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DIREITO ADMINISTRATIVO – POLÍCIA PENAL RR 
PROFº CATALANO 
 
 
 
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SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Estado Democrático de Direito, divisão do direito; Direito Público e Direito Privado......02 
 
CAPÍTULO 2 
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
Conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios......................10 
 
CAPÍTULO 3 
DIREITO ADMINISTRATIVO: 
 Conceito, fontes e princípios..............................................................................................19 
 
CAPÍTULO 4 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: 
 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização 
administrativa.............................................................................................................................31 
 
CAPÍTULO 5 
AGENTES PÚBLICOS: 
 Espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função 
públicos ; regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; 
direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa..........61 
 
CAPÍTULO 6 
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N° 053, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2001: 
 (Regime Jurídicos dos Servidores Públicos Civis do Estado de Roraima).......................152 
 
CAPÍTULO 7 
PODERES ADMINISTRATIVOS: 
 Poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder disciplinar; poder 
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.......................................................152 
 
CAPÍTULO 8 
ATO ADMINISTRATIVO: 
 Conceito; requisitos, perfeição, validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e 
sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade.................170 
 
CAPÍTULO 9 
CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: 
controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do 
Estado...........................................................................................................................197 
 
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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
 
 
 Estado Democrático de Direito, divisão do direito; Direito Público e Direito Privado. 
 O Estado democrático de direito é um conceito que se refere a um Estado em que existe 
o respeito pelos direitos humanos e pelas e garantias fundamentais. Deve existir a garantia dos 
direitos individuais e coletivos, dos direitos sociais e dos direitos políticos. 
 Isto quer dizer que, para que um Estado atinja o objetivo de ser considerado um Estado 
democrático de direito, todos os direitos dos cidadãos devem ter proteção jurídica e ser 
garantidos pelo Estado, através dos seus governos. 
 No Estado democrático de direito os governantes devem respeito ao que é previsto nas 
leis, ou seja, deve ser respeitado e cumprido o que é definido pela lei. Isso significa que as 
decisões não podem ser contrárias ao que diz a lei e, dessa maneira, os direitos fundamentais 
dos cidadãos são protegidos. 
Características do Estado democrático de direito 
São algumas características do Estado democrático de direito: 
• soberania popular: o controle sobre o poder político é exercido pelo povo, que elege os 
governantes que vão lhes representar: o povo também é o destinatário dos direitos, 
• importância da Constituição Federal: a Constituição é chamada de "Lei Maior" porque é 
a lei que estabelece quais são os princípios fundamentais que devem orientar as decisões no 
país, 
• a ação e as decisões dos governantes devem sempre levar em consideração o que a lei 
estabelece, a lei coloca limites ao poder de decisão dos governantes, 
• as ações dos governos devem ser voltadas ao respeito e à satisfação dos direitos dos 
cidadãos, isto é, faz parte das funções do Estado trabalhar para garantir a justiça social no país, 
• divisão entre os três Poderes que fazem parte do Estado: o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário são poderes independentes e cada um tem sua função. O Legislativo é o responsável 
por fazer as leis que permitem que o Executivo tome decisões. Já o Judiciário é independente 
para julgar e deve ser imparcial nas suas decisões. 
Estado democrático de direito na Constituição Federal de 1988 
O Brasil é um Estado democrático de direito, de acordo com o que é expresso no 1º artigo da 
Constituição Federal de 1988: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito (...). 
Diferença entre Estado democrático de direito e Estado de direito 
Embora existam semelhanças entre as duas definições é importante saber que Estado 
democrático de direito e Estado de direito não se tratam exatamente do mesmo conceito. 
 De maneira simplificada a ideia de Estado de direito é relacionada com o fato de que o 
funcionamento do Estado deve ser baseado no que é determinado pela lei, ou seja, o poder de 
decisão estatal é limitado pelo que a lei permite. Essa ideia também é presente no Estado 
democrático de direito. 
 O Estado de direito surgiu depois do período absolutista, em que os governantes 
tinham um poder ilimitado de decisão, não devendo obediência às leis. Depois do surgimento 
do Estado de direito o governante continuou a ter poder de decisão, mas ele ficou limitado ao 
que a lei permitia. 
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 A principal diferença entre os conceitos é que no Estado de direito não existe a 
preocupação com a garantia dos direitos fundamentais e sociais dos cidadãos por parte do 
Estado. 
 Já no Estado democrático de direito, além do poder de decisão continuar a ser limitado 
pela lei, ele também deve levar em consideração os valores sociais e os princípios 
fundamentais da Constituição. 
 
 A necessidade do homem travar relações sociais fez com que houvesse a necessidade 
do surgimento do Direito, criadas através de um Estado organizado, que vise a justiça e a paz 
social. 
 
 O Direito divide-se em Direito Público e Privado. O primeiro tem por finalidade a 
regulação dos interesses da sociedade como um todo, composto por normas que visam 
disciplinar as relações jurídicas. Tutela-se o interesse público, que apenas atingirá as condutas 
individuais de forma indireta ou reflexa. 
 
 São partes integrantes do direito público o Direito Constitucional, o Direito 
Tributário, o Direito Penal, o Direito Processual Civil e o Direito Administrativo, entre outros. 
 
 O direito privado irá regular o interesse dos particulares, protegendo as relações 
existentes entre os particulares, possibilitando o convívio das pessoas em sociedade, com 
fruição harmoniosa e utilização de seus bens. Ele se baseava na igualdade jurídica entre as 
pessoas tratadas nas relações regidas. 
 
 O ramo do Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, já que rege 
a organização e o exercício de atividades do Estado, visando os interesses da coletividade. 
 
 O direito administrativo teve origem na França. Foi construído entre a 
Administração e os administrados, devido à jurisprudência de um órgão conhecido como 
Conselho de Estado. Este órgão é alheio ao Poder Judiciário. 
 
 Sobrevindo a Revolução Francesa, como o período histórico era o da Monarquia 
Absoluta, não existiam disposições legais que pudessem sancionar o comportamento do 
Estado com relação aos administrados. Devido a isso, foi extremamente necessário a existência 
de um novo direito, pois as normas do direito eram precárias.Em suma, o conteúdo do Direito Administrativo possui variação no tempo e no 
espaço, de acordo com o Estado adotado. 
 
 O Estado de Polícia visa assegurar a ordem pública. Fala-se em bem-estar social, 
em que o Estado não se limita com a manutenção da ordem pública, mas com o 
desenvolvimento de inúmeras atividades na área da saúde, assistência, previdência social, 
saúde e cultura, de maneira a desenvolver o bem-estar coletivo. 
 
