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Didatismo e Conhecimento
HISTÓRIA
GEOGRAFIA
RESUMO PARA CONCURSOS
Conteúdo Resumido dos Principais Concursos
Keila Naiara Veronez e Luciana de Deus Neto Ferrari
CONTATO
EDITORA NOVA APOSTILA 
FONE: (11) 3536-5302 / 28486366
EMAIL: NOVA@NOVAAPOSTILA.COM.BR
WWW.NOVACONCURSOS.COM.BR
WWW.NOVAAPOSTILA.COM.BR
Didatismo e Conhecimento
HISTÓRIA
GEOGRAFIA
RESUMO PARA CONCURSOS
COORDENAÇÃO GERAL
Juliana Pivotto
Pedro Moura
DIAGRAMAÇÃO
Pollyana Lebrão
DESIGN GRÁFICO
Bárbara Gabriela
Veronez, Keila Naiara
Ferrari, Luciana de Deus Neto
História. Resumo para Concursos / Keila Naiara Veronez. São Paulo: 
Editora Nova Apostila, 2011
Geografia. Resumo para Concursos / Luciana de Deus Neto Ferrari. São Paulo: 
Editora Nova Apostila, 2011
1º edição
ISBN........
Didatismo e Conhecimento
Sumário
História
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO À HISTÓRIA.............................................................................01
O Surgimento do Homem.....................................................................................................................02
O Surgimento das Cidades....................................................................................................................04
CAPÍTULO 2: HISTÓRIA ANTIGA.............................................................................................05
A Antiguidade Oriental.........................................................................................................................05
História da Mesopotâmia......................................................................................................................05
O Egito Antigo........................................................................................................................................07
História dos Hebreus, Persas e Fenicios..............................................................................................09
Grécia Antiga.........................................................................................................................................10
História de Atenas..................................................................................................................................13
Guerra de Tróia.....................................................................................................................................16
História da Roma Antiga e Império Romano.....................................................................................16
Povos Bárbaros-História dos Povos Germânicos...............................................................................18
CAPÍTULO 3: IDADE MÉDIA....................................................................................................23
Absolutismo............................................................................................................................................23
Império Bizantino..................................................................................................................................24
Império Carolíngio................................................................................................................................25
Feudalismo na Idade Média..................................................................................................................26
As Cruzadas...........................................................................................................................................27
CAPÍTULO 4: OS IMPÉRIOS COLONIAIS...............................................................................31
Civilizações Pré-Colombianas..............................................................................................................34
Maias, Astecas, Incas, México...............................................................................................................34
A Reforma Protestante..........................................................................................................................36
O Luteranismo.......................................................................................................................................36
O Calvinismo..........................................................................................................................................39
A Reforma Católica (Contra-Reforma)...............................................................................................41
O Batismo da América..........................................................................................................................42
CAPÍTULO 5: O ANTIGO REGIME E A AMÉRICA.................................................................45
As Invasões dos Franceses ao Brasil....................................................................................................47
As Primeiras Lavouras de Cana-de-Açúcar no Brasil.......................................................................48
O Mercantilismo Português..................................................................................................................48
A União Ibérica......................................................................................................................................49
Didatismo e Conhecimento
O Comércio Negreiro.............................................................................................................................51
Monarquias Européias..........................................................................................................................57
A Idade do Ouro no Brasil....................................................................................................................60
O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido..........................................................................................61
As Reformas Pombalinas......................................................................................................................63
A Extinção da Companhia de Jesus.....................................................................................................63
CAPÍTULO 6: A ERA DAS REVOLUÇÕES E DOS IMPÉRIOS...............................................68
A Revolução Francesa...........................................................................................................................69
A Revolução Industrial..........................................................................................................................70
Conspirações e Revoltas na América Portuguesa...............................................................................71
Brasil Colônia........................................................................................................................................74
As Independências na América Espanhola.........................................................................................84
CAPÍTULO 7: NAÇÕES E NACIONALISMO............................................................................96
A França no Século XIX........................................................................................................................96
CAPÍTULO 8: A ERA DOS IMPÉRIOS.....................................................................................102
O Império do Café...............................................................................................................................103
O Exército Brasileiro...........................................................................................................................110
CAPÍTULO 9: A REPÚBLICA DO BRASIL..............................................................................114
A Indústria do Café.............................................................................................................................120CAPÍTULO 10: A ERA DOS EXTREMOS.................................................................................125
A Revolução Socialista Russa.............................................................................................................129
A Revolução Mexicana........................................................................................................................132
O Brasil entre O Moderno e O Arcaico.............................................................................................133
A Crise de 1929 e a Quebra da Bolsa.................................................................................................134
O Fascismo Italiano.............................................................................................................................137
O Nazismo............................................................................................................................................138
Retratos do Brasil................................................................................................................................140
A Revolução de 1932............................................................................................................................140
O Plano Cohen.....................................................................................................................................143
O Estado Novo.....................................................................................................................................143
Os Direitos Trabalhistas......................................................................................................................144
CAPÍTULO 11: GUERRAS E CRISES......................................................................................151
A Guerra Fria.......................................................................................................................................166
Didatismo e Conhecimento
CAPÍTULO 12: GOVERNANTES E GOVERNADOS..............................................................171
Ditadura Militar...................................................................................................................................173
O Autoritarismo em Marcha..............................................................................................................175
Guerra no Vietnã.................................................................................................................................178
A Era de Aquário no Brasil.................................................................................................................181
O Milagre Brasileiro............................................................................................................................182
O Governo do Fernando Collor (1990 - 1995)..................................................................................190
Reeleição de FHC.................................................................................................................................192
Lula.......................................................................................................................................................192
Dilma....................................................................................................................................................193
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................199
Geografia
GEOGRAFIA FÍSICA.................................................................................................................201
Conceito de Geografia.........................................................................................................................201
A Terra e seus movimentos.................................................................................................................201
Elementos do Clima.............................................................................................................................205
Vegetação do Brasil..............................................................................................................................210
Hidrografia do Brasil...........................................................................................................................216
Relevo do Brasil...................................................................................................................................221
Domínios Morfoclimáticos..................................................................................................................227
Questões Ambientais...........................................................................................................................231
GEOGRAFIA HUMANA.............................................................................................................239
Brasil-Dados.........................................................................................................................................239
Localização Geográfica.......................................................................................................................240
Industrialização do Brasil...................................................................................................................244
Agricultura do Brasil...........................................................................................................................251
Pecuária do Brasil................................................................................................................................257
Fontes de Energia................................................................................................................................262
Aspectos da População mundial.........................................................................................................268
GEOGRAFIA GERAL.................................................................................................................279
Revolução Industrial...........................................................................................................................279
Capitalismo..........................................................................................................................................283
Globalização.........................................................................................................................................286
Nova Ordem Mundial.........................................................................................................................289
Continentes..........................................................................................................................................299
Didatismo e Conhecimento
Keila Naiara Veronez
e
Luciana de Deus Neto Ferrari
RESUMO DE CONCURSOS
Conteúdo Resumido dos Principais Concursos
1ª edição
São Paulo
Nova Apostila
2011
1
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
HISTÓRIA
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO À HISTÓRIA
Quando lemos um jornal ou uma revista, vemos várias notícias: guerras, violência nas cidades, desemprego, greves, destruição 
de florestas, projetos contra a fome, etc. Notícias que mostram os problemas enfrentados por homens, mulheres e crianças em todo 
o mundo.
Este é um mundo em que a pobreza e a riqueza convivem em um quadro de grandes desigualdades sociais. A História ajuda a 
entender a realidade mundial. Estudando a maneira como as pessoas viviam no passado, como se relacionavam e transformavam o 
ambiente ao seu redor, é possível compreender melhor os problemas que enfrentamos no dia-a-dia.
História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo. A História analisa os processos históricos, 
personagense fatos para poder compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização. 
Um dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de um determinado povo ou região para o entendimento 
do processo de desenvolvimento. 
Entender o passado também é importante para a compreensão do presente.
O estudo da História foi dividido em dois períodos: a Pré-História (antes do surgimento da escrita) e a História (após o surgimento 
da escrita, por volta de 4.000 a.C). Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos analisam fontes materiais (ossos, 
ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e artísticas (arte rupestre, esculturas, adornos). Já o estudo da História 
conta com um conjunto maior de fontes para serem analisadas pelo historiador. 
Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravações,etc.
A História conta com ciências que auxiliam seu estudo. Entre estas ciências auxiliares, podemos citar: Antropologia (estuda o 
fator humano e suas relações), Paleontologia (estudo dos fósseis), Heráldica (estudo de brasões e emblemas), Numismática (estudo 
das moedas e medalhas), Psicologia (estudo do comportamento humano), Arqueologia (estudo da cultura material de povos antigos), 
Paleografia (estudo das escritas antigas) entre outras.
Periodização da História
Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C.
Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C até 476 (invasão do Império Romano)
Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos).
Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa).
Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.
A tradicional divisão da História em idades – Pré-história, Antiga, Média, Moderna e Contemporânea – é muito difundida 
no Ocidente. Entretanto sofre forte crítica na atualidade, sendo contestada por correntes que indicam ser esta divisão parcial, por 
privilegiar a História das sociedades dominantes e ignorar ou depreciar a História das sociedades dominadas. Além disso, supervaloriza 
a História dos países ricos.
É, então, apresentada uma divisão que utiliza como critério o Modo de produção econômico – que demonstra a organização da 
economia e as relações sociais decorrentes. Por esta classificação são apresentadas as situações das classes dominantes e dominadas
De acordo com o Modo de produção, a História é dividida da seguinte forma:
Pré- História 
Antiga
Aparecimento do homem
Modo de Produção Primitivo 
--------------------------------------------
Escrita
Modo de Produção Asiático
Modo de Produção Escravista
Média Modo de Produção Feudal
2
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Moderna
Modo de Produção Mercantilista
Modo de Produção Pré-Capitalista
Contemporânea
Modo de Produção Capitalista
Modo de Produção Socialista
Primitivo: caracteriza as sociedades primitiva, pré-históricas. A produção era comum a todos os membros da comunidade que 
usufruíam em condições de igualdade. Todos trabalhavam e não existiam classes sociais.
Asiático: as terras pertenciam ao Estado e as relações sociais eram de servidão coletiva.
Escravista: apareciam os senhores, os donos. A eles pertenciam as terras, os meios de produção e os trabalhadores (escravos). 
A riqueza se concentrava nas mãos dos senhores. Existiam a classe dominante e a dominada. As relações sociais eram de dominação.
Feudal: os donos mantinham a classe trabalhadora na servidão. Os senhores feudais formavam a classe dominante.
Mercantilista: caracteriza-se por um grande crescimento do comércio, o que exigia maior produção, construção de navios e 
grandes capitais. A burguesia enriqueceu, os reis absolutistas montaram cortes luxuosas e fizeram muitas guerras. É o período do 
pré-capitalista.
Pré-Capitalista: servos libertos arrendam partes de propriedades feudais e a produção agrícola passou a orientar-se para a venda 
nas cidades e não apenas para o consumo. Novas técnicas de cultivo aumentam a produtividade do solo.
Capitalista: o trabalho passa a ser assalariado e estabelece-se a luta de classes entre a classe proprietária e a classe trabalhadora 
(proletariado).
Socialista: das condições do capitalismo desenvolve-se o modo de produção socialista, que defende a organização de uma 
sociedade sem classes sociais.
O Calendário Gregoriano:
O calendário mais usado no mundo atual é o calendário gregoriano, também conhecido como calendário cristão. É um calendário 
inteiramente solar, isto é, baseado na rotação da Terra em torno do Sol. Esse calendário tem a sua origem no calendário oficial do 
Império Romano, o chamado calendário Juliano, que tinha 365,25 dias.
A reforma do calendário Juliano foi encomendada pelo papa Gregório XIII (1502-1585), procurando aproximar o ano definido 
no calendário com o ano solar, que é de 365 dias, 5 horas e 49 minutos.
O novo calendário institui o ano bissexto a cada quatro anos, começando a partir de 1600 e definiu o dia 1º de janeiro como início 
do ano para toda a cristandade.
O grego Heródoto, que viveu no século V a.C é considerado o “pai da História” e primeiro historiador, pois foi o pioneiro na 
investigação do passado para obter o conhecido histórico. 
A historiografia é o estudo do registro da História.
O historiador é o profissional, com bacharelado em curso de História, que atua no estudo desta ciência, analisando e produzindo 
conhecimentos históricos.
O SURGIMENTO DO HOMEM
A Origem do Homem
Sabe-se que a princípio, não existiam seres vivos possuidores de coluna vertebral. Antes do surgimento dos primeiros vertebrados 
milhões de anos se passaram na história da evolução. Os primeiros a aparecer tinham a forma de peixe, e somente milhões de anos 
após é que os primeiros anfíbios passaram a existir, e depois vieram os répteis, pássaros e mamíferos. Para a ocorrência de todo esse 
processo, ocorreram inúmeras explicações, contudo, a mais conhecida foi explanada por Darwin (teoria evolucionista). Ele se fez 
notar quando observou que não existem duas plantas ou dois animais exatamente iguais. Observou-se que partes dessas diferenças 
3
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
são benéficas para a obtenção mais alimento, fato que permite uma melhor formação e um tempo de vida mais prolongado. Essas 
variações passaram de geração para geração e foram muito úteis para o desenvolvimento dos seres vivos. Após milhões de anos, a 
aparência de animais e plantas ficou bem diferente do que era. Aqueles que se desenvolveram melhor, foram os que tiveram a chance 
de se adaptar as inúmeras mudanças que ocorreram em nosso planeta.Podemos definir a pré-história como um período anterior ao 
aparecimento da escrita. Portanto, esse período é anterior há 4000 a.C, pois foi por volta deste ano que os sumérios desenvolveram a 
escrita cuneiforme. Foi uma importante fase, pois o homem conseguiu vencer as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com 
o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções práticas para os problemas da 
vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma cultura muito 
importante. Esse período pode ser dividido em três fases: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico. No decorrer deste último século os 
cientistas descobriram várias pistas que os levaram as comprovações da teoria da evolução.
Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada
Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. 
Quando acabavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para outra região. Desta forma, o 
ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação fixa). Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca eda 
coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Os bens de produção eram 
de uso e propriedade coletiva.
Neste período intermediário, o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao desenvolvimento e à sobrevivência de forma 
mais segura. O domínio do fogo foi o maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pôde espantar os animais, cozinhar a carne 
e outros alimentos, iluminar sua habitação além de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanços 
foram o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais. Cultivando a terra e criando animais, o homem conseguiu 
diminuir sua dependência com relação a natureza. Com esses avanços, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa tornou-se 
uma necessidade. Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por sexo dentro das comunidades. Enquanto o homem ficou 
responsável pela proteção e sustento das famílias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitação.
Neolítico ou Idade da Pedra Polida
Nesta época o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e estabilidade. Com a sedentarização, a criação de 
animais e a agricultura em pleno desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avanço importante foi o 
desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais como, lanças, ferramentas e machados, os homens puderam caçar 
melhor e produzir com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem garantiam o alimento 
necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a 
necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio entre vilas e pequenas cidades. 
A divisão de trabalho, dentro destas comunidades, aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado.
As pinturas Ruprestes
Os povos antigos, antes de conhecerem a escrita, já produziam obras de arte. Os homens das cavernas faziam bonitas figuras 
em suas paredes, representando os animais e pessoas da época, com cenas de caças e ritos religiosos. Faziam também esculturas em 
madeira, ossos e pedras; os cientistas estudam esses objetos e pinturas, e conseguem saber como viviam aqueles povos antigos. Além 
da arte dos povos pré-históricos, também é considerada arte primitiva aquela produzida pelos índios e outros povos que viviam na 
América antes da vinda de Colombo. Os maias, os astecas e os incas representavam a arte pré-colombiana. São pinturas, esculturas 
e templos maravilhosos, feitos de pedras ou materiais preciosos, que nos contam a história desses povos.
A Origem do Homem Americano
Segundo alguns estudiosos, o continente americano começou a ser povoado há 30.000, 50.000 ou até 60.000 anos atrás. Dos 
povos mais antigos, os arqueólogos encontraram restos de carvão, objetos de pedra, desenhos e pinturas em cavernas e partes de 
esqueletos. Dos povos mais recentes encontramos grandes obras como: pirâmides, templos e cidades. Alguns, como os Astecas e 
os Mais, conheceram a escrita e deixaram documentos que continuam sendo estudados. Hoje, os pesquisadores admitem que os 
primeiros habitantes americanos vieram da Ásia, devido à grande semelhança física entre índios e mongóis. A teoria mais aceita 
é de que os primitivos vieram a pé, pelo estreito de Behring, na glaciação de 62.000 anos atrás. Outros afirmam que vieram pelas 
ilhas da Polinésia, em pequenos barcos, tendo desembarcado em diversos pontos e daí se espalhado. Os vestígios mais antigos da 
presença do homem no continente foram encontrados em São Raimundo Nonato no Piauí pela arqueóloga Niede Guidon, com idade 
de 48.000 anos, permitindo a conclusão de que eram caçadores e usavam o fogo para cozinhar, atacar e defender-se dos inimigos, 
pelos utensílios encontrados.
4
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
O SURGIMENTO DAS CIDADES
Em urbanismo, duas grandes correntes de pensamento procuram explicar a origem das cidades. Para uma delas, a origem estaria 
no comércio. As cidades teriam nascido como centros de troca. Para a outra, seria a guerra. A cidade como uma fortaleza, uma 
muralha de proteção contra inimigos presentes e futuros.
Ao observarmos fotos, revistas, jornais e filmes antigos podemos ver o quanto as coisas eram diferentes do mundo de hoje. As 
roupas das pessoas, os projetos de suas casas, os móveis, os carros, dentre outros. Fazer visitas e passeios a museus também nos ajuda 
a descobrir essas diferenças, pois nestes são encontrados objetos que retratam diferentes épocas e fatos históricos.
As cidades existem desde a pré-história, e vêm sofrendo transformações em razão das necessidades do homem.
As primeiras cidades desenvolveram-se nas proximidades de grandes rios, onde se iniciou a atividade agrícola.
O cultivo da terra permitiu que as sociedades produzissem mais alimentos. Com isso, a população humana cresceu mais 
rapidamente.
Ao contrário dos agrupamentos humanos anteriores, as cidades tinham duas características básicas: maior divisão do trabalho e 
centralização política. 
No século XIX, surgiram as primeiras indústrias, as facilidades que trouxeram para a vida do homem aceleraram o crescimento 
das cidades. Onde havia indústrias a população era maior, pois era uma forma das pessoas procurarem emprego.
Outro motivo que influenciou no crescimento das cidades foram as grandes plantações de café. Nas fazendas também havia 
grandes concentrações de pessoas para cuidar das lavouras e fazer a coleta. Os imigrantes, pessoas de outros países que vieram para 
o Brasil, foram os grandes responsáveis por esse trabalho, pois ofereciam mão-de-obra mais barata para os senhores do café. 
A Centralização Política
Com o desenvolvimento da agricultura e o aumento populacional, tornou-se necessário organizar melhor o trabalho na sociedade. 
Esse trabalho de coordenação era feito pela família da aldeia mais poderosa, que assumia o controle da produção de alimentos e da 
construção de obras públicas, como canais de irrigação e diques. O chefe dessa família passava então a ser um rei.
Para conseguir estender esse controle sobre toda a população, o rei utilizava seus próprios servidores. Entre esses servidores, uns 
eram encarregados de registrar as colheitas, outros eram responsáveis pelo armazenamento dos grãos, e assim por diante.
Originou-se assim uma organização de pessoas com plena autoridade sobre a população, que podiam, por exemplo, criar e cobrar 
impostos, organizar a defesa, fazer as leis e julgar os crimes. É o que chamamos de processo de centralização política ou de formação 
do Estado. O palácio era o local onde essas pessoas se reuniam com o rei.
Além do palácio, existiam os templos, onde os sacerdotes cultuavam os deuses protetores da cidade.
Hoje em dia é muito diferente. A modernidade deixou a vida mais agitada e as cidades mais completas. Nelas podemos encontrar 
esportes, lazer, cultura, arte, trabalho, um grande comércio, várias indústrias, além dos governantes que cuidam dos problemas e dos 
interesses de seu povo. 
 ANOTAÇÕES
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5
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
CAPÍTULO 2: HISTÓRIA ANTIGA
A História Antiga é uma época histórica que coincide com o surgimento e desenvolvimento das primeiras civilizações, também 
conhecidas como civilizaçõesantigas. De acordo com a historiografia, o início deste período é marcado pelo surgimento da escrita 
(por volta de 4.000 a.C), que representa também o fim da Pré-História. De acordo com este sistema de periodização histórica, a 
Antiguidade vai até o século V, com a queda do Império Romano do Ocidente após as invasões dos povos germânicos (bárbaros).
Principais características históricas desta época
- Surgimento e desenvolvimento da vida urbana;
- Poder político centralizado nas mãos de reis;
- Sociedade marcada pela estratificação social;
- Desenvolvimento de religiões (maioria politeístas) organizadas;
- Militarização e ocorrências constantes de guerras entre povos;
- Desenvolvimento e fortalecimento do comércio;
- Desenvolvimento do sistema de cobrança de impostos e obrigações sociais;
- Criação de sistemas jurídicos (leis);
- Desenvolvimento cultural e artístico.
Principais povos e civilizações antigas
- Mesopotâmia 
- Persas 
- Egito Antigo 
- Hebreus 
- Hititas 
- Grécia Antiga 
- Roma Antiga 
- Creta 
- Povos Bárbaros 
- Celtas 
- Etruscos 
A ANTIGUIDADE ORIENTAL
HISTÓRIA DA MESOPOTÂMIA
A palavra mesopotâmia tem origem grega e significa “terra entre rios”. Essa região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no 
Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história. Vários povos antigos 
habitaram essa região entre os séculos V e I a.C. Entre estes povos, podemos destacar: babilônicos, assírios, sumérios, caldeus, 
amoritas e acádios. Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas 
comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia a população: água para 
consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. Outro benefício oferecido pelos rios eram as cheias que fertilizavam as 
margens, garantindo um ótimo local para a agricultura. No geral, eram povos politeístas, pois acreditavam em vários deuses ligados à 
natureza. No que se refere à política, tinham uma forma de organização baseada na centralização de poder, onde apenas uma pessoa 
( imperador ou rei ) comandava tudo. A economia destes povos era baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas.
Sumérios
Este povo destacou-se na construção de um complexo sistema de controle da água dos rios. Construíram canais de irrigação, 
barragens e diques. A armazenagem da água era de fundamental importância para a sobrevivência das comunidades. Uma grande 
6
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
contribuição dos sumérios foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, por volta de 4000 a.C. Usavam placas de barro, onde 
cunhavam esta escrita. Muito do que sabemos hoje sobre este período da história, devemos as placas de argila com registros cotidianos, 
administrativos, econômicos e políticos da época.
Os sumérios, excelentes arquitetos e construtores, desenvolveram os zigurates. Estas construções eram em formato de pirâmides 
e serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos. Construíram várias cidades 
importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.
Babilônios
Este povo construiu suas cidades nas margens do rio Eufrates. Foram responsáveis por um dos primeiros códigos de leis que temos 
conhecimento. Baseando-se nas Leis de Talião (“ olho por olho, dente por dente”), o imperador de legislador Hamurabi desenvolveu 
um conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código de Hamurabi, todo criminoso deveria 
ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido. Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo 
objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da 
agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol.
Além de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor II, responsável pela 
construção dos Jardins suspensos da Babilônia (que fez para satisfazer sua esposa) e a Torre de Babel (zigurate vertical de 90 metros 
de altura). Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.
Assírios
Este povo destacou-se pela organização e desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais 
formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Eram extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam. 
Impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com 
estas atitudes, tiveram que enfrentar uma série de revoltas populares nas regiões que conquistavam.
Acadianos
Os acádios, grupos de nômades vindos do deserto da Síria, começaram a penetrar nos territórios ao norte das regiões sumérias, 
terminando por dominar as cidades-estados desta região por volta de 2550 a.C.. Mesmo antes da conquista, porém, já ocorria uma 
síntese entre as culturas suméria e acádia, que se acentuou com a unificação dos dois povos. Os ocupantes assimilaram a cultura dos 
vencidos, embora, em muitos aspectos, as duas culturas mantivessem diferenças entre si, como por exemplo - e mais evidentemente 
- no campo religioso.
A maioria das cidades-templos foi unificada pela primeira vez por volta de 2375 a.C. por Lugal-zage-si, soberano da cidade-
estado de Uruk. Foi a primeira manifestação de uma ideia imperial de que se tem notícia na história.
Depois, quando Sargão I, patési da cidade de Acádia, subiu ao poder, no século XXIII a.C., ele levou esse processo cooptativo 
adiante, conquistando muitas das regiões circunvizinhas, terminando por criar um império de grandes proporções, cobrindo todo o 
Oriente Médio e chegando a se estender até o Mar Mediterrâneo e a Anatólia, .
Sargão I era chamado “soberano dos quatro cantos da terra” (isto é, governante do mundo inteiro), em reconhecimento ao sucesso 
da unificação mesopotâmica. O rei tornou-se mítico a ponto de ser tradicionalmente considerado o primeiro governante do novo 
império (que combinava a Acádia e a Suméria), deixando o Lugal-zage-si de Uruk perdido por muito tempo nas areias do tempo, 
sendo redescoberto apenas recentemente. É interessante notar, contudo, que, apesar da unificação, as estruturas políticas da Suméria 
continuaram existindo. Os reis das cidades-estados sumerianas foram mantidos no poder e reconheciam-se como tributários dos 
conquistadores acadianos.
O império criado por Sargão desmoronou após um século de existência, em conseqüência de revoltas internas e dos ataques 
dos guti, nômades originários dos montes Zagros, no Alto do Tigre, que investiam contra as regiões urbanizadas, uma vez que a 
sedentarização das populações do Oriente Médio lhes dificultava a caça e o pastoreio. Por volta de 2150 a.C., os guti conquistaram a 
civilização sumério-acadiana. Depois disso, a história da Mesopotâmia parecia se repetir. A unidade política dos sumério-acadianos 
era destruída pelos guti, que, por sua vez, eram vencidos por revoltas internas dos sumério-acadianos.
O domínio intermitente dos guti durou um século, sendo substituído no século seguinte (cerca de 2100 a.C.–1950 a.C.) por uma 
dinastia proveniente da cidade-estado de Ur. Expulsos os guti, Ur-Nammu reunificou a região sobre o controle dos sumérios. Foi um 
rei enérgico, que construiu os famosos zigurates e promoveu a compilação das leis do direito sumeriano. Os reis de Ur não somente 
restabeleceram a soberania suméria, mas também conquistaram a Acádia. Nesse período, chamado de renascença sumeriana, a 
civilização suméria atingiu seu apogeu. Contudo, esse foi o último ato de manifestação do poder político da Suméria: atormentados 
pelos ataques de tribos elamitas e amoritas, o império ruiu.Nesta época, os sumérios desapareceram da história, mas a influência de 
sua cultura nas civilizações subseqüentes da Mesopotâmia teve longo alcance.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
O EGITO ANTIGO
Os faraós eram os reis do Egito Antigo. Possuíam poderes absolutos na sociedade, decidindo sobre a vida política, religiosa, 
econômica e militar. Como a transmissão de poder no Egito era hereditária, o faraó não era escolhido através de voto, mas sim por 
ter sido filho de outro faraó. Desta forma, muitas dinastias perduraram centenas de anos no poder. 
O poder dos faraós
Na civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios acreditavam que estes governantes eram filhos 
diretos do deus Osíris, portanto agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia.
Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos 
seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria família do faraó, sendo usado para a construção de 
palácios, monumentos, compra de jóias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas, militares, sacerdotes, 
administradores, etc) e fazer a manutenção do reino.
Ainda em vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois está deveria ser o túmulo para o seu corpo. Como os egípcios 
acreditavam na vida após a morte, a pirâmide servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros. No 
sarcófago era colocado também o livro dos mortos, contando todas as coisas boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia 
era importante, pois os egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utilizá-la para julgar os mortos.
Exemplos de faraós famosos e suas realizações
- Tutmés I – conquistou boa parte da Núbia e ampliou, através de guerras, territórios até a região do rio Eufrates.
- Tutmés III – consolidou o poder egípcio no continente africano após derrotar o reino de Mitani.
- Ransés II – buscou estabelecer relações pacíficas com os hititas, conseguindo fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento 
e prosperidade. 
- Tutankamon – o faraó menino, governou o Egito de 10 a 19 anos de idade, quando morreu, provavelmente assassinado. A 
pirâmide deste faraó foi encontrada por arqueólogos em 1922. Dentro dela foram encontrados, além do sarcófago e da múmia, 
tesouros impressionantes.
A maldição do faraó
No começo do século XX, os arqueólogos descobriram várias pirâmides no Egito Antigo. Nelas, encontraram diversos textos, 
entre eles, um que dizia que: “morreria aquele que perturbasse o sono eterno do faráo”. Alguns dias após a entrada nas pirâmides, 
alguns arqueólogos morreram de forma estranha e sem explicações. O medo espalhou-se entre muitas pessoas, pois os jornais 
divulgavam que a “maldição dos faraós” estava fazendo vítimas. Porém, após alguns estudos, verificou-se que os arqueólogos 
morreram, pois inalaram, dentro das pirâmides, fungos mortais que atacavam os órgãos do corpo. A ciência conseguiu explicar e 
desmistificar a questão.
A sociedade egípcia
A sociedade do Egito Antigo possuía uma forma de organização bem eficiente, embora injusta, garantindo seu funcionamento e 
expansão. Esta sociedade era hierárquica, ou seja, cada segmento possuía funções e poderes determinados, sendo que os grupos com 
menos poderes tinham que obedecer quem estava acima.
Os principais grupos sociais e suas funções 
Faraó
Era o governante do Egito. Possuía poderes totais sobre a sociedade egípcia, além de ser reconhecido como um deus. O poder 
dos faraós era transmitido hereditariamente, portanto não havia nenhum processo de escolha ou votação para colocá-lo no poder. 
O faraó e sua família eram muito ricos, pois ficavam com boa parte dos impostos recolhidos entre o povo. A família real vivia de 
forma luxuosa em grandes palácios. Ainda em vida, ordenava a construção da pirâmide que iria abrigar seu corpo mumificado e seus 
tesouros após a morte.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Sacerdotes
Na escala de poder estavam abaixo somente do faraó. Eram responsáveis pelos rituais, festas e atividades religiosas no Antigo 
Egito. Conheciam muito bem as características e funções dos deuses egípcios. Comandavam os templos e os rituais após a morte do 
faraó. Alguns sacerdotes foram mumificados e seus corpos colocados em pirâmides, após a morte.
Chefes Militares
Os chefes militares eram os responsáveis pela segurança do território egípcio. Em momentos de guerra ganhavam destaque na 
sociedade. Tinham que preparar e organizar o exército de forma eficiente, pois uma derrota ou fracasso podia lhes custar a própria 
vida.
Escribas
Eram os responsáveis pela escrita egípcia (hieroglífica e demótica). Registravam os acontecimentos e, principalmente, a vida 
do faraó. Escreviam no papiro (papel feito de fibras da planta papiro), nas paredes das pirâmides ou em placas de barro ou pedra. Os 
escribas também controlavam e registravam os impostos cobrados pelo faraó.
Povo Egípcio
Mais da metade da sociedade egípcia era formada por comerciantes, artesãos, lavradores e pastores. Trabalhavam muito para 
ganhar o suficiente para a manutenção da vida. Podiam ser convocados pelo faraó para trabalharem, sem receber salários, em obras 
públicas (diques, represas, palácios, templos).
Escravos
Geralmente eram os inimigos capturados em guerras de conquista. Trabalhavam muito e não recebiam salário. Ganhavam apenas 
roupas velhas e alimentos para a sobrevivência. Eram constantemente castigados como forma de punição. Eram desprezados pela 
sociedade e não possuiam direitos.
As pirâmides
As Pirâmides de Gizé, Guizé ou Guiza ocupam a primeira posição na lista das sete maravilhas do mundo antigo.
A grande diferença das Pirâmides de Gizé em relação às outras maravilhas do mundo é que elas ainda persistem, resistindo ao 
tempo e às intempéries da natureza, encontrando-se em relativo bom estado e, por este motivo, não necessitam de historiadores ou 
poetas para serem conhecidas, já que podem ser vistas.
A palavra pirâmide não provém da língua egípcia. Formou-se a partir do grego “pyra” (que quer dizer fogo, luz, símbolo) e 
“midos” (que significa medidas).
As pirâmides de Gizé estão localizadas na esplanada de Gizé, na antiga necrópole da cidade de Mênfis, e atualmente integra o 
Cairo, no Egito. Elas são as únicas das antigas maravilhas que sobreviveram ao tempo.
Estas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure (ou 
Miquerinos) - pai, filho e neto. A maior delas, com 160 m de altura (49 andares), é chamada Grande Pirâmide, e foi construída cerca 
de 2550 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito.
As pirâmides de Gizé são um dos monumentos mais famosos do mundo. Como todas as pirâmides, cada uma faz parte de um 
importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores das rainhas, todo cercado 
de túmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos. As valas aos pés das pirâmides 
continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida após a morte, porque os 
egípcios acreditavam que o defunto-rei navegaria pelo céu junto ao Rei-Sol. Apesar das complicadas medidas de segurança, como 
sistemas de bloqueio com pedregulhos e grades de granito, todas as pirâmides do Antigo Império foram profanadas e roubadas 
possivelmente antes de 2000 a.C.
A Grande Pirâmide, de 450 pés de altura, é a maior de todas as 80 pirâmides do Egito. Se a Grande Pirâmide estivesse na cidade de 
Nova Iorque por exemplo, ela poderia cobrir sete quarteirões. Todos os quatro lados são praticamente do mesmo comprimento, com 
uma exatidão não existente apenas por alguns centímetros. Isso mostracomo os antigos egípcios estavam avançados na matemática 
e na engenharia, numa época em que muitos povos do mundo ainda eram caçadores e andarilhos. A Grande Pirâmide manteve-se 
como a mais alta estrutura feita pelo homem até a construção da Torre Eiffel, em 1900, 4.400 anos depois da construção da pirâmide.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do Sol, brilhando em direção à Terra. Todas as pirâmides do Egito foram 
construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele 
se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.
Um velho provérbio árabe ilustra isso: “O tempo ri para todas as coisas, mas as pirâmides riem do tempo”.
Pouco se sabe a respeito do rei Kufu. As lendas dizem que ele era um tirano, fazendo de seu povo escravos para a realização do 
trabalho. É possível, porém que os egípcios comuns considerassem uma honra e um dever religioso trabalharem na Grande Pirâmide. 
Além disso, a maior parte do trabalho na pirâmide ocorreu durante os quatro meses do ano quando o rio Nilo estava inundado e não 
havia trabalho para ser feito nas fazendas. Alguns registros mostram que as pessoas que trabalharam nas pirâmides foram pagas com 
cerveja. 
Foram necessários 30.000 trabalhadores por mais de 50 anos para construir a Grande Pirâmide. Foram usados mais de 2.000.000 
de blocos de pedra, cada qual pesando em média duas toneladas e meia. Existem muitas idéias diferentes sobre o modo de construção 
daquela pirâmide. Muito provavelmente os pesados blocos eram colocados sobre trenós de madeira e arrastados sobre uma longa 
rampa. Enquanto a pirâmide ficava mais alta, a rampa ficava mais longa, para manter o nível de inclinação igual. Mas uma outra 
teoria é a de que uma rampa envolvia a pirâmide, como uma escada em espiral.
Existem três passagens dentro da Grande Pirâmide, levando às três câmaras. A maioria das pirâmides tem apenas uma câmara 
mortuária subterrânea, mas enquanto a pirâmide ia ficando cada vez mais alta, provavelmente Kufu mudou de idéia, duas vezes. Ele 
finalmente foi enterrado na Câmara do Rei, onde a pedra do lado de fora de seu caixão - chamado sarcófago - está hoje. (A câmara do 
meio foi chamada Câmara da Rainha, por acidente. A rainha foi enterrada numa pirâmide muito menor, ao lado da pirâmide de Kufu).
O paradeiro do corpo de Kufu é desconhecido, bem como os tesouros enterrados com ele. A pirâmide foi roubada há alguns 
milhares de anos. Todos os reis do Egito foram vítimas de ladrões de túmulos - exceto um, chamado Tutankhamon (ou Rei Tut Ankh 
Âmon’. Os tesouros de ouro da tumba de Tutankhamon foram descobertos em meio a riquíssimos tesouros por Lord Carnavon e seu 
amigo Howard Carter, em 1922.
Começando por seu interior ela foi construída com blocos de pedra calcária, sendo que a camada externa das pirâmides foi 
revestida com uma camada protetora de pedras vindas das pedreiras de Tura, que são polidas e tem um brilho distinto.
Era composta de 1,0 milhões de enormes blocos de calcário - estima-se que cada um pese de duas a três toneladas.
Observa-se que o ângulo de inclinação de seus lados fizeram com que cada lado fosse orientado cuidadosamente pelos pontos 
cardeais.
Em todos os níveis da pirâmide a seção transversal horizontal é Triangular.
As teorias inventadas nos últimos séculos para explicar a construção das pirâmides sofrem todas de uma problema comum. O 
desconhecimento da ciência egipcia do Antigo Império. Conhecimento este que foi recuperado apenas no final do século XX.
A teoria que melhor explica as construções das pirâmides sem encontrar contradições logísticas e sem invocar elementos extra-
terrenos é a química, mais exatamente um ramo dela, a geopolimerização. Os blocos foram produzidos a partir de calcário dolomítico, 
facilmente agregado no local usando-se compostos muito comuns na época, como cal, salitre e areia. Toda a massa dos blocos foi 
transportada por homens carregando cestos da massa, posta a secar em moldes de madeira. O esforço humano neste caso seria muito 
menor e o assentamento do blocos perfeito.
Contra a teoria da geopolimerização pesa nomeadamente o fato de que os antigos egípcios especializaram-se na extração e 
transporte de enormes blocos de pedra, tais como obeliscos de granito que chegavam a pesar mais de 300 toneladas. Ainda hoje é 
possível ver-se, em uma pedreira abandonada, em Assuã, o famoso obelisco inacabado, com mais de mil toneladas de peso, que tem 
servido como fonte de informações das técnicas utilizadas na extração de blocos de granito.
HISTÓRIA DOS HEBREUS, PERSAS E FENICIOS
História do povo hebreu
A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 AC, 
Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã ( atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, 
tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. 
Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo hebreu. Por volta de 1700 AC, o povo hebreu migra 
para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo hebreu ocorreu por volta de 
1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebeu as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos 
ficaram peregrinando pelo deserto, até receberem um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em 
dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o 
povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo. Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador 
da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica. 
No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de 
Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os hebreus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e 
a religião. Em 1948, o povo hebreu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.
História dos Persas
Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a região da Pérsia (atual Irã). Este povo dedicou-se muito ao 
comércio, fazendo desta atividade sua principal fonte econômica. A política era toda dominada e feita pelo imperador, soberano 
absoluto que mandava em tudo e em todos. O rei era considerado um deus, desta forma, o poder era de direito divino. 
Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e persas. Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas 
conquistaram vários territórios, quase sempre através de guerras. Em 539 a.C, conquistou a Babilônia, levando o império de 
Helesponto até as fronteiras da Índia.
A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou Masdeísmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o 
profeta e líder espiritual criador da religião.
História dos Fenícios
A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano. No aspecto econômico, este povo dedicou-se e obteve 
muito sucesso no comércio marítimo. Mantinha contatos comerciais com vários povos da região do Oriente. As cidades fenícias que 
mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.
A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cada cidade possuía seu deus (baal = senhor). Acreditavam que 
através do sacrifício de animais e de seres humanos podiam diminuir a ira dos deuses. Por isso,praticavam esses rituais com certa 
freqüência, principalmente antes de momentos importantes. 
GRÉCIA ANTIGA
Civilização minóica
A civilização minóica foi uma civilização existente nas ilhas do mar Egeu entre 2200 a.C. e 1400 a.C.. Esta civilização foi 
descoberta pelo arqueólogo inglês Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha de Creta.
A civilização minóica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha 
vindas da Ásia Menor. Os Minóicos tiveram como principal actividade económica o comércio e criaram uma civilização que tinha 
em grandes palácios os seus centros administrativos. Em torno dos palácios existiam casas, não sendo os palácios amuralhados. Os 
palácios apresentavam sistemas de iluminação e esgotos e estavam decorados com belas pinturas.
Os Minóicos já conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma 
cerâmica decorada com motivos marítimos e geométricos.
Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e 
Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os Minóicos prosperaram até 1400 
a.C. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os Micénicos.
Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a 
mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher Minóica era livre, podia adquirir propriedades 
e ser independente.
Civilização micênica
Os Minóicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos Micénicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome 
“micénico” foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde 
outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os Micénicos se 
chamariam a si próprios Aqueus. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1200 a.C.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Os Micénicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos Minóicos 
o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com afrescos.
Para além de praticarem o comércio, os Micénicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1400 a.C. os Micénicos teriam 
ocupado Cnossos, centro da cultura minóica.
Por volta de 1250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do reino hitita no 
Próximo Oriente, que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas. É provável 
que a destruição da cidade de Tróia, facto que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato 
literário de Homero na Ilíada, escrita séculos depois.
Idade das Trevas
Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre 1100 a.C. e 750 
a.C.. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objectos de luxo 
produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada 
não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.
Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões 
exactas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se 
fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.
O Período Homérico
Chama-se período homérico uma das fases da história da Grécia (c. 1200 a.C. –800 a.C.) cuja principal fonte de informação são 
as obras de Homero, Ilíada e Odisseia.
