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PASTEURELOSES AVIÁRIAS Edna Tereza de Lima + Raphael Lucia Andreatti Filho INTRODUÇÃO Pasteurelose aviá ria, também conhecida como cólera aviária e septicemia hemorrágica, é uma doença caracterizada por processos agudos e septicêm icos, que afeta aves domésticas e silvestres de todas as idades. Causada por bactérias do gênero Pasteurella spp., caracteriza-se por lesões hemorrágicas e alta mortalidade, variando de acordo com a forma de apresentação da infecção, que depende da patogenicidade do agente e da suscetibilidade do plantel, uma vez que a infecção é normalmente decorrente de fatores estressantes, como, por exemplo, falhas de manejo, altetações climáticas ou doenças concomitantes. A evolução da doença para cronicidade pode ser resultante de uma infecção por amostras de baixa patoenicidade durante a fase aguda. Aves silvestres e mamíferos podem ser fome de comaminação para os plaméis, onde a doenç::t dissemina-se rapidamente por contato direto de ave para ave, água de beber, fômites e instalações, ocasionando grandes perdas econômicas para criações industriais de galinha e também de perus. HISTÓRICO o primeiro estudo da doença foi realizado em 1782 por Charben, na França. Posteriormente (1836), o cientista Maillet deu à doença o nome de cólera aviá ria, em conseqÜência de sua aparição explosiva, acompanhada de diarréia e elevada taxa de mortalidade. Benjamin em ]851, por meio de seus estudos demonstrou que a doença poderia ser disseminada por coabitação, formulando assim procedimentos para sua prevenção. Perroncito e Semmer (1878) realizaram a primeira identificação microscópica do agente, observado em recidos de aves afetadas pela doença. Nessa mesma época, as septicemias hemorrágicas e outras pastem'eloses eram descritas em coelhos, galinhas, bovinos, búfalos e suínos. Em 1879, Toussaint efetuou a primeira cultura do microrganismo, isolando assim a bactéria responsável pela doença cóleta aviária. O termo Pasteurella (1880) foi dado ao gênero em reconhecimento aos trabalhos do pesquisador Louis Pasteur, que fez descrição completa da doença nas aves, além de utilizar a bactéria atenuada para verificar a indução da resposta imune. Huppe, em 1886, denominou o agenre de Bacterium septicernÚz haemorrhagim, ,llém de utilizar o termo septicnnitl hemorrágica para descrever a doença causada por essa bactéria, enquan to Lign ieres I utilizou pela primei ra vez o termo pasteurelose aviária. Posteriormente, trabalhos sucessivos foram realizados abordando as propriedades bioquímicas e morfológicas entre a bactéria não hemolítica e as que causavam septicemia hemorrágica nos animais. Gay et aI. em 1935, designaram ao agente o nome de Pasteurella pLuriJeptim, enquanto Topley e Wilson2 baseados em estudos comparativos, utilizaram o termo Pasteurellaseptim. Posteriormente, Rosenbusch e Merchant.l propuseram o nome atualmente aceito de Pasteurella ff1l1ltocida para o agente etiológico da cólera aviária, causador de septicemia hemorrágicl. INCIDÊNCIA A cólera aviária ocorre esporádica e enzooticamente em todo mundo, sendo em geral mais freqÜente e grave em países com regiões frias e temperadas. A doença não tem transmissores nem vetores especiais, pois a Pasteurella mu/tocida faz pane da microbiota normal dos sistemas digestivo e respiratório de uma grande variedade de mamíferos e aves. Muitas espécies de animais domésticos podem carrear o microrganismo, mas nem rodas as cepas isoladas desses animais são capazes de produzir doença nas aves. Como seu habitat são as mucosas dos próprios animais, a infecção espontânea geralmente é produzida por condições debilitantes de estresse (deficiência alimentar, condições de manejo inadequadas, sobrecargas fisiológicas e alterações c1im;íticas acentuadas). ETIOLOGIA De acordo com as relaçÜes genéticas entre os bacilos Gramnegativos, o gênero PasteureLla está relacionado aos gêneros HaemophiLÜ!.J' e ActinobacilLus, fazendo parte da família PasteureJlacea. Atualmente são conhecidas várias espécies pertencentes ao gênero, as quais são capazes de causar divetsas doenças nos animais domésticos e silvestres. Nas aves, as doenças são causadas pelas PasteurelLa multocida, Pasteurella hemo/ytica e Avibacteriurn gallinarurn, além da Pasteurella anatipestiferque causa doença em paros. A PasteUl'ella pneumotropica