 Além disso, a substituição do Estado liberal, baseado na liberdade de iniciativa, pelo 
Estado-Providência aumentou, em muito, a atuação estatal no domínio econômico, criando 
novo aparelhamento de ação do poder público, tanto para disciplinar e fiscalizar a iniciativa 
privada, com embasamento no poder de polícia do Estado, quer para exercer atividade 
econômica, diretamente, na qualidade de empresário. 
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CONCEITO 
 
 Pode-se dizer que direito administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que 
tratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que 
diz respeito à maneira de se atingir as finalidades do Estado. 
 
 Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação entre ela e os 
administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo. 
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior 
ao particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de 
condições. 
 Celso Antônio Bandeira de Mello1 enfatiza a ideia de função administrativa: “o 
direito administrativo é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem 
como pessoas e órgãos que a exercem” 
 
 Hely Lopes Meirelles2, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação: 
os órgãos, agentes e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins 
desejados pelo Estado. Vejamos: “o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, 
sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as 
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo 
Estado”. 
Objeto mediato e imediato do direito administrativo3 
 
 O Direito Administrativo é um ramo científico que estuda uma parcela das 
normas componentes do ordenamento jurídico, a saber: as normas que disciplinam o exercício 
da função administrativa. 
 Assim, o objeto imediato (direto) do Direito Administrativo são os princípios e 
normas que regulam a função administrativa. 
 Por sua vez, as normas e os princípios administrativos têm por objeto a disciplina 
das atividades, agentes, pessoas e órgãos da Administração Pública, constituindo o objeto 
mediato (indireto) do Direito Administrativo. 
 
QUESTÕES 
 
01. (TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2017). O direito administrativo 
é 
 (A) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente. 
(B) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui 
interfaces com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial. 
(C) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado. 
(D) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser 
considerado de maneira dissociada das demais regras e princípios. 
(E) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas 
entre agentes públicos e órgãos do Estado. 
 
 
1 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014. 
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002. 
3 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 
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02. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Assinale a opção correta a respeito de direito 
administrativo. 
(A) A administração exerce atividade política e discricionária. 
(B) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo. 
(C) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da 
territorialidade. 
(D) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a 
execução de leis, decretos e regulamentos. 
(E) O regimento administrativo obriga os particulares em geral. 
 
03. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Acerca de conceitos inerentes ao direito 
administrativo e à administração pública, assinale a opção correta. 
(A) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada. 
(B) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada 
pelo ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções. 
(C) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e 
harmônicos entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis. 
(D) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo. 
(E) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as 
obrigações mútuas da administração e dos administrados. 
 
04. (STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE). Julgue o item seguinte, acerca do direito 
administrativo e da prática dos atos administrativos. 
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de 
normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à 
realização dos direitos fundamentais da coletividade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
01.B/ 02.B/ 03.C/ 04. Certo 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho 
"O estudo moderno do Direito não mais comporta a análise isolada e estanque de um ramo 
jurídico. Na verdade, o Direito é um só; são as relações jurídicas que podem ter diferente 
natureza. Assim, embora de forma sucinta, é cabível indicar algumas linhas em que o Direito 
Administrativo se tangencia com outras disciplinas jurídicas" 
 
02. Resposta: B 
MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e 
se encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser 
considerada, funcional ou organizacional 
 
03. Resposta: C 
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e 
o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente 
indelegáveis (CF, art. 2º). 
 
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04. Resposta: Certo 
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o "conjunto harmônico 
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a 
realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
FONTES 
 
 Segundo Alexandre Mazza4, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as 
fontes são fatos jurídicos de onde as normas emanam.” 
 
 Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas 
de Direito Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias. 
 A fonte primária é a lei. 
 De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações, 
ou seja, somente a lei pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei? 
 Maria Helena Diniz5 ensina quea lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que 
engloba um conjunto de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do 
Estado. A elaboração da lei é disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade 
compulsória garantida pelo Estado. 
 Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato 
primário, pois encontra seu fundamento na Constituição Federal, bem como possui por 
características a generalidade (a lei é válida para todos) e a abstração (a lei não regula situação 
concreta). 
 Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei 
delegada, medida provisória, decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são leis e, portanto, 
constituem fonte primária do Direito Administrativo. Não se deve esquecer das normas 
constitucionais que estão no ápice do ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
4 Idem 
5 DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva. 
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 Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem 
seguir um procedimento. 
 A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o 
Presidente da República celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso 
Nacional, utilizando de sua competência exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por 
meio de Decreto Legislativo. 
 Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e, 
após, promulgado por meio de Decreto Presidencial. 
 
 Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento 
pátrio e, em regra, terá força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados 
que versem sobre direitos humanos, o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º 
da Constituição: 
 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
 Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja 
votado em dois turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum 
qualificado de três quintos. Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional. 
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a ser fontes do 
Direito Administrativo. 
 O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a 
jurisprudência e os costumes. 
Doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os 
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que 
determinam o sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador. 
 
Jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões 
reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina 
porque se trata de uma interpretação da legislação. 
 
Costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem 
aceitação social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila, 
porém as pessoas respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está 
intrínseco no seio social. 
 
 Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas 
administrativas reiteradas. Alexandre Mazza6 define: “os costumes são práticas reiteradas da 
autoridade administrativa capazes de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao 
serem repetidos constantemente, criam o hábito de os administrados esperarem aquele modo 
de agir, causando incerteza e instabilidade social sua repentina alteração. É nesse sentido que 
os costumes constituem fontes secundárias do Direito Administrativo. Importante relembrar 
que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela qual só podem ser considerados 
vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou princípio estabelecido na 
legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”. 
 
6 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 
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Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as 
disposições de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, 
dependem de regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis 
independem de regulamentos para produzir efeitos. 
 
Instruções normativas Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, 
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os 
superiores expedem normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus 
subordinados com relação a determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens 
de serviço. 
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas. 
 
Regimentos São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo 
ou da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta 
maneira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. 
 
Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores, 
regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em 
especial os colegiados. 
 
Lei formal Relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo, 
devendo seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis 
Complementares, Leis Ordinárias ou Leis Delegadas. 
Vale frisar que a lei apresenta o mais alto nível de produção, ficando abaixo, apenas da 
Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO II. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
Conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A expressão “Administração Pública” abrange diversas concepções. Inicialmente, temos 
Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo 
(com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com 
função administrativa, executando os planos governamentais). 
E no sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública, como o conjunto 
de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado. 
Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos 
administrativos. 
 
