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1. Conceito e Importância da Citação
· Definição: Ato processual que informa o acusado sobre a ação penal, o teor da acusação e o prazo para defesa (CAPEZ, 2025; REIS e GONÇALVES, 2016).
· Finalidade: Garantir o contraditório e a ampla defesa (LOPES JR., 2018).
· Elementos:
· Cientificação da acusação.
· Chamamento para apresentar defesa (CAPEZ, 2025).
· Art. 396, CPP: Recebida a denúncia, o juiz ordena a citação do acusado para resposta em 10 dias.
· Art. 363, CPP: Processo completa formação com a citação.
· Nulidade: Falta ou vício insanável na citação gera nulidade absoluta (Art. 564, III, e, CPP), exceto se o acusado comparecer espontaneamente (REIS e GONÇALVES, 2016).
2. Espécies de Citação
· Real/Pessoal:
· Formas: Mandado, carta precatória, carta rogatória ou carta de ordem.
· Art. 351, CPP: Citação por mandado quando o réu está na jurisdição do juiz.
· Art. 357, CPP: Requisitos do mandado (leitura e entrega de contrafé).
· Art. 360, CPP: Réu preso deve ser citado pessoalmente.
· Ficta (por Edital):
· Art. 361, CPP: Usada quando o réu não é encontrado (prazo de 15 dias).
· Art. 365, CPP: Requisitos do edital (nome do juiz, do réu, fim da citação, etc.).
· Súmula 351, STF: Nula se o réu preso estiver na mesma unidade da Federação.
· Com Hora Certa:
· Art. 362, CPP: Aplicável quando o réu se oculta; nomeação de defensor dativo se não comparecer.
· Precedentes: STF e STJ reconhecem constitucionalidade (RE 635145/STF).
· Eletrônica (WhatsApp):
· STJ: Viável com comprovação de autenticidade (HC 641.877/DF).
3. Citações Específicas
· Militar:
· Art. 358, CPP: Feita via chefe do serviço (crimes comuns).
· Funcionário Público:
· Art. 359, CPP: Notificação ao chefe da repartição para comparecimento.
· Juizados Especiais (Lei 9.099/95):
· Art. 66: Citação pessoal no Juizado ou por mandado; se não encontrado, encaminha-se ao juízo comum.
4. Suspensão do Processo e Prescrição
· Citação por Edital:
· Art. 366, CPP: Se o réu não comparecer, o processo e a prescrição são suspensos.
· Tese do STF (Tema 438): Prazo de suspensão limitado ao tempo máximo de prescrição da pena (Art. 109, CP).
5. Intimação
· Definição: Ato que comunica às partes a realização de atos processuais (NUCCI, 2021).
· Formas:
· Publicação (Art. 370, §1º, CPP): Para defensores, advogados e assistentes.
· Pessoal (Art. 370, §4º, CPP): Para MP e defensores dativos.
· Audiência (Art. 372, CPP): Ciência imediata.
· Correspondência (Lei 9.099/95): Via postal ou meio idôneo.
6. Referências Legais Principais
· CPP: Arts. 351–372, 396, 564.
· Lei 9.099/95: Arts. 66–67 (Juizados).
· Código Penal: Art. 109 (Prescrição).
· STF/STJ: Súmulas 351, 415; RE 635145; HC 641.877/DF.
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PROVAS:
Resumo do Conteúdo do Slide em Tópicos
1. Conceito e Função da Prova
· Definição: A prova é o elemento que permite concluir sobre a veracidade de um fato ou circunstância (REIS e GONÇALVES, 2016).
· Objetivo: Convencer o juiz, reconstruindo fatos passados para fundamentar a decisão (LOPES JR., 2018).
· Finalidade: Busca da "verdade processual", não absoluta, mas a mais próxima possível da realidade histórica (LIMA, 2020).
2. Sistemas de Avaliação da Prova
· Sistema da Íntima Convicção:
· Juiz valora livremente as provas, sem obrigação de fundamentação (LIMA, 2020).