Inicia-se no final da civilização micênica - com a suposta invasão dórica do século XI a.C. -, estendendo-se até o fim da Idade das 
Trevas na Grécia, por volta de 800 a.C.), quando surgem os primeiros registros escritos, inclusive a literatura épica de Homero século 
VIII a.C.), e as primeiras pólis, as cidades-estados gregas começam a se estruturar.Durante o período micênico (c. 1600 a.C. - c. 1100 
a.C.), os eólios e os jônios já se haviam estabelecido na Ática, onde fundaram Atenas.
O período homérico tem início por volta de 1150 a.C., quando os dóricos começaram a invadir o Peloponeso, o que provocou 
a redução da atividade agrícola e da produção artesanal, a paralisação do comércio e a emigração de muitos jônios e eólios para as 
ilhas do Egeu e Ásia Menor, no episódio denominado de Primeira Diáspora Grega, com a consequente desarticulação da civilização 
creto-micênica até ali estruturada.
O período homérico ficou marcado pela constituição das chamadas comunidades gentílicas. A base da sociedade passou a ser o 
genos (reunião em um mesmo lar de todos os descendentes de um único antepassado - aparentados consanguíneos ou não - , que era 
um herói ou um semideus). Era uma espécie de clã e funcionava em economia fechada (autarquia) e politicamente autônoma. Cada 
um dos genos possuía o seu pater, uma espécie de líder político e econômico, pessoa de prestígio dentro do grupo, que entretanto 
não usufruía de privilégios maiores em relação aos demais membros do grupo. Um conjunto de genos formava a fratria; as fratrias 
reunidas formavam as tribos. Tudo o que era produzido pela fratria era distribuído igualitariamente entre as genos, impedindo assim 
a ascensão de um único genos. Caso o genos fosse pouco numeroso ou não dominasse certo tipo de trabalho, era aceitável buscar 
o trabalho de escravos ou de artesãos. Apesar da distribuição da produção ser de caráter igualitário, existia uma organização social 
baseada no grau de parentesco com o chefe do genos. Quanto mais distante este grau de parentesco, menor a sua importância social. 
No plano político, o poder do chefe pater tinha sua base no monopólio de fórmulas secretas que permitiam um contato com os 
ancestrais e os deuses que protegiam aquela família.
Em período relativamente curto, o desenvolvimento dessas comunidades baseado em atividades agrícolas e na exploração 
coletiva das terras, resultou em um incremento populacional que acabou abrindo caminho para diversas disputas pelo controle 
das terras cultiváveis. O genos começou a encontrar dificuldades para manter sua organização econômica e social em razão de 
limitações técnicas na produção de alimentos e, ao mesmo tempo, começa a se fragmentar em núcleos menores, o que leva ao seu 
enfraquecimento.
Neste processo, os beneficiados foram os parentes mais próximos do pater, enquanto os mais afastados foram excluídos de vez. 
Esta desintegração fez com que as diferenças sociais fossem aumentadas consideravelmente. O grupo dos que quase nada possuíam 
formou uma camada marginal que mal sobrevivia, enquanto o poder do chefe diluía-se entre seus parentes mais próximos, os 
eupátridas, que passaram a monopolizar os equipamentos de guerra, a justiça, a religião e tudo aquilo que envolvesse poder. Isto fez 
com que se consolidasse uma aristocracia que teve como base a posse de terras. A divisão das terras prosseguiu da seguinte forma:
- Os eupátridas (bem-nascidos), ficaram com as terras mais férteis;
- Os georghoi (agricultores) ficaram com a periferia, ou seja, as terras menos férteis;
- Os thetas (marginais), foram os que ficaram sem terras, marginalizados.
- Os eupátridas, herdeiros da tradição do pater, monopolizaram o poder político, constituindo uma aristocracia fundiária.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Por volta do século VIII a.C., a população cresciaacentuadamente, e a escassez de terras férteis levou novamente a disputas e 
guerras entre os genos e à desestruturação das comunidades. A desorganização da vida coletiva da Grécia conduz à Segunda Diáspora 
Grega. Dessa vez, contingentes populacionais marginalizados pela crescente apropriação de terras assolados pela fome deslocam-se 
em direção ao Mar Negro e à Península Itálica, onde fundam cidades e colônias, superando os limites do Mar Egeu. Essa expansão 
dá lugar à fundação de novas cidades, como Éfeso, Magnésia, Mileto, Foceia, Cindo, Halicarnasso, isoladas e independentes. Com 
o tempo a união de tribos deu origem a pequenas cidades-estado, as pólis. Entre os séculos IX a.C. e VIII a.C. surgiram cerca de 160 
cidades-estado - cada uma delas com um templo constuído em sua parte mais elevada, a Acrópole. O processo de estruturação das 
pólis dura aproximadamente 300 anos e culmina com a realização das primeiras olimpíadas, em 776 a.C.
O Período Arcaico
Período Arcaico é o nome que se dá ao período da Grécia Antiga em que ocorreu o desenvolvimento cultural, político e social, 
situado entre c. 700 a.C. e 500 a.C., posterior à Idade das Trevas e antecessor o Período clássico. Nesta altura dão-se os primeiros 
avanços significativos para a ascensão da democracia e observa-se também uma revitalização da linguagem escrita.
Em termos artísticos o período caracteriza-se pela edificação dos primeiros templos inspirados nas habitações micénicas, pelas 
tipologias escultóricas kouros e kore, e pelo início do registo de pintura negra em cerâmica.
A colonização
Um dos fenômenos mais importantes do Período Arcaico foi o da colonização, que espalhou os gregos um pouco por toda a área 
costeira da bacia do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro.
Os motivos que geraram estes fenômenos foram variados. Entres eles podem ser referidos os excessos populacionais, as 
dificuldades da pólis em alimentar a sua população após um período de seca ou de chuvas torrenciais, os interesses comerciais ou a 
simples curiosidade e espírito aventureiro.
A colonização grega obedecia a um planeamento preciso, que implicava, para além da escolha do local que seria colonizado, a 
nomeação do comandante da expedição (o oikistes) que seria responsável pela conquista do território e que o governaria a colônia 
(apoika, “residência distante”) como rei ou governador. Antes de partir com a sua expedição, o oikistes consultava o Oráculo de 
Apolo em Delfos, que aprovava o local sugerido ou propunha outro. O deus Apolo encontrou-se assim associado à colonização; 
muitas colônias na Ilíria, Trácia, Líbia e Palestina recebem o nome Apolónia em sua honra. Os colonizadores levavam da cidade 
mãe - a metrópole - o fogo sagrado e os elementos culturais e políticos desta, como o dialeto, o alfabeto, os cultos e o calendário. Por 
vezes as colônias poderiam fundar por sua vez outras colônias.
Uma das primeiras colonizações deste período data de 775 a.C., tendo sido uma iniciativa de gregos da cidades de Cálcis e Erétria 
que partem para a ilha de Ischia na baía de Nápoles. Na década de 30 do século VIII estão documentadas as fundações de colônias 
na Sicília: Naxos e Messina (por Cálcis) e Siracusa (por Corinto)
As costas do Mar Negro foram colonizadas essencialmente pela pólis de Mileto. As colônias mais importantes desta região foram 
Sinope (c. 700 a.C.) e Cízico (c. 675 a.C.). De Megara partem colonos que fundam em 667 a.C. a cidade de Bizâncio.
No norte da África Cirene foi fundada por colonos da ilha de Tera por volta de 630 a.C.. Na região ocidental do Mediterrâneo, 
salientem-se colônias como Massalía (a moderna Marselha), Nice (de niké, vitória) e Ampúrias (esta última na Península Ibérica).
A colonização grega deve ser entendida de uma forma diferente da colonização realizada pelos Europeus na Idade Moderna e 
Contemporânea, na medida em que a colônia não tinha qualquer tipo de dependência política e econômica em relação à metrópole. 
Entre a metrópole e a colônia existiam laços cordiais (era por exemplo chocante que ocorresse uma guerra entre as duas), mas os 
gregos que partiam para uma colônia perdiam a cidadania que detinham na cidade de onde eram oriundos.
O desenvolvimento do comércio
Uma das consequências da colonização será o desenvolvimento do comércio, não apenas entre a colónia e a metrópole, mas 
entre as colônias e outros locais do Mediterrâneo. Até então o comércio não era uma atividade econômica própria, mas uma atividade 
subsidiária da agricultura. Algumas colônias funcionam essencialmente como locais para a prática do comércio e sem um estatuto 
político: os empórios.
O incremento da atividade comercial gera por sua vez o fomento da indústria. Deste sector destaca-se a produção da cerâmica, 
sendo famosos os vasos de Corinto e de Atenas, que se tornaram os principais objectos de exportação.
No último quartel do século VII a.C. ocorreu o aparecimento na Lídia da moeda, que se espalhou lentamente por toda a Grécia.
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RESUMO DE CONCURSOS 
Consequências do desenvolvimento do comércio e da indústria
Com o afluxo a partir das colónias de quantidades elevadas de cereais e com a importância que a exportação do vinho e do azeite 
adquiriu, desenvolveu-se entre as classes mais abastadas a tendência para substituir o cultivo do trigo pelo da vinha e da oliveira.
Os camponeses com poucos recursos econômicos ficam impossibilitados de proceder a esta substituição, uma vez a vinha e a 
oliveira necessitam de algum tempo até oferecerem resultados. Para além disso, estas culturas exigiam menos mão-de-obra e alguns 
trabalhadores tornaram-se excedentários.
Em resultado desta realidade econômica nasce no Período Arcaico uma nova classe, a dos plutocratas, cujos membros, oriundos 
frequentemente das classes inferiores, enriquecem graças às possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento do comércio e da 
indústria, atividades desdenhadas pela aristocracia. Esta classe possui ambições políticas, que na época se encontravam relacionadas 
com a posse de terra. Como tal, os plutocratas procuram comprar terras. Os nobres, não pretendendo serem relegados para segundo 
plano, entram também na corrida à compra das terras. As consequências desta competição econômica repercutem-se entre os 
camponeses de fracos recursos, cujas condições de vida se agravam.
Os legisladores
Perante os conflitos sociais que se acentuaram na segunda metade do século VII a.C., as pólis vão procurar resolver de forma 
pacífica os conflitos. As parte em conflito concordam em nomear homens com uma reputação íntegra que dotam as cidades de 
códigos de leis - os legisladores.
Até então as leis não eram escritas, o que dava azo a intepretações arbitrárias ao serviço da aristocracia. A exigência de um código 
escrito das leis parte das classes populares.
Os primeiros legisladores conhecidos surgiram nas cidades da Magna Grécia em meados do século VII a.C.. O mais antigo 
legislador conhecido é Zaleuco de Locros, figura com contornos lendários, que teria escrito o primeiro código de leis, aceite por 
cidades da Itália e Sicília.
Em Atenas os legisladores mais conhecidos foram Drácon e Sólon; o primeiro ficou conhecido pelo seu código de leis rigoroso 
(é do seu nome que deriva o adjectivo draconiano). As leis destes homens foram escritas em prismas de madeira rotativos (axones) 
que se encontravam expostos ao público.
Os tiranos
A obra dos legisladores não conseguiu resolver os conflitos sociais. Assim, quase todas as cidades gregas conhecem entre 670 
e 510 a.C. o domínio dos tiranos. A palavra tirano não possuía a conotação negativa que hoje tem, significando apenas “usurpador 
com poder supremo”; entre os gregos, o termo só adquire um sentido negativo a partir do governo dos Trinta Tiranos em Atenas (404 
a.C.), conhecidos pela sua crueldade.
Os tiranos conquistaram o poder através da violência e da força, recebendoo apoio das classes inferiores as quais passam depois 
a proteger. O fenómeno dos tiranos manifestou-se em primeiro lugar nas cidades comerciais. Os primeiros tiranos conhecidos foram 
Ortágoras em Sícion e Cípselo em Corinto. A Atenas do século VI conhece o tirano Pisístrato e Siracusa Dionísio, o Velho e Dionísio, 
o Novo.
Entre as medidas tomadas pelos tiranos encontram-se a partilha das terras, a abolição das dívidas e a isenção de impostos. 
Cunham a moeda e lançam grandes obras públicas, que permitem absorver a mão-de-obra excedentária e que embelezam as cidades. 
No campo da religião, procedem à centralização dos cultos.
Os descendentes dos tiranos acabaram por não manter o seu apoio às classes populares, tornando-se impopulares. Quase todos 
desaparecem antes de 500 a.C., derrotados por nobres ou por Esparta. Na Sicília a situação diferente, dado que perante a ameaça dos 
Cartaginenses os tiranos conseguem continuar no poder até ao século III a.C..
As tiranias serão substituídas por oligarquias ou democracias.
HISTÓRIA DE ATENAS
Por volta dos anos 500 e 400 AC, esta cidade, fundada há mais de 3.000 anos, era a mais próspera da Grécia Antiga e possuía um 
poderoso líder, Péricles. Nesta fase, a divisão hierárquica seguia a seguinte ordem: nobres, homens livres e uma grande quantidade 
de escravos que realizavam trabalhos como mercadores, carpinteiros, professores e marceneiros. 
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
História e características sociais, políticas e econômicas
Por ser uma cidade bem sucedida e comercial, Atenas despertou a cobiça de muitas cidades gregas. Esparta se uniu a outras 
cidades gregas para atacar Atenas. A Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.) durou 27 anos e Esparta venceu, tomando a capital grega 
para si, que, a propósito, continuou riquíssima culturalmente.
Alguns dos maiores nomes do mundo viveram nesta região repleta de escritores, pensadores e escultores, entre eles estão: os 
autores de peças de teatro Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes e também os grandes filósofos Platão e Sócrates.
Atenas destacou-se muito pela preocupação com o desenvolvimento artístico e cultural de seu povo, desenvolvendo uma civilização 
de forte brilho intelectual. Na arquitetura, destacam-se os lindos templos erguidos em homenagens aos deuses, principalmente a 
deusa Atena, protetora da cidade.
A democracia ateniense privilegiava apenas seus cidadãos (homens livres, nascidos em Atenas e maiores de idade) com o direito 
de participar ativamente da Assembléia e também de fazer a magistratura. No caso dos estrangeiros, estes, além de não terem os 
mesmos direitos, eram obrigados a pagar impostos e prestar serviços militares.
Hoje em dia, Atenas tem mais de dois milhões e meio de habitantes, e, embora tenha inúmeras construções modernas, continua 
com suas ruínas que remetem aos memoráveis tempos antigos. A cidade é um dos principais pontos turísticos da Europa.
Período Clássico
História (ocidente)
Pré-História
Idade da Pedra
Paleolítico
Mesolítico
Neolítico
Idade dos Metais
Idade do Cobre
Idade do Bronze
Idade do Ferro
Idade Antiga
Antiguidade Oriental
Antiguidade clássica
Antiguidade tardia
Idade Média
Alta Idade Média
Baixa Idade Média Idade Média Plena
Idade Média Tardia
século XV
Idade Moderna século XVI
século XVII
século XVIII
Idade Contemporânea século XIX
século XX
século XXI
O Período Clássico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas Pólis desenvolveu 
o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).
Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Persa Aqueménida quando Ciro II conquista o reino dos medos. O Império 
Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam 
a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os jónios são derrotados: Mileto é 
tomada e arrasada e muitos jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção 
persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).
Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O 
encontro entre atenienses e persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos atenienses, apesar de estarem em desvantagem 
numérica.
Dario prepara a desforra, mas falece em 485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em 480 a.C. Perante a 
invasão, os gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas 
e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas 
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RESUMO DE CONCURSOS 
pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da 
Ática. O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas 
consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Platéias. 
A frota persa foge para o mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida em Mícale.
Guerra do Peloponeso
Com o fim das Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, 
que passa a intervir nos assuntos do mundo grego. Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada um 
delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta última foi 
fundada em 477 a.C. e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do mar Egeu, que temiam 
uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos.
Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formação 
desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela última opção. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais 
forte da liga, facto simbolizado com a transferência do tesouro de Delos para Atenas em 454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar 
qualquer secessão da Liga como um acto de traição e punem os estados que tentam fazê-lo. Esparta aproveita este clima para realizar 
a sua propaganda.
As relações entre as duas póleis atingem o grau de saturação em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta 
guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento é o historiador Tucídides, são essencialmente três. Antes do conflito Atenas 
prestara ajuda a Córcira, ilha do mar Jónio fundada por Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas 
também decretara sanções económicas contra Mégara, justificadas com base em uma alegada transgressão de solo sagrado entre 
Mégara e Atenas. Para além disso, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia, sua antiga aliada que 
se revoltara e pedira ajuda a Corinto.
Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia. Péricles consegue 
convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. Os Atenienses adoptam a estratégia proposta por Péricles, que 
advogava que a população dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam 
através do porto do Pireu. Contudo, a estratégia teve um resultado imprevisível: a concentração da população, aliada a condições de 
baixa higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o próprio Péricles. A guerra continuou até 422 a.C. ano em que Atenas 
é derrotada em Anfípolis. Na batalha morremo general espartano Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense Nícias em 
condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas póleis 
continuam a combater, não directamente entre si, mas através do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por 
Atenas. Em 415 a.C. Alcibíades convenceu a Assembleia de Atenas a lançar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em 
expedição que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetária dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer 
a guerra. Na Primavera de 404 a.C. Atenas rende-se.
Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produção de obras que 
marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental, mas foi também o período em que o mundo grego viu-se envolvido 
em longas e prolongadas guerras.
Ascensão da Macedónia
O reino da Macedónia, situado a norte da Grécia, emerge em meados do século IV a.C. como nova potência. Os macedónios 
que não falavam o grego e não adoptaram o modelo político dos gregos, eram vistos por estes como bárbaros. Apesar disso, muitos 
nobres macedónios aderiram à cultura grega, tendo a Macedónia sido responsável pela difusão da cultura grega em novos territórios.
Durante o reinado de Filipe II da Macedónia o exército macedónio adopta técnicas militares superiores, que aliadas à diplomacia 
e à corrupção, vão permitir-lhe a dominar as cidades da Grécia. Nestas formam-se partidos favoráveis a Filipe, mas igualmente 
partidos que se opõem aos Macedónios. Em 338 a.C. Filipe e o seu filho, Alexandre, o Grande, derrotam uma coligação grega em 
Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio. Filipe organiza então a Grécia em uma confederação, 
a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Império Persa como forma de vingar 
pela invasão de 480 a.C. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macedónio em Julho de 336 a.C., tendo sido sucedido 
pelo seu filho Alexandre.
Alexandre concretizou o objectivo do pai, através da vitória nas batalhas de Granico, Isso e Gaugamela, marchando até à Índia. 
No regresso, Alexandre era senhor de um vasto império que ia da Ásia Menor ao Afeganistão, passando pelo Egipto. Alexandre 
faleceu de forma prematura (possivelmente de malária) na Babilónia em 323 a.C.
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RESUMO DE CONCURSOS 
Período Helenístico
Após a morte de Alexandre, os seus generais lutaram entre si pela posse do império. As cidades gregas aproveitam a situação para 
se livrarem do domínio macedónio, mas foram subjugadas por Antípatro na Guerra Lamíaca (323-322 a.C).
Nenhum dos generais de Alexandre conseguiu reunir o império sob o seu poder. Em vez disso, nasceram vários reinos que 
seguiriam percursos diferentes: Antígono fundou um reino que compreendia a Macedónia, a Grécia e partes da Ásia Menor; Seleuco, 
estabeleceu um vasto reino que ia da Babilónia ao Afeganistão e Ptolemeu torna-se rei do Egipto.
GUERRA DE TRÓIA
Introdução
A Guerra de Tróia foi um conflito bélico entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a Grécia Antiga) e os troianos, que 
habitavam uma região da atual Turquia. Esta guerra, que durou aproximadamente 10 anos, aconteceu entre 1300 e 1200 a.C.
Causa da guerra
Gregos e troianos entraram em guerra por causa do rapto da princesa Helena de Tróia (esposa do rei lendário Menelau), por Páris 
(filho do rei Príamo de Tróia). Isto ocorreu quando o príncipe troiano foi à Esparta, em missão diplomática, e acabou apaixonando-
se por Helena. O rapto deixou Menelau enfurecido, fazendo com que este organiza-se um poderoso exército. O general Agamenon 
foi designado para comandar o ataque aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios foram enviados para Tróia.
A Guerra
O cerco grego à Tróia durou cerca de 10 anos. Vários soldados foram mortos, entre eles os heróis gregos Heitor e Aquiles (morto 
após ser atingido em seu ponto fraco, o calcanhar).
A guerra terminou após a execução do grande plano do guerreiro grego Odisseu. Sua idéia foi presentear os troianos com um 
grande cavalo de madeira. Disseram aos inimigos que estavam desistindo da guerra e que o cavalo era um presente de paz. Os 
troianos aceitaram e deixaram o enorme presente ser conduzido para dentro de seus muros protetores. Após uma noite de muita 
comemoração, os troianos foram dormir exaustos. Neste momento, abriram-se portas no cavalo de madeira e saíram centenas de 
soldados gregos. Estes abriram as portas da cidade para que os gregos entrassem e atacassem a cidade de Tróia até sua destruição.
Os eventos finais da guerra são contados na obra Ilíada de Homero. Sua outra obra poética, Odisséia, conta o retorno do 
guerreiro Odisseu e seus soldados à ilha de Ítaca.
Mito ou fato histórico?
Durante muitos séculos, acreditava-se que a Guerra de Tróia fosse apenas mais um dos mitos da mitologia grega. Porém, com 
a descoberta e estudo de um sítio arqueológico na Turquia, pode-se comprovar que este importante fato histórico da antiguidade 
realmente ocorreu. Porém, muitos aspectos entre mitologia e história ainda não foram identificados e se confundem. Mas o que se 
sabe é que esta guerra ocorreu de fato.
HISTÓRIA DA ROMA ANTIGA E IMPÉRIO ROMANO
A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. 
De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características 
culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua 
portuguesa, francesa, italiana e espanhola.
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RESUMO DE CONCURSOS 
Explicação mitológica
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos 
foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de 
pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.
Explicação histórica e Monarquia Romana
(753 a.C a 509 a.C)
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península 
Itálica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A 
sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos 
proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia. A religião neste 
período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura 
de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.
República Romana (509 a.C. a 27 a.C)
Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das 
finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da 
plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de 
vida. Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um 
patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos). 
Formação e Expansão do Império Romano 
Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem 
preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses,liderados pelo general Anibal, nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta 
vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo 
de Mare Nostrum. Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a 
Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.
Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito 
mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias 
(regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos 
romanos mudou.
Principais imperadores romanos
•	 Augusto (27 a.C. - 14 d.C), 
•	 Tibério (14-37), 
•	 Caligula (37-41), 
•	 Nero (54-68), 
•	 Marco Aurelio (161-180), 
•	 Comodus (180-192).
Pão e Circo
Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona 
rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca 
de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador 
criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas 
de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população 
carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.
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RESUMO DE CONCURSOS 
Cultura Romana
A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos “copiaram” muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura 
grega.
Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana 
iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais. 
A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, 
ao português, francês, italiano e espanhol.
A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. 
Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: 
Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.
Religião Romana
Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do 
panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos 
cultos romanos. 
Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem 
representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes 
deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.
Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.
Crise e decadência do Império Romano 
Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo 
e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o 
número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados 
das províncias. Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem 
receber salário, deixavam suas obrigações militares. 
Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. 
No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império 
Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla. Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após 
a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim 
da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.
POVOS BÁRBAROS-HISTÓRIA DOS POVOS GERMÂNICOS
Os povos bárbaros eram de origem germânica e habitavam as regiões norte e nordeste da Europa e noroeste da Ásia, na época do 
Império Romano. Viveram em relativa harmonia com os romanos até os séculos IV e V da nossa era. Chegaram até a realizar trocas e 
comércio com os romanos, através das fronteiras. Muitos germânicos eram contratados para integrarem o poderoso exército romano. 
Os romanos usavam a palavra “bárbaros” para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras do império e que não falavam a 
língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda 
de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma 
invasão, muitas vezes violenta, que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar 
como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis. 
Principais Povos Bárbaros
•	 Francos: estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de obra de arte abaixo) 
•	 Lombardos: invadiram a região norte da Península Itálica 
•	 Anglos e Saxões: penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra 
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RESUMO DE CONCURSOS 
•	 Burgúndios: estabeleceram-se na sudoeste da França 
•	 Visigodos: instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da arte visigótica) 
•	 Suevos: invadiram e habitaram a Península Ibérica 
•	 Vândalos: estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica 
•	 Ostrogodos: invadiram a região da atual Itália 
Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos
A maioria destes povos organizavam-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. 
Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha. Criavam gado para obter o couro, a carne 
e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, 
escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar. Praticavam uma religião politeísta, pois adoravam deuses 
representantes das forças da natureza. Odin era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos 
havia uma vida após a morte, onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso. A mistura da cultura 
germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos 
permaneceram durante toda a Idade Média. 
Os Hunos
Dentre os povos bárbaros, os hunos foram os mais violentos e ávidos por guerras e pilhagens. Eram nômades ( não tinham 
habitação fixa e viviam a percorrer campos e florestas ) e excelentes criadores de cavalos. Como não construíam casas, viviam em 
suas carroças e também em barracas que armavam nos caminhos que percorriam. A principal fonte de renda dos hunos era a pratica 
do saque aos povos dominados. Quando chegavam numa região, espalhavam o medo, pois eram extremamente violentos e cruéis com 
os inimigos. O principal líder deste povo foi Átila, o líder huno responsável por diversas conquistas em guerras e batalhas.
TESTES
01. (ADMINISTRADOR-COMPERVE/UFRN-2008) – A partir do III milênio a.C. desenvolveram-se, nos vales dosgrandes rios do Oriente Próximo como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, Estados teocráticos, fortemente organizados e centralizados 
e com extensa burocracia. Uma explicação para seu surgimento é:
a) A revolta dos camponeses e a insurreição dos artesãos nas cidades, que só puderam ser contidas pela imposição dos governos 
autoritários.
b) A necessidade de coordenar o trabalho de grandes contingentes humanos, para realizar obras de irrigação.
c) A influência das grandes civilizações do Extremo Oriente, que chegou ao Oriente Próximo através das caravanas de seda.
d) A expansão das religiões monoteístas, que fundamentavam o caráter divino da realeza e o poder absoluto do monarca.
e) A introdução de instrumentos de ferro e a conseqüente revolução tecnológica, que transformou a agricultura dos vales 
e levou à centralização do poder.
RESPOSTA “B”.
02. (ACONSELHADOR-DST/AIDS-PREF. BALNEÁRIO DE CAMBORIÚ-FEPESE-2011) – Entre os povos do Oriente 
Médio, os hebreus foram os que mais influenciaram a cultura da civilização ocidental, uma vez que o cristianismo 
considerado como uma continuação das tradições religiosas hebraicas.
A partir do texto anterior, assinale a alternativa incorreta.
a) Originários da Arábia, os hebreus constituíram dois reinos: o de Judá e o de Israel na Palestina.
b) As guerras geraram a unidade política dos hebreus. Esta unidade se firmou primeiro em torno de juízes e, depois em 
volta dos reis.
c) Os profetas surgiram na Palestina por volta dos séculos VIII e VII a.C., quando ocorreu uma onda de protestos dos 
trabalhadores contra os comerciantes.
d) A religião hebraica passou por diversas fases, evoluindo do politeísmo ao monoteísmo difundido pelos profetas.
e) Os hebreus se organizaram social e economicamente com base na propriedade da terra, o que deu início à Diáspora.
RESPOSTA “E”.
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RESUMO DE CONCURSOS 
03. (FUVEST-2009) – “Usamos a riqueza mais como uma oportunidade para agir que como um motivo de vanglória; entre 
nós não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la... olhamos o homem alheio às 
atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil... decidimos as questões 
públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate que é 
o empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.”
Esta passagem de um discurso de Péricles, reproduzido por Tucídides, expressa:
a) Os valores ético-políticos que caracterizam a democracia ateniense no período clássico.
b) Os valores ético-militares que caracterizaram a vida política espartana em toda a sua história.
c) A admiração pela frugalidade e pela pobreza que caracterizou Atenas durante a fase democrática.
d) O desprezo que a aristocracia espartana devotou ao luxo e à riqueza ao longo de toda a sua história.
e) Os valores ético-políticos de todas as cidades gregas, independentemente de sua forma de governo.
RESPOSTA “A”.
04. (GV-2009) A Guerra do Peloponeso (431 a.C.- 404 a.C.) – Que teve importância fundamental na evolução histórica 
da Grécia antiga, resultou, entre outros fatores, de:
a) Um confronto econômico entre as cidades que formavam a Confederação de Delos.
b) Um esforço da Pérsia para acabar com a influência grega na Ásia Menor.
c) Um conflito entre duas ideologias: Esparta, oligárquica, e Atenas, democrática.
d) Uma manobra de Esparta para aumentar a sua hegemonia marítima no mar Egeu.
e) Uma tentativa de Atenas para fracionar a Grécia em diversas cidades-Estado.
RESPOSTA “C”.
05. (URFS-2009) – O soberano dividiu o seu império em províncias, chamadas satrapias, sendo a terra considerada como 
propriedade real e trabalhada pelas comunidades.
Estas características identificam o:
a) Império dos persas durante o reinado de Dario.
b) Império babilônico durante o governo de Hamurabi.
c) Antigo império egípcio durante a dinastia de Quéops.
d) Reino de Israel sob o comando de Davi.
e) Estado espartano durante a vigência das leis de Dracon.
RESPOSTA “A”.
06. (GV-2008) – “Representando pequeno número em relação às outras classes, eles estavam constantemente preparados 
para enfrentar quaisquer revoltas, daí a total dedicação à arte militar. A agricultura, o comércio e o artesanato eram considerados 
indignos para o (...), que desde cedo se dedicava às armas. Aos sete anos deixava a família, sendo educado pelo Estado que 
procurava fazer dele um bom guerreiro, ensinando-lhe a lutar, a manejar armas e a suportar as fadigas e a dor. Sua educação 
intelectual era bastante simples (...). Aos vinte anos o (...) entrava para o serviço militar, que só deixaria aos sessenta, passando 
a viver no acampamento, treinando constantemente para as coisas da guerra (...). “Apesar de ser obrigatório o casamento 
após os trinta anos, sua função era simplesmente a de fornecer mais soldados para o Estado.”
A transcrição anterior refere-se aos cidadãos que habitavam:
a) Atenas.
b) Creta.
c) Esparta.
d) Chipre.
e) Roma.
RESPOSTA “C”.
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RESUMO DE CONCURSOS 
07. (ADMINISTRADOR-PREF. OLINDA/PE-IPENET/IAUPE) – A civilização grega atingiu extraordinário desenvolvimento. 
Os ideais gregos de liberdade e a crença na capacidade criadora do homem têm permanente significado. Acerca do imenso e 
diversificado legado cultural grego, é correto afirmar que:
a) A importância dos jogos olímpicos limitava-se aos esportes.
b) A democracia espartana era representativa.
c) A escultura helênica, embora desligada da religião, valorizava o corpo humano.
d) Os atenienses valorizavam o ócio e desprezavam os negócios.
e) Poemas, com narrações sobre aventuras épicas, são importantes para a compreensão do período homérico.
RESPOSTA “E”.
08. Após a conquista da Península ltálica, Roma ampliou seus domínios em torno do Mediterrâneo, que passou 
a ser designado como mare nostrum, um verdadeiro lago interno que permitia a comunicação, as transações comerciais e o 
deslocamento de tropas para as diversas regiões romanas. 
A respeito dessa expansão, é correto afirmar:
a) A conquista de novos territórios desacelerou o processo de concentração fundiária nas mãos da aristocracia patrícia, uma 
vez que o Estado romano estabeleceu um conjunto de medidas que visava distribuir terras aos pequenos e médios proprietários e à 
plebe urbana empobrecida.
b) Apesar da conquista do Mediterrâneo, os romanos não conseguiram estabelecer a integração das diversas formações 
sociais ao sistema escravista nem tampouco se dispuseram a criar mecanismos de cooptação social e política dos seus respectivos 
grupos dominantes.
c) As conquistas propiciaram, pela primeira vez na Antigüidade, a combinação entre o trabalho escravo em larga escala e o 
latifúndio, associação que constituiu uma alavanca de acumulação econômica graças às campanhas militares romanas.
d) As conquistas militares acabaram por solucionar o problema agrário em Roma, colocando em xeque as medidas defendidas 
por líderes como os irmãos Graco, que postulavam a expropriação das terras particulares dos patrícios e sua repartição entre as 
camadas sociais empobrecidas.
e) A expansão militar levou os romanos a empreender um duro processo de latinização dos territórios situados a leste, o que se 
tornou um elemento de constante instabilidade político-social durante a República e também à época do Império.
RESPOSTA “C”.
09. (CONSULTOR TÉCNICO LEGISLATIVO-CÂMARA DE SÃO PAULO-/SP-VUNESP-2007) – Na atualidade, 
praticamente todos os dirigentes políticos, no Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões democráticos e de valores 
republicanos. Na Antiguidade,tais padrões e valores conheceram o auge, tanto na democracia ateniense, quanto na república 
romana, quando predominaram:
a) A liberdade e o individualismo.
b) O debate e o bem público.
c) A demagogia e o populismo.
d) O consenso e o respeito à privacidade. 
e) A tolerância religiosa e o direito civil. 
RESPOSTA “B”.
10. (HISTORIA DA ARTE-NCE/UFRJ-2007) “A cidade-Estado era um objeto mais digno de devoção do que os deuses do 
Olimpo, feitos à imagem de bárbaros humanos. A personalidade humana, quando emancipada, sofre se não encontra um objeto 
mais ou menos digno de sua devoção, fora de si mesma.” Toynbee, Arnold J. Helenismo, história de uma civilização.
Na antiguidade clássica, as cidades-Estado representavam:
a) Uma forma de garantir territorialmente a participação ampla da população na vida política grega.
b) Um recurso de expansão das colônias gregas.
c) Uma forma de assegurar a independência política das cidades gregas entre si.
d) Uma característica da civilização helenística no sistema político grego.
e) Uma instituição política helenística no sistema político grego.
RESPOSTA “C”.
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11. (PUCPR-2007) – Relacione o texto às proposições a seguir colocadas, assinalando a correta: “Ó senhor de todos! Rei de 
todas as casas. Nas decisões mais distantes fazes o Nilo celeste para que desça como chuva e açoite as montanhas, como um mar 
para regar os campos e jardins estranhos. Acima de tudo, porém, fazes o Nilo do Egito que emana do fundo da terra. E assim, com 
os teus raios, cuidas de nossas hortas. Nossas colheitas crescem, e crescem por ti (...). Tu estás em meu coração. Nenhum outro 
te conhece, a não ser teu filho Aknaton.”
a) Destaca a função geradora da vida do Deus Amon e do faraó, responsáveis por tudo que existia no Egito.
b) Mostra que o Sol, Áton, era encarnado na terra pelo faraó Aknaton.
c) Evidencia que o alimento e a vida do homem dependiam do grande Deus Tebano.
d) O texto acima assinala o caráter ideológico na sociedade egípcia, destacando a figura do faraó ligada ao Deus principal 
e reforçando seu papel político.
e) Mostra a profunda ligação mística entre o faraó e o Deus que dominou o Egito no Médio Império.
RESPOSTA “D”.
 ANOTAÇÕES
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RESUMO DE CONCURSOS 
CAPÍTULO 3: IDADE MÉDIA
A formação da Idade Média
A Idade Média é um período de tempo da história humana, caracterizado pelo domínio cultural da Igreja Católica, tal período 
durou desde a queda do Império Romano do Ocidente(século V), até a queda do Império Romano do Oriente(século XV). Esse 
período de tempo teve também a influência dos feudos, que eram áreas rurais, cujo “protetor” e cobrador de impostos era o senhor 
Feudal, que possuia poderes plenos. Outro marco importante da Idade Média foi o surgimento de mais uma classe social, a burguesia. 
Os castelos são um dos maiores ícones da Idade Média no imaginário das pessoas.
Periodização
O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, ter-se-ia iniciado 
com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 d. C.), e terminado com o fim do Império Romano do 
Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 d.C.).
A Era Medieval pode também ser subdividida em períodos menores, num dos modos de classificação mais populares, é separada 
em dois períodos:
•	 1. Alta Idade Média, que decorre do século V ao X;
•	 2. Baixa Idade Média, que se estende do século XI ao XV.
Uma outra classificação muito comum divide a era em três períodos:
•	 1. Idade Média Antiga (ou Alta Idade Média ou Antiguidade Tardia) que decorre do século V ao X;
•	 2. Idade Média Plena (ou Idade Média Clássica) que se estende do século XI ao XIII;
•	 3. Idade Média Tardia (ou Baixa Idade Média), correspondente aos séculos XIV e X
Início
A maioria dos historiadores consideram o início da Idade Média, com a queda do Império Romano do Ocidente para os Bárbaros, 
em 476 d.C, pois a partir daí os habitantes urbanos, com medo das pilhagens bárbaras fugiram para o campo, refugiando-se nos 
grandes feudos.
Revolução Cultural
Durante o período da Baixa Idade média, os feudos começaram a entrar em declínio, devido às Cruzadas, que “faliram” os 
Senhores feudais. A partir daí, os camponeses começaram a fugir dos feudos em busca de uma vida melhor nas cidades. Com isso as 
cidades ficaram lotadas e os novos moradores, que na maioria das vezes trabalhavam com o comércio, resolveram trabalhar fora dos 
muros fortificados das cidades, formando assim os burgos e fazendo surgir uma nova classe social, a burguesia. A partir desse ponto, 
a vida urbana começou a se organizar, fazendo a cultura crescer. Com isso, surgiram novas expressões culturais, como o estilo gótico. 
Foi nesse período que surgiu a Liga Hanseática, que dominou o comércio centro-europeu por mais de dois séculos.
ABSOLUTISMO
Podemos definir o absolutismo como um sistema político e administrativo que prevaleceu nos países da Europa, na época do 
Antigo Regime (séculos XVI ao XVIII ).
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial 
ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu 
apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e 
melhorando a segurança dentro de seus reinos. Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem 
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RESUMO DE CONCURSOS 
autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia 
em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões. Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos 
pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. 
Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária 
aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.
Exemplos de alguns reis deste período :
•	 Henrique VIII - Dinastia Tudor : governou a Inglaterra no século XVII 
•	 Elizabeth I - Dinastia Stuart- rainha da Inglaterra no século XVII 
•	 Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715. 
•	 Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI. 
Teóricos do Absolutismo
Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas 
europeus. Abaixo alguns exemplos: Jacques Bossuet : para este filósofo francês o rei era o representante de Deus na Terra. Portanto, 
todos deveriam obedecê-lo sem contestar suas atitudes. 
Nicolau Maquiavel : Escreveu um livro, “ O Príncipe”, onde defendia o poder dos reis. De acordo com as idéias deste livro, o 
governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até 
mesmo a violência para atingir seus objetivos. É deste teórico a famosa frase : “ Os fins justificam os meios.” 
Thomas Hobbes : Este pensador inglês, autor do livro “ O Leviatã “, defendia a idéia de que o rei salvou a civilização da barbárie 
e, portanto, através de um contrato social, a população deveria ceder ao Estado todos os poderes. 
Mercantilismo, a prática econômica do absolutismo
Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já 
dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo 
possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um 
rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Podemos citar como principais características do sistema econômico 
mercantilista: Metalismo, Industrialização, Protecionismo Alfandegário, Pacto Colonial, Balança Comercial Favorável.
IMPÉRIO BIZANTINO
No século IV o Império Romano dava sinais claros da queda de seu poder no ocidente, principalmente em função da invasão 
dos bárbaros (povos germânicos) através de suas fronteiras. Diante disso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império 
Romano para a cidade oriental de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla. Esta mudança, ao mesmo tempo em que 
significava a queda do poder no ocidente, tinha o seu lado positivo, pois a localização de Constantinopla, entre o mar Negro e o mar 
Mármara, facilitava muito o comércio na região, fato que favoreceu enormemente a restauração da cidade, transformando-a em uma 
Nova Roma. 
Reinado de Justiniano
O auge deste império foi atingido durante o reinado do imperador Justiniano (527-565), que visava reconquistar o poder que o 
Império Romano havia perdido no ocidente. Com este objetivo, ele buscou uma relação pacífica com os persas, retomou o norte da 
África, a Itália e a Espanha. Durante seu governo, Justiniano recuperou grande parte daquele que foi o Império Romano do Ocidente. 
Religião
A religião foi fundamental para a manutenção do Império Bizantino, pois as doutrinas dirigidas a esta sociedade eram as mesmas 
da sociedade romana. O cristianismo ocupava um lugar de destaque na vida dos bizantinos e podia ser observado, inclusive, nas 
mais diferentes manifestações artísticas. As catedrais e os mosaicos bizantino estão entre as obras de arte e arquitetura mais belos do 
mundo.
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Os monges, além de ganhar muito dinheiro com a venda de ícones, também tinham forte poder de manipulação sobre sociedade. 
Entretanto, incomodado com este poder, o governo proibiu a veneração de imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e decretou pena de 
morte a todos aqueles que as adorassem. Esta guerra contra as imagens ficou conhecida como A Questão Iconoclasta.
Sociedade bizantina
A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo 
vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, 
comerciantes e donos de oficinas artesanais. Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores 
das oficinas de artesanato e pelo baixo claro. Grande parte da população era formada por pobres camponeses que trabalhavam muito, 
ganhavam pouco e pagavam altas taxas de impostos. 
Crise e Tomada de Constantinopla
Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino ficou a mercê de diversas invasões, e, a partir daí, deu-se início a queda de 
Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o império foi divido entre diferentes realezas feudais. Constantinopla teve sua queda 
definitiva no ano de 1453, após ser tomada pelos turcos. 
Atualmente, Constantinopla é conhecida como Istambul e pertence à Turquia. Apesar de um passado turbulento, seu centro 
histórico encanta e impressiona muitos turistas devido à riquíssima variedade cultural que dá mostras dos diferentes povos e culturas 
que por lá passaram. 
IMPÉRIO CAROLÍNGIO
O Império Carolíngio, também conhecido como o Império de Carlos Magno, foi o momento de maior esplendor do Reino Franco 
(ocupava a região central da Europa). Este período ocorreu durante o reinado do imperador Carlos Magno (768 – 814). 