 
 
Sentido Formal, Subjetivo ou Orgânico 
 
Sob esse aspecto, a expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram 
a estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. 
Assim, num sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes 
e entidades que desempenham a função administrativa. 
O conceito subjetivo representa os meios de atuação da Administração Pública. Vejamos: 
Entes, entidades ou pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da 
Administração Direta e Indireta. Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios (todas com personalidade jurídica de Direito Público). Os entes administrativos 
são as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedadesde economia 
mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado). Nesse caso, temos 
entidades integrantes da Administração Pública que não desempenham função administrativa, 
e sim atividade econômica, como ocorre com a maioria das empresas públicas e sociedades de 
economia mista (Constituição Federal - CF, art. 173). 
Órgãos públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de 
uma pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 
os conceitua como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou 
Indireta. 
Agentes públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação 
ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública, ou seja, 
são pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função 
estatal. 
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Há ainda as entidades privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem 
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias 
de serviços públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As 
atividades exercidas dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez 
que o Brasil se baseia no critério formal. 
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade 
realizada, é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em 
sentido subjetivo, com a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução 
das atividades compreendidas na função administrativa, como exemplo temos a definição de 
Di Pietro7: “O conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da 
função administrativa do Estado”. 
Pela acepção formal/subjetiva/orgânica, deve-se perquirir tão somente “quem” o 
ordenamento jurídico 
considera Administração Pública, e não “o que” (critério objetivo, material, funcional). 
 
Sentido Material, Objetivo ou Funcional 
 
Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) 
administrativa desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está 
relacionado com o objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a 
Administração, mas sim com o que faz a Administração Pública. 
Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, 
porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende 
que as atividades administrativas englobam: 
Prestação de serviço público: é toda atividade que a administração pública executa, direta ou 
indiretamente, sob regime predominantemente público, para satisfação imediata de uma 
necessidade pública, ou que tenha utilidade pública. 
Polícia administrativa: são restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades 
privadas em benefício do interesse público, exemplo as atividades de fiscalização. 
Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, exemplo: concessão de benefícios 
ou incentivos fiscais. 
Intervenção administrativa: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua 
atuação direta como agente econômico. Inclui-se a intervenção na propriedade privada 
(desapropriação, tombamento) e a intervenção no domínio econômico como agente normativo 
e regulador (agências reguladoras, medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação da 
concorrência, formação de estoques reguladores etc.). 
Alguns autores consideram a atuação do Estado como agente econômico inclusa no grupo de 
atividades de administração em sentido material descrito como “intervenção”, nos termos do 
art. 173 da CF. Todavia, quando o Estado atua dessa maneira, isto é, como agente econômico, 
está sujeito predominantemente ao regime de direito privado, exercendo atividade econômica 
em sentido estrito. 
Segundo ensina Di Pietro8 o conceito de administração pública divide-se em dois sentidos: 
Subjetivo: em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a 
atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos 
de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; 
 
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018 
8 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito 
Administrativo, 31ª edição, 2018 11 MEDAUAR, 
Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª 
edição,2018. 
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Objetivo: em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade 
exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a administração pública é a própria função 
administrativa que incumbe, predominantemente, ao poder executivo. 
Já para Odete Medauar11 o conceito de administração pública se divide em: 
Aspecto funcional: a Administração Pública significa um conjunto de atividades do Estado que 
auxiliam as instituições políticas de cúpula no exercício de funções de governo, que organizam 
a realização das finalidades públicas postas por tais instituições e que produzem serviços, bens 
e utilidades para a população, como exemplo, ensino público, calçamento de ruas, coleta de 
lixo. Na verdade, apresenta-se difícil a caracterização objetiva da Administração Pública, daí por 
vezes se buscar o modo residual de identificá-la (conjunto de atividades que não se enquadram 
na legislação, nem na jurisdição); assim, nem o Legislativo, nem o Judiciário cuidam do 
calçamento de ruas, da coleta do lixo, da rede de escolas públicas, por exemplo. 
Ângulo organizacional: a Administração Pública representa o conjunto de órgãos e entes 
estatais que produzem serviços, bens e utilidades para a população, coadjuvando as instituições 
políticas de cúpula no exercício das funções de governo. Nesse enfoque, predomina a visão de 
uma estrutura ou aparelhamento articulado, destinado à realização de tais atividades – pensa-
se, por exemplo, em ministérios, secretarias, departamentos, coordenadorias etc. 
Classificação da Administração Pública 
 
A administração pode se apresentar das seguintes classificações: 
- a prática de atos de execução realizados por seus órgãos e agentes, que não devem ser 
necessariamente públicos. Os atos de execução são conhecidos como atos administrativos. 
- exercer atividade voltada ao cumprimento da lei e não à política. 
- a área da Administração Pública é limitada, pois cada órgão só poderá agir dentro do 
seu limite. 
- apresenta caráter instrumental, já que o Estado utiliza-se da Administração Pública 
para atingir seus objetivos. 
- manter conduta hierarquizada, mantendo obediência entre os diversos poderes 
administrativos. - buscar a perfeição técnica de seus atos. 
- 
Administração Pública como Função do Estado 
 
 A Administração Pública exerce suas funções por meio de seus agentes, órgãos e 
atividades públicas, garantindo com isso a finalidade do Estado. A Constituição disciplinou que 
a instituição, alteração, estruturação e atribuição de competência dos órgãos da Administração 
Pública devem ser norteados por lei ou normas regulamentadoras 
O exercício prestado pelos órgãos da Administração deverão ser harmônicos com os princípios 
do 
Direito Administrativo, e as ações que forem em sentido oposto serão inválidas. Devemos 
entender a Administração Pública no seu aspecto de prestação de serviços e execução e 
também como direção ou gestão, ambas preveem uma relação de subordinação hierárquica. 
Formas da Administração Pública 
 
 Com a evolução do Estado moderno, a Administração Pública passoupor significativas 
mudanças, e portanto, a doutrina passou a usar três formas diversas para a Administração. 
Vamos a elas: 
Administração pública patrimonialista: no patrimonialismo, o estado é a extensão do poder 
soberano, de tal maneira que os auxiliares e servidores possuíam status de nobreza real. 
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Infelizmente, a corrupção e o nepotismo acabaram por invadir esse tipo de administração, com 
o predomínio do capitalismo e democracia burguesa. Com a força que existia entre o 
capitalismo e a democracia, o Estado começa a se distinguir, tornando-se inaceitável. Devido a 
isto separou-se as esferas de interesses privados dos interesses coletivos. 
Administração pública burocrática: surgiu na metade do século XIX, no período da época do 
estado liberal, visando combater a corrupção e nepotismo que assolavam o país. Apresentava 
meios que permitiam o desenvolvimento das profissões, com proteção aos seus direitos. 
Devido a desconfiança dos administradores públicos foram necessários controles rígidos dos 
processos, com relação a contratação pessoal, para as compras e demais demandas existentes 
na Administração Pública. 
Administração pública gerencial: surgiu na metade do século XX, visando atender as 
economias do Estado e por outro lado o desenvolvimento tecnológico que estava ganhando 
forças. Para este momento, o fulcro pairava sobre ter o cidadão como beneficiário, reduzindo 
gastos e aumentando a qualidade de serviços. 
A palavra chave para esta forma de Administração é a eficiência, seja na qualidade da prestação 
de serviços públicos, seja pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. 
O Estado encara este momento como o melhor que já existiu, pois presumem que todos os 
cidadãos estão satisfeitos, já que na condição de clientes todas as suas necessidades estão 
sendo atendidas. 
QUESTÕES 
 
01. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário - FUNCAB/2016) Considerando que a Administração 
Pública pode ser, em sentido estrito, analisada sob dois aspectos: objetivo ou material; e 
subjetivo ou orgânico ou formal, é correto afirmar que: 
(A) a Administração Pública é uma "máquina" composta por órgãos e entidades 
organizados sem hierarquia sob a direção de um chefe de Estado. 
(B) no aspecto objetivo a Administração Pública pode ser considerada o conjunto de órgãos 
e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função econômica. 
(C) a Administração Pública é uma atividade subjetiva do governo, objetivando a realização 
das necessidades individuais. 
(D) a Administração Pública é uma atividade concreta do Estado, objetivando a realização 
das necessidades individuais. 
(E) o objeto da Administração Pública é a função pública, que abrange o fomento, a polícia 
administrativa e o serviço público. 
 
02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB) O oferecimento de saneamento básico, transporte 
coletivo e educação caracterizam atividades da denominada “administração pública". A 
expressão, quando reveste esse caráter, é escrita com letras minúsculas e revela sentido: 
(A) material. 
(B) subjetivo. 
(C) personalista. 
(D) formal. 
(E) orgânico. 
 
03. (Assembleia Legislativa/GO - Assistente Legislativo - CS/UFG) Em sentido estrito, a 
Administração Pública compreende, 
(A) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto subjetivo, 
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no 
segundo, a função política. 
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(B) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, 
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no 
segundo, a função política. 
(C) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto formal, 
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no 
segundo, a função política. 
(D) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto hierárquico, 
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no 
segundo, a função política. 
 
04. (TJ/CE - Técnico Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta no que se refere aos poderes 
e deveres dos administradores públicos. 
(A) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua 
competência, buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite. 
(B) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência, 
exerce atividades que a lei não lhe conferiu. 
(C) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via 
administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei. 
(D) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação 
aos agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar 
atribuições e ainda aplicar sanções. 
(E) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de 
determinado ato de interesse público. 
 
05. (TRE/AL - Analista Judiciário - FCC) Sobre os deveres do administrador público é correto 
afirmar que 
(A) o ato do Presidente da República que atentar contra a probidade na administração 
constitui crime de responsabilidade. 
(B) o dever de prestar contas abrange a prestação de contas aos munícipes das atividades 
particulares do administrador público. 
(C) a obrigação do administrador público de agir com retidão, lealdade, justiça e 
honestidade, diz respeito ao dever de eficiência. 
(D) o dever da eficiência abrange a produtividade do ocupante do cargo ou função, mas 
não tem relação com a qualidade do trabalho desenvolvido. 
(E) pela inobservância do dever de probidade que caracterize improbidade administrativa, 
o administrador público está sujeito, dentre outras sanções, à perda da função pública, porém 
não à suspensão dos direitos políticos. 
 
06. (SUSEP - Analista Técnico - ESAF) No exercício de seus poderes e deveres, ao administrador 
público cumpre saber que: 
(A) o uso do poder discricionário possui como limite o juízo valorativo, e não a lei. 
(B) exceto quando delegado a entidades privadas, o poder de polícia é ilimitado. 
(C) é imprescritível a ação civil pública cujo objeto seja o ressarcimento de danos 
ao erário. 
(D) o ato administrativo não pode ser revisto pelo Poder Judiciário. 
(E) o dever de prestar contas se restringe aos gestores de bens ou recursos 
públicos. 
 
07. (TJ/CE - Técnico Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta no que se refere aos poderes 
e deveres dos administradores públicos. 
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(A) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via 
administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei. 
(B) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação 
aos agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar 
atribuições e ainda aplicar sanções. 
(C) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de 
determinado ato de interesse público. 
(D) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua 
competência, buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite. 
(E) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência, 
exerce atividades que a lei não lhe conferiu. 
 
08. (TCE/CE- Analista de Controle Externo-Auditoria Governamental - FCC) A Administração 
pública burocrática 
(A) caracteriza-se pelo controle rígido, exercido prioritariamente por indicadores de 
gestão. 
(B) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a definição de metas para a 
atuação dosservidores públicos e, consequentemente, a sua progressão na carreira. 
(C) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a importância do cumprimento 
de regras e procedimentos rígidos. 
(D) baseia-se no princípio do mérito profissional e atribui grau limitado de confiança aos 
servidores e políticos, recomendando, para isso, o contrato de gestão. 
(E) foi adotada em substituição à Administração patrimonial, que distinguia o patrimônio 
público do patrimônio privado. 
 
09. (DETRAN/MT - Auxiliar do Serviço de Trânsito - UFMT) Poder centralizado, apego às 
normas e regulamentos, comunicação formal, concentração no processo e na documentação, 
atendimento às demandas do cidadão são características da Administração Pública 
(A) Patrimonialista. 
(B) Gerencial. 
(C) Moderna. 
(D) Burocrática. 
 