· Aplicado no Tribunal do Júri (CF, Art. 5º, XXXVIII).
· Sistema da Prova Tarifada:
· Valor probatório pré-definido por lei (típico do sistema inquisitivo) (LIMA, 2020).
· Sistema do Livre Convencimento Motivado:
· Juiz valora as provas livremente, mas deve fundamentar a decisão (CPP, Art. 155).
· Predominante no Brasil (CF, Art. 93, IX).
3. Ônus da Prova
· Regra geral: Incumbe à acusação provar a materialidade e autoria (CPP, Art. 156).
· Exceções:
· Defesa deve comprovar excludentes (legítima defesa, álibi) (REIS e GONÇALVES, 2016).
· Entendimento minoritário: Réu é presumido inocente e não precisa provar nada (LOPES JR., 2018).
4. Proibições e Limites da Prova
· Provas Ilícitas:
· Inadmissíveis se obtidas violando normas constitucionais ou legais (CF, Art. 5º, LVI; CPP, Art. 157).
· Espécies:
· Lícitas: Violam direito material (ex.: tortura, invasão de domicílio).
· Ilegítimas: Violam regras processuais (ex.: depoimento sem defensor).
· Provas Ilícitas por Derivação:
· Contaminadas por origem ilícita (CPP, Art. 157, §1º).
· Exceções: Fonte independente ou descoberta inevitável (CPP, Art. 157, §2º).
· Serendipidade (Encontro Fortuito):
· Prova lícita se descoberta acidentalmente durante investigação legal (STJ, HC 812.310/RJ).
5. Provas Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas
· Cautelares: Risco de desaparecimento da prova (ex.: interceptação telefônica).
· Não Repetíveis: Únicas no tempo (ex.: exame de corpo de delito).
· Antecipadas: Realizadas antes do processo por urgência (CPP, Art. 156, I; ex.: depoimento ad perpetuam rei memoriam – CPP, Art. 225).
6. Iniciativa Probatória do Juiz
· Juiz pode determinar diligências para esclarecer dúvidas (CPP, Art. 156, II).
· Limite: Não pode substituir a atuação das partes (STF, ADI 6928/DF).
7. Princípio da Proporcionalidade
· Pro Reo: Admissão excepcional de prova ilícita para evitar erro judiciário.
· Pro Societate: Vedação predominante – interesse público não justifica violação de direitos (CAPEZ, 2021).
8. Referências Legais
· CPP: Arts. 155 (livre convencimento), 156 (ônus da prova), 157 (provas ilícitas).
· CF/88: Arts. 5º, LVI (vedação a provas ilícitas), 93, IX (decisões fundamentadas).
· Jurisprudência: STF (RE 635145), STJ (HC 812.310/RJ).
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Exame de Corpo de Delito e Perícias em Geral:
1. Definição e Fundamentação Legal
a. Perícia: Exame técnico, científico ou artístico realizado para auxiliar o julgador (REIS e GONÇALVES, 2016).
b. Art. 158 CPP: O exame de corpo de delito é imprescindível quando a infração deixa vestígios, que não podem ser substituídos pela confissão. Ele tem prioridade em casos de crimes como violência doméstica, contra crianças, idosos, entre outros.
2. Tipos de Exame de Corpo de Delito
a. Direto: Exame imediato dos vestígios (o mais comum).
b. Indireto: Realizado com base em dados complementares, como fichas médicas ou imagens, quando o exame direto não é possível (Art. 167 CPP).
3. Exceções e Casos Específicos
a. Lei Maria da Penha (Art. 12, §3º): Admite laudos médicos como prova em casos de violência doméstica.
b. Lei 9.099/95 (Art. 77, §1º): Dispensa o exame de corpo de delito em casos de rito sumaríssimo, desde que haja boletim médico.
4. Peritos
a. Art. 159 CPP: O exame deve ser realizado por perito oficial (diplomado). Se não houver um, dois peritos idôneos devem ser designados.
b. Lei de Drogas (Art. 50, §1º): Laudo provisório feito por pessoa idônea é suficiente para comprovar a materialidade.
5. Procedimentos Periciais
a. Autópsia (Art. 162 CPP): Realizada após 6 horas do óbito, exceto em casos de sinais evidentes.
b. Exumação (Art. 163 CPP): Exame cadavérico realizado quando necessário.
c. Exame de Lesões (Art. 168 CPP): Exame complementar em caso de lesões graves ou quando o primeiro exame for incompleto.
6. Local do Crime
a. Art. 169 CPP: O local deve ser preservado até a chegada dos peritos, com registro de quaisquer alterações.
b. Fraude Processual (Art. 347 CP): A alteração do estado do local ou de objetos para induzir erro pode resultar em penalidades.
7. Espécies de Perícia
a. Destruição/Rompimento (Art. 171 CPP): Exame de vestígios, especialmente em crimes como furto qualificado.
b. Incêndio (Art. 173 CPP): Investigação sobre a causa, local e danos causados pelo incêndio.
c. Grafotécnico (Art. 174 CPP): Exame para identificar a autoria de escritos, por meio de comparação caligráfica.
d. Instrumentos (Art. 175 CPP): Exame de armas e objetos utilizados no crime, para verificar sua eficácia e natureza.
8. Laudo Pericial
a. Art. 160 CPP: O laudo pericial deve ser minucioso e deve ser apresentado no prazo de 10 dias, podendo ser prorrogado.b. Art. 182 CPP: O juiz não está vinculado ao laudo, podendo aceitá-lo totalmente, parcialmente ou rejeitá-lo.
9. Divergências e Nulidades
a. Art. 180 CPP: Caso haja divergência entre os peritos, um terceiro perito será nomeado.
b. Art. 564, III, "b" CPP: A ausência do exame de corpo de delito, em crimes onde existem vestígios, pode causar nulidade.
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Cadeia de Custódia da Prova no Processo Penal
1. Definição e Fundamentação Legal
a. Cadeia de Custódia (Art. 158-A CPP): Conjunto de procedimentos destinados a documentar a história cronológica de vestígios coletados em crimes, desde o reconhecimento até o descarte.
b. Objetivo: Assegurar a autenticidade e integridade das provas, garantindo o contraditório e a ampla defesa (ASSUMPÇÃO, 2020).
2. Etapas da Cadeia de Custódia (Art. 158-B CPP)
a. Reconhecimento: Identificação do vestígio como relevante para a prova.
b. Isolamento: Preservação do local e dos vestígios contra alterações.
c. Fixação: Registro dos detalhes do vestígio (fotos, filmagens, descrição no laudo).
d. Coleta: Recolhimento do vestígio com respeito às suas características.
e. Acondicionamento: Embalagem individual, com lacres e registros.
f. Transporte: Transferência do vestígio de forma adequada, evitando contaminação.
g. Recebimento: Documentação da transferência de posse do vestígio.
h. Processamento: Realização do exame pericial e emissão do laudo.
i. Armazenamento: Guarda do material para possível contraperícia.
j. Descarte: Liberação do vestígio conforme a legislação aplicável.
3. Responsáveis e Procedimentos
a. Coleta: Preferencialmente realizada por perito oficial (Art. 158-C CPP). Na ausência deste, dois peritos não oficiais (Art. 159, §1º CPP).
b. Documentação: Todos os passos devem ser registrados, incluindo datas e responsáveis, para garantir a rastreabilidade.
c. Central de Custódia: Local para armazenamento dos vestígios, com controle rigoroso de acesso (Art. 158-E CPP).
4. Quebra da Cadeia de Custódia
a. Consequências:
i. Nulidade da prova: Em caso de falhas graves (ex.: manipulação indevida, falta de registro).
ii. Redução do valor probatório: O juiz pode considerar a prova parcialmente confiável, mesmo com falhas (decisão do STJ).
b. Exemplos de quebra:
i. Perda de vestígios.
ii. Falta de documentação em etapas críticas (ex.: transporte sem registro).
iii. Contaminação do material.