Com uma política voltada para o expansionismo militar, Carlos Magno expandiu o império, além dos limites conquistados por 
seu pai, Pepino, o Breve. Conquistou a Saxônia, Lombardia, Baviera, e uma faixa do território da atual Espanha. 
Embora as conquistas militares tenham sido significativas, foi nas áreas cultural, educacional e administrativa que o Império 
Carolíngio demonstrou grande avanço. Carlos Magno preocupou-se em preservar a cultura greco-romana, investiu na construção 
de escolas, criou um novo sistema monetário e estimulou o desenvolvimento das artes. Graças a estes avanços, o período ficou 
conhecido como o Renascimento Carolíngio. 
Reforma Educacional
Na área educacional, o monge inglês Alcuíno foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto escolar de Carlos Magno. A 
manutenção dos conhecimentos clássicos (gregos e romanos) tornou-se o objetivo principal desta reforma educacional. As escolas 
funcionavam junto aos mosteiros (escolas monacais), aos bispados (escolas catedrais) ou às cortes (escolas palatinas). Nestas escolas 
eram ensinadas as sete artes liberais: aritmética, geometria, astronomia, música, gramática, retórica e dialética.
Administração territorial
Para facilitar a administração do vasto território, Carlos Magno criou um sistema bem eficiente. As regiões foram divididas em 
condados (administradas pelos condes). Para fiscalizar a atuação dos condes, foi criado o cargo de missi dominici. Estes funcionários 
eram os enviados do imperador para fiscalizar os territórios. Ou seja, eles deveriam verificar e avisar ao imperador sobre a cobrança 
dos impostos, aplicação das leis e etc.
Arte carolíngia
A arte sofreu uma grande influência das culturas grega, romana e bizantina. Destacam-se a construção de palácios e igrejas. As 
iluminuras (livros pequenos com muitas ilustrações, com detalhes em dourado) e os relicários (recipientes decorados para guardar 
relíquias sagradas) também marcaram este período.
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Coroação
No ano de 800, um importante fato histórico representou o poder de Carlos Magno. Aproximou-se da Igreja Católica e foi coroado 
imperador, do Sacro Império Romano-Germânico, pelo papa Leão III. Desta forma, colocou-se como um defensor e disseminador 
da fé cristã pelas terras dominadas.
Enfraquecimento do império
Após a morte de Carlos Magno, em 814, o Império Carolíngio perdeu força. As terras do império foram divididas entre o netos 
de Carlos Magno, em 843, através do Tratado de Verdun.
FEUDALISMO NA IDADE MÉDIA
O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras ), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). 
As características geraisdo feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura 
e utilização do trabalho dos servos. 
Estrutura Política do Feudalismo
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, 
sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e 
trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o 
rei o suserano mais poderoso.
Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras 
(feudos).
Sociedade feudal
A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, 
condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha 
um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira 
camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos 
aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade 
(taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
Economia feudal
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. 
As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha 
a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho 
agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.
Religião
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de 
pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía 
terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção 
espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.
As Guerras
A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras 
para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, 
elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. O residência dos nobres eram castelos fortificados, 
projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.
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Educação, artes e cultura
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, 
doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e 
ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a 
religião.
Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se 
a construção de castelos, igrejas e catedrais. 
AS CRUZADAS
As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A 
guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região 
considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, 
através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé. 
Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos 
camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta 
primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate. Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros 
Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas. 
Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma 
causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo 
de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso 
aos peregrinos. 
Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais 
serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez 
mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada 
podia fazer para controlar a situação. 
Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates 
atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. Elas proporcionaram também o 
renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras 
nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também 
novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos. 
O fim da Idade Média
Segundo muitos historiadores, o término da Idade Média deve-se à queda do Império Romano do Ocidente para os Otomanos, 
mudando assim o pólo marítimo da época, pois o comércio de especiarias tornou-se mais cara, poprquê a passagem do Bósforo foi 
fechada. Fazendo os países da época, criar espedições em busca da Índia. Assim o pólo marítimo foi mudado, do Mediterrâneo para 
o Atlântico.
O Renascimento entre o mundo medieval e o início da Idade Moderna
Renascimento, período da história européia caracterizado por um renovado interesse pelo passado greco-romano clássico, 
especialmente pela sua arte. O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos 
XV e XVI. A fragmentada sociedade feudal da Idade Média transformou-se em uma sociedade dominada, progressivamente, por 
instituições políticas centralizadas, com uma economia urbana e mercantil, em que floresceu o mecenato da educação, das artes e da 
música.
O termo “Renascimento” foi empregado pela primeira vez em 1855, pelo históriador francês Jules Michelet, para referir-se ao 
“descobrimento do Mundo e do homem” no século XVI. O historiador suíço Jakob Burckhardt ampliou este conceito em sua obra A 
civilização do renascimento italiano (1860), definindo essa época como o renascimento da humanidade e da consciência moderna, 
após um longo período de decadência.
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RESUMO DE CONCURSOS 
O Renascimento italiano foi, sobretudo, um fenômeno urbano, produto das cidades que floresceram no centro e no norte da Itália, 
como Florença, Ferrara, Milão e Veneza, resultado de um período de grande expansão econômica e demográfica dos séculos XII e 
XIII. 
Uma das mais significativas rupturas renascentistas com as tradições medievais verifica-seno campo da história. A visão 
renascentista da história possuía três partes: a Antigüidade, a Idade Média e a Idade de Ouro ou Renascimento, que estava começando. 
A idéia renascentista do humanismo pressupunha uma outra ruptura cultural com a tradição medieval. Redescobriram-se os 
Diálogos de Platão, os textos históricos de Heródoto e Tucídides e as obras dos dramaturgos e poetas gregos. O estudo da literatura 
antiga, da história e da filosofia moral tinha por objetivo criar seres humanos livres e civilizados, pessoas de requinte e julgamento, 
cidadãos, mais que apenas sacerdotes e monges. 
Os estudos humanísticos e as grandes conquistas artísticas da época foram fomentadas e apoiadas economicamente por grandes 
famílias como os Medici, em Florença; os Este, em Ferrara; os Sforza, em Milão; os Gonzaga, em Mântua; os duques de Urbino; os 
Dogos, em Veneza; e o Papado, em Roma. 
No campo das belas-artes, a ruptura definitiva com a tradição medieval teve lugar em Florença, por volta de 1420, quando a arte 
renascentista alcançou o conceito científico da perspectiva linear, que possibilitou a representação tridimensional do espaço, de forma 
convincente, numa superfície plana. 
Os ideais renascentistas de harmonia e proporção conheceram o apogeu nas obras de Rafael, Leonardo da Vinci e Michelangelo, 
durante o século XVI. 
Houve também progressos na medicina e anatomia, especialmente após a tradução, nos séculos XV e XVI, de inúmeros 
trabalhos de Hipócrates e Galeno. Entre os avanços realizados, destacam-se a inovadora astronomia de Nicolau Copérnico, Tycho 
Brahe e Johannes Kepler. A geografia se transformou graças aos conhecimentos empíricos adquiridos através das explorações e dos 
descobrimentos de novos continentes e pelas primeiras traduções das obras de Ptolomeu e Estrabão. 
No campo da tecnologia, a invenção da imprensa, no século XV, revolucionou a difusão dos conhecimentos e o uso da pólvora 
transformou as táticas militares, entre os anos de 1450 e 1550.
No campo do direito, procurou-se substituir o abstrato método dialético dos juristas medievais por uma interpretação filológica 
e histórica das fontes do direito romano. Os renascentistas afirmaram que a missão central do governante era manter a segurança e a 
paz. Maquiavel sustentava que a virtú (a força criativa) do governante era a chave para a manutenção da sua posição e o bem-estar 
dos súditos. 
O clero renascentista ajustou seu comportamento à ética e aos costumes de uma sociedade laica. As atividades dos papas, 
cardeais e bispos somente se diferenciavam das usuais entre os mercadores e políticos da época. Ao mesmo tempo, a cristandade 
manteve-se como um elemento vital e essencial da cultura renascentista. A aproximação humanista com a teologia e as Escrituras é 
observada tanto no poeta italiano Petrarca como no holandês Erasmo de Rotterdam, fato que gerou um poderoso impacto entre os 
católicos e protestantes. 
Galileu 
O físico e astrônomo italiano Galileu afirmava que a Terra girava ao redor do Sol, contra as crenças da Igreja Católica, segundo 
a qual a Terra era o centro do Universo. Negou-se a retratar-se, apesar das ordens de Roma, e foi sentenciado à prisão perpétua.
Lourenço de Medici, O Magnífico
O político e banqueiro italiano Lourenço de Medici (1449-1492) foi um influente mecenas das humanidades durante o 
Renascimento. A família Medici governou Florença, desde meados do século XV até 1737, dominando a vida política, social e 
cultural da cidade. O próprio Lourenço foi poeta, construiu bibliotecas em Florença e patrocinou artistas e literatos, tais como o pintor 
Michelangelo e o poeta e humanista Angelo Poliziano.
TESTES
01. (CONTABILIDADE-IPSERV-PREF. UBERABA/MG-FUNDEP-2009) – Com a chamada Partilha de Verdun, de 843, o 
império de Carlos Magno foi dividido entre seus três netos: Lotário, Carlos e Luís. A esse respeito podemos afirmar:
a) Nesse acordo preservava-se a unidade político-institucional, uma das características do sistema feudal em processo de 
estruturação.
b) A partilha marca o início do processo de síntese romano-germânico, que redundaria no aparecimento de diversos pequenos 
reinos durante a Alta Idade Média.
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RESUMO DE CONCURSOS 
c) O resultado é o esboço da futura divisão européia, uma vez que os domínios de Carlos e Luís darão origem aos reinos francês 
e germânico respectivamente.
d) Nesse momento consagra-se a divisão da cristandade, em razão da aproximação de Lotário e Carlos com o papado e de 
Luís com o patriarcado de Constantinopla.
e) O Tratado de Verdun marcou o fm dos confitos entre os poderes seculares e eclesiásticos, verifcado desde o início da Idade 
Média.
RESPOSTA “C”.
02. (AGENTE TECNICO LEGISLATIVO-FCC-2010) – “A Península Itálica foi o berço do Movimento Renascentista”. 
Entre as alternativas a seguir, assinale aquela que não justifca esta afirmação.
a) A consolidação da monarquia e a precoce centralização política italiana favoreceram a burguesia mercantil, que estimulava 
as artes e as ciências, através do mecenato.
b) O objetivo dos burgueses italianos ao patrocinarem as artes e as ciências era o de afirmar seus valores, assegurando a sua 
legitimidade enquanto grupo social.
c) As cidades italianas encontravam-se enriquecidas devido ao comércio com o Oriente, através do Mar Mediterrâneo.
d) Após a queda de Constantinopla, muitos sábios Bizantinos emigraram para a Península ltálica, levando consigo muitos 
elementos da cultura clássica preservada em Bizâncio.
e) Sendo a Península ltálica a sede do Império Romano do Ocidente, existia nessa região uma série de elementos preservados 
da Antigüidade, que inspiraram os artistas e filósofos renascentistas.
RESPOSTA “A”.
03. (CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS-FHEMIG-FUNDEP-2011) – “Nunca uma civilização dera tão grande lugar 
à pintura e à música, nem erguera ao céu tão altas cúpulas, nem elevara ao nível da alta literatura tantas línguas nacionais 
encerradas em tão exíguo espaço. Nunca no passado da humanidade tinham surgido tantas invenções em tão pouco tempo. 
Pois o Renascimento foi, especialmente, progresso técnico; deu ao homem do Ocidente maior domínio sobre um mundo mais 
bem conhecido. Ensinou-lhe a atravessar os oceanos, a fabricar ferro fundido, a servir-se das armas de fogo, a contar as horas 
com um motor, a imprimir, a utilizar dia a dia a letra de câmbio e o seguro marítimo”.
DELUMEAU, Jean, A Civilização do Renascimento, vol. 1, p. 23.
A respeito do Renascimento é correto afirmar:
a) O termo foi criado no século XVI por Giorgio Vasari e transmite uma visão depreciativa da cultura clássica e valorativa da 
cultura medieval.
b) As alterações culturais experimentadas durante o Renascimento limitaram-se a questões estéticas, completamente 
divorciadas das transformações sociais, políticas, religiosas e econômicas do período.
c) Cenas do Antigo Testamento, episódios da vida de Jesus, retratos de santos e mártires compunham os principais temas da arte 
renascentista, evidenciando uma perspectiva teocêntrica de valorização do sagrado.
d) A propagação da cultura renascentista esteve articulada ao impulso das atividades mercantis e ao desenvolvimento da 
imprensa, que possibilitou a difusão em maior escala das obras literárias.
e) O Renascimento desenvolveu-se após a expansão industrial européia e motivou uma atitude nostálgica com relação aos 
paraísos tropicais que passaram a ser retratados nas obras literárias, nas pinturas e nas composições musicais.
RESPOSTA “D”.
04. “Que obra prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Como é infinito em faculdades! Em forma e movimentos, como 
é expressivo e maravilhoso! Nas ações, como se parece com um anjo!
Na inteligência, como se parece com um deus! A maravilha do mundo!O padrão de todos os seres criados!”. (Hamlet,William 
Shakespeare, trad., São Paulo: Martin Claret, 2002, p.47.)
Nesse trecho do Hamlet de William Shakespeare podemos identifcar algumas características:
a) Do Catolicismo, com a afirmação da arte como um ofício religioso.
b) Do Protestantismo, com a perspectiva da infalibilidade dos escritos bíblicos.
c) Do Renascimento, com a valorização do homem como o centro ou a medida do Universo. 
d) Do Hedonismo, com a identificação da beleza como uma manifestação do espírito divino.
e) Do Teocentrismo, com a negação da influência do classicismo Greco romano.
RESPOSTA “C”.
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RESUMO DE CONCURSOS 
05. (FEI– 2008) – As principais características do Renascimento foram:
a) Teocentrismo, realismo e intensa espiritualidade;
b) Romantismo, espírito crítico em relação à política, temas de inspiração exclusivamente naturalistas;
c) Ausência de perspectiva e adoção de temas do cotidiano religioso, tendo como foco apenas os valores espirituais;
d) Uso de temas ecológicos evidenciando a preocupação com o meio ambiente, execução de variados retratos de 
personalidades da época.
e) Antropocentrismo, humanismo e inspiração greco-romana. 
RESPOSTA “E”.
 ANOTAÇÕES
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
CAPÍTULO 4: OS IMPÉRIOS COLONIAIS
A Expansão Marítima
A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. 
Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-
se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o 
começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham 
condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que 
atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei 
disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, 
que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas.
Fatores que provocaram a expansão:
•	 Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação; 
•	 O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica; 
•	 Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais; 
•	 A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV; 
•	 Expandir a fé; 
Objetivos da expansão
•	 Metais; 
•	 Mercados; 
•	 Especiarias (Noz Moscada, Cravo...) 
•	 Terras; 
•	 Fiéis;
Pioneirismo português
•	 Precoce centralização Política; 
•	 Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) * 
•	 Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa; 
•	 Capital (financiamento de Flandres); 
•	 Posição Geográfica Favorável; 
Escola de Sagres
Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio 
do ultramar. O “Príncipe perfeito” Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua 
provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias.
Revolução de Avis
Nos fins do século XIV uma transformação muito importante aconteceu em Portugal: a morte do rei D. Fernando em 1383, deu 
origem a uma crise política que, envolvendo os vários grupos sociais, veio a levar ao poder uma nova família real e a iniciar uma 
orientação diferente na vida dos portugueses.
D. Fernando tinha uma única filha, D. Beatriz, que, apenas com doze anos de idade, casara com o rei de Castela, pondo-se assim 
termo a uma série de guerras em que D. Fernando se envolvera com aquele reino.
Essas guerras tinham agravado os problemas do país, provocando o descontentamento popular: gastou-se muito dinheiro com a 
guerra, muitos homens morreram, a falta de mão-de-obra agravou-se, os produtos alimentares subiram de preço.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
D. Fernando morreu alguns meses depois deste casamento. Nem D. Beatriz tinha filhos, nem, entretanto, nascera nenhum outro 
sucessor legítimo do rei.
A viúva de D. Fernando - D. Leonor Teles - nunca fora bem vista pelo povo. De fato, quando o rei se apaixonara por ela, D. 
Leonor já era casada, e foi necessário obter, por influência de D. Fernando junto ao Papa, a anulação de seu primeiro casamento. Por 
outro lado, por causa de Leonor Teles, D. Fernando desistiu de outros casamentos que teriam sido, politicamente, mais úteis ao país.
A agravar tudo isto, depois de ser rainha, D. Leonor vingou-se duramente de todos os que tinham desaprovado o seu casamento, 
levando o rei a condenar a morte ou tormentos muitos deles, especialmente os homens dos ofícios da cidade de Lisboa que tinham 
declarado abertamente a sua discordância.
O povo não gostava, pois, da viúva de D. Fernando. No entanto, pelo contrato de casamento, cabia-lhe governar o reino como 
regente até que um filho de D. Beatriz completasse 14 anos.
Assim, D. Leonor Teles, a regente, depois de não ter comparecido ao funeral de D. Fernando - o que agravou o descontentamento 
popular - mandou aclamar rainha D. Beatriz.
Naquele tempo, a aclamação de um novo soberano era feita através de “pregões” lidos por emissários da Corte nas principais 
vilas e cidades do Reino.
Em lisboa, Santarém, Elvas e outros lugares, a leitura dos pregões desencadeou revoltas populares: as populações dessas 
localidades injuriavam os pregoeiros e recusavam-se a aceitar a aclamação de uma rainha que era mulher de um rei estrangeiro 
(Castela), o que poderia dar origem à união dos dois países e em consequência a perda de independência de Portugal.
Entretanto, o descontentamento com a regência de Leonor Teles e a grande influência que junto dela tinha o Conde de Ourém 
- João FernandesAndeiro - levaram a que fosse planejado o assassinato deste, prevendo-se desde logo o apoio do povo de Lisboa. 
D. João, Mestre de Avis ficou encarregado de matar o “Andeiro”; à mesma hora Álvaro Pais, antigo funcionário de D. Fernando, 
chamaria o povo ao palácio para proteger o Mestre de Avis.
Realizado o plano e morto o “Andeiro”, o povo de Lisboa pediu a D. João que aceitasse ser o “Regedor e Defensor do Reino”, 
ficando a seu cargo a direção da luta contra D. Beatriz e o rei de Castela.
Leonor Teles refugia-se em Alenquer e pede auxílio ao seu genro, D. João de Castela. Este, aproveitando-se da situação, avançou 
com seus exércitos sobre Santarém, retirou a regência de Leonor Teles e intitulando-se “Rei de Portugal”, dirigiu-se para Lisboa, 
cercando a cidade.
Este abuso do rei castelhano fez com que muitos burgueses, até aí hesitantes, aderissem á causa do Mestre de Avis, juntando-se ao 
povo que o apoiava. Pelo contrário, a maior parte do clero e da nobreza respeitavam a legalidade da sucessão e apoiavam D. Beatriz.
Entretanto, um pequeno exército português, chefiado por D. Nuno Álvares Pereira - um dos nobres que tomara o partido do 
Mestre de Avis - vence os castelhanos no lugar de Atoleiros, no Alentejo.
Em Lisboa, o cerco prolongou-se por vários meses. Os lisboetas resistiram no meio das maiores privações e dificuldades. O 
aparecimento da peste nas tropas castelhanas obrigou o rei de Castela a levantar o cerco e retirar.
Os partidários do Mestre de Avis e da independência de Portugal começavam a ter uma maior certeza da vitória.
Foram convocadas Cortes em Coimbra em março de 1385 e o Mestre de Avis foi aclamado rei de Portugal.
Os castelhanos reagiram a esta decisão, como era de se esperar, invadindo novamente Portugal. Mas os portugueses saíram ao 
seu encontro e travou-se em Aljubarrota, em agosto de 1385, uma batalha decisiva: usando a tática do quadrado e aproveitando as 
vantagens da colocação no terreno(os inimigos estavam de frente para o sol), as tropas portuguesas, chefiadas pelo próprio rei D. João 
I e por D. Nuno Álvares Pereira, conseguiram a vitória, pondo o exército inimigo em fuga.
A paz definitiva com Castela só veio a ser assinada alguns anos depois, em 1411. Para assinalar o acontecimento, D. João I 
mandou iniciar, no local, a construção do mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido por mosteiro da Batalha. 
A Expansão Marítima Portuguesa
Após a deflagração da Revolução de Avis, Portugal passou por um processo de mudanças onde a nacionalização dos impostos, 
leis e exércitos favoreceram a ascendência das atividades comerciais de sua burguesia mercantil. A prosperidade material alcançada 
por meio desse conjunto de medidas ofereceu condições para o investimento em novas empreitadas mercantis. 
Nesse período, as principais rotas comerciais estavam voltadas no trânsito entre a Ásia (China, Pérsia, Japão e Índia) e as 
nações mercantilistas européias. Parte desse câmbio de mercadorias era intermediada pelos muçulmanos que, via Mar Mediterrâneo, 
introduziam as especiarias orientais na Europa. Pelas vias terrestres, os comerciantes italianos monopolizavam a entrada de produtos 
orientais no continente. 
A burguesia portuguesa, buscando se livrar dos altos preços cobrados por esses intermediários e almejando maiores lucros, 
tentaram consolidar novas rotas marítimas que fizessem o contato direto com os comerciantes orientais. Patrocinados pelo interesse 
do infante Dom Henrique, vários navegadores, cartógrafos, cosmógrafos e homens do mar foram reunidos na região de Sagres, que 
se tronou um grande centro da tecnologia marítima da época. 
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RESUMO DE CONCURSOS 
Em 1415, a Conquista de Ceuta iniciou um processo de consolidação de colônias portuguesas na costa africana e de algumas ilhas 
do Oceano Atlântico. Esse primeiro momento da expansão marítima portuguesa alcançou seu ápice quando os navios portugueses 
ultrapassaram o Cabo das Tormentas (atual Cabo da Boa Esperança), que até então era um dos limites do mundo conhecido. 
É interessante notar que mesmo com as inovações tecnológicas e o grande interesse comercial do mundo moderno, vários 
mitos Antigos e Medievais faziam da experiência ultramarina um grande desafio. Os marinheiros e navegadores da época temiam 
a brutalidade dos mares além das Tormentas. Diversos relatos fazem referência sobre as temperaturas escaldantes e as feras do mar 
que habitavam tais regiões marítimas. 
No ano de 1497, o navegador Vasco da Gama empreendeu as últimas explorações que concretizaram a rota rumo às Índias, via 
a circunavegação do continente africano. Com essa descoberta o projeto de expansão marítima de Portugal parecia ter concretizado 
seus planos. No entanto, o início das explorações marítimas espanholas firmou uma concorrência entre Portugal e Espanha que abriu 
caminho para um conjunto de acordos diplomáticos (Bula Intercoetera e Tratado de Tordesilhas) que preestabeleceram os territórios 
a serem explorados por ambas as nações.
O processo de expansão marítima português chegou ao seu auge quando, em 1500, o navegador Pedro Álvares Cabral anunciou 
a descoberta das terras brasileiras. Mesmo alegando a descoberta nessa época, alguns historiadores defendem que essa descoberta foi 
estabelecida anteriormente. Anos depois, com a ascensão do processo de expansão marítima de outras nações européias e a decadência 
dos empreendimentos comercias portugueses no Oriente, as terras do Brasil tornaram-se o principal foco do mercantilismo português.
A Expansão Marítima Espanhola
Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações Marítimas. Os Reis 
Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às 
Índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega em Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando ter 
chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta 
nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula “Inter 
Colétera” (as terras da América seriam dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as 
terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa -> Tratado de Tordesilhas. 
(Foto)
As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, pelos espanhóis, aguçou a cobiça de outras nações 
européias que procuravam completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado de Tordesilhas, ao 
mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da Pirataria. 
Afirmavam ainda que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a ocupasse efetivamente, o 
princípio do “Uti Possidetis” (usucapião). França foi uma das mais utilizarias desse pretexto.
Expansão no século XVI
Após a crise do século XVI, a economia européia sofreu transformações essenciais, na medida em que as riquezas exteriores, 
adquiridas na expansão marítima, não só ampliou o grande comércio, como também elevou o nível científico. Foram intensificados os 
estudos para desenvolver a bússola, novos modelos de embarcações (caravelas, nau), o astrolábio, portulanos (livrinho que continha 
a observação detalhada de uma região, feita por um piloto que estivera lá antes) e cartas de navegação. Esses novos conhecimentos, 
aliados a nova visão do mundo e do homem, preconizada pelo Renascimento, ampliaram os horizontes europeus, facilitando o pleno 
desenvolvimento da expansão ultramarina. 
Essa expansão foi a responsável pelo surgimento de um mercado mundial, baseado no capital gerado pelas atividades comerciais, 
que afetoutodo o sistema produtivo e favoreceu a consolidação do Estado Nacional. No século XVI, as nações pioneiras (Portugal e 
Espanha) prosseguiram suas viagens conquistando territórios na América, África e Ásia. Inglaterra e França procuravam romper tal 
domínio na tentativa de conseguir mercados e áreas de exploração.
Embarcações
A caravela possuía um casco estreito e fundo, com isto ela possuía uma grande estabilidade, por baixo do convés havia um 
espaço que servia para transportar os mantimentos, o castelo que era os aposentos do capitão e do escrivão se localizava na popa do 
navio, porém a grande novidade deste navio foi a utilização das velas triangulares em mar aberto, as quais permitiam que a caravela 
avançasse em zig-zag mesmo com ventos contrários, as caravelas não possuíam os mesmos tamanhos, as pequenas levavam entre 
vinte e cinco a trinta homens e as maiores chegavam a levar mais de cem homens a bordo, geralmente a tripulação era formada 
por marinheiros muitos jovens, os capitães podiam ser rapazes de vinte anos de idade eles eram o chefe máximo, que tinham a 
competência de organizar a vida a bordo e tomar as decisões sobre as viagens, o escrivão tinha a competência de registrar por escrito 
o rol da carga.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
O piloto encarregava-se da orientação do navio, geralmente viajava na popa do navio com os seguintes instrumentos, uma 
bússola, um astrolábio e um quadrante, ele orientava aos homens do leme que manejavam o navio de acordo com as instruções do 
piloto e do capitão e em dia de mar revolto era necessário dois homens ao leme do navio, o homem da ampulheta era o marinheiro 
que vigiava o relógio de areia para saberem as horas, os marinheiros a bordo das caravelas tinham que fazer todos os tipos de serviços, 
desde içar, manobrar e recolher as velas, esfregar o convés, carregar e descarregar a carga e outras fainas a bordo, os grumetes 
eram constituídos em sua maioria por rapazes de dez anos de idade que iam a bordo para aprender e fazer as rotinas das viagens. A 
construção das caravelas era executada a beira do Tejo na Ribeira das Naus junto ao Palácio Real, onde trabalhavam os mestres de 
carpinteiros os quais não se serviam de planos, nem de desenhos técnicos.
Mercantilismo
Conjunto de medidas econômicas adotadas pelos Estados Nacionais modernos no período de Transição (Feudalismo p/ 
Capitalismo), tendo os Reis e o Estado, o poder de intervir ma economia. Esse sistema buscava atender os setores feudais visando 
conseguir riquezas para a sua manutenção. O mercantilismo não é um modo de produção, mas sim um conjunto de práticas de 
produção. Não existe uma sociedade Mercantilista. Tais medidas variavam de Estado para Estado, logo, não existiu apenas um 
mercantilismo. Não se pode generalizá-lo.
Princípios (Variavam de Estado para Estado)
•	 Metalismo ou Bullionismo;
•	 Balança Comercial Favorável (Vender mais e comprar menos visando garantir o acúmulo de ouro e prata);
•	 Protecionismo Alfandegário (grandes tarifas aos produtos estrangeiros); 
•	 Construção Naval (frota Mercante e Marinha de Guerra); 
•	 Manufaturas; 
•	 Monopólio (Rei vende monopólio para as Companhias de Comércio nas cidades); 
•	 Sistema Colonial (Pacto Colonial, Latifúndio, Escravismo); 
•	 Intervenção do Estado na Economia;
Política dos Estados
•	 Espanha – Bullionismo (metais)
•	 Holanda – Comercialismo 
•	 França – Colbertismo (Manufaturas de luxo)
•	 Inglaterra – Comercialismo
Colônias de Exploração
As colônias de exploração atendiam as necessidades do sistema mercantilista garantindo, através de uma economia complementar 
e do pacto colonial, lucros para a metrópole. Nesse tipo de colonização, não havia o respeito devido pelo povo ou pela terra.
CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS 
MAIAS, ASTECAS, INCAS, MÉXICO
Civilização Maia
O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (região sul do atual 
México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e 
dominaram a civilização maia.
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam 
o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um 
representante dos deuses na Terra. 
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RESUMO DE CONCURSOS 
A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes 
militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e 
trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. 
A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito 
avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O artesanato também se destacou: 
fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas. A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à 
natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.
Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, 
contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes. Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a 
invenção das casas decimais e o valor zero. 
Civilização Asteca
Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante 
cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco. 
A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes 
e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa 
da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras 
públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides). 
Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 
500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. 
Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram 
os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região. Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, 
construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As 
sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.
O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. 
A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada 
por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações 
pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.
Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em 
datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.
Civilização Inca
Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (Américado Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no 
século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.
O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres 
(governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe 
mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras 
públicas. 
Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. 
A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura 
era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e 
colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte 
destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias. 
Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite 
deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas. 
A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor 
e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo). Criaram um interessante e eficiente sistema 
de contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o 
quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu 
um sistema de escrita. 
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Os povos indígenas da América Portuguesa
No caso do atual território brasileiro, quatro grandes grupos lingüísticos marcaram a diferenciação básica: tupi, jê, aruaque e 
caraíba, subdivididos em várias famílias.
No Brasil atualmente há várias pesquisas sendo desenvolvidas em sítios arqueológicos, locais onde se descobriram vestígios de 
ocupação humana. Os arqueólogos procuram por restos de fogueiras, pedaços de cerâmica, pinturas rupestres, esqueletos humanos, 
vestígios de aldeias e habitações, tentando levantar hipóteses quanto à época desses objetos, bem como sobre a forma de vida desses 
nossos antepassados.
Junto com essas informações e hipóteses, a outra forma de tentar reconstruir a vida dos nativos antes da chegada dos europeus 
é, por mais contrário que possa parecer, pelos relatos e crônicas escritos por esses mesmos europeus no período colonial. Como os 
povos indígenas da América portuguesa não desenvolveram a escrita, os principais documentos a respeito de sua história foram 
elaborados pelos conquistadores.
Dois grandes problemas aparecem de imediato.Primeiro: até que ponto as descrições dos conquistadores retratam de fato ávida 
dos nativos ou apresentam projeções e distorções? Segundo: tendo tais descrições sido realizadas até o ano de 1500, as formas de 
vida desses indígenas já não teriam sido alteradas pela chegada dos europeus, diferenciando-se daquelas que eram características no 
período pré-colonial? Os nativos eram chamados pelos lusitanos de negros da terra.
A REFORMA PROTESTANTE 
O LUTERANISMO
É uma denominação cristã ligada diretamente a Martinho Lutero, pioneiro da Reforma da Igreja na Alemanha, a partir de 1517.
A História da Igreja Luterana
A 10 de novembro de 1483, na cidade de Eisleben, na Alemanha, nasceu Martinho Lutero, um jovem que, contrariando a vontade 
dos pais, decidiu tornar-se monge. No mosteiro, Lutero vivia em angústias e desespero por dúvidas que tinha sobre seus méritos 
espirituais. Quanto mais se penitenciava, tanto mais cresciam suas dúvidas e incertezas. Não possuía, por isso, paz de alma e via Deus 
como um severo juiz pronto a castigar os pecadores.
Lutero tornou-se Doutor em Teologia e passou a lecionar na Universidade de Wittenberg. Sendo um dos privilegiados a ter acesso 
a uma Bíblia, Lutero desenvolveu nova visão teológica lendo as palavras de Romanos 1.17: “O justo viverá por fé”. Segundo sua 
interpretação, dizia que o perdão e a vida eterna não são conquistados por nós mediante boas obras, mas nos são dados gratuitamente 
por meio da fé em Jesus Cristo.
Em 1517, na Alemanha, o professor e monge Martinho Lutero fixou à porta da Catedral de Wittenberg 95 teses criticando a 
atuação do Papa e do alto clero. Elas se propagaram rapidamente, mesmo com a intervenção da Igreja. Lutero foi apoiado por parte da 
população e pela nobreza que, desejosa de conquistar novas terras sob domínio de Roma (na região da atual Alemanha), o protegeram 
da perseguição do papa, poupando-o da fogueira, mas não da excomunhão.
Alguns exemplos dessas teses:
• Tese 27: Pregam a doutrina humana os que dizem que, tão logo seja ouvido o tilintar da moeda lançada na caixa, a alma 
sairá voando.
• Tese 32: Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação 
através de cartas de indulgência.
• Tese 86: Por que o papa, cuja fortuna é hoje maior que a dos mais ricos crassos, não constrói com seu próprio dinheiro 
ao menos a Basílica de São Pedro, em vez de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
Lutero, então, passou a participar de vários debates teológicos com autoridades civis e eclesiásticas que tentavam fazê-lo abrir 
mão de suas idéias e retratar-se de críticas à Igreja e ao Papa. Em 1520, Lutero foi excomungado pelo Papa e, no mesmo ano, queimou 
a Bula de Excomunhão em praça pública, rompendo assim com a Igreja Católica da época. Em 1530, surgiu a Confissão de Augsburgo 
que foi escrita por Lutero e Melanchthon, um fiel companheiro seu. Este documento trazia um resumo dos ensinos luteranos.
Uma das principais preocupações de Martinho Lutero,era que todas as pessoas pudessem ler o livro no qual os ensinamentos 
católicos estariam escritos e assim poderem tirar suas próprias conclusões. Por isto Martin Lutero traduziu a Bíblia para o Alemão 
para que todos pudessem lê-la em sua própria língua. Alguns anos mais tarde, a bíblia foi traduzida para o Inglês, Francês e Espanhol 
as pessoas passaram a ler a Bíblia e terem suas próprias conclusões. Aos poucos a Igreja Católica foi perdendo poder e influência. 
Depois de Lutero a Igreja Católica nunca mais conseguiu exercer o forte domínio sobre a Europa como tinha antes da Reforma 
Protestante.
37
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Pouco a pouco, o ideal de reforma da Igreja Católica que Lutero possuía foi sendo sufocado e o Reformador viu-se obrigado, 
juntamente com seus seguidores, a formar um grupo separado de cristãos que queriam permanecer fiéis às suas idéias. Surgia assim 
a Igreja Luterana.
As Confissões Luteranas
As Confissões Luteranas podem também ser consideradas como estandarte, em torno do qual os luteranos cerram fileiras em 
defesa de suas visões doutrinárias da Escritura sagrada contra o erro, ou podem ser consideradas como uma bandeira, à qual os 
mestres da igreja prestam juramento de fidelidade. Cada membro da Igreja Luterana deve subscrever não apenas a Bíblia, mas 
também as confissões como exposição correta das doutrina bíblicas. Para o leigo isto significa, ao menos, o Catecismo de Lutero; 
para o pastor e professor significam todas as confissões adotadas pela Igreja Luterana.
Em suas constituições, os grupos luteranos – congregações, bem como sínodos – geralmente definem sua posição doutrinária 
mais ou menos nestas palavras: “Confessamos que os livros canônicos do Antigo e do Novo Testamento são a palavra de Deus 
inspirada e, portanto, a única regra de fé e vida, e que as confissõesda Igreja Luterana são uma exposição correta das doutrinas desta 
palavra”. Por que esta firme insistência, como resumido nas confissões luteranas? Porque para luteranos não pode haver nada mais 
importante do que as doutrinas expostas conforme sua interpretação da Bíblia.
Em vista do precedente, segundo sua interpretação, o termo “igreja” jamais deveria ser empregado para definir um grupo religioso 
que não pertence ao Senhor como seu corpo (Ef. 1.22,23). Uma seita que, de acordo com sua visão, nega a divindade de Jesus, como 
a dos unitaristas não deveria ser chamada igreja.
Escreve Lutero nos Artigos de Esmalcalde: “Graças a Deus, (hoje) uma criança de sete anos de idade sabe o que é a igreja, a 
saber, os santos crentes e cordeiros que escutam a voz do seu Pastor” (parte III, art. XII, cf. Livro de Concórdia, p. 338). Em seu 
Catecismo Maior, ele apresenta essa definição clássica: “Eu creio que há sobre a terra um pequeno grupo santo e congregação 
de santos puros sob uma cabeça, Cristo, chamados pelo Espírito Santo para uma fé, uma mente e uma compreensão, com dons 
multiformes, entretanto concordando em amor, sem seitas nem cismas. Também faço parte do mesmo, sendo participante e co-
proprietário de todos os bens que possui, trazido a ele e incorporado nele pelo Espírito Santo pelo ouvir e pelo continuar a ouvir a 
palavra de Deus, que é o processo de iniciação nele. Pois, anteriormente, antes de termos alcançado isto, pertencíamos ao diabo, 
nada sabendo de Deus e de Cristo. Assim, até o último dia, o Espírito Santo permanece com a santa congregação, ou cristandade, 
por intermédio da qual ele nos traz a Cristo, e é ela que o Espírito Santo utiliza para nos ensinar a pregar a palavra; pela igreja 
ele age e promove a santificação, fazendo-a crescer diariamente e fortalecendo-a na fé e nos frutos que ele faz produzir”. (O Credo. 
Art. III, cf. Livro de Concórdia, p. 454).
A Confissão de Ausburgo
A Confissão de Ausburgo é o documento que Felipe Melanchton escreveu e que foi apresentado, como sendo o testemunho 
luterano, ao Imperador Carlos V e à Dieta do Santo Império Romano, a 25 de junho de 1530. Compõe-se de vinte e oito artigos. 
Destes, os primeiros vinte e um apresentam a doutrina luterana e sintetizam os ensinamentos de Lutero. Eles tentam provar que os 
luteranos não estavam ensinando novas doutrinas, contrárias às Escrituras Sagradas, e que não constituíram uma nova seita religiosa. 
Os Artigos XXI a XXVIII pretendem tratar dos abusos medievais que os luteranos tinham corrigido.
Sua leitura angariou prosélitos importantes. O bispo Stadion de Ausburgo teria afirmado: “O que foi lido é a pura verdade, e 
nós não podemos negá-lo”. Quando João Eck, um dos mais ativos adversários de Lutero, supostamente disse ao duque Guilherme 
da Baviera que ele era capaz de refutar a Confissão de Ausburgo com os pais eclesiáticos, mas não com as Sagradas Escrituras, 
Guilherme teria respondido: “Assim, pois, ouço que os luteranos estão com a Escritura e nós, que seguimos o pontífice, fora dela”.
Os Credos Ecumênicos
Em reposta à acusação de que a Igreja Luterana se desviou da antiga fé da Igreja Cristã e era, por isso, uma nova seita, os 
pais luteranos oficialmente declararam sua concordância total com os credos ecumênicos. No prefácio da Fórmula de Concórdia 
declararam: “E porque imediatamente depois do tempo dos apóstolos e mesmo enquanto eles ainda viviam, falsos mestres e hereges 
se levantaram, símbolos, isto é, confissões breves e concisas, foram compostos contra eles na igreja primitiva, que foram considerados 
como a unânime, universal fé cristã e a confissão da Igreja Ortodoxa e verdadeira, a saber, o Credo Apostólico, o Credo Niceno, e o 
Credo Atanasiano; juramos fidelidade a eles, e deste modo rejeitamos todas as heresias e doutrinas, que, contrárias a eles, têm sido 
introduzidas na igreja de Deus”.
A primeira confissão da fé cristã foi o Credo Apostólico. Divergências posteriores levaram à formulação do Credo Niceno (325) 
e do Credo Atanasiano (451). Essas três confissões são conhecidas como Credos Ecumênicos ou Universais.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Contudo, com o passar dos tempos, segundo a visão Luterana, a igreja foi se desviando da verdade bíblica. Vozes que clamavam 
contra o erro foram silenciadas. Martinho Lutero, monge agostiniano, doutor em Teologia e professor da Bíblia na Universidade de 
Wittemberg, Alemanha, postulou que a igreja estava desviada da verdade bíblica. A Igreja Luterana vê em Lutero um instrumento 
de Deus para reconduzir a igreja às verdades bíblicas e considera ainda que Deus preparou outros homens fiéis que participaram da 
causa da Reforma.
Os seguintes documentos formam as Confissões Luteranas:
•	 Catecismo Menor (1529), um resumo de interpretações bíblicas, escritas para o povo.
•	 O Catecismo Maior (1529), as mesmas interpretações detalhadamente explicadas para adultos.
•	 A Confissão de Augsburgo (1530), a principal confissão luterana.
•	 A Apologia (1531), uma defesa da Confissão de Augsburgo.
•	 Os Artigos de Esmalcalde (1537) reafirmam os ensinos da Confissão de Augsburgo e expõem, com mais profundidade, 
a doutrina da Santa Ceia, segundo a visão Luterana.
•	 A Fórmula de Concórdia (1577), que define o pecado original, a impossibilidade de o homem salvar-se por suas próprias 
forças e a pessoa e obra de Cristo.
As Confissões foram reunidas no Livro de Concórdia, em 1580, que é aceito hoje por muitas igrejas luteranas no mundo. Essas 
igrejas afirmam: “ Aceitamos todos os livros canônicos das Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos, como palavra 
infalível de Deus e, como exposição correta da Escritura Sagrada, aceitamos os livros simbólicos reunidos no Livro de Concórdia.” 
A Escritura ou Bíblia Sagrada é a única norma na igreja para doutrina e praxe.
Luteranismo Mundial
A distribuição dos Luteranos hoje se encontra da seguinte forma:
•	 Europa: 49 milhões;
•	 África: 21 milhões;
•	 América: 10 milhões;
•	 Ásia: 10 milhões.
Os países com o maior número de Luteranos hoje são:
1º) Alemanha: 23,0 milhões;
2º) Estados Unidos: 8,4 milhões;
3º) Suécia: 7 milhões;
4º) Finlândia: 4,6 milhões;
5º) Dinamarca: 4,5 milhões;
6º) Etiópia: 5,6 milhões;
7º) Indonésia: 5,7 milhões;
8º) Noruega: 4 milhões;
9º) Tanzânia: 3,5 milhões;
10º) Madagascar: 3,5 milhões;
11º) Brasil: 1 mihão.
Hoje mundo afora existe cerca de 250 ramos Luteranos, desta igrejas mais de 160 estão filiadas a (LWF) Federação Luterana 
Mundial e mais 50 fazem parte do (ILC) Concílio Luterano Internacional. As demais Igrejas Luteranas estão na sua maioria filiadas à 
Conferência Luterana Confessional e várias outras se intitulam Comunidades Luteranas Indepedentes. segundo dados levantados no 
período de 2005 / 2010 o número de Luteranos ultrapassa a marca dos 90.000.000. Mesmo com uma queda considerável na Europa 
o percentual de luteranos continua crescendo, no período de 2001 / 2006 houve um crescimento de quase 8.000.000 adeptos.
O Luteranismo Brasileiro
No ano de 1532 chegou ao Brasil o primeiro Luterano, Heliodoro Heoboano, filho de um amigo de Lutero, que aportou em São 
Vicente.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
A primeira comunidade Luterana foi a de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro organizada em 1824 por Friedrich Osvald Sauerbronn 
o primeiro pastor luterano no Brasil. O Luteranismo se estabeleceu e expandiu em solo brasileiro através da Imigração alemã no 
Brasil. No Rio Grande do Sul o primeiro pastor luterano Georg Ehlers chegou com a terceira leva de imigrantes à São Leopoldo em 
1824.
Dessas comunidades luteranas iniciais surgiram vários sínodos que foram se aglutinando e hoje formam especialmente duas 
igrejas: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e a Igreja Evangélica Luterana do Brasil. No sul do Brasil existe outra 
igreja luterana, a IELI Igreja Evangélica LuteranaIndependente, proveniente de comunidades chamadas livres. A IELI, é uma igreja 
um pouco menor que as outras. A maioria dos membros da IELI, estão nas cidades de: Canguçu, São Lourenço do Sul, Arroio do 
Padre e Pelotas RS.
No século XIX, após a ordem de unificação dos luteranos com os reformados sob o comando do estado, na Prússia, o maior 
estado da Alemanha desta época, muitos dos que não concordaram com esta decisão, defendendo a distinção entre Igreja e Estado, 
emigraram para a América do Norte, fundando, em 1849, o “Sínodo de Missouri, Ohio e outros estados”, que hoje é a LC-MS 
(Lutheran Church - Missouri Synod). Assim,enquanto a maioria dos luteranos que chegaram ao Brasil em 1824 eram provenientes da 
linha estatal alemã, que gerou os diversos sínodos que deram origem à IECLB, a IELB é fruto de missão da igreja norte-americana a 
partir de 1900, que veio atendendo pedidos de luteranos no Brasil que desejavam atendimento daquele Sínodo Luterano.
Em 1 de julho de 1900, foi fundada uma congregação luterana no município de São Pedro, RS. Esta congregação enviou o 
chamado para um pastor do Sínodo de Missouri. Este pastor, Rev. W. Mahler, veio em 1901.
O número total de luteranos no Brasil, atualmente, é de pouco mais de um milhão.
Distribuição de luteranos no Brasil
•	 Rio Grande do Sul: 630 mil
•	 Santa Catarina: 260 mil
•	 Paraná: 90 mil
•	 Espírito Santo: 85 mil
•	 São Paulo: 45 mil
•	 Rondônia: 21 mil
•	 Minas Gerais e Rio de Janeiro: 35 mil
•	 Região Centro-Oeste: 27 mil
•	 Região Nordeste: 10 mil
•	 Região Norte (exceto Rondônia): 5 mil
O CALVINISMO
O Calvinismo é tanto um movimento religioso protestante quanto uma ideologia sociocultural com raízes na Reforma iniciada 
por João Calvino em Genebra no século XVI.
A obra de João Calvino
João Calvino exerceu uma influência internacional no desenvolvimento da doutrina da Reforma Protestante, à qual se dedicou 
com a idade de 30 anos, quando começou a escrever os “Institutos da religião Cristã” em 1534 (publicado em 1536). Esta obra, que 
foi revista várias vezes ao longo da sua vida, em conjunto com a sua obra pastoral e uma coleção massiva de comentários sobre a 
Bíblia, são a fonte da influência permanente da vida de João Calvino no protestantismo.
Calvino apoiou-se a frase de Paulo: “pela fé sereis salvos”, esta frase de epístola de Paulo aos Romanos foi interpretada por 
Martinho Lutero ou simplesmente Lutero como pela fé sereis salvos. As duas frases, possuem a mesma coisa, ou seja, não muda o 
sentido.
Para Bernardye Cotitretw, biógrafo de Calvino, “o calvinismo é o legado de Calvino e torna-se uma forma de disciplina, de 
ascese, que não raramente é levada ao extremo da teimosia”. O Calvinista é pois no extremo um profundo conhecedor da Bíblia, que 
pondera todas as suas ações pela sua relação individual com a moral cristã. O Calvinismo é também o resultado de uma evolução 
independente das idéias protestantes no espaço europeu de língua francesa, surgindo sob a influência do exemplo que na Alemanha a 
figura de Martinho Lutero tinha exercido. A expressão “Calvinismo” foi aparentemente usada pela primeira vez em 1552, numa carta 
do pastor luterano Joachim Westphal, de Hamburgo.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
O Calvinismo marca a segunda fase da Reforma Protestante, quando as igrejas protestantes começaram a se formar, na seqüência 
da excomunhão de Martinho Lutero da Igreja Católica romana. Neste sentido, o Calvinismo foi originalmente um movimento 
luterano. O próprio Calvino assinou a confissão luterana de Augsburg de 1540. Por outro lado, a influência de Calvino começou a 
fazer sentir-se na reforma Suíça, que não foi Luterana, tendo seguido a orientação conferida por Ulrico Zuínglio. Tornou-se evidente 
que a doutrina das igrejas reformadas tomava uma direcção independente da de Lutero, graças à influência de numerosos escritores e 
reformadores, entre os quais João Calvino era o mais eminente, tendo por isso esta doutrina tomado o nome de Calvinismo.
Uma vez que tem múltiplos fundadores, o nome “Calvinismo” induz ligeiramente ao equívoco, ao pressupor que todas as 
doutrinas das igrejas calvinistas se revejam nos escritos de João Calvino.
O nome aplica-se geralmente às doutrinas protestantes, que não são luteranas, e que têm uma base comum nos conceitos 
calvinistas, sendo normalmente ligadas a igrejas nacionais de países protestantes, conhecidas como igrejas reformadas, ou a 
movimentos minoritários de reforma protestante.
Nos Países Baixos, os calvinistas estabeleceram a Igreja Reformada Neerlandesa. Na Escócia, através da zelosa liderança do 
ex-sacerdote católico John Knox, a Igreja Presbiteriana da Escócia foi estabelecida segundo os princípios calvinistas. Na Inglaterra, 
o calvinismo também desempenhou um papel na Reforma, e, de lá, seguiu com os puritanos para a América do Norte. Na França, os 
calvinistas, chamados de Huguenotes, foram perseguidos, combatidos e muitas vezes obrigados ao exílio. Em Portugal, na Espanha 
ou na Itália, estas doutrinas tiveram pouca divulgação e foram ativamente combatidas pelas forças da Contra-Reforma, com a ação 
dos Jesuítas e da Inquisição.
O sistema teológico e as práticas da igreja, da família ou na vida política, todas elas algo ambiguamente chamadas de “Calvinismo”, 
são o resultado de uma consciência religiosa fundamental centrada na “soberania de Deus”.
O Calvinismo pressupõe que o poder de Deus tem um alcance total de atividade e resulta da convicção de que Deus trabalha em 
todos os domínios da existência, incluindo o espiritual, físico, intelectual, quer seja secular ou sagrado, público ou privado, no céu 
ou na terra. De acordo com este ponto de vista, qualquer ocorrência é o resultado do plano de Deus, que é o criador, preservador, e 
governador de todas as coisas, sem excepção, e que é a causa última de tudo. As atividades seculares não são colocadas abaixo da 
prática religiosa. Pelo contrário, Deus está tão presente no trabalho de cavar a terra como na prática de ir ao culto. Para o cristão 
calvinista, toda a sua vida é um culto a Deus.
De acordo com o princípio da Predestinação, por causa de seus pecados,o homem perdeu as regalias que possuía e distanciou-se 
de Deus. O homem é considerado “morto” para as coisas de Deus e é dominado por uma indisposição para servir a Deus.
Só havia, então, uma maneira de resolver esse problema: o próprio Deus reatando os laços. Deus então, segundo a doutrina da 
predestinação, escolheu alguns dos seres humanos caídos para salvar da pecaminosidade e restaurar para a comunhão com ele. Deus 
teria tomado esta decisão antes da criação do Universo. Mas é claro que não é por causa de quaisquer boas ações que eles foram 
escolhidos: “porque pela graça sois salvos,mediante a fé, e isso não vem de vós;é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém 
se glorie”.(Efésios 2:8,9) Os cinco pontos do calvinismo (conhecidos pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em 
inglês) são doutrinas básicas sobre a salvação, definidas pelo Sínodo de Dort. São eles:
•	 Predestinação da alma;
•	 Eleição incondicional;
•	 Expiação limitada;
•	 Vocação eficaz (ou Graça Irresistível);
•	 Perseverança dos santos.
O Calvinismo também defende uma Teologia Aliancista e os Sacramentos como meio de graça, Santa Ceia e Batismo, incluindo 
o Batismo infantil. Calvino na sua principal obra, as Institutas diz: “Eis aqui por que Satanás se esforça tanto em privar nossas 
criaturas dos benefícios do batismo; Sua finalidade é que se esquecermos de testificar que o Senhor tem ordenado para confirmar 
as graças que ele quer nos conceder pouco a pouco vamos nos esquecendo das promessas que nos fez a respeito disto. De onde 
não só nasceria uma ímpia ingratidão para com a misericórdia de Deus, mas também a negligência de ensinarmos nossos filhos no 
temor do Senhor, e na disciplina da Lei e no conhecimento doEvangelho. Porque não é pequeno estimulo sabermos que educá-los 
na verdadeira piedade e obediência a Deus. E saber que desde seu nascimento foram recebidos no Senhor e em seu povo, fazendo-os 
membros de sua igreja.” (CALVINO, 1999, p. 1069.) O calvinismo deveria ser austero e disciplinado, ou seja: As pessoas não tinham 
direito a excessos de luxo, e conforto, sem esbanjamento matriana.
Interpretação Sociológica
Sociólogos como Max Weber e Ernest Gellner analisaram a teoria e as conseqüências práticas desta doutrina e chegaram à 
conclusão de que os resultados são paradoxais. Em parte explicam o precoce desenvolvimento do capitalismo nos países onde o 
Calvinismo foi popular (Holanda, Escócia e Estados Unidos da América, sobretudo).
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
O Calvinista acredita que Deus escolheu um grupo de pessoas e que as restantes vão para o Inferno. Conseqüentemente, a 
pergunta que qualquer Calvinista se faz é: “Estarei eu entre os escolhidos?”.
Como é que um Calvinista sabe se está entre os escolhidos ou não? Teoricamente, não é ele que o determina. A decisão está 
tomada. Foi tomada por Deus. Como é que eu sei se fui escolhido ou não? Resposta: Deus me atraiu e eu cri na sua palavra. Ela é que 
me diz: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus a saber os que creem em seu nome”. Pela 
graça sois salvos, isto não vem de vós é dom de Deus para que ninguém se vanglorie.
Sendo um bom cristão, trabalhando muito, seguindo sempre todos os princípios bíblicos, o Calvinista prova a si mesmo que foi 
um escolhido, pelo seu sucesso como cristão. Não é a sua própria ação, mas de Deus, pois se Deus trabalha por ele, ele conclui que 
foi um dos eleitos.
Sendo assim, historicamente, para muitos Calvinistas, o sucesso no trabalho e a conseqüente riqueza poderá ser um dos sinais 
de que está entre os escolhidos de Deus. Os Holandeses, os Escoceses e os Americanos ganharam, então, a fama de serem sovinas, 
pouco generosos, interessados apenas no dinheiro. Estas características são na vida moderna quase um dado adquirido em qualquer 
cultura, mas nos tempos da Reforma Protestante, o Calvinismo terá instituído uma nova e revolucionária forma de relação com a 
riqueza. Ver Ernest Gellner para mais detalhes..
Ocorre que o uso dos ideais calvinistas para o alavancar da sociedade capitalista é equivocadamente relacionado a ideais 
capitalistas intrínsecos ao calvinismo. Calvino em sua obra afirma que a riqueza não tem razão de ser se não para ajudar aos que 
necessitam, e critica a avareza ao dizer que o fruto do trabalho só é digno se útil ao próximo:
“Da mão de Deus tens tu o que possuis. Tu, porém, deverias usar de humanidade para com aqueles que padecem necessidades. 
És rico? Isso não é para teu bel prazer. Deve a caridade faltar por isso? Deve ela diminuir? Não está ela acima de todas as questões 
do mundo? Não é ela o vínculo da perfeição?” Sermao CXLI sobre Dt 24.19-22. OPERA CALVINI, tomo XXVIII, p. 204
“Condena o Profeta a estes ladrões e assaltantes que lhe parecia deterem o poder de oprimir a gente pobre e o pequeno 
trabalhador, uma vez que eram eles que tinham grande abundância de trigo e grãos; ... é o mesmo como se cortassem a garganta 
dos pobres, quando os fazem assim sofrer fome.” Os Doze Profetas Menores, op. cit., Am 8.5
Mas o Calvinismo se espalhou pelos países que estavam passando pelo processo da Expansão Comercial. Entre eles os países 
eram: França, Holanda, Inglaterra, e Escócia. Isto atraíra vários comerciantes, e banqueiros.
A prosperidade econômica também foi um sinal da escolha divina, o que valorizava o trabalho, e a justificativa as atividades da 
burguesia.
A REFORMA CATÓLICA (CONTRA-REFORMA)
Reação da Igreja Católica
Na tentativa de conter o avanço protestante a Igreja Católica reativou o Tribunal da Inquisição em 1542, para julgar àqueles 
acusados de propagar as idéias reformistas.
Convocado pelo Papa Paulo III, foi realizado na cidade de Trento, norte da Itália, entre os anos de 1545 e 1563. Ali foram 
traçadas as estratégias para combater o avanço protestante. Ele se realizou em três períodos e determinou:
•	 Organizou a disciplina do clero: os padres deveriam estudar e formar-se em seminários. Não poderiam ser padres antes 
dos 25 anos, nem bispos antes dos 30 anos. 
•	 Estabeleceu que as crenças católicas poderiam ter dupla origem: as Sagradas Escrituras (Bíblia) ou as tradições 
transmitidas pela Igreja; apenas esta estava autorizada a interpretar a Bíblia. Mantinham-se os princípios de valia das 
obras, o culto da Virgem Maria e das imagens. 
•	 Reafirmava a infalibilidade do papa e o dogma da transubstanciação. 
•	 A conseqüência mais importante deste Concilio foi o fortalecimento da autoridade do papa, que, a partir de então, passou 
a ter a palavra final sobre os dogmas defendidos pela igreja católica. 
•	 A partir da Contra-Reforma surgiram novas ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, fundada por Ignácio de 
Loyola em 1534. Os jesuítas se organizaram em moldes quase militares e fortaleceram a posição da Igreja dentro dos 
países europeus que permaneciam católicos. Criaram escolas, onde eram educados os filhos das famílias nobres; foram 
confessores e educadores de várias famílias reais; fundaram colégios e missões para difundir a doutrina católica nas 
Américas e na Ásia. “
•	 Em 1564, é criado o Índex, Librorum Prohibitorum, uma lista de livros elaborada pelo Santo Ofício, cuja leitura era 
proibida aos fiéis católicos.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
O BATISMO DA AMÉRICA
A cada passo da aproximação e da conquista das novas terras, os portugueses repetiam as atitudes de Adão ao tomar conhecimento 
dos animais: conferiam nomes aos lugares. Primeiro, Monte Pascoal, ao visitarem terras à época da Páscoa. Terra de Vera Cruz e 
Terra de Santa Cruz para definir a vinculação das possessões à cristandade. Baía de Todos os Santos, São Vicente, São Sebastião do 
Rio de Janeiro, São Paulo, todos os nomes das regiões referiam-se ao santo padroeiro do dia de sua conquista pelos portugueses. O 
batismo das novas terras antecedeu o batismo dos nativos. Como dizia na Bíblia, nomear era uma forma de exercer o domínio e o 
controle simbólicos da quilo que se nomeia.
A obsessão pela rota das Índias (terra das especiarias) fez com que o reinado português, especialmente nos séculos XV e 
XVI, investisse em esforços para realização de grandes expedições marítimas. O fato é que Portugal, neste período, mostrou ser 
uma importante potência marítima, possuidora de um conhecimento apurado com respeito às técnicas de navegação. A “empresa 
marítima” portuguesa contava ainda, com pilotos competentes como: Diogo Cão, Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, entre outros. A 
famosa “Escola de Sagres” foi desenvolvida pelo então Infante D. Henrique, com objetivo de reunir mestres das artes e das ciências 
da navegação. 
Seguindo os mesmos ares do interesse luso, a realeza espanhola decidiu acreditar nas teorias e cálculos do genovês Américo 
Vespúcio (alimentado com a mesma pretensão de atingir as Índias). Vespúcio, ao manter o primeiro contato com o litoral brasileiro 
em 1501, ficou vislumbrado com tamanha beleza “espalhada”, embora imaginasse ter atingido as Índias. Américo Vespúcio chegou 
a comparar a nova descoberta com o Jardim do Éden (registrado no livro de gênesis da Bíblia). O verde era exuberante, abundante, 
totalmente envolvido por um azul puro do céu. Havia uma vasta extensão de terras, e as criaturas eram diversas. Realmente, a 
biodiversidade contida no litoral do Novo Mundo encantou os viajantes europeus. Pois, esta admiração e, sobretudo, reconhecimento 
frente à beleza presente no litoral brasileiro não foi expressa somente por Américo Vespúcio, outros personagens históricos também 
o fizeram (até mesmo antes do viajante genovês). Conforme exemploda expedição de Pedro Álvares Cabral, que por meio de seu 
escrivão oficial da tripulação, Pero Vaz de Caminha, registrou dizeres similares (sobre a “nova descoberta”) em sua magnífica carta 
direcionada ao então, rei D. Manuel I, em abril de 1500. Caminha relata inclusive um amistoso relacionamento com os nativos do 
Novo Mundo, conforme trecho: “foram recebidos com muito prazer e festa”.... “mansos e seguros”. 
Havia, portanto, um ponto em comum com respeito aos adjetivos e comparações direcionadas ao Novo Mundo, tanto pelos 
portugueses quanto pelo genovês e sua tropa. 
Entretanto, o bom relacionamento estabelecido entre portugueses e ameríndios, cercados da beleza singular do local, logo se 
perderia com a falta de tranqüilidade, marcada, sobretudo, pela disputa de terras e pela necessidade de mão - de - obra. A modificação 
deste ambiente contaria com a exploração, mais tarde, de africanos trazidos para o Novo Mundo. 
Ainda assim, é importante entender que o processo de colonização do Brasil abrigou muitos episódios revoltosos durante sua 
trajetória. O pacto colonial estabelecido entre colônia e metrópole (Portugal) gerou instabilidade política, refletindo fortes alterações 
econômicas e, sobretudo, sociais. Na metade do século XVII houve o revigoramento deste pacto, onde a política colonial provocou 
uma concentração de motins na região. Esta condição acabou alimentando um forte sentimento de descontentamento na colônia, 
visto que o comportamento da Coroa portuguesa oscilava entre episódios de liberalidade e outros de extremo controle e rigorosidade, 
principalmente na fiscalidade.
Morte a Hospitalidade Nativa
Como mencionado, a carta de Pero Vaz de Caminha revela o tranqüilo clima inicial entre portugueses e nativos. Este clima 
envolvia até mesmo a troca de objetos e de favores, principalmente por parte dos nativos, que, por qualquer novidade lusitana, 
traziam alimentos (principalmente água pura, visto que a água armazenada nos navios estava podre devido à longa viagem) e 
ajudavam os brancos em atividades braçais. Porém, esta situação não duraria por muito tempo. 
No século XVI regiões como o sul da Bahia e a Companhia de São Paulo foram palcos de grandes conflitos envolvendo índios 
e brancos. Muitas vezes o maior número de nativos, comparados à população branca, estimulava e encorajava o desenvolvimento 
de conflitos. Estas revoltas nasciam de pequenos desentendimentos entre colonos e índios. Em 1567 explodiu uma revolta na Bahia, 
onde havia escravização generalizada de nativos. Nesta ocasião, proprietários de engenho foram atacados e mortos, fazendas foram 
destruídas, ocorreram fugas em massa, mobilizaram um maior número de nativos, plantações foram queimadas. 
Por outro lado, os colonizadores estavam dispostos a conquistar grandes extensões de terras para plantações e, sobretudo, criações 
de gado, especialmente na região norte. Em 1680, no Rio Grande do Norte, esta intenção dos portugueses desencadeou um grande 
motim por parte dos índios da nação dos janduís - este grupo apoiou os holandeses quando da invasão destes ao litoral brasileiro entre 
(1360-54) - daí o enorme temor quanto à possibilidade de serem escravizados. Neste conflito centenas de colonos foram mortos, a 
ferocidade dos janduís mostrou-se extrema. Todas as vítimas tornaram-se banquete para os nativos. 
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Outro importante conflito que mereceu destaque no Brasil colonial fica por conta de uma espécie de resistência a escravização 
que “trabalhava” principalmente o lado espiritual (com traços do catolicismo) como proteção, denominada “Santidade de Jaguaribe”, 
ocorrida aproximadamente em 1580 na Bahia. Os participantes deste fenômeno eram índios, ex-escravos, e mais tarde, escravos 
foragidos. Eles acreditavam poder atingir o fim da escravidão. 
Em busca da “melhor” escravidão
O foco de resistência escravista na América portuguesa aumentava juntamente com o crescimento do número de escravos vindos 
da África. Na busca frenética pelo ouro, nas primeiras décadas do século XVIII, Minas Gerais chegou a abrigar o maior número de 
escravos já computados da América. As insurreições generalizadas tornaram-se mais comuns em meados do século XIX. Até então, 
havia resistências coletivas e individuais. 
Os quilombos eram modelos da resistência coletiva que nos revela uma condição surpreendente quanto aos objetivos de tal 
comportamento. Estes grupos de escravos não reivindicavam a destruição definitiva e imediata da escravidão, e sim, uma forma 
negociada (melhores condições) de conviver entre: senhores, africanos, mulatos e crioulos.
O aumento da formação de quilombos (atingiu o número de 160 em Minas Gerais no século XVIII) e das fugas em massa acabou 
alimentando as revoltas em fazendas, como ocorrido em Camamu (região sul da Bahia), em 1691. Este levante provocou destruição 
de plantações, morte dos proprietários e seqüestro de mulheres e crianças. O conflito tornou-se uma insurreição coletiva com a 
catalisação dos escravos. 
Na Minas Gerais havia um verdadeiro caldeirão de inquietações, a região vivia sob o tormento da possibilidade de, a qualquer 
momento, sofrer um ataque generalizado dos escravos. O número de rebeliões até então, não acompanhava, nem de perto, o aumento 
da formação de quilombos. Segundo Carlos Magno Guimarães, o quilombo era uma forma de negação da ordem escravista. A 
população senhorial vivia sob forte tensão e ameaças de ataques por meio de planos secretos objetivando a morte de todos os brancos. 
Embora o espírito de revolta e descontentamento fosse o que tomara contra dos negros escravizados na colônia, percebemos 
que, nem sempre, a luta e resistência - seja ela individual ou coletiva - refletia na busca, por parte destes “revoltosos”, da liberdade 
absoluta. Para ilustrar este tipo de situação, vejamos o exemplo de um levante ocorrido aproximadamente em 1789, no Engenho de 
Santana, em Ilhéus (sul da Bahia), conforme relato: “Essa insurreição é especialmente surpreendente não por lances de violência 
ou radicalismo, mas porque ali os escravos amotinados redigiram um acordo que apresentaram ao proprietário com os termos para 
acabarem com a revolta. Verdadeira lição sobre os limites e as popularidades da insurreição escrava, nos termos do “tratado”, 
ao contrario do que se pode - e deve - imaginar, os escravos não reivindicavam a liberdade nem sequer mencionavam os castigos 
corporais. Pediam, isso sim, a substituição dos feitores e a participação na escolha dos próximos, melhores condições de trabalho 
- mais dias para cultivar lavoura própria, embarcação para levar seus produtos para serem comercializados na cidade, mais 
funcionários, etc.” 
O Brasil (do descobrimento ao colonialismo) conseguiu encantar os europeus viajantes e, ao mesmo tempo, despertou um 
acirrado interesse entre estes que mais adiante, provocaria um verdadeiro teatro de conflitos com a participação de “estrangeiros”, 
índios, brancos e negros. Os motivos que alimentaram as rebeliões estendiam-se a diversidade. Havia descontentamento pelas altas 
taxações impostas pela metrópole, pela falta de gêneros alimentícios para colonos e escravizados, pelo desequilíbrio político contido 
na relação entre colônia e metrópole, pela falta de regularidade no pagamento dos soltos dos militares, etc. O paraíso terrestre do 
Novo Mundo fora vencido pelos interesses de natureza infernal e européia.
TESTES
01. (FUVEST-2011) – “Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e Espanha procuram situar estas costas e ilhas da 
maneira mais conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais para o Oriente, de forma a parecer que pertencem 
ao Imperador (Carlos V); os portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o Ocidente, pois deste modo entrariam em sua 
jurisdição.”
Carta de Robert Thorne, comerciante inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.
O texto remete diretamente:a) À competição entre os países europeus retardatários na corrida pelos descobrimentos.
b) Aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as novas descobertas.
c) Ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e corsária.
d) Às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de Tordesilhas.
e) À aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima.
RESPOSTA “D”.
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RESUMO DE CONCURSOS 
02. (GV-2008) – “Uma civilização, via de regra, implica uma organização política formal com regras estabelecidas para 
governantes e governados (mesmo que autoritários e injustos); implica projetos amplos que demandem trabalho conjunto 
e administração centralizada (como canais de irrigação, grandes templos, pirâmides, portos, etc.); implica a criação de um 
corpo de sustentação do poder (como a burocracia de funcionários públicos ligados ao poder central, militares, etc.); implica a 
incorporação das crenças por uma religião vinculada ao poder central, direta ou indiretamente (os sacerdotes egípcios, o 
templo de Jerusalém, etc.); implica uma produção artística que tenha sobrevivido ao tempo e ainda nos encante (o passado 
não existe em si, senão pelo fato de nós o reconstruirmos); implica a criação ou incorporação de um sistema de escrita (os 
incas não preenchem esse quesito, e nem por isso deixam de ser civilizados); implica finalmente, mas não por último, a criação 
de cidades.” J. Pinsky. As Primeiras Civilizações.
Com base nessa conceituação podemos afirmar que:
a) Na América pré-colombiana não havia civilizações.
b) As tribos ameríndias, entre elas, Incas, Maias e Astecas apesar de não terem desenvolvido um sistema de escrita são, por esses 
critérios, civilizações.
c) Trata-se de um modelo utilizado para diferenciar as muitas experiências humanas e tem como síntese a idéia de que toda e 
qualquer forma de organização social é uma civilização.
d) Considerando esses critérios, Incas, Egípcios, Gregos, Romanos, Mesopotâmios, Hebreus, Maias e Astecas são civilizações.
e) Trata-se de uma conceituação que vincula a noção de não-violência à existência de povos civilizados.
RESPOSTA “D”.
03. (FUVEST–2009) – Em 1748, Benjamin Franklin escreveu os seguintes conselhos a jovens homens de negócios. “Lembra-
te que o tempo é dinheiro... Lembra-te que o crédito é dinheiro... Lembra-te que o dinheiro é produtivo e se multiplica... Lembra-
te que, segundo o provérbio, um bom pagador é senhor de todas as bolsas... A par da sobriedade e do trabalho, nada é mais útil 
a um moço que pretende progredir no mundo que a pontualidade e a retidão em todos os negócios”. Tendo em vista a rigorosa 
educação religiosa do autor, esses princípios econômicos foram usados para exemplificar a ligação entre:
a) Protestantismo e permissão da usura.
b) Anglicanismo e industrialização.
c) Ética protestante e capitalismo.
d) Catolicismo e mercantilismo.
e) Ética puritana e monetarismo.
RESPOSTA “C”.
 ANOTAÇÕES
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RESUMO DE CONCURSOS 
CAPÍTULO 5: O ANTIGO REGIME E A AMÉRICA
O Império de Deus pelos Ibéricos
A Reconquista foi decisiva para a história ibérica. Em termos políticos, o poder foi centralizado em Portugal e Castela. Dispondo 
de novas terras, que eram concedidas a seus vassalos, os reis controlaram o poder e a fidelidade da nobreza e assumiram o papel de 
representantes de Deus, cuja missão era construir o império de Cristo na Terra.
O fortalecimento das monarquias permitiu a padronização de moedas e de pesos e medidas, o que facilitou as transações mercantis. 
Os Estados aumentaram a arrecadação de impostos e obtiveram recursos para a montagem de exércitos e expedições marítimas.
Em 1415, Portugal dava início à expansão ultramarina com a conquista de Ceuta, no norte da África. Após uma série de viagens 
pela costa africana durante o século 15, os lusitanos conseguiram chegar às Índias em 1497.
Enquanto os portugueses controlavam a nova rota mercantil com o velho mundo, os espanhóis chegavam ao Caribe e incorporavam 
um novo continente à rede mercantil que se formava.
A expansão marítima retomava as motivações da Reconquista, combater em nome da fé e obter terras e riquezas. A conquista do 
ultramar parecia confirmar a crença de que os ibéricos haviam sido escolhidos por Deus.
Quanto mais se reforçava a identidade cristã na península Ibérica, mais intensas se tornavam as perseguições aos judeus. Vistos 
como responsáveis pela morte de Cristo, eles eram acusados de praticar magia negra, de propagar doenças e de sacrificar crianças 
cristãs no Natal.
A partir do século 15, os judeus foram obrigados a converter-se ao cristianismo em Portugal e na Espanha. Surgiram duas 
categorias sociais: o cristão-velho, antigo seguidor da religião cristã, e o cristão-novo, judeu recém-convertido. Para esse, outras 
diferenciações: o converso, sempre suspeito de judaísmo, e o marrano, que mantinha a fé judaica, mas praticava exteriormente o 
cristianismo para sobreviver.
Num momento de valorização do humanismo representado pelo Renascimento, desencadeava-se um agudo processo de 
desumanização. Os judeus eram descritos como porcos nas representações da época (marrano quer dizer suíno em espanhol) e 
sofreram todo tipo de humilhação e violência. Os índios foram escravizados, tiveram suas terras tomadas e foram submetidos a uma 
agressiva evangelização.
Restavam ainda os negros africanos, que passaram a ser trazidos para a América para produzir as riquezas coloniais. A esses 
estava reservado um destino não menos cruel e desumano. Ascensão e queda dos Impérios Ibéricos
1532-1580: Conquista Ibérica
De acordo com registros não-oficiais, o primeiro registro visual do continente por europeus aconteceu em 1498, pelo navegador 
português Duarte Pacheco Pereira. Nos anos seguintes, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, o genovês Cristóvão Colombo e o português 
Fernão de Magalhães, todos a serviço de Castela, costearam e exploraram o litoral sul-americano em diferentes pontos. Em 1500, 
Pedro Álvares Cabral chega oficialmente ao Brasil e toma posse da nova terra para Portugal. Explorações continuaram nos anos 
seguintes, com Sebastião Caboto, Diogo Botelho Pereira, Nicolau Coelho, Alonso de Ojeda, Francisco de Orellana, entre outros.
Em 1494, face ao achamento do Novo Mundo por Colombo, Portugal e Castela se apressaram em negociar a partilha das novas 
terras. A divisão do planeta em dois hemisférios foli oficializada no Tratado de Tordesilhas, auspiciado pelo papa espanhol Alexandre 
VI. As demais potências européias, como a França, no entanto, se recusaram a aceitar validade do tratado, como explicitado na 
declaração do rei Francisco I de França, que ironizou os reinos ibéricos por não ter visto “o testamento de Adão” que lhes legava 
de herança o mundo inteiro. Na mesma intenção, o britânico Walter Raleigh explorou a costa norte do continente, do Orinoco ao 
Amazonas.
Os espanhóis, estimulados pelo sucesso de Cortés no México (contra os astecas), descem pelo Panamá e desembarcaram na costa 
do Império Inca, liderados por Francisco Pizarro, Gonzalo Pizarro,Hernando de Soto e Diego de Almagro. Numa rápida guerra, 
seqüestraram e executaram o imperador, Atahuallpa, e destróem o maior Estado da América de então. As décadas seguintes assistiram 
ao massacre sistemático e ao genocídio dos povos nativos (por meio de ataques ou transmissão de doenças contra as quais não tinham 
imunidade), especialmente nas zonas de ocupação portuguesa, onde até hoje a população indígena foi praticamente aniquilada 
e não deixou vestígios nos traços étnicos da população. A conquista resultou num violento decréscimo demográfico, reduzindo 
drasticamente a população do continente.
A América do Sul ficou dividida praticamente entre os dois reinos ibéricos, com áreas de colonização litorânea ocidental-pacífica 
para Castela e a oriental-atlântica para Portugal. Espanhóis se instalaram no Prata, no Caribe e nos Andes, utilizando a infraestrutura 
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RESUMO DE CONCURSOS 
de cidades e transportes dos incas, além de iniciar a exploração de minas de prata em locais como Potosí. Já os portugueses investiram 
principalmente no extrativismo de pau-brasil e, mais tarde, na plantação de cana-de-açúcar. A ocupação portuguesa, a princípio, foi 
exclusivamente concentrada na faixa litorânea. O planalto das Guianas foi ocupado por ingleses (no Orinoco e Essequibo) e franceses 
(no Oiapoque e Maroni), mais tarde acrescentados dos holandeses.
A colonização ibérica também trouxe o proselitismo religioso, com a fundação de missões católicas para conversão dos nativos. 
O trabalho foi conduzido especialmente pelos jesuítas, membros da Companhia de Jesus fundada pelo espanhol Inácio de Loyola. 
Os jesuítas, como Bartolomeu de las Casas, tiveram papel fundamental na defesa dos indígenas contra a exploração por trabalho 
escravo. Povos como os guarani, na bacia do Paraná, foram protegidos durante três séculos pelos missionários. Isso estimulou a 
compra de africanos para trabalhar nas áreas de colonização (principalmente de plantação de cana-de-açúcar), o que fez crescer o 
tráfico negreiro da África para a América do Sul.
1580-1703: Disputas Coloniais
A União Ibérica, formada a partir de 1580, extingue na prática as fronteiras das zonas de colonização na América do Sul, alterando 
profundamente a dicotomia de ocupação até então existente entre lusos e castelhanos. Os dois povos, subordinados à mesma coroa, 
ganham a permissão de transitar livremente entre as duas áreas colonizadas — embora, na prática, o intercâmbio humano seja pouco.
A principal mudança da União Ibérica é que Portugal passa a ser inimiga dos adversários da Espanha, como Inglaterra e as recém-
emancipadas Províncias Unidas dos Países Baixos. Com isso, potências como Inglaterra, França e Holanda invadiram e ocuparam 
áreas de dominação dos reinos ibéricos, como na Guiana, em Pernambuco e nas ilhas Malvinas, além de várias ilhas no Caribe. Os 
espanhóis não recuperam mais estas terras, enquanto os portugueses só conseguem expulsar os invasores após a recuperação da 
independência com a Revolução de 1640 (ver Guerra contra os holandeses).
A divisão administrativa das colônias criou, do lado espanhol, o Vice-Reino do Prata (atuais Argentina, Uruguai e Paraguai), o 
Vice-Reino de Nova Granada (atuais Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá), o Vice-Reino do Peru (atuais Peru, Bolívia e norte 
do Chile) e a Capitania Geral do Chile, enquanto o lado português teve o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil, depois unificados 
sob o Vice-Reino do Brasil.
Aos poucos, surgiu uma nova classe social e étnica, a partir da miscigenação entre colonos ibéricos e os índios: os mestiços ou 
gentio (na América Portuguesa) e os mestizos ou criollos (na América Hispânica). Nas áreas de escravidão, ocorreu o mesmo entre 
europeus e africanos, dando origem aos mulatos, cafuzos e mamelucos. Assim como os nativos, os mestiços eram forçados a pagar 
impostos abusivos, mas tinham mais acesso à cultura e de certa forma se viam herdeiros do patrimônio cultural católico e europeu. 
Aos poucos, esta “casta” começou a se rebelar contra o sistema de dominação colonial.
Presença portuguesa no Brasil
Em 1499 na segunda armada à Índia, a mais bem equipada do século XV, Pedro Álvares Cabral afastou-se da costa africana. A 22 
de abril de 1500 avistou o Monte Pascoal no litoral sul da Bahia. Oficialmente tida como acidental, a descoberta do Brasil originou 
a especulação de ter sido preparada secretamente. O território conseguira fazer parte dos domínios portugueses renegociando a 
demarcação inicial da Bula Inter Coetera de 1493, quando D. João II firmou o Tratado de Tordesilhas em 1494, que movia mais para 
oeste o meridiano que separava as terras de Portugal e de Castela.
Até 1501, a Coroa portuguesa enviou duas expedições de reconhecimento. Confirmando a descrição de Pero Vaz de Caminha, de 
que “Nela até agora não podemos saber que haja ouro nem prata, nem alguma coisa de metal nem de ferro lho vimos; pero a terra 
em si é de muitos bons ares, assi frios e temperados como os d’antre Doiro e Minho”, encontrou-se como principal recurso explorável 
uma madeira avermelhada, valiosa para a tinturaria europeia, que os tupis chamavam ibirapitanga e a que foi dado o nome pau-brasil. 
Nesse mesmo ano o rei D. Manuel I decide entregar a exploração a particulares, adotando uma política de concessões de três anos: 
os concessionários deveriam descobrir 300 léguas de terra por ano, instalar aí uma fortaleza e produzir 20.000 quintais de pau-brasil. 
Em 1502 um consórcio de comerciantes financiou uma expedição, que terá sido comandada por Gonçalo Coelho, para aprofundar 
o conhecimento sobre os recursos da terra, estabelecer contactos com os ameríndios e principalmente fazer o mapeamento da parte 
situada aquém do Meridiano de Tordesilhas, por isso pertencente à coroa portuguesa.
Em 1503, todo o território foi arrendado pela coroa para exploração do pau-brasil aos comerciantes que financiaram a expedição, 
entre eles Fernão de Noronha, que seria representante do banqueiro Jakob Fugger, que vinha financiando viagens portuguesas à 
Índia. Em 1506 produzia cerca de 20 mil quintais de pau-brasil, com crescente demanda na Europa, cujo preço elevado tornava a 
viagem lucrativa. Os navios ancoravam na costa e recrutavam índios para trabalhar no corte e carregamento, em troca de pequenas 
mercadorias como roupas, colares e espelhos (prática chamada “escambo”). Cada nau carregava em média cinco mil toras de 1,5 
metro de comprimento e 30 quilogramas de peso. O arrendamento foi renovado duas vezes, em 1505 e em 1513. Em 1504, como 
reconhecimento, o rei D. Manuel I doou a Fernão de Noronha a primeira capitania hereditária no litoral brasileiro: a ilha de São João 
da Quaresma, atual Fernando de Noronha.
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Nas três primeiras décadas o Brasil teria um papel secundário na expansão portuguesa, então centrada no comércio com a Índia 
e para o Oriente. O litoral servia fundamentalmente como apoio à carreira da Índia, em especial a Baía de Todos-os-Santos onde as 
frotas se abasteciam de água e lenha, aproveitando para fazer pequenos reparos. No Rio de Janeiro, junto à foz do rio foi erguida uma 
construção inspirou o nome que os índios deram ao local: “cari-oca”, casa dos brancos.
Comerciantes de Lisboa e do Porto enviavam embarcações à costa para contrabandearem pau-brasil, aves de plumagem colorida 
(papagaios, araras), peles, raízes medicinais e índios para escravizar. Surgiram, assim, as primeiras feitorias. A cultura da cana-
de-açúcar foi introduzida a partir de 1516 e as grandes plantações na Bahia e em Pernambuco exigiriam um número crescente de 
escravos negros da Guiné, do Benim e da Angola.
As Capitanias hereditárias e o primeiro Governo Geral (1532-1580)
Desde as expedições de Gonçalo Coelho que se assinalavam incursões de franceses no litoral brasileiro. A partir de 1520, os 
portuguesesapercebem-se que a região corria o risco ser disputada, dada a contestação do Tratado de Tordesilhas por Francisco I 
de França, que incentivava a prática do corso(espécie de ataque). O aumento do contrabando de pau-brasil e outros gêneros por 
corsários, desencadearam um esforço de colonização efectiva do território.
Entre 1534-36 D. João III instituiu o regime de capitanias hereditárias, promovendo o povoamento através das sesmarias (Sesmaria 
foi um instituto jurídico português que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção), como se fizera com sucesso nas 
ilhas da Madeira e de Cabo Verde. Foram criadas quinze faixas longitudinais que iam do litoral até o Meridiano das Tordesilhas. Este 
sistema envolvia terras vastíssimas, doadas a capitães-donatários que possuíssem condições financeiras para custear a colonização. 
