados. Os 
pacientes geralmente apresentam sobremordida profunda, dimensão vertical diminuída e 
aparência de envelhecimento precoce (JANSON et al. 2013).
Quando a distoclusão acontece somente de um lado do arco dentário, pode ser de 
subdivisão direita ou subdivisão esquerda (Figura 17 e 18).
24UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 17 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II SUBDIVISÃO DIREITA 
Fonte: Arquivo pessoal.
FIGURA 18 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II SUBDIVISÃO DIREITA
Fonte: Arquivo pessoal.
3.1.1.3 Classe III
Relação dos arcos dentários na qual dentes inferiores ocluem em uma relação 
mesial, ou seja, o sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior encontra-se mesializado 
em relação à cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior (Figura 19). 
Os pacientes de Classe III frequentemente apresentam um perfil côncavo, em que 
as bases ósseas podem ter normais, com retrusão maxilar e/ou protrusão mandibular.
Essa maloclusão também pode apresentar subdivisões direita ou esquerda. 
25UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 19 - PACIENTE COM MÁ OCLUSÃO DE CLASSE III
Fonte: Arquivo pessoal.
3.1.2 Classificação de Lisher
É a classificação individual das posições dentárias.
Vestibuloversão: o dente tem sua a coroa vestibularizada.
Linguoversão: o dente tem sua coroa lingualizada.
Giroversão: o dente encontra-se rotacionado em torno do seu próprio longo eixo.
Supraversão: dente com a face oclusal ou incisal além do plano oclusal.
Infraversão: dente com a face oclusal ou incisal aquém do plano oclusal.
Mesioversão: dente mesializado em relação à sua posição normal.
Distoversão: dente distalizado em relação à sua posição normal.
Axiversão: alteração da inclinação do dente em relação ao seu longo eixo.
Transversão ou transposição dentária: acontece quando um dente está na posição 
de outro dente do arco dentário.
Perversão: dente impactado, geralmente por falta de espaço no arco.
3.1.3 Classificação de Capelozza
Classificação do padrão facial.
Padrão I: Face equilibrada e lábios em contato sem tensão. Não há previsão do 
posicionamento dentário sem examiná-lo clinicamente (Figura 20).
Padrão II: Protrusão maxilar ou deficiência mandibular, independentemente da 
relação molar. Essa relação tende a ser de Classe II dentária (Figura 20).
26UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
Padrão III: Apresenta retrusão da maxila e/ou prognatismo da mandíbula. Tendência 
a ter uma relação de Classe III dentária (Figura 20).
Padrão face longa: Quando o indivíduo mostra excesso no terço inferior da face, 
tornando o selamento/relação labial normal impossível. Nesse tipo de maloclusão, percebe-
-se a influência genética. Tendência a ter uma relação dentária de Classe II.
Padrão face curta: Indivíduo que apresenta deficiência vertical do terço inferior da 
face que torne o selamento labial compressivo. A etiologia determinante da face curta tem 
caráter genético (Figura 21).
FIGURA 20 - FOTOGRAFIAS PADRONIZADAS DO PERFIL DE INDIVÍDUOS PORTADORES DOS 
PADRÕES FACIAIS I, II E III
Fonte: Reis et al. (2006, p. 38)a.
FIGURA 21 - FOTOGRAFIAS FACIAIS FRONTAL E LATERAL DE PACIENTE PADRÃO FACE CURTA
 
Fonte: Reis et al. (2006, p. 170)b.
27UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
3.2 Etiologia das maloclusões
Podem ser divididos em fatores genéticos e fatores ambientais. A chave para 
determinar a etiologia da maloclusão e para definir o seu prognóstico de tratamento é dife-
renciar o efeito dos genes e do ambiente sobre as estruturas dentofaciais já que a influência 
ambiental tem maior a possibilidade de prevenção, melhor o prognóstico de correção e 
apresenta maiores as chances de estabilidade ao final do tratamento.
3.2.1 Fatores genéticos
São os genes que definem a forma e o tamanho dos dentes, o tamanho e a dispo-
sição dos ossos da face, da mandíbula e da maxila. A constituição gênica de um indivíduo 
é seu genótipo, enquanto as características manifestas são seu fenótipo.
As irregularidades de origem genética não podem ser prevenidas, pois são uma 
fatalidade biológica. No entanto, podem ser atenuadas com intervenção ortodôntica, ortopé-
dica e/ou cirúrgica, dependendo da localização, da extensão e da gravidade da maloclusão 
(MOYERS, 1991). 
3.2.1.1 Tipo facial
Mesofacial: apresenta a distância bizigomática proporcional à altura facial.
Dolicofacial: apresenta predominância da altura facial em relação à largura.
Braquifacial: apresenta uma face mais larga que longa. 
3.2.1.2 Padrão esquelético sagital da face
Os padrões descritos por Capelozza também mostram predominância genética.
3.2.1.3 Discrepâncias entre dente e osso
A dimensão das bases maxilares, assim como o tamanho dos dentes mostram 
determinância genética (Figura 22).
FIGURA 22 - APINHAMENTO SUPERIOR E INFERIOR DEVIDO A DISCREPÂNCIA DENTE E OSSO 
Fonte: Arquivo pessoal.
28UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
3.2.1.4 Anomalias dentárias
Há uma base genética na etiologia de anomalias dentárias de número, tamanho, 
posição e época de desenvolvimento. Estes podem criar espaçamentos dentários, desvio 
da linha média, deslocamento irregular dos dentes vizinhos, sorriso com estética desagra-
dável, apinhamentos e prejuízos funcionais. 
Os dentes supranumerários tornam-se particularmente preocupantes quando 
funcionam como obstáculo para a irrupção dos dentes numerários (Figura 23 e 24). O mo-
vimento dentário em pacientes com indicação de tratamento ortodôntico pode também ser 
impedido pela presença de dentes supranumerários não irrompidos. Quando conseguem 
irromper na arcada dentária, os supranumerários tendem a criar uma discrepância negativa 
entre dente e osso e um comprometimento estético.
