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Prévia do material em texto

___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse 
www.denishermida.com.br. 
 
1 
DIREITO EMPRESARIAL II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO SOCIETÁRIO 1 
 
Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida para servir de material 
de apoio aos alunos da cadeira “Direito Empresarial” 
 
 
 
 
 
 
* O conteúdo da presente apostila não afasta a necessidade de leitura, pelo 
aluno, da bibliografia básica sobre os termos abordados em aula e que 
fazem parte do conteúdo programático do curso, devendo esta apostila 
servir tão somente como uma forma de apoio no desenvolvimento dos 
estudos e pesquisas necessários ao aproveitamento do curso. Não se afasta, 
também, a existência de entendimentos diversos dos constantes nessa 
apostila. 
 
* As interpretações apresentadas nesta apostila podem conflitar com 
interpretações adotadas por outros autores. 
 
* A presente apostila pode conter erros de digitação, o que impõe o seu 
conflito com os textos legais. 
 
1
 Na elaboração deste resumo constam informações das seguintes obras : “Curso de Direito Comercial” de 
Rubens Requião (São Paulo:Editora Saraiva, 25a edição revista e atualizada, 2003), “Direito de Empresa 
no Novo Código Civil” de Láudio Camargo Fabretti (São Paulo: Editora Atlas, 2003), “Curso de Direito 
Comercial” de Fábio Ulhoa Coelho (São Paulo: Editora Saraiva, 2004, 8a edição, revista e atualizada), 
“Novo Código Civil Comentado” sob coordenação de Ricardo Fiúza (São Paulo : Saraiva, 1a edição, 10a 
tiragem, 2003) 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse 
www.denishermida.com.br. 
 
2 
 I – O CONCEITO DE SOCIEDADE 
 
- a atividade econômica empresarial pode ser exercida pelo empresário 
solitariamente (que é denominado “empresário individual” ou “empresário em 
firma individual”) ou através de sociedades empresárias. 
 
 
a)O conceito de sociedade em contraposição ao conceito de associação 
 
 
- Rubens Requião aponta que o código comercial de 1850 não definiu sociedade 
comercial. Já o antigo código civil (de 1916) conceituava genericamente, no seu 
artigo 1.363, que “celebram contrato de sociedade as pessoas que mutuamente se 
obrigam a combinar seus esforços ou recursos, para lograr fins comuns” 
 
 
- Importante é que se destaque que o código civil de 1916 não fazia distinção 
entre sociedade e associação, mesmo porque, a Seção III do Capítulo II de seu 
livro I é intitulada como “Das Sociedades ou Associações civis”, utilizando esses 
dois vocábulos como sinônimos 
 
 
- Se de um lado o termo genérico “sociedade” nos remete invariavelmente para a 
existência de união de esforços de um grupo de pessoas para a realização e um 
fim comum, de outro lado temos que o termo “sociedade” é utilizado pelo atual 
código civil com um significado específico, significado esse que deve ser 
compreendido frente à diferenciação com o instituto da “associação”. 
 
- Fazer a comparação entre “sociedade” e “associação” no código civil de 2002 é 
proceder a análise conjunta do constante dos seus artigos 53 e 981, que abaixo 
transcrevemos: 
 
 
“Art. 53. Constituem-se as associações pela união de 
pessoas que se organizem para fins não econômicos.” 
 
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas 
que reciprocamente se obrigam a contribuir, com 
bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados” 
 
 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse 
www.denishermida.com.br. 
 
3 
- Da leitura dos artigos acima transcritos, resta claro que a formação e 
funcionamento da sociedade e da associação estão baseados na união de esforços 
entre pessoas para a realização de um fim comum. No entanto, enquanto na 
associação esse fim é “não econômico” (isto é, não objetiva lucro, não objetiva 
“ganhar dinheiro para ser dividido entre os sócios” mas, sim, fins filantrópicos, 
culturais, sociais, políticos ou de qualquer outro gênero), na sociedade o fim da 
união de esforços entre as pessoas é “econômico” (isto é, a aquisição de lucro 
para ser repartido entre todos os sócios). 
 
 
- Sociedade é, assim, para o atual código civil, a agregação de pessoas que 
possuem um objetivo em comum e se reúnem (contribuindo com bens ou 
serviços) para consegui-lo com menor dificuldade, objetivando um conteúdo 
econômico. 
 
 
b)Espécies de sociedade 
 
 
- As sociedades previstas no direito civil podem ser qualificadas de acordo com 
a atividade econômica que desenvolvem, surgindo, a partir daí, 2(duas) 
categorias de sociedade: as sociedades simples e as sociedades empresárias. 
 
- Como “sociedades”, ambas as categorias se enquadram na descrição abstrata do 
artigo 981 do Código Civil, isto é, ambas são reuniões de pessoas com o objetivo 
de, contribuindo com bens ou serviços, realizarem uma atividade econômica, isto 
é, obter lucro através da realização de uma atividade econômica. 
 
- O que diferencia essas duas categorias é a atividade econômica que exercem. 
Faremos a diferenciação entre sociedades simples e sociedades empresárias 
conceituando esta última. 
 
