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DIREITO ADMINISTRATIVO I 2

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
Prof. Anderson Rosa
2015 / 2
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2.1 –Origem, evolução histórica e autonomia;
Como ramo do direito autônomo o direito administrativo surgiu em fins do século XVIII e início do século XIX.
O direito administrativo é disciplina relativamente recente da Ciência do Direito, com pouco mais de dois séculos de idade, ao passo que o Direito Civil, desde a era dos romanos, possui cerca de dois mil anos de constante elaboração doutrinária, o que induz quase naturalmente o estudioso a considerá-lo como matriz ou tronco principal das ciências jurídicas.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
Porém, apesar de não haver claramente a existência do direito administrativo no período romano, constata-se na história das relações daquela época, muitas das tarefas que os agentes do Estado desempenhavam poderiam ser qualificadas como serviços públicos (EDMIR NETTO DE ARAUJO, CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO).
2.1.1 Contribuição do direito francês – “Pode-se dizer que a autonomia do Direito Administrativo, ou seja, sua posição como ciência dotada de objeto, método, institutos, princípios e regime jurídico próprios, começou a conquistar-se a partir do famoso caso Blanco, ocorrido em 1873. 
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
Ficou definido pelo Tribunal de Conflitos que o Conselho de Estado (jurisdição administrativa) seria o órgão competente para julgamento do caso e não a Corte de Cassação (jurisdição comum)”. Maria Sylvia Zanella
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2.1 – Origem, evolução histórica e autonomia;
2.1.2 – Direito Administrativo Anglo-Americano – “Enquanto o direito francês, o brasileiro são filiados ao sistema de base romanística, o direito vigente nos Estados Unidos e na Inglaterra integra o chamado sistema do common law.
2.1.3 – Direito Administrativo brasileiro – No período do Império já existia uma administração pública organizada, mas regida praticamente pelo direito privado. Foi com a Constituição de 1934 que o Direito Administrativo experimentou grande evolução.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2.2 – Objeto e conceito;
O objeto imediato do Direito Administrativo são os princípios e normas que regulam a função administrativa.
O objeto mediato do Direito Administrativo são as atividades, agentes, pessoas e órgãos da Administração Pública.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua Direito Administrativo como “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2.3 – Fontes;
Somente a lei constitui fonte primária na medida em que as demais fontes (secundárias – doutrina, jurisprudência e costumes) estão a ela subordinadas.
2.4 – Princípios informativos;
Na atualidade os princípios assumem três características:
1) Função hermenêutica – o princípio como ferramenta de esclarecimento sobre o conteúdo do dispositivo analisado;
2) Função integrativa – o princípio como instrumento de preenchimento de vazios normativos.
3) Mandamentos de otimização – o princípio seria regra cuja aplicação integral dependeria de condições fáticas jurídicas indispensáveis.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
a) Supraprincípios do direito administrativo
1) Supremacia do interesse público sobre o privado – Princípio implícito na atual ordem jurídica. Pressupõe que toda atividade administrativa deve voltar-se para o atendimento do interesse coletivo e do bem comum. A Administração Pública recebe poderes especiais não extensivos aos particulares, que a projeta a uma posição de superioridade diante do particular.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2) Indisponibilidade do interesse público – Os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido. Eles atuam do modo determinado pela legislação. Assim, não se admite tampouco que os agentes renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo. Exceção: (art. 10, § único, da L. 11.029/01)
b) Princípios constitucionais explícitos ou expressos
1) Legalidade – representa a subordinação da Administração Pública a vontade da lei. A Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei. O princípio da legalidade impede que a Administração crie direitos de qualquer espécie mediante ato administrativo.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2) Impessoalidade – Impedi discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa. A atuação dos agentes públicos é imputada ao Estado (art. 37, § 1º, CF/88). A relação da impessoalidade com a noção de finalidade pública é indiscutível.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
3) Moralidade – torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração. A denominada moral administrativa difere da moral comum, justamente por ser jurídica. O princípio jurídico da moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à moral comum vigente na sociedade, mas exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa administração. Súmula Vinculante n. 13 do STF, Ação Popular (art. 5, LVIII, CF), ACP, Lei de Improbidade Administrativa (L. 8.429/92)
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
4) Publicidade – É o dever de divulgação oficial dos atos administrativos (art. 2, § único, V, da L. 9.784/99). Assim, o objetivo da publicidade é exteriorizar a vontade da Administração, tornar exigível o conteúdo do ato e permitir o seu controle sob o aspecto da legalidade. Exceções: Segurança do Estado (art. 5, XX, CF/88); Segurança da sociedade (art. 5, XXXIII, CF/88); e Intimidade dos envolvidos (art. 5, X, CF/88).
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
5) Eficiência – O princípio da eficiência relaciona-se com o modo de organização e estruturação da administração pública, aspectos cujo conteúdo identifica-se com obtenção de melhores resultados na relação custo versus benefícios e com o satisfatório atendimento das necessidade do administrado. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional.
c) Princípios infraconstitucionais
1) Autotutela – É o controle interno que a Administração exerce sobre seus próprios atos. A Administração tem o poder-dever de anular ou revogar seus atos. Súmulas 356 e 473, STF.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2) Finalidade – É o dever de atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei. O desvio de finalidade é quando o ato é praticado tendo em vista fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. Ex.: Remoção de servidor público usada como forma de punição etc.
Excesso de poder – embora competente para praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
3) Razoabilidade – Impõe a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Não basta atender a finalidade pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público dever ser atendido. A razoabilidade merece diferenciada atenção sobre os atos sancionatórios e dos exercício do poder de polícia.
4) Proporcionalidade – É um aspecto da razoabilidade voltado a aferição da justa medida da reação administrativa diante da situação concreta. É o dever de adequação entre os meios e os fins. Provérbio: “não se usam canhões para matar pardais”.
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2 –DIREITO ADMINISTRATIVO:
2.5 – Interpretação;
Utilização os seguintes princípios hermenêuticos:
1) A desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados.
2) A presunção de legitimidade dos atos da Administração.
3) A necessidade
de poderes discricionários para a Administração atender ao interesse público.
2.6 – Importância do estudo do Direito Administrativo e relações com os outros ramos do Direito e com outras ciências.
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