FIGURA 23 - PACIENTE COM PRESENÇA DE TRÊS SUPRANUMERÁRIOS (REGIÃO DOS DENTES 
16, 11 E 21). 
Fonte: Arquivo pessoal.
29UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
FIGURA 24 - RADIOGRAFIA PANORÂMICA MOSTRANDO OS DENTES SUPRANUMERÁRIOS 
Fonte: Arquivo pessoal.
3.2.1.5 Infraoclusão de molares decíduos
Condição clínica em que o dente não consegue manter sua altura junto ao plano 
oclusal, estando distante dos dentes antagonistas. Sua posição está apicalmente aos den-
tes adjacentes. Acomete aproximadamente 8,9% das crianças. 
3.2.1.6 Anomalias Craniofaciais
Ocasionadas por alterações cromossômicas, monogênicas ou poligênicas. 
Anomalias como a síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), a disostose 
cleidocraniana, a displasia ectodérmica, as fissuras labiopalatinas, entre outras, possuem 
características de importância para ortodontia.
3.2.2 Fatores ambientais
São fatores relacionados ao meio em que se encontra(MOYERS, 1991). 
3.2.2.1 Traumatismos
O trauma de incisivos superiores decíduos, principalmente quando causa uma intru-
são, pode induzir desde defeitos superficiais no esmalte dentário até a alteração da posição 
do germe do dente permanente sucessor. Com sua posição alterada, o dente permanente 
pode não irromper na cavidade bucal, ficando retido.
30UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
3.2.2.2 Perda precoce de dentes decíduos
Com a perda precoce dos molares decíduos, os molares permanentes tendem a 
migrar para uma posição mais mesial, reduzindo o perímetro do arco dentário. A redução do 
perímetro do arco pode ocasionar um apinhamento secundário (Figura 25).
FIGURA 25 - FOTOS INTRAORAIS QUE MOSTRAM PERDA DE ESPAÇO PARA O DENTE 15 E 
45, ALÉM DA SUPRAVERSÃO DO 14 E 65 DEVIDO A PERDA PRECOCE DOS DENTES DECÍDUOS 
ANTECESSORES. AINDA, PODEMOS VER A GIROVERSÃO DO DENTE 21 DEVIDO A TRAUMA 
QUANDO O DENTE 61 AINDA ESTAVA PRESENTE NA CAVIDADE BUCAL 
Fonte: Arquivo pessoal.
 
 3.2.2.3. Perda de dentes permanentes
Quando há a perda dos primeiros molares permanentes, os segundos molares 
migram para uma posição mais mesial e os segundos pré-molares migram para distal, 
havendo uma tendência de os incisivos retroinclinarem-se. 
Quando a perda ocorre apenas de um lado da arcada, a linha média dentária é 
desviada para o lado que aconteceu a perda.
 
3.2.2.4. Causas adquiridas proximais
Os dentes estão em uma posição de equilíbrio, onde se neutralizam as forças 
provenientes da musculatura intrabucal (língua) e extrabucal (bochechas e lábios). Qual-
quer função anormal desempenhada por essa musculatura desequilibra essa relação, e 
apresenta como consequência algumas maloclusões (causas proximais). Os fatores que 
rompem o equilíbrio muscular são os hábitos bucais deletérios e a respiração bucal.
31UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
Hábitos de sucção não nutritivos: O obstáculo mecânico representado pelo dedo 
e/ou chupeta restringe o desenvolvimento vertical normal dos incisivos inferiores e supe-
riores. Quando a língua é retirada da sua posição normal, acontece uma modificação do 
desenvolvimento normal do palato e, consequentemente, causa maior protrusão dos dentes 
superiores anteriores e maior inclinação lingual dos dentes inferiores anteriores. 
A maloclusão mais típica relacionada ao hábito de sucção não nutritiva é a mor-
dida aberta anterior circular e circunscrita à região dos incisivos. Todas essas alterações 
concentram-se na região dentoalveolar, o que torna favorável o prognóstico de tratamento, 
principalmente nas dentaduras decídua e mista.
Além disso, a posição mais anterior e abaixada da língua modifica o crescimento 
normal do palato e favorece a ocorrência de mordida cruzada posterior.
Interposição lingual: Como consequência dos hábitos bucais deletérios de sucção, 
uma relação morfológica anormal ocorre nos arcos dentários, gerando uma adaptação 
da posição da língua. Mesmo sendo um fenômeno secundário, ele mantém a morfologia 
anormal dos arcos dentários. 
Essa postura da língua, principalmente em repouso, é um fator importante na ma-
nutenção da mordida aberta já instalada.
Hábito de sucção e mordida de lábio: Nessa situação também ocorre uma quebra 
do equilíbrio das forças, e como consequências, podem-se citar a vestibularização dos in-
cisivos superiores; a lingualização dos incisivos inferiores, podendo causar mordida aberta 
anterior; a formação de diastemas entre os incisivos superiores; o aumento do trespasse 
horizontal; e a mordida cruzada posterior.
Respiração bucal: Quando existem obstáculos ao longo das vias aéreas, obstruindo 
a passagem de ar, a criança passa a respirar por uma via oral. Entre os obstáculos respi-
ratórios superiores estão a hipertrofia adenoideana, a rinite alérgica frequente, a hipertrofia 
dos cornetos e o desvio do septo nasal. Já entre os obstáculos respiratórios inferiores estão 
a hipertrofia das tonsilas palatinas ou amídalas e as amidalites frequentes.
