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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA SOCIESC DEFEITOS DE FUNDIÇÃO NO PROCESSO AREIA A VERDE Iberê R. Duarte JOINVILLE MAIO/2004 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................4 2 EXTENSÃO DOS DEFEITOS DE FUNDIÇÃO .............................................................4 3 DIFICULDADES NO LEVANTAMENTO.......................................................................4 4 IMPORTÂNCIA DO LEVANTAMENTO ........................................................................4 5 DADOS PARA DETECTAR A CAUSA.........................................................................4 6 DADOS PARA DETERMINAR O VALOR E ACOMPANHAR OS PRAZOS................4 7 DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS CORRETIVAS OTIMIZADAS ...........................5 8 FONTES PARA DETERMINAÇÃO DE CAUSAS E MEDIDAS CORRETIVAS ...........5 9 PRÍNCIPAIS DEFEITOS ORIUNDOS DA AREIA A VERDE........................................6 10 SINTERIZAÇÃO............................................................................................................6 10.1 Identificação ..............................................................................................................6 10.2 Causas ......................................................................................................................7 10.3 Prevenção .................................................................................................................7 11 PENETRAÇÃO .............................................................................................................8 11.1 Identificação ..............................................................................................................8 11.2 Causas ......................................................................................................................9 11.3 Prevenção ...............................................................................................................10 12 ESCAMA, RABO DE RATO .......................................................................................11 12.1 Identificação ............................................................................................................11 12.2 Causas ....................................................................................................................12 12.3 Prevenção ...............................................................................................................13 13 BLOWHOLE - BOLHAS DE GASES..........................................................................13 13.1 Identificação ............................................................................................................13 13.2 Causas ....................................................................................................................14 13.3 Prevenção ...............................................................................................................15 13.4 Elementos para o diagnóstico .................................................................................15 14 PINHOLING DE HIDROGÊNIO ..................................................................................16 14.1 Identificação ............................................................................................................16 14.2 Causas ....................................................................................................................19 14.3 Prevenção ...............................................................................................................19 15 PINHOLING DE NITROGÊNIO...................................................................................20 15.1 Identificação ............................................................................................................20 15.2 - A fusão como uma fonte de nitrogênio..................................................................20 15.2.1 Forno Cubilô ........................................................................................................20 15.2.2 Forno Elétrico ......................................................................................................21 15.2.3 Neutralização do nitrogênio .................................................................................22 15.3 A moldagem e a marcharia como fontes de nitrogênio ...........................................22 15.3.1 Processo caixa quente ........................................................................................22 15.3.2 Processo shell .....................................................................................................22 15.3.3 Areia recuperada - ligadas quimicamente (cura a frio) ......................................23 15.4 Pintura.....................................................................................................................23 3 15.5 Adesivos, selantes ..................................................................................................23 15.6 Sumário...................................................................................................................23 16 PENETRAÇÃO POR EXPLOSÃO..............................................................................23 16.1 Identificação ............................................................................................................23 16.2 Mecanismo de formação .........................................................................................23 16.3 Causas ....................................................................................................................24 16.4 Prevenção ...............................................................................................................25 17 EROSÃO/LAVAGEM/INCLUSÃO DE AREIA ............................................................25 17.1 Identificação ............................................................................................................25 17.2 Causas ....................................................................................................................26 17.3 Prevenção ...............................................................................................................26 18 INCLUSÃO DE CARBONO VÍTREO ..........................................................................27 18.1 Identificação ............................................................................................................27 18.2 Causas ....................................................................................................................27 18.3 Prevenção ...............................................................................................................27 19 INCLUSÃO DE BENTONITA......................................................................................27 19.1 Identificação ............................................................................................................27 19.2 Causa......................................................................................................................27 19.3 Prevenção ...............................................................................................................27 20 QUEBRA DE CANTOS E DE BOLOS........................................................................27 20.1 Identificação ............................................................................................................27 20.2 Causas ....................................................................................................................28 20.3 Prevenção ...............................................................................................................28 21 SUPERFÍCIE ÁSPERA ...............................................................................................2921.1 Identificação ............................................................................................................29 21.2 Causas ....................................................................................................................29 22 VEIAMENTO ...............................................................................................................29 22.1 Identificação ............................................................................................................29 22.2 Causas ....................................................................................................................30 22.3 Prevenção ...............................................................................................................30 23 DEFEITOS ORIUNDOS DA FALTA DE RIGIDEZ DO MOLDE..................................30 24 DEFEITOS ORIUNDOS DO SPRINGBACK...............................................................31 24.1 Causas do “springback" ..........................................................................................31 REFERÊNCIAS .................................................................................................................32 4 1 INTRODUÇÃO Segundo Herger e Kleinheyer, 60% do refugo total da fundição e 70% do custo de limpeza da peça são oriundos da areia de moldagem. Portanto, a abordagem sobre este tema é muito importante, apesar da sua complexidade. Este compêndio reune informações sobre a aparência, principais causas e maneiras de como prevenir os príncipais defeitos de fundição no processo areia a verde, originários da areia. 2 EXTENSÃO DOS DEFEITOS DE FUNDIÇÃO Defeitos Menores 1 - Defeitos aceitáveis (de aparência) 2 - Defeitos recuperáveis Defeitos Graves 3 - Refugo Temos também Excesso de sobremetal para compensar defeitos. Tempo de jateamento superior a 15 minutos. Quebra excessiva de bolo. Uso constante de areia de faceamento, pintura de moldes, para ferro fundido. 3 DIFICULDADES NO LEVANTAMENTO Organização Fatores psicológicos - medo - escárnio - vaidade Sistema de transporte Local e anotações de rotina 4 IMPORTÂNCIA DO LEVANTAMENTO Situação real Reconhecer os pontos de maior significância Estímulo ao grupo Base para o diagnóstico 5 DADOS PARA DETECTAR A CAUSA Nome correto do defeito e sua descrição Número do modelo Número do modelo em vários modelos semelhantes Hora de vazamento/turno Lote/número da fusão 6 DADOS PARA DETERMINAR O VALOR E ACOMPANHAR OS PRAZOS Peso Custo de produção 5 Quantidade Número do modelo Custo de recuperação 7 DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS CORRETIVAS OTIMIZADAS RELACIONAR TODAS AS CAUSAS CONHECIDAS RELACIONAR TODAS AS MEDIDAS CORRETIVAS DADOS DE PRODUÇÃO DADOS DE LABORATÓRIO VERIFICAR QUANTO A EFEITOS SECUNDÁRIOS INDESEJÁVEIS DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS MAIS PROVÁVEIS ESCOLHA DAS MEDIDAS CORRETIVAS MAIS RACIONAIS PROCESSO DE PRODUÇÃO CORRIGIDO PEÇA LIVRE DE DEFEITO PEÇA COM DEFEITO DIAGNÓSTICO CONFIRMADO CORRIGIR DIAGNÓSTICO 8 FONTES PARA DETERMINAÇÃO DE CAUSAS E MEDIDAS CORRETIVAS Conhecimentos pessoais especializados Experiência profissional Raciocínio e combinações Literatura especializada Conversa com colegas Consulta a especialistas 6 9 PRÍNCIPAIS DEFEITOS ORIUNDOS DA AREIA A VERDE Inclusão de areia Bolha de gás Pinholes Escamas de expansão/rabo de rato Sinterização Penetração Erosão/Lavagem Inclusão de carbono vítreo Inclusão de bentonita Quebra de cantos e de bolo Superfície áspera Veiamento 10 SINTERIZAÇÃO 10.1 Identificação Crosta de areia fundida, solidamente aderida, superfície rugosa, ocorre próxima a canais e secções grossas, regiões submetidas à concentração de calor. Pode ser diferenciado da penetração por: Resíduos raspados não são atraídos por imã No exame metalográfico observa-se que os grãos de areia são atacados pelo metal e não existe metal entre eles Não ocorre com areias de zirconita ou cromita Fig.1 - Aspecto da superfície com sinterização. 7 Fig. 2 - Microestrutura de uma região sinterizada, os grãos de areia são atacados pelo metal. 10.2 Causas Reação metal/molde em temperatura de +/- 800 0C. O primeiro estágio é a formação de óxido de ferro que reage com a sílica e forma um complexo silicato de ferro com baixo ponto de fusão, ocorrendo ligação entre si e com a peça. A principal razão para sinterização de molde e macho é a refratariedade baixa. Os fatores que contribuem são: Contaminação da areia com óxido de ferro, argila ou resíduos de silicato de sódio. Sais oriundos da água de resfriamento e água da preparação. Adição inadequada de pó de carvão na areia a verde. Falta ou uso incorreto de tinta refratária. Alta temperatura de vazamento. Escória da panela que entra na cavidade do molde. Presença de NaOH e Ca (OH)2 álcalis, na areia base. Uso de bentonita com alto grau de ativação. 10.3 Prevenção Controle da matéria prima: Verificar se esta conforme especificação. Evitar areia de sílica com temperatura de sinterização menor que 1200 0C. Usar areia de sílica com temperatura de sinterização em torno de 1450 0C de preferência. Se necessário usar areia de zirconita ou cromita. Areia a Verde: Manter o pó de carvão em teor adequado ao processo (2 a 4%). 8 Usar pó de carvão com teor de cinzas menor que 5%. Descartar areia usada a cada ciclo de fundição de metal vazado. Evitar o uso de bentonita sódica ativada, para diminuir a presença de Na2CO3 o na areia Separar resíduos de macho do processo CO2 silicato de sódio. Use tinta refratária. Evite alta temperatura de vazamento. Dessalinizar a água se necessário, em função de sais presentes na mesma. 11 PENETRAÇÃO 11.1 Identificação Penetração resulta em uma superfície rugosa e pode afetar parte ou toda a peça. Pode ser confundida com sinterização. Pode se estender desde milímetros até centímetros de espessura, em casos extremos pode obstruir regiões internas sendo impossível à remoção. Fig. 3 - Peça com penetração severa. Pode ser confirmada com os seguintes testes: Resíduos raspados são atraídos por um imã No microscópio os grãos de areia estão cercados pelo metal No esteroscópio observa-se uma rede de ferro em torno dos grão de areia 9 Fig. 4 - Microestrutura da penetração, os grãos de areia ficam misturados com o metal, 11.2 Causas Pressão de metal excede a tensão superficial do líquido e força a entrada do metal entre os poros do molde e machos. A massa penetrada esta aderida à peça por uma série de pinos, esta região indica o ponto fraco onde iniciou a penetração. Não é comum na face superior do molde. Pode surgir de uma trinca do molde ou macho. Teor de fósforo menor que 0,04% produz penetração severa em ferro fundido cinzento. A pressão crítica para ocorrer a penetração é baixa. Ela é facilmente excedida pela pressão ferrostática, criada pela altura da peça e do sistema de canais. A principal causa esta relacionado com o tamanho de grão da areia. Fig. 5 - Efeito da pressão ferrostática e do tamanho de grão sobre a ocorrência de penetração. 10 Outras causas são: Pressão dinâmica causada pelo fluxo do metal na cavidade do molde. Explosões no molde devido à presença de gases inflamáveis da areia de moldagem a verde e machos. Compactação inadequada. Fendas (trincas) em moldes e machos com ligantes químicos. Camada fina de tinta. Trincas na camada de tinta, grossa camada. Pouca aderência de tinta. 11.3 Prevenção Usar sistema de canais o mais baixo possível, adequado com o enchimento. Aproximar o bico da panela o máximo possível do funil. Não vazar diretamente no centro do funil. Usar baciade vazamento para quebrar o impacto do metal. Reduzir a vazão de metal. Usar areia o mais fina possível. Compactar bem: • Não sobrecarregar com areia a máquina. • Usar pressão de ar/óleo correta na máquina. • Evitar mistura muito “gorda” ,que dificulta a compactação. • Usar areia ligada quimicamente no seu tempo correto de vida da banca. • Não resinas e catalisadores com prazos de estocagem vencidos. • Em sistemas ligados quimicamente usar vibração para compactar uniforme. Reduzir permeabilidade. Reduzir umidade. Reduzir temperatura de vazamento. Aumentar o teor de voláteis na areia. Pintar o molde. Usar pó de carvão. Usar areia de maior ponto de sinterização. Se necessário aplique 2 camadas de tinta, sendo: • A primeira camada com densidade 0,30 N/cm2 e alta estabilidade térmica. Aumentar a ductilidade do molde: • Descartes mais areia usada para reduzir finos. • Evitar dureza do molde muito alta. Melhorar a resistência ao choque térmico: • Peças grandes - adicionar até 1% de pó de madeira. • Peças pequenas - usar amido até 0,5% ou dextrina até 0,25%. • Peças finas - usar até 0,8% extra de pó de carvão. Vazar mais rápido o metal Aumentar a permeabilidade do molde Dessanilizar a água 13 BLOWHOLE - BOLHAS DE GASES 13.1 Identificação Depende da sua origem, isto é: 14 Proveniente de carepas, as bolhas aparecem após a limpeza como uma cavidade na superfície da peça e antes da limpeza como uma protuberância superficia. Proveniente de pelotas da areia, a origem está na areia, são pelotas duras com alta perda ao fogo e elevado teor de voláteis. Provenientes da contração de solidificação se forem gases as cavidades são arredondadas, em regiões espessas ou pontos quentes. Proveniente do molde, normalmente a cavidade situa-se próxima à superfície da peça. Geralmente se apresentam com paredes lisas, sensivelmente esféricas com ou sem comunicação com a superfície da peça. Podem aparecer separadas, em grupos ou por toda a peça. São provenientes do molde ou do macho. Vapor de água e produtos da decomposição de aditivos e ligantes. São gases, principalmente de hidrogênio e de nitrogênio. Fig. 9 - Aspectos das bolhas e pinholes de origem endógenas e exógenas. 13.2 Causas a) Origem metalúrgica (endógenas): Gás dissolvido no banho - matérias primas, atmosfera de fusão. Aço e ferro fundido - formação de óxidos de carbono por reação do carbono com oxigênio presente sob forma gasosa ou como óxido. b) Procedente do molde ou machos: Elevado teor de umidade Alto teor de aditivos 15 Alto teor de resina Cura dos machos inadequada (incompleta) No molde os principais responsáveis são a umidade e o pó de carvão, estas substâncias liberam gases rapidamente, ao mesmo tempo em que reduzem a permeabilidade. Elevado teor de resina nas tintas. Permeabilidade baixa da areia. Espessura da camada de tinta elevada. Pelotas na areia. Presença de tinta sobre vents do molde ou macho. Presença de carepas de ferrugens Fe2O3 2Fe2O3 + 3C + calor 4Fe + 3CO2 . O carbono vem da chapa ou de aditivos, o defeito normalmente ocorre em peças grossas, pois a redução do óxido exige maior energia. Areia muito quente. Uso de óxido de ferro reduz permeabilidade e libera gases. Insertos como resfriadores, chapelins, fundição mista (porcas, parafusos, chapas a serem embutidas), estes devem estar isentos de: umidade, sujeira, óxido e galvanização. Insuficiência, evacuação do ar e gases do molde e machos. Baixa permeabilidade da areia. Sistema de canais que arrasta ar devido à turbulência. 13.3 Prevenção Prever evacuação do ar e gases do molde e machos com saídas (vents). Aumentar a permeabilidade da areia. Dimensionar adequadamente o sistema de canais. Controlar a umidade da areia. Reduzir o teor ou trocar o aditivo. Usar aditivo ou tintas que reduzam o O2. Aumentar a pressão estática pelo aumento da altura do canal de vazamento. Para ferro fundido cinzento: • Impedir introdução de óxido e oxidação do banho, evitando cargas oxidadas e vigiando a fusão. • Vigiar o teor de Al introduz hidrogênio. • Temperatura não deve ser demasiada baixa. Evitar camada muito espessa de tinta. Usar tinta com baixo teor de voláteis. Reduzir a um mínimo possível os voláteis na areia. Peneirar a areia de faceamento. Reduzir a dureza do molde. Reduzir a temperatura da areia. Reduzir teor de finos e argila da areia. Melhorar o grau de preparação. 13.4 Elementos para o diagnóstico As cavidades grandes são freqüentemente de origem oxógenas (do molde ou macho). 16 As cavidades exógenas geralmente possuem dimensões variadas, estão separadas ou em grupos irregulares. As cavidades endógenas (do metal) geralmente são pequenas, regulares, distribuídas pela peça homogeneamente por toda a peça ou em parte da peça. Nas ligas ferrosas temos: • Bolhas de hidrogênio paredes brilhantes, não oxidadas. • Bolhas de CO/CO2 paredes azuladas. • Bolhas de ar preso paredes oxidadas, cinzas. 14 PINHOLING DE HIDROGÊNIO 14.1 Identificação Estão localizados logo abaixo da superfície em peças pequenas e são bolhas com diâmetro de até 3 mm, existe em maior quantidade em secções delgadas até 25 mm fundidos em areia a verde. Pode ocorrer em qualquer sub-superfície e posição, mas é maior a ocorrência em peças que estão mais distantes do canal de descida. Fig. 10 - Pinholing de hidrogênio. Fig. 11 - Pinholing de hidrogênio longe dos canais. 17 Normalmente não são visíveis após o jateamento, mas, somente após a usinagem. Pode ser confirmada no exame metalográfico. Com pequeno aumento a cavidade possui superfície brilhante. Com grande aumento observa-se um filme contínuo de grafita que reveste a cavidade e não apresenta inclusão não-metálica, desde que a região não tenha sido aberta e jateada ou tratada térmicamente. Teores de Al acima de 0,005% confirmam também a presença do pinholing, assim como teoresacima de 0,04% de Ti também. Fig. 12 - Filme de grafite na cavidade de pinhole. Fig. 13 - Efeito do teor de alumínio no pick-up de hidrogênio. 18 Fig. 14 - Risco de pinholing de hidrogênio em molde com várias cavidades. Fig. 15 - Probabilidade de pinholing em um disco de freio. 19 Fig. 16 - Região fraturada com pinholing. O pinhole de hidrogênio pode ocorrer em areia a verde, areias ligadas quimicamente em FC e FE 14.2 Causas O principal fator é o contato entre o metal líquido e a umidade do molde. A absorção de hidrogênio é aumentada pela presença de pequenas quantidades de Al no ferro líquido. Teores de 0,01% de Al causam severa erupção de pinholes de hidrogênio. O teor de Al deve ser menor que 0,004% no ferro. A captura de hidrogênio da umidade também ocorre pela presença de Mg em FE e alto Mg, acima de 1%. Pequenas quantidades de Ti em no ferro, mas seu efeito é pequeno. 14.3 Prevenção Eliminar fontes de contaminação com alumínio (sucata). Controlar o teor de alumínio nos ferros ligas. • Ferro Silício • Ferro Magnésio É imperativo evitar contaminação com alumínio. Evitar turbulência do metal durante vazamento. Secar bem a tinta. Usar tinta mais impermeável ou mais espessa. Manter o teor de Al menor que 0,004%. Teor de umidade da areia menor que 3,8%. Sistema de canais o mais curto possível. Temperatura de vazamento não muito elevada. Usar pó de carvão, mais cuidar com o alto teor. Usar areia mais permeável. Usar teor de argila baixo. Reduzir o teor de voláteis da areia. Corrigir o sistema com areia nova. 20 15 PINHOLING DE NITROGÊNIO 15.1 Identificação Geralmente estão próximos de machos com resina contendo nitrogênio. No exame microscópico revela um aspecto mais alongado e irregular que os pinholing de hidrogênio e as cavidades são revestidas parcialmente por um filme de grafita. É absorvido pelo ferro líquido durante a operação de enchimento do molde. Níveis entre 0,004 a 0,009% no ferro fundido cinzento comercial é comum. Até estes níveis ele é benéfico, pois, promove estrutura perlítica. Níveis acima de 0,009% forma pinhole ou fissuras. Em geral deriva da operação de vazamento e vem do material usado no molde e macho, o efeito é cumulativo. Fig. 17 - Pinholing de nitrogênio revelados após usinagem em corpo de válvula. 15.2 - A fusão como uma fonte de nitrogênio 15.2.1 Forno Cubilô Alto teor de sucata de aço > 50%. Usandodo metal, o vapor de água é expulso do interior do molde por poros não obstruídos e o metal toma novamente contato com os grãos de areia. Fig. 20 - Formação da penetração por explosão. 16.3 Causas Alto teor de umidade na areia. Baixo grau de preparação da mistura. Falta de areia nova no sistema. Sistemas de canais que provoca turbulência. Temperatura de vazamento muito elevada. Temperatura da areia, durante a confecção do molde, superior a 40 0C. Alto teor de pó de carvão ou outros geradores de carbono vítreo. Uso exagerado de separador. Alto teor de argila inerte e de coque na areia. 25 16.4 Prevenção Uso de tinta. Modelos mais lisos. Reduzir pó de carvão ou geradores de carbono vítreo. Regular a adição de água. Aumentar o grau de preparação da areia. Vazar lenta e uniformemente. Aliviar a compactação do molde nas zonas propícias do alto adensamento, por meio da inserção de alívios, nos estrados de compressão e/ou arredondar os modelos da parte superior, nos locais em que ocorrer o confinamento da água. Diminuir a adição de bentonita do mínimo. Aumentar a adição de areia nova. 17 EROSÃO/LAVAGEM/INCLUSÃO DE AREIA 17.1 Identificação A análise do defeito deve ser diferenciada em erosão ou lavagem propriamente dita e inclusão de areia. a) Erosão/Lavagem: Projeções irregulares, geralmente rugosas na superfície do fundido, normalmente nas proximidades de ataque, ou então na superfície inferior da peça, neste caso no alinhamento do ataque ou do fluxo metálico. Muitas vezes aparecem inclusões de areia em outras regiões da peça. Fig. 21 - Erosão b) Inclusão de areia: Geralmente podem ser identificadas com uma lupa. Normalmente estão associadas com cavidades e com uma pequena quantidade de material carbonáceo e vítreo. O exame microscópico da superfície polida, sob iluminação vertical, revela ausência de configuração regular (no caso dos grãos de areia). Neste caso aparecem como regiões de coloração fortemente cinza e isentas de estrutura. O exame microscópico da superfície polida, sob luz polarizada cruzada, revela anisotropia, sendo que este exame pode ser utilizado para diferenciar entre inclusão de escória e de areia, se necessário. 26 Muitas vezes os grãos de areia estão associados com inclusão de escória visto que esta normalmente possuí um efeito sobre o sistema de alimentação. Se as inclusões forem provenientes do macho, a configuração e o tamanho dos grãos inclusos são semelhantes aos da areia do macho. Se as inclusões forem provenientes da areia do molde, provavelmente em alguma outra região da peça ou do sistema de alimentação haverá protuberâncias típicas de lavagem; se isto não se verificar, a causa mais provável é a presença de areia no molde, durante seu fechamento, por falta de limpeza adequada. Dependendo da situação, o exame microscópio normal pode revelar ainda uma camada oxidada na interface areia - metal, devido à umidade do molde, ou uma camada vitrificada nessa interface, por causa da sinterização da areia. 17.2 Causas Areia muito seca aliada a uma alta velocidade de confecção dos moldes. OBS: esta causa é mais comum em máquinas de moldar de alta pressão, de impacto ou a vácuo onde, para que possa haver um rápido preenchimento da caixa, necessita-se uma areia mais fluida, isto é, mais seca; isto explica porque este tipo de defeito está aumentando progressivamente. Ataques mal posicionados. Areia muito grossa. Baixo grau de preparação da areia. Teor excessivo de finos e de sais na areia. Uso excessivo de separador. 17.3 Prevenção Aumentar a exaustão se o teor de finos estiver elevado. Aumentar a adição de areia base se o teor de sais na areia do sistema estiver muito elevado. Aumentar o grau de preparação da areia. Aumentar a compactabilidade da areia. Aumentar o teor de argila ativa. Reduzir a temperatura da areia. Aumentar a dureza do molde. Aumentar a deformação a verde. Projetar o sistema de alimentação de material tal a não ocorrer turbulência do metal ou impacto deste nas cavidades do molde. Usar pintura resistente à erosão nos locais críticos. Usar areia mais fina. Aumentar o grau de compactação do molde se o grau de preparação da areia não puder ser melhorado. Adicionar amido de milho à areia, para evitar uma perda excessiva da umidade. 27 18 INCLUSÃO DE CARBONO VÍTREO 18.1 Identificação Estrias brilhantes, antes de jatear No microscópio - lamela grossa, reta e comprida (grafita). 18.2 Causas Teor excessivo de resina do macho. Teor excessivo de geradores de carbono vítreo na areia de moldagem. 18.3 Prevenção Reduzir o teor de resina do macho e usar resina furânica ou fenólica no lugar das uretânicas. Reduzir o teor de geradores de carbono vítreo do molde. 19 INCLUSÃO DE BENTONITA 19.1 Identificação Após o jateamento revela cavidades irregulares de cor marron, com aspecto calcinado. Aparece na superfície da peça, às vezes a cavidade é lisa e arredondada, devido aos gases (umidade). No microscópio: revela material poroso, cheio de bolhas esféricas (vapor da água). No caso de nodular a grafita fica degenerada nesta região devido a presença de vapor de água. 19.2 Causa Bentonita não misturada. 19.3 Prevenção Aumentar o grau de preparação da areia. Reduzir o teor de argila ativa. Melhora aeração da areia preparada. 20 QUEBRA DE CANTOS E DE BOLOS 20.1 Identificação Excrescência irregular, massiva, com aparência de ruptura, geralmente com inclusões e falta de areia. 28 Fig. 22 - Quebra de bolo. 20.2 Causas Modelo relativamente áspero, que aumenta a aderência do molde ao mesmo durante a extração. Quando há incorporação de lama de exaustão à areia de moldagem, estes defeitos podem ser provocados pela mesma, devido ao aumento do teor de cinzas e de argila inerte da areia, que acabam fragilizando o molde. Limite de deformação a verde relativamente elevada. Fig. 23 - Tambor de freio com bolo quebrado. 20.3 Prevenção Aumentar a resistência á tração a verde da areia. Melhorar o grau de preparação da areia. Utilizar separadores, a fim de diminuir a força de aderência da argila ao modelo; parece que podem ser obtidos ótimos resultados com uma mistura de ácido oleico ou banha de porco com querosene, a ponto de um aumento da adição de argila não aumentar significativamente a aderência da areia ao modelo. 29 21 SUPERFÍCIE ÁSPERA 21.1 Identificação Se provenientes de pelotas a superfície terá pontos salientes - (lembra a pele da galinha), pode-se confirmar após o peneiramento da areia, ficam retidas as pelotas. 21.2 Causas Misturador mal regulado. Excesso de areia no misturador, gerando um baixo grau de preparação. Correias transportadoras excessivamente inclinadas, nas quais as partículas de areia podem rolar e favorecer o crescimento das pelotas. Alto teor de finos e de umidade presentes na areia. Uso de uma areia base excessivamente grosseira. Alto grau de incorporação de areia de macho aglomerada com silicato de sódio. Aeração insuficiente da areia preparada. Uso de tinta de baixa suspensão, de excessivo teor de ligante, ou então aplicação irregular da tinta. 21.3 - Prevenção Usar areia mais fina (inclusive nos machos, se a incorporação destes ao sistema for elevada). Se houver pouca incorporação de macho ao sistema, aumentar a adição de areia nova. Procurar utilizar no máximo 50% em peso de machos aglomerados com silicato de sódio. Melhorar a aeração da areia. Projetar plantas de maneira tal que o ângulo das esteiras transportadoras da areia preparada seja inferior a 1800 . Reduzir a permeabilidade da areia. 22 VEIAMENTO 22.1 Identificação Aletas estreitas, rebarbas aderidas a superfície da peça, causada durante o enchimentodo molde. Fig. 24 - Veiamento. 30 22.2 Causas Expansão da sílica. Alto teor de aglomerante. 22.3 Prevenção Utilizar uma areia base mais grossa e distribuída no maior número possível de peneiras; essa maior distribuição pode ser conseguida mediante a mistura de areias de diferentes distribuições granulométricas. Utilizar tinta com plasticidade a quente e aplicar uma camada a mais grossa possível. Reduzir a resistência e a dureza do molde. Reduzir a temperatura de vazamento do metal. Aumentar o teor de argila ativa, se o mesmo estiver muito baixo. Aumentar o teor de voláteis. 23 DEFEITOS ORIUNDOS DA FALTA DE RIGIDEZ DO MOLDE Falta de precisão dimensional das peças. Ocorrência de rechupes. Maior quantidade de material na usinagem. Fig. 25 - Movimentação das paredes do molde e o aparecimento de rechupes. Fig. 26 - Molde rígido, peça boa. 31 Fig. 27 - Efeito da rigidez do molde sobre as dimensões da peça e a sanidade. 24 DEFEITOS ORIUNDOS DO SPRINGBACK 24.1 Causas do “springback" Fratura dos grãos de areia, devido a alta pressão de compressão: • aumento de superfície específica • maior consumo de bentonita • maior consumo de água • redução de refratariedade Trincas. Lascamentos de areia. Quebra de bolo. 32 REFERÊNCIAS 1 - BCIRA - Control and Prevention of Casting Defects, Alvechurch, Birmingham, UK. 2 - COMITE INTERNACIONAL DE LAS ASOCIACIONES TECNICAS DE FUNDICION - Comisión Internacional de Metalurgia e Propriedades de Fundición. Mejora de la Calidad de piezas fundidas, Madrid, Luiz Cárcamo, 1974 3 - SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA - ESCOLA TÉCNICA TUPY Areias de Moldagem a Verde. Arnaldo Romanus, 1a ed. , Joinville, SC, 1991. 4 - VDG - VEREIN DEUTSCHER GIESSREIFACHLEUTE (ASSOCIAÇÃO ALEMÃ DE FUNDIDORES). Meios e Caminhos Para a Diminuicão do Refugo em Ferro Fundido. Tradução e Publicação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Fundição Tupy S. A. Joinville SC, 1979.