10. (SUDENE/PE - Agente Administrativo - FGV) Na Administração Pública, a gestão por 
resultados está relacionada à 
(A) Administração Gerencial. 
(B) Administração Patrimonialista. 
(C) Administração Centralizada. 
(D) Administração Burocrática. 
(E) Administração Descentralizada. 
 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.A / 03.B / 04.C / 05.A / 06.C / 07.A / 08.C / 09.D / 10.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
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Em sentido objetivo, a Administração Pública corresponde às diversas atividades exercidas pelo 
Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função 
administrativa. Nessa acepção material, a Administração Pública engloba as atividades de 
fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção administrativa. 
Fomento = atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante incentivos 
fiscais, dentre outros. 
Polícia administrativa= compreende as atividades relacionadas ao controle, fiscalização e 
execução das denominadas limitações administrativas 
Serviço público= é toda atividade concreta que a Administração exerce, por si ou por meio de 
terceiros. 
 
02. Resposta: A 
Ao tratar da Administração Pública em sentido material, busca-se o objeto da Administração, 
as atividades administrativas exercidas, a própria função administrativa, predominantemente 
exercida pelo Poder Executivo. Conforme a doutrina, abrange as atividades de serviço público, 
polícia administrativa, fomento e intervenção 
 
03. Resposta: B 
Administração pública Objetiva/material/funcional: equivale à função administrativa. É a 
atividade administrativa 
Administração pública Subjetiva/Formal/Orgânica: equivale às pessoas, aos órgãos e aos 
agentes públicos. 
 
04. Resposta: C 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho assim nos ensina: 
"Corolário importante do poder-dever de agir é a situação de ilegitimidade de que se reveste a 
inércia do administrador: na medida em que lhe incumbe conduta comissiva, a omissão 
(conduta omissiva) haverá de configurar-se como ilegal. Desse modo, o administrado tem o 
direito subjetivo de exigir do administrador omisso a conduta comissiva imposta na lei, quer na 
via administrativa, o que poderá fazer pelo exercício do direito de petição (art. 5º, XXXIV, "a", 
da CF), quer na via judicial, formulando na ação pedido de natureza condenatória de obrigação 
de fazer (ou, para outros, pedido mandamental )." 
 
05. Resposta: A 
A probidade está ligada a ideia de honestidade na Administração Pública. Não basta a legalidade 
formal, restrita, da atuação administrativa, é preciso também a observância de princípios 
éticos, de lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina 
interna na Administração Pública. A Carta Magna prevê como crime de responsabilidade os atos 
do Presidente da República que atentem contra a probidade na Administração, fato que enseja 
sua destituição do cargo (CF/1988, art. 85, V) 
 
06. Resposta: C 
Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, 
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de 
ressarcimento. 
 
07. Resposta: A 
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O mandado de segurança, remédio constitucional que serve para amparar lesão ou ameaça de 
lesão a direito líquido e certo, é o meio comumente utilizado para combater os casos em que 
se verifica omissão administrativa. 
 
08. Resposta: C 
Segundo (Pdrae, 1995). 
“A Administração Pública burocrática surge na segunda metade do século XIX, na época do 
Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Constituem 
princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a 
hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese: o poder racional-legal. Os 
controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. 
 
09. Resposta: D 
São caraterísticas da Administração Burocrática: 
Formalidade – a autoridade deriva de um conjunto de normas e leis, expressamente escritas e 
detalhadas. 
Impessoalidade – Os direitos e deveres são estabelecidos em normas. As regras são aplicadas 
de forma igual a todos, conforme seu cargo em função na organização. 
Profissionalização – As organizações são comandadas por especialistas, remunerados em 
dinheiro (e não em honrarias, títulos de nobreza, sinecuras, prebendas, etc.), contratados pelo 
seu mérito e seu conhecimento (e não por alguma relação afetiva ou emocional). 
 
10. Resposta: A 
A Administração pública gerencial é aquela construída sobre bases que consideram o Estado 
uma grande empresa cujos serviços são destinados aos seus clientes, outrora cidadãos; na 
eficiência dos serviços, na avaliação de desempenho e no controle de resultados, suas principais 
características. 
 
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CAPÍTULO 3 - DIREITO ADMINISTRATIVO: 
Conceito, fontes e princípios. 
CONCEITO 
 
 Pode-se dizer que direito administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que 
tratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que 
diz respeito à maneira de se atingir as finalidades do Estado. 
 Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação entre ela e os 
administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo. 
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior 
ao particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de 
condições. 
 Celso Antônio Bandeira de Mello9 enfatiza a ideia de função administrativa: “o 
direito administrativo é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem 
como pessoas e órgãos que a exercem” 
 
 Hely Lopes Meirelles10, por sua vez, destaca o elemento finalístico na 
conceituação: os órgãos, agentes e atividades administrativas como instrumentos para 
realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos: “o conceito de Direito Administrativo 
Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os 
órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
 
Objeto mediato e imediato do direito administrativo11 
 
 O Direito Administrativo é um ramo científico que estuda uma parcela das 
normas componentes do ordenamento jurídico, a saber: as normas que disciplinam o exercício 
da função administrativa.Assim, o objeto imediato (direto) do Direito Administrativo são os princípios e 
normas que regulam a função administrativa. 
 
 Por sua vez, as normas e os princípios administrativos têm por objeto a disciplina 
das atividades, agentes, pessoas e órgãos da Administração Pública, constituindo o objeto 
mediato (indireto) do Direito Administrativo. 
QUESTÕES 
 
01. (TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2017). O direito administrativo 
é 
 (A) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente. 
(F) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui 
interfaces com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial. 
(G) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado. 
 
9 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014. 
10 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002. 
11 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 
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(H) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser 
considerado de maneira dissociada das demais regras e princípios. 
(I) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas 
entre agentes públicos e órgãos do Estado. 
 
02. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Assinale a opção correta a respeito de direito 
administrativo. 
(F) A administração exerce atividade política e discricionária. 
(G) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo. 
(H) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da 
territorialidade. 
(I) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a 
execução de leis, decretos e regulamentos. 
(J) O regimento administrativo obriga os particulares em geral. 
 
03. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Acerca de conceitos inerentes ao direito 
administrativo e à administração pública, assinale a opção correta. 
(F) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada. 
(G) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada 
pelo ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções. 
(H) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e 
harmônicos entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis. 
(I) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo. 
(J) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as 
obrigações mútuas da administração e dos administrados. 
 