A respiração bucal modifica a postura da cabeça para garantir abertura suficiente 
para a respiração. Desse modo, a criança permanece com os lábios entreabertos, com a 
mandíbula deslocada para baixo e para trás e com a língua repousando em posição mais 
inferior e anteriormente, não tendo contato com a abóbada palatina. Essas modificações 
posturais favorecem o desenvolvimento da atresia do arco dentário superior e da mordida 
aberta anterior.
A respiração bucal pode levar a complicações das vias aéreas, perda do equilíbrio 
muscular e alterações no crescimento dos arcos dentários.
32UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a), aqui finalizamos a nossa primeira unidade da disciplina de 
Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Nesta unidade fizemos uma introdução 
dos principais conceitos existentes nessa área.
Estudamos o processo de crescimento e desenvolvimento craniofacial, que é fun-
damental para um diagnóstico, planejamento e tratamento da etiologia do nosso paciente, 
além de ser essencial para uma harmonia estética e funcional da face. Neste tópico pudemos 
conhecer os tipos de ossificação, os mecanismos de crescimento ósseo, o crescimento da 
maxila e mandíbula, bem como o crescimento dos arcos dentários.
No segundo tópico, foi apresentado a evolução das dentições, pois conhecendo 
a evolução normal das dentições torna-se possível determinar onde e quando tratar o 
paciente, para conseguir evitar ou minimizar o aparecimento de maloclusões na dentição 
permanente. Aqui foi abordado desde a fase de dentição decídua, passando pela dentadura 
mista até a fase de dentição permanente.
Nosso terceiro, e último tópico, desta unidade, relatou as más oclusões dentárias. 
A classificação das más oclusões tem como objetivo estabelecer parâmetros para um bom 
diagnóstico, com consequente planificação do tratamento e avaliação dos resultados obti-
dos, possibilitando além disso a criação de uma linguagem universal que facilita a comuni-
cação entre os profissionais e a comparação entre os casos. Adicionalmente, conhecer a 
etiologia das más oclusões é o primeiro passo para que possamos tratá-las.
Com esse conteúdo assimilado, acredito que você terá uma boa base para seguir 
em frente, desenvolvendo ainda mais seus conhecimentos. Para finalizar, não deixe de 
buscar a literatura e o material complementar que vou recomendar.
Nos vemos na próxima unidade!
Até mais!
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 33
LEITURA COMPLEMENTAR
• Artigo: Avaliação da prevalência das seis chaves de oclusão de Andrews, em 
jovens brasileiros com oclusão normal natural
• Autores: Liliana Ávila Maltagliati, Luciana Andrade do Prado Montes, Fernanda 
Marcondes Machado Bastia e Silvana Bommarito
• Link de acesso: https://www.scielo.br/j/dpress/a/wQ7CsrvBZwmmVgF5pgRb-
FzK/?lang=pt.
• Resenha: O artigo de Maltagliati e colaboradores avaliou a prevalência das 
seis chaves de oclusão de Andrews numa amostra de oclusão normal brasileira. 
Este texto nos ajuda a perceber como os parâmetros de uma oclusão ideal nem 
sempre são alcançados, mesmo em uma oclusão normal.
Fonte: MALTAGLIATI, L. A.; MONTES, L. A. P.; BASTIA, F. M. M.; BOMMARITO, S. Avaliação da prevalência das seis chaves de oclusão de Andrews, 
em jovens brasileiros com oclusão normal natural. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop., Maringá, v. 11, n. 1, p. 99-106, Jan./Fev., 2006.
• Artigo: Aspectos etiológicos da mordida aberta anterior e suas implicações nas 
funções orofaciais
• Autores: Cristina Tostes Vieira Maciel e Isabel Cristina Gonçalves Leite
• Link de acesso: https://www.scielo.br/j/pfono/a/6gYmkJGLQgXTfnCnjRDJNVr/
abstract/?lang=pt.
• Resenha: Esse artigo realiza um estudo exploratório, derivando medidas 
de associação entre as condições clínicas, hábitos de sucção e alterações 
miofuncionais de 130 escolares. Ele mostra correlação etiológica da mordida 
aberta anterior com hábitos orais deletérios e algumas alteraçõesdas funções 
orofaciais. Também enfatiza a necessidade da interação entre ortodontistas e 
fonoaudiólogos no atendimento integral do paciente portador de mordida aberta. 
Fonte: MACIEL, C. T. V.; LEITE, I. C. G. Aspectos etiológicos da mordida aberta anterior e suas implicações nas funções orofaciais. Pró-Fono 
R. Atual. Cient., Baueri, v. 17, n. 3, p. 293-302, set.-dez., 2005.
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 34
https://www.scielo.br/j/dpress/a/wQ7CsrvBZwmmVgF5pgRbFzK/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/dpress/a/wQ7CsrvBZwmmVgF5pgRbFzK/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/pfono/a/6gYmkJGLQgXTfnCnjRDJNVr/abstract/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/pfono/a/6gYmkJGLQgXTfnCnjRDJNVr/abstract/?lang=pt
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Introdução à Ortodontia e Desenvolvimento da Denti-
ção (0-6 anos)
• Autor: Carlos Silva
• Editora: Publicações Fundação Fernando Pessoa
• Sinopse: O livro apresenta os conceitos básicos da Ortopedia 
e Ortodontia. A leitura desse livro é um auxiliar para a com-
preensão dos fenômenos de crescimento e desenvolvimento 
do indivíduo, bem como de muitas alterações que ocorrem na 
dentição adulta, representando uma mais-valia para qualquer 
profissional da área da saúde.
• Título: Importância da Fonoaudiologia na Odontologia
• Ano: 2020.
