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Contabilidade Introdutória - Prof Marcelo

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Professor: Marcelo Alves de Almeida 
Brasília D.F, 07 de Fevereiro de 2012. 
INTRODUÇÃO A 
CONTABILIDADE I 
Versão Primeiro Semestre de 2012. 
 
Com vistas a facilitar o aprendizado do aluno, e principalmente em função das alterações 
da legislação contábil no Brasil, em relação ao processo de convergência das normas 
brasileiras (BR GAAP) para as normas Internacionais bem como a exigência do exame de 
suficiência previsto na lei n.º 12.249/2010, procuramos abordar nesse material todos os 
tópicos da ementa do curso atualizando-os em função das novas normas e direcionando-os 
para a prova do CFC. Serão abordados diversos exercícios de forma prática, procurando 
uma aproximação ao dia-dia de um Contador. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 1 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 2 
O cenário contábil 3 
Atuação da contabilidade 4 
Funções da contabilidade 5 
Finalidade 5 
Objetivos da contabilidade 6 
Objetos da contabilidade 6 
Usuários da informação contábil 7 
Técnicas contábeis 7 
A profissão contábil e o mercado de trabalho 8 
Órgãos relacionados à profissão 9 
Normas brasileiras de contabilidade 17 
Estrutura conceitual básica 18 
Patrimônio 26 
Origens e aplicações de recursos 32 
Contas Contábeis 35 
Escrituração 45 
Livros de escrituração 47 
Métodos de escrituração 53 
Razonete e balancete 56 
Operações de abertura 61 
Erros de escrituração e suas correções 65 
Apuração do Resultado 68 
Operações com mercadorias 73 
Demonstrações Contábeis 78 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 2 
INTRODUÇÃO 
A Contabilidade é uma ciência social criada a 2.000 a.C, e que tem evoluído significativamente ao 
longo dos anos. 
A verdade é que com a crescente globalização econômica os países cada vez mais se veem 
obrigados a se expandirem internacionalmente. No Brasil em 2000 a Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) deu início o que seria a maior mudança contábil no Brasil, desde 1976, por meio do Projeto de 
Lei nº. 3.741/00 que culminou na Lei nº. 11.638/07 e Lei nº.11.941/09. 
Ambas trouxeram significativas modificações nos dispositivos da Lei das Sociedades por Ações, lei nº. 
6.404/1976, com vigência em 01/01/2008. Alteraram regras como a do reconhecimento e mensuração 
de itens patrimoniais e da apresentação das demonstrações contábeis. 
Iniciou-se então o processo de convergência das normas brasileiras às normas internacionais de 
contabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, como muitos outros países, cerca de 100, o Brasil aderiu finalmente ao padrão Internacional de 
Contabilidade International Financial Reporting Standards (IFRS) emitidos pelo International 
Accounting Standards Board (IASB), conforme figura acima. 
Muitas sociedades brasileiras estão obrigadas a adotar, por exigência de diversos órgãos reguladores 
contábeis brasileiros, a partir de 2010, as Normas Internacionais de Contabilidade emanadas do IASB 
em suas demonstrações contábeis consolidadas. 
Esse cenário tem sido favorável à valorização cada vez mais do profissional de contabilidade, sendo 
necessária a atualização imediata dos profissionais ao padrão internacional de contabilidade. 
Diante de todo o exposto, procuraremos abordar neste material tudo o que diz respeito à contabilidade 
no modelo atual, convergida com as normas internacionais de contabilidade. 
 
 
 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 3 
O CENÁRIO CONTÁBIL 
A competitividade empresarial é um assunto comum nos dias atuais. De maneira geral, existe uma 
preocupação intensa por parte das empresas na permanência ou na inserção nesse mercado 
competitivo. 
Imaginemos, por exemplo, uma empresa que produz componentes eletrônicos. Mesmo sem conhecer 
profundamente a empresa objeto do exemplo, podemos levantar algumas questões: a empresa está 
tendo lucro? A empresa possui preço competitivo no mercado? Os produtos fabricados pela 
empresa estão com padrão de qualidade equiparada aos padrões mundiais? A empresa é 
competitiva no mercado interno e no mercado externo? Enfim, muitas são as indagações 
relacionadas com um único negócio. 
Diante desse cenário, podemos perceber que para gerenciar um negócio, uma atividade, devemos 
ter primeiramente informações sobre essa atividade. Tais informações podem apresentar-se sob 
várias formas, como por exemplo, quanto devo produzir no período, quanto posso gastar para 
produzir as mercadorias, qual será o preço de venda que devo praticar etc. 
Essas informações são basicamente de ordem quantitativas e qualitativas. Porém, a indagação 
principal é exatamente o ponto de como obter tais informações. 
Falaremos então de um sistema de informações em que o objetivo principal é oferecer o máximo 
possível de dados quantitativos e também qualitativos para gerenciar um negócio. Isso é 
Contabilidade. Obviamente que esse conceito ainda é geral e no decorrer da leitura iremos 
aprofundar nos detalhes. 
A Contabilidade será nada mais nada menos do que o “Médico” que revelará e cuidará da saúde 
financeira da empresa. Será o sistema de informação estruturado para dar ao dono do negócio o 
direcionamento das suas decisões. 
No nosso exemplo anteriormente citado (empresa produtora de componentes eletrônicos), a 
contabilidade deverá ter informações para responder ao dono do negócio as questões levantadas: Se 
a empresa está tendo lucro, se está com preço competitivo no mercado, sinalizar sobre a 
qualidade dos produtos comparando o retorno que o mesmo está dando para a empresa etc. 
Esse é o cenário contábil. Toda empresa precisa de informações para o seu bom gerenciamento. 
Quando falamos em empresas, nos referimos no sentido geral de organização. Ainda não foi separada 
as categorias, mas entenda o conceito de empresa como qualquer tipo de organização de pessoas ou 
grupos de pessoas que queiram explorar uma atividade econômica. 
Nessa abordagem, não importa se a empresa é uma indústria, um comércio, uma prestadora de 
serviços ou uma produtora de ações e benefícios sociais. Todas essas organizações são empresas e 
a contabilidade deverá atender a todas, sem distinção. 
 
 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 4 
ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE 
A atuação da contabilidade é muito ampla e seu universo demasiadamente extenso. 
Por exemplo, a padaria do Sr. Manoel precisa de Contabilidade assim como um Banco de 
Investimentos de Grande Porte. A Prefeitura de uma determinada cidade de qualquer estado bras ileiro 
precisa de contabilidade, assim, como todos os estados que compõem a federação brasileira, e até 
mesmo a própria federação. 
Enfim, sendo a Contabilidade um sistema de informação de apoio gerencial, qualquer organização ou 
pessoa detentora de capital poderá (e deverá) fazer uso de tal sistema. 
Importante registrar que o campo de atuação da Contabilidade pode ser tanto no setor público 
(empresas públicas, prefeituras, estados, federação, instituições financeiras públicas etc). Serve para 
uma pessoa, ou para um grupo de pessoas organizadas. 
Atende as entidades sem fins lucrativos e filantrópicos (asilos, casa de caridade, santas casas etc.), e 
também as organizações não governamentais (ONGs). Enfim, a Contabilidade atende a todos que 
necessitam de informações sobre evolução de dados financeiros e de capital investido. 
Resumindo a contabilidade abrange todas as entidades econômico-administrativas, são elas: 
 Entidades com fins econômicos: denominadas empresas, visam ao lucro para preservar 
e/ou aumentar o patrimônio líquido. Exemplo: empresas comerciais, industriais, prestadoras de 
serviços etc.; 
 Entidades com fins socioeconômicos: intituladas instituições, visam ao superávit que 
reverterá em benefício de seus integrantes. Exemplo: associações de classe, clubes sociais 
etc.; 
 Entidades com fins sociais: também chamadas instituições, têm por obrigação atender às 
necessidades da coletividade a que pertencem. Exemplo: a União, os Estados e os Municípios.Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 5 
FUNÇÕES DA CONTABILIDADE 
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar 
as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a empresa exerce no 
contexto econômico. 
 Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; 
 Organizar: um sistema de controle adequado à empresa; 
 Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de 
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
 Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos 
resultados obtidos pela empresa; 
 Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a 
serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais 
problemas. 
 
FINALIDADES 
A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das atividades realizadas pela empresa, no 
sentido indispensável de controlar o comportamento de seus patrimônios, na função elaboração e 
comparação dos resultados obtidos entre períodos analisados. 
A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados e a verificação sistemática 
dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar e anotar as operações da entidade e de todos 
os fatos que de alguma forma afetam sua situação econômica, financeira e patrimonial. 
Com esta acumulação de dados, convenientemente classificados, a Contabilidade procura apresentar 
de forma ordenada, o histórico das atividades da empresa, a interpretação dos resultados, e através 
de relatórios produzir as informações que se fizerem precisas para o atendimento das diferentes 
necessidades. 
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da administração das empresas 
no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade é o controle e o planejamento de toda e 
qualquer entidade econômico-administrativas. 
Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios pode certificar -se na 
medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas 
determinados. 
Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento de padrões 
e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos orçamentários, é de grande utilidade no 
planejamento empresarial, ou seja, no processo de decisão sobre que curso de ação deverá ser 
tomado para o futuro. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 6 
Todo e qualquer levantamento de informações administrativas e gerenciais deve ter como alicerce a 
Contabilidade. Relatórios baseados em informações nas quais não são provenientes dos livros 
contábeis são meros especulativos, pois não refletem a realidade da empresa, não têm consistência, 
não têm amparo na escrituração, não podem ser usados como prova contábil, são inexatos. 
Somente os dados retirados dos livros contábeis merecem boa-fé, tanto para fins comerciais, 
tributários, civis e principalmente para decisões judiciais 
 
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE 
De maneira geral, a Contabilidade é conceituada como um sistema de informações capaz de orientar 
aos donos ou acionistas de uma empresa, a tomarem decisões apoiados em números que idealizem a 
situação financeira e patrimonial do seu negócio. 
O objetivo da contabilidade é o de CAPTAR todos os fatos que estão ocorrendo na empresa, 
REGISTRAR tais fatos num sistema de informação, ACUMULAR os fatos nesse sistema, RESUMIR 
os acontecimentos num certo período de tempo, criar e emitir um resumo que servirá de suporte para 
INTERPRETAR todo o processo e resultados, vide figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O objetivo da contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e de suas variações visando ao 
fornecimento de informações que sejam úteis para a tomada de decisões econômicas. 
Dentre as informações destacam-se aquelas de natureza econômica e financeira. As de natureza 
econômica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que geram lucros 
ou prejuízos, e são responsáveis pelas variações no patrimônio líquido. As de natureza financeira 
abrangem principalmente os fluxos de caixa e do capital de giro. 
 
OBJETO DA CONTABILIDADE 
O objeto da contabilidade é o patrimônio das Entidades econômico-administrativas. 
 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 7 
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
Compreendem todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente tenham interesse 
na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), 
sócios ou acionistas (empresas societárias), administradores, governo (Fisco), fornecedores, 
clientes, investidores que atuam no mercado de capitais, bancos etc . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS CONTÁBEIS 
São inúmeras as técnicas contábeis utilizadas pela contabilidade, veja as mais expressivas: 
 Escrituração: Consiste no registro, em livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas 
Correntes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos administrativos 
relevantes que ocorrem no dia a dia das empresas. 
 Demonstrações Contábeis: São os relatórios (quadros) técnicos que apresentam dados 
extraídos dos registros contábeis da empresa, são as seguintes: 
 Balanço Patrimonial; 
 Demonstração do Resultado do Exercício; 
 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, podendo ser substituído pela 
Demonstração das Mutações do Patrimônio líquido; 
 Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
 Demonstração do Valor Adicionado; 
 Notas Explicativas, complementa às Demonstrações Contábeis. 
 Auditoria: É a verificação da exatidão dos dados contidos nas demonstrações contábeis, 
através do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos que deram 
origem a eles; 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 8 
 Análise de balanços (análise das demonstrações contábeis): Compreende o exame e a 
interpretação dos dados contidos nas demonstrações contábeis, a fim de transformar esses 
dados em informações úteis aos diversos usuários da contabilidade; 
 Consolidação de balanços (consolidação das demonstrações contábeis): Corresponde 
à unificação das demonstrações contábeis da empresa controladora e de suas controladas, 
visando a apresentar a situação econômica e financeira de todo o grupo, com se fosse uma 
única empresa. 
 
A PROFISSÃO CONTÁBIL E O MERCADO DE TRABALHO 
O mercado de trabalho na área contábil é extenso e promissor, o profissional contábil pode atuar 
como um contador autônomo que prestará serviços a diversas organizações e pessoas, utilizando-se 
de um escritório de Contabilidade. Poderá também, oferecer assessoria contábil para a melhor 
organização de controles internos na empresa. 
Além disso, poderá ser um consultor empresarial, auxiliando nas diversas decisões financeiras 
tomadas nas organizações, orientando sobre a melhor alternativa e estratégia a seguir . 
Na área de auditoria, o profissional pode autuar como o contador certificador da informação contábil 
divulgada pela empresa. 
Em empresas de Grande Porte, a figura do Auditor Interno é muito freqüente; nesse caso, o 
profissional atuará internamente na organização, dando suporte a contabilidade de maneira a ratificar 
ou não as informações divulgadas pela área. 
No setor Público, a atuação vai desde o Contador Público, até o Auditor Fiscal. Os cargos de 
fiscalizações, municipais, estaduais e federais são muito procurados, normalmente por apresentarem 
um diferencial em remuneração e plano de carreiras. 
Nas empresas, de maneira geral, o profissional contábil poderá assumir vários postos de destaque. O 
profissional poderá ser o contador propriamente dito, poderá ocupar cargos na área financeira, como 
por exemplo, gerente financeiro, atuar como analista financeiroda organização, trabalhar na área 
de gestão e controle, sendo assim chamado de controller da organização. Na área de controladoria 
é onde o profissional costuma ter a melhores perspectivas profissionais e salariais. 
No ensino, a carreira também é muito promissora. A Contabilidade é uma área com poucos mestres e 
doutores, se comparada com outras áreas do conhecimento. Poucos são os programas de pós -
graduação, reconhecidos pelo Ministério da Educação, na área de contabilidade. 
A figura demonstra o resumo da área de atuação profissional contábil: 
 
 
 
 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante registrar que em relação a profissão de auditoria, as grandes empresas que atuam nesse 
mercado têm procurado jovens estudantes dos primeiros anos dos cursos de administração de 
empresas, economia, direito, engenharia e, principalmente, ciências contábeis para lhes oferecerem 
treinamento e um plano de carreira no qual o funcionário pode se tornar, no nível máximo, sócio da 
empresa. 
"Em uma empresa de auditoria, o negócio não passa de pai para filho, mas de sócio para gerente", diz 
o sócio da Price Waterhouse Coopers, Guilherme Campos. "Um funcionário com boa evolução pode 
crescer de trainee para sócio em cerca de 15 anos", afirma. 
Anualmente as principais empresas de auditoria promovem o chamado programa de Trainees de 
Auditoria, cujo, cadastro é rápido e simples, alguns links das principais empresas: 
 Price Waterhouse Coopers - http://www.elancers.net/frames/pwc/frame_geral.asp ; 
 KPMG - http://www.kpmg.com.br/carreiras_trainees.asp?dt=escritorios; 
 BDO Brazil - http://www.bdobrazil.com.br/processoseletivo/index.cfm ; 
 Ernest & Young - http://www.ey.com/BR/pt/Careers/Students ; 
 Baker Tilly Brasil - http://www.bakertillybrasil.com.br/contato/carreiras.html ; 
 Terco Grant Thornton - http://www.tercogt.com.br/trainees2010/; e 
 Audiger Auditores - http://www.audiger.com.br/ . 
 
ÓRGÃOS RELACIONADOS À PROFISSÃO 
Os principais órgãos relacionados com a contabilidade são os seguintes: 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
 Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON); 
 Conselho Federal de Contabilidade (CFC); 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 10 
 Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC); 
 International Federation of Accountants (IFAC); 
 International Accounting Standards Board (IASB). 
 
 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada pela lei n.º 6.385/76, é um entidade autárquica e 
vinculada ao Ministério da Fazenda. Ela funciona como um órgão fiscalizador do mercado de capitais 
no Brasil. 
De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de: 
 Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de 
balcão; 
 Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos 
ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de 
administradores de carteira de valores mobiliários; 
 Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar 
condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários 
negociados no mercado; 
 Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários 
negociados e as companhias que os tenham emitido; 
 Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de 
valores mobiliários; 
 Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; 
 Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de 
ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das 
companhias abertas. 
A CVM tem o poder de emitir normativos complementares às Leis e Resoluções quanto aos cri térios 
contábeis que as empresas de capital aberto devem seguir. 
Esses normativos chamam-se Instruções, Deliberações, Pareceres e notas Explicativas. 
Por intermédio destes normativos a CVM exerce a sua função, que é regular, controlar e disciplinar a 
emissão e distribuição de valores mobiliários, bem como as atividades das instituições e empresas 
participantes do mercado de capitais. Porém, a Lei 10.411, de 26.02.2002, alterou um pouco a 
estrutura de CVM que passou a ser uma autarquia especial e autônoma, onde seus dirigentes 
(Presidente e Diretores) passaram a ter mandato fixo. 
 
 
 
 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 11 
 
 
O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil surgiu com o objetivo de concentrar em um único 
órgão a representatividade dos profissionais auditores, contadores com atuação em todas as áreas 
e estudantes de Ciências Contábeis. 
A seriedade deste trabalho, reconhecida por órgãos reguladores como a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Banco Central (BACEN), 
garante que a produção técnica do Instituto seja referendada e sirva como sustentação para as 
normas que cada uma destas entidades emite. 
Esta grande preocupação com a qualidade técnica dos documentos, além do esforço em cuidar de 
todos os interesses dos profissionais e das empresas de auditoria, fez com que o IBRACON 
adquirisse a credibilidade que o mantém como o único órgão de congregação dos auditores 
independentes. 
Criado oficialmente em 13 de dezembro de 1971 o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, 
na época denominado com a sigla IAIB, concretizou o sonho dos profissionais que buscavam maior 
representatividade perante o poder público e a sociedade. 
A transformação para a sigla IBRACON aconteceu em 1º de julho de 1982 quando o Instituto 
decidiu após assembléia abrir o quadro associativo para contadores das várias áreas de atuação . 
Então passou a ser denominado Instituto Brasileiro de Contadores. 
Anos mais tarde, em 8 de junho de 2001, a Diretoria Nacional aprovou a idéia de voltar a acentuar a 
característica de cuidar da classe dos auditores, porém como o nome IBRACON já estava 
consolidado, tanto no meio profissional como nos setores público e empresarial, optou -se por mantê-lo 
mudando a denominação para Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, com o está atualmente, 
com abrangência de auditores, contadores e estudantes. 
 
 
 
O Conselho Federal de Contabilidade, criado pelo Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, é 
uma Autarquia Especial Coorporativa, dotado de personalidade jurídica de direito público. Sua 
estrutura, organização e funcionamento são estabelecidos pelo Decreto-Lei nº 9.295/46 e pela 
Resolução CFC nº 960/03, que aprova o Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade. O CFC 
é integrado por um representante de cada estado e mais o Distrito Federal, no total de 27 conselheiros 
efetivos e igual número de suplentes, Lei nº 11.160/05, e tem, dentre outras finalidades, nos termos da 
legislação em vigor, principalmente a de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão 
contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade, cada um em sua base 
jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal; decidir, em última instância, os recursos de penalidade 
imposta pelos Conselhos Regionais, além de regular acerca dos princípios contábeis, do cadastro de 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 12 
qualificação técnica e dos programas de educação cont inuada, bem como editar Normas Brasileiras 
de Contabilidade de natureza técnica e profissional. 
 
 
 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e 
comunhão de objetivos das seguintes entidades: 
 ABRASCA; 
 APIMEC NACIONAL; 
 BOVESPA; 
 Conselho Federal de Contabilidade; 
 FIPECAFI; e 
 IBRACON. 
Em função das necessidades de: 
 Convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de 
relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custode capital); 
 Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o 
fazem); 
 Representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da 
informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo). 
O CPC foi criado pela Resolução CFC nº 1.055/05 tendo como objetivo "o estudo, o preparo e a 
emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de 
informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre 
em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais". 
O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus 
membros; 
O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária; 
As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente; 
Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contadores, não auferem remuneração. 
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes 
órgãos: 
 Banco Central do Brasil; 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
 Secretaria da Receita Federal; 
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 13 
Outras entidades ou especialistas poderão ser convidados. Poderão ser formadas Comissões e 
Grupos de Trabalho para temas específicos. 
Produtos do CPC: 
 Pronunciamentos Técnicos; 
 Orientações; e 
 Interpretações. 
Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas. As 
Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entidades que compõem o 
CPC 
Entidades Convidadas 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 14 
As normas emitidas pelo referido órgão e sua aprovação pelas entidades competentes: 
 
 
CPC Descrição NBC Resolução CVM IASB 
00 
Pronunciamento Conceitual Básico - 
Estrutura Conceitual 
NBC TG Estrutura 
Conceitual 
1.374/11 675/11 Framework 
01 
Redução ao Valor Recuperável de 
Ativos 
NBC T G 01 1.292/10 639/10 IAS 36 
02 
Efeitos das mudanças nas taxas de 
câmbio e conversão de 
demonstrações contábeis 
NBC TG 02 1.295/10 640/10 IAS 21 
03 Demonstração dos Fluxos de Caixa NBC TG 03 1.296/10 641/10 IAS 7 
04 Ativo Intangível NBC TG 04 1.303/10 644/10 IAS 38 
05 Divulgação sobre Partes Relacionadas NBC TG 05 1.297/10 642/10 IAS 24 
06 
Operações de Arrendamento 
Mercantil 
NBC TG 06 1.304/10 645/10 IAS 17 
07 
Subvenção e Assistência 
Governamentais 
NBC TG 07 1.305/10 646/10 IAS 20 
08 
Custos de Transação e Prêmios na 
Emissão de Títulos e Valores 
Mobiliários 
NBC TG 08 1.142/08 556/08 
IAS 39 
(parte) 
09 Demonstração do Valor Adicionado NBC TG 09 1.138/08 557/08 - 
10 Pagamento Baseado em Ações NBC TG 10 1.149/09 562/08 IFRS 2 
11 Contratos de Seguro NBC TG 11 1.150/09 563/08 IFRS 4 
12 Ajuste a Valor Presente NBC TG 12 1.151/09 564/08 - 
13 
Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e 
da Medida Provisória nº. 449/08 
NBC TG 13 1.152/09 565/08 - 
14 
Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento, Mensuração e 
Evidenciação 
 
IAS 32/39 
(partes) 
15 Combinação de Negócios NBC TG 15 1.175/09 580/09 IFRS 3 
16 Estoques NBC TG 16 1.170/09 575/09 IAS 2 
17 Contratos de Construção NBC TG 17 1.171/09 576/09 IAS 11 
18 
Investimento em Coligada e em 
Controlada 
NBC TG 18 1.241/09 605/09 IAS 28 
19 
Investimento em Empreendimento 
Controlado em Conjunto (Joint 
Venture) 
NBC TG 19 1.242/09 606/09 IAS 31 
20 Custos de Empréstimos NBC TG 20 1.172/09 577/09 IAS 23 
21 Demonstração Intermediária NBC TG 21 1.174/09 581/09 IAS 34 
22 Informações por Segmento NBC TG 22 1.176/09 582/09 IFRS 8 
23 
Políticas Contábeis, Mudança de 
Estimativa e Retificação de Erro 
NBC TG 23 1.179/09 592/09 IAS 8 
24 Evento Subsequente NBC TG 24 1.184/09 593/09 IAS 10 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 15 
25 
Provisões, Passivos Contingentes e 
Ativos Contingentes 
NBC TG 25 1.180/09 594/09 IAS 37 
26 
Apresentação das Demonstrações 
Contábeis 
NBC TG 26 1.185/09 595/09 IAS 1 
27 Ativo Imobilizado NBC TG 27 1.177/09 583/09 IAS 16 
28 Propriedade para Investimento NBC TG 28 1.178/09 584/09 IAS 40 
29 Ativo Biológico e Produto Agrícola NBC TG 29 1.186/09 596/09 IAS 41 
30 Receitas NBC TG 30 1.187/09 597/09 IAS 18 
31 
Ativo Não Circulante Mantido para 
Venda e Operação Descontinuada 
NBC TG 31 1.188/09 598/09 IFRS 5 
32 Tributos sobre o Lucro NBC TG 32 1.189/09 599/09 IAS 12 
33 Benefícios a Empregados NBC TG 33 1.193/09 600/09 IAS 19 
35 Demonstrações Separadas NBC TG 35 1.239/09 607/09 IAS 27 
36 Demonstrações Consolidadas NBC TG 36 1.240/09 608/09 IAS 27 
37 
Adoção Inicial das Normas 
Internacionais de Contabilidade 
NBC TG 37 1.306/10 647/10 IFRS 1 
38 
Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento e Mensuração 
NBC TG 38 1.196/09 604/09 IAS 39 
39 
Instrumentos Financeiros: 
Apresentação 
NBC TG 39 1.197/09 604/09 IAS 32 
40 
Instrumentos Financeiros: 
Evidenciação 
NBC TG 40 1.198/09 604/09 IFRS 7 
41 Resultado por Ação NBC TG 41 1.287/10 636/10 IAS 33 
43 
Adoção Inicial dos Pronunciamentos 
Técnicos CPC 15 a 40 
NBC TG 43 1.254/09 610/10 IFRS 1 
 
CPC PME - Contabilidade para 
Pequenas e Médias Empresas (com 
Glossário de Termos) 
NBC TG 1000 1.255/09 
 
 
 
 
 
A International Federation of Accountants (IFAC), ou seja, Federação Internacional de Contadores 
foi fundada em 07 de outubro de 1977 em Munique, Alemanha, no 11 º Congresso Mundial de 
Contadores. A sede da organização têm sido baseados em Nova York desde a sua fundação. 
Sessenta e três profissionais da contabilidade de 51 países assinaram a primeira Constituição da IFAC. 
IFAC foi criada para fortalecer a profissão contábil no mundo, de modo geral por: 
 Desenvolvimento de elevados padrões de qualidade internacionais e apoiar a sua opção e 
utilização; 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 16 
 Facilitar a colaboração e a cooperação entre os seus órgãos membros; 
 Colaborar e cooperar com outras organizações internacionais e 
 Servindo como porta-voz internacional da profissão contábil 
A IFAC publica as ISAS, International Standards on auditing. As ISAs, de acordo com o manual da 
IFAC (2009) são escritas no contexto de auditoria de demonstrações financeiras feitas por auditor 
independente. 
Em 2009, por meio de contrato firmado, a IFAC autorizou, no Brasil, como órgãos tradutores de 
suas normas o CFC e o IBRACON outorgando aos referidos os direitos de realizar a tradução, 
publicação e distribuição das normas internacionais impressas e em formato eletrônico. 
A convergência das normas brasileiras de auditoria com as ISAs são, igualmente, requeridas no 
Brasil, tanto no âmbito das instituições financeiras, por determinação do Banco Central, por meio 
do Comunicado n.º 14.259/06, como para as demais entidades, conforme a Resolução n.º 1.203/09 
do CFC, a partir do exercício iniciado em 1º de janeiro de 2010. A Resolução n.º 1.203/09 do CFC 
alterou substancialmente as normas de auditoria no Brasil e revogou a NBC TA 11. 
As Normas Brasileiras de Auditoria, convergidas às Normas Internacionais de Auditoria emitidas 
pela Federação Internacional de Contadores, tornam-se vigentes para auditorias iniciadas em ou 
após 1º. de janeiro de 2010. 
Essas novas normas especificam de maneira mais clara os objetivos do auditor e os requisitos que 
devem ser por ele cumpridos na condução de auditoria segundo essas normas. 
 
 
 
O IASB é o órgão normativo independente da Fundação IFRS. Seus integrantes (atualmente 15 
membros de tempo integral) são responsáveis pela elaboração e publicação das IFRS, incluindo as 
IFRS para as PMEe para aprovar as interpretações do IFRS tal como desenvolvido pelo IFRS 
Interpretations Committee (anteriormente chamado de IFRIC). Todas as reuniões do IASB são 
abertas ao público e webcast. No cumprimento das suas funções de definição de normas o IASB 
segue um rigoroso processo, aberto e transparente do que devido a publicação de documentos de 
consulta, tais como documentos de reflexão e projetos de exposição, para comentários públicos é 
um componente importante. O IASB envolve estreitamente com as partes interessadas em todo o 
mundo, incluindo investidores, analistas, reguladores, líderes empresariais, representando os 
órgãos normativos dos contabilistas. 
Com sede em Londres, Grã-Bretanha é constituída por mais de 140 entidades profissionais de todo 
o mundo, incluindo o Brasil representada pelo Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON e o 
Conselho Federal de Contabilidade - CFC. Relativamente a sua estrutura, o IASB é vinculado à 
Fundação para o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade, com sede em Delaware, 
Estados Unidos da América. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 17 
O IFRS Interpretations Committee (antigamente chamado de IFRIC) é o órgão interpretativo do 
IASB. O Comité Interpretações formado por 14 membros nomeados pelo voto Curadores e 
elaborado a partir de uma variedade de países e de experiências profissionais. O mandato da 
Comissão é rever as interpretações em uma base oportuna questões de contabilidade geral que 
tenham surgido no contexto do IFRS atual e para fornecer orientação autoritária (IFRIC) sobre 
essas questões. Comité de Interpretação das reuniões são abertas ao público e webcast. Em 
interpretações em desenvolvimento, a Comissão trabalha em estreita colaboração com 
interpretações semelhantes comitês nacionais e segue um processo transparente, completa e 
aberta, devido 
A Fundação IFRS é uma organização independente, sem fins lucrativos, organização do setor 
privado que trabalham no interesse público. Seus principais objetivos são: 
 desenvolver um conjunto único de alta qualidade, compreensíveis, exequível e globalmente 
aceites normas internacionais de relato financeiro (IFRS) através da sua definição-padrão, 
o IASB. 
 para promover o uso ea aplicação rigorosa dessas normas 
 para ter em conta as necessidades de relato financeiro das economias emergentes e 
entidades pequenas e médias empresas (PME) e 
 para implementar a convergência das normas contábeis nacionais e as IFRS para soluções 
de alta qualidade 
 
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 
As Normas Brasileiras de Contabilidade compreendem: 
 Código de Ética Profissional do Contabilista; 
 Normas de Contabilidade; 
 Normas de Auditoria Independente e de Asseguração; 
 Normas de Auditoria Interna; e 
 Normas de Perícia. 
A lei mais conhecida no meio acadêmico é Lei n.º 6.404/1976, tida como a principal lei dos 
contabilistas, que regula as sociedades anônimas. Atualmente passou por grandes alterações pelas 
leis n.º 11.638/07 e leis n.º 11.941/09 com vistas ao processo de convergência das normas 
brasileiras às normas internacionais. 
Em relação ao aspecto fiscal, as principais leis são n.º 10.406/02 (Código Civil) e o Decreto n.º 
3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda). 
 
 
 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE 
Toda a ciência deve ter seus princípios, postulados e convenções. Então como a Contabilidade é 
uma ciência, entendê-los é fundamental para o aprendizado. 
A estrutura conceitual básica da Contabilidade representa o arcabouço teórico que define no qual a 
Contabilidade pode ser elaborada, bem como a forma de execução da escrituração con tábil e do 
processo de geração e apresentação das informações. O perfeito entendimento dessa estrutura 
permite uma visão abrangente não só dos horizontes da Contabilidade como também do papel do 
contador enquanto profissional responsável pela qualidade da informação contábil. 
A estrutura conceitual está organizada conforme segue: 
 Objetivos da Contabilidade; 
 Postulados Contábeis; 
 Princípios Contábeis; 
 Convenções Contábeis. 
Essa estrutura foi organizada de acordo com o raciocínio dedutivo no qual parte -se de um contexto 
amplo para um especifico. Assim, têm-se em primeiro plano os objetivos da Contabilidade, visto 
que esse é o ponto de partida na busca de respostas para questões em qualquer atividade ou área 
de conhecimento. 
Partindo da ideia de que o objetivo da Contabilidade é a geração de informações para o controle e 
a tomada de decisões, têm-se como passos seguintes os postulados que definem o ambiente e as 
condições para a geração dessas informações, os princípios que estabelecem a forma de registro, 
apuração e apresentação dos resultados e as convenções que são as restrições à forma de 
utilização dos princípios. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 19 
O art. 177, da Lei 6.404/76, determina, que a escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência: 
 aos preceitos da legislação comercial e 
 aos preceitos da Lei das Sociedades por ações; e 
 aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios 
contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de 
competência. 
Face ao exposto, o encadeamento lógico dedutivo da estrutura conceitual básica da Contabilidade 
pode ser apresentado conforme segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Postulados 
Os postulados são proposições ou observações de certa realidade não sujeita a verificação e 
constituem a lei maior da Contabilidade, pois definem o ambiente econômico, social e político no 
qual esta deve atuar, o seu objeto de estudo e a sua existência no tempo. Os postulados contábeis, 
segundo alguns autores consultados são: a entidade e a continuidade. 
Postulado Contábil da Entidade: define a entidade contábil, dando, a esta vida e personalidade 
própria, pois determina que o patrimônio de toda e qualquer unidade econômica que manipula 
recursos econômicos, independente da finalidade de gerar ou não lucros, de ser pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado, não deve se confundir com a riqueza patrimonial de seus 
sócios ou acionistas, ou proprietário individual e nem sofrer os reflexos das variações nela 
verificadas. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 20 
A Entidade (empresa) não se confunde com a pessoa física do sócio, juridicamente são duas 
pessoas distintas: a pessoa física e a pessoa jurídica, com obrigações diferentes. 
Exemplo: a empresa contrai uma dívida, caso não a pague será executada (a empresa é 
executada não o sócio). A mesma coisa acontece se o sócio contrair dívida, quem é executado é o 
sócio e não a empresa. 
Outro exemplo, quando o sócio tira dinheiro da empresa: a contabilidade deve registrar como 
retirada de pró-labore, ou retirada de lucros, ou de empréstimos, etc. Se o sócio retira mais 
dinheiro do que relativo aos lucros, pró-labore, e por esse motivo a empresa passa por dificuldades 
financeiras, o sócio será condenado a devolver o dinheiro à empresa ou assumir as dívidas com os 
fornecedores, pelo fato de ter agido de má-fé, fraudando o seu credor. (art. 158 a 165 do NCC- Lei 
10.406/2002) 
Observa-se que este postulado é importante na medida em que ele identifica o campo de atuação 
da Contabilidade, pois onde existir patrimônio administrável existirá certamente a Contabilidade. 
Postulado Contábil da Continuidade: determina que a entidade é um empreendimento em 
andamento, com intenção de existência indefinida, ou por tempo de duração indeterminado, 
devendo sobreviver aos seus próprios fundadores e ter seu patrimônio avaliado pela sua 
potencialidade de gerar benefícios futuros (lucros), e não pela sua capacidade imediata de ser útil 
somente à entidade. Comoo próprio nome diz a empresa deve ter continuidade, é função da 
contabilidade primorar pela continuidade da empresa. O Auditor Independente emite parecer sobre 
as condições em que a contabilidade de encontra: consistência, observação dos regimes, é 
obrigação do Auditor ressalvar em seu parecer se, por algum motivo, a empresa está em situação 
de descontinuidade. Exemplo: crise financeira, incapacidade produtiva, multas de elevado valor 
impagáveis pela empresa, etc. 
Princípios Contábeis 
Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto de conceitos, 
princípios e procedimentos que não somente fossem utilizados como elementos disciplinadores do 
comportamento do profissional no exercício da Contabilidade, seja para a escrituração dos fatos e 
transações, seja na elaboração de demonstrativos, mas que permitissem aos demais usuários fixar 
padrões de comparabilidade e credibilidade, em função do conhecimento dos critérios adotados na 
elaboração dessas demonstrações. 
Além de delimitar e qualificar o campo de atuação da Contabilidade, os princípios servem de 
suporte aos postulados. E através da evolução da técnica contábil em função de novos fatos sócio -
econômicos, modificações na legislação, novos pontos de vista, ou outros fatores, um princípio que 
hoje é aceito, poderá ser modificado, para atender às inovações ocorridas na vida empresarial. 
Os princípios contábeis, de acordo com a estrutura conceitual básica da Contabilidade são 
os seguintes: 
 Princípio do custo histórico como base de valor; 
 Princípio da realização da receita e confrontação da despesa; 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 21 
 Princípio do denominador comum monetário; 
 Essência Sobre a Forma. 
Princípio do Custo Histórico como Base de Valor: sua aplicação é importante para a 
Contabilidade na medida em que ele descarta a possibilidade do uso de valores subjetivos para o 
registro dos bens, estabelecendo que seja utilizado o valor que a entidade sacrificou no momento 
de sua aquisição. 
Os valores registrados na contabilidade sempre terão como base o preço de aquisição, o valor que 
certo produto custou à empresa. Exemplo: Comprou-se uma mercadoria por R$ 100,00, no início do 
ano; no final do ano a mercadoria continua no estoque e o fornecedor está vendendo a mesma 
mercadoria por R$ 180,00; na Contabilidade permanece o valor registrado por R$ 100,00, ou seja o 
custo pago na ocasião da aquisição. 
E o caso da reavaliação de bens, mais utilizada para imóveis? Onde o valor do bem é reavaliado 
pelo preço de mercado? 
É uma situação possível, porém existe regra específica para reavaliação: 
01 a 03 laudos de engenheiros ou empresas especializadas, confirmando o valor; 
a reavaliação precisa ser aprovada em assembléia ou em ata pelos sócios da empresa; 
deve constar nota explicativa sobre a reavaliação 
Princípio da Realização da Receita e Confrontação da Despesa: determina o momento em que 
a receita deve ser considerada como realizada para compor o resultado do exercício social. Da 
mesma forma, determina que a despesa que foi necessária à obtenção daquela receita seja 
igualmente confrontada na apuração do resultado. 
De acordo com a teoria contábil do lucro, as receitas são consideradas realizadas no momento da 
entrega do bem ou do serviço para o cliente e neste momento, todas as despesas que foram 
necessárias à realização daquelas receitas devem ser computadas na apuração do resultado. 
Assim, ao relacionar as despesas com as receitas, o resultado estará sendo apurado e poderá 
refletir o mais próximo possível a realidade da entidade. 
Exemplo: 
 A empresa vendeu 1.000 unidades de uma mercadoria a R$ 200,00 cada unidade; 
 O custo de cada unidade vendida é de R$ 99,00 
 Por este princípio significa que a empresa tem registrado em sua receita R$ 200.000,00 
(1.000 unid. X R$ 200,00) e conseqüentemente como despesa (custo) R$ 99.000,00 (1.000 
unid ao custo de R$ 99,00). 
Para toda a receita deve existir um sacrifício (despesa) correspondente. Estaria incorreta a 
Contabilidade se tivesse registrado o custo de apenas 500 unidades, demonstrando, assim, um 
lucro maior do que o real. A receita e a despesas devem ser confrontadas no mesmo exercício a 
que competirem. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 22 
Princípio do Denominador Comum Monetário: estabelece que a Contabilidade seja processada 
em uma única moeda, oferecendo maior consistência aos registros e maior confiabilidade às 
informações constantes nos relatórios contábeis. 
Exemplo: no Brasil admite-se como moeda somente o Real (R$). Todos os balanços devem ser 
elaborados com base no Real (moeda nacional). 
Essência Sobre a Forma: dar prioridade a mensuração econômica patrimonial em detrimento da 
forma jurídica envolvida. 
Convenções Contábeis 
As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada que deve ser 
observada no exercício profissional da Contabilidade. São: convenção da objetividade, da 
materialidade, da consistência e do conservadorismo. 
Convenção da Objetividade: o profissional deve procurar sempre exercer a Contabilidade de 
forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou expectativas de administradores ou 
qualquer pessoa que venha a influenciar no seu trabalho e os registros devem estar baseados, 
sempre que possível, em documentos que comprovem a ocorrência do fato administrativo. 
Convenção da Materialidade: a informação contábil deve ser relevante, justa e adequada e o 
profissional deve considerar a relação custo x benefício da informação que será gerada, evitando 
perda de recursos e de tempo da entidade. 
Exemplo: Bens do imobilizado de pequeno valor não devem ser contabilizados no Ativo 
Imobilizado, mas sim em contas de resultado (despesas), devido o custo de controlar contabilmente 
um bem de pequeno valor. 
Ex.: um grampeador, que custa R$ 30,00 e cuja vida útil chega a quase 05 anos. O custo de 
manter um sistema ou planilha de depreciação, bem como os lançamentos contábeis ao longo de 
sua vida útil inviabilizam o trabalho do contador. É o mesmo tempo que se utiliza para controlar um 
empréstimo de milhares ou milhões de Reais. 
Convenção da Consistência: os relatórios devem ser elaborados com a forma e o conteúdo das 
informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos diversos usuários. 
Exemplo: Ao adotar um critério ou método de avaliação, o Contador deverá mantê-lo consistente ( 
uniforme) dentro de um mesmo período, e quando for altera-lo somente no início do período 
seguinte, bem assim, fazer constar nas notas explicativas a utilização de método diverso que o 
anterior e apresentar os reflexos que a mudança proporcionou. Exemplo: Se utiliza r a depreciação 
para veículos a 15% ao ano, deverá fazer no período todo, procurando não alterar nos próximos 
exercícios, para fins de análise, porém se for necessário a alteração mencionar em notas 
explicativas (que é parte componente as Demonstrações Financeiras ) que a depreciação de 
veículos no exercício foi alterada de 15% ao ano para 20%. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 23 
Convenção do Conservadorismo: estabelece que o profissional da Contabilidade deve manter 
uma conduta mais conservadora em relação aos resultados que serão apresentados, evitando que 
projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários. 
Assim, é preferível ter expectativa de prejuízo e a entidade apresentar resultados positivos, ou 
seja, se houver duas opções igualmente válidas deve-se optar sempre por aquela que acusa um 
menor valor para os ativos e para as receitas e o maior valor para os passivos e para as despesas. 
Pela convenção do conservadorismo (ou da prudência) as contingências ativas ou os ganhos 
contingentes não devem ser registrados. Somente quando estiver efetivamente assegurada a sua 
obtenção ou recuperação é que devem ser reconhecidos.Contingência é uma condição ou situação 
cujo resultado final, favorável ou desfavorável, somente será confirmado caso ocorram, ou não 
ocorram, um ou mais eventos futuros incertos (Resolução CFC 750-93). 
Exemplo: a empresa discute na justiça o reajuste de preço de um produto ou serviço anteriormente 
por ela fornecido, caso ganhe a ação receberá R$ 100.000,00. Pelo conservadorismo, por se tratar 
de um possível aumento patrimonial (receita), o Contador deverá ser conservador, lançando esse 
valor como receita somente quando o juiz sentenciar ganho final. 
A empresa discute na justiça o reajuste de preço de um produto ou serviço anteriormente 
comprado, caso ganhe a ação deverá pagar R$ 98.000,00 à outra empresa litigante. Pelo 
conservadorismo, por se tratar de uma possível perda, o Contador deverá ser conservador, 
provisionando o valor da ação como despesa no exercício. 
O Conservadorismo significa cautela, ou seja, os ativos devem ser registrados apenas quando tidos 
como líquidos e certos e as dívidas provisionadas mesmo quando incerto a obrigação do 
pagamento. 
Estrutura conceitual básica da contabilidade e as Resoluções n.º 
750/93 e 1.282/10. 
A estrutura conceitual básica da Contabilidade apresentada anteriormente, organizada em 
postulados, princípios e convenções, difere das Resoluções n.º 750/93 e 1.282/10, ambas do 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC). A intenção foi a de permitir aos estudiosos da área 
contábil uma visão mais ampla dos objetivos da Contabilidade e, principalmente, alterá-los para os 
diversos enfoques possíveis de direcionamento da informação contábil, visando atender, com 
qualidade, os diversos usuários. 
A estrutura de princípios aprovada pelas Resoluções n.º 750/93 e 1.282/10 difere, como afirmarmos 
anteriormente, em alguns pontos, da estrutura conceitual básica. Todavia, é importante conhecer 
os princípios apresentados nas referidas Resoluções, tendo em vista a obrigatoriedade de 
utilização no que concerne à geração de informações aos usuários externos. 
De acordo com o art. 2º da Resolução n.º 1.282/10, os Princípios de Contabilidade representam a 
essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da Contabilidade, consoante o atendimento 
predominante nos universos científico e profissional de nosso país. Concernem, pois, à 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 24 
contabilidade em seu sentido mais amplo da ciência social, cujo objeto é o patrimônio das 
entidades. 
Os princípios de contabilidade, de acordo com as Resoluções n.º 750/93 e 1.282/10, são os 
seguintes: 
1. Da ENTIDADE; 
2. Da CONTINUIDADE; 
3. Da OPORTUNIDADE; 
4. Do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
5. Da COMPETÊNCIA; e 
6. Da PRUDÊNCIA. 
Princípio da Entidade 
O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a 
autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos 
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, 
uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por 
consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou 
proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
Princípio da Continuidade 
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, 
portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta 
circunstância. 
Princípio da Oportunidade 
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos 
componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. 
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode 
ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade 
e a confiabilidade da informação. 
Princípio do Registro pelo Valor Original 
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem 
ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao 
longo do tempo, de diferentes formas: 
 Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa 
ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri -
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 25 
los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram 
recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal 
das operações; e 
 Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes 
patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: 
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos 
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações 
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar 
a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma 
forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e 
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para 
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da 
Entidade; 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item 
no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo 
valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se 
espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações 
da Entidade; 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação 
sem favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o 
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
São resultantes da adoção da atualização monetária: 
I. a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa 
unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
II. para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, 
é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que 
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 26 
permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, 
por consequência, o do Patrimônio Líquido; e 
III. a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o 
ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de 
indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da 
moeda nacional em um dado período. 
Princípio da Competência 
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam 
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. 
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de 
despesas correlatas. 
 
Princípio da Prudência 
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e 
do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a 
quantificação das mutaçõespatrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos 
julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos 
e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, 
atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes 
patrimoniais. 
 
PATRIMÔNIO 
O Patrimônio é o “Objeto da Contabilidade” é um conjunto de bens, direitos e obrigações avaliado 
em moeda e pertencente a uma pessoa. 
Bens são as coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação 
econômica. Podem ser materiais e imateriais. 
Bens: São as coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação 
econômica. Podem ser materiais ou imateriais. 
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 27 
Bens Materiais: corpóreos ou tangíveis são os objetos que a empresa tem para uso (armários, 
prateleiras, computadores, máquinas, automóveis, vitrinas etc.), TROCA (mercadorias e dinheiro) 
ou CONSUMO (materiais de limpeza, de expediente e de embalagem). 
Bens Imateriais, incorpóreos ou intangíveis correspondem a determinados gastos efetuados pela 
empresa que, por sua natureza, devem fazer parte do patrimônio. Exemplos: Marcas e Patentes de 
invenção e etc. 
Direitos são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros, como: Duplicatas a 
Receber, Promissórias a Receber, Aluguéis a Receber etc. 
Obrigações são todos os valores que a empresa tem para pagar a terceiros, como: Duplicatas a 
Pagar, Salários a Pagar, Impostos a Pagar etc. 
 
Aspectos qualitativo e quantitativo 
Todo documento extraído dos registros contábeis da empresa, seja em forma de relatório, mapa, 
demonstração, quadro etc. deve ser elaborado observando-se os aspectos qualitativo e 
quantitativo. 
O aspecto Qualitativo refere-se à natureza do componente patrimonial que deve ser evidenciado 
segundo a sua espécie. Exemplo: Caixa, móveis e utensílios, veículos etc. 
O aspecto Quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores. 
 
Representação gráfica do patrimônio 
Convencionalmente o patrimônio é representado por um gráfico em forma de T, veja abaixo: 
PATRIMÔNIO 
 
 
 
 
 
 
 
No lado esquerdo, denominado Lado do ATIVO, são relacionados os elementos positivos (Bens e 
Direitos). No lado direito, denominado Lado do PASSIVO, são relacionados os elementos 
negativos (Obrigações), veja: 
 
 
 
 
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Equação Patrimonial 
O gráfico em T, quando utilizado para representar a situação patrimonial de uma empresa, 
denomina-se Balanço Patrimonial. 
 
 
 
 
 
 
 
O Balanço lembra uma balança. Imagine uma balança de dois pratos em equilíbrio. Para que isso 
aconteça, é preciso que cada um dos pratos contenha o mesmo peso. Assim deve ser apresentado 
o Balanço Patrimonial: em equilíbrio. 
Para que o Balanço Patrimonial reflita adequadamente a situação econômica e financeira da 
empresa, o total do lado do Ativo tem que ser igual ao total do lado do Passivo. 
ATIVO = PASSIVO 
(bens + direitos) (Obrigações) 
 
Na prática, entretanto, nem sempre a soma de bens e direitos tem o mesmo tamanho das 
obrigações. Assim, a diferença entre o Ativo (bens + direitos) e o Passivo (obrigações), 
denominada Situação Líquida, será colocada no gráfico sempre no lado do Passivo, como se fosse 
um peso no prato da balança, para manter o equilíbrio entre os dois lados. 
ATIVO = PASSIVO +/- SITUAÇÃO 
(bens + direitos) (Obrigações) LÍQUIDA 
 
Situação Líquida ou Patrimônio Líquido 
PATRIMÔNIO 
ATIVO PASSIVO 
 
Bens Obrigações 
Direitos 
 
 
 
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 29 
Situação Líquida é a diferença entre o Ativo e o Passivo. 
 
SL = A - P 
 
Já sabemos que os bens, os direitos e as obrigações que compõem o patrimônio devem ser 
avaliados em moeda (aspecto quantitativo). Assim, somando os valores dos bens e dos direitos, 
teremos o total do Ativo. Da mesma forma, somando os valores das obrigações, teremos o total do 
passivo, veja: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Situação Líquida = $ 65.000 - $ 15.000 = $ 50.000. 
Situações Líquidas Patrimoniais Possíveis 
Os elementos patrimoniais devidamente equacionado poderão apresentar três situações Líquidas 
Patrimoniais Diferentes. 
1. Ativo maior que o Passivo 
 
Maneiras ou formas de se referir a esta Situação Líquida: 
 Situação Líquida Positiva. 
 Situação Líquida Ativa. 
 Situação Líquida Superavitária. 
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 30 
 A = P + SL 
 P = A – SL 
 SL = A – P 
 Ativo maior que zero; Passivo maior que zero; Situação Líquida Maior que zero. 
 
2. Ativo menor que o Passivo 
 
 
Maneiras ou formas de se referir a esta Situação Líquida: 
 Situação Líquida Negativa. 
 Situação Líquida Passiva. 
 Situação Líquida Deficitária. 
 Passivo a Descoberto. 
 A = P – SL 
 P = A + SL 
 SL = P – A 
 Ativo maior que zero; Passivo maior que zero; Situação Líquida menor que zero. 
 
3. Ativo e igual a Passivo 
 
 
Maneiras ou formas de se referir a esta Situação Líquida: 
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 Situação Líquida Nula. 
 Situação Líquida Inexistente. 
 Situação Líquida Deficitária. 
 Passivo a Descoberto. 
 A = P 
 P = A 
 SL = zero 
 Ativo maior que zero; Passivo maior que zero; Situação Líquida igual a zero. 
 
Patrimônio Líquido 
Patrimônio Líquido é o mesmo que Situação Líquida. Embora sejam duas expressões utilizadas 
como sinônimas, nos meios contábeis há momento em que o uso de uma é mais adequado que o 
da outra. 
A Lei n.º 6.404/1976, em seu artigo 178, estabelece que no Balanço as contas será classificadas 
segundo os elementos do patrimônio que registrem, em Ativo e Passivo. 
No Ativo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
 
No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
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Equação Fundamental do Patrimônio 
 
A Equação Fundamental do Patrimônio, também conhecida por Equação Básica do Patrimônio, é 
a que evidencia o patrimônio em situação normal, ou seja, em Situação Liquida Positiva. 
 
ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS 
Ao observar um Balanço Patrimonial, você pode visualizar o total de recursos que a empresa 
obteve e que estão à sua disposição. O lado do passivo mostra onde a empresa conseguiu esses 
recursos; o lado do Ativo, onde ela aplicou os referidos recursos: 
 
 
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 33 
Passivo – Origem dos recursos 
Os recursos totais que estão à disposição da empresa podem originar-se de duas fontes: 
a) Recursos de terceiros – correspondem às obrigações, isto é, são recurso de terceiros que 
a empresa utiliza no seu giro normal. Esses recursos, por sua vez, provêm de duas fontes: 
Débitos de Funcionamento (débito no sentido de dívida) – Obrigações que surgem em 
decorrência da gestão normal da empresa, como as obrigações a fornecedores, obrigações 
fiscais, obrigações trabalhistas e outras; 
Débitos de Financiamento – recursos obtidos pela empresa junto a terceiros em forma de 
empréstimos. 
b) Recursos próprios – também podem provir de duas fontes: 
Proprietários ou Sócios – parcela do capital que foi investida na empresa pelo titular ou 
pelos sócios; 
Giro Normal – Acréscimos ocorridos no Patrimônio Líquido em decorrência da gestão 
normal da empresa. Esses acréscimos são obtidos pelos lucros, que poderão estar 
apresentados em contas de reservas. 
 
Ativo – Aplicação dos recursos 
O lado do ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos que tem à sua disposição, cujas 
origens estão evidenciadas no lado do Passivo. 
A empresa aplica seus recursos em bens (de uso, de troca ou de consumo) e emdireitos 
(Duplicatas a Receber, Promissórias a Receber etc.): 
 
Formação do Patrimônio e suas Variações 
Vamos acompanhar a formação do patrimônio de uma empresa comercial e alguns exemplos de 
sua movimentação, representando, a cada acontecimento, a Situação Patrimonial respectiva. 
1) Vera inicia suas atividades comerciais com um capital de $ 80.000 em dinheiro. 
 
 
2) Comprou à vista (em dinheiro): 
A. Móveis e Utensílios..............$ 3.000 
B. Um automóvel......................$ 25.000 
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C. Mercadorias.........................$ 20.000 
 
3) Comprou mercadorias a prazo, mediante aceite de duplicatas, no valor de $ 30.000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Comprou, a prazo, uma casa no valor de $ 100.000, mediante emissão de notas 
promissórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) Vendeu mercadorias como segue: 
A. À vista: $ 10.000; 
B. A prazo, mediante aceite de duplicatas: $ 8.000. 
 
 
 
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 35 
 
 
 
 
 
 
6) Pagou uma duplicata, em dinheiro, no valor de $ 10.000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTAS 
Conta é o nome técnico que identifica um Componente Patrimonial (Bem, Direito, Obrigação ou 
Patrimônio Líquido) ou um Componente de Resultado (Despesa ou Receita). 
Todos os acontecimentos que fazem parte do dia a dia da empresa, responsáveis pela gestão do 
patrimônio, como compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc., são registrados pela 
contabilidade por meio de contas. Assim, toda movimentação de dinheiro (entrada e saída) 
efetuada dentro da empresa é registrada em uma conta denominada Mercadorias e bens de uso da 
empresa são registrados em contas que evidenciam a espécie do respectivo bem, como Móveis e 
Utensílios, Computadores, Veículos, e assim por diante. 
 
Classificação das contas 
As contas podem ser classificadas em dois grupos: contas patrimoniais e contas de resultado 
(Teoria Patrimonialista). 
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 36 
As Contas Patrimoniais são as que representam os elementos componentes do Patrimônio. 
Dividem-se em Ativas (representativas dos bens e dos direitos) e Passivas (representativas das 
obrigações e do Patrimônio Líquido). 
 
 
As Contas de Resultado são as que representam as variações patrimoniais. Dividem-se em 
contas de despesas e contas de receitas. 
As Despesas caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização de serviços durante o 
processo de obtenção da receita. Por exemplo, o consumo de: energia elétrica, materiais de 
limpeza, café, materiais de expediente (canetas, papéis, lápis, impressos etc.), serviço telefônico 
etc. 
Veja algumas contas de Despesas: 
Água e Esgoto Impostos 
Aluguéis Passivos Materiais de Expediente 
Café e Lanches Juros Passivos 
Contribuições Previdenciárias Energia Elétrica e Comunicação 
Descontos Concedidos Material de Limpeza 
Despesas Bancárias Salários 
Fretes e Carretos Prêmio de Seguro 
 
As Receitas decorrem da venda de bens e da prestação de serviços. Há um número menor de 
receitas que de despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: 
Aluguéis Ativos Vendas de Mercadorias 
Descontos Obtidos Receitas de Serviços 
Juros Ativos 
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 37 
 
Função das contas 
Função é a missão da conta, a razão de sua existência, para que ela serve. 
As contas exercem papel de grande importância no processo contábil. Por meio delas a 
contabilidade controla a movimentação de todos os componentes patrimoniais (contas 
patrimoniais), extrapatrimoniais (contas de compensação) e das variações do Patrimônio Líquido 
(contas de resultado). 
Usando as contas, a contabilidade atinge sua principal finalidade: suprir os usuários de 
informações acerca do patrimônio e de suas variações. 
 
Noções de débito e crédito – Funcionamento das Contas 
As contas são movimentadas por meio de débitos e créditos nelas lançados. Os débitos não 
significam “dívidas, situação negativa ou desfavorável”, e os créditos não significam “direitos, 
situação positiva ou favorável”, ou ainda, “poder comprar a prazo em um estabelecimento 
comercial”. 
Então, o que significa débito e crédito sob o ponto de vista contábil? 
Vimos que a conta é o nome técnico que recebe cada um dos elementos componentes do 
patrimônio, bem como cada um dos elementos representativos das despesas e das receitas. 
Vimos também que a contabilidade exerce o controle do patrimônio e de suas variações, por meio 
das contas. 
Isso ocorre da seguinte maneira: o contabilista cria nos registros contábeis um gráfico em forma de 
T para controlar cada elemento patrimonial ou de resultado. Cada gráfico será identificado na 
contabilidade pelo nome do elemento componente do patrimônio ou representativo de despesa ou 
de receita, como: Caixa, Móveis e Utensílios, Aluguéis Passivos etc. 
Nesses gráficos, o contabilista controlará a movimentação de cada elemento, registrando seus 
aumentos (ingressos, entradas, compras) e suas diminuições (saída, vendas). 
Para facilitar o entendimento, vamos pensar em uma conta que identifique um elemento 
representativo de bem material: a conta CAIXA. 
Você sabe que a quantia de dinheiro existente no caixa aumenta pelas entradas de numerários e 
diminui pelas saídas deles. Esse é o fundamento do controle de cada conta: aumento (entrada) e 
diminuição (saída). 
Pois bem: o controle da conta Caixa é feito mediante o registro das entradas e das saídas de 
dinheiro. A contabilidade utiliza o gráfico em T para controlar o movimento de cada conta, 
propositalmente, porque ele tem dois lados: de um lado serão registradas as entras e do outro, as 
saídas. 
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 38 
Convencionou-se denominar o lado esquerdo do gráfico em T, utilizando para o controle das 
contas, de lado do DÉBITO: e o lado direito do CRÉDITO. 
Estabeleceu-se, ainda, considerar as contas do Ativo e as contas de despesas como sendo de 
natureza devedora; e as contas do Passivo, bem como as contas de receitas, sendo de natureza 
credora. 
Por uma questão lógica, sendo a conta Caixa de natureza devedora, obviamente, as entradas de 
dinheiro no caixa serão controladas mediante o registro dessas importâncias no gráfico em T, no 
lado do débito, que é o lado esquerdo, da mesma forma, as saídas de dinheiro do caixa serão 
controladas mediante o registro dessas importância no gráfico em T, no lado do débito, que é o 
lado esquerdo, da mesa forma, as saídas de dinheiro do caixa serão controladas mediante o 
registro dessas importâncias no lado do crédito, que é o lado direito. 
RESUMINDO: 
Entradas de dinheiro no caixa = Débitos da conta Caixa (lança no lado esquerdo do gráfico) 
 
Saídas de dinheiro do caixa = Crédito da conta Caixa (lança-se no lado direito do gráfico) 
 
Para saber quanto dinheiro existe no Caixa em um determinado momento, por meio desse controle 
contábil, bastará soma todas as importâncias registradas no lado do débito (entradas) e todas as 
importâncias lançadas do lado do crédito (saídas); subtraindo o total das saídas do total das 
entradas, teremos o quanto restou no caixa, ou seja, o saldo da conta. 
Se concordarmos que as contas de natureza devedora são contas que possuem saldos de 
natureza, ficará mais fácil entender o mecanismo do débito e do crédito das contas, isto é: 
a. As contas com saldos de natureza devedora serão debitadas sempre que ocorrer entradas 
de valores nas respectivas contas, ou seja, serão debitadas para registrar os aumentos em 
seus saldos; da mesma forma essas contas serão creditadas para registrar saídas de 
valores, ou seja, diminuições em seus saldos. 
b. As contas com saldos de natureza credora serão creditadas sempre que ocorrer entradas 
de valores nas respectivas contas, ou seja, serão creditadas para registrar os aumentos em 
seus saldos; da mesma forma essas contas serão debitadas para registrarsaídas de 
valores, ou seja, diminuições em seus saldos. 
Finalmente, as palavras “débito” e “crédito” em contabilidade, considerando o enfoque do presente 
item, podem ser consideradas sinônimas de AUMENTO e DIMINUIÇÃO do saldo das contas. No 
entanto, é preciso cautela: para as contas de natureza devedora, a palavra “débito” representa 
aumento do saldo e a palavra “crédito” representa diminuição do saldo; por outro lado, para as 
contas de natureza credora, o raciocínio é o inverso: “débito” representa diminuição do saldo e 
“crédito” representa aumento do saldo. 
Portanto, nos meios contábeis, a frase “debitar determinada importância em uma conta” 
significa que a referida importância deve ser registrada no gráfico em T da respectiva conta no lado 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 39 
esquerdo, que é o lado do débito; da mesma forma, a frase “creditar determinada importância 
em uma conta” significa que a referida importância deverá ser registrada no gráfico em T da 
referida conta no lado direito, que é o lado do crédito. 
Memorize os dois gráficos a seguir, que serão muito úteis na sequência dos nossos estudos: 
 
IMPORTANTE: 
Os aumentos que ocorrerem nas contas do ATIVO e nas contas de despesa serão registrados por 
meio de débitos lançados nas respectivas contas, enquanto as diminuições serão registradas por 
meio de créditos lançados nas mesmas contas; os aumentos nas contas do PASSIVO e nas contas 
de RECEITAS serão registrados por meio de créditos lançados nas respectivas contas, enquanto 
as diminuições serão registradas por débitos lançados nas mesmas contas. 
 
 
Plano de contas 
O Plano de Contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do 
setor de contabilidade, objetivando a uniformização dos registros contábeis. 
O plano de contas constitui ferramenta indispensável no desenvolvimento do processo contábil, 
sendo que cada empresa deve elaborá-lo, tendo em vista as suas particularidades, observando-se 
os princípios de contabilidade, as disciplinas contidas na Lei n.º 6.404/1976, a legislação específica 
do ramo de atividade exercido pela empresa, bem como as normas brasileiras de contabilidade 
emanadas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
É importante salientar que as instituições financeiras, dentre e las os estabelecimentos bancários, 
estão sujeitas à adoção do plano de contas específicos das Instituições do Sistema Financeiro 
Nacional (COSIF). Da mesma forma, as companhias que atuam no ramo de seguros estão sujeitas 
à adoção do Plano de Contas específico aprovado pela Superintendência de Seguros Privados 
(SUSEP). 
De acordo com o estabelecido na Lei n.º 6.404/1976, as contas podem ser divididas em dois 
grupos: a) contas patrimoniais; b) contas de resultado. 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
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As contas patrimoniais são utilizadas para o registro de elementos representativos de bens, 
direitos e obrigações, bem como para aqueles que compõem o Patrimônio Líquido. 
As contas de resultado destinam-se ao registro das despesas, dos custos e das receitas. Essas 
contas, que são abertas na escrituração contábil no início do exercício social e encerradas no final 
dele, não fazem parte do Balanço Patrimonial, porém possibilitam a apuração e o conhecimento do 
custo de fabricação, bem como do resultado econômico da gestão do patrimônio, que poderá ser 
lucro ou prejuízo. 
Embora não contemplado pela Lei das Sociedades por Ações, há um terceiro grupo de contas 
extrapatrimoniais (contas de compensação) que possibilita o registro dos atos relevantes que 
venham a ocorrer na empresa, cujos efeitos possam se traduzir em modificações futuras no 
patrimônio. 
 
Composição do Plano de Contas 
Em cada empresa, o plano de contas poderá conter um número maior ou menor de informações em 
decorrência dos interesses da própria empresa ou mesmo da criatividade do contabilista. 
Entretanto, é essencial que um plano de contas contenha pelo menos as seguin tes partes: elenco 
de contas, manual de contas e modelos de demonstrações contábeis. 
ELENCO DE CONTAS 
O elenco de contas consiste na relação das contas que serão utilizadas para o registro dos fatos 
administrativos responsáveis pela gestão do patrimônio da empresa, bem como dos atos 
administrativos considerados relevantes (aqueles cujos efeitos possam se traduzir em modificações 
futuras no patrimônio da empresa). Envolve a intitulação (rubrica, nome) e o código de cada 
conta. 
Em qualquer elenco de contas, seja qual for o tipo de empresa, as contas devem ser agrupadas de 
acordo com a estrutura estabelecida pela Lei n.º 6.404/1976, visando facilitar a elaboração das 
demonstrações contábeis. 
Assim, as contas que representam os bens e os direitos serão reunidos no Ativo em dois grupos 
principais: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante, sendo este último dividido em Ativo 
Realizável ao Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. 
Da mesma forma, as contas que representam as obrigações e o Patrimônio Líquido serão reunidas 
no Passivo em três grupos principais: Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio 
Líquido, sendo este último dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucro, 
Ajustes de Avaliação Patrimonial, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. 
Veja os exemplos abaixo de um elenco de contas: 
 
 
 Professor: Marcelo Alves de Almeida 
 
 41 
ELENCO DE CONTAS 
GRÁFICO I - CONTAS PATRIMONIAIS 
1. ATIVO 2. PASSIVO 
1.1. ATIVO CIRCULANTE 2.1. PASSIVO CIRCULANTE 
1.1.01 CAIXA 2.1.01 FORNECEDORES 
1.1.02 BANCOS CONTA MOVIMENTO 2.1.02 DUPLICATAS A PAGAR 
1.1.03 CLIENTES 2.1.03 PROMISSÓRIAS A PAGAR 
1.1.04 DUPLICATAS A RECEBER 2.1.04 CONTRIBUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA A RECOLHER 
1.1.05 PROMISSÓRIAS A RECEBER 2.1.05 FGTS A RECOLHER 
1.1.06 AÇÕES DE OUTRAS EMPRESAS 2.1.06 SALÁRIOS A PAGAR 
1.1.07 ESTOQUE DE MERCADORIAS 2.1.07 IMPOSTOS E TAXAS A RECOLHER 
1.1.08 ESTOQUE DE MATERIAL DE EXPEDIENTE 
1.1.09 ESTOQUE DE MATERIAL DE CONSUMO 
1.2. ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
1.2.01 DUPLICATAS A RECEBER 2.2.01 DUPLICATAS A PAGAR 
1.2.02 PROMISSÓRIAS A RECEBER 2.2.02 PROMISSÓRIAS A PAGAR 
1.2.03 PARTICIPAÇÃO EM OUTRAS EMPRESAS 2.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
1.2.04 IMÓVEIS DE RENDA 2.3.01 CAPITAL 
1.2.05 COMPUTADORES 2.3.02 RESERVAS DE LUCRO 
1.2.06 IMÓVEIS 
1.2.07 INSTALAÇÕES 
1.2.08 MÓVEIS E UTENSÍLIOS 
1.2.09 VEÍCULOS 
 
ELENCO DE CONTAS 
GRÁFICO II - CONTAS DE RESULTADO 
3. DESPESAS 4. RECEITAS 
3.1. DESPESAS OPERACIONAIS 4.1. RECEITAS OPERACIONAIS 
3.1.01 ÁGUA E ESGOTO 4.1.01 ALUGUÉIS ATIVOS 
3.1.02 ALUGUÉIS PASSIVOS 4.1.02 DESCONTOS OBTIDOS 
3.1.03 CONTRIBUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA 4.1.03 JUROS ATIVOS 
3.1.04 DESCONTOS CONCEDIDOS 4.1.04 RECEITAS DE SERVIÇOS 
3.1.05 DESPESAS BANCÁRIAS 4.1.05 RECEITAS EVENTUAIS 
3.1.06 DESPESAS DE ORGANIZAÇÃO 
3.1.07 ENCARGOS SOCIAIS 
3.1.08 ENERGIA ELÉTRICA E COMUNICAÇÃO 
3.1.09 FRETES E CARRETOS 
3.1.10 IMPOSTOS E TAXAS 
3.1.11 JUROS PASSIVOS 
3.1.12 MATERIAL DE EXPEDIENTE 
3.1.13 MATERIAL DE CONSUMO 
3.1.14 SALÁRIOS 
3.1.15 DESPESAS EVENTUAIS 
5. CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADO 
5.1. DESPESAS OPERACIONAIS 
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 42 
5.1.01 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
5.1.02 LUCROS ACUMULADOS 
6. CONTAS DE COMPENSAÇÃO 
6.1. CONTAS DE COMPENSAÇÃO ATIVAS 
6.2. CONTAS DE COMPENSAÇÃO PASSIVAS 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
No Ativo Circulante e no Passivo Circulante, classificam-se as contas que representam direitos e 
obrigações, respectivamente, e cujos vencimentos ocorram durante o exercício social seguinte ao 
do Balanço que estiver sendo elaborado. 
No Ativo Não Circulante e no Passivo Não Circulante, classificam-se as contas que representam 
direitos e obrigações, respectivamente, cujos vencimentos ocorram após o término do exercício 
social

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