está associada a pneumonia em animais de laboratÓrio. Morfologicamenre, a f'asteurella multocidtl, espécie que causa a cÓlera aviária, é um basronete pequeno (bipolar), Gram-negativo, aerÓbio e anaerÓbio facultativo, imÓvel, não formador de esporos, podendo ou não apresentar cápsula. E a presença de cápsula em cepas virulentas pode ser demonsu'ada, usando métodos indireros de coloração em material de isolados recen teso A amostra pode perder sua cápsula depois de cultivadas repetidamente em meios artificiais. Pastel/relia. multociclacresce bem em meios de cultura comuns, sendo seu crescimento facilitado em ágar dextrose, enriquecido com 5% de soro de ave, com tensão de CO2 a 37°C e pH de 7,2 a 7,4, podendo ocorrer crescimenro com pH de 6,2 a 9. As colônias apÓs 24h de incubação apresenram-se pequenas (I a 2mm), forrnas elípticas ou levemente cilíndricas e coloração acinzentada. Ocorrem variações de cepa para cepa, em rei a 1 virulência e composição do meio de cultivo, podendo ';presentar colônias iridescenres de tamanho médio (2 a 3mm), circulares, opacas, geralmente lisas, convexas, trallSlúcidas e brilhantes. Algumas cepas podem produzir colônias grandes e com aspecro mucoso. PasteU7'ella multocida não é hemolítica, Fermenta glicose, sacarose, manitol e xilosc sem necessariamenre produzir gás e não Fermenta rafinose e ramnose. Apresenta catalase, indol e oxidase positiva e urease negativa. Cepas de Pasteurella mu/tocida podem reduzir nitrato a nitrito e n:ío crescem em ágar MacConkey, sendo uma forma de diFerenciá-Ia das outras espécies. Outras caracrerísticas l1teis para a ideI1tificaç:ío da bactéria são a não-mil ização do M R- Vp, a n:io-descarboxilase da Jisina, malonaro negativo e ornitina positiva. São f:lcilmente destruídas em temperaturas elevadas (calor), luz solar, dessecaç:ío e por desinfetantes comuns. Entretanto, podem sobreviver durante meses no interior de carcaças infectadas, sendo bastante resisten res para garantir o alastramen to da doença pela exposição a equipamenros contaminados. Logo, a remocão das aves monas é de extrema importância durante um ~. de cÓlera aviária. '- racterização de antígenos capsulares agrupa a espécie em cinco sorotipos (A, B, C, O e E). Os antígenos somáticos também são utilizados para caracterização de cepas. Assim, é comum se referir a uma cepa, milizando-se o grupo capsular e o somático. A Pasteurella multocída apresenra vários sorotipos e biótipos que podem afetar muitas espécies animais, entre mamíferos e aves, no entanto existe considerável variação em relação à virulência das cepas para as diferentes espécies animais. Os amígenos capsulares são identificados usando teste de hemaglutinação passiva, enquanto para sorotipagem sOl11ática são utilizados métodos de aglutinação em tubo e difusão em gel de ágar. Por apresentar sorologia complexa, estudos complementares são necessários para melhor identificação dos sorotipos e subtipos. Algumas cepas são agrupadas com base em diferenças de comportamento nas reações bioquímicas. Essa classificação considera principalmente características, como a produç:ío de ácido a partir de determinadas pentoses (como xilose e arabinose), dissacarídeos (como mal tose e trealose) e alcoÓis poli-hídricos (como sorbi[()l, manitol e dulcitol). Rosenbusch e Merchant3 classificaram isolados de Pasteurella mu/tocida em três grupos em funç:ío da fermentação de xilose, arabinose e dulcitol. O grupo I fermentou arabinose e dulcitol, mas não xilose, o grupo I [ fermentou xilose, mas não arabinose ou dulcitol e o grupo III apresentou padrão variável mais prÓximo ao grupo 1. A caracterização de sensibilidade a anribióticos não tem sidofreqÜentemente utilizada para fins taxonômicos, mas sim para direcionamento de terapia mais eficiente com antimicrobianos. Penicilinas, oxitetraciclinas, sulfonamidas e sulfametazina têm sido utilizadas no controle de infecções causadas pela Pmteurella multocida. Métodos baseados na análise de ácidos nucléicos rêm sido aplicados na diferenciação da bactéria. Outra metodologia foi desenvolvida por Zucker et aI. (1996), capaz de diferenciar cepas de mesmo sorotipo capsular pela reação em cadeia da polimerase, urilizando-se de pl'irnf'}'5 arbirrários (AP-PCR). PATOGENICIDADE A virulência do agente e a capacidade imunolÓgica do hospedeiro influem sobre a infecç:ío, evolução, sinais clínicos e lesões anatomoparolÓgicas da doença. A morbidade e a mortalidade são variáveis, de acordo com a forma de apresentação da infecção, que depende da patogenicidade da amostra e da suscetibilidade do planteI. As várias fases de crescimento da Pasteurella rnultocida também influenciam sua patogenia, uma vez que durante o seu crescimento, algumas cepas adquirem uma cápsula que auxilia na aderência ao epitélio do trato respiratório, com posterior multiplicação bacteriana. A cápsula também proporciona maior resisrência à bactéria contra a fàgocitose pelos macrót-àgos pulmonares, sendo considerada um tator de virulência, porque variantes não encapsuladas de amostras parogênicas são menos virulentas que as formas encapsuladas. Pasteurella 11'17-tltocida normalmente penetra nos tecidos das aves pelas mucosas digestivas ou respiratórias, mas também pela conjuntiva ou por lesões cutâneas. A via de infecção geralmente é a respiratÓria, pois na mucosa respiratÓria superior, a bactéria é bastante freqÜente, instalando-se geralmente nas fendas nasais, tanto nas aves clinicamente doentes quanto nas aves portadoras saudáveis. Raramente afeta aves com menos de 12 semanas de vida, sendo o período mais comum no início ou pico da postura. Pode ocorrer endernicarnente ou determinar surtos epidêmicos, dependendo das causas predisponentes. No organismo das aves, o agente multiplica-se em muitos tecidos, produzindo toxina c posterior bacteremia. Na necropsia evidenciam-se exsudato catarral ou caseoso na cavidade nasal, hiperemia e hemorragia nas vísceras todcicas e abdominais, fígado com focos brancos, petéquias e suhlsões, ovário hemorrágico e articulações aumentadas de volume também com exsudato catarral ou caseoso. Quando a exsudação caseosa ocorre no cérebro, as aves podem apresemar torção no pescoço (torcicolo). TRANSMISSÃO As pasteureloses ocorrem em todo o mundo, sendo geralmente mais freqÜentes e graves na época mais fria dos países localizados em regiões frias e temperadas. A galinha é naturalmente resistente a pasteurelose, geralmenre apresentando caráter crônico, enquanto nos perus a infecção se apresenta quase sempre na forma hiperaguda ou aguda. Aves com idade de 16 a 40 semanas, são mais suscetíveis, sendo rambém isoladas de paros, gansos, aves silvestres, galinha d'Angola, faisões, pombos, codornas, pássaros, ratos e camundongos. A conraminação ou disseminação do agente pode ser decorrente de vetores mecânicos e biológicos, com transmissão da doença na forma horizontal. Geralmente, a transmissão ocorre por meio da água de beber, ração, insralações, aerossóis e fômites conraminados por excreções nasais, orais e conjunrivais de aves infectadas. Também pode ocorrer por canibalismo de aves mortas no galpão, moscas, cícaros, malófagos, seres humanos, equipamenros e durante o processo de vacinação. Freqüentemente, a pasreurelose é secundária a processos estressanres, como alimentação ddlciente (carência de vitamina A), condições de manejo inadequadas (alojamentos úmidos, frios e mal isolados), sobrecarga fisiológica (idade dos animais, início do período de postura e muda forçada), infestação parasitária, farores estacionais (alterações climáricas) e infecções concomitanres (Mycoplasma gallisepticum). CURSO DA DOENÇA Pasteurella multocida geralmente entra na corrente sangüínea por meio das mucosas nasais e/ou oral. Mas independente da sua porta de entrada, o m icrorgan ismo invade a circulação, multiplica-se e é levado aos diversos órgãos do corpo. Dependendo da parogenicidade do agente, podem ocorrer formas hiperaguda, aguda e crônica. O período de incubação tem duração variável, podendo ser observados prazos de 4 a 10 dias de duração. Em dererminadas ocasiões podem ser de apenas algumas horas, com morre súbita e sem sintomatologia aparente. FORMA HIPERAGUDA A infecção na forma hiperaguda se deve provavelmente à liberação de endotoxinas na corrente sangüínea, que destroem vasos sangüíneos menores, podendo as aves morrer antes mesmo de apresentarem quaisquer sinais clínicos. Ressalta-se a ocorrência de morre súbita em as aves apresenrando boa forma física. FORMA AGUDA Após um período de incubação de quatro dias, podem surgir alguns sinais clínicos concomitanres com a própria morte da ave, Em surtos menos agudos, as aves apresentam intenso abatimento, febre, penas arrepiadas, clsas caídas, sonolência e diarréia aquosa de coloração esbranquiçada a amareloesverdeada e, às vezes, sanguinolenra com presença de muco. As aves rambém se mostram apáticas com cristas e barbeias cianóricas, reduzindo o consumo de alimento e a produção de ovos, além de difiCLIldade respiratória e secreção de muco procedente do bico. A mortalidade na forma aguda não é rão elevada, geralmente as aves sobrevivem à fase septicêmica inicial, mostrando-se desidratadas e edemaciadas com posterior recuperação. As aves que se recuperam provavelmente serão portadoras do microrganismo por toda a vida, sendo as bactérias transmicidas por excreções das nari nas, bico e olhos. FORMA CRÔNICA Na infecção crônica geralmenre os sinais clínicos se desenvolvem em aves que sobreviveram à forma aguda. As infecções são mais localizadas, causando edema nas barbeias (uni ou bilaterais), que se apresenram cianóticas, inchaço nos coxins plantares, bolsa esrernal c no revesrimenro dos tendões. Observa-se rambém aUll1enro de volume articular eom abscesso (exsudação cremosa consolidada), levando J. dificuldade de locomoção. Edema da região ocular e laringe. Exsudação caseosa pode rambém ser encontrada no cérebro, determinando a presença de opistórono e/ou torcicolo. A presença de muco na rraguéi:l e dispnéi:l podem ser resulrados da infecção do ttaro respirarório. Em aves adulras, os surros severos de pasteurelose geralmente coincidem com situações de esrresse. Nas poedeiras e reprodutoras, observa-se diminuição da postura em até 50% dos valores iniciais, podendo rambém aumentar a proporção de ovos inférreis. LESÕES As lesões podem variar de acordo com :1 forma de apresenração da doença, a qual depende da p;lrogenicidade do agenre e da suscetibilidade do planteI. Uma vez na corrente sangüínea, a Pasteurella multocida multiplica-se e produz roxinas, as quais desrroem vasos sangüíneos, podendo causar hemorragias no coração, provenrrículo, moe\a e fígado. Na cólera aviária aguda, as petéquias aumenram em nÚmero e intensidade. Pode ocorrer pericardire serofibrinosa, assim como inflamações das vias respiratórias superiores c hiperclllia dos pulmões com pneumon ia focal. No intestino delgado, destaca-se inflamação aguda seguida ou não de hemorragia. O conreúdo inresrinal pode apresenral- aspecl:O achocolarado. O fígado geralmenre é o órgão mais afetado, podendo apresentar heparomegalia e múltiplas áreas Focais de necrose. Também exibe quadro de degeneraç5.ü parenquimarosa, com coloração castanho-amarela e consisrência dura. Na superfície e no corte do parênquima aparecem numerosos focos necróticos de rom amarelo turvo, como grãos de areia (granulomas). O baço, rins e medula óssea rambém podem apresentar lesões idênricas. Grande quantidade de muco viscoso pode ser observada no aparelho digestivo, particularmente no inglúvio e intestino. Quando a infecção afeta os ovários, os folículos maduros freqÜentementese apresentam flácidos, com os vasos menos evidentes. Folículos imaturos e o estroma do ovário apresentam-se hiperêmicos. Material da gema dos fo]ículos rompielos pode ser enconrrado na cavidade perironeal das aves. Em surtOS menos agudos a Pasteurrlla mu/tocida não produz Focos de necrose no [JLilmão e em Outros órgãos patenquimarosos. Os pulmões de perus são afetados mais gravemente que os de galinhas, tendo como seqüela comum a pneumonia. A forma crônica da doença geralmente é caracterizada por infecções localizadas, ocorrendo freqüenremente no aparelho respirarório, embora possa aferar qualquer pane do corpo. A cólera aviária crônica se desenvolve em aves que sobreviveram à fase aguda da doença. É comum o aparecimento de edema da crista e/ou barbeias (uni ou bilareraJ). Na fase avançada da doença pode surgir necrose local ou difusa. As infecções também podem envolver a conjuntiva, os tecidos adjacentes, cavidade peritoneal e oviduto. Edemas na face, articulações, coxins plantares, bolsa esternal e no revestimento dos tendões são achados comuns, associados a exsudação cremosa. Exsudação caseosa pode ser encontrada no cérebro (meninges), determinando o aparecimento de aves com pescoço torcido. DIAGNÓSTICO o diagnóstico defJnitivo é rellizado por meio de anamnese, sinais clínicos e lesões anatomopatológicas, seguidos do isoLlmento, caracterização e identiflcaçâo do agente infeccioso. A presença de petéquias no tecido adiposo