• Sinopse: Vídeo de uma LIVE sobre a Importância da Fonoau-
diologia na Odontologia. Aqui foi abordado sobre a área de 
atuação do fonoaudiólogo, a relação da Fonoaudiologia para a 
Odontologia, a idade em que a criança deve passar pelo trata-
mento com o fonoaudiólogo, e mais detalhes sobre a mordida 
aberta e interposição lingual.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=wCKxcm-
1cqoI
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 35
https://www.youtube.com/watch?v=wCKxcm1cqoI
https://www.youtube.com/watch?v=wCKxcm1cqoI
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Plano de Estudos
• Análise da dentadura mista;
• Cefalometria;
• Biologia do movimento dentário;
• Tratamento ortodôntico preventivo, interceptativo e corretivo.
Objetivos da Aprendizagem
• Estabelecer a importância de se realizar a análise da dentadura 
mista;
• Entender a cefalometria e as principais medidas que podem 
fornecer um diagnóstico mais completo para os pacientes;
• Compreender a biologia do movimento dentário;
• • Aprender sobre o tratamento ortodôntico preventivo 
(manutenção do espaço), interceptativo (da mordida cruzada, 
mordida aberta de origem dentária) e corretivo.
2UNIDADEUNIDADEDIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO E TRATAMENTO ORTODÔNTICOORTODÔNTICOProfessora Mestra Laís Caroline Poleto
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! Seja bem-vindo (a) a mais uma unidade da nossa disciplina de 
Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Na unidade II vamos aprofundar nossos 
estudos e conhecer mais da importância da multidisciplinaridade desta área.
Começamos pela análise da dentição mista, no tópico I. Essa análise é de grande 
importância na avaliação ortodôntica, pois consiste em prevenir a dimensão mésio-distal de 
caninos e pré-molares permanentes que ainda não erupcionaram, com o objetivo de avaliar 
a diferença existente entre o espaço disponível e o espaço necessário para acomodar esses 
mesmos dentes. Esta análise é muito importante para chegar a um diagnóstico ortodôntico 
precoce e a um correto plano de tratamento.
Continuando, no tópico II você irá aprender sobre cefalometria e as principais 
medidas que podem fornecer um diagnóstico mais completo para os pacientes. A análise 
cefalométrica tem se mostrado um instrumento de grande valia para o auxílio no diagnós-
tico ortodôntico. Desde o advento do cefalostato, podemos visualizar pontos de referência 
faciais e cranianos, antes inacessíveis em seres vivos, para mensurar grandezas físicas, 
angulares e lineares em radiografias da cabeça. 
No nosso tópico III o tema abordado será a biologia do movimento dentário. Aqui 
você estudará sobre a resposta periodontal e óssea à função normal, a resposta do liga-
mento periodontal e óssea à força ortodôntica contínua e os efeitos deletérios da força 
ortodôntica. Forças aplicadas aos dentes podem também afetar o padrão de aposição e 
reabsorção óssea em locais distantes dos dentes, particularmente as suturas da maxila e 
as superfícies ósseas em ambos os lados da articulação temporomandibular. Portanto, a 
resposta biológica à terapia ortodôntica inclui não somente a resposta do ligamento perio-
dontal, mas também a resposta de áreas de crescimento distantes da dentição.
Por último, o tópico IV irá trazer uma breve discussão sobre tratamento ortodôntico 
preventivo, interceptativo e corretivo. O tratamento ortodôntico preventivo busca preservar a 
evolução normal das arcadas dentárias e da oclusão, enquanto o tratamento interceptativo 
implica em barrar uma situação anormal já instalada, de modo a restabelecer uma evolução 
normal. Já o tratamento corretivo tem o objetivo de tornar a oclusão do paciente tão ideal 
quanto possível, reposicionando todos, ou praticamente todos, os dentes no processo.
Está preparado (a)? 
Então vamos começar!
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO 37
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A dentição mista inicia-se por volta dos 6 anos de idade, quando os primeiros mo-
lares permanentes erupcionam, e termina por volta dos 12 anos de idade, com a esfoliação 
do último dente decíduo. 
Uma característica marcante desse período é a “fase do patinho feio”, em que os 
incisivos permanentes superiores irrompem inclinados vestibularmente, produzindo dias-
temas e sobremordidas exageradas. Além de também acontecer a irrupção dos incisivos 
permanentes inferiores. 
Nessa dinâmica, podem acontecer alguns “colapsos” nas arcadas, seja pela dife-
rença entre volume dos dentes e bases ósseas, seja por conta de fatores ambientais.
A análise da dentição mista é um registro muito importante em casos de maloclu-
sões, principalmente no que se refere ao arco inferior. Nesse arco, o manejo do espaço é 
crítico e a obtenção do mesmo pela distalização de dentes posteriores é um movimento 
muito limitado. Essa análise prevê se existe diferença entre o tamanho dos dentes e o 
tamanho dos arcos a eles associados, e de acordo com o resultado obtido, o profissional 
pode tomar decisões como: orientar a erupção dos dentes permanentes; manter espaços; 
solicitar extrações; ou não intervir, mantendo o desenvolvimento da dentição sob observa-
ção (JANSON et al., 2013).
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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 1 ANÁLISE DA DENTADURAMISTATÓPICO
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1.1 Sequência de erupção dentária
Apesar de a irrupção dos dentes ter uma sequência mais comum e, também, mais 
favorável, alguns fatores podem alterar essa cronologia.
Tabela 1 - Cronologia ideal de troca dos dentes decíduos pelos dentes permanentes
Erupção Dentes Superiores (anos) Dentes Inferiores (anos)
Incisivos Centrais 7-8 6-7
Incisivos Laterais 8-9 7-8
Caninos 11-12 9-11
Primeiro Pré-Molar 10-11 9-11
Segundo Pré-Molar 10-12 10-12
Primeiro Molar 6-7 6-7
Segundo Molar 12-13 11-12
Fonte: Tabela adaptada do livro de Janson et al. (2013).
1.2 Elementos de diagnóstico
Para diagnóstico da dentadura mista utilizam-se modelos de gesso e radiografias.