5. Aplicação a Provas Não Materiais
a. Provas digitais: E-mails, mensagens e arquivos eletrônicos também necessitam de cadeia de custódia (STJ: AgRg no HC n. 738.418/SP).
b. Requisitos: É necessário garantir auditabilidade, repetibilidade e integridade dos dados.
6. Jurisprudência
a. STJ: Exige a comprovação de prejuízo para declarar a nulidade por quebra da cadeia (AgRg no HC n. 913.565/RS).
b. STF: Reconhece a importância da cadeia de custódia para garantir o devido processo legal (Rcl 32.722).
7. Sanções por Fraude
a. Art. 347 CP: Alterar artificialmente o estado das provas é considerado crime, com pena de 3 meses a 2 anos, podendo ser dobrada em processos penais.
8. Preservação
a. Objetivo: Evitar a manipulação excessiva das provas, garantindo que sua integridade seja preservada ao longo de todo o processo.
b. Importância: Assegura que a cadeia de custódia seja respeitada, evitando que as provas sejam comprometidas e que o contraditório e a ampla defesa sejam garantidos.
9. Provas Digitais
a. Requisitos: As provas digitais, como mensagens, e-mails e arquivos eletrônicos, exigem protocolos específicos de manuseio.
b. Objetivo: Garantir que não haja exclusão ou adulteração dos dados, preservando sua integridade para que possam ser utilizadas no processo de maneira válida e confiável.
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Extração compulsória de material genético para prova e identificação criminal
1. Prova Genética e sua Importância
· Definição: Provas genéticas, como sangue, saliva e cabelo, são cruciais para confirmar ou excluir a autoria de crimes com alta precisão (LOPES JR., 2018; REIS e GONÇALVES, 2016).
· Aplicação: Comparação de material genético encontrado na cena do crime com amostras do suspeito.
2. Extração de Material Genético
· Consentimento: Pode ser realizada com autorização do suspeito (LOPES JR., 2018).
· Sem Consentimento: Levanta um conflito com o princípio nemo tenetur se detegere (direito de não se autoincriminar).
· Casos Específicos:
· Investigado: Coleta permitida para investigação específica (Lei 12.037/2009, Art. 5º, parágrafo único).
· Condenado: Coleta obrigatória em crimes violentos/hediondos (Lei 7.210/1984, Art. 9º-A).
3. Lei 12.654/2012
· Objetivo: Criação de bancos de dados genéticos para identificação criminal.
· Polêmica: Envolve questões de direitos fundamentais, como privacidade e não autoincriminação (ANDREUCCI, 2021).
4. Identificação Criminal (Lei 12.037/2009)
· Documentos Civis: Carteiras de identidade, passaportes, etc., são suficientes para identificação (Art. 2º).
· Exceções: Coleta de DNA é permitida quando essencial para investigação (Art. 3º, IV + Art. 5º, parágrafo único).
· Banco Multibiométrico: Armazena dados como impressões digitais, íris e DNA (Art. 7º-C).
5. Lei de Execução Penal (LEP, Art. 9º-A)
· Obrigatoriedade: Condenados por crimes hediondos ou com violência grave devem fornecer DNA.
· Sanção: Recusa é considerada falta grave (Art. 9º-A, §8º).
· Controvérsia: Questões constitucionais levantadas no STF (RE 973837).
6. Jurisprudência
· STJ: Mantém a obrigatoriedade da coleta de DNA para condenados (HC 536.114/MG).
· STF: Reconhece a repercussão geral sobre a constitucionalidade da coleta compulsória (RE 973837).
7. Valor Probatório da Prova Genética
· Não Absoluta: O juiz pode rejeitar a prova genética, considerando o contexto probatório (CPP, Art. 155 e 182).
· Limites: A prova genética não pode revelar traços comportamentais ou somáticos (Lei 12.037/2009, Art. 5º-A).

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