Cada capitão-donatário e governador deveria fundar povoamentos, conceder sesmarias e administrar a justiça, ficando responsável 
pelo seu desenvolvimento e arcando com as despesas de colonização, embora não fosse proprietário: podia transmiti-la aos filhos, 
mas não vendê-la. Os doze beneficiários eram elementos da pequena nobreza de Portugal que haviam se destacado nas campanhas 
da África e na Índia, altos funcionários da corte, como João de Barros e Martim Afonso de Sousa. Das quinze capitanias originais (a 
dois meses de viagem de Portugal) apenas as capitanias de Pernambuco e de São Vicente prosperaram. Ambas se dedicaram à lavoura 
de cana-de-açúcar e, apesar dos problemas comuns às demais, os donatários Duarte Coelho e os representantes de Martim Afonso de 
Sousa, conseguiram manter os colonos e estabelecer alianças com os indígenas.
Percebendo o risco que corria o projeto de colonização, a Coroa decidiu centralizar a organização da Colónia. Com a finalidade 
de “dar favor e ajuda” aos donatários, o rei criou em 1548 o Governo Geral, enviando como primeiro governador-geral Tomé de 
Sousa. Resgatou dos herdeiros de Francisco Pereira Coutinho a Capitania da Baía de Todos os Santos, transformando-a na primeira 
capitania real, sede do Governo Geral. Esta medida não implicou a extinção das capitanias hereditárias.
O governador-geral passou a assumir muitas funções antes desempenhadas pelos donatários. Tomé de Sousa fundou a primeira 
cidade, Salvador (Bahia), capital do estado. Trouxe três ajudantes para ocupar os cargos das finanças, da justiça e da defesa do litoral. 
Vieram também padres jesuítas, para catequese dos indígenas. Em 1551, foi criado o 1º Bispado do Brasil. Foram também instaladas 
as Câmaras Municipais, compostas pelos “homens bons”: donos de terras, membros das milícias e do clero. Sob o governo de Tomé 
de Sousa que chegou ao Brasil um considerável número de artesãos. De início trabalharam na construção da cidade de Salvador e, 
depois, na instalação de engenhos na região.
Os governadores seguintes, Duarte da Costa (1553 - 1557) e Mem de Sá (1557 - 1572), reforçaram a defesa das capitanias, 
fizeram explorações de reconhecimento e tomaram medidas no sentido de reafirmar a colonização, enfrentando choques com índios 
e com invasores, especialmente os franceses.
AS INVASÕES DOS FRANCESES AO BRASIL
Em 1555, no governo de Duarte da Costa, os franceses invadiram o Brasil na região do Rio de Janeiro, pois não aceitavam o 
domínio de Portugal sobre as terras brasileiras.
Os franceses vieram para fundar uma colônia de exploração econômica, através do tráfico do pau-brasil, a madeira mais nobre e 
bonita que havia em nossas terras.
Comandados pelo almirante Coligny e por Nicolau Durand de Villegaignon, tomaram posse da baía de Guanabara, se instalando 
na ilha de Paranapuã, a atual ilha do Governador, no estado do Rio de Janeiro.
Como eram muito simpáticos e de boa prosa, os franceses não tiveram dificuldades em conquistar a simpatia dos índios Tamoios, 
que também eram contra os portugueses. Com isso, os franceses contaram com o apoio desses índios para permanecerem no Brasil..
Para se protegerem, construíram o forte de Villegaignon e fundaram a colônia França Antártica, que existiu pelo período de 
1555 a 1567, buscando implantar a primeira igreja protestante no País. Mas não conseguiram se firmar em nossas terras, pois foram 
expulsos pelos portugueses.
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Mem de Sá, o governador da época, precisou contar com reforços para liderar esse movimento, sendo enviado Estácio de Sá, seu 
sobrinho, que se tornou o grande líder da disputa.
Os franceses não desistiram. Em 1612, fizeram novas tentativas de se estabelecer no Brasil, mas dessa vez no estado do Maranhão. 
Sob o comando de Daniel de La Touche, as terras maranhenses foram invadidas, onde fundaram a França Equinocial, construindo o 
forte de São Luis para se defenderem.
O nome do forte foi uma homenagem ao rei da França na época, Luís XIII, o que originou o nome da futura capital do estado, 
São Luis do Maranhão.
Mas em 1615 os franceses perderam mais um confronto, os portugueses conseguiram expulsá-los novamente do Brasil.
AS PRIMEIRAS LAVOURAS DE CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASIL
As lavouras de cana de açúcar do Brasil foram uma forma que os portugueses encontraram para ganhar dinheiro na Europa, pois 
o açúcar era bem aceito e comercializado lá fora.
Para instalar a produção de açúcar no Brasil, Portugal fez um acordo com a Holanda, dando-lhe o direito de assumir o refino e 
a venda do produto. Em troca, a Holanda financiaria a construção de engenhos pelo país, mas teria que comprar dos portugueses as 
pedras de açúcar, que eram feitas em forma de pão. Essas pedras ficaram conhecidas como Pão-de-Açúcar, o que originou o nome do 
lindo morro da cidade do Rio de Janeiro.
As pedras adquiridas pelos holandeses passavam pelo processo de refino, e o açúcar produzido era vendido nos países europeus, 
o maior lucro ficava para a Holanda.
Em Pernambuco e na Bahia as plantações eram grandes, pois o tipo de solo favorecia as plantações, além do clima quente e 
úmido. Lá se encontravam os maiores engenhos do país, na época colonial.
Mas foi Martin Afonso Pena que levou a cultura da cana para o litoral do estado de São Paulo, através de mudas retiradas da ilha 
da Madeira. Nos engenhos eram produzidos produtos como caldo de cana, melado, rapadura, aguardente, além do açúcar.
As fazendas de plantio de cana também eram conhecidas como engenhos e nelas moravam os donos das terras, conhecidos 
também como senhores de engenho, homens ricos e muito respeitados. Com eles moravam seus familiares, os escravos, os feitores 
e outros empregados.
Com o aumento da produção de cana de açúcar, o país precisou de mão de obra para o trabalho nas lavouras, e os escravos, 
trazidos da África em navios negreiros, vieram para esse trabalho. Isso aconteceu por volta do ano de 1535. Tiveram ainda que 
investir na criação de gado, para fazer o transporte da cana.
Os navios negreiros não tinham condições adequadas para o transporte de pessoas. Ali os negros podiam contrair doenças, pois 
não tinham condições de higiene. Além disso, eram muito maltratados, apanhavam, passavam fome e frio, muitos morriam durante 
a viagem. 
Quando chegaram ao Brasil encontraram imensos canaviais para trabalharem cortando e plantando a cana, com uma jornada de 
trabalho que ia do nascer ao pôr do sol.
Tantos maus tratos fizeram com que os negros mais corajosos fugissem das fazendas em busca da liberdade, assim formaram as 
comunidades negras, a que deram o nome de quilombos. O mais conhecido deles foi o Quilombo de Palmares, situado onde é hoje 
o estado de Alagoas.
As fazendas de cana de açúcar fizeram com que o litoral nordestino tivesse um grande crescimento, com o surgimento de várias 
outras fazendas que aos poucos viraram pequenas vilas, sendo mais tarde transformadas em cidades.
Os negros foram muito importantes para a formação da etnia brasileira, pois trouxeram seusconhecimentos culinários, de 
danças, músicas, além de palavras que influenciaram nossa língua.
O MERCANTILISMO PORTUGUÊS
A agricultura e o comércio
A economia do Antigo Regime caracterizou-se pelo predomínio das actividades agrícola e mercantil. A produtividade agrícola 
era fraca devido às técnicas e aos instrumentos utilizados (tradicionais e rudimentares) e ao regime senhorial de exploração da terra. 
Nos séculos XVII e XVIII, a actividade mercantil tornou-se mais lucrativa e dinâmica. Portugal, como outros países que possuíam 
domínios ultramarinos, praticava a política de exclusivo colonial. Assim se desenvolveu um crescente tráfico colonial entre a Europa, 
a África e a América, mas a maioria do nosso comércio externo era realizado por mercadores estrangeiros.
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O valor das nossas importações não era integralmente coberto pelas exportações, o que fazia a balança comercial portuguesa 
apresentar sucessivamente saldos negativos, mas as vendas dos géneros comerciais permitiam sustentar as importações dos produtos 
manufacturados. A partir de 1670 os preços dos géneros coloniais (como o açúcar e o tabaco) começaram a baixar, pois os rendimentos 
das exportações desceram a níveis muito inferiores às elevadas importações, dando origem a uma crise comercial agravada pelo facto 
de os compradores habituais de açúcar e tabaco passarem não só a produzi-los nas suas colónias como a procurarem outros mercados. 
A política mercantilista
Por essa altura, a politica dominante na Europa era o mercantilismo, em que os governantes procuravam que a balança dos seus 
países fosse positiva através do protecionismo das atividades nacionais. Colbert, em França, tomou um conjunto de medidas que 
foram adoptadas por outros Estados Europeus. Em Portugal destacaram-se as medidas do conde de Ericeira: fundação e protecção 
de manufaturas, nomeadamente da indústria têxtil; vinda de técnicos estrangeiros especializados; monopólio de produtos; aumento 
de taxas alfandegárias sobre produtos concorrentes à produção nacional e publicação das pragmáticas. 
A partir de 1699 o ouro brasileiro começa a achegar a Portugal, abandonando-se muitas das restrições impostas com a doutrina 
mercantilista e a política proteccionista. Tal agravou de novo o défice da balança comercial sendo os pagamentos em ouro, principal 
meio de pagamento da época, a compensar esse défice. Por outro lado a industria têxtil seria ainda mais prejudicada com o Tratado 
de Methuem em 1703, entre Portugal e Inglaterra, com o objectivo de garantir um mercado certo para os vinhos portugueses e o fim 
do contrabando dos têxteis ingleses. 
A UNIÃO IBÉRICA
A União Ibérica e o Brasil Holandês - 1580 - 1640
Anexação de Portugal. Desde 1556 a Espanha era governada por Filipe II (1556 - 1598), membro de uma das mais poderosas 
dinastias européias: os Habsburgos ou Casa d’Áustria, que além da Espanha detinha o controle do Sacro-Império Romano Germânico, 
sediado na Áustria, com influências também sobre a Alemanha e a Itália. 
Nos tempos do reinado de Filipe II, a exploração das minas de prata da América espanhola havia atingido o seu apogeu. Com a 
entrada da prata do México e do Peru, a Espanha se transformara, durante o século XVI, na mais poderosa nação européia. Isso levou 
os historiadores a classificarem o século XVI como o século da preponderância espanhola. Tendo em mãos recursos abundantes, 
Filipe II aliou o poderio econômico a uma agressiva política internacional, da qual resultou a anexação de Portugal (até então, reino 
independente) e a independência da Holanda (até então, possessão espanhola). Vejamos como Portugal passou ao domínio espanhol. 
Em 1578, o rei de Portugal, D. Sebastião, morreu na batalha de Alcácer-Quibir, no atual Marrocos, em luta contra os árabes. Com 
a morte do rei, que não tinha descendentes, o trono de Portugal foi ocupado pelo seu tio-avô, o velho cardeal D. Henrique, que, no 
entanto, faleceu em 1580, naturalmente sem deixar descendência... Com a morte deste último, extinguia-se a dinastia de Avis, que se 
encontrava no trono desde 1385, com a ascensão de D. João I, mestre de Avis. 
Vários pretendentes se candidataram então ao trono vago: D. Catarina, duquesa de Bragança, D. Antônio, prior do Crato e, 
também, Felipe II, rei da Espanha, que descendia, pelo lado materno, em linha direta, do rei D. Manuel, o Venturoso, que reinou nos 
tempos de Cabral. Depois de invadir Portugal e derrotar seus concorrentes, o poderoso monarca espanhol declarou: “Portugal, lo 
herdé, lo compré y lo conquisté”. 
Assim, de 1580 até 1640, o rei da Espanha passou a ser, ao mesmo tempo, rei de Portugal, dando origem ao período conhecido 
como “União Ibérica”. 
Portugal havia adotado até então uma política internacional muito prudente, evitando, tanto quanto possível, atritos nessa área, 
ciente de sua própria fragilidade. Essa situação foi altera da completamente com a sua anexação pela Espanha, já que Portugal herdou, 
de imediato, todos os numerosos inimigos dos Habsburgos. Do ponto de vista colonial, o mais temível inimigo era a Holanda. 
Holandeses no Brasil
Os Países Baixos (atuais Bélgica, Holanda e parte do norte da França), desde a segunda metade da Idade Média, constituíram -se 
numa região de grande prosperidade econômica, cujas manufaturas têxteis desfrutavam inigualável reputação internacional. Formou-
se, assim, nos Países Baixos, uma poderosa burguesia mercantil, uma das mais progressistas da Europa. 
Os Países Baixos eram possessões dos Habsburgos e tinham grande autonomia no rei nado de Carlos V (pai de Filipe II). Suas 
tradições e interesses econômicos locais eram respeitados. 
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Essa situação se alterou profundamente com a ascensão de Filipe II, que herdou do pai o trono espanhol e os Países Baixos. A razão 
da mudança explica-se por dois motivos básicos: em primeiro lugar, o advento do protestantismo tinha polarizado o mundo cristão no 
século XVI, provocando intermináveis conflitos entre católicos e protestantes. Nos Países Baixos, em razão do predomínio burguês, 
difundiu-se rapidamente o calvinismo, ao passo que a Espanha mantinha-se profundamente católica. E Filipe II era considerado o 
mais poderoso e o mais devotado monarca católico. Em segundo lugar, Filipe II era um rei absolutista. Assim, com a sua chegada ao 
trono terminou a fase de benevolência em relação aos Países Baixos. O novo monarca pôs fim à tolerância religiosa e substituiu os 
governantes nativos por administradores espanhóis de sua confiança, subordinando os Países Baixos diretamente à Espanha. 
A reação nos Países Baixos foi imediata, com a eclosão de revoltas por toda parte. A fim de reprimi-las, Filipe II enviou tropas 
espanholas sob o comando do violento duque de Alba. À repressão político-religiosa, somou se o confisco dos bens dos revoltosos, 
conforme relatou o duque de Alba ao rei: “Atualmente detenho criminosos riquíssimos e temíveis e os submeto a multas em dinheiro; 
logo me ocuparei das cidades criminosas. Desse modo às arcas de Vossa Majestade fluirão somas consideráveis”.
Contra essa violência espanhola uniram-se dezessete províncias dos Países Baixos para resistir melhor. Porém, a luta anticatólica, 
antiabsolutista e antiespanhola dos Países Baixos começou a tomar, com o tempo, uma coloração mais radical e passou a ameaçar 
a própria ordem social. A nobreza e os ricos mercadores começaram a se sentir ameaçados em seus privilégios pela crescente 
participação popular na rebelião antiespanhola, principalmente nas províncias do sul - Bélgica atual. A fim de evitar o agravamento 
dessa tendência indesejável para a camada dominante, as províncias do sul decidiram abandonar a luta e se submeter aos espanhóis 
em 1579. No entanto, continuaram a resistir as sete províncias do norte, que formaram a União de Utrecht, em1581, e não mais 
reconheceram a autoridade de Filipe II. 
Sob a liderança de Guilherme, o Taciturno, prosseguiu a luta da União de Utrecht. Guilherme, entretanto, foi assassinado em 
1584, o que conduziu à criação de um Conselho Nacional, integrado pela nobreza e pela burguesia. Nasceram, desse modo, as 
Províncias Unidas dos Países Baixos na República da Holanda. 
Em sua luta contra a Espanha, a Holanda foi apoiada ativamente pela Inglaterra. Assim, devido à tenaz resistência holandesa 
e à ampliação do conflito, a Espanha aceitou finalmente uma trégua - a trégua dos 12 anos: de 1609 a 1621 –, que foi, na prática, o 
reconhecimento da independência da Holanda. 
Reflexos da Guerra dos Países Baixos em Portugal
Desde a Idade Média, Portugal mantinha com os Países Baixos relações comerciais, que se intensificaram na época da expansão 
marítima. Os mercadores flamengos eram os principais compradores e distribuidores dos produtos orientais trazidos por Portugal. 
Ora, essa situação se alterou radicalmente com a Guerra dos Países Baixos. A Espanha, que nesse tempo já havia incorporado 
o reino português, adotou, em represália aos Países Baixos, medidas restritivas ao comércio com seus portos, incluindo Portugal. 
Para a Holanda, que conquistara a independência, tais medidas tornaram-se permanentes. Porém, uma vez vedado o acesso 
aos portos portugueses, os mercadores de Amsterdã decidiram atuar diretamente no Índico. As primeiras experiências acabaram 
fracassando, mas a solução para o comércio direto foi finalmente encontrada com a constituição da Companhia das Índias Orientais 
(1602), que passou a ter o monopólio do comércio oriental, garantindo desse modo a lucratividade da empresa. 
O êxito dessa experiência induziu os holandeses a constituírem, em 1621, exatamente no momento em que expirava a trégua 
dos 12 anos, a Companhia das Índias Ocidentais, a quem os Estados Gerais (órgão político supremo da Holanda) concederam o 
monopólio do tráfico de escravos, da navegação e do comércio por 24 anos, na América e na África. A essa nova companhia deve-se 
creditar a maior façanha dos holandeses: a conquista de quase todo o nordeste açucareiro no Brasil. 
Os holandeses na Bahia (1624-1625)
A primeira tentativa de conquista holandesa no Brasil ocorreu em 1624. O alvo visado era Salvador, a capital da colônia. 
Os holandeses não faziam muito segredo de seus planos. Diogo de Mendonça Furtado, governador da Bahia, tinha conhecimento 
do fato, embora não tomasse nenhuma providência para repelir o iminente ataque holandês. Resultado: no ano de 1624, quando a 
invasão holandesa se efetivou, bastaram pouco mais de 24 horas para que a cidade fosse completamente dominada. O governador 
Mendonça Furtado foi preso e enviado a Amsterdã. O seu lugar foi ocupado pelo holandês Van Dorth. 
Passado o pânico inicial, os colonos se reagruparam e começaram a resistência. Destacou-se aqui o bispo Dom Marcos Teixeira, 
que mobilizou os moradores através do apelo religioso: a luta contra os holandeses foi apresentada como luta contra os heréticos 
calvinistas. Essa luta guerrilheira que então se iniciou, contabilizou alguns êxitos, entre eles a morte do próprio governador holandês, 
Van Dorth. Enfim, os holandeses foram repelidos por uma esquadra luso espanhola, conhecida com o nome pomposo de Jornada dos 
Vassalos. Essa primeira tentativa holandesa durou praticamente um ano: de 1624 a 1625. 
Apesar do fracasso em Salvador, os holandeses foram amplamente recompensados, em 1028, com a apreensão, nas Antilhas, 
de um dos maiores carregamentos de prata americana para a Espanha. A façanha é atribuída a Piet Heyn, comandante da esquadra 
holandesa. Os recursos obtidos com esse ato de pirataria ser viram para financiar uma segunda tentativa, desta vez contra Pernambuco.
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O COMÉRCIO NEGREIRO
As formas de resistência do escravo africano
O Tráfico Negreiro
Na Colônia, ainda no século XVI, os portugueses já haviam dado início ao tráfico negreiro, atividade comercial bastante lucrativa. 
Os traficantes de escravos negros, interessados em ampliar esse rendoso negócio, firmaram alianças com os chefes tribais africanos. 
Estabeleceram com eles um comércio baseado no escambo, onde trocavam tecidos de seda, jóias, metais preciosos, armas, tabaco, 
algodão e cachaça, por africanos capturados em guerras com tribos inimigas. 
Segundo o historiador Arno Wehling, “a ampliação do tráfico e sua organização em sólidas bases empresariais permitiram criar 
um mercado negreiro transatlântico que deu estabilidade ao fluxo de mão-de-obra, aumentando a oferta, ao contrário da oscilação no 
fornecimento de indígenas, ocasionada pela dizimação das tribos mais próximas e pela fuga de outras para o interior da Colônia”. 
Por outro lado, a Igreja, que tinha se manifestado contra a escravidão dos indígenas, não se opôs à escravização dos africanos. Dessa 
maneira, a utilização da mão-de-obra escrava africana tornou-se a melhor solução para a atividade açucareira. 
Os negros trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os sudaneses, originários da Nigéria, 
Daomé e Costa do Marfim, e os bantos, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Estes foram desembarcados, em sua maioria, 
em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os sudaneses ficaram na Bahia. Calcula-se que entre 1550 e 1855 entraram nos 
portos brasileiros cerca de quatro milhões de africanos, na sua maioria jovens do sexo masculino. 
Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque grande parte dos negros, 
amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo (melancolia), causado pela saudade da sua terra e de sua gente, era outra 
causa que os levava à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da Colônia, como Salvador, 
Recife e Rio de Janeiro. Os escravos africanos eram, de forma geral, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam 
trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa situação, durante todo o período colonial foram constantes os atos de resistência, 
desde fugas, tentativas de assassinatos do senhor e do feitor, até suicídios. 
Essas reações contra a violência praticada pelos feitores, com ou sem ordem dos senhores, eram punidas com torturas diversas. 
Amarrados no tronco permaneciam dias sem direito a comida e água, levando inumeráveis chicotadas. Eram presos nos ferros 
pelos pés e pelas mãos. Os ferimentos eram salgados, provocando dores atrozes. Quando tentavam fugir eram considerados 
indignos da graça de Deus, pois, segundo o padre Antônio Vieira, ser “rebelde e cativo” é estar “em pecado contínuo e atual”.
A escravidão, também conhecida como escravismo ou escravatura, foi a forma de relação social de produção adotada, de uma 
forma geral, no Brasil desde o período colonial até o final do Império. A escravidão no Brasil é marcada principalmente pelo uso de 
escravos vindos do continente africano, mas é necessário ressaltar que muitos indígenas também foram vítimas desse processo. A 
escravidão indígena foi abolida oficialmente por Marquês do Pombal, no final do século XVIII.
Os escravos foram utilizados principalmente na agricultura – com destaque para a atividade açucareira – e na mineração, sendo 
assim essenciais para a manutenção da economia. Alguns deles desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e/ou 
urbanos.
Os escravos foram utilizados principalmente em atividades relacionadas à agricultura – com destaque para a atividade açucareira 
– e na mineração, sendo assim essenciais para a manutenção da economia. Alguns deles desempenhavam também vários tipos de 
serviços domésticos e/ou urbanos.
A escravidão só foi oficialmente abolida no Brasil com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. No entanto, o 
trabalho compulsório e o tráficode pessoas permanecem existindo no Brasil atual, a chamada escravidão moderna, que difere 
substancialmente da anterior.
Os índios e o surgimento da escravidão no Brasil
Não é possível entender o Brasil sem antes entender a escravidão no Brasil, já disse uma grande estudiosa do tema. Antes da 
chegada dos portugueses a escravatura não era praticada no Brasil. Há grande dificuldade em se analisar a sociedade e os costumes 
indígenas devido à diferença entre a nossa cultura e a dos índios, e ainda hoje existem fortes preconceitos em torno da temática, sem 
contar a falta de dados, da diversidade de documentos escritos e da dificuldade de se obtê-los. Os europeus, quando aqui chegaram, 
encontraram uma população bastante parecida em termos culturais e linguísticos. Esses indígenas se encontravam espalhados pela 
costa e pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai. Não obstante a semelhança de cultura e língua, podemos distinguir os indígenas em 
dois grandes blocos: os tupis-guaranis e os tapuias. Os tupis-guaranis se localizavam numa extensão que vai do litoral do Ceará até 
o Rio Grande do Sul. Os tupis ou tupinambás dominavam a faixa litorânea do norte até a Cananeia, no sul do atual Estado de São 
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Paulo; os guaranis, na bacia do Paraná-Paraguai e no trecho do litoral entre Cananeia e extremo sul do Brasil de anos mais tarde. 
Em alguns pontos do litoral, outros grupos menores dominavam. Era o caso dos goitacases, na foz do rio Paraíba, e pelos aimorés 
no sul da Bahia e norte do Espírito Santo ou ainda pelos tremembés no litoral entre o Ceará e o Maranhão. Esses outros grupos eram 
chamados de tapuias pelos tupis-guaranis, pois falavam outra língua.
Entre as tribos indígenas, além das atividades como a caça, a coleta de frutas, a pesca e, é claro, a agricultura, havia também 
guerras e capturas de inimigos. Para a agricultura usavam a terra até seu esgotamento relativo. Depois se mudavam definitiva ou 
temporariamente para outras áreas. A derrubada de árvores e as queimadas eram um modo costumeiro de preparar a terra para a 
lavoura e essa técnica foi incorporada mais tarde pelos colonizadores. Plantavam feijão, milho, abóbora e especialmente mandioca da 
qual faziam a farinha, que se tornou um alimento básico no Brasil a partir do período colonial. A economia era destinada ao consumo 
próprio, sendo basicamente de subsistência, e cada aldeia produzia apenas para suprir suas próprias necessidades, havendo assim 
pouca troca de mercadorias entre aldeias. Mas existiam, sim, contato entre as aldeias para a troca de mulheres e de bens de luxo, 
como penas de tucano e de pedras para se fazer botoque. Dessas trocas nasciam alianças entre as tribos, que se viam obrigadas a lutar 
uma ao lado da outra quando qualquer delas fosse atacada. Daí nasceram as guerras entre as tribos e a captura de índios e inimigos 
de uma mesma tribo.
É bom não confundir o simples apresamento de inimigos com escravização, que é mais complexa. Tais inimigos, quando 
capturados, recebiam um tratamento diferenciado, eram bem alimentados, às vezes andando livremente pela tribo e ajudando na caça 
e, inclusive, obtendo da tribo, consentidamente, favores sexuais das índias. Isso se prolongava até chegar o dia em que eram mortos 
em meio à celebração de um ritual canibalístico, cujo costume se baseava na crença de que a bravura do guerreiro inimigo passaria 
ao vencedor quando este se alimentasse da carne daquele outro bravo guerreiro. Toda a tribo participava desse ritual e cabia a cada 
parcela da tribo (crianças, mulheres, guerreiros e velhos) uma parte específica do corpo do adversário vencido. O movimento artístico 
de 1922, chamado Movimento Antropofágico, tinha como base tais princípios. Com a chegada dos portugueses os índios seus aliados 
passam a vender muitos dos seus prisioneiros em troca de mercadorias. Este comércio era chamado de resgates. No entanto, só 
podiam ser resgatados os índios de corda, aqueles que eram prisioneiros ou escravos capturados nas guerras tribais e que iriam ser 
devorados; e os índios capturados nas guerras justas, operações militares organizadas pelos colonos ou pela coroa.
A lei de 1610 decreta que o índio assim resgatado só poderia ficar escravizado por 10 anos. Esta lei foi alterada em 1626 para que 
os índios pudessem ser escravizados por toda a vida. Em 1655 uma nova lei proibia fazer guerra contra os índios sem ordem do rei 
e impedia qualquer tipo de violência contra eles. Os índios convertidos ao cristianismo não poderiam servir os colonos mais tempo 
do que o regulamentado pela lei, deveriam viver livres dirigidos pelos seus chefes e padres da companhia. Estas regulamentações 
desagradaram os colonos que, em 1661, repetidamente se amotinaram em protesto.
Durante o período pré-colonial (1500 – 1530), os portugueses desenvolveram a atividade de exploração do pau-brasil, árvore 
abundante na Mata Atlântica naquele período. A exploração dessa matéria-prima foi possibilitada não só pela sua localização, já que 
as florestas estavam próximas ao litoral, mas também pela colaboração dos índios, com os quais os portugueses desenvolveram um 
tipo de comércio primitivo baseado na troca – o escambo. Em troca de mercadorias europeias baratas e desconhecidas, como espelho 
e pedaços de pano, os índios extraíam e transportavam a valiosa madeira para os portugueses até o litoral.
A partir do momento em que os colonizadores passam a conhecer mais de perto o modo de vida indígena, com elementos 
desconhecidos ou condenados pelos europeus, a exemplo da antropofagia, os colonos passam então a alimentar uma certa desconfiança 
em relação aos índios. A colaboração em torno da atividade do pau-brasil já não era mais possível e os colonos tentam submetê-los 
à sua dominação, impondo sua cultura, sua religião – função esta que coube aos jesuítas, através da catequese – e forçando-os ao 
trabalho compulsório nas lavouras, já que não dispunham de mão-de-obra.
A escravidão no Brasil segue assim paralelamente ao processo de desterritorialização sofrido por estes. Diante dessa situação, os 
nativos só tinham dois caminhos a seguir: reagir à escravização ou aceitá-la.
Houve reações em alguns os grupos indígenas, muitos lutando contra os colonizadores até a morte ou fugindo para regiões mais 
remotas. Essa reação indígena contra a dominação portuguesa ocorreu pelo fato de que as sociedades indígenas sul-americanas 
desconheciam a hierarquia e, consequentemente, não aceitavam o trabalho compulsório. Antes dos estudos etnográficos mais 
profundos (fins do século XIX e, principalmente, século XX), pensava-se que os índios eram simplesmente “inaptos” ao trabalho, 
tese que não se sustenta depois de pesquisas antropológicas em suas sociedades sem o impacto desestabilizador do domínio forçado.
Os índios assimilados, por sua vez, eram superexplorados e morriam, não só em decorrência dos maus-tratos recebidos dos 
colonos, mas também em decorrência de doenças que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como 
as doenças venéreas e a varíola e mais tarde pelos escravos africanos.
Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução encontrada pelos colonizadores foi buscar a mão-
de-obra em outro lugar: no continente africano. Essa busca por escravos na África foram incentivados por diversos motivos. Os 
portugueses, reinóis e colonos, tinham interesse em encontrar um meio de obtenção de altos lucros com a nova colônia, e a resposta 
estava na atividade açucareira, uma vez que o açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu. A produção dessa matéria-prima, 
por sua vez, exigia numerosa mão-de-obra na colônia e o lucrativo negócio do tráfico negreiro africanos foi a alternativa descoberta, 
iniciando-se assim a inserção destes no então Brasil colônia. Convém ressaltar que a escravidão dos índios perdura até meados do 
séculoXVIII. Os negros vinham em navios negreiros da África do Sul. Eram escravos. Sofriam castigos físicos, eram apartados 
definitivamente de seus familiares.
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A escravização indígena e africana - o lucrativo tráfico negreiro
Eram mais valorizados, para os trabalhos na agricultura, os negros Bantos ou Benguela ou Bangela ou do Congo, provenientes 
do sul da África, especialmente de Angola e Moçambique, e tinham menos valor os vindo do centro oeste da África, os negros Mina 
ou da Guiné, que receberam este nome por serem embarcados no porto de São Jorge de Mina, na atual cidade de Elmina, e eram mais 
aptos para a mineração, trabalho o qual já se dedicavam na África Ocidental. Por ser a Bahia mais próxima da Costa da Guiné (África 
Ocidental) do que de Angola, a maioria dos negros baianos são Minas.
Como eram vistos como mercadorias, ou mesmo como animais, eram avaliados fisicamente, sendo melhor avaliados, e tinham 
preço mais elevado, os escravos que tinham dentes bons, canelas finas, quadril estreito e calcanhares altos, numa visão que valorizava 
o físico e as habilidades.
Em São Paulo, até ao final do século XVII, quase não se encontravam negros, dado a pobreza de sua população que não 
dispunha de recursos financeiros para adquirirem escravos africanos, e os documentos da época que usavam o termo “negros da terra” 
referiam-se na verdade aos índios, os quais não eram objeto de compra e venda, só de aprisionamento, sendo proibido inclusive que 
se fixasse valor para eles nos inventários de bens de falecidos.
A escravidão ameríndia foi a principal forma de obtenção de escravos pelos europeus após a descoberta da América. A partir 
de 1530, com a colonização portuguesa tomando forma, a razão de ser do Brasil passou a ser a de fornecer aos mercados europeus 
gêneros alimentícios ou minérios de grande importância. A metrópole portuguesa passou a incentivar um comércio que tinha suas 
bases em alguns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentadas na grande propriedade. Assim, por causa da decisão 
lusitana em exportar poucos produtos tropicais em grande escala para a Europa, nasceu em Portugal uma justificativa para a existência 
do latifúndio no Brasil. Após a captura, os índios eram forçados a executar um duro trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, onde 
eram supervisionados, explorados e maltratados. Os portugueses que vinham para o Brasil não desejavam executar o trabalho que a 
produção de açúcar exigia. Isso se explica em parte porque a tradição católica e ibérica desprezava o trabalho manual, considerando-o 
como “coisa de escravo”. Os índios capturados nas guerras tribais também começaram a ser vendidos aos colonos em vez de 
permanecerem escravos na aldeia do seu captor.
Os índios sofreram violência cultural, epidemias e mortes. Eles eram difíceis de escravizar por vários motivos. Um desses 
era a incompatibilidade com um trabalho intensivo, regular e obrigatório, como pretendidos pelos europeus. Não eram vadios ou 
preguiçosos, apenas faziam o que era necessário à sua sobrevivência. Nada difícil em épocas de abundância de peixes, frutas e 
animais. Eles empregavam grande parte de sua energia nos rituais e nas guerras. Noções como a de produtividade eram estranhas ao 
entendimento deles. Outras formas de resistência foram as fugas, a guerra e a recusa ao trabalho compulsório. Outro fator importante 
que desestimulou a escravização indígena foi a catástrofe demográfica, pois eles não tinham defesa biológica contra as doenças 
europeias como sarampo, varíola, gripe. Outro fator foi o conhecimento indígena dos relevos, das terras americanas, posto que 
o interior permanecia quase inexplorado pelos invasores portugueses. Isso facilitou uma maior organização de ataques contra as 
fazendas e fortes portugueses distribuídos ao longo da faixa litorânea brasileira. Além disso, a partir de um certo momento, a própria 
Igreja Católica passou, através principalmente dos jesuítas, a fazer um trabalho de catequização junto aos índios, dificultando aos 
comerciantes e colonos portugueses a escravização dos nativos. Esta posição fora defendida pelos Jesuitas no Brasil, o que gerou 
conflitos com a população local interessada na escravatura, culminando em conflito, na chamada “A botada dos padres fora” em 1640.
Mas não significa que os padres tratavam os índios ou a cultura indígena com respeito. A cultura dos índios, suas crenças religiosas 
eram consideradas pelos padres inferior se comparadas à cristã. Os padres chegavam mesmo a duvidar que os índios fossem pessoas.
As línguas indígenas, apesar de parecidas, não ajudavam a formar uma nação indígena, coesa contra ataques externos, 
representando apenas grupos dispersos, muitas vezes em conflito. Isso permitiu aos portugueses encontrar aliados indígenas na luta 
contra os grupos que lhes resistiam. Uma forma de resistência aos colonizadores, principalmente à escravização, foi o isolamento, 
alcançado por meio de permanentes deslocamentos para áreas mais pobres. Os que assim procederam conseguiram, com algum 
sucesso, a preservação de uma herança biológica, social e cultural. Se bem que há tribos isoladas que por comercializarem diretamente 
com empresas estrangeiras, falam sua língua materna mas também um inglês rudimentar para viabilizar os negócios. Como resultado, 
temos hoje tanto grupos indígenas mais isolados como grupos indígenas que sofreram uma maior mestiçagem, tanto no aspecto 
biológico como social e cultural, mostrando sua influência na formação da sociedade brasileira. Certamente, o encontro desses povos 
com os europeus foi catastrófico, pois de uma população tão numerosa - embora os cálculos variem enormemente, entre 2 milhões e 
mais de 5 milhões - apenas entre 300 mil e 350 mil indígenas existam atualmente em território nacional.
Além disso, a escravização indígena era uma atividade que gerava lucros internos, ou seja, a metrópole portuguesa não se 
beneficiava com ela. 
Portanto, a preferência pelo trabalho escravo negro e não pelo índio se deve ao fato de que o comércio internacional de escravos 
trazidos da costa africana era tão tentador que acabou se transformando no negócio mais lucrativo da Colônia. Portugueses, 
holandeses e, no final do período colonial, brasileiros disputaram o controle dessa área tão lucrativa. Portanto, o tráfico se tornou 
mais do que um meio de prover braços para a grande lavoura de exportação, mas uma potencial fonte de riqueza para quem vendia 
os escravos, tratados como coisa, produto. Devido às dificuldades encontradas em escravizar os índios, a partir de 1570 a Coroa 
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
portuguesa passou a incentivar a importação de africanos, tomando também medidas para tentar evitar a escravização desenfreada 
e o morticínio indígena. Porém, a transição da escravização indígena para a negra africana se deu de maneira diferente na América 
portuguesa, variando no tempo e no espaço. Ela acabou mais rapidamente no núcleo mais importante da empresa mercantil, destinada 
à exportação de produtos agrícolas em grande escala. E demorou mais para acabar nas regiões periféricas, como é o caso de São 
Paulo.
Esses fatores contribuíram para que a mão-de-obra africana fosse inserida nas lavouras brasileiras, sendo obtida através do tráfico 
de escravos vindos principalmente das colônias portuguesas na África. A atividade do tráfico negreiro inicia-se oficialmente em 1559, 
quando a metrópole portuguesa decide permitir o ingresso de escravos vindos da África no Brasil. Antes disso, porém, transações 
envolvendo escravos africanos já ocorriam no Brasil, sendo a escassez de mão-de-obra um dos principais argumentos dos colonos.
Capturados nas mais diversas situações, como nas guerras tribais e na escravização por dívidas não pagas, os escravos africanos 
provinham de lugares como Angola e Guiné. Eram negociados comos traficantes Africanos (negros, também) em troca de produtos 
como fumo, armas e aguardentes e transportados nos chamados navios negreiros. Esses navios tinham destinos como as cidades 
do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís, e delas eram transportados para regiões mais distantes. Durante as viagens, muitos 
escravos morriam em decorrência das péssimas condições sanitárias existentes nas embarcações, que vinham superlotadas. Quando 
desembarcavam em solo brasileiro, os escravos africanos eram vendidos em praça pública. Os mais fortes e saudáveis eram os mais 
valorizados.
A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização holandesa. Os holandeses passaram a 
importar escravos para trabalhar nas plantações. A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais começou a traficar escravos da 
África para o Brasil. Havia protestos, embora por vezes distantes, sem continuidade e sem medidas coercitivas, contra os maus tratos. 
Em 1º de março de 1700 por exemplo, o Rei de Portugal D. Pedro II escreveu uma carta indignada ao governador-geral D. João de 
Lencastre sobre os maus tratos dados aos escravos no Brasil: “… Não lhe dando fardas e outros nem ainda farinha», e comentando 
dos “cruéis castigos, por dias e semanas inteiras, havendo alguns que por anos se acham metidos em correntes, sendo mais cruéis 
as senhoras em alguns casos para com as escravas, apontando-se alguns que obram tanto os senhores como as senhoras com tal 
crueldade como são pingar de lacre e marcar com ferro ardente nos peitos e na cara, executando neles a mutilação de membros. De 
Francisco Pereira de Araújo se diz que cortou as orelhas a um, e pingou com lacre; outro veio do sertão, a quem o senhor cortou 
as partes pudendas, entendeu com uma sua negra; de outro, que se curou no hospital, se diz que foi tão cruelmente açoitado do seu 
senhor que lhe provocara especialmente o rigor da Justiça Divina, pelo que é de razão”. Diz ainda de castigos que se fazem por 
suspensão de cordas em árvores, para que os mosquitos os estejam picando e desesperando, sobre os açoitarem e pingarem com a 
mesma crueldade que fazem os demais…”
Houve muito alvoroço com a necessidade de mão-de-obra nas Minas Gerais. Datado de 26 de março de 1700, um Bando do 
Governador do Rio Artur de Sá e Menezes proibiu que fossem transportados para as Minas escravos de cana e mandioca, enquanto 
ao mesmo tempo a Câmara se dirigia ao Conselho Ultramarino e pedia providências para facilitar entrada de africanos. Conseguiu 
duas medidas: a instituição de um tributo de 4$500 por cada escravo tirado de engenhos e despachado para as Minas, (e desde Carta 
Real de 10 de junho de 1699 havia direitos de entrada de 3$500 por cada negro vindo da África para o Rio de Janeiro) e a liberdade 
de comércio de negros e do tráfico. A própria Coroa traficava e desde a Carta Régia de 16 de novembro de 1697 o preço de cada negro 
vendido era 160$000; em 1718 o preço tinha subido a 300$000, embora custo fosse de apenas 94$000. Segundo André João Antonil, 
em “Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas”, está alta de preços, no início do século XVIII, se deu, em Minas Gerais, 
no início da mineiração, devido a grande carestia de vida que se gerou com a chegada em massa de portuguesês em Minas Gerais e 
pela grande abundância de ouro. Ainda segundo Antonil, em São Paulo, os preços dos escravos, naquela época, era a metade do preço 
em Minas Gerais, assim também para as demais mercadorias.
A atividade do tráfico negreiro foi extremamente lucrativa e perdurou até 1850, sendo oficialmente extinguida nesse ano com a 
Lei Eusébio de Queirós.
O trabalho dos escravos
Os índios que foram assimilados e escravizados pelos colonos portugueses mostraram-se mais eficientes na execução de tarefas 
a que já estavam adaptados no seu modo de vida, como a extração e o transporte de madeira, do que nas actividades agrícolas. Esses 
trabalhadores eram superexplorados e muitos morriam em decorrência dos castigos físicos aplicados pelos seus senhores. O uso de 
indígenas como escravos perdurou até o século XVIII.
Diante das dificuldades encontradas no processo de escravização dos indígenas, os colonos encontram como alternativa a 
utilização de escravos africanos, obtidos através do tráfico negreiro. Os escravos africanos poderiam ser designados pelos seus 
senhores para o desenvolvimento dos mais diversos tipos de atividades,destacando-se as atividades agrícolas,lavoura, sendo a 
extração da cana-de-açúcar a principal, a mineração e os serviços domésticos.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
A atividade açucareira foi durante muito tempo o pilar sobre o qual a economia colonial se sustentou. Foi desenvolvida 
principalmente na Zona da Mata, no litoral nordestino, que oferecia condições naturais favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar, 
produto que obtinha grande aceitação no mercado europeu e que garantia alta lucratividade. Para o seu cultivo, adotou-se o sistema 
de plantation, caracterizado pelo uso de latifúndios monocultores. A extração da cana necessitava de um grande contingente de mão-
de-obra e foi a partir dessa necessidade que uma grande quantidade de africanos passou a trabalhar nos engenhos - propriedades 
destinadas ao cultivo e produção de açúcar.
Na agricultura, muitos escravos foram utilizados também no cultivo de tabaco, algodão e café, por exemplo.
Já na mineração, atividade que começa a ganhar grande importância na economia colonial durante o século XVIII, muitos 
nativos foram utilizados na exploração de metais preciosos, principalmente o ouro, na região de Minas Gerais. Vale ressaltar que 
com o desenvolvimento da mineração foram desenvolvidas várias atividades secundárias e dependentes dela, como a pecuária, das 
quais os escravos também participaram.
Os escravos domésticos - como indica o próprio nome - trabalhavam nas casas de seus senhores, realizando serviços como 
cozinhar e costurar. Existiram ainda casos de escravos que prestavam serviços remunerados e deveriam pagar parcela de sua renda ao 
seu proprietário, os chamados “escravos ao ganho”, além de escravos que eram alugados pelos seus senhores para desenvolver algum 
ofício (pedreiro, carpinteiro, cozinheiro, ama de leite) a um terceiro, sendo assim “escravos de aluguel”. Estes dois últimos tipos de 
escravos desenvolviam suas tarefas geralmente nos espaços urbanos.
O escravo encontrava-se na posição de propriedade de seu senhor, não possuindo assim qualquer direito. Era o seu proprietário 
o responsável por garantir os elementos básicos à sua sobrevivência, como a alimentação e as suas vestimentas. O cativo estava à 
disposição do seu dono, que o superexplorava. Era vigiado pelos chamados capitães-do-mato, que também capturavam os escravos 
fugidos e lhes aplicava os mais diversos tipos de castigos, como o açoitamento, o tronco, peia, entre outras punições, o que contribuía 
para diminuir o tempo de vida dessa mão-de-obra. Em síntese, executava o seu trabalho nas mais desumanas das condições.
Por parte dos senhores, existia uma discriminação com relação ao trabalho, já que o consideravam como “coisa de negros”. 
Convém ressaltar que houve casos de alforria, isto é, de escravos que foram libertados. Essas libertações ocorriam pelos mais variados 
motivos, desde vontade do senhor em virtude da obediência e lealdade do escravo até casos em que o cativo conseguia comprar a sua 
liberdade. Vale ressaltar também que a escravidão foi a base de sustentação da economia brasileira até o final do Império.
Resistência à escravidão
Tanto os índios quanto os africanos promoveram formas de resistência à escravidão, não sendo assim passivos a ela.
Os índios resistiram desde o momento em que os colonos tentam escravizá-los a força. Os africanos e seus descendentes, por sua 
vez promoveram várias formas de resistência à escravidão. A mais conhecida de todas foi a criação dosquilombos, uma espécie de 
“sociedade paralela” formada por escravos que fugiam de seus senhores, sendo o mais popular o Quilombo dos Palmares, localizado 
em Alagoas. Existiram, porém, inúmeras outras formas de se resistir à escravidão, como o suicídio, assassinatos, rebeliões, Aborto e 
revoltas organizadas contra os senhores.
Convém ressaltar que essas revoltas são um dos fatores que contribuíram para a abolição da escravatura. Diga-se que a escravatura 
também era frequentemente praticada nos quilombos, por exemplo, no Quilombo dos Palmares os cativos eram mantidos como 
escravos e utilizados para o trabalho nas plantações. No entanto, não era abolir a escravatura que algumas destas revoltas tinham 
como objetivo. A revolta dos Malês não só visava a libertação dos escravos africanos como pretendia escravizar os brancos, os 
mulatos e os não muçulmanos.
A violência da resistência quilombola em Minas Gerais foi assim descrita por Luíz Gonzaga da Fonseca, no seu livro “História 
de Oliveira”, na página 37, descreve o caos provocado no Caminho de Goiás, a Picada de Goiás, pelo quilombolas do Quilombo do 
Ambrósio, o principal quilombo de Minas Gerais:
“Não há dúvida que esta invasão negra fora provocada por aquele escandalosa transitar pela picada, e que pegou a dar na 
vista demais. Goiás era uma Canaã. Voltavam ricos os que tinham ido pobres. Iam e viam mares de aventureiros. Passavam boiadas 
e tropas. Seguiam comboios de escravos. Cargueiros intérminos, carregados de mercadorias, bugigangas, minçangas, tapeçarias e 
sal. Diante disso, negros foragidos de senzalas e de comboios em marcha, unidos a prófugos da justiça e mesmo a remanescentes dos 
extintos cataguás, foram se homiziando em certos pontos da estrada (“Caminho de Goiás” ou “Picada de Goiás”). Essas quadrilhas 
perigosas, sucursais dos quilombolas do rio das mortes, assaltavam transeuntes e os deixavam mortos no fundo dos boqueirões e 
perambeiras, depois de pilhar o que conduziam. Roubavam tudo. Boidadas. Tropas. Dinheiro. Cargueiros de mercadorias vindos 
da Corte (Rio de Janeiro). E até os próprios comboios de escravos, mantando os comboeiros e libertando os negros trelados. E 
com isto, era mais uma súcia de bandidos a engrossar a quadrilha. Em terras oliveirenses açoitava-se grande parte dessa nação 
de “caiambolas organizados” nas matas do Rio Grande e Rio das Mortes, de que já falamos. E do combate a essa praga é que vai 
surgir a colonização do território (de Oliveira e região). Entre os mais perigosos bandos do Campo Grande, figuravam o quilombo 
do negro Ambrósio e o negro Canalho.”
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RESUMO DE CONCURSOS 
Abolição da Escravatura
A abolição da escravatura foi processada de forma gradual e decorreu de toda uma situação formada com a sucessão do processo 
histórico, sendo ocasionada por uma série de pressões exercidas tanto por fatores externos quanto internos.
Pode-se encontrar nos fatores internos a ação de grupos abolicionistas compostos por indivíduos oriundos de diversas camadas 
da sociedade. Deve-se distinguir entre aqueles que eram favoráveis ao fim da escravidão os abolicionistas dos emancipacionistas, 
visto que estes eram favoráveis a uma abolição lenta e gradual dessa relação de trabalho, enquanto aqueles defendiam o fim imediato 
do trabalho escravo. Além da ação dos grupos abolicionistas, deve-se destacar a atuação de resistência da maior vítima do processo 
de escravidão, visto que os escravos não eram passivos e resistiam à dominação das mais diversas maneiras, como fugas, revoltas, 
assassinatos, suicídios, entre outros métodos.
Entre os fatores externos, pode-se destacar as pressões exercidas pelo Império Britânico sobre o governo brasileiro. A Inglaterra 
vivia naquele momento o auge do fenômeno do qual foi berço - a Revolução Industrial. O processo de industrialização demandava 
a ampliação dos mercados consumidores a fim de se obter a venda da crescente produção. O Brasil era um dos grandes parceiros 
comerciais ingleses, mas a relação de trabalho escravista não garantia aos trabalhadores que dela foram alvos poder aquisitivo. Além 
disso, o governo inglês já abolira a escravidão em todos os seus territórios.
As elites latifundiárias das colônias inglesas nas Antilhas sofreram perdas nesse processo a partir do momento em que haviam 
ganhado mais um custo de produção com o desenvolvimento de relações de trabalho assalariadas e que perdiam espaço na concorrência 
com a produção brasileira. Sentindo-se lesados, esses latifundiários passaram a exercer pressão sobre o parlamento inglês a fim de 
que a escravidão fosse combatida de forma mais efetiva. Em 1845, o parlamento inglês aprovou a chamada Lei Bill Aberdeen (em 
inglês, Aberdeen Act), que concedia à Marinha Real Britânica poderes de apreensão de qualquer navio envolvido no tráfico negreiro 
em qualquer parte do mundo. Como consequência da pressão inglesa, em 1850, o tráfico negreiro é oficialmente extinto com a Lei 
Eusébio de Queirós. Com o fim da principal fonte de obtenção de escravos, o preço destes elevou-se significativamente, uma vez que 
ocorre uma diminuição na sua oferta. Já em 1871, é promulgada a Lei do Ventre Livre, que garante a liberdade aos filhos de escravos. 
Oito anos depois, em 1879, inicia-se uma campanha abolicionista estimulada por intelectuais e políticos, como José do Patrocínio e 
Joaquim Nabuco.
O sistema escravista enfraquece-se mais ainda com a Lei dos Sexagenários (1885), que liberta todos os escravos com mais de 
60 anos de idade.
Em 5 de maio de 1888, o Papa Leão XIII, na encíclica In Plurimis, dirigida aos bispos do Brasil, pede-lhes apoio ao Imperador, e 
a sua filha, na luta que estão a travar pela abolição definitiva da escravidão. No dia 13 de maio, a Lei Áurea é assinada pela Princesa 
Isabel, extinguindo oficialmente a escravidão no Brasil.
A abolição da escravidão, apesar de garantir a liberdade, não alterou em nada as condições sócio-econômicas dos ex-escravos, 
que continuaram a viver, de uma forma geral, na pobreza, sem escolaridade e sofrendo com a discriminação. Não impediu também 
que a superexploração de mão de obra em regime de escravidão e o tráfico de pessoas continuassem sendo praticados até os dias 
atuais.
Convém ressaltar que, enquanto relação social de trabalho predominante no território brasileiro, a escravidão foi substituída pela 
mão-de-obra imigrante assalariada.
A herança dos escravos
Tanto os indígenas quanto os escravos africanos foram elementos essenciais para a formação não somente da população, mas 
também da cultura brasileira. A diversidade étnica verificada no Brasil decorre do processo de miscigenação entre colonos europeus 
(portugueses), indígenas e africanos. A cultura brasileira, por sua vez, apresenta fortes traços tanto da cultura indígena quanto da 
cultura africana. Desde a culinária, onde se verificam o vatapá, o caruru e chegando até a língua portuguesa, é impossível não 
perceber a influência da cultura dos povos que foram escravizados no Brasil.
A origem da feijoada brasileira tem sido alvo de controvérsias, alguns afirmam que, ao contrário do que é amplamente difundido, 
não tem origem entre os escravos, mas em um prato português. Nesse aspecto, entretanto, é importante ressaltar que partes dos porcos 
utilizados no preparo da feijoada não eram usados pelos escravocratas, o que reforça a tese de que, como em outros espaços da cultura 
brasileira, houve uma reelaboração a partir do que os negros dispunham para sua alimentação.
No contexto do estado de São Paulo
Durante o período escravocrata, a cidade brasileira de São Carlos, no estado de São Paulo, atingiu o segundo lugar no tráfico de 
escravos para o interior paulista, perdendo somente para a região de Campinas. A economia da povoação era totalmente agrária com 
alguma produção de cana e quase totalmente voltada para a subsistência. Na época o negro era a base da produção, sendoo escravo 
quem trabalhava no campo e produzia o alimento e a renda.
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O Bandeirantismo no Brasil
No desenvolvimento do processo de colonização do Brasil, a organização de expedições pelo interior teve objetivos diversos. A 
busca por metais e pedras preciosas, o apresamento de indígenas, a captura de escravos africanos fugitivos e o encontro das drogas 
do sertão são apenas alguns dos aspectos que permeiam a motivação desses deslocamentos. Em suma, as expedições pelo interior do 
território estiveram divididas entre a realização das entradas e bandeiras. As entradas envolviam a organização do governo português 
na realização de expedições que buscavam a apresamento de índios e a prospecção de minérios. Chegando ao século XVII, momento 
em que o açúcar vivia uma acentuada crise e o governo português se recuperava do domínio espanhol, as autoridades coloniais 
incentivavam tais ações exploratórias na esperança de descobrirem alguma outra atividade econômica capaz de ampliar os lucros da 
Coroa. Além da ação oficial, a exploração do território colonial aconteceu pelas mãos de particulares interessados em obter riquezas, 
buscar metais preciosos e capturar escravos. Conhecidos como bandeirantes, essas figuras do Brasil Colonial irrompiam pelos sertões 
ultrapassando os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas e saíam, geralmente, das regiões de São Paulo e São Vicente. De fato, 
ao longo do tempo, vemos que o bandeirantismo se dividiu em diferentes modalidades. No chamado bandeirantismo apresador, os 
participantes da expedição tinham como grande alvo o aprisionamento e a venda de índios como escravos. Esse tipo de atividade 
gerava bons lucros e atraia a atenção dos bandeirantes às proximidades das reduções jesuíticas. Afinal de contas, essas comunidades 
religiosas abrigavam um grande número de nativos a serem convertidos à condição de escravos. Como resultado dessa ação, a Igreja 
entrou em conflito com os praticantes desse tipo de bandeirantismo.
No bandeirantismo prospector, observamos a realização de expedições interessadas na busca por metais e pedras preciosas pelo 
interior. Por não ter garantias sobre o descobrimento de regiões auríferas, o bandeirantismo prospector era realizado paralelamente 
à captura de nativos, extração de drogas do sertão ou realização de qualquer outra espécie de atividade. Nos fins do século XVII, a 
prospecção bandeirantista instaurou a exploração de ouro na região de Minas Gerais.
Por fim, ainda devemos falar sobre o bandeirantismo de contrato. Esse tipo de ação expedicionária era contratado por representantes 
da Coroa ou senhores de engenho interessados em combater as populações indígenas mais violentas ou realizar a recaptura dos 
escravos africanos que fugiam. Além disso, o bandeirantismo de contrato foi empregado na organização de forças que combatiam a 
organização dos quilombos pelo interior do território.
MONARQUIAS EUROPÉIAS
O Absolutismo Europeu
Durante a Baixa Idade Média (séc. X-XV), com as alterações socioeconômicas, decorrentes do renascimento do comércio, da 
urbanização e do surgimento da burguesia, impulsionou a formação do Estado Nacional. 
Durante a Idade Moderna, a Monarquia absoluta ou absolutista, era muito comum, segundo a definição clássica, é a forma 
de governo onde o Monarca ou Rei exerce o poder absoluto, isto é, independente e superior ao de outros órgãos do Estado. Tem 
como principal característica o seu detentor estar acima de todos os outros poderes ou de concentrar em si os três poderes do 
constitucionalismo moderno - legislativo, executivo e judicial. 
O Estado característico da época moderna é o absolutista, porque o poder estava concentrado nas mãos do rei e de seus ministros, 
que monopolizavam a vida política. O Estado absolutista dependia dos impostos e recursos gerados pelas atividades comerciais e 
manufatureiras, sendo o desenvolvimento das atividades mercantis fatores importantes, incentivando a expansão do mercado e a 
exploração das colônias. 
A sociedade do período moderno é chamada de sociedade de ordens (clero, nobreza e povo), dividida em uma classe de 
proprietários de terras (clero e nobreza) e uma classe de trabalhadores (servos, assalariados) e uma classe burguesa (mercantil e 
manufatureira). O Absolutismo foi o regime da centralização: os soberanos passaram a concentrar todos os poderes, ficando os 
cidadãos excluídos de qualquer participação e controle na vida pública.
O rei, além de deter o poder executivo, o governo político propriamente dito, detinha o poder de fazer as leis e a justiça. O poder 
emanava do rei e era por ele exercido. Não havia justiça nem política autônomas. 
A base social do Absolutismo era o privilégio: honras, riquezas e poderes eram reservados a um pequeno grupo de pessoas, 
clero e nobres. Eram: privilégios sociais (acesso exclusivo a cargos, oficialato no exército, colégios, distinção nas vestes); privilégios 
jurídicos (direito de passar testamento, tribunais e penas especiais); privilégios econômicos (isenções de impostos que recaíam sobre 
os pobres).
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Surge na época do absolutismo o processo de formação das nações européias, sobretudo, a francesa e a inglesa. A idéia de Nação 
estava vinculada à necessidade de apoiar a soberania do monarca, vital para a construção de um Estado forte que deixaria de ser um 
agregado de feudos para se tornar uma “Nação”, isto é, um Estado em que todos se identificavam e que era governado por um único 
soberano, o rei absolutista.
O absolutismo francês
O apogeu do processo de centralização política e do estabelecimento do Estado nacional moderno na França se configura com a 
dinastia dos Bourbons. A dinastia Bourbon tem seu apogeu durante o governo do rei Luís XIV (1643-1715) – o Rei Sol. 
Tendo como ministro o cardeal Manzarino, foi estabelecida uma política centralizadora eliminando-se as frondas, associações 
de nobres e burgueses, opositoras do absolutismo. Quando Luís XIV assume o governo pessoalmente, passou a aplicar a sua máxima 
“L’Etat c’est moi” (“O Estado sou eu”).
Luís XIV, o rei Sol, foi de fato o grande símbolo do absolutismo monárquico europeu. Sua imagem tornou-se simbólica do 
período monárquico da era moderna. O próprio Luís XIV soube utilizar politicamente sua imagem de senhor absoluto como meio 
de dominação de sua corte e de seus súditos. Em público ou representado simbolicamente em pinturas e esculturas, sua postura, 
vestimentas, equipagem e gestos deviam provocar o respeito e mesmo o medo de todos. Sua imagem era um instrumento de poder 
e servia como representação de sua posição social. Isto fazia reconhecer e afirmava a existência da hierarquia na qual ele estava no 
topo. 
Em 1685, o seu caráter despótico é fundamentado no princípio “um rei, uma lei, uma fé”. O rei reformulou sua política religiosa, 
assinou o Édito de Fontainebleau, que anulava o Édito de Nantes (1685), o qual protegia os protestantes (dava liberdade de culto aos 
huguenotes), desencadeando a perseguição religiosa, agora com o objetivo de unificar a França em um estado nacional sob uma única 
religião julgando que assim o país ficaria mais estável.
Durante o seu longo reinado, que na prática exerceu de 1661 a 1715 (54 anos), reorganizou e equipou o exército francês, 
tornando-o o mais poderoso da Europa.
Símbolo da grandiosidade econômica e política do Estado, o rei transferiu sua corte para o Palácio de Versalhes, um monumental 
conjunto arquitetônico construído no século XVII. 
O Palácio de Versalhes (em francês Château de Versailles) é um château real localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural 
à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris. Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até que a família 
Real foi forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centrodo poder do Antigo Regime na França.
O monarca queria um local onde pudesse organizar e controlar completamente o Governo da França através de um governante 
absoluto. Todo o poder da França emanava deste centro: ali existiam gabinetes governamentais, tal como as casas de milhares de 
cortesãos, dos seus acompanhantes e dos funcionários da Corte. Versalhes é famoso não só pelo edifício, mas como símbolo da 
Monarquia absoluta, a qual Luís XIV sustentou. 
O absolutismo inglês
O início da centralização política na Inglaterra ocorreu após as guerras dos Cem Anos (1337-1453) e das Duas Rosas (1455-
1485), que possibilitaram a ascensão da dinastia Tudor (1485-1603). Esta, com apoio da burguesia e do Parlamento, instalou o 
absolutismo no país.
Foi Henrique VIII que, sujeitando o Parlamento e realizando a reforma protestante através do Ato de Supremacia (1534), 
estabeleceu o absolutismo na Inglaterra. 
Henrique VIII, alegando querer um herdeiro para o trono da Inglaterra, pretendeu desfazer seu casamento com Catarina de 
Aragão para casar-se com Ana Bolena. Esta atitude de afronta sem precedentes à Igreja Católica valeu-lhe a excomunhão, declarada 
por Clemente VII em 11 de Julho de 1533. 
Henrique decidiu o rompimento com a Igreja Católica Romana, declarou a dissolução dos monastérios, tomando assim muitos 
dos haveres da Igreja, e formou a Igreja Anglicana (Church of England), da qual se declarou líder. Esta decisão tornou-se oficial com 
o Ato de Supremacia (Act of Supremacy) de 1534.
Também em 1534, Henrique determinou A Ata de traições (“Treasons Act”), que converteu em alta traição, castigada com a 
morte, não reconhecer a autoridade do Rei, entre outros casos. Ao Papa foram negadas todas as fontes de ingressos monetários, 
como o Óbulo de São Pedro, para a sustenção das obras sociais e caritativas do Santo Padre, o Papa. Também promulgou legislações 
importantes, como as Union Acts de 1535 e 1542, que unificaram a Inglaterra e Gales como uma só nação.
Elizabeth I, filha de Henrique VIII, assumiu o trono, retomando a política do pai, consolidando o anglicanismo e desenvolvendo 
uma política mercantilista agressiva, para aumentar o poder inglês nos mares.
Com a morte de Elizabeth I, que não deixou herdeiros, o trono passou ao rei da Escócia, Jaime I, que iniciou a dinastia Stuart. 
Jaime I uniu a Inglaterra à Escócia. Se sucessor, Carlos I (1625-1648), estabeleceu novos impostos sem a aprovação do Parlamento. 
Em 1628, o Parlamento sujeitou o rei a “Petição dos Direitos”, que garantia a população contra tributos e detenções ilegais. 
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Carlos I dissolveu o Parlamento, desencadeando uma guerra civil na Inglaterra. As forças inglesas dividiram-se em dois partidos: 
os Cavaleiros, partidários do rei; e os Cabeças Redondas (roundheads), defensores do Parlamento. Liderados por Oliver Cromwell, 
os Cabeças Redondas derrotaram os Cavaleiros, executando o rei e estabelecendo o regime republicano.
Em 1653, Cromwell dissolveu o Parlamento e impôs uma ditadura pessoal, até 1658. Neste período a Inglaterra tornou-se 
uma grande potência, com o desenvolvimento da indústria naval após a publicação dos Atos de Navegação (1650), protegendo os 
mercadores ingleses no comércio britânico.
Com a morte de Cromwell, os Stuart retornam ao trono. O rei Jaime II deu continuidade à política de restauração do absolutismo. 
O seu casamento com uma católica gerou descontentamento entre os partidos do Parlamento, os Whig (burgueses) e os Tory 
(conservadores, pró-Stuart). 
Contrários a um governante católico, ambos os partidos ofereceram o trono a Guilherme de Orange, protestante e casado com 
uma das filhas de Jaime II. Guilherme invadiu a Inglaterra, expulsou Jaime II, jurou o Bill of Rights (Declaração de Direitos), que 
estabelecia as bases da monarquia parlamentar, ou seja, a superioridade do Parlamento sobre a do rei. Foi a Revolução Gloriosa. 
O Bill of Rights ou Declaração dos direitos inglês é uma lista de direitos. Com ele, a população inglesa passou a ter a liberdade 
de expressão, a liberdade política(podaim votar em quem quiser), a liberdade individual, a proteção à propriedade e a tolerêancia 
religiosa(podiam crer em qualquer religião, sem desrespeitar a outra). Consolidava-se, assim, o liberalismo político inglês anunciado 
por John Locke (1632–1704) filósofo inglês, pai do Liberalismo e do individualismo liberal, e o predominio da burguesia no 
parlamento, que criaram as condições necessárias ao avanço da industrialização e do capitalismo, no decorrer dos sécs. XVIII e XIX.
O Mercantilismo
Durante o período de constituição das monarquias absolutistas européias, consolidou-se um Estado interventor, que devia atuar 
em todos os setores da vida nacional. No plano econômico essa intervenção ocorreu através do mercantilismo. O mercantilismo foi 
a base da economia do absolutismo e estava subordinado à política, isto é, ao poder monárquico. Mercantilismo é o nome dado a um 
conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o século XV e os finais do século XVIII. 
O termo Mercantilismo, foi criado pelo economista Adam Smith em 1776, a partir da palavra latina mercari, que significa “gerir 
um comércio”, de mercadorias ou produtos. 
O mercantilismo caracterizou-se por ser uma política de controle e incentivo, por meio da qual o Estado buscava garantir o seu 
desenvolvimento comercial e financeiro. 
O Mercantilismo estava diretamente ligado ao absolutismo. Através de medidas político-econômicas mercantilistas, os reis 
procuravam manter seu absolutismo monárquico e, dessa forma, promover a prosperidade do Estado. Os princípios mercantilistas 
eram:
- O metalismo: idéia que indica a riqueza e o poder de um Estado à quantidade de metais preciosos por ele acumulados. Foi 
dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, 
os maias, incas e astecas;
- Balança comercial favorável: buscava-se manter o nível das exportações superior ao das importações, desta forma entraria mais 
moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira;
- Protecionismo Alfandegário ou medidas protecionistas: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de 
produtos vindos do exterior, assim, o Estado restringia as importações impondo pesadas taxas alfandegárias, para proteger a produção 
nacional, era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.
- Colônias de Exploração: a riqueza de um país está diretamente ligada à quantidade de colônias de exploração deste. Neste 
contexto, destacou-se o processo das expansões marítimas e comerciais das nações européias;
- Pacto Colonial: as colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro 
e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa.
É possível distinguir três modelos principais de mercantilismo: bulionismo ou metalismo, colbertismo ou balança comercial 
favorável e mercantilismo comercial e marítimo. 
- Bulionismo ou metalismo: Na Idade Moderna, Espanha e Portugal buscavam uma balança comercial favorável através do 
monopólio da estocagem de lingotes de ouro e prata (bullion, em inglês), prática denominada bulionismo.
- Colbertismo: deriva das teorias do ministro das finanças francês Jean-Baptiste Colbert, é o Mercantilismo voltado, sobretudos, 
para a industrialização e exportação de produtos de luxo.
- Mercantilismo comercial e marítimo: voltado para a exploração das colonias européias, sobretudo, a comercialização das 
especiarias coloniais asiáticas (pedras preciosas, tecidos de seda, pimenta, cravo, canela, etc.) por parte de Portugal, Espanha, 
Holanda e, posteriormente, Inglaterra e França.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOSO Mercantilistmo no século XVI
No final do século XV e durante o XVI, os países ibéricos (Portugal e Espanha) comandaram a economia mercantil européia. 
Pioneiros no processo de expansão ultramarina, foram beneficiados com as riquezas das terras descobertas, as quais defendiam o seu 
monopólio através do exclusivo colonial.
O Mercantilismo nos séculos XVII e XVIII
Nos séculos XVII e XVIII, França e Inglaterra passam a liderar a economia mercantilista européia. Na Inglaterra, o Estado 
estimulou a construção naval, criando uma poderosa marinha mercante, e adotou medidas de proteção de seu comércio marítimo 
através dos Atos de Navegação (1660), proibindo navios estrangeiros transportar produtos da metrópole e das colônias inglesas.
O desenvolvimento naval inglês assegurou o controle das rotas e mercados ultramarinos pela Inglaterra, que dominou o comércio 
de produtos agrícolas e industriais (Europa, América do Norte) e comércio de contrabando (principalmente no Oriente).
Na França, sobretudo durante o reinado de Luís XIV (1661-1715), sob a orientação do ministro das finanças Colbert, o Estado 
incentivou o comércio e a construção naval. A França tornou-se famosa pela excelente qualidade de seus produtos manufatureiros, 
principalmente os artigos de luxo (jóias, móveis, perfumes, etc.), conquistando o mercado externo.
O Estado Moderno – o Absolutismo e seus teóricos
O Absolutismo é uma teoria política que defende que uma pessoa (em geral, um monarca) deve deter um poder absoluto, isto 
é, independente de outro órgão, seja ele judicial, legislativo, religioso ou eleitoral. Os teóricos de relevo associados ao absolutismo 
incluem autores como Nicolau Maquiavel, Jean Bodin, Bossuet e Thomas Hobbes.
Assim, no início da Idade Moderna surgiram teorias justificadoras do Estado Absolutista. O mais importante dos teóricos do 
absolutismo foi Nicolau Maquiavel, membro do governo dos Médice, de Florença, Itália. 
Maquiavel, no livro O Príncipe, aconselha o soberano florentino a que fique acima das considerações morais, mantendo a 
autonomia política. Para ele, “os fins justificam os meios” e a razão de Estado deve sobrepor-se a tudo, ou seja, o soberano tudo pode 
fazer pelo bem-estar do país. 
Thomas Hobbes, em seu livro o Leviatã, justificou a necessidade do Estado despótico. Para Hobbes, na sociedade primitiva 
ninguém estava sujeito às leis, todos estando em guerra entre si (bellum omnia omnes) – o homem era como um lobo para o próprio 
homem (homo homini lupus). Posteriormente, o homem dotado da razão e do sentimento de autoconservação buscou unir-se em uma 
sociedade civil, mediante um contrato segundo o qual cada um cede seus direitos ao soberano. 
Jaques Bossuet estabeleceu o princípio do direito divino dos reis, isto é, do poder real emanado de Deus. Segundo Bossuet, a 
autoridade do rei é sagrada, pois ele age como ministro de Deus na terra, e rebelar-se contra ele é rebelar-se contra Deus. Essa teoria 
influenciou decisivamente os reis franceses da dinastia Bourbon, sobretudo Luis XIV, o rei sol.
Jean Bodin defendia a “soberania não-partilhada”. Para ele, a soberania real não pode sofrer restrições nem submeter-se a 
ameaças, pois ela emana de Deus. Assim, o soberano tem o poder de legislar sem precisar de consentimento de quem quer que seja. 
A IDADE DO OURO NO BRASIL
A exploração de ouro e pedras preciosas
A descoberta de ouro e de diamantes no centro-sul da Colônia causou grande fluxo migratório para a região. A busca por pedras 
e metais preciosos e pela posse das minas provocou até conflitos armados.
Para controlar a extração de diamantes e evitar o contrabando, a Coroa portuguesa criou, em 1734, o Distrito Diamantino, cuja 
área foi isolada do restante da Colônia, após ter sido delimitada. A atividade de extração ficou restrita a pessoas escolhidas pela Coroa.
Posteriormente, a metrópole assumiu o monopólio da extração.
Todos esses esforços, porém, não inibiram o contrabando.
A regulamentação régia Para não perder tributos com a exploração, a Coroa portuguesa regulamentou a extração do ouro e 
fiscalizou as operações mineradoras.
Em 1702, foi criado um órgão específico para esse fim, chamado Intendência das Minas, e promulgou-se o Regimento das Minas 
de Ouro. As minas descobertas eram informadas à Intendência, que as dividia em lotes. O descobridor escolhia dois lotes.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Um terceiro se tornava propriedade da Coroa, que o vendia em leilões.
Os demais eram sorteados entre os interessados, que deveriam ter no mínimo 12 escravos. Tal medida impedia que pessoas sem 
posse explorassem as minas.
Um dos impostos cobrados na época era o quinto, ou seja, a quinta parte de todo o ouro extraído. Para impedir o contrabando do 
metal, foram criadas as Casas de Fundição. Nelas o ouro era fundido e transformado em barras, sobre as quais se inscrevia o símbolo 
real. Durante esse processo, já se fazia a separação do quinto, e apenas as barras marcadas com o selo real eram consideradas legais.
O rei de Portugal exigiu também que se criasse um sistema de cotas, pelo qual o quinto deveria chegar, obrigatoriamente, a 
100 arrobas anuais – cerca de 1,5 mil quilogramas. Esse sistema, no entanto, entrou em crise. Entre os motivos estava a escassez 
progressiva do ouro, o que gerou dificuldades para os mineradores conseguirem reunir o montante exigido para o pagamento de 
impostos.
Casa de Intendência das Minas da cidade de Diamantina, Minas Gerais.
Construída entre 1733 e 1735 para regulamentar e fiscalizar a extração de ouro e pedras preciosas, essa construção é atualmente 
fonte para o conhecimento histórico dessa época.
A Guerra dos Emboabas
Alegando terem descoberto as primeiras minas de ouro na Colônia portuguesa, os Bandeirantes paulistas queriam a exclusividade 
na exploração do ouro. No entanto, os colonos portugueses, além de inúmeros aventureiros, também estavam interessados no lucrativo 
negócio.
Essa situação gerou inúmeros conflitos, que culminaram na Guerra dos Emboabas.
A guerra terminou com a vitória dos portugueses e com a retirada dos paulistas para a região de Mato Grosso e Goiás em busca 
de ouro.
Regulamentando a vida na Colônia
A extração de ouro e diamantes deu origem à intervenção regulamentadora mais ampla que a Coroa realizou no Brasil. O governo 
português fez um grande esforço para arrecadar os tributos. Tomou também várias medidas para organizar a vida social nas minas e 
em outras partes da Colônia, seja em proveito próprio, seja no sentido de evitar que a corrida do ouro resultasse em caos. Na tentativa 
de reduzir o contrabando e aumentar suas receitas, a Coroa estabeleceu formas de arrecadação dos tributos que variaram no curso 
dos anos.
Uma sociedade urbana na Colônia
Em áreas próximas às minas de ouro e diamantes, formaram-se vilas, que, maistarde, deram origem a várias cidades. O crescimento 
urbano foi consequência danecessidade de se garantir a estrutura mínima para que se praticassem o comércio e o transporte do ouro 
e se administrasse a extração de pedras e metais preciosos.
As pessoas envolvidas na atividade mineradora não tinham como gerir o abastecimento das vilas, dependendo de terceiros para 
fazer chegar até a região a carne, o leite, os grãos e outros alimentos.
Na sociedade mineradora, havia muitos homens livres que se dedicavam ao comércio ambulante ou de pequeno porte, aos ofícios 
artesanais e ao transporte dos produtos de primeira necessidade. Essas pessoas, porém, não conseguiram enriquecer.
Em contrapartida, havia homens que enriqueceram com a extração do ouro ou com a atividade pecuária, o comércio e a 
administração metropolitana. Havia ainda outros profissionais que se integravam à vida urbana mineira, como advogados, militares, 
professores e médicos.
A população escrava era numerosa. Nas minas, os escravos trabalhavam especialmente nas lavras,onde a extração do ouro era 
mais difícil. Já nas vilas eles exerciam as funções de mecânicos, fabricantes de carroças e até soldados.
O ILUMINISMO E O DESPOTISMO ESCLARECIDO
Os escritores franceses do século XVIII provocaram uma revolução intelectual na história do pensamento moderno. Suas idéias 
caracterizavam-se pela importância dada à razão: rejeitavam as tradições e procuravam uma explicação racional para tudo. Filósofos 
e economistas procuravam novos meios para dar felicidade aos homens. Atacavam a injustiça, a intolerância religiosa, os privilégios. 
Suas opiniões abriram caminho para a Revolução Francesa, pois denunciaram erros e vícios do Antigo Regime. 
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RESUMO DE CONCURSOS 
As novas idéias conquistaram numerosos adeptos, a quem pareciam trazer luz e conheci mento. Por isto, os filósofos que as 
divulgaram foram chamados iluministas; sua maneira de pensar, Iluminismo; e o movimento, Ilustração. 
A ideologia burguesa
O Iluminismo expressou a ascensão da burguesia e de sua ideologia. Foi a culminância de um processo que começou no 
Renascimento, quando se usou a razão para descobrir o mundo, e que ganhou aspecto essencialmente crítico no século XVIII, quando 
os homens passaram a usar a razão para entenderem a si mesmos no contexto da sociedade. Tal espírito generalizou-se nos clubes, 
cafés e salões literários. 
A filosofia considerava a razão indispensável ao estudo de fenômenos naturais e sociais. Até a crença devia ser racionalizada: Os 
iluministas eram deístas, isto é, acreditavam que Deus está presente na natureza, portanto no próprio homem, que pode descobri-lo 
através da razão. 
Para encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e virtuosa; a Igreja tornava-se dispensável. Os iluministas criticavam-na por sua 
intolerância, ambição política e inutilidade das ordens monásticas. 
Os iluministas diziam que leis naturais regulam as relações entre os homens, tal como regulam os fenômenos da natureza. 
Consideravam os homens todos bons e iguais; e que as desigualdades seriam provocadas pelos próprios homens, isto é, pela sociedade. 
Para corrigi-las, achavam necessário mudar a sociedade, dando a todos liberdade de expressão e culto, e proteção contra a escravidão, 
a injustiça, a opressão e as guerras. 
O princípio organizador da sociedade deveria ser a busca da felicidade; ao governo caberia garantir direitos naturais: a liberdade 
individual e a livre posse de bens; tolerância para a expressão de idéias; igualdade perante a lei; justiça com base na punição dos 
delitos; conforme defendia o jurista milanês Beccaria. A forma política ideal variava: seria a monarquia inglesa, segundo Montesquieu 
e Voltaire; ou uma república fundada sobre a moralidade e a virtude cívica, segundo Rousseau. 
Principais Filósofos Iluministas
Podemos dividir os pensadores iluministas em dois grupos: os filósofos, que se preocupavam com problemas políticos; e os 
economistas, que procuravam uma maneira de aumentar a riqueza das nações. Os principais filósofos franceses foram Montesquieu, 
Voltaire, Rousseau e Diderot. 
Montesquieu publicou em 1721 as Cartas Persas, em que ridicularizava costumes e instituições. Em 1748, publicou O Espírito 
das Leis, estudo sobre formas de governo em que destacava a monarquia inglesa e recomendava, como única maneira de garantir a 
liberdade, a independência dos três poderes: Executivo; Legislativo, Judiciário. 
Voltaire foi o mais importante. Exilado na Inglaterra, publicou Cartas Inglesas, com ataques ao absolutismo e à intolerância 
e elogios à liberdade existente naquele país. Fixando-se em Ferney, França, exerceu grande influência por mais de vinte anos, até 
morrer. Discípulos se espalharam pela Europa e divulgaram suas idéias, especial mente o anticlericalismo. 
Rousseau teve origem modesta e vida aventureira. Nascido em Genebra, era contrário ao luxo e à vida mundana. Em Discurso 
Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens (1755), defendeu a tese da bondade natural dos homens, pervertidos pela 
civilização. Consagrou toda a sua obra à tese da reforma necessária da sociedade corrompida. Propunha uma vida familiar simples; 
no plano político, uma sociedade baseada na justiça, igualdade e soberania do povo, como mostra em seu texto mais famoso, O 
Contrato Social. Sua teoria da vontade geral, referida ao povo, foi fundamental na Revolução Francesa e inspirou Robespierre e 
outros líderes. 
Diderot organizou a Enciclopédia, publicada entre 1751 e 1772, com ajuda do matemático d’ Alembert e da maioria dos pensadores 
e escritores. Proibida pelo governo por divulgar as novas idéias, a obra passou a circular clandestinamente. Os economistas pregaram 
essencialmente a liberdade econômica e se opunham a toda e qual quer regulamentação. A natureza deveria dirigir a economia; o 
Estado só interviria para garantir o livre curso da natureza. Eram os fisiocratas, ou partidários da fisiocracia (governo da natureza). 
Quesnay afirmava que a atividade verdadeira mente produtiva era a agricultura. 
Gournay propunha total liberdade para as atividades comerciais e industriais, consagrando a frase: “Laissez faire, laissez passar”.
(Deixe fazer, deixe passar.). 
O escocês Adam Smith, seu discípulo, escreveu A Riqueza das Nações (1765), em que defendeu: nem a agricultura, como 
queriam os fisiocratas; nem o comércio, como defendiam os mercantilistas; o trabalho era a fonte da riqueza. O trabalho livre, sem 
intervenções, guiado espontaneamente pela natureza. 
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RESUMO DE CONCURSOS 
AS REFORMAS POMBALINAS
O Marquês de Pombal
Sebastião Jose de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (1699-1782), foi um estadista português, ministro dos Negócios 
Estrangeiros no governo de Dom José, propôs uma serie de reformas políticas e econômicas em Portugal e no Brasil; entre elas, a 
transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro. Em 1755 começou a perseguir judeus e padres jesuítas, conseguindo por 
fim expulsá-los do Brasil. 
Quando D. Maria I subiu ao trono português, anistiou vários presos políticos e desterrou Pombal, sob a acusação de que ele teria 
se aproveitado das funções oficiais em beneficio próprio.
A EXTINÇÃO DA COMPANHIA DE JESUS
Fundada por Santo Inácio de Loiola, atravessou períodos muito conturbados ao longo da História.
Em Portugal, a situação começou a complicar-se com a subida do marquês de Pombal ao poder. Atingiu-se o ponto de ruptura 
quando, em 1759, foram retirados todos os bens móveis dos padres da companhia e esta foi expulsa de Portugal e dos seus domínios 
ultramarinos. 
As pressões portuguesas e bourbónicas contribuíram em larga escala para que, a 21 de Julho de 1773, o papa Clemente XIV 
promulgasse o breve Dominus ac Redemptor, estabelecendo a extinção da Companhia de Jesus em toda a Cristandade. 
O espírito iluminista dos jesuítas, o seu poder, a forma como conseguiram integrar-se nas missões e a oposição ao Tratado de 
Madrid (1750) são alguns dos motivos inventariados para a fricção que existiu entre os membros da companhia e o poder político.
Após a decisão de Clemente XIV, os jesuítas encontraram algum apoio na Rússia, que não chegou a acatar o breve Dominus ac 
Redemptor. Assim se mantiveram até 7 de Agosto de 1814, altura em que a Companhia de Jesus foi restaurada por Pio VII. 
Em Portugal, só com D. Miguel puderam regressar. 
TESTES
01- (MACKENZIE-2008) Constituíram importantes fatores para o sucesso da lavoura canavieira no início da colonização 
do Brasil:
a) O Domínio Espanhol, que possibilitou o crescimento do mercado consumidor interno.
b) O predomínio da mão de obra livre com técnicas avançadas.
c) O financiamento, transporte e refinação nas mãos da Holanda e a produção a cargo de Portugal.
d) A expulsão dos holandeses que trouxe a imediata recuperação dos mercados e ascensão econômica dos senhoresde 
engenho.
e) A estrutura fundiária, baseada na pequena propriedade voltada para o consumo interno.
RESPOSTA “C”.