- Sociedade empresária é a espécie de sociedade que explora uma atividade de 
empresa, isto é, que tem como objeto o exercício de atividade própria de 
empresário. 
 
- Lembremos que o artigo 966 considera empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação 
de bens ou de serviços, excluindo, em seu parágrafo único, da condição de 
empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica ou artística, 
com ou sem auxiliares ou colaboradores (salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa). 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse 
www.denishermida.com.br. 
 
4 
- Incluem-se como sociedade empresária, independentemente de exercerem ou 
não atividade empresarial, as sociedades anônimas, por expressa disposição do 
parágrafo único do artigo 982 do Código Civil (“Independentemente de seu 
objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a 
cooperativa”). 
 
 
- Dessa forma, sociedade empresária é aquela que exerce atividade 
econômica de produção ou circulação de bens ou de serviços, atividade essa 
que não seja o exercício de profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística que não seja elemento de empresa. Por disposição legal 
(artigo 982 do CC), toda sociedade anônima,independentemente de seu 
objeto, são sociedades empresárias. 
 
 
- Como exemplo de sociedade empresária, podemos citar 2(duas) pessoas que se 
unem (com bens ou serviços) para a atividade econômica de produção ou 
comercialização de roupas. 
 
- Outro exemplo que podemos citar é a união de um advogado e um contador 
para a prestação de serviços de assessoria empresarial (nesse caso, apesar de 
serem a advocacia e a contabilidade profissões intelectuais de natureza científica, 
estão sendo exercidas como elemento de uma empresa, que é, no caso, a 
atividade organizada de assessoria jurídico-contábil a empresas. 
 
 
- Já na categoria de sociedade simples se enquadram todas as sociedades que 
não exercem atividade econômica típica de empresário. Isto é, todas as 
sociedades que não forem empresárias são, por exclusão, sociedades simples. 
Incluem-se na categoria de sociedade simples, por disposição expressa do 
parágrafo único do artigo 982 do CC, as cooperativas, independentemente 
de seu objeto. 
 
 
- Como ensina Rubens Requião, o perfil jurídico da sociedade simples se faz por 
exclusão ou por determinação legal no ritmo do artigo 982 do Código Civil 
 
- Como exemplo de sociedade simples, podemos citar 2(dois) advogados que 
unem seus esforços para a prestação de serviço de advocacia. Como a advocacia 
é uma profissão intelectual de natureza científica, e não está servindo como 
elemento de empresa (enquadrando-se no parágrafo único do artigo 966 do CC), 
a sociedade não é empresária e, portanto, é simples. 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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5 
- Essa diferenciação entre sociedade empresária e sociedade simples consta do 
artigo 982 do Código Civil: 
 
“ Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se 
empresária a sociedade que tem por objeto o exercício 
de atividade própria de empresário sujeito a registro 
(art. 967); e, simples, as demais.” 
 
- A forma como o código civil trata as sociedades simples e empresárias é 
totalmente compatível com a adoção do sistema italiano de direito comercial que, 
numa tentativa de unificação do direito obrigacional, não faz diferenciação entre 
atividades comerciais e civis, mas adota a teoria da empresa como forma de 
reagrupar as sociedades, destinando tratamento diferenciado a algumas atividades 
de importância econômica marginal (não empresárias), que são aquelas que 
constituem as sociedades simples. 
 
 
II – A PERSONALIZAÇÃO DAS SOCIEDADES 
 
- as sociedades podem ser personalizadas e, assim, são pessoas distintas dos 
sócios, titularizam os seus próprios direitos e obrigações 
 
 
a) Natureza e conceito de pessoa Jurídica 
 
- Conceito :a pessoa jurídica é o sujeito de direito inanimado e personalizado. 
 
- a natureza jurídica da “pessoa jurídica” é objeto de várias teorias, destacando-se 
2(duas) : a teoria orgânica e a teoria da ficção ou realidade objetiva. 
 
- a “teoria orgânica” defende que a pessoa jurídica tem uma preexistência ao 
direito. Isto é, para esta teoria, o direito não cria a pessoa jurídica, somente a 
reconhece. 
 
- a “teoria da ficção” afirma que a pessoa jurídica é criação do direito, não 
preexistindo ao direito. 
 
- Fabio Ulhoa Coelho aponta que a pessoa jurídica não preexiste ao direito, é 
apenas uma idéia, conhecida dos advogados, juízes e demais membros da 
comunidade jurídica, que auxilia a composição de interesses ou a solução de 
conflitos. 
 
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*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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6 
- O sujeito de direito personalizado tem aptidão para a prática de qualquer ato, 
exceto o expressamente proibido; já o sujeito de direito despersonalizado (do 
qual são exemplos a massa falida – universalidade formada pelos direitos e 
obrigações de falido - e o espólio - universalidade formada pelos direitos e 
obrigações de pessoa falecida -) somente pode praticar ato essencial ao 
cumprimento de sua função ou o expressamente autorizado. 
 