04. (STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE). Julgue o item seguinte, acerca do direito 
administrativo e da prática dos atos administrativos. 
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de 
normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à 
realização dos direitos fundamentais da coletividade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
GABARITO 
 
01.B/ 02.B/ 03.C/ 04. Certo 
Comentários 
 
05. Resposta: B 
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho 
"O estudo moderno do Direito não mais comporta a análise isolada e estanque de um ramo 
jurídico. Na verdade, o Direito é um só; são as relações jurídicas que podem ter diferente 
natureza. Assim, embora de forma sucinta, é cabível indicar algumas linhas em que o Direito 
Administrativo se tangencia com outras disciplinas jurídicas" 
 
06. Resposta: B 
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MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e 
se encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser 
considerada, funcional ou organizacional 
 
07. Resposta: C 
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e 
o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente 
indelegáveis (CF, art. 2º). 
 
08. Resposta: Certo 
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o "conjunto harmônico 
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a 
realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 
Fontes 
 
 Segundo Alexandre Mazza12, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as 
fontes são fatos jurídicos de onde as normas emanam.” 
 
 Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas 
de Direito Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias. 
 
 A fonte primária é a lei. 
 
 De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações, 
ou seja, somente a lei pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei? 
 
 Maria Helena Diniz13 ensina que a lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que 
engloba um conjunto de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do 
Estado. A elaboração da lei é disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade 
compulsória garantida pelo Estado. 
 
 Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato 
primário, pois encontra seu fundamento na Constituição Federal, bem como possui por 
características a generalidade (a lei é válida para todos) e a abstração (a lei não regula situação 
concreta). 
 
 Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei 
delegada, medida provisória, decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são leis e, portanto, 
constituem fonte primária do Direito Administrativo. Não se deve esquecer das normas 
constitucionais que estão no ápice do ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
12 Idem 
13 DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva. 
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 Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem 
seguir um procedimento. 
 A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o 
Presidente da República celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso 
Nacional, utilizando de sua competência exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por 
meio de Decreto Legislativo. 
 Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e, 
após, promulgado por meio de Decreto Presidencial. 
 Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento 
pátrio e, em regra, terá força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados 
que versem sobre direitos humanos, o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º 
da Constituição: 
 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja 
votado em dois turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum 
qualificado de três quintos. Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional. 
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a serfontes do 
Direito Administrativo. 
 O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a 
jurisprudência e os costumes. 
Doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os 
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que 
determinam o sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador. 
Jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões 
reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina 
porque se trata de uma interpretação da legislação. 
Costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem 
aceitação social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila, 
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porém as pessoas respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está 
intrínseco no seio social. 
 Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas 
administrativas reiteradas. Alexandre Mazza14 define: “os costumes são práticas reiteradas da 
autoridade administrativa capazes de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao 
serem repetidos constantemente, criam o hábito de os administrados esperarem aquele modo 
de agir, causando incerteza e instabilidade social sua repentina alteração. É nesse sentido que 
os costumes constituem fontes secundárias do Direito Administrativo. Importante relembrar 
que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela qual só podem ser considerados 
vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou princípio estabelecido na 
legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”. 
Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as 
disposições de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, 
dependem de regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis 
independem de regulamentos para produzir efeitos. 
 
Instruções normativas Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, 
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os 
superiores expedem normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus 
subordinados com relação a determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens 
de serviço. 
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas. 
Regimentos São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo 
ou da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta 
maneira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. 
Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores, 
regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em 
especial os colegiados. 
Lei formal Relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo, 
devendo seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis 
Complementares, Leis Ordinárias ou Leis Delegadas. 
Vale frisar que a lei apresenta o mais alto nível de produção, ficando abaixo, apenas da 
Constituição Federal. 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Os princípios constituem fundamento do Direito Administrativo. São diversas as suas 
classificações, por isso adotar-se-á no presente a classificação de Diogo de Figueiredo Neto15. 
Para esse autor existem os princípios fundamentais que são os previstos de forma explícita ou 
implícita no Título I da Constituição, dos quais destaca-se os mais relevantes para o Direito 
Administrativo que são o princípio republicano, o princípio democrático, o princípio da 
dignidade da pessoa humana, o princípio da cidadania e o princípio da segurança jurídica. 
Alguns princípios são classificados como gerais posto que aplicados para todos os ramos do 
direito, como o princípio da legalidade, da igualdade, da publicidade, da sindicalidade, da 
legitimidade, entre outros. 
Especificamente em Direito Administrativo, os princípios são divididos em princípios gerais de 
Direito Administrativo e princípios setoriais de Direito Administrativo. 
 
14 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 
15 FIGUEIREDO NETO, Diogo de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 
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Os primeiros trazem as normas e os valores que regem a Administração Pública de maneira 
geral como os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, entre outros. 
Por sua vez, os princípios informativos do Direito Administrativo, dizem respeito a um conjunto 
de proposições monovalentes setoriais, que serve como base do Direito Administrativo, 
comunicando o campo de jurisprudência, garantindo autonomia e elaboração de institutos 
específicos. 
Princípio da Supremacia Do Interesse Público Este princípio consiste na sobreposição do 
interesse público em face do interesse particular. Havendo conflito entre o interesse público e 
o interesse particular, aquele prevalecerá. 
Podemos conceituar INTERESSE PÚBLICO como o somatório dos interesses individuais desde 
que represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade. 
O interesse público PRIMÁRIO é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como 
um todo. Já o interesse público SECUNDÁRIO é o interesse direto do Estado como pessoa 
jurídica, titular de direitos e obrigações, em suma, é vontade do Estado. Assim, a vontade do 
povo (interesse público PRIMÁRIO) e a vontade do Estado (interesse público SECUNDÁRIO) não 
se confundem. 
O interesse público SECUNDÁRIO só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público 
PRIMÁRIO. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse 
público PRIMÁRIO. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta 
distinção. 
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, 
fundamentando a existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à 
Administração Pública para que esta esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela 
Constituição e pelas leis. 
O ordenamento jurídico determina que o Estado-Administração atinja uma gama de objetivos 
e fins e lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio 
da Supremacia do Interesse Público, fornecendo à Administração as prerrogativas e os poderes 
especiais para obtenção dos fins estabelecidos na lei. 
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de 
lei fala, dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Direito Administrativo. 
Vejamos alguns exemplos práticos: 
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no 
princípio da Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar 
uma propriedade, requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o 
direito à propriedade. 
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses 
contratos preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por 
exemplo, modificar ou rescindir unilateralmente tal contrato. 
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, 
por exemplo, de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada 
hora da noite com o objetivo de diminuir a violência. 
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedadescometidas em nome do aludido 
princípio, já existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se pôr fim a este, através 
da Teoria da Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não 
resolverá o problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria 
da doutrina, o princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares 
da Administração, devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua 
aplicação, o Poder Judiciário deve ser provocado para corrigi-lo. 
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Princípio Democrático O caput do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, adotou em seu 
parágrafo único, o denominado princípio democrático, ao afirmar que “todo poder emana do 
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição”. 
O Estado Democrático de Direito, que significa a exigência de reger-se pelo Direito e por normas 
democráticas, com eleições livres, periódicas e pelo povo bem como o respeito das autoridades 
públicas aos direitos e garantias fundamentais, proclamado 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana A dignidade da pessoa humana é o princípio 
permeante do ordenamento jurídico, sendo, assim, indissociável dos direitos fundamentais. É 
o que se pode denominar aspecto pragmático-constitucional – relação entre os direitos 
fundamentais e a dignidade da pessoa humana na ordem constitucional. 
A tríade Dignidade, Direitos Fundamentais e Constituição é a diretriz da conduta estatal e 
particular, porquanto se trata do conjunto fundante da ordem jurídica como um todo. Conclui-
se que os direitos fundamentais são a concretização da dignidade humana dentro da ordem 
constitucional; concretização esta que é evidenciada sob o aspecto de informadora de todo o 
ordenamento jurídico. 
O direitos fundamentais foram alçados à condição de princípios constitucionais devido ao 
reconhecimento da importância dos valores que encerram. A compreensão dessa posição 
principiológica é relevante para o estabelecimento oportuno da conexão entre os direitos 
fundamentais e a missão a eles delegada de transmutar-se em sustento da condição digna. 
A relação entre direitos fundamentais e dignidade da pessoa humana é das mais íntimas. É certo 
que a vida digna se consagra com tais garantias provedoras. A vivência digna vai além da simples 
relação com os direitos humanos relativos às liberdades individuais ou aos direitos sociais. É 
óbvio que a ausência de direitos dessa natureza importa em constatação mais perceptível de 
violação e usurpação da condição intrínseca de ser humano. Contudo, não se pode olvidar que 
todos e não apenas alguns dos direitos fundamentais configuram-se em instrumentos 
assecuratórios da dignidade do ser humano. 
Princípio da Cidadania Segundo Dalmo Dallari: 
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar 
ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou 
excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro 
do grupo social”. 
Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à universalidade dos direitos do ser humano 
na sua dignidade –, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais 
antigas, possui um caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva. 
Princípio da Igualdade Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que a 
Administração Pública deve se preocupar em tratar igualmente as partes no processo 
administrativo, sem que haja discriminações não permitidas. 
O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equidade, com congruência. 
No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa, pois se deve tratar igualmente 
os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. 
Princípio da Executoriedade Trata-se de atributo do ato administrativo que permite ao Poder 
Público sua imediata aplicação, sem ter que recorrer ao Poder Judiciário. 
Princípio da Consensualidade Muito usado nos casos de mediação, em que não se pode impor 
uma decisão às partes, porém o resultado do que for debatido entre elas deve ser levado em 
consideração. Para que a mediação tenha bons resultados, é necessário que exista um consenso 
entre as partes. 
Princípio Republicano É a forma de relacionamento das autoridades públicas com os seus 
cidadãos e traz como características a eletividade, temporariedade e necessidade de prestação 
de contas pela administração pública. 
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Princípio da Sindicabilidade Diz respeito ao controle dos atos administrativos, seja pela própria 
Administração, seja pelo Poder Judiciário. Desde a segunda metade do século XX, como 
consequência dos conflitos mundiais, dos atentados aos direitos fundamentais, vem se 
defendendo a ampliação do controle (sindicabilidade) da Administração Pública pelo poder 
Judiciário. Seria esta a forma de se conterem abusos que geralmente isentam-se de controle 
sob a alegação da “intangibilidade jurisdicional” dos atos discricionários". 
Princípio da Legitimidade Está voltado aos atos administrativos, mais conhecido como 
presunção de legitimidade. 
É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até que se 
demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não 
significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova 
é de quem alega. 
Princípio da Especialidade Este princípio está presente em algumas atividades das pessoas 
jurídicas não territoriais, limitando, assim, a capacidade e a atividade, sendo-lhes interdito 
praticar atos que não tenham relação com o objeto particular que é inerente. 
Com isso, fica proibido às pessoas, aceitarem doações e legados, que impunham a elas, 
aceitarem atividades diversas à sua especialidade. Ex: uma escola, que aceitaria doação para 
que ali funcionasse um hospital. 
A partir do momento em que se confere personalidade jurídica a um agrupamento, já se 
concede o fim para o qual se tornou personalidade jurídica, não devendo atuar em sentido 
diverso do que fora incumbido. 
Princípio da hierarquia. Compreende-se como hierarquia, a relação de coordenação e 
subordinação dos órgãos do poder executivo. 
Na organização por instâncias, cada uma vai funcionar em esfera diferente da outra, não 
havendo comunicação entre essas. Há atos que só podem ser feitos pelo juiz de primeira 
instância, não sendo de competência do Tribunal. 
Basta pensar no caso do legislador, que quando entende que é caso de reexame, manda que 
haja recurso por parte do juiz. 
No legislativo, também não existe hierarquia, ainda que se tenha um sistema bicameral. O que 
pode haver no judiciário e no legislativo é a hierarquia, naquilo que tais poderes têm de 
administrativo. 
Pelo princípio da hierarquia, no que diz respeito especificamente ao direito administrativo, 
temos consequências, como a unidade de direção, revisão dos atos dos subordinados. Tais 
institutos são informados pelo princípio da hierarquia, pois há um respeito nas suas áreas de 
atribuição e competências. 
Princípio da continuidade. O serviço público diz respeito as atividades do Estado, de modo que 
não pode haver interrupção desses serviços, por isso que é vedada a greve do funcionário 
público, já que pode ocasionar a quebra da continuidade dos serviços, que causarão inúmeros 
transtornos para o Estado, além da coletividade. 
Interpretação das normas de direito administrativo 
A interpretação do Direito Administrativo serve-se de alguns princípios próprios e apresenta 
especificidades e complexidades que lhe são peculiares. Todavia isso não exclui a técnica da 
interpretação geral do direito, conforme passamosà expor: 
Gramatical: De acordo com a técnica gramatical (literal, semântica ou filológica) o hermeneuta 
procurará o sentido literal do texto normativo, buscando as regras da gramática e da linguística, 
examinará o aplicador ou intérprete cada termo do texto normativo, isolada ou 
sistematicamente, atendendo à pontuação, colocação dos vocábulos, origem etimológica etc., 
para, ao final, formular os significados que possa ter o preceito analisado. 
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Lógico: No que pertine ao processo lógico, o que se pretende é desvendar o sentido e o alcance 
da norma, estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e 
combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade. 
Histórica: A técnica interpretativa histórica funda-se na análise dos antecedentes da norma, 
pesquisando todo o seu itinerário legislativo, às circunstâncias fáticas que a precederam e lhe 
deram origem, as causas ou necessidades que induziram o órgão a elaborá-la. Essa investigação 
é bastante útil a fim de captar o exato significado das normas e os resultados que tencionam 
alcançar. 
Sistemático: O intérprete, partindo do pressuposto que o sistema jurídico não se compõe de 
um único sistema normativo, mas de vários, que constituem um conjunto harmônico e 
interdependente, considerará o sistema em que se insere a norma, relacionando-a com outras 
normas concernentes ao mesmo objeto. Deve-se, por conseguinte, cotejar o texto normativo, 
em análise, com outros do mesmo diploma legal ou de leis diversas, mas referentes ao mesmo 
objeto, pois por umas normas pode-se desvendar o sentido de outras. Examinando o conjunto 
das normas é possível desvendar o sentido de cada uma delas. 
Teleológico: Por fim, o processo teleológico objetiva adaptar a finalidade da norma às novas 
exigências sociais. A técnica teleológica conduz à compreensão de que o fim prático da norma 
coincide com o fim apontado pelas exigências sociais (fim social, tendo em vista o bem comum). 
 