do epicárdio e miocárdio, associada a necrose focal no flgado sâo indicações claras de pasteurelose, especialmente quando acompanhados de morre súbita de num, '"1S aves durante o período do inverno. '--.steure/Ja multocidrl pode ser observada em esfregaço de sangue e impressões de fígado, utilizando lâminas coradas pelo método de Wright, evidenciando-se os microrganismos bipolares típicos. Também pode ser detectado em tecidos ou exsudatos de aves contaminadas, por meio da técnica de iJllunofluorescência. Um diagnósrico adicional também pode ser realizado, observando a morte de coelhos, htlrnsters ou camundongos, 24 a 48h após inoculação por via subcutânea ou inrraperitoneal de marerial contaminado (O,2mL). A PrlSteure/la pode ser isolada do fígado, coração ou sangue desses animais experimentalmente infecrados. Testes de soroaglutinaçâo rápida, imunodifusão ou ELlSA ; (ensaio imunoenzimático de absorção em fase sólida), podem ser utilizados, embora exista a possibilidade de resultados confusos no caso de infecções crônicas e de pouco valor nos casos da forma aguda. As amostras para cultivo e isolamento microbiológico podem ser colhidas da cavidade nasal com auxílio de suabe estéril, bem como marerial da medula óssea, Hgado, sangue cardíaco, me'-' -~es e lesões 10Gllizadas. O material coletado de forma asr ~a deve ser transferido para rubos comendo caldo pe»-_nado e semeado diretamente em meios de cultura como ágar sangue e ágar dexrrose enriquecido com 5% de soro de ave, com posterior incubação a 3rC por 24 a 4·8h. Colônias características de Pasteurella multocida sâo identificadas e classificadas por restes bioquímicos, como fermentação de carboidratos (glicose, sacarose, manirol, mal tose e lactose), reste de urease, morilidade, prova do indol e descarboxilase da ornitina. As alterações patológicas evidenciadas nas aves infecradas por R1steure/la multocidrl, rambém podem ser observadas nas infecções por ourros agentes como Pasteure/la haemo!ytica, Avibacteriurn gallinarurn, Safrnonella, Escherichia co/i, 5,taphylococcus, Mycoplasrna e doença de Newcastle. TRATAMENTO E PREVENÇÃO A rerapia aplicada à população de aves silvesrres é geralmente ineficaz, o mesmo ocorrendo no caso de infecção aguda em aves aquáticas. Portanto. nessas situações, os Hrrnacos são mais imponantes como medicamenros profllÚricos cio que agentes terapêurIcos. o uso de penicili na ou estreptomicina para o tratamento de galinhas, não é efetivo para reduzir as perdas, enquanto as. clortetraciclinas e ditetraciclinas são capazes de controlar a mortalidade. Sulfàquinoxalina, sulfametazina, sulfamerazina e sulfadimetoxina parecem ser os fármacos de eleição para o uatamento profilático das aves contra a cólera aviária, os quais podem ser administrados por um período que varia de 2 a 5 dias, dependendo da droga, misturados à ração ou água de beber. A profllaxia para cólera aviária apresenta maior importância que o tratamento, uma vez que é indispensável a adoção de boas práticas de manejo, junto a um programa de vacinação onde a cólera aviária é prevalente na região. Estão disponíveis no mercado mundial vacinas vivas e bacterinas, que podem ser administradas em matrizes e poedeiras comerciais (vacinação inicial entre a 12" e a 16" semana de idade e revacinação entre a 16" e a 20" semana). Para obtenção de imunidade sólida e duradoura, deve-se empregar um programa adequado às condições locais, conhecer as condições ambientais e de manejo, o estado imunológico e de saÚde do plante!, escolhendo a vacina adequada para cada etapa do programa de vacinação e administrando por método eficiente e seguro. CONTROLE o controle para cólera aviária consiste em medidas sanitárias básicas, procurando eliminar as fontes de infecção mediante boas práticas de manejo e biosseguridade. Em caso de epizootia localizada, devem ser utilizados imediatamente todos os meios possíveis para diminuir a transmissão. É importante remover todas as aves afetadas no sentido de interromper o ciclo da infecção. Após a saída do lote, deve-se limpar e desinfetar adequadamente as instalações, deixando-as VaLias por um período longo. Nos casos de morte, realizar necropsia e fazer investigação bacteriológica (cultivo bacteriano). Uma vez determinada a pasteure!ose, sacrificar os grupos de aves afetados.
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