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APELAÇÃO OTÁVIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PATOS DE MINAS/MG
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ref. Processo nº [XXX]
 
 
GRERJ nº [XXXX]
 
 
 
 
OTÁVIO, devidamente qualificado nos autos da AÇÃO INDENIZATÓRIA PELO RITO SUMÁRIO movida por Hercília, por intermédio do seu procurador, igualmente qualificado nos autos, vem, inconformado com a sentença prolatada às fls. (XXXXX), perante Vossa Excelência, interpor, no devido prazo legal, para a egrégia instância superior, o presente:
 
RECURSO DE APELAÇÃO
 
Consubstanciando as razões anexas e requerendo o encaminhamento ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Termos em que,
pede deferimento
Rio das Ostras, 06 de outubro de 2015
Luiz Castro Freaza Filho
Advogado
OAB/XXXX
AO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS
 
Apelante: Otávio
Apelados: Hercília
Processo de origem: [XXX]
3ª Vara da Comarca de Patos de Minas/MG
 
 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO
 
EGRÉGIO TRIBUNAL
 
COLENDA TURMA
 
ILUSTRES DESEMBARGADORES
 
 
O apelante inconformado com a r. sentença do MM. Juízo a quo, espera ver reformada aquela decisão, fundamentando suas razões nos seguintes fatos e argumentos jurídicos:
 
SINOPSE DOS FATOS
                                   
O recorrente é proprietário do automóvel [XXX], segundo faz prova o incluso Certificado de Registro e Licenciamento.
 
No dia [data], por volta das [XXX] horas da manhã, na oportunidade em que dirigia seu veículo na avenida [XXX] sentido [XXX], o recorrente abalroou o veículo [XXX], de propriedade do recorrido, conforme se depreende do Boletim de Ocorrência.
 
O sinistro, mais especificadamente, ocorreu no semáforo de acesso ao bairro [XXX]. O recorrente se utilizava normalmente da pista auxiliar da avenida, em velocidade inferior à máxima permitida pela referida avenida.
 
Pouco depois do semáforo de acesso ao bairro ficar vermelho, o recorrente deixou a pista auxiliar para ingressar na principal, momento em que se deparou com o carro da recorrida parado no meio da faixa de pedestre, a qual o recorrente precisava atravessar para ter acesso à principal, momento em que o recorrente abalroou o carro da recorrida.
 
Em virtude da pouca curta duração de tempo do semáforo de acesso, em que o recorrente entrou rápido na avenida, este freou imediatamente, porém não conseguiu evitar a batida na lateral no veículo da recorrida, causando graves danos ao veículo do recorrente. Os danos físicos, por sorte, não ocorreram em virtude de o carro do recorrente ser equipado com sistema de “air-bag”, o qual restou acionado com o choque.
 
Após a batida, verificando a existência de danos físicos na recorrida, o recorrente ligou para o serviço de emergência e pediu uma ambulância. 
 
DA SENTENÇA GUERREADA
O juízo a quo, em peculiar desacerto e com despicienda pressa, julgou antecipadamente a lide, rejeitando a preliminar de extinção do processo por litispendência apresentada pelo recorrente na contestação, bem como não apreciando o pedido contraposto do mesmo, afirmando que deveria ter sido feito através de reconvenção. Por fim, julgou procedente os pedidos autorais e condenou o recorrente ao pagamento do valor de R$ 15.000,00 a título de honorários advocatícios. 
DAS NULIDADES
 
Inicialmente, é de se ponderar a nulidade da sentença prolatada pelo MM. Juízo a quo, senão, vejamos. 
Em contestação, o recorrente alegou que a recorrida, ora autora, já havia intentado ação na 2ª Vara da Comarca de Patos de Minas, em face do apelante, se valendo de causa de pedir e pedidos idênticos. Dessa forma, o julgador ignorou flagrante litispendência em sua azáfama (ou seria ignávia?) de decidir a lide, não atentando, sequer, que o processo intentado na 2ª Vara da Comarca de Patos de Minas já possuía contestação e estava na fase de réplica, merecendo assim, o presente feito, extinção por litispendência, como disposto no art. 267, V do CPC.
Do mesmo modo, repise-se, o julgador, por sua avidez em sentenciar, não considerou nem o protesto do recorrente pela produção de prova testemunhal, julgando de pronto a lide quando da sua conclusão para a decisão saneadora. Ora, em um processo de acidente de trânsito qual a melhor prova, senão a testemunhal? Dessa forma, o magistrado a quo cerceou a defesa do recorrente, não permitindo que o mesmo se desincumbisse do ônus que lhe cabia, na forma do art. 333, II do CPC. 
Por fim, mas não menos absurdo, o magistrado sequer apreciou o pedido contraposto feito pelo recorrente em sua contestação, sob a alegação de que o mesmo deveria ser feito através de reconvenção. O error in procedendo não poderia ser mais escancarado, uma vez que o processo versa sobre acidente de trânsito, o qual deve seguir sob o procedimento sumário conforme se depreende do art. 275, II, d, do Código de Processo Civil, admitindo, expressamente, a formulação de pedido contraposto pelo réu, o que consta do § 1º do art. 278 do mesmo diploma processual. 
DA REFORMA
Caso os eminentes julgadores não entendam pela anulação da sentença, que considerem a reforma in totum do julgado pelas razões fáticas abaixo expostas.
A procedência do pedido se mostra medida errônea no presente feito, uma vez que a culpa do acidente foi toda da recorrida, que não pautou sua conduta nas cautelas devidas, desrespeitando, pois, as regras de trânsito brasileiras e danificando sobremaneira o veículo do recorrente, conforme se nota das fotos acostadas aos autos.
A parada em uma faixa de pedestres, além de causar transtorno aos transeuntes, tomando todo o espaço de travessia, é totalmente imprudente, pois os carros que vêm em acesso à avenida acreditam que o caminho está livre e, assim, atravessam a pista com rapidez, pois o semáforo de acesso se fecha em alguns segundos.
 