- a sociedade personificada empresária e a sociedade personificada simples 
são, assim, sujeitos de direito, tendo aptidão para a prática de qualquer ato, 
à exceção daqueles expressamente proibidos pelo direito positivo, possuindo 
autonomia obrigacional, patrimonial e processual, não se confundido com a 
pessoa dos seus sócios. 
 
 
b) Quadro geral das pessoas jurídicas 
 
- as pessoas jurídicas são divididas em 2(dois) grandes grupos, que são : as 
pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado 
 
- o que diferencia esses grupos é o regime jurídico a que se encontram 
submetidos. Enquanto as pessoas jurídicas de direito público estão submetidas ao 
regime jurídico de direito público (que tem como fundamental o princípio da 
supremacia do interesse público; neste regime as normas estabelecem 
desigualdade nas relações jurídicas, para que o interesse geral prepondere sobre o 
particular) e, por óbvio, as pessoas jurídicas de direito privado se submetem ao 
regime jurídico de direito privado (cujos princípios vigentes são os da autonomia 
da vontade e o da igualdade). 
 
- como pessoas jurídicas de direito público, temos as entidades estatais (da 
administração pública direta e indireta e fundacionais) e as empresas particulares 
concessionárias de serviços públicos). 
 
- como pessoas jurídicas de direito privado, temos as fundações (nas fundações o 
instituidor destaca do seu patrimônio um ou mais bens e manifesta a vontade no sentido 
de que os frutos da administração deles sejam empregados na concretização de 
determinado fim, normalmente de relevância social ou cultural), as associações (a 
agregação de pessoas que possuem um objetivo em comum e se reúnem para consegui-
lo com menor dificuldade, objetivando um conteúdo não-econômico) e as sociedades ( 
agregação de pessoas que possuem um objetivo em comum e se reúnem -contribuindo 
com bens ou serviços - para consegui-lo com menor dificuldade, objetivando um 
conteúdo econômico). 
 
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*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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7 
c) Efeitos da personalização 
 
 
- o fato de serem pessoas jurídicas faz com que as sociedades empresária e 
simples adquiram certas características, quais sejam : 
 
- titularidade obrigacional : é sujeito ativo ou passivo de obrigações e 
direitos. Isto é, as obrigações e direitos da sociedade não se confundem 
com as obrigações e direitos dos seus sócios 
 
- titularidade processual : possui legitimidade para demandar e ser 
demandada em juízo. Isto é, ser Autora ou Ré em ações judiciais 
 
- responsabilidade patrimonial : há separação entre o patrimônio da 
sociedade e os patrimônios de seus sócios. Respondem pelas 
obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens sociais (bens dasociedade) 
 
- Princípio da autonomia patrimonial : esse princípio tem como base a separação 
patrimonial entre os bens da sociedade e os bens dos sócios; respondem pelas 
obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens da sociedade. 
 
- Como exceção ao princípio da autonomia patrimonial, temos o instituto da 
“desconsideração da personalidade jurídica” que permite que, em casos 
específicos previstos em lei, os sócios respondam pessoalmente pelas obrigações 
da sociedade. 
 
 
 
d) Início e término da personalização das sociedades 
 
- Início : a personalização das sociedades empresarial e simples se inicia com o 
registro do contrato ou estatuto social no registro público competente � artigo 
45 do Código Civil. 
 
- O registro competente para as sociedades simples é o Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas do local de sua sede � artigo 998 do Código Civil e artigo 1.150 do 
Código Civil. 
 
- O registro competente para as sociedades empresárias é o Registro Público das 
Empresas Mercantis do local de sua sede � artigo 1.150 do Código Civil. 
 
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*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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8 
- Término : através de procedimento dissolutório, que pode ser extrajudicial (por 
ato dos sócios) ou Judicial (por decisão judicial). O processo dissolutório tem 
basicamente 2(duas) fases : a liquidação (que visa a solução das pendências 
negociais da sociedade) e a partilha (que visa distribuir o acervo patrimonial, se 
houver, aos sócios 
 
 
 
 
III – CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES 
 
 
- Existem várias classificações para as sociedades, sendo que daremos destaca 
para as seguintes classificações: a) em sociedades de pessoas e sociedades de 
capital; b) em sociedades contratuais e sociedades institucionais e c) em 
sociedades de responsabilidade limitada, de responsabilidade ilimitada e de 
responsabilidade mista d) em sociedades irregulares e sociedades de fato. 
 
 
 
a) Sociedades de pessoas e sociedades de capital 
 
 
- essa classificação leva em consideração o grau de dependência da sociedade em 
relação às qualidades subjetivas dos sócios. 
 
- Sociedades de pessoas: são aquelas em que a realização do objeto depende mais 
dos atributos individuais dos sócios que da contribuição material que eles dão. 
São sociedades de pessoas: as sociedades em nome coletivo (arts. 1.039 a 
1.044/CC), as sociedades em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051/CC), em 
razão de a elas ser aplicável o artigo 1.003 do CC (aplicação subsidiária em razão 
do disposto nos artigos 1.040 e 1.046/CC). 
 
