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CAPÍTULO 3 ESTRUTURA CRISTALINA 3.1 Introdução Ordem de grandeza: 10-10 a 10-7 (Ǻ) Estrutura cristalina Técnicas de análise MET Difração de raios X 3.1. INTRODUÇÃO 3.1 Introdução Conceitos Fundamentais A estrutura de um material está associada ao arranjo espacial dos átomos O material pode ser cristalino ou não cristalino, dependendo da regularidade com que os átomos estão dispostos no material sólido CRISTALINO: é aquele no qual os átomos estão dispostos em um arranjo que se repete ou que é periódico ao longo de grandes distâncias; existe ordem a longa distância, ou seja, os átomos estão posicionados em um padrão tridimensional repetitivo no qual cada átomo está ligado aos seus átomos vizinhos mais próximos. NÃO CRISTALINO: Os materiais não cristalizam, ou seja não há a repetição de um padrão no posicionamento dos átomos. Estes materiais são conhecidos como amorfos. 3.1. Introdução Ex.: (bidimensional) Material sólido cristalino Material sólido amorfo Gás Material sólido cristalino (tridimensional) átomos 3.1 Introdução Estrutura cristalina Algumas propriedades dos sólidos cristalinos dependem da estrutura cristalina, ou seja, de como os átomos, íons e moléculas estão arranjadas espacialmente. Existe um grande número de estruturas cristalinas, variando desde estruturas simples até excessivamente complexas Ao se descrever uma estrutura cristalina, os átomos são considerados como esferas sólidas com diâmetro bem conhecido (posição ou tamanho). RETÍCULO: matriz tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos (ou centro das esferas) 3.2 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS 3.2.1 Sem ordem Em gases, como o Ar e outros gases nobres. Se confinados, os gases não apresentarão nenhuma ordem entre seus átomos constituintes. Argônio Hélio 3.2.2 Ordenamento a curto alcance Ângulos, distâncias e simetria com ordenação a curto alcance. Ocorre na H2O, que apresenta uma orientação preferencial, no SiO2 e no polietileno. em materiais não-cristalinos ou amorfos H2O SiO2 Não cristalino 3.2 Ordenação de átomos 3.2.2 Ordem a longo alcance 3.2 Ordenação de átomos Material cristalino Átomos ordenados em longas distâncias atômicas formam uma estrutura tridimensional rede cristalina Metais, cerâmicos e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação Retículo cristalino 3.2.2 Ordem a longo alcance 3.2 Ordenação de átomos A rede é formada por átomos se repete regularmente REDE: conjunto de pontos espaciais que possuem vizinhança idêntica. Na rede a relação com vizinhos é constante: - simetria com os vizinhos; - distâncias define o parâmetro de rede; - ângulos entre arestas Exemplo esquemático de rede PARÂMETROS PELOS QUAIS SE DEFINE UM CRISTAL 3.2.2 Ordem a longo alcance 3.2 Ordenação de átomos SOLIDIFICAÇÃO Cristais se formam no sentido contrário da retirada de calor ►Mais baixa energia livre ►Maior empacotamento COMO OS CRISTAIS SE FORMAM? Solidificação Saturação de uma solução SATURAÇÃO - A maioria dos materiais é cristalina, ou seja, os átomos do material são arrumados de forma regular e repetitiva. - É necessário identificar os 7 sistemas cristalinos e as 14 redes cristalinas, pois cada uma das milhares de estruturas cristalinas encontradas em materiais naturais e sintéticos pode ser colocada dentro desses poucos sistemas e redes. As estruturas ideais compreendem: diferentes sistemas cristalinos 7 sistemas cristalinos diferentes 14 redes de Bravais diferentes Parâmetros de Rede: Ângulos entre eixos cristalográficos a, b, g tamanho das arestas a, b, c 3.3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3 Célula Unitária CÉLULA UNITÁRIA é a menor subdivisão da rede cristalina que retém as características de toda a rede. existem diferentes tipos de células unitárias, que dependem da relação entre seus ângulos e arestas. Célula unitária Arranjo de átomos em um cristal Rede cristalina Unidade estrutural básica ou bloco de construção básico da estrutura cristalina 3.3 Célula Unitária cúbico ortorrômbico tetragonal hexagonal monoclínico triclínico romboédrico Existem 7 tipos principais de cristais SISTEMAS CRISTALINOS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA Metais cristalizam preferencialmente: - hexagonal - CCC - CFC - CS muito raro 7 sistemas cristalinos e 14 redes de Bravais METAIS Ligação metálica não- direcional: não há restrições quanto ao número e posições dos vizinhos mais próximos. Estrutura cristalina dos metais tem geralmente um número de vizinhos grandes e alto empacotamento atômico. Romboédrico Hexagonal CS CCC CFC=CC TS TCC OS OCC OBC OFC MS MBC HC 3.3 Célula Unitária Sistema cristalino Rede de bravais Eixos Ângulos axiais Cúbico CS a1 = a2 = a3 Todos ângulos= 90° CCC CFC=CC Tetragonal TS a1 = a2 ≠ c Todos ângulos= 90° TCC Ortorrômbico OS a ≠ b ≠ c Todos ângulos= 90° OFC OBC OCC Monoclínico MS a ≠ b ≠ c Dois âng. = 90°; 1 âng ≠ 90° MBC Triclínico a ≠ b ≠ c todos âng. difer. e difer. de 90° Hexagonal HC a1 = a2 = a3≠ c 1 âng = 90° e 1 âng. = 120° Romboédrico a1 = a2 = a3 todos âng. iguais, mas ≠ 90° Existem 14 retículos cristalinos REDES DE BRAVAIS 3.3 Célula Unitária 3.3.1 Número de átomos por célula unitária Cúbico Simples (CS) Cúbico Corpo Centrado (CCC) Cúbico Face Centrada (CFC) SISTEMA CÚBICO 3.3 Célula Unitária É o número específico de pontos da rede que define cada célula unitária. - Átomo no vértice da célula unitária cúbica: partilhado por sete células unitárias em contato - Átomo da face centrada: partilhado por duas células unitárias 3.3.1 Número de átomos por célula unitária 3.3 Célula Unitária 3.3.1 Número de átomos por célula unitária CCC 1 + 8(1/8) = 2át. FEA = 0,68 Fe a, V, Cr, Mo, W CFC = CC (cúbica compacta) 6(1/2) + 8(1/8) = 4át. FEA = 0,74 Fe g, Al, Ni, Cu, Ag, Pt, Au CS 8(1/8) = 1át. FEA = 0,52 Hexagonal Compacta: HC FEA = 0,74 Be, Mg, Ti, Zn, Zr 3.3 Célula Unitária 3.3.2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede para as células unitárias do sistema cristalino cúbico. CFC a = 4r/(2)1/2 CCC a = 4r/(3)1/2 Estrutura Cristalina Relação tamanho de aresta, a, e raio atômico, r Calcule a densidade do Cu. Dados: Cu é CFC raio atômico do Cu= 0,128nm Massa atômica Cu= 63,55g/mol a = 4r/(2)1/2 = 4 x 0,128/(2)1/2 = 0,362nm r = m = 4át. x 63,55g x (107nm)3 = 8,89 g/cm3 V (0,362)3 6,023x1023át. cm3 CS a = 2r r = (n° átomos / célula)*(massa atômica de cada átomo) (volume da célula unitária) 3.3.3 Densidade 3.3 Célula Unitária 3.3.4 Número de Coordenação O número de coordenação é o número de vizinhos mais próximos, depende de: - covalência: o número de ligações covalentes que um átomo pode compartilhar; - fator de empacotamento cristalino. CÚBICO SIMPLES NC = 6 3.3 Célula Unitária 3.3.4 Número de Coordenação CÚBICO DE CORPO CENTRADO NC = 8 CÚBICO DE FACE CENTRADA NC = 12 3.3 Célula Unitária 3.3.4 Número de Coordenação 3.3 Célula Unitária 3.3.5 Fator de empacotamento Fator de empacotamento é a fração de volume da célula unitária efetivamente ocupada por átomos, assumindo que os átomos são esferas rígidas. FE = (n° átomos / célula) * volume cada átomo volume da célula unitária Calcule o FE do Cr. Dados:a = 4r/(3)1/2 r Cr = 0,125nm a = 4.0,125/(3)1/2 = 0,29 nm V cél unit = a3 = (0,29 nm)3 = 0,024 nm3 V át. = V esfera = 4/3. pr3 = 0,0082nm3 FE = 2*0,0082 = 0,68 0,024 3.3 Célula Unitária Resumo da estrutura cúbica Átomos por célula Número de coordenação Parâmetro de rede Fator de empacotamento CS 1 6 2R 0,52 CCC 2 8 4R/(3)1/2 0,68 CFC 4 12 4R/(2)1/2 0,74 CS CCC CFC 3.3 Célula Unitária 3.3.6 Alotropia ou transformações polimórficas Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Materiais de mesma composição química, mas que podem apresentar estruturas cristalinas diferentes, são denominados de alotrópicos ou polimórficos. Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. 3.3 Célula Unitária 3.3.6 Alotropia ou transformações polimórficas Exemplos Diamante Grafite Carbono grafite hexagonal diamante cúbico Nitreto de boro cúbico grafite Fe CCC CFC Titânio a b SiC (chega ter 20 modificações cristalinas) 3.3 Célula Unitária 3.3.6 Alotropia ou transformações polimórficas (Ex.: Fe) Tambiente FeCCC, NC 8 FE 0,68 910°C FeCFC NC 12 FE 0,74 1390°C FeCCC 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL As propriedades de muitos materiais são direcionais, por exemplo o módulo de elasticidade do FeCCC é maior na diagonal do cubo que na direção da aresta. 3.4.1 Coordenadas dos pontos Pode-se localizar os pontos das posições atômicas da célula unitária cristalina construindo-se um sistema de eixos coordenados. 3.4 Direções e planos no cristal Sistema cúbico Sistema Hexagonal Compacto 3-5 METAIS Sumarizando: os metais cristalizam preferencialmente em sistemas cúbico(CCC, CFC) ou hexagonal (HC). Logo, a estrutura cristalina destes materiais já foi estudada. CCC CFC Características de cristais metálicos comuns Estrutura a0 x R átomos NC FE Metais por célula Típicos CS a0 = 2R 1 6 0,52 Po CCC a0 = 4R/3 1/2 2 8 0,68 Fe, Ti, W, Mo, Nb, Ta, K, Na, V, Cr, Zr CFC a0 = 4R/2 1/2 4 12 0,74 Fe, U, Al, Au, Ag, Pb, Ni, Pt 3-5 METAIS 3.5 Metais Muitos materiais cerâmicos possuem ligações iônicas entre ânions e cátions. possuem estruturas cristalinas que asseguram a neutralidade elétrica. Relação de raios: ânion (geralmente maior) e cátion Considera-se que o ânion vai formar a rede cristalina e o cátion preencherá os vazios da rede. 3-6 CRISTAIS IÔNICOS determina o tipo de arranjo cristalino. 3.6 Cristais Iônicos
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