Não resta, destarte, nenhuma dúvida em relação ao causador do acidente e da real necessidade de ressarcimento que deve se pautar nos orçamentos apresentados, vez que o carro não era objeto de seguro contra sinistro.
 
Em sentença prolatada em Juízo a quo, entretanto, apresentam-se contradições fáticas que imperam por ser sanadas.
 
O Exmo. Magistrado, que prolata a referida sentença, construiu a narração fática baseada apenas em uma única prova, o Boletim de Registro de Acidente de Trânsito (BRAT), que apesar de ser prestigiado por presunção de veracidade e legalidade, não deve ser aceito como única prova. Dessa forma, já admitiu o TRF:
CIVIL E ADMINISTRATIVO. ACIDENTE DE VEÍCULO. RESPONSABILIDADE CIVIL. PROVA. BRAT. SINDICÂNCIA. RECURSO PROVIDO. 1. A questão em debate no presente recurso versa sobre o direito da União ao ressarcimento de dano material decorrente de acidente envolvendo veículos civil e militar. 2. O BRAT lavrado pelo Sargento da Polícia Militar constitui o único registro do acidente envolvendo os dois veículos, nele constando, apenas, a narrativa da colisão na visão de cada um dos condutores, o que nada esclarece quanto à responsabilidade pelo acidente, razão pela qual, no caso concreto, não serve como meio de prova seja em favor da União, seja em favor dos Apelantes. 3. A despeito da presunção de legalidade e legitimidade de que gozam os atos administrativos em geral, a conclusão da sindicância militar, na hipótese, não se presta a sustentar a condenação dos Apelantes, uma vez que não há informações claras acerca do acidente em questão, seja quanto à dinâmica do evento, seja quanto à uma possível existência de defeitos nos semáforos próximos à Base Aérea dos Afonsos. 4. Apelo provido. Sentença integralmente reformada. (GRIFO NOSSO)
(TRF-2 - AC: 200551100072077 RJ 2005.51.10.007207-7, Relator: Desembargador Federal GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA, Data de Julgamento: 28/02/2011, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::10/03/2011 - Página::409)
 
Pelo exposto, entende o recorrente que o julgado não pode se pautar somente em uma prova, indeferindo o protesto por prova testemunhal, de tamanha validade no caso, sobpena de fazer julgamento inconsistente e descompromissado com a verdade dos fatos. 
Como ficou demonstrado que a culpa é da recorrida, merece o recorrente ver seu pedido contraposto de indenização pelos danos materiais totalmente julgado procedente, mesmo que não tenha sido julgado pelo juízo a quo, na forma do art. 515, § 1º do CPC. Ressalte-se que os gastos ficaram comprovados pelos orçamentos de fls. [XXX]. 
Por fim, apenas pelo amor ao debate, caso os eminentes julgadores não entendam pela improcedência do pedido principal e procedência do pedido contraposto, que procedam à redução dos valores do dano material e moral, bem como dos honorários advocatícios. 
O dano material deve visar sempre o menor orçamento, prezando assim pelo princípio da boa-fé, o que não aconteceu no caso em tela, pois dos três orçamentos apresentados pela recorrida, o juiz escolheu o intermediário como o mais adequado, sendo que existe orçamento pautado em R$ 8500,00.
Quanto ao dano moral, entende o recorrente que o valor de R$ 50000,00 não comporta adequada compensação, haja vista que apesar de ter perdido uma perna, a recorrida não suportou maiores danos estéticos, não ensejando assim maior ofensa à dignidade da pessoa humana ou humilhações e qualquer sentimento de repulsa, devendo ser reduzido o quantum condenatório para R$ 25000,00. 
Por derradeiro, o importe de R$ 15000,00 a título de honorários é exorbitante e extrapola o que legalmente disposto, visto que por força do art. 20, § 3º do Código de Processo Civil, os honorários devem ser fixados entre um mínimo de dez por cento (10%) e vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, sendo que esta totalizou R$ 60000,00 e, se permitido o cálculo, vinte por cento (20%) deste valor não ultrapassaria 12000,00, valor menor do que o fixado em primeira instância. Em assim sendo, pleiteia a redução dos honorários advocatícios para o mínimo legal de dez por cento (10%) sobre o valor da condenação, resultando no valor de R$ 6000,00. 
 
DOS PEDIDOS
 
Isto posto, requer o apelante:
                                                            
 
Seja anulada a sentença do magistrado a quo em razão das nulidades ora expostas, pela ocorrência de litispendência, cerceamento de defesa por indeferimento de prova ou falta de análise de pedido contraposto sob a alegação de não comportada pelo rito;
Seja reformada a sentença do ilustre magistrado a quo, no sentido de se reconhecer a responsabilidade do recorrido no sinistro ocorrido, afastando assim a condenação do ora recorrente e proceda à análise do pedido contraposto de condenação da apelada por R$ 10000,00, a título de danos materiais;
Caso não entendam V. Exas. pela culpa da recorrida, que reduzam o quantum condenatório, bem como os honorários advocatícios arbitrados, sendo o dano material reduzido para R$ 8500,00, o dano moral reduzido para R$ 25000,00 e os honorários de advogado reduzidos para R$ 6000,00. 
Termos em que,
pede deferimento.
 
Rio das Ostras, 06 de outubro de 2015
Luiz Castro Freaza Filho
OAB/RJ XXX.XXX

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