- Sociedades de capital: aquelas em que a contribuição material é mais 
importante que as características subjetivas dos sócios. São exemplos de 
sociedades de capital : a sociedade anônima (art. 1.088/CC) e as sociedades em 
comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092/CC). 
 
- A sociedade limitada (arts. 1.052 a 1.087/CC) pode ser tanto de pessoas como 
de capitais, dependendo do que constar no contrato social (ato constitutivo), 
conforme artigo 1.053/CC. 
 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse 
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9 
b) Sociedades contratuais e sociedades institucionais 
 
 
- essa classificação leva em consideração o regime legal de constituição e 
dissolução do vínculo societário. 
 
- Sociedades contratuais: são constituídas por contrato entre os sócios; são de 
origem contratual. São sociedades contratuais : a sociedade em nome coletivo, a 
sociedade em comandita simples e a sociedade limitada. 
 
- Sociedades institucionais: também se constituem por manifestação dos sócios, 
mas não são revestidas de natureza contratual em razão da forma de vinculação 
que o direito positivo impõe a essas sociedades. São sociedades institucionais: a 
sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações. 
 
- As sociedades contratuais são regidas pelo código civil e as sociedades 
institucionais são regidas pela lei das sociedades anônimas (Lei 6.404/76) 
 
 
 
 
c) Sociedades de responsabilidade limitada, de responsabilidade ilimitada e de 
responsabilidade mista 
 
- leva em consideração a limitação ou não da responsabilidade dos sócios em 
relação às obrigações da sociedade. 
 
- em razão da personalização (titularidade obrigacional, legitimidade processual e 
responsabilidade patrimonial), o patrimônio dos sócios não se confunde com o da 
sociedade. 
 
- responsabilidade subsidiária: enquanto não exaurido o patrimônio social, não 
se pode cogitar de comprometimento do patrimônio do sócio (benefício de ordem 
- art. 1.024/CC), à exceção da hipótese da parte final do artigo 990 do CC. 
 
- além de subsidiária, a responsabilidade do sócio pode ser LIMITADA ou 
ILIMITADA. 
 
- é ilimitada a responsabilidade quando os sócios respondem pelas obrigações 
sociais, sem qualquer limitação, arcando com o valor integral da dívida da 
sociedade. 
 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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10 
- é limitada quando a responsabilidade quando os sócios respondem pelas 
obrigações sociais dentro de um limite, relacionado ao valor do investimento que 
se propuseram a realizar. 
 
- sociedades de responsabilidade ilimitada: aquelas em que todos os sócios 
respondem integralmente pelas obrigações sociais. Exemplo: sociedade em nome 
coletivo (art.1.039/CC). 
 
- sociedades de responsabilidade mista: aquelas em que apenas parte dos sócios 
responde de forma ilimitada. Ex: sociedade em comandita simples (art. 
1.045/CC) e sociedade em comandita por ações (art. 1.090/CC). 
 
- sociedades de responsabilidade limitada: aquelas em que todos os sócios 
respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. Ex: sociedade limitada 
(art. 1.052/CC) e a sociedade anônima. 
 
 
 
d) Sociedades regulares, sociedades irregulares e sociedades de fato : 
 
- Essa classificação leva em consideração o preenchimento das imposições legais 
para a aquisição, pela sociedade, de personalidade jurídica própria 
 
- Sociedades regulares: são aquelas que têm os seus respectivos atos constitutivos 
devidamente registrados no órgão registral competente, conforme determina os 
artigos 45 e 1.150 do CC 
 
- Sociedades irregulares: são aquelas que não tem o seu ato constitutivo 
registrado no órgão registral competente, não adquirindo, assim, personalidade 
jurídica própria 
 
- Sociedades de fato: são aquelas que não possuem sequer um ato constitutivo 
(contrato social), deixando os sócios de reduzir a escrito seu ajuste 
 
- Tanto as sociedades irregulares quanto as sociedades de fato são regidas pelas 
normas da “sociedade em comum”, constantes nos artigos 986 a 990 do CC, 
conforme determina o artigo 986 do CC. 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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11 
IV – AS SOCIEDADES EM ESPÉCIE 
 
- As sociedades dividem-se em sociedades simples e sociedades empresárias 
 
- Sociedades simples são aquelas que não exercem atividade empresária, isto é, não se 
enquadram na atividade econômica empresária conceituada no artigo 966 do CC. As 
sociedades cooperativas são, por disposição legal (art. 982, parágrafo único,CC), 
sempre sociedades simples, independentemente de seu objeto 
 
- Sociedades empresárias são aquelas que exercem atividade empresária, isto é, que se 
enquadram na atividade econômica empresária conceituada no artigo 966 do CC. As 
sociedades por ações (sociedades anônimas e sociedades em comandita por ações) são, 
por disposição legal (art. 982, parágrafo único, CC), sempre sociedades empresárias, 
independentemente de seu objeto. 
 