Questões 
 
01. (CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária – CESPE). 
Julgue os itens a seguir, acerca dos princípios e das fontes do direito administrativo. 
 Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do 
direito administrativo. 
(...) Certo ( ) Errado 
02. (Prefeitura de Piraúba/MG - Assistente Social - MS CONCURSOS/2017). Com relação 
às fontes do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta. 
(A) Costumes são decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido e têm efeito secundário. 
(B) A lei é fonte primária e principal do Direito Administrativo. 
(C) A doutrina é conduta reiterada praticada pelos agentes públicos com consciência de 
obrigatoriedade. 
(D) A jurisprudência é a opinião expressa por juristas, cientistas e teóricos do direito. 
 
03. (PC/PE - Agente de Polícia – CESPE/2016). Considerando as fontes do direito administrativo 
como sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o surgimento de uma 
norma posta, assinale a opção correta. 
(A) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger 
inclusive os regulamentos administrativos. 
(B) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de 
regulamentar a convivência mediante a harmonização de pensamentos. 
(C) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do 
direito administrativo. 
(D) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao 
publicarem suas pesquisas acerca de determinada questão jurídica. 
(E) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema. 
 
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04. (Prefeitura de Sobral/CE - Técnico Legislativo – Área Legislativa – CIDADES). O Direito 
Administrativo tem como fontes norteadoras quatro principais objetos. Nesse sentido, assinale 
a alternativa que não representa um desses objetos: 
(A) A lei. 
(B) A jurisprudência. 
(C) A doutrina. 
(D) Os poderes constituídos 
 
05. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE). Com relação ao conceito, ao 
objeto e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta. 
(A) Consoante o critério negativo, o direito administrativo compreende as atividades 
desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, incluindo as atividades jurisdicionais, porém 
excluindo as atividades legislativas. 
(B) Pelo critério teleológico, o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem 
a administração pública. 
(C) Para a escola exegética, o direito administrativo tinha por objeto a compilação das leis 
existentes e a sua interpretação com base principalmente na jurisprudência dos tribunais 
administrativos. 
(D) São considerados fontes primárias do direito administrativo os atos legislativos, os atos 
infra legais e os costumes. 
(E) De acordo com o critério do Poder Executivo, o direito administrativo é conceituado 
como o conjunto de normas que regem as relações entre a administração e os administrados. 
 
06. (Prefeitura de São Paulo – SP - Auditor Fiscal Municipal - Tecnologia da Informação – 
CETRO). Entre as fontes principais do Direito Administrativo estão a lei, a doutrina, a 
jurisprudência e os costumes. Acerca dessas fontes, assinale a alternativa correta. 
(A) A doutrina, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo. Ela influi 
na elaboração da lei e nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o 
próprio Direito Administrativo. 
(B) A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a 
universalizarse, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos 
princípios teóricos ao caso concreto. 
(C) Os costumes distinguem as regras que convêm ao Direito Público e ao Direito Privado. 
Assim como a doutrina, influi na elaboração da lei. 
(D) A lei possui um caráter mais prático, mais objetivo, que a doutrina e os costumes, mas 
nem por isso se aparta de princípios teóricos. 
(E) A doutrina, no Direito Administrativo Brasileiro, exerce ainda influência em razão da 
deficiência da legislação. 
Gabarito 
 
01.Certo/ 02.B/ 03.A/ 04.D/ 05.C/ 06.B. 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Certo 
Como fonte do Direito Administrativo, a lei é a mais importante. Porém, entre os princípios, 
não há hierarquia. Quer dizer, o Princípio da Legalidade não é superior, nem mais importante 
que os demais princípios. 
 
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02. Resposta: B 
No Brasil, o que predomina é a lei como fonte primária, outros países adotam a jurisprudência. 
Como se sabe o Princípio da Legalidade é um dos pilares que fundamentam a Administração 
Pública. 
 
03. Resposta: A 
A lei é fonte primária do Direito administrativo. Em decorrência do princípio da legalidade, a lei 
é a mais importante de todas as fontes. Abrange, em seu sentido amplo, as medidas provisórias; 
os regulamentos, os tratados internacionais, etc. 
 
04. Resposta: D 
Para Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino são 4 as principais Fontes do Direito 
Administrativo: 
a Lei, a Doutrina, a Jurisprudência e o Costume. 
 
05. Resposta: C 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em suas origens, na França, o Direito 
Administrativo tinha por objeto apenas a interpretação das leis administrativas. Os 
doutrinadores limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base 
principalmente na jurisprudência dos Tribunais Administrativos, formando a chamada Escola 
Exegética, Legalista, Empírica ou Caótica, "para a qual o Direito Administrativo era 
compreendido como sinônimo de Direito Positivo". 
 
06. Resposta:

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