02. (AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO-FCC-2010) – A respeito da época pombalina, analise as afirmativas a seguir: 
I. A competição entre as potências hegemônicas 10 européias, durante o século XVII, aumentou a subordinação das 
que “se atrasaram”, como Portugal, o que ameaçava o seu domínio sobre as colônias e a sua própria independência. 
II. O absolutismo ilustrado buscava evitar que o privilégio da ordem jesuíta e a emergência de novas forças sociais, 
desejosas de maior representação política, viessem a ameaçar o regime. 
III. Com a expulsão dos jesuítas, Pombal buscava promover o desenvolvimento econômico, assegurar o poder político e 
controlar a população indígena da Região Amazônica.
Assinale:
a) Se somente a afirmativa I estiver correta.
b) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) Se somente a afirmativa II estiver correta.
d) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
RESPOSTA “B”.
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RESUMO DE CONCURSOS 
03. “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais 
escravo do que eles (...) A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não 
se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.” (J.J. Rousseau, Do Contrato Social, in Os Pensadores. São Paulo, 
Abril Cultural, 1978, p. 22) 
A respeito da citação de Rousseau, é correto afirmar:
a) Aproxima-se do pensamento absolutista, que atribuía aos reis o direito divino de manter a ordem social.
b) Filia-se ao pensamento cristão, por atribuir a todos os homens uma condição de submissão semelhante à escravatura.
c) Filia-se ao pensamento abolicionista, por denunciar a escravidão praticada na América, ao longo do século XIX.
d) Aproxima-se do pensamento anarquista, que estabelece que o Estado deve ser abolido e a sociedade, governada por 
autogestão.
e) Aproxima-se do pensamento iluminista, ao conceber a ordem social como um direito sagrado que deve garantir a liberdade e 
a autonomia dos homens.
RESPOSTA “E”.
04. (PUCCAMP-2007) - O processo de colonização européia da América, durante os séculos XVI, XVII e XVIII está 
ligado à:
a) Expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista.
b) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre-cambista.
c) Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento do comércio bilateral.
d) Criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal.
e) Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre.
RESPOSTA “A”.
05. (OFICIAIS DO QUADRO COMPLEMENTAR-HISTÓRIA-EXÉRCITO BRASILEIRO-2010) – Com a morte de 
Elizabeth I, da Inglaterra (1603), acaba a dinastia Tudor, que desfrutava de uma situação de grande prosperidade, graças à 
política mercantilista, e tem início a dinastia Stuart. 
Sobre a dinastia Stuart é correto afirmar que:
a) Carlos I assume o poder logo após a morte de Elizabeth e torna-se o todo-poderoso, rei de três países: Inglaterra, Escócia e 
Irlanda.
b) Jaime I foi chamado de “o imbecil mais sábio de toda a cristandade”, por Henrique IV, rei da França, devido à falta de 
habilidade política, excesso de vaidade, teimosia inarredável e grande erudição.
c) Oliver Cromwell exigiu que o Parlamento criasse o Primeiro Bill of Rights, que dava ao cidadão garantia contra 
detenções arbitrárias e tributos ilegais.
d) Jaime II lançou os Atos de Navegação, decretos que estabeleciam que somente embarcações inglesas poderiam realizar o 
comércio com suas colônias da América.
e) Carlos II fugiu para a França quando Guilherme de Orange invadiu a Inglaterra, e iniciou-se a Puritana.
RESPOSTA “B”.
06. (ATENDENTE ADMINISTRATIVO-PREF. PUXINANÃ/PB-ADIVISE-2009) – A respeito da Reforma Protestante é 
correto afirmar:
a) O anglicanismo estabelecia o monarca inglês como chefe supremo da Igreja da Inglaterra.
b) O luteranismo significou o surgimento de uma religião popular contrária aos privilégios da nobreza da Alemanha.
c) O calvinismo difundiu-se rapidamente na Itália e na Península Ibérica devido aos seus valores aristocráticos.
d) O anglicanismo representou a separação entre o poder religioso e o Estado na Inglaterra no século XVI.
e) O calvinismo do século XVI sustentava a idéia de que a salvação realizava-se pela fé e pelas obras humanas.
RESPOSTA “A’.
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RESUMO DE CONCURSOS 
07. (ADJUNTO DE PROCURADOR-TCE/RS-FMP-2009) – A respeito da abolição da escravatura no Brasil é correto 
afirmar:
a) Ocorreu fundamentalmente devido às pressões inglesas que obrigaram as autoridades brasileiras a extinguir a escravidão.
b) Ocorreu depois que os cafeicultores encontraram, na imigração européia, uma forma de substituição da mão de obra escrava.
c) Ocorreu de maneira gradual, vinculada à política de promoção da cidadania dos libertos, apesar das pressões políticas 
dos abolicionistas na segunda metade do século XIX.
d) Ocorreu fundamentalmente devido à crise demográfica do continente africano, que não oferecia mais grandes contingentes 
humanos que pudessem ser comercializados.
e) Ocorreu devido à força com que as idéias ilustradas foram incorporadas pelas elites brasileiras à época da independência.
RESPOSTA “B”.
08. (ANALISTA CULTURAL-HISTÓRIA-PREF. VITÓRIA/ES-2010) – “A produção se destinava fundamentalmente 
ao consumo da família, mas, ao mesmo tempo, essa família, estava obrigada a entregar ao mocambo, como comunidade, um 
excedente depositado em paiol situado no centro da cidadela. O excedente se destinava ao sustento dos produtores não diretos e 
aos improdutivos em geral: chefes guerreiros, prestadores de serviço, crianças, velhos, doentes. Produzia-se, ainda, um excedente 
dedicado a acudir emergências, como secas, pragas, taques externos.” FREITAS, Décio. Palmares, a guerra dos escravos. Porto 
Alegre: Mercado Aberto, 1984, p. 37. 
A leitura do fragmento acima permite-nos compreender a gênese da organização produtiva de alimentos no Quilombo 
dos Palmares, que ainda caracteriza diversas comunidades remanescentes de quilombos e que pode ser resumida em produção:
a) Comunitária, com arrecadação e administração do uso de excedentes.
b) Comunitária, sem preocupação com a administração de excedentes
c) Comunitária de baixo rendimento, o que não permitia a produção de excedentes.
d) Em larga escala, de poucos produtos para o comércio em localidades próximas.
e) De produtos variados por todos os integrantes do quilombo, não havendo preocupação em controlar excedentes. 
RESPOSTA “A”.
09. (CESGRANRIO-2007) – Sobre a revitalização de formas compulsórias de trabalho nas áreas coloniais durante a 
Época Moderna quando na Europa ocorria um movimento inverso da liberação de mão de obra podemos afirmar que:
I. A adoção do trabalho compulsório de escravos africanos insere-se na lógica do Antigo Sistema Colonial, pois o 
tráfico negreiro, controlado pela burguesia mercantil metropolitana, era uma atividade altamente lucrativa e contribuía 
para a acumulação primitiva de capital na metrópole.
II. A grande disponibilidade de terras impediu a exploração de trabalhadores livres e assalariados, que poderiam 
ter acesso a terra e desenvolver uma economia de subsistência, o que seria contrário ao sentido da colonização e à 
organizaçãode grandes propriedades produtoras de mercadorias para o comércio metropolitano.
III. A adoção do trabalho escravo na Colônia se deveu à falta de dinheiro dos grandes proprietários de terra para pagar 
salários, pois, como vendiam seus produtos a baixos preços aos comerciantes metropolitanos, só podiam utilizar mão de 
obra que não exigisse nenhum investimento de capitais.
Assinale a opção que contém a(s) afirmativa(s) correta(s).
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas III.
e) I, II e III.
RESPOSTA “C”.
10. (ADMINISTRAÇÃO DE REDE-FHEMIG-FUNDEP-2009) – Sobre a economia brasileira durante a Primeira 
República, é possível destacar os seguintes elementos:
a) Exportações dirigidas aos mercados europeus e asiáticos e crescimento da pecuária no Nordeste.
b) Investimentos britânicos no setor de serviços e produção de bens primários para a exportação. 
c) Protecionismo alfandegário para estimular a indústria e notável ampliação do mercado interno.
d) Aplicação de capital estrangeiro na indústria e consolidação do café como único produto de exportação.
e) Integração regional e plano federal de defesa da comercialização da borracha na Amazônia. 
RESPOSTA “B”.
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RESUMO DE CONCURSOS 
11. (UFRN -2008) – A implantação do sistema colonial transformou as relações amistosas existentes entre indígenas e 
portugueses no início da ocupação do Brasil. Essa transformação se deveu à:
a) Grande inabilidade dos indígenas para a agricultura, recusando-se a trabalhar nas novas plantações açucareiras, atitude 
que desagradou aos portugueses.
b) Crescente ocupação das terras pelos portugueses e à necessidade de mão-de-obra, levando à escravização dos índios, que 
reagiram aos colonos.
c) Importação de negros africanos, cuja mão de obra acabou competindo com a dos indígenas, excluindo estes do mercado de 
trabalho agrário.
d) Introdução de técnicas e instrumentos agrícolas europeus nas aldeias indígenas, desestruturando a economia comunal 
dos grupos nativos.
RESPOSTA “B”.
12. (ADMINISTRADOR-PREF. OLINDA/PE-UPENET/IAUPE) – “Na primeira carta disse a V. Rev. a grande perseguição 
que padecem os índios, pela cobiça dos portugueses em os cativarem. Nada há de dizer de novo, senão que ainda continua 
a mesma cobiça e perseguição, a qual cresceu ainda mais. No ano de 1649 partiram os moradores de São Paulo para o 
sertão, em demanda de uma nação de índios distantes daquela capitania muitas léguas pela terra adentro, com a intenção de os 
arrancarem de suas terras e os trazerem às de São Paulo, e aí se servirem deles como costumam.” Pe. Antônio Vieira, Carta ao 
padre provincial, 1653, Maranhão. Este documento do Padre Antônio Vieira revela:
a) Que tanto o Padre Vieira como os demais jesuítas eram contrários à escravidão dos indígenas e dos africanos, posição 
que provocou conflitos constantes com o governo português.
b) Um dos momentos cruciais da crise entre o governo português e a Companhia de Jesus, que culminou com a expulsão 
dos jesuítas do território brasileiro.
c) Que o ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em 
especial, à forma de atuar dos bandeirantes.
d) Um episódio isolado da ação do Padre Vieira na luta contra a escravização indígena no Estado do Maranhão, o qual se utilizava 
da ação dos bandeirantes para caçar os nativos.
e) Que os padres jesuítas, em oposição à ação dos colonos paulistas, contavam com o apoio do governo português na luta contra 
a escravização indígena.
RESPOSTA “C”.
13. (PUCCAMP-2008) – “Senhores e autoridades escravistas da Bahia, como em toda parte, usaram da violência como 
método fundamental de controle dos escravos. Mas a escravidão não funcionou e se reproduziu baseada apenas na força. 
O combate à autonomia e indisciplina escrava, no trabalho e fora dele através de uma combinação da violência com a 
negociação, do chicote com a recompensa.” (Reis, João José. Negociação e conflito.). 
Segundo a afirmação do historiador João José Reis:
a) As relações existentes entre senhores e escravos eram baseadas exclusivamente na força e na violência.
b) A recompensa era dada toda vez que o chicote era usado de modo exagerado sobre os escravos.
c) A autonomia escrava não passava de uma ilusão permitida pelos senhores, pois na prática apenas eles tinham poder e força de 
decisão.
d) Diante da violência com a qual eram tratados, os escravos se rebelavam contra os senhores, fugindo e montando grupos de 
resistência escrava, como os quilombos.
e) Havia por vezes um equilíbrio de forças entre senhores e escravos, uma negociação que era necessária entre esses dois grupos 
para a manutenção da própria escravidão.
RESPOSTA “E”.
14. (AÇOGUEIRO-CONSULPLAN-2011) – No Brasil, a sociedade colonial foi marcada pela dominação de preconceitos e 
pelo poder do Catolicismo. Essa sociedade: 
a) Era sustentada pelo trabalho escravo, não havendo mão de obra livre em nenhum setor da economia.
b) dependia de investimentos europeus, com destaque para os holandeses em relação ao açúcar. 
c) Aceitava o trabalho escravo como base de produção até o começo do século XIX. 
d) Submetia-se às ordens da metrópole, sem haver rebeliões políticas ou movimentos sociais. 
e) Tinha autonomia econômica, negociando com as grandes potências européias.
RESPOSTA “B”.
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15. (AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO-FCC-2010) – Foram respectivamente, razões e características de ocupação 
holandesa no Nordeste açucareiro: 
a) Envolvimento da Holanda no Comércio de escravos e a proibição do catolicismo.
b) Expulsão dos holandeses das Antilhas e monopólio do comércio de escravos. 
c) Exclusão dos holandeses do comércio do açúcar e o financiamento aos senhores de engenho.
d) Interesse da Holanda no pau-brasil e a proibição do trabalho escravo.
e) Participação da Holanda no refino do açúcar e o abandono de Recife.
RESPOSTA “C”.
16.. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO-TJ/DFT-2008) – “Como decorrência do caminho, constituiu-se a civilização 
paulista (...). Na faina sertaneja e predadora dos paulistas, desenvolveram-se hábitos próprios, tributários dos indígenas e 
incorporados mesmo por aqueles que haviam nascido na Europa, como o alentejano Antonio Raposo Tavares.”
Laura de Mello e Souza
O texto reporta-se às características da vida paulista no período colonial e seu significado. Sobre estes fatos não podemos 
dizer que:
a) O isolamento e a reduzida importância econômica da região resultaram num forte senso de autonomia entre a gente paulista.
b) Casas de taipa, móveis rústicos, tendo com idioma dominante o tupi-guarani até o século XVIII, esta era a vila de São 
Paulo.
c) Mestiços rudes, os mamelucos paulistas vagavam pelos sertões, apresando índios, buscando ouro ou atacando quilombos.
d) O alargamento da fronteira foi uma conseqüência inconsciente da luta destes homens pela sobrevivência.
e) O prestígio do bandeirante deve-se à integração dos vicentinos à economia exportadora açucareira.
RESPOSTA “E”.
17. (UFU-2009) – A atividade bandeirante marcou a atuação dos habitantes da capitania de São Vicente entre o século XVI 
e XVIII. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como mão-de-obra ou para descobrir minas de metais e pedras preciosas, o 
chamado bandeirismo apresador e o prospector foram importantes para a ampliação dos limites geográficos do Brasil colonial.
b) As bandeiras eram empresas organizadas e mantidas pela metrópole, com o objetivo de conquistare povoar o interior 
da colônia, assim como garantir, efetivamente, a posse e o domínio do território.
c) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma organização interna militarizada e eram compostas exclusivamente por 
homens brancos, chefados por uma autoridade militar da Coroa.
d) O que explicou o impulso do bandeirismo no século XVII foi à assinatura do tratado de fronteiras com a Espanha, que 
redefiniu a linha de Tordesilhas e abriu as regiões de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, possibilitando a conquista e a exploração 
portuguesa.
e) Derivado da bandeira de apresamento, o sertanismo de contrato era uma empresa particular, organizada com o objetivo 
de pesquisar indícios de riquezas minerais, especialmente nas regiões de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
RESPOSTA “A”.
18. (MACK-2007) – A historiografia tradicional atribui ao bandeirismo o alargamento do território brasileiro para além 
de Tordesilhas. Sobre esta atividade é correto afirmar que:
a) Jamais se converteu em elemento repressor, atacando quilombos ou aldeias indígenas.
b) As missões do Sul foram preservadas dos ataques paulistas, devido à presença dos jesuítas espanhóis.
c) Na verdade, o bandeirismo era a forma de sobrevivência para mestiços vicentinos, rudes e pobres, e a expansão territorial 
ocorreu de forma inconsciente como subproduto de sua atividade.
d) Eram empresas totalmente financiadas pelo governo colonial, tendo por objetivo alargar o território para além de Tordesilhas.
e) Era exercida exclusivamente pelo espírito de aventura dos brancos vinculados à elite proprietária vicentina, cujas lavouras 
de cana apresentavam grande prosperidade.
RESPOSTA “C”.
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CAPÍTULO 6: A ERA DAS REVOLUÇÕES E DOS IMPÉRIOS
O nascimento dos Estados Unidos- as treze colônias
Antes da Independência, os EUA era formado por treze colônias controladas pela metrópole: a Inglaterra. Dentro do contexto 
histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas colônias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não disponíveis na 
Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-
americanos.
Colonização dos Estados Unidos
Para entendermos melhor o processo de independência norte-americano é importante conhecermos um pouco sobre a colonização 
deste território. Os ingleses começaram a colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois tipos de colonização com 
diferenças acentuadas:
•	 Colônias do Norte : região colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perseguições 
religiosas. Chegaram na América do Norte com o objetivo de transformar a região num próspero lugar para a habitação 
de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento com as seguintes 
características : mão-de-obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo 
do mercado interno. 
•	 Colônias do Sul : colônias como a Virginia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de 
exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão-
de-obra escrava, produção para a exportação para a metrópole e monocultura. 
Guerra dos Sete Anos
Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios na 
América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas dos colonos que 
habitavam, principalmente, as colônias do norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos, os colonos fizeram protestos 
e manifestações contra a Inglaterra.
Metrópole aumenta taxas e impostos
A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas, além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos. 
Dentre estas leis podemos citar: Lei do Chá (deu o monopólio do comércio de chá para uma companhia comercial inglesa), Lei 
do Selo ( todo produto que circulava na colônia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do Açúcar (os colonos só podiam 
comprar açúcar vindo das Antilhas Inglesas).
Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colônias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi a Festa do 
Chá de Boston ( The Boston Tea Party ). Vários colonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e, vestidos de índios, 
jogaram todo carregamento no mar. Este protesto gerou uma forte reação da metrópole, que exigiu dos habitantes os prejuízos, além 
de colocar soldados ingleses cercando a cidade.
Primeiro Congresso da Filadélfia
Os colonos do norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava 
acontecendo. Este congresso não tinha caráter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das 
medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colônia.
Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas controladoras e 
restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartelamento, dizia que todo colono 
norte-americano era obrigado a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita 
revolta na colônia, influenciando diretamente no processo de independência.
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Segundo Congresso da Filadélfia
Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante o 
congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou 
a independência de suas colônias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos 
Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.
Constituição dos Estados Unidos
Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada 
(interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais 
do cidadão.
 
A REVOLUÇÃO FRANCESA
A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado 
pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento 
social com o objetivo de manter os luxos da nobreza.
A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a 
política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar 
opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina. 
A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também 
tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses 
e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, 
camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. 
Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas. 
A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. 
A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor,desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em 
seu trabalho. 
A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o 
poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda 
da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa. 
O lema dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade “, pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado 
francês.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava 
fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 
1793.O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração 
dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos 
cidadãos, além de maior participação política para o povo.
Girondinos e Jacobinos
Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os 
girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais 
na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. 
Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que 
beneficiassem os mais pobres.
A Fase do Terror
Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas, 
recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de 
oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.
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A burguesia no poder
Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é 
aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte 
é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e 
implantar um governo burguês. Napoleão assumi o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura.
A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema 
absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos 
trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu 
domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução Francesa 
também influenciou, com seus ideais iluministas, a independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de 
Inconfidência Mineira no Brasil.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo 
sistema fabril constituiu a Revolução Industrial; revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num 
processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica. 
A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e 
capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção. Completou ainda 
o movimento da revolução burguesa iniciada na Inglaterra no século XVII. 
Etapas da industrialização
Podem-se distinguir três períodos no processo de industrialização em escala mundial:
•	 1760 a 1850 – A Revolução se restringe à Inglaterra, a “oficina do mundo”. Preponderam a produção de bens de consumo, 
especialmente têxteis, e a energia a vapor. 
•	 1850 a 1900 – A Revolução espalha-se por Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Ale manha, Estados Unidos, Itália, 
Japão, Rússia. Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem 
novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo. O trans porte também se revoluciona, com a 
invenção da locomotiva e do barco a vapor. 
•	 1900 até hoje – Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção se automatiza; surge a produção em 
série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação. Avançam a indústria 
química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica
Artesanato, manufatura e maquinofatura
O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu no fim da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e 
definia-se pela produção independente; o produtor possuía os meios de produção: instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, 
sozinho ou com a família, o artesão realizava todas as etapas da produção. 
A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à 
produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima e o arte são trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. 
Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente 
fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da 
divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção. 
Na maquinofatura, o trabalhador estava sub metido ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. 
Foi nesta etapa que se consolidou a Revolução Industrial. 
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CONSPIRAÇÕES E REVOLTAS NA AMÉRICA PORTUGUESA
A Inconfidência Mineira
O movimento mineiro foi o primeiro a realmente manifestar com clareza a intenção da colônia de romper suas relações com 
a metrópole. Outras rebeliões já haviam ocorrido na colônia que, no entanto, possuíam reivindicações parciais, locais, que nunca 
propuseram a Independência em relação a Portugal. 
A importância da Inconfidência Mineira reside no fato de exprimir a decadência da política colonial e ao mesmo tempo a 
influência das idéias iluministas sobre a elite colonial que, na prática, foi quem organizou o movimento.
As Razões do movimento
Vários foram os motivos que determinaram o início do movimento, reunindo proprietários rurais, intelectuais, clérigos e militares, 
numa conspiração que pretendia eliminar a dominação portuguesa e criar um país livre no Brasil, em 1789.
A Crise Econômica
O século XVIII foi caracterizado pelo brutal aumento da exploração portuguesa sobre sua colônia na América. Apesar de o Brasil 
sempre ter sido uma colônia de exploração, ou seja, ter servido aos interesses econômicos de Portugal, durante o século XVIII, a 
nação portuguesa conheceu uma maior decadência econômica, entendido principalmente pelos déficits crescentes frente a Inglaterra, 
levando-a a aumentar a exploração sobre suas áreas coloniais e utilizando para isso uma nova forma de organização do próprio 
Estado, influenciado pelo avanço das idéias iluministas, que convencionou-se chamar “Despotismo Esclarecido”. Nesse sentido, a 
política pombalina para o Brasil, normalmente vista como mais racional, representouna prática uma exploração mais racional, com 
a organização das Companhias de Comércio monopolistas, que atuaram em diversas regiões do Brasil.
Em Minas Gerais, especificamente, que se constituía na mais importante região aurífera e diamantífera brasileira, o peso da 
espoliação lusitana se fazia sentir com maior intensidade. 
A exploração de diamantes era monopolizada pela Coroa desde 1731, que demarcara a região, proibindo o ingresso de particulares 
em tal atividade. Ao mesmo tempo, as jazidas da região aurífera se esgotavam com muita repidez, em parte por ser o ouro de Aluvião, 
em parte pelas técnicas precárias que eram empregadas na atividade e esse esgotamento refletia-se na redução dos tributos pagos 
a Coroa, fixado em “Um Quinto”, portanto vinculado à produção. Para a Coroa, no entanto, a redução no pagamento de impostos 
devia-se a fraude e ao contrabando e isso explica a mudança na política tributária: Em 1750, o quinto foi substituído por um sistema 
de cota fixa, definido em 100 arrobas por ano (1500 Kg). Como a produção do ouro continuava a diminuir, tornou-se comum o não 
pagamento completo do tributo e a cada ano a dívida tendeu a aumentar e a Coroa resolveu, em 1763, instituir a Derrama. Não era um 
novo imposto, mas a cobrança da diferença em relação à aquilo que deveria ter sido pago. Essa cobrança era arbitrária e executada 
com extrema violência pelas autoridades portuguesas no Brasil, gerando não apenas um problema financeira, mas o aumento da 
revolta contra a situação de dominação. 
Soma-se a isso as dificuldades dos mineradores em importar produtos essenciais como ferro, aço e mesmo escravos, produtos 
esses que tinham seus preços elevados constantemente. Um dos principais exemplos dessa situação foi o “Alvará de proibição 
Industrial” baixado em 1785 por D. Maria I, a louca, que proibia a existência de manufaturas no Brasil. Os efeitos do alvará foram 
particularmente desastrosos para a população interiorana, que costumava abastecer-se de tecidos, calçados e outros gêneros nas 
pequenas oficinas locais ou mesmo domésticas e que, a partir daí, dependeria das tropas que traziam do litoral os produtos importados, 
por preços muito elevados e em quantidade nem sempre suficiente. 
Influências Externas
O ideal Iluminista difundiu-se na Europa ao longo do século XVIII, principalmente a partir da obra de filósofos franceses e teve 
grande repercussão na América; primeiro influenciando a Independência dos EUA e posteriormente as colônias ibéricas. 
Ao longo do século XVIII tornou-se comum à elite colonial, enviar seus filhos para estudar na Europa, onde tomaram contato 
com as idéias que clamavam por direitos, liberdade e igualdade. De volta a colônia, esses jovens traziam não só os ideais de Locke, 
Montesquieu e Rousseau , mas uma percepção mais acabada em relação a crise do Antigo Regime, representada pela decadência do 
absolutismo e pelas mudanças que se processavam em várias nações, mesmo que ainda controladas por monarcas despóticos. 
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Outra importante influência que marcou a Inconfidência Mineira foi a Independência das 13 colônias inglesas na América do Norte, 
que apoiadas nas idéias iluministas não só romperam com a metrópole, mas criaram uma nação soberana, republicana e federativa. 
A vitória dos colonos norte americanos frente a Inglaterra serviu de exemplo e estímulo a outros movimentos emancipacionistas na 
América ibérica, incluindo o Brasil. Percebe-se essa influência, através da atitude do estudante brasileiro José Joaquim da Maia que, 
em Paris, entrou em contato com Thomas Jefferson, representante do governo dos EUA na França, para solicitar o apoio dos norte 
americanos ao movimento de rebelião contra a dominação portuguesa, que estava prestes a eclodir no Brasil. 
Em uma das cartas mais famosas de Maia a Thomas Jefferson, o estudante brasileiro escreveu: “Sou brasileiro e sabeis que 
minha desgraçada pátria geme em um espantoso cativeiro, que se torna cada dia menos suportável, desde a época de vossa gloriosa 
independência, pois que os bárbaros portugueses nada pouparam para nos tomar desgraçados, com o temor que seguíssemos os 
vossos passos; ... estamos dispostos a seguir o marcante exemplo que acabais de nos dar... quebrar nossas cadeias e fazer reviver nossa 
liberdade que está completamente morta e oprimida pela força, que é o único direito que os europeus possuem sobre a América... Isto 
posto, senhor, é a vossa nação que acreditamos ser a mais indicada para nos dar socorro, não só porque ela nos deu o exemplo, mas 
também porque a natureza nos fez habitantes do mesmo continente e, assim, de alguma maneira, compatriotas”. 
A conspiração
A Inconfidência Mineira na verdade não passou de uma conspiração, onde os principais protagonistas eram elementos da elite 
colonial, homens ligados à exploração aurífera, à produção agrícola ou a criação de animais, sendo que vários deles estudaram na 
Europa e que organizavam o movimento exatamente em oposição as determinações do pacto colonial, enrijecidas no século XVIII. 
Além destes, encontramos ainda alguns indivíduos de uma camada intermediária, como o próprio Tiradentes, filho de um pequeno 
proprietário e que, após dedicar-se a várias atividades, seguiu a carreira militar, sendo portanto, um dos poucos indivíduos sem 
posses que participaram do movimento. Essa situação explica a posição dos inconfidentes em relação a escravidão, muito destacada 
nos livros de história; de fato, a maior parte dos membros das conspirações se opunha a abolição da escravidão, enquanto poucos, 
incluindo Tiradentes, defendiam a libertação dos escravos. As idéias liberais no Brasil tinham seus limites bem definidos, na verdade 
a liberdade era vista a partir do interesse de uma minoria, como a necessidade de ruptura dos laços com a metrópole, porém, sem que 
rompessem as estruturas socioeconômicas. Mesmo do ponto de vista político, a liberdade possuia limites. A luta pela independencia 
incluía ainda a definição do regime político a ser adotado, embora a maioria defendesse a formação de uma República que fosse 
Federativa, porém não garantia o direito de participação política a todos os homens. Na verdade os inconfidentes não possuíam uma 
orientação política definida, mas um conjunto de propostas, que tratavam de questões secundárias, como a organização da capital em 
São João Del Rei ou ainda a criação de uma Universidade em Vila Rica. 
O movimento conspiratório tornou-se maior após a chegada do Visconde de Barbacena, nomeado novo governador da capitania 
de Minas Gerais e incumbido de executar uma nova derrama, utilizando-se de todo o rigor necessário para garantir a chegado do ouro 
a Portugal. De setembro de 1788 em diante, as reuniões tornaram intensas, onde eram alimentadas várias discussões sobre temas 
variados e o entusiasmo exagerado contrastava com a falta de organização militar para a execução da independencia. Tiradentes e 
outros membros da conspiração procuravam garantir o apoio dos proprietário rurais, levando suas propostas de “revolução” a todos 
que, de alguma forma, pudessem apoiar. 
Um os mineradores contatados foi o coronel Joaquim Silvério dos Reis que, a princípio aderiu ao movimento, pois como a 
maioria da elite, era um devedor de impostos, no entanto, com medo de ser envolvido diretamente, resolveu deletar a conspiração. 
Em 15 de março de 1789 encontrou-se com o governador, Visconde de Barbacena e formalizou por escrito a dnúncia de conspiração. 
Com o apoio das autoridades portuguesas instaladas no Rio de Janeiro, iniciou-se uma sequência de prisões, sendo Tiradentes um 
dos primeiros a ser feito prisineiro, na capital, onde se encontrava em busca de apoio ao movimento e alguns dias depois iniciava-se 
a prisão dos envolvidos na região das Gerais e uma grande devassa para apurar os delitos.
Num primeiro momento os inconfidentes negaram a existênciade um movimento contrário a metrópole, porém a partir de 
novembro vários participantes presos passaram a confessar a existência da conspiração, descrevendo minuciosamente as reuniões, os 
planos e os nomes dos participantes, encabeçada pelo alferes Tiradentes. 
Tiradentes sempre negou a existência de um movimento de conspiração, porém, após vários depoimentos que o incriminava, na 
Quarta audiência, no início de 1790, admitiu não só a existência do movimento, como sua posição de líder . 
A devassa promoveu a acusação de 34 pessoas, que tiveram suas sentenças definidas em 19 de abril de 1792, com onze dos 
acusados condenados a morte: Tiradentes, Francisco de Paula Freire de Andrade, José Álvares Maciel, Luís Vaz de Toledo Piza, 
Alvarenga Peixoto, Salvador do Amaral Gurgel, Domingos Barbosa, Francisco Oliveira Lopes, José Resende da Costa (pai), José 
Resende da Costa (filho) e Domingos de Abreu Vieira. 
Desses, apenas Tiradentes foi executado, os demais tiveram a pena comutada para degredo perpétuo por D. Maria I. O Alferes 
foi executado em 21 de abril de 1792 no Rio de Janeiro, esquartejado, sendo as partes de seu corpo foram expostas em Minas como 
advertência a novas tentativas de rebelião.
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RESUMO DE CONCURSOS 
Conjuração Baiana
Em agosto de 1798 começam a aparecer nas portas de igrejas e casas da Bahia, panfletos que pregavam um levante geral e a 
instalação de um governo democrático, livre e independente do poder metropolitano. Os mesmos ideais de república, liberdade e 
igualdade que estiveram presentes na Inconfidência Mineira, agitavam agora a Bahia.
As inflamadas discussões na “Academia dos Renascidos” resultarão na Conjuração Baiana em 1789. Esse movimento, também 
chamado de Revolta dos Alfaiates foi uma conspiração de caráter emancipacionista, articulada por pequenos comerciantes e artesãos, 
destacando-se os alfaiates, além de soldados, religiosos, intelectuais, e setores populares. Se a singularidade da Inconfidência de 
Tiradentes está em seu sentido pioneiro, já que apesar de todos seus limites, foi o primeiro movimento social de caráter republicano 
em nossa história, a Conjuração Baiana, mais ampla em sua composição social, apresenta o componente popular que irá direciona-
la para uma proposta também mais ampla, incluindo a abolição da escravatura. Eis aí a singularidade da Conjuração Baiana, que 
também é pioneira, por apresentar pela primeira vez em nossa história elementos das camadas populares articulados para conquista 
de uma república abolicionista.
A segunda metade do século XVIII é marcada por profundas transformações na história, que assinalam a crise do Antigo Regime 
europeu e de seu desdobramento na América, o Antigo Sistema Colonial.
No Brasil, os princípios iluministas e a independência dos Estados Unidos, já tinham influenciado a Inconfidência Mineira em 
1789. Os ideais de liberdade e igualdade se contrastavam com a precária condição de vida do povo, sendo que, a elevada carga 
tributária e a escassez de alimentos, tornavam ainda mais grave o quadro sócio-econômico do Brasil. Este contexto será responsável 
por uma série de motins e ações extremadas dos setores mais pobres da população baiana, que em 1797 promoveu vários saques em 
estabelecimentos comerciais portugueses de Salvador.
Nessa conjuntura de crise, foi fundada em Salvador a “Academia dos Renascidos”, uma associação literária que discutia os ideais 
do iluminismo e os problemas sociais que afetavam a população. Essa associação tinha sido criada pela loja maçônica “Cavaleiros 
da Luz”, da qual participavam nomes ilustres da região, como o doutor Cipriano Barata e o professor Francisco Muniz Barreto, entre 
outros.
A conspiração para o movimento, surgiu com as discussões promovidas pela Academia dos Renascidos e contou com a 
participação de pequenos comerciantes, soldados, artesãos, alfaiates, negros libertos e mulatos, caracterizando-se assim, como um 
dos primeiros movimentos populares da História do Brasil.
A participação popular e o objetivo de emancipar a colônia e abolir a escravidão, marcam uma diferença qualitativa desse 
movimento em relação à Inconfidência Mineira, que marcada por uma composição social mais elitista, não se posicionou formalmente 
em relação ao escravismo.
A conjuração
Entre as lideranças do movimento, destacaram-se os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira 
(este com apenas 18 anos de idade), além dos soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens, todos mulatos. Um outro destaque 
desse movimento foi a participação de mulheres negras, como as forras Ana Romana e Domingas Maria do Nascimento.
As ruas de Salvador foram tomadas pelos revolucionários Luiz Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas que iniciaram a panfletagem 
como forma de obter mais apoio popular e incitar à rebelião. Os panfletos difundiam pequenos textos e palavras de ordem, com base 
naquilo que as autoridades coloniais chamavam de “abomináveis princípios franceses”.
A Revolta dos Alfaiates foi fortemente influenciada pela fase popular da Revolução Francesa, quando os jacobinos liderados 
por Robespierre conseguiram, apesar da ditadura política, importantes avanços sociais em benefício das camadas populares, como 
o sufrágio universal, ensino gratuito e abolição da escravidão nas colônias francesas. Essas conquistas, principalmente essa última 
influenciaram outros movimentos de independência na América Latina, destacando-se a luta por uma República abolicionista no Haiti 
e em São Domingos, acompanhada de liberdade no comércio, do fim dos privilégios políticos e sociais, da punição aos membros do 
clero contrários à liberdade e do aumento do soldo dos militares.
A violenta repressão metropolitana conseguiu deter o movimento, que apenas iniciava-se, detendo e torturando os primeiros 
suspeitos. Governava a Bahia nessa época (1788-1801) D. Fernando José de Portugal e Castro, que encarregou o coronel Alexandre 
Teotônio de Souza de surpreender os revoltosos. Com as delações, os principais líderes foram presos e o movimento, que não chegou 
a se concretizar, foi totalmente desarticulado.
Após o processo de julgamento, os mais pobres como Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento e os 
mulatos Luiz Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas foram condenados à morte por enforcamento, sendo executados no Largo da 
Piedade a 8 de novembro de 1799. Outros, como Cipriano Barata, o tenente Hernógenes dâ??Aguilar e o professor Francisco Moniz 
foram absolvidos. Os pobres Inácio da Silva Pimentel, Romão Pinheiro, José Félix, Inácio Pires, Manuel José e Luiz de França Pires, 
foram acusados de envolvimento “grave”, recebendo pena de prisão perpétua ou degredo na África. Já os elementos pertencentes 
à loja maçônica “Cavaleiros da Luz” foram absolvidos deixando clara que a pena pela condenação, correspondia à condição sócio-
econômica e à origem racial dos condenados. A extrema dureza na condenação aos mais pobres, que eram negros e mulatos, é 
atribuída ao temor de que se repetissem no Brasil as rebeliões de negros e mulatos que, na mesma época, atingiam as Antilhas.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
BRASIL COLÔNIA
As grandes navegações
As grandes viagens marítimas dos séculos XV-XVI foram uma continuação natural do renascimento do comércio na Europa, 
iniciado ainda na Idade Média. Esse renascimento deu origem ao capitalismo, cujo elemento impulsionador é o lucro. Era natural 
então que, esgotadas as possibilidades de desenvolvimento comercial na Europa, novas regiões passassem a ser exploradas, mesmo 
à custa de muito esforço e sacrifício.
Entre os fatores que motivaram as grandes navegações marítimas, o principal foi sem dúvida a busca de lucros pela burguesia 
comercial e financeira da Europa. Por isso, a burguesia européia investia vultosos recursos para armar esquadras, remunerar tripulações,para financiar, enfim, as expedições oceânicas. Neste mesmo sentido, foi importante também o apoio de alguns monarcas, com os de 
Portugal e Espanha, que partilhavam os lucros dos empreendimentos comerciais.
 
As navegações portuguesas
Como vimos, Portugal foi o primeiro país a empreender sistematicamente a navegação atlântica. Mesmo antes do bloqueio do 
Mediterrâneo pelos turcos, os portugueses já haviam iniciado a exploração das costas da África.
Sem dúvida, a posição geográfica de Portugal contribuiu para o seu pioneirismo. Com todo o litoral voltado para o Atlântico, 
o país tinha nas atividades marítimas uma importante base econômica: a pesca ocupava boa parte de sua população e seus portos 
serviam No entanto, esse não foi o principal fator do pioneirismo português nas grandes navegações. O mais importante foi o fato de 
Portugal ter um governo forte, centralizado na pessoa do rei, e cujo interesse fundamental eram as atividades comerciais. A partir da 
Revolução de Avis, a vida política portuguesa passou a girar em torno do rei. E os reis da dinastia de Avis, conduzida ao trono com 
o apoio dos comerciantes, empenharam-se principalmente em levar adiante empreendimentos de natureza essencialmente comercial.
de escala para os navios que faziam o percurso de ida e volta entre o Mediterrâneo e o mar do Norte.
Também contribuíram para o êxito português os estudos desenvolvidos em Sagres, no sul de Portugal. Ali, o Infante Dom 
Henrique, filho do Rei Dom João I, reuniu numerosos pilotos, cartógrafos e astrônomos, cujos trabalhos favoreceram o avanço da 
arte de navegar e impulsionaram a expansão marítima portuguesa.
Descobrimento do Brasil
Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Portugal, o Rei Dom Manuel, o Venturoso, mandou organizar uma esquadra com 
o objetivo de garantir a supremacia portuguesa na Índia. Outra finalidade da expedição era difundir a religião cristã entre os pagãos.
A esquadra, a maior até então organizada em Portugal, era composta de treze navios e tinha uma tripulação de aproximadamente 
1200 homens. Para comandá-la, o rei escolheu Pedro Álvares Cabral, fidalgo de uma das mais tradicionais famílias portuguesas.
Cabral partiu de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Em 22 de abril de 1500, tendo-se afastado, para oeste, da rotas estabelecida 
por Vasco da Gama, avistou terra. Não se sabe ao certo o que teria levado Cabral a se afastar da rota estabelecida. Alguns autores 
admitem que ele teria instruções de Dom Manuel para procurar terra no lado ocidental do Atlântico. O estabelecimento da linha de 
Tordesilhas -- recuada para oeste, em relação à da bula Inter Coetera, por insistência de Portugal -- reforça essa hipótese, pois parece 
indicar que os portugueses suspeitavam da existência de terras no Atlântico Sul. No entanto, a escassez de documentos sobre o 
assunto impede que se afirme categoricamente a intencionalidade ou não do descobrimento.
Exploração do litoral brasileiro
A primeira exploração do litoral do território descoberto foi feita pela própria esquadra de Cabral, que seguiu paralelamente à 
costa em direção norte, procurando um porto onde os navios ficassem abrigados. O lugar escolhido recebeu o nome de Porto Seguro 
e hoje chama-se baía Cabrália, localizada no atual estado da Bahia.
Durante uma semana os portugueses ficaram na região -- batizada de Ilha de Vera Cruz--- e mantiveram alguns contatos com os 
habitantes. Para assinalar a posse da terra, Cabral mandou erguer uma cruz com o brasão do rei de Portugal. O nome Ilha de Vera Cruz 
foi substituído por Terra de Santa Cruz, mais tarde abandonado em favor do nome Brasil, que se tornou definitivo.
No dia 2 de maio, a esquadra retomou seu caminho para a Índia. Um dos navios, comandados por Gaspar de Lemos, foi enviado 
de volta a Portugal. Levava a notícia dos acontecimentos e várias cartas, entre elas a de Pero Vaz de Caminha, que relatava a viagem 
e o descobrimento da nova terra. Antes de realizar a travessia do Atlântico, esse navio explorou parte do litoral ao norte de Porto 
Seguro.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
A expedição de Martim Afonso de Souza
Em 1530, Dom João III enviou ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Sousa, cujos principais objetivos eram verificar a 
existência de metais preciosos, explorar e patrulhar o litoral e estabelecer os fundamentos da colonização do Brasil. Martim Afonso 
tinha poderes para nomear autoridades e distribuir terras às pessoas que quisessem permanecer aqui para desempenhar essa missão.
Martim Afonso percorreu quase todo o litoral brasileiro. De Pernambuco, enviou dois barcos para explorar o litoral norte; 
organizou expedições rumo ao sertão, partindo de Cabo Frio e de Cananéia; chegou até a foz do rio da Prata e depois retornou ao 
litoral paulista, onde fundou a vila de São Vicente (1532). Ali se organizaram alguns povoados, iniciou-se o plantio da cana e foram 
construídos os primeiros engenhos da colônia. Começava assim a colonização efetiva do Brasil, apoiada na produção de açúcar para 
o mercado externo.