 
 Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
 
 
Soc.Não 
personificadas : 
 
- Soc. em Comum 
- soc. em conta de 
participação 
Associações Fundações Sociedades 
 
 
 
 
 personificadas 
 
 
 Simples Empresárias 
 
 
 
 Soc. em nome coletivo 
 
 
 
 Soc. em comandita simples 
 
 
 Soc. Limitada 
 
 
Soc. em comandita por 
ações 
 
 Soc. Anônima 
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12 
- O artigo 983 do CC impõe que as sociedades empresárias devem ser 
constituídas sob um dos tipos previstos nos artigo 1.039 a 1.092, ou seja : 
Sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044), Sociedade em comandita 
simples (arts. 1.045 a 1.048), Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.086), 
Sociedade Anônima (art.1.088 e 1.089/CC e Lei 6.385/76) ou Sociedade em 
comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092/CC e Lei 6.385/76) 
 
- O mesmo artigo 983 do CC também determina que as sociedades simples 
podem (faculdade) se constituir sob a forma de um dos tipos de sociedades 
empresárias previstos nos artigos 1.039 a 1.092 do CC ou sob a forma própria de 
sociedade simples 
 
- A despeito do campo de estudo do direito comercial se limita à regulação da 
atividade econômica de natureza empresarial, o estudo da regulamentação sobre 
as sociedades simples é importante em razão de sua aplicação subsidiária em 
relação aos diversos tipos de sociedades empresárias, como consta dos artigos 
1.040/CC (para a sociedade em nome coletivo), 1.046/CC (para a sociedade em 
comandita simples) e 1.053/CC (para a sociedade limitada) 
 
 
- Para as sociedades, sejam simples, sejam empresárias, que não têm inscritos os 
seus atos constitutivos (contrato social) nos órgãos competentes (Junta Comercial 
para as sociedades empresárias e Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas para 
as sociedades simples), isto é, as sociedades irregulares e as sociedades de fato 
(vide classificação das sociedades), são regidas pelas regras das “Sociedades em 
comum” previstas nos artigos 986 a 990/CC. 
 
 
 
 
1- Sociedades não personificadas 
 
 
- O artigo 45, caput, do CC determina que a existência legal das pessoas jurídicas 
de direito privado (associações, fundações e sociedades) se inicia com o registro 
dos respectivos atos constitutivos nos competentes órgãos registrais. 
 
- Para as associações e fundações o órgão competente para o registro dos 
respectivos atos constitutivos no registro civil das pessoas jurídicas. 
 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
autor desta apostila. Para realização do download dessa apostila acesse 
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13 
- Para sociedades simples a competência é do registro civil das pessoas jurídicas 
e para as sociedades empresárias o registro público das empresas mercantis 
(Junta Comercial), conforme artigo 1.150 do CC. 
 
- Uma vez não registrados os atos constitutivos, a sociedade será considerada não 
personificada e será regido pelas regras inerentes à Sociedade em Comum (arts. 
986 a 990 do CC). 
 
- As sociedades em conta de participação também são consideradas sociedades 
não personificadas e regidas por regras específicas constantes dos artigos 991 a 
996 do CC. 
 
 
 
a) Sociedade em comum 
 
 
- Enquanto não inscritos seus atos constitutivos no registro próprio, a sociedade 
não adquire personalidade jurídica e será regida pelas disposições referentes à 
sociedade de fato denominada pelo CC de sociedade em comum (art.986/CC). 
 
- Não estando a sociedade personificada juridicamente, ela não tem capacidade 
jurídica para adquirir direitos e assumir obrigações, não sendo, portanto, uma 
pessoa jurídica e, conseqüentemente, não lhe é aplicável a autonomia 
patrimonial, isto é, não é possível separar o patrimônio da sociedade do 
patrimônio particular dos sócios. 
 
- Prova da existência da sociedade: os sócios, entre si ou em relação a terceiros, 
só pode fazer prova da existência da sociedade através de documento escrito. Já 
terceiros podem fazer prova da existência da sociedade por qualquer forma (por 
escrito ou por provas orais) � art. 987 do CC. 
 
- Titularidade dos bens e dívidas: os sócios são considerados titulares dos bens 
destinados à atividade da sociedade e das dívidas contraídas pela sociedade � 
art. 989 do CC. 
 
- Responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade: 
 
- os bens sociais (bens destinados ao exercício da atividade econômica) 
respondem pelos atos de gestão (atos de gerir a atividade, atos que tem 
por objetivo que a sociedade exerça os seus objetivos) de qualquer dos 
sócios; 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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14 
- benefício de ordem � art. 1.024/CC � os bens pessoais dos sócios só 
responderão pelas dívidas da sociedade em comum se os bens sociais 
não forem suficientes para garantir toda a dívida. 
 
 
- Exceção ao benefício de ordem � art. 990, parte final, do CC � o 
sócio que pactuou contratos pela sociedade se responsabilizará 
pessoalmente pela dívida independentemente de prévia verificação de 
capacidade dos bens sociais de suprir a dívida. 
 
 
- Todos os sócios respondem solidária (qualquer um pode ser 
demandado por todo o valor da dívida)e ilimitadamente (sem qualquer 
limitação de valor) pelas dívidas (obrigações) da sociedade, se os bens 
sociais não forem suficientes para cumprir a dívida (benefício de 
ordem) � art.990/CC. 
 