Porém, é necessário realizar uma avaliação da distorção das radiografias. Assim, 
para conhecermos o diâmetro de um dente permanente não erupcionado é só medir um 
dente decíduo que esteja presente (tanto no modelo, quanto na radiografia), e a partir 
dessas medidas, teremos o fator de distorção da radiografia fazendo uma regra de três 
(modelo de Huckaba). Ou seja:
X/X’ = Y/Y’, sendo X = diâmetro do decíduo no gesso; X’ = diâmetro do decíduo na 
radiografia; Y = diâmetro do permanente real; Y’= diâmetro do permanente na radiografia
1.3 Predição do espaço
A previsão de espaço para o alinhamento correto dos dentes permanentes é 
realizada medindo o espaço que os dentes permanentes alinhados irão ocupar (Espaço 
Requerido), e o espaço disponível na base óssea (Espaço Presente).
Ou seja, o espaço requerido é a somatória do diâmetro mésio-distal dos dentes per-
manentes, erupcionados e não erupcionados, localizados na mesial dos primeiros molares 
permanentes de ambos os lados.
Para se obter esse valor, utiliza-se um compasso de pontas secas, medindo o dente 
no gesso (Figura 1) ou boca do paciente, para dentes erupcionados.
39UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Figura 1 - Medição dos dentes, com compasso de pontas secas, no modelo de gesso. 
Fonte: Oliveira, Pithon e Ruellas (2007, p. 150).
Já os dentes não erupcionados são medidos por radiografia (Figura 2), tomando-se 
cuidado com a distorção radiográfica. As medidas são transferidas para uma ficha pautada 
e depois somadas, resultando nos milímetros correspondentes ao espaço requerido.
FIGURA 2 - MEDIÇÃO DOS DENTES, COM COMPASSO DE PONTAS SECAS, NA RADIOGRAFIA 
PERIAPICAL. 
Fonte: Oliveira, Pithon e Ruellas (2007, p. 150).
Uma desvantagem desse método foi relatada por Proffit e Bennett (1967). O método 
por radiografias está sujeito a erro devido às inclinações e rotações dentárias. 
Outro método utilizado para se conhecer o espaço requerido é a Análise de Moyers. 
Nesse método, mede-se a somatória dos maiores diâmetros mésio-distais dos incisivos 
inferiores e consulta-se uma tabela que dará o valor estimado da somatória dos diâmetros 
de caninos e pré-molares, tanto inferiores quanto superiores. Essa tabela possui probabili-
dades de 5 a 95%, sendo que Moyers sugeriu a utilização em 75%, superestimando o valor, 
com a finalidade de proteção contra eventuais apinhamentos.
Porém, essa análise também apresenta desvantagens: não considera o paciente 
individualmente; não avalia macrodontias ou microdontias; e as tabelas foram desenvolvi-
das para a população americana.
40UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Em relação ao espaço presente, ele é representado pelo perímetro do osso basal 
(entre mesial do primeiro molar de um lado até a mesial do primeiro molar do lado oposto).
Com os valores medidos, obtém-se a discrepância do arco pela diferença entre 
o espaço presente e o espaço requerido. A discrepância positiva significa que os dentes 
têm espaço para um alinhamento espontâneo, enquanto na discrepância nula o tamanho 
ósseo é justo para abrigar os dentes permanentes. E na discrepância negativa o espaço 
disponível será insuficiente para os dentes permanentes não erupcionados.
Realizar a análise da dentição mista é importante clinicamente pela oportunidade 
de intervenção precoce da má oclusão.
41UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Vale ressaltar que os incisivos inferiores foram escolhidos porque irrompem precocemente na dentadura 
mista, são facilmente medidos com exatidão, e estão diretamente envolvidos com a maioria dos problemas 
de controle de espaço.
Fonte: Moyers (1991).
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A cefalometria radiográfica consiste na mensuração de grandezas físicas, angula-
res e lineares em radiografias da cabeça. Esse elemento diagnóstico tem como objetivos: 
a apreciação do crescimento dos distintos componentes ósseos do crânio e da face, além 
da direção do crescimento dos maxilares e seus principais incrementos, de acordo com 
a idade; o diagnóstico clínico da anomalia que o paciente apresenta; a comparação das 
mudanças ocasionadas durante o tratamento ortodôntico pelo aparelho empregado e pelo 
crescimento; e a avaliação dos resultados obtidos mediante cálculos seriados superpostos.
1.1. Telerradiografia
A telerradiografia é tomada com o lado esquerdo do paciente voltado para o filme 
radiográfico. A cabeça deve estar perfeitamente posicionada no cefalostato para que as 
superposições das estruturas anatômicas bilaterais sejam coincidentes e projetem uma 
imagem única. O cefalostato possui duas hastes radiolúcidas paralelas equipadas em sua 
porção inferior com um dispositivo radiopaco (posicionadores ou olivas articulares), que é 
introduzido no conduto auditivo externo do paciente. O rebordo inferior da órbita deve ser 
posicionado paralelamente às olivas auriculares, de modo que o plano de Frankfurt esteja 
paralelo ao solo. Essa posição é dada pelo suporte anterior do cefalostato, que fica apoiado 
na região do násio do paciente. Deve ser solicitado ao paciente que mantenha os dentes 
em oclusão (Figura 3).
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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 2 CEFALOMETRIATÓPICO
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FIGURA 3 - TELERRADIOGRAFIA EM NORMA LATERAL.
Fonte: Arquivo pessoal.
A radiografia de norma lateral, antes do traçado cefalométrico, deve ser analisada 
a fim de detectar qualquer anormalidade patológica, incluindo a análise do trajeto nasofa-
ringeano e bucofaringeano.
2.2. Cefalograma lateral
É composto pelo desenho anatômico e pelos traçados de orientação.
No desenho anatômico, são demarcadas as principais estruturas anatômicas. Ele é 
dividido em desenho de estruturas moles e duras.
2.2.1 Estruturas duras
As estruturas duras de importância são: sela túrcica, glabela e ossos nasais, meato 
acústico externo, borda inferior da órbita, fissura pterigomaxilar, maxila, mandíbula, sínfise, 
dentes incisivos e dentes molares.
2.2.2. Estruturas moles
Estruturas moles importantes são o perfil tegumentar e espaço nasofaringeano.
43UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
2.2.3. Referências Cefalométricas
2.2.3.1. Pontos cefalométricos
2.2.3.1.1. Pontos sagitais ou ímpares
Os pontos de atenção aqui são Básio (Ba), Sela (S), Násio (N), Espinha nasal 
anterior (ENA) e posterior (ENP), Ponto A (subespinhal), Ponto B (supramentoniano), Ponto 
D, Pogônio (P), Mentoniano (Me), Gnátio (Gn), Lábio superior (Ls) e inferior (Li) e Pogônio 
mole (P’) (Figura 4).
2.2.3.1.2. Pontos laterais ou pares
Pório (Po), Orbitário (Or), Pterigomaxilar (Pt) e Gônio (Go) (Figura 4).
FIGURA 4 - PONTOS CEFALOMÉTRICOS.Fonte: Jason et al. (2013, p. 136).
2.2.3.2. Planos e linhas cefalométricas
As linhas representam a ligação de dois pontos, e as linhas de importância são: 
Linha SN, Linha NA, Linha NB, Linha ND, Linha NP, Linha SGn, Linha AP, Linha do incisivo 
superior, Linha do incisivo inferior, Linha H (linha de Holdaway).
Os planos são a ligação de três ou mais pontos cefalométricos: Plano de Frankfurt 
(PoOr), Plano oclusal mandibular e Plano mandibular.
2.2.4. Interpretação das medidas cefalométricas – Padrão FOB/USP*
Várias são as análises cefalométricas existentes, mas todas almejam alcançar o 
mesmo objetivo.
44UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Aqui vamos seguir a análise cefalométrica padrão FOB/USP.
2.2.4.1. Pontos cefalométricos
A análise cefalométrica padrão FOB/USP utiliza os pontos S, N, A, B, D, P, Me, Go, 
Gn, Or, Po e, o não anteriormente citado, ponto Pn (pró-nasal).
2.2.4.2. Medidas
A análise cefalométrica padrão FOB/USP é dividida em cinco campos: posição 
da maxila e da mandíbula; relação maxilomandibular; análise vertical; análise do padrão 
dentário; e análise do perfil (Figura 5).
2.2.4.2.1. Posição da maxila e da mandíbula
Ângulo SNA: Formado pelos planos SN e NA. Mostra a posição anteroposterior 
da maxila em relação à base do crânio (Média de 81,5o no padrão brasileiro, com desvio 
padrão de ± 2o).
Quando SNA = 81,5o – maxila bem posicionada em relação à base do crânio; SNA 
> 81,5o – maxila protruída em relação à base do crânio; e SNA < 81,5o – maxila retruída em 
relação à base do crânio.
Ângulo SNB: Formado pelos planos SN e NB. Mostra a posição anteroposterior da 
mandíbula em relação à base do crânio (Média de 79,5o no padrão brasileiro, com devio 
padrão de ± 2o).
Quanto SNB = 79,5o – mandíbula bem posicionada em relação à base do crânio; 
SNB > 79,5o – mandíbula protruída em relação à base do crânio; e SNB < 79,5o – mandíbu-
la retruída em relação à base do crânio.
2.2.4.2.2. Relação maxilomandibular
Ângulo ANB: Formado pelas linhas NA e NB. Representa a relação maxilomandibu-
lar no sentido anteroposterior. Quando a linha NB estiver à frente da linha NA, esse ângulo 
deve receber sinal negativo (Média de 2o).
Quando ANB = 2o – relação de Classe I; ANB > 2o – relação de Classe II; e ANB < 
2o – relação de Classe III.
45UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
2.2.4.2.3. Análise vertical
Ângulo sNGoGn: Linha SN com o plano GoGn. Representa a inclinação do plano 
mandibular em relação à base do crânio e auxilia na interpretação da tendência de cresci-
mento no sentido vertical (Média de 31,5o no padrão brasileiro, com desvio padrão de ± 4o).
Quando SNGoGn = 31,5o – padrão bom, tendência de crescimento equilibrado; 
SNGoGn > 31,5o – padrão ruim, tendência de crescimento vertical; e SNGoGn < 31,5o – 
padrão bom, tendência de crescimento horizontal.
Ângulo NsGn: Linhas SN e SGn. Auxilia na determinação do padrão de crescimento 
no sentido vertical. Eixo Y de crescimento (Média de 66,5o no padrão brasileiro, com desvio 
padrão de ± 4o).
Quando NSGn = 66,5o – padrão bom, tendência – crescimento equilibrado; NSGn 
> 66,5o – padrão ruim, tendência de crescimento vertical; e NSGn < 66,5o – padrão bom, 
tendência de crescimento horizontal. 
2.2.4.2.3. Análise do padrão dentário
Ângulo 1.NA: Longo eixo do incisivo superior com a linha NA. Indica a inclinação 
axial deste dente em relação à sua base óssea (Média de 23o no padrão brasileiro).
Quando 1.NA = 23o – incisivos superiores apresentam uma boa inclinação; 1.NA > 
23o – incisivos superiores apresentam-se inclinados para vestibular; e 1.NA < 23o – incisivos 
superiores apresentam-se inclinados para lingual.
 
Ângulo1.NB: Longo eixo do incisivo inferior com a linha NB. Indica a inclinação axial 
dos incisivos inferiores com sua base óssea (Média de 26,5o no padrão brasileiro).
Quando 1.NB = 26,5o – incisivos inferiores apresentam uma boa inclinação; 1.NB 
> 26,5o – incisivos inferiores apresentam-se inclinados para vestibular; e 1.NB < 26,5o – 
incisivos inferiores apresentam-se inclinados para lingual.
2.2.4.2.3. Análise do perfil 
Ângulo NAP: Linhas NA com AP. Descreve o perfil ósseo. Quando a linha NA passar 
à frente da linha AP, o ângulo recebe sinal negativo (Média de 2,5o no padrão brasileiro).
Quando NAP = 2,5o – perfil ósseo reto, relação de classe I; NAP > 2,5o – perfil ósseo 
convexo, relação de classe II; e NAP < 2,5o – perfil ósseo côncavo, relação de classe III.
46UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Linha H-nariz: distância entre o ponto Pn e a linha P’Ls. Descreve o perfil mole do 
paciente. Quando a linha P’Ls passar à frente do ponto Pn, a linha H-nariz recebe sinal 
negativo (Média: de 9 a 11 mm).
Quando Linha H-nariz entre 9 e 11 mm – perfil mole reto, relação de Classe I; linha 
H-nariz > 9 a 11 mm – perfil mole côncavo, relação de Classe III; e Linha H-nariz < 9 a 11 
mm – perfil mole convexo, relação de Classe II.
Figura 5 - Traçados cefalométricos no padrão USP feito por computador. 
Fonte: Guedes et al. (2010, p. 46).
Para descrever a análise cefalométrica de acordo com a tabela universal, quando 
as medidas forem:
>1 e <3 – descrever como ligeiramente ou suavemente;
a partir de 3 e <5 – descrever sem adjetivo;
a partir de 5 – descrever como acentuadamente.
47UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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3.1 Estrutura e função do ligamento periodontal
Cada dente é ligado ao osso alveolar adjacente e separado do mesmo por uma 
estrutura de suporte de colágeno, o ligamento periodontal (LP). Em circunstâncias normais, 
o LP tem 0,5 mm aproximadamente de espessura em volta da raiz. O maior componente 
do ligamento é uma rede de fibras colágenas paralelas, inseridas no cemento da superfície 
radicular e em uma placa óssea, a lâmina densa. Esse arranjo impede o deslocamento do 
dente durante a função normal (Figura 6).
FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO DAS ESTRUTURAS PERIODONTAIS.
Fonte: Proffit, Fields Júnior e Sarver (2007, p. 308).
Além dos feixes de fibras colágenas, dois outros componentes constituem a fixação 
do ligamento: os elementos celulares e os fluidos tissulares. 
UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
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 3 BIOLOGIA DO MOVIMENTO DENTÁRIOTÓPICO
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Os principais elementos celulares no LP são células mesenquimais indiferenciadas 
e suas descendentes na forma de fibroblastos e osteoblastos. O colágeno do ligamento 
é constantemente remodelado e renovado durante a função normal. As mesmas células 
podem servir como fibroblastos, produzindo novos materiais da matriz colágena, ou como 
fibroblastos, destruindo o colágeno produzido previamente. A remodelação e o recontorno 
do alvéolo ósseo e do cemento radicular também estão sendo constantemente realizados, 
em menor escala, como resposta à função normal.
Embora o LP não seja amplamente vascularizado, ele contém vasos sanguíneos 
e células do sistema vascular. Terminações nervosas também são encontradas, tanto às 
terminações amielínicas livres, associadas à percepção da dor, como os receptores mais 
complexos associados à pressão e à informação da posição (propriocepção).
Finalmente, é importante reconhecer que o espaço do LP é preenchido por fluido, 
que tem a função de amortecedor.
3.2. Resposta à Função Normal
Durantea função mastigatória, os dentes e as estruturas periodontais estão sujei-
tos a forças pesadas intermitentes. As forças podem variar de 1 a 2 kg na mastigação de 
substâncias macias, chegando até 50 kg na mastigação de substâncias mais resistentes. 
Quando um dente é submetido a cargas pesadas, seu rápido deslocamento para 
dentro do espaço do LP é prevenido pelo fluido tissular, que não se comprime. A força, por 
outro lado, é transmitida ao osso alveolar que se flexiona em resposta.
A flexão óssea em resposta à função normal gera corrente piezoelétrica, mecanis-
mo pelo qual a arquitetura óssea é adaptada às demandas funcionais.
Muito pouco do fluido de dentro do espaço do LP é comprimido durante o primeiro 
segundo de aplicação da pressão. Entretanto, se a pressão contra o dente for mantida, o 
fluido é rapidamente escoado e o dente se desloca dentro do espaço do LP, comprimindo o 
ligamento contra o osso adjacente. Isto causa dor, normalmente sentida após 3 a 5 segun-
dos da aplicação da força pesada.
Apesar de o LP ser adaptado para resistir às forças de curta duração, ele rapi-
damente perde esta capacidade adaptativa com a compressão e o extravasamento dos 
fluidos tissulares desta área confinada. A força prolongada, mesmo de baixa magnitude, 
produz uma resposta fisiológica diferente (remodelação do osso adjacente). E é assim que 
o movimento dentário ortodôntico se torna possível. Além disso, forças leves prolongadas 
no ambiente natural (forças dos lábios, bochechas ou a língua repousando contra os den-
tes) têm o mesmo potencial que as forças ortodônticas para fazer com que os dentes se 
movam.
49UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
3.3 Resposta óssea e do ligamento periodontal à força ortodôntica contínua
Forças pesadas levam ao desenvolvimento da dor, necrose dos elementos celula-
res do LP e ao fenômeno da “reabsorção a distância” do osso alveolar próximo do dente 
afetado. Forças mais leves são compatíveis com a sobrevivência das células no LP e com 
uma remodelação do alvéolo dentário através de “reabsorção frontal”, relativamente sem 
dor. Na prática ortodôntica, o objetivo é produzir movimento dentário sempre que possível 
por reabsorção frontal, reconhecendo que provavelmente ocorrerão em algumas áreas de 
necrose e reabsorção solapante, apesar de esforços para evitá-las.
3.3.1 Controle Biológico do Movimento Dentário
3.3.1.1. Teoria da bioeletricidade
Sinais elétricos que podem iniciar o movimento dentário são considerados piezoe-
létricos e eles possuem duas características: (1) rápida taxa de declínio, e (2) a produção 
de um sinal equivalente, em direção oposta, quando a força é liberada.
Quando uma estrutura é deformada, elétrons migram de um local para outro, e 
observa-se uma carga elétrica. Enquanto a força é mantida, a estrutura é estável, mas 
quando a força é liberada, a estrutura retorna à sua forma original e um fluxo reverso de 
elétrons é notado.
Não há dúvida de que os sinais gerados por tensão são importantes na manuten-
ção geral do esqueleto. Sem estes sinais os componentes minerais do osso são perdidos, 
resultando em atrofia do esqueleto. Por outro lado, a força contínua, como a usada para 
produzir movimento dentário ortodôntico, não produz sinais notórios gerados por tensão. 
Quando a força é aplicada, um breve sinal é criado; quando ela é removida, o sinal reverso 
aparece. Enquanto a força é mantida, entretanto, nada acontece.
3.3.1.2 Teoria da pressão-tensão
Mensageiros químicos são importantes na cascata de eventos que levam à remo-
delação do osso alveolar e ao movimento dentário.
Nesta teoria, uma alteração no fluxo sanguíneo dentro do LP é produzida por 
pressão contínua que causa a mudança de posição do dente dentro do espaço do LP, com-
primindo o ligamento em algumas áreas enquanto tensiona em outras. O fluxo sanguíneo 
50UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
diminui onde o ligamento é comprimido, enquanto é mantido ou aumentado onde o LP está 
sob tensão.
Em essência, são três estágios: (1) alterações no fluxo sanguíneo associadas 
à pressão no interior do LP, (2) formação e/ou liberação de mensageiros químicos e (3) 
ativação celular.
3.4 Efeitos da magnitude da força
Quanto mais pesada a força aplicada, maior será a redução no fluxo sanguíneo nas 
áreas comprimidas, até o ponto em que os vasos se tornam totalmente colapsados e sem 
fluxo sanguíneo.
Quando uma força leve, porém prolongada, é aplicada a um dente, o fluxo sanguíneo 
através do LP diminui tão logo o fluido é extravasado do espaço do LP, e o dente se move 
em seu alvéolo (em segundos). Dentro de aproximadamente 4 horas, a alteração resultante 
produz um padrão diferente de atividade celular – por isso, se um aparelho removível é 
usado por menos de 4 a 6 horas por dia, ele não produzirá efeito ortodôntico.
Os níveis de prostaglandina e interleucina-1 beta aumentam no LP dentro de um 
período curto de tempo após a aplicação da pressão, e está claro que a prostaglandina é 
um importante mediador da resposta celular.
Existem evidências de que as prostaglandinas são liberadas quando as células são 
mecanicamente deformadas (a liberação de prostaglandina pode ser mais uma resposta 
primária à pressão do que secundária). É provável que a mobilização de fosfolipídios da 
membrana, que levam à formação do fosfato inositol, seja outra via da eventual resposta 
celular. Outros mensageiros químicos, particularmente membros da família das citocinas, 
como o óxido nítrico (NO) e outros reguladores da atividade celular, também estão envol-
vidos.
51UNIDADE 2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Uma vez que vários tipos de drogas podem afetar os níveis de prostaglandina e de outros mensageiros 
químicos em potencial, a modificação farmacológica em resposta à força ortodôntica é mais que uma 
simples possibilidade teórica.
Fonte: Janson et al. (2013).
Para um dente se mover, os osteoclastos devem ser formados, de modo que eles 
possam remover osso da área adjacente à parte comprimida do LP. Osteoblastos também 
são necessários para formar novo osso no lado de tensão e remodelar áreas reabsorvidas 
no lado de pressão. A prostaglandina E tem uma interessante propriedade de estimular 
tanto a atividade osteoclástica quanto a osteoblástica, fazendo isto apropriadamente como 
um mediador do movimento dentário.
Estudos da cinética celular indicam que elas chegam em duas ondas, significando 
que algumas (a primeira onda) podem ser derivadas da população celular local, enquanto 
outras (a segunda onda, maior) são trazidas de áreas distantes via fluxo sanguíneo. Essas 
células atacam a lâmina dura, removendo osso pelo processo de “reabsorção frontal”, e o 
dente começa a se movimentar logo após. Um pouco depois, os osteoblastos (recrutados 
localmente de células progenitoras no LP) formam osso no lado de tensão e iniciam ativida-
de remodeladora no lado de pressão.
O curso dos eventos é diferente se a força aplicada contra o dente é grande o su-
ficiente para ocluir totalmente os vasos sanguíneos e interromper o suprimento sanguíneo 
para uma determinada área do LP. Quando isto ocorre, antes de as células da área com-
primida do LP serem estimuladas a se diferenciar em osteoclastos inicia-se uma necrose 
estéril nessa área. Por causa desta aparência histológica de desaparecimento das células, 
essa área avascular no LP é chamada de hialinizada. Quando isto acontece, a remodelação 
do osso adjacente à área necrosada do LP tem que ser realizada por células derivadas de 
áreas adjacentes não danificadas.
Após um atraso de vários dias, os elementos celulares começam a invadir a 
área necrosada (hialinizada). Os osteoclastos aparecem nos espaços medulares ósseos 
adjacentes e começam um ataque por baixo do osso, imediatamente adjacente à área 
necrosada do LP. Este processo é adequadamente descrito como absorção solapante. 
A diferença de tempo gasto para o movimento

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