Início da colonização no Brasil
Além da defesa do território, a colonização do Brasil teve outra finalidade: transformar a colônia num empreendimento lucrativo 
para Portugal.
Durante o reinado de Dom João III (1521-1557), o comércio português na Índia entrou em crise, em virtude da concorrência 
de outras nações européias, principalmente da Holanda e da Inglaterra. Ao mesmo tempo, as enormes despesas com a montagem e 
a manutenção do império português na África e na Ásia -- construção de navios, pagamento de tripulações, edificação de fortalezas 
etc. --- arruinaram as finanças do país. Nessa situação, tornava-se urgente o aproveitamento do Brasil, até então pouco lucrativo. Por 
outro lado, os portugueses esperavam encontrar metais preciosos, incentivados pelas notícias da descoberta de grandes jazidas de 
ouro e prata na América espanhola.
Instalações produtivas açucareiras
Martin Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar da ilha da Madeira e instalou o primeiro engenho da 
colônia em São Vicente, no ano de 1533. Inaugurava-se, assim, a base econômica da colonização portuguesa no Brasil. 
Os engenhos multiplicaram-se rapidamente pela costa brasileira, chegando a 400 em 1610. A importância econômica do açúcar 
como principal riqueza colonial evidencia-se no valor das exportações do produto no período do apogeu da mineração (século XVIII): 
superior a 3000 milhões de libras esterlinas, enquanto a mineração, na mesma época, gerou um lucro de cerca de 200 milhões. 
A produção do açúcar voltava-se exclusivamente para a exportação e, por gerar elevados lucros comandava a economia colonial. 
Outra lavouras desenvolveram-se na colônia, mas geralmente apresentavam um caráter complementar e secundário. À produção 
canavieira destinavam-se as melhores terras, grandes investimentos de capital e a maioria da mão-de-obra. 
O responsável pela produção -- o senhor de engenho -- usufruía de enorme prestígio social. Sobre um latifúndio monocultor, 
escravista e exportador, um padrão de exploração agrícola denominado plantation, assentava-se a agricultura brasileira no início da 
colonização de nosso território. 
A região Nordeste, destacadamente o litoral de Pernambuco e Bahia, concentrou a maior produção de açúcar da colônia.
As unidades açucareiras agro-exportadoras, conhecidas como engenhos, eram compostas de grandes propriedades de terra, 
obtidas com as doações de sesmarias pelos donatários e representantes da Coroa (governadores-gerais) a quem se interessasse 
pelo empreendimento. A grande extensão dessas propriedades impediu à formação de uma classe camponesa e o desenvolvimento 
significativo de atividades comerciais e artesanais que pudessem dinamizar um mercado interno, como ocorria em algumas regiões 
coloniais da América do Norte.
 O engenho, que em alguns casos chegava a ter perto de5 mil moradores, era constituído por extensas áreas de florestas 
fornecedoras de madeira; plantações de cana; a casa-grande, residência do proprietário, sua família e agregados e se da administração; 
a capela; e a senzala, alojamento dos escravos. A moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar formavam a fábrica do açúcar, o 
engenho propriamente dito. 
O produto era enviado para Portugal e depois para os Países Baixos, onde era refinado e comercializado.
Escravos na sociedade açucareira
Diversos fatores determinaram a generalização do trabalho escravo africano no Brasil, a partir do final do século XVI, ao mesmo 
tempo que a mão-de-obra nativa deixava de ser opção viável. Epidemias adquiridas em contato com os brancos, mortes pelo trabalho 
forçado, desarticulação de sua economia de subsistência, fugas para o interior marcavam os povos indígenas.
Além disso, a luta dos jesuítas contra sua escravização levou os colonos a voltarem seus olhos cada vez mais para os escravos 
africanos. Há longo tempo o trabalho já era explorado por companhias particulares graças ao assiento, direito de explorar o tráfico 
negreiro cedido pelo rei, mediante pagamento.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Os negros eram capturados na África pelos portugueses que, não raramente, promoviam ou estimulavam guerras entre as tribos 
africanas para poderem comprar, dos chefes vencedores, os negros derrotados. Aos poucos, os sobas, chefes locais africanos, passaram 
a capturar seus conterrâneos e a negociá-los com os traficantes, em troca de fumo, tecidos, cachaça, armas, jóias, vidros, etc.
Mesmo considerando a diversidade das cifras, entre os estudiosos, sobre o tráfico de escravos capturados na África, alguns 
números finais certamente estão bem próximos do que já se chamou de “holocausto negro”. Os escravos chegavam ao Brasil 
amontoados nos porões de navios negreiros chamados tumbeiros, sujeito a condições tão insalubres pela superlotação e a longa 
duração da viagem, que a média de mortalidade era estimada em 20%.
Não seria exagero estimar que o número de vítimas envolvendo os escravos transportados e os que morreram na luta contra as 
incursões brancas chegaria a algo próximo do dobro ou até do triplo dos africanos deslocados para a América. Calcula-se que, até 
o século XIX, entre 10 e 15 milhões de africanos, dos quais cerca de 40% vieram para o Brasil, foram capturados pelos brancos e 
deslocados para a América.
Apogeu e a crise do açúcar
Durante o século XVI e início do século XVII, o Brasil tornou-se o maior produtor de açúcar do mundo e o responsável 
pela riqueza dos senhores de engenho, da Coroa e de comerciantes portugueses. Mas foram sobretudo os holandeses que mais se 
beneficiaram com a atividade açucareira.
Responsáveis pelas etapas de refinação e comercialização, segundo estimativas, obtinham a terça parte do valor do açúcar 
vendido.
O caráter exportador da economia, característico do pacto colonial (relação entre metrópole e colônia, segunda a política 
mercantilista), foi firmado pela maciça importação de mercadorias européias, como roupas, alimentos e até objetos decorativos, para 
garantir o sustento e a opulência em que viviam os senhores de engenho do Nordeste. Além disso, a participação dos holandeses e 
portugueses no comércio do açúcar foi fator que desviou a riqueza para as áreas metropolitanas.
Por razões dinásticas, entre 1580-1640, o monarca espanhol Filipe II passou a dominar vastas extensões da Europa. nesse 
período, Portugal e suas colônias também estiveram subordinados ao domínio espanhol.
Uma guerra de independência entre Países Baixos e Espanha levou os holandeses, conhecedores das técnicas de refino e 
comercialização do açúcar, a produzi-lo em suas colônias. Concorrendo em melhores condições com o produto brasileiro, causaram 
a queda do preço, entre 1650 e 1688, a um terço de seu valor. A crise da produção açucareira no Brasil trouxe prejuízos tanto para a 
economia portuguesa quanto para a colonial.
Diante da crise da produção colonial de açúcar, o rei de Portugal, D. Pedro II (1683-1706), procurou soluções para superá-la, 
apoiando-se na atuação de seu ministro, o conde de Ericeira, que baixou as leis “pragmáticas”. Proibiu-se o uso de certos produtos 
estrangeiros, a fim de reduzir as importações e equilibrar a deficitária balança comercial lusa, além de reorientar as atividades 
produtivos no reino e nas colônias, com a ajuda de técnicos estrangeiros.
Estimulou-se no Brasil a produção do tabaco e outros produtos alimentares destinados à exportação, bem como intensificou-se 
a busca das drogas do sertão. Juntamente com a tentativa de revitalização da produção açucareira, essas medidas surtiriam efeitos 
positivos um pouco mais tarde, já no início do século XVIII, coincidindo com o princípio da atividade mineradora. Mesmo perdendo 
a supremacia no conjunto da economia colonial, o açúcar, que apresentava, nessa fase, uma rentabilidade bem menor que a de séculos 
anteriores e concorria num mercado bastante competitivo continuou a ser o principal produto nas exportações.
Capitanias hereditárias
A colonização do Brasil, iniciada em 1530 com a expedição de Martim Afonso de Souza, não foi uma tarefa fácil. Em 1532, 
Martim Afonso fundou São Vicente, a primeira vila brasileira. No entanto, um único núcleo de povoamento na imensidade da costa 
não resolvia os problemas causados por navios franceses que vinham buscar pau-brasil.
Era necessário povoar rapidamente a região costeira, mas a Coroa portuguesa não dispunha na época de recursos humanos nem 
econômicos para colonizar, em curto prazo, o litoral brasileiro. Por isso, a partir de 1534, o governo português resolveu iniciar no 
Brasil um processo de colonização que já havia sido aplicado, com muito sucesso, na ilha da Madeira e nos Açores: a divisão da terra 
em capitanias. Dessa forma, a Coroa portuguesa pretendia ocupar o território brasileiro e torná-lo uma fonte de lucros.
As capitanias eram imensos lotes de terra que se estendiam, na direção dos paralelos, do litoral até o limite estabelecido pelo 
Tratado de Tordesilhas. Esses lotes foram doados em caráter vitalício e hereditário a elementos pertencentes à pequena nobreza 
lusitana. Os donatários tinham de explorar com seus próprios recursos as capitanias recebidas.
Ao doar as capitanias, a Coroa portuguesa abria mão de certos direitos e vantagens, em favor dos donatários, esperando com isso 
despertar seu interesse pelas terras recebidas. A Carta de Doação e o Foral garantiam os direitos do capitão donatário.
- Pertenciam-lhe todas as salinas, moendas de água e quaisquer outros engenhos da capitania.
- Podia escravizar índios em número indeterminado, mas devia enviar 39 para Lisboa, anualmente.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
- Ficava com a vigésima parte da renda do pau-brasil.
- Podia criar vilas, administrar a justiça e doar sesmarias, menos para a esposa, para o filho mais velho e para judeus e estrangeiros. 
Sesmaria era uma extensão de terra que o donatário doava a quem se dispusesse a cultivá-la. Ao contrário da capitania, da qual o 
donatário não tinha a propriedade (mas apenas o uso), a sesmaria era propriedade do sesmeiro, após dois anos de real utilização.
O rei reservava para si algumas vantagens que, na verdade, lhe garantiam os melhores proveitos que a terra poderia oferecer: 
dez por cento de todos os produtos da terra; vinte por cento (um quinto) das pedras e metais preciosas; monopólio do pau-brasil, das 
drogas e das especiarias.
No Brasil, o sistema de divisão da terra em capitanias não deu bons resultados. A grande extensão dos lotes talvez a principal 
razão do insucesso. Sem recursos suficientes, os donatários só conseguiam fundar estabelecimentos precários na região costeira dos 
lotes que recebiam; não tinham condições de tentar a colonização do interior.
A enorme distânciaque separava as capitanias da metrópole, de onde vinham os recursos necessários para a sobrevivência dos 
núcleos iniciais, dificultava ainda mais a colonização.
As capitanias de São Vicente e de Pernambuco, apresentaram resultados melhores do que as outras. O sucesso dessas capitanias 
se deveu ao êxito da cultura canavieira e da criação de gado.
Com o passar do tempo, as capitanias foram revertendo ao governo português. No século XVIII, quando Portugal era governado 
pelo Marquês de Pombal, o sistema foi totalmente extinto. Os limites das capitanias sofreram modificações, mas determinaram 
os contornos gerais das províncias do Império que se limitavam com o Atlântico; estas, por sua vez, deram origem aos Estados 
litorâneos do Brasil atual. Os estados do interior tiveram origem diferente.
Governo de Tomé de Souza
Tomé de Souza foi escolhido por Dom João III para ser o primeiro governador-geral do Brasil.
Chegou em 29 de março de 1549, acompanhado por mais de novecentas pessoas, entre soldados, colonos a degredados. O 
governador trazia ainda material para iniciar a construção da primeira cidade, além de algumas cabeças de gado. Estes foram os 
principais fatos da administração de Tomé de Souza:
- Início das atividades dos jesuítas no Brasil. O primeiro grupo de missionários jesuítas chegou com o governador e era chefiado 
pelo padre Manuel da Nóbrega.
- Fundação de Salvador, a primeira capital do Brasil, em 1549.
- Criação do primeiro bispado brasileiro.
- Visita às capitanias do sul, onde o governador considerou aprovada a fundação da vila de Santo André da Borda do Campo, 
feita anos antes por Martim Afonso de Souza, e proibiu que os missionários se instalassem no sertão (medida que se revelou inútil). 
As duas atitudes do governador relacionavam-se com o fato de a capitania de São Vicente ser considerada um ponto estratégico por 
sua proximidade com as terras espanholas, com as quais inclusive, os vicentinos mantinham muitos contatos.
- Criação das primeiras fazendas de gado.
Foi muito importante para o primeiro governo-geral a ajuda recebido do português Diogo Álvares Correia, o Caramuru, bem 
como o trabalho dos jesuítas. Diogo Álvares vivia entre os indígenas da Bahia desde 1510 e desempenhou importante papel como 
intermediário entre os portugueses e os índios. Os sacerdotes da Companhia de Jesus, sob a chefia de Nóbrega, fundaram em 
Salvador, o primeiro colégio do Brasil. Os jesuítas penetraram no sertão, empenharam-se na catequese dos índios, fundaram escolas 
para os filhos dos colonos e procuraram impor aos portugueses as normas da moral cristã no relacionamento com os indígenas. 
Assim, tentaram impedir a escravização de índios e a exploração sexual das mulheres indígenas pelos colonizadores.
Governo de Duarte da Costa
O segundo governador-geral, Duarte da Costa, chegou ao Brasil em 1553, trazendo 250 pessoas, entre elas o noviço José de 
Anchieta. Vários acontecimentos marcaram a administração do segundo governador-geral:
•	 Combate às tribos indígenas do Recôncavo Baiano.
•	 Expedição ao sertão, com o objetivo de procurar as tão faladas riquezas minerais, procedentes das colônias espanholas 
situadas na região andina.
•	 Incidente entre o primeiro bispo, Dom Pero Fernandes Sardinha, e o filho de Duarte da Costa, Dom Álvaro da Costa, 
que trouxe conseqüências trágicas para o bispo. Diante das críticas de Dom Pero Fernandes à agressividade e aos 
maus costumes de Dom Álvaro, a população de Salvador se dividiu em duas facções: uma favorável a Dom Álvaro e 
ao governador; outra favorável ao bispo. Dom Pero Fernandes foi chamado a Portugal para dar explicações sobre os 
acontecimentos, mas seu navio naufragou no litoral de Alagoas e ele foi morto pelos índios caetés.
•	 Fundação do Colégio de São Paulo pelos jesuítas, em 25 de janeiro de 1554.
•	 Invasão do Rio de Janeiro em 1555 pelos franceses, que pretendiam estabelecer uma colônia naquele local. Como não 
dispunha de recursos suficientes para expulsá-los, o governador nada pôde fazer.
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Governo de Mem de Sá
Um dos principais acontecimentos durante o governo de Mem de Sá, sucessor de Duarte da Costa, foi a expulsão dos franceses 
no Rio de Janeiro.
Os invasores tinham estabelecido relações cordiais com os indígenas, incitando-os contra os portugueses.
Em 1563, os jesuítas José de Anchieta e Manuel de Nóbrega conseguiram firmar a paz entre os portugueses e os índios tamoios, 
que ameaçavam a segurança de São Paulo e de São Vicente. Anchieta permaneceu cinco meses como refém dos índios de Iperoig, 
aldeia localizada onde é hoje a cidade de Ubatuba, no litoral norte do Estado de São Paulo. A chamada Paz de Iperoig, conseguida 
pelos dois sacerdotes, permitiu a sobrevivência do Colégio de São Paulo e a permanência dos portugueses na região.
Mem de Sá, num primeiro ataque contra os invasores do Rio de Janeiro, conseguiu destruir o forte Coligny, que eles tinham 
construído na ilha de Serigipe, hoje Villegaignon, na baía de Guanabara. Depois disso, o governador voltou à Bahia. Os franceses, 
que tinham conseguido refúgio junto aos índios, seus aliados, retornaram e reconstruíram o forte.
Em 1º de março de 1565, o sobrinho de Mem de Sá, Estácio de Sá, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. A nova 
cidade tornou-se a base das operações dos portugueses na luta contra os franceses.
A expulsão definitiva dos franceses só foi conseguida depois de muitas lutas. Estácio de Sá, com a ajuda de tropas do governador 
e da região de São Vicente, derrotou os invasores depois da batalhas do forte Coligny, de Uruçu-Mirim e da ilha do Governador 
(Paranapuã). Destacaram-se nos combatentes, lado a lado com os portugueses, os índios temiminós do Espírito Santo, comandados 
por Araribóia. Como recompensa, esse chefe indígena recebeu uma sesmaria na região do Rio de Janeiro, onde fundou a vila de São 
Lourenço, que deu nome à cidade de Niterói. Mem de Sá governou até 1572, ano de sua morte. Dom Luís de Vasconcelos, que havia 
sido enviado em 1570 para ser o quarto governador, morreu durante a viagem para o Brasil, quando seu navio foi atacado por pirata 
franceses.
A revolta de Beckman
No Maranhão, como em São Paulo, houve conflitos entre os colonos e os jesuítas por causa da escravização dos indígenas. 
Em 1661, por seu trabalho de intransigente defesa da liberdade dos índios, os religiosos da Companhia de Jesus foram expulsos do 
Maranhão. Só puderam voltar, por decisão da Coroa, em 1680.
Nessa data, o governo português proibiu terminantemente a escravização de índios.
Para resolver o problema da falta de braços para a lavoura, bem como para controlar o comércio naquela região do Brasil, 
o governo português criou, em 1682, a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, à qual passou a responsabilidade do 
monopólio da Coroa.
A companhia não cumpriu os compromissos assumidos, o que despertou grande descontentamento entre os colonos da região. Os 
escravos africanos não foram trazidos para o Maranhão em número suficiente, e os gêneros alimentícios negociados pela companhia, 
além de muito caros, não eram de boa qualidade.
Revoltaram-se contra esta situação elementos do clero, da classe mais elevada e do povo, chefiados por Manuel Beckman, 
fazendeiro muito rico e respeitado na região. Os revoltosos expulsaram os jesuítas, declararam deposto o governador e extinta a 
companhia de comércio.
Beckman governou o Maranhão durante um ano, até a chegada de uma frota portuguesa sob o comando de Gomes Freire de 
Andrada. Beckman fugiu, mas foi delatado por Lázaro de Melo, sendo então preso e enforcado.
A extinção da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão foi mantida pelo governo português , como queriam os revoltosos, 
mas os jesuítas puderam retornar e continuar seu trabalho.
A guerra dos Emboabas
Quando as notícias da descoberta de ouro emMinas Gerais se espalharam pelo Brasil e chegaram a Portugal, milhares de pessoas 
acorreram à região. No livro Cultura e opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, do padre João Antônio Andreoni (Antonil), 
editado em 1711, encontramos a seguinte referência ao afluxo de pessoas a Minas Gerais. 
“A sede do ouro estimulou tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão ásperos como são os das minas, que 
dificilmente se poderá dar conta do número de pessoas que atualmente lá estão...”
O afluxo de forasteiros desagradou os paulistas. Por terem descoberto as minas e por elas se encontrarem em sua capitania, os 
paulistas reivindicaram direito exclusivo de explorá-las. Entre 1708 e 1709, ocorreram vários conflitos armados na zona aurífera, 
envolvendo de um lado paulistas e de outro portugueses e elementos vindos de vários pontos do Brasil.
Os paulistas referiam-se aos recém-chegados com o apelido pejorativo de emboabas. Os emboabas aclamaram o riquíssimo 
português Manuel Nunes Viana como governador das Minas. Nunes Viana, que enriquecera com o contrabando de gado para a zona 
mineira, foi hostilizado por Manuel de Borba Gato, um dos mais respeitados paulistas da região. Nos conflitos que se seguiram, os 
paulistas sofreram várias derrotas e foram obrigados a abandonar muitas minas.
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RESUMO DE CONCURSOS 
Um dos episódios mais importantes da Guerra dos Emboabas foi o massacre de paulistas pelos embobas, no chamado Capão 
da Traição. Nas proximidades da atual cidade de São João del-Rei, um grupo de paulistas chefiados por Bento do Amaral Coutinho. 
Este prometeu aos paulistas que lhes pouparia a vida, caso se rendessem. Entretanto, quando eles entregaram suas armas, foram 
massacrados impiedosamente.
Em represália, os paulistas organizaram uma tropa de mais ou menos 1 300 homens. Essa força viajou para Minas com o objetivo 
de aniquilar os emboabas, mas não chegou a atingir aquela capitania.
A guerra favoreceu os emboabas e fez os paulistas perderem várias minas. Por isso, eles partiram em busca de novas jazidas; em 
1718 encontraram ricos campos auríferos em Mato Grosso.
Estas foram as principais conseqüências da Guerra dos Emboabas:
•	 Criação de normas que regulamentam a distribuição de lavras entre emboabas e paulistas e a cobrança do quinto.
•	 Criação da capitania de São Paulo e das Minas de Ouro, ligada diretmente à Coroa, independente portanto do governo 
do Rio de Janeiro (3 de novembro de 1709).
•	 Elevação da vila de São Paulo à categoria de cidadePacificação da região das minas, com o estabelecimento do controle 
administrativo da metrópole.
A guerra dos mascates
A Guerra dos Mascates foi um movimento de caráter regionalista cujos principais fatores foram:
•	 decadência da atividade agroindustrial açucareira em virtude da concorrência internacional;
•	 desenvolvimento comercial e urbano em Pernambuco;
•	 elevação do povoado de Recife à categoria de vila.
Com a decadência do açúcar, a situação dos poderosos senhores de engenho de Pernambuco sofreu grandes modificações. 
Empobrecidos, os fazendeiros de Olinda, pertencentes às mais tradicionais famílias da época, eram obrigados a endividar-se com os 
comerciantes portugueses do Recife, que lhes emprestavam dinheiro a altos juros.
Os olindenses chamavam os recifenses de mascates, referindo-se de forma pejorativa à sua profissão. Os recifenses, por sua vez, 
designavam os habitantes de Olinda pelo apelido de pés-rapados, por serem pobres.
Recife crescera tanto desde a época do domínio holandês que, em 709, o Rei Dom João V elevou o povoado à categoria de vila. 
Este fato desagradou os habitantes de Olinda, a vila mais antiga da capitania, embora mais pobre e menos povoada que Recife.
Em 1710, ao serem demarcados os limites entre as duas vilas, teve início a revolta. O governador de Pernambuco, Sebastião de 
Castro e Caldas, foi ferido por um tiro na perna e, com o agravamento da luta, fugiu para a Bahia.
Sucederam-se os choques entre olindenses e recifenses, e a revolta tomou conta de toda a capitania. Com a nomeação de um 
novo governador (Felix José Machado de Mendonça), as lutas acalmaram-se. Em 1714, o Reio Dom João V anistiou todos os que se 
envolveram na revolta, restabelecendo a ordem em Pernambuco.
A rivalidade entre brasileiros e portugueses na capitania continuou a existir, mas só se transformou novamente em revolta mais 
de um século depois (1817) e com caráter diferente.
Motins do Maneta
Nos últimos meses de 1711, ocorreram duas sublevações populares na Bahia. A razão do primeiro motim, chefiado pelo 
negociante João de Figueiredo da Costa, apelidado o Maneta, foi um aumento de impostos decretado pelo governo. A multidão, 
formada principalmente por portugueses, avançou contra o palácio do governador Pedro de Vasconcelos e Souza, que atendeu aos 
pedidos da massa popular. Todos os participantes da revolta forma anitiados.
Pouco tempo depois, ocorreu outro motim na Bahia, quando a esquadra francesa do corsário Duguay-Trouin ocupou o Rio 
de Janeiro. Os revoltosos queriam a organização imediata de uma expedição para combater os invasores. O governador Pedro de 
Vasconcelos conseguiu contornar a situação até os franceses deixarem o Rio de Janeiro.
Revolta de Filipe dos Santos
Na região das minas, o ouro em pó era utilizado como se fosse moeda corrente. Com a criação das Casas de Fundição em Minas 
Gerais, em 1719, a circulação de ouro em pó foi proibida.
As casas de Fundição foram criadas pelo governo português para evitar o contrabando de ouro e obrigar o colono a pagar o quinto 
devido à Coroa. Todo ouro descoberto deveria ser encaminhado a essas repartições, onde era derretido e, depois de separada a parte 
do rei, transformado em barras.
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RESUMO DE CONCURSOS 
Foi contra essas condições do governo que ocorreu a revolta de 1720, chefiada por Filipe dos Santos Freire. A Revolta de Filipe 
dos Santos foi motivada, portanto, apenas por fatores econômicos.
Seus objetivos eram impedir o estabelecimento das Casas de Fundição e manter a legalidade da circulação de ouro em pó.
Em 28 de junho de 1720 teve início a revolta em Vila Rica (atual Ouro Preto). Cerca de 2 000 revoltosos dirigiram-se para 
Ribeirão do Carmo, atual Mariana, e pressionaram o governador de Minas, Dom Pedro de Almeida, Conde de Assumar, para que 
atendesse às suas exigências. Este concordou com os pedidos dos revoltosos, pois não contava com forças armadas para enfrentá-los. 
Assim que conseguiu tropas suficientes, o governador esmagou a revolta, mandando prender os cabeças do movimento. Filipe dos 
Santos foi enforcado (16 de julho de 1720), e seu corpo esquartejado após a execução.
Inconfidência carioca
A Inconfidência Carioca teve características parecidas com o movimento sufocado em Minas Gerais cinco anos antes. A 
Revolução Francesa foi a inspiradora dos inconfidentes do Rio de Janeiro, que fundaram uma Sociedade Literária para a divulgação 
de suas idéias. Denunciados, os conjurados foram presos e acusados de fazerem críticas à religião e ao governo, além de adotarem 
idéias de liberdade para a colônia.
Entre os inconfidentes cariocas estavam o poeta Manuel Inácio da Silva Alvarenga, Vicente Gomes e João Manso Pereira. 
Durante dois anos e meio, os implicados no movimento frustrado ficaram presos, sendo depois libertados.
Inconfidência baiana
A Inconfidência Baiana em 1798, também chamada Conjuração Baiana, teve características bem diferentes das anteriores, 
especialmente porque seus participantes pertenciam às camadas pobres da população.
Os chefes da Inconfidência foram Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens, que eram soldados, João de Deus do Nascimento e 
Manuel Faustino dos Santos Lira, alfaiates. A conspiração é por isso conhecida também como Revolta dos Alfaiates.
Inspirados nos ideais da Revolução Francesa, os inconfidentespretendiam proclamar a República.
Em 12 de agosto de 1798, os conspiradores colocaram nos muros da cidade papéis manuscritos chamando a população à luta 
e proclamando idéias de liberdade, igualdade, fraternidade e República. Foram descobertos e presos e, em 8 de novembro de 1799, 
enforcados em Salvador.
Revolução pernambucana
Com a vinda de Dom João em 1808, o Brasil passou por profundas modificações. Por isso, na época da Revolução Pernambucana 
a situação do Brasil era bem diferente da que vivia o país, quando eclodiram os movimentos revolucionários anteriores a esse.
Os principais fatores da Revolução de 1817 em Pernambuco foram:
•	 a independência das colônias espanholas da América do Sul;
•	 a independência dos Estados Unidos;
•	 as idéias de liberdade que vinham se propagando desde o século anterior em todo o Brasil;
•	 a ação das sociedades secretas, que pretendiam a libertação da colônia;
•	 o desenvolvimento da cultura em Pernambuco, por influência do Seminário de Olinda.
O governador de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, ficou sabendo dos planos dos revolucionários e mandou 
prender os principais implicados na conspiração. Estes, então, anteciparam a eclosão do movimento, que teve início quando o capitão 
José de Barros lima (apelidado “Leão Coroado”) matou o oficial português encarregado de prendê-lo.
A revolta estendeu-se rapidamente e os patriotas tornaram-se senhores da situação, estabelecendo novo governo assim que 
Caetano Montenegro partiu para o Rio de Janeiro. Os principais implicados na Revolução Pernambucana em 1817 foram: Domingos 
José Martins, Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, padre João Ribeiro Pessoa, Antônio 
Gonçalves da Cruz, José de Barros Lima, padre Miguel de Almeida Castro, José Inácio Ribeiro de Abreu Lima e outros.
Assim que conseguiram dominar a situação, os revoltosos organizaram um governo provisório. O novo governo procurou logo 
estender o movimento às outras capitanias e obter o reconhecimento no exterior.
A revolta estendeu-se ao Ceará, à Paraíba e ao Rio Grande do Norte.
O governo revolucionário pernambucano durou pouco mais de dois meses. Recife foi cercada por mar e tropas enviadas da Bahia 
avançaram por terra, colocando os revoltosos em situação desesperadora, desmantelando-lhes a resistência.
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Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil
A mudança da família real e da Corte portuguesa para o Brasil foi conseqüência da situação européia no início do século 
XIX. Naquela época, a Europa estava inteiramente dominada pelo imperador dos franceses, Napoleão Bonaparte. Com sua política 
expansionista, ele submetera a maior parte dos países europeus à dominação francesa. O principal inimigo de Napoleão era a 
Inglaterra, cuja poderosa armada o imperador não pudera vencer.
Em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, obrigando todas as nações da Europa continental a fecharem seus portos 
ao comércio inglês. Com essa medida, Napoleão pretendia enfraquecer a Inglaterra, privando-a de seus mercados consumidores e de 
suas fontes de abastecimento. Nessa época, Portugal era governado pelo Príncipe Regente Dom João, pois sua mãe, a Rainha Dona 
Maria I, sofria das faculdades mentais.
Pressionado por Napoleão, que exigia o fechamento dos portos portugueses ao comércio inglês, e ao mesmo tempo pretendendo 
manter as relações com a Inglaterra, Dom João tentou adiar o mais que pôde uma decisão definitiva sobre o assunto.
Se aderisse ao Bloqueio Continental, Portugal ficaria em condições extremamente difíceis, porque a economia portuguesa 
dependia basicamente da Inglaterra. Os ingleses eram os maiores fornecedores dos produtos manufaturados consumidos em Portugal 
e também os maiores compradores das mercadorias portuguesas e brasileiras. A Inglaterra, por sua vez, também não queria perder seu 
velho aliado, principalmente porque o Brasil representava um excelente mercado consumidor de seus produtos.
Para resolver a situação de acordo com os interesses de seu país, o embaixador em Lisboa, Lorde Percy Clinton Smith, Visconte 
de Strangford, conseguiu convencer Dom João a transferir-se com sua Corte para o Brasil Desse modo, os ingleses garantiam o 
acesso ao mercado consumidor brasileiro. 
A transferência da Corte era uma boa solução também para a família real, pois evitava a deposição da dinastia de Bragança pelas 
forças napoleônicas. 
O Tratado de Fontainebleau, estabelecido entre a França e a Espanha em outubro de 1807, apressou a decisão do Príncipe 
Regente Dom João a abandonar a metrópole. Por aquele tratado, Portugal e suas colônias, inclusive o Brasil, seriam repartidos entre 
a França e a Espanha.
No dia 29 de novembro, Dom João e sua família, acompanhados por cerca de 15.000 pessoas, partiram para o Brasil. No dia 
seguinte, as tropas francesas do general Junot invadiram Lisboa.
Quatro navios britânicos escoltaram as embarcações portuguesas até o Brasil; parte da esquadra portuguesa aportou na Bahia e 
parte no Rio de Janeiro.
A chegada de Dom João à Bahia, onde ficou pouco mais de um mês, ocorreu em 22 de janeiro de 1808. Teve início, então, uma 
nova História do Brasil, pois a colônia foi a grande beneficiado com a transferência da Corte. A presença da administração real criou 
pouco a pouco condições para a futura emancipação política da colônia. Na Bahia, Dom João seguiu para o Rio de Janeiro. Ali, o 
alojamento da numerosa comitiva do príncipe causou grandes problemas. As melhores residências da cidade foram requisitadas para 
os altos funcionários da Corte, não sendo poucas as pessoas despejadas de suas casas para hospedar os recém-chegados.
O governo de Dom João
Em 1810, dois anos após o estabelecimento da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, a Inglaterra renovou seus tratados comerciais 
com o príncipe dom João. Beneficiados com esses tratados, os ingleses aumentaram ainda mais a venda de seus produtos para o 
mercado brasileiro. A burguesia portuguesa, ao contrário, viu seus privilégios se reduziram. No Reino, os portugueses hostilizavam 
dom João; na Colônia, dirigiam sua insatisfação contra a elite local.
A relação entre os portugueses recém-instalados e os brasileiros -- latifundiários e comerciantes -- tornaram-se tensas, pois 
somente os portugueses tinham acesso aos postos do governo. Aos brasileiros restava apenas o pagamento dos impostos, usados 
basicamente para a sustentação da Corte.
A Coroa era incapaz de contentar brasileiros e portugueses porque ela mesma estava quase sempre sem dinheiro. Dom João 
recorria freqüentemente aos empréstimos externos de banqueiros ingleses.
Esse descontentamento geral levou um jornal clandestino -- O Correio Braziliense -- a criticar o governo português.
Mas, apesar de todas as dificuldades, dom João reurbanizou o Rio de Janeiro, construiu escolas, bibliotecas e teatros. Trouxe para 
o Brasil artistas e cientistas europeus, o que contribuiu para renovar a cultura brasileira.
As guerras Napoleônicas
Das grandes guerras ocorridas na história, as guerras napoleônicas estão, entre as mais importantes, pois influenciaram o destino 
de muitos países, inclusive o Brasil. A conturbada relação entre os revolucionários franceses e as monarquias européias fez com que 
os reinos da Áustria e da Prússia, em 1792, criassem uma aliança para reaver o trono da França, conhecida como primeira coalizão 
ou coligação. A resposta do Diretório, órgão máximo da república francesa veio, com a organização inúmeras tropas para o combate, 
dentre elas uma enviada para a Itália comandada pelo jovem Napoleão Bonaparte, que com grande agilidade em seus movimentos 
alcançou inúmeras vitórias em Lodi, Castiglioni, Árcole e Rívole em 1797.
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Com essas outras conquistas a primeira coalizão viu-se estraçalhada. Sobrava apenasa Inglaterra, que insistia sozinha em lutar 
contra a França. Com a intenção de arruinar o poder inglês no Oriente Médio, Napoleão planejou a conquista do Egito. Desembarcou 
no delta do Rio Nilo, derrotando os mamelucos que controlavam esta região na famosa batalha das Pirâmides, porém, logo após a 
invasão da cidade do Cairo, os franceses ficaram imobilizados, pois haviam perdido a sua esquadra na batalha naval de Abukir. Com 
a notícia da formação de uma nova coalizão, Bonaparte e seu exército viram-se forçados a retornar para a França.
O retorno das forças francesas foi o trunfo que levou a mais uma vitória sobre a aliança das monarquias européias. Esta deu 
a Napoleão Bonaparte, recém nomeado cônsul pelo golpe 18 Brumário, uma grande fama entre as massas, levando em 1804 o 
Senado, em conjunto com um plebiscito, declará-lo imperador da França. Os ideais da revolução francesa se expandiam por todoa o 
continente europeu, o que causava um desequilíbrio nas demais nações européias. A paz perdurou na Europa por mais alguns anos, 
até que se formou uma outra coalizão.
Realizando um contra-ataque, os franceses se dirigiram contra a Áustria. Após atravessar o rio Reno, o exército inimigo se rendeu, 
e com a sua entrada triunfante em Viena a França pôde comemorar uma de suas mais rápidas campanhas; os russos e austríacos foram 
derrotados logo depois, em Austerlitz. A Prússia promoveu pouco depois a quarta coalizão, que foi derrotada em Iena. Entrando em 
Berlim, Napoleão decretou o “Bloqueio Continental” para acabar com a economia inglesa. A Rússia, outrora aliada dos prussianos, 
passou para o lado francês.
Porém, nem todos os Estados europeus aceitaram o bloqueio. Um deles foi Portugal, antigo aliado da Inglaterra, que teve que 
transferir a sua corte real para o Brasil, devido à invasão das tropas do General Junot.
A Espanha aliou-se à França, fazendo a Inglaterra atacar as colônias espanholas na América e no Caribe, o que gerou uma crise 
interna. Vendo que sua aliada estava com grandes problemas, Napoleão derrubou o rei espanhol e colocou no lugar seu irmão José 
Bonaparte o que forçou o povo a voltar-se contra ao imperialismo francês gerando carnificina na Península Ibérica. Essa revolução 
inspirou as demais nações européias a rebelar-se contra o império napoleônico. 
O czar (imperador da Rússia) ficou encolerizado com Napoleão e para provocá-lo abriu seus portos aos ingleses, dando início 
a guerra. Bonaparte arregimentou mais de 500.000 homens, constituindo assim o famoso “Exército das 20 nações”. Os russos 
sempre evitaram grandes batalhas, por isso recuaram devastando plantações e cidades que poderiam dar abrigo às tropas inimigas. 
Vencedores em Moskova, os franceses se apoderaram de Moscou, que foi parcialmente incendiada pelos próprios russos. Esperando 
pelo seu grande aliado, o “general inverno”, o czar atrasou as propostas de paz. O inverno veio. Napoleão optou pela retirada tarde 
demais, então expostos ao frio e à fome e perseguidos pela cavalaria russa, os soldados franceses pereciam aos milhares.
Após este desastre, os inimigos da França se uniram novamente em uma nova coalizão, e esta reuniu novo exército às pressas 
para tentar se defender. Os aliados foram vencidos em alguns conflitos, mas em Leipzig, na batalha das Nações, Napoleão sofreu uma 
irreparável derrota, que pôs em cheque o império francês. O fracasso em Leipzig foi tão evidente que os aliados entraram em Paris no 
ano de 1814. O Imperador ainda tentou abdicar em favor de seu filho, mas o senado já havia dado o trono a um irmão de Luís XVI, 
que recebeu o nome de Luís XVII.
Após fugir do exílio na ilha de Elba, Bonaparte foi aclamado pelos exércitos que iam prendê-lo. Em Paris, depôs Luís XVII 
e restabeleceu a ordem no império; essa empreitada durou cerca de cem dias. Reunidos no Congresso de Viena, os adversários o 
declararam fora da lei e estabeleceram uma ultima coalizão contra a França. Forçado a abdicar do trono, em 15 de julho de 1815, 
Napoleão invade a Bélgica com 124 mil soldados, dando início a batalha que selou o destino europeu: Waterloo.
O único trunfo do general Napoleão Bonaparte era de obter a vitória sobre os seus inimigos separadamente, antes que 
eles conseguissem se reunir. As tropas inimigas que ocupavam a área eram compostas por ingleses, prussianos, belgas, alemães e 
holandeses.
O objetivo de Napoleão era render os inimigos para forçar algum armistício. A tarefa não era fácil. O exército anglo-alemão 
contava com 93 mil homens, sob o comando do Duque de Wellington. Os prussianos tinham 117 mil homens, liderados pelo general 
Blücher. Para vencer os franceses deveriam atacar, mas devido ao fracasso do general Grouchy, eles foram atacados pela retaguarda, 
forçando a rendição da França. Sob custódia inglesa, o famoso e brilhante general Napoleão Bonaparte foi enviado a ilha de Santa 
Helena onde morreu, em 1821, dando fim a era napoleônica.
As guerras napoleônicas conseguiram difundir os ideais iluministas da revolução francesa, com o enfraquecimento das monarquias 
européias que após a Primeira Guerra Mundial seriam depostas dando lugar as repúblicas democráticas fundadas nesses ideais, que 
até então não tinham uma forte expressão no mundo, contribuindo assim, com muitas as revoltas coloniais. Além disso, a derrota 
francesa ter definido a Inglaterra como potência naval, econômica e militar da idade moderna.
A crise da coroa portuguesa
Com a morte de D.Maria I, em 1816, D.João VI tornou-se soberano com plenos poderes. A cerimônia de aclamação realizou-se 
em 1818, ainda no Rio de Janeiro, provocando protestos entre os portugueses que viviam em Portugal. Os motivos eram simples: 
desde 1811, as tropas francesas já haviam se retirado do reino, Napoleão Bonaparte já fora derrotado definitivamente na famosa 
batalha de Waterloo (1815) e a guerra terminara na Europa.
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Aparentemente não havia razão para a Corte continuar sediada no Rio de Janeiro.
Na América portuguesa, os conselheiros de D.João VI acompanhavam apreensivos os acontecimentos políticos. Desde 1810, 
o império espanhol fragmentava-se em diversos pequenos Estados republicanos. Além de temer que os exemplos pudessem ser 
seguidos no Brasil, D. João, aproveitando-se dessas inssurreições, anexou a Banda Oriental aos domínios portugueses, passando a 
denominá-la Província Cisplatina. O objetivo era controlar a região do prta e alargar ainda mais as fronteiras de seu império.
Insurreição pernambucana
A insurreição pernambucana, também referida como Guerra da Luz Divina, registrou-se no contexto da segunda das Invasões 
holandesas do Brasil, culminando com a expulsão dos neerlandeses da região Nordeste do Brasil. Em 15 de maio de 1645, reunidos 
no Engenho de São João, 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram compromisso para lutar contra o domínio holandês na 
capitania. O movimento integrou forças lideradas por André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe 
Camarão.
Até a chegada do administrador da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (WIC), João Maurício de Nassau-Siegen, aos 
territórios conquistados em 1637, os luso-brasileiros empreendiam a chamada “Guerra Brasílica”, um tipo de guerrilha que consistia 
em ataques rápidos e furtivos às forças neerlandesas, após o qual os atacantes desapareciam rapidamente nas matas. A partir de então 
essas emboscadas ficariam suspensas no território da capitania de Pernambuco, uma vez que Nassau implementou uma política de 
estabilização nos domínios conquistados.
Sob o seu governo, o nordeste brasileiro conheceu uma época de ouro: a “Nova Holanda”. Ao pisar em solo americano, encontrou 
cerca de 7.000 almas vivendo nas piores condições de higiene e habitação. Mandou construir pontes, palácios, iniciou a urbanização 
do que hoje é conhecido como o bairro de Santo Antônio na capital pernambucana,

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