 
- Já o sócio que contratou pela sociedade não terá sequer o benefício de 
ordem (art. 1.024/CC), podendo ter diretamente consumido o seu 
patrimônio particular para o pagamento de dívida (obrigação) da 
sociedade. 
 
 
 
- A administração da sociedade é comum a todos os sócios, mas podem os sócios 
pactuar expressamente limitação de poderes a algum ou a vários sócios. Os bens 
da sociedade respondem pelas obrigações contraídas com afronta à limitação de 
poderes, desde que o terceiro contratante conheça tal limitação ou deva conhece-
la. Se o terceiro conhecia a limitação de poderes e assim mesmo pactou o 
contrato com afronta a essa limitação (isto é, o sócio contratante não tinha o 
poder de contratar pela sociedade), somente o sócio que contratou será 
responsável pela dívida, não podendo o terceiro atingir os bens sociais da 
sociedade ou os bens pessoais dos demais sócios � art. 989 /CC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
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15 
SOCIEDADE EM COMUM Sem registro do ato constitutivo (art. 986) 
 
 
 
 BENS 
 
E REGRA : os sócios são TITULARES em comum (são co-
proprietários dos bens e co-responsáveis pelas dívidas) � art. 
988/CC 
 DÍVIDAS 
Exceção:dívidas contraídas com afronta à expressa limitação de 
poderes e em que o terceiro que contratou tinha ou deveria 
ter conhecimento da limitação � art. 989 do CC 
 
 
 
 
 
 
 Dívida 
 
 
 
 Responsabilidade direta do OU Bens da sociedade respondem 
 Sócio que contratou pela pela dívida (art. 1.024 e 990/CC) 
 Sociedade 
 
 (art. 990, parte final, do CC) 
 
Se bens da sociedade forem 
insuficientes 
 
Opção do credor 
 
Responsabilidade solidária e 
ilimitada de todos os sócios 
� podem ser 
responsabilizados com os 
patrimônios pessoais por 
toda a dívida e sem limitação 
de valor 
 (art. 999, parte final, do 
CC) 
 
 
 
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16 
b) Sociedade em conta de participação 
 
- é também uma das espécies de sociedade não personificada 
 
- é caracterizada por um contrato de participação (que independe de qualquer 
formalidade e pode provar-se por todos os meios de prova admitidos em direito 
� art. 992) que vincula o sócio “ostensivo” e o sócio “participante” 
 
- sócio ostensivo : - é aquele que se apresenta ao mercado, regularmente 
estabelecido, inscrito no registro público e repartições competentes na forma da 
lei e com documentos livros contáveis e fiscais. Isto é, é o sócio que exerce o 
objeto social (o objetivo, a finalidade, a atividade econômica) da sociedade em 
seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade. 
 
 - o sócio ostensivo é aquele que realiza todos os negócios 
ligados à atividade, em seu próprio nome, respondendo por eles de forma pessoal 
e ilimitada 
 
- sócio participante : - são investidores. Investem na atividade econômica 
exercida pelo sócio ostensivo, mas não exercem a referida atividade econômica, 
não podendo tomar parte nas relações entre o sócio ostensivo e terceiros. 
 
 - perante terceiros que contratam com o sócio ostensivo, o 
sócio participante não aparece, sendo somente um investidor na exploração da 
atividade econômica 
 
 
- Objeto da sociedade : o sócio ostensivo tem contrato (art. 992/CC) com o sócio 
participante pelo qual este (o sócio participante) se obriga a prestar determinada 
soma a serem empregadas na atividade econômica do sócio ostensivo e, em 
contrapartida, o sócio participante é credor em eventual resultado positivo (lucro) 
da atividade econômica do sócio ostensivo 
 
 
- Características do contrato : 
 
- natureza secreta : o ato constititivo (contrato de participação) não 
precisa ser levado a registro (art. 992/CC) 
 
- contrato de participação pode ser provado por qualquer meio de prova 
admitido em direito (art. 992/CC) 
 
___________________________________________________________________ 
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17 
- contrato de participação produz efeito somente entre os sócios (art. 
992/CC) 
 
- Eventual registro do contrato de participação em qualquer órgão 
registral não confere personalidade jurídica à sociedade, que será 
sempre despersonificada (art. 993/CC) 
 
 
- Responsabilidades dos sócios : 
 
- Sócio Ostensivo : tem responsabilidade pessoal e ilimitada em relação 
a terceiros � art. 991/CC 
 
- Sócio Participante : obriga-se exclusivamente com o sócio ostensivo, 
na forma prevista no contrato de participação. Não tem 
responsabilidade em relação a terceiros � art.991, parágrafo único, do 
CC 
 
- Exceção : o sócio participante não pode tomar parte nas relações do 
sócio ostensivo com terceiros. Mas, se tomar parte nessas relações 
(interferindo de qualquer forma perante terceiros) passa a responder 
solidariamente com o sócio ostensivo em face das obrigações 
contraídas em razão de tal relação com terceiro � art. 993, par. único, 
CC 
 
- Salvo se houver previsão diferente no contrato de participação, o sócio 
ostensivo não poderá admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos 
demais sócios participantes � art. 996/CC. 
 
- na hipótese de eventual omissão, aplica-se às sociedades em conta de 
participação as normas jurídicas destinadas às sociedades simples, naquilo em 
que com ela for compatível. Isto é, para determinada matéria referente às 
sociedades em conta de participação que não possuir regra específica nos artigos 
991 a 996 do CC (capítulo destinado às sociedades em conta de participação), vai 
se aplicar o constante nos artigos 997 a 1.038 do CC (capítulo destinado às 
sociedades simples), desde que não incompatível com as normas específicas à 
sociedade em conta de participação � art. 996/CC. 
 
- Patrimônio da sociedade em conta de participação: na forma do artigo 994 do 
CC, a contribuição do sócio participante, com a contribuição do sócio ostensivo, 
constitui patrimônio especial (que é objeto da conta de participação relativa aos 
___________________________________________________________________ 
*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente dasinstituições de ensino das quais é professor o 
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18 
negócios da sociedade), sendo certo que esta especialização do patrimônio 
produz efeitos somente em relação aos sócios, não a terceiros 
 
 
 
 
- Falência dos sócios : 
 
- do sócio ostensivo : acarretará a dissolução da sociedade em conta de 
participação com a liquidação (comparação entre o ativo e o passivo a 
fim de se verificar se há alguma sobra) da conta, sendo que em 
havendo algum saldo na liquidação, este se constituirá em crédito 
quirografário (isto é, crédito simples, sem preferência no juízo de 
falência) � art. 994, par. 2o, CC 
 
- do sócio participante : contrato social fica sujeito às normas que 
regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido � art. 
994, par. 3o, CC 
 
 
- Dissolução : liquidação pela medida judicial de prestação de contas (arts. 914 a 
919 do Código de Processo Civil) e não por ação de dissolução de sociedade 
 
- Nome : a sociedade em conta de participação não possui nome empresarial 
 
 
 
 
2 – As sociedades Personificadas 
 
 
 
- As sociedades personificadas são aquelas que têm os seus respectivos atos 
constitutivos registrados nos competentes órgãos registrais. 
 
 
- O artigo 45, caput, do CC determina que a existência legal das pessoas jurídicas 
de direito privado (associações, fundações e sociedades) se inicia com o registro 
dos respectivos atos constitutivos nos competentes órgãos registrais. 
 
 
 
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19 
- Uma vez personificada (isto é, uma vez sendo pessoa jurídica), aplicam-se às 
sociedades as características de : 
 
 
- titularidade obrigacional : é sujeito ativo ou passivo de obrigações e 
direitos. Isto é, as obrigações e direitos da sociedade não se confundem 
com as obrigações e direitos dos seus sócios. 
 
- titularidade processual : possui legitimidade para demandar e ser 
demandada em juízo. Isto é, ser Autora ou Ré em ações judiciais. 
 
- responsabilidade patrimonial : há separação entre o patrimônio da 
sociedade e os patrimônios de seus sócios. Respondem pelas 
obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens sociais (bens da 
sociedade). 
 
 
- Para sociedades simples (aquelas que não tem como finalidade o exercício de atividade 
empresária nos moldes do artigo 966 do CC e as sociedades cooperativas independentemente de 
seus objetivos, conforme determina o artigo 982, caput e parágrafo único) a competência é 
do registro civil das pessoas jurídicas. 
 
- Para as sociedades empresárias (aquelas que tem como finalidade o exercício de 
atividade empresária nos moldes do artigo 966 do CC e as sociedades por ações 
independentemente de seus objetos, também conforme determina o artigo 982 do CC), a 
competência é do registro público das empresas mercantis (Junta Comercial), 
conforme artigo 1.150 do CC. 
 
- Como determina o artigo 983 do CC, a sociedade empresária deve constituir-se, 
necessariamente, sob uma das formas (tipos) previstos nos artigos 1.039 a 
1.092/CC, isto é : sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, 
sociedade limitada, sociedade anônima ou sociedade em comandita por ações. 
Trata-se de rol taxativo (não exemplificativo), não havendo como se cogitar na 
existência de sociedade empresária personificada sob forma diferente das acima 
citadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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20 
2.1) SOCIEDADE SIMPLES 
 
a) Conceito 
 
- é uma categoria de sociedade. 
 
- Sociedade é, conforme artigo 981 do Código Civil, a agregação de pessoas que 
possuem um objetivo em comum, de conteúdo econômico e se reúnem 
(contribuindo com bens ou serviços) para alcançá-lo com menor dificuldade. 
 
- como já vimos, as sociedades personalizadas (que possuem personalidade 
jurídica, conforme artigo 45, caput, do Código Civil) dividem-se em 2(duas) 
categorias, as sociedades simples e as sociedades empresárias. 
 
- as sociedades empresárias são aquelas que, conforme artigo 982 do Código 
Civil, têm como objeto o exercício de uma atividade típica de empresário sujeito 
a registro, isto é, atividade econômica profissional de produção ou circulação de 
bens ou serviços (excetuando-se o exercício de atividades profissionais 
intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, desde que o exercício da 
profissão n”ao constitua elemento de empresa) �artigo 966, caput e parágrafo 
único, do CC. Ressalte-se que, independentemente do objeto, as sociedades por 
ações (sociedade anônima e sociedade em comandita por ações) são, por 
determinação legal (art. 982, parágrafo único, do CC), sempre empresárias. 
 
- Já as sociedades simples são, por exclusão, todas as sociedades personalizadas 
que não se enquadrarem no conceito de sociedades empresárias � artigo 982, 
caput, parte final, do CC. 
 
- Por determinação legal (art.982, parágrafo único, do CC), todas as cooperativas 
(aquelas criadas por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com 
bens ou sérvios para o exercício de uma atividade de proveito comum e sem 
objetivo de lucro, havendo, na realidade o proveito comum resultante do esforço 
solidário dos cooperados � Lei 5.764/71, art. 3o) são sociedades simples. 
 
 
b) Forma de constituição 
 
- As sociedades simples se constituem através de contrato escrito, sob a forma 
particular ou pública. Exige-se, assim, uma constituição formal � art. 997/CC 
 
- o contrato social (ato constitutivo da sociedade simples) tem, conforme parte 
final do caput do artigo 997 do CC, o seguinte conteúdo obrigatório: 
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21 
- se os sócios forem pessoas físicas: nome, nacionalidade, estado civil, 
profissão e residência dos sócios; 
 
- se os sócios forem pessoas jurídicas: a firma ou denominação, 
nacionalidade e sede; 
 
- denominação, sede e prazo da sociedade; 
 
- capital da sociedade, expresso em moeda corrente; 
 
- a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la (forma de 
integralização, de pagamento de sua participação societária); 
 
- as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em 
serviços; 
 
- as pessoas naturais (físicas) incumbidas da administração da sociedade, e 
seus poderes e atribuições; 
 
- participação de cada sócio nos lucros e nas perdas (o art. 1.008 do CC 
determina que é nula a cláusula que exclua qualquer sócio de participar 
dos lucros e das perdas); 
 
- se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente (vide art. 1.024/CC), 
pelas obrigações sociais.- vinculação ao contrato social: o artigo 997, parágrafo único, do CC determina 
que não gera efeitos em relação a terceiros qualquer pacto separado que seja 
contrário ao disposto no instrumento de contrato. 
 
- o ato constitutivo (contrato social) deve ser levado a registro, no prazo de 
30(trinta) dias a partir da data de sua constituição, no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas do local da sede da sociedade � art. 998, caput, do CC. � sobre as 
conseqüências do registro fora do prazo, analisar o item “III - O Registro dos 
Empresários” na apostila de “Direito Empresarial I”. 
 
- Se a sociedade simples também instituir sucursal, filial ou agência na 
circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, deverá também 
proceder ao registro da filial (sucursal ou agência) no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas do local onde se encontra estabelecida a filial � art.1.000/CC � 
Sempre constituição de filial (sucursal ou agência) deve ser averbada no Registro 
Civil da sede da sociedade � art. 1.000, parágrafo único, do CC. 
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22 
b) Forma clássica x adoção de forma de um dos tipos de sociedade 
empresária: 
 
- o artigo 983 do CC permite que a sociedade simples se constitua em 
conformidade com um dos tipos de sociedades empresárias (sociedade em 
nome coletivo, sociedade limitada, sociedade em comandita simples, 
sociedade anônima e sociedades por ações) ou mantenha a forma clássica 
de sociedade simples (disciplinada pelos artigos 997 a 1.038 do CC). 
 
- se a sociedade simples optar por se constituir sob a forma de um dos 
tipos de sociedade empresária, então deverá subordinar-se às regras que 
são próprias ao tipo que escolheu. 
 
- independentemente da forma como se constituir, o contrato social deverá 
ser sempre registrado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de 
sua sede �art. 998/CC � há, entretanto, opiniões no sentido de que, 
adotando a forma de um dos tipos de sociedade empresária, o registro 
deveria ser procedido no Registro Público das Empresas Mercantis. 
 
 
 
c) Modificação no contrato social 
 
 
- Quorum: art. 999/CC 
 
- para as modificações que tenham por objetivo matéria indicado no artigo 
997/CC, deve haver consentimento (concordância) de todos os sócios 
 
- para demais modificações, é necessária maioria absoluta de votos 
(art.1.010, par. 1o , CC -> para a formação da maioria absoluta são 
necessários votos correspondentes a mais de metade do capital), salvo se o 
contrato social determinar a necessidade de concordância da unanimidade 
dos sócios; 
 
 
- Formalidade das modificações: todas modificação no contrato social deverá ser 
averbada no registro da sociedade, também no prazo de 30(trinta) dias a partir da 
data de realização da alteração � art. 999, parágrafo único, do CC. 
 
 
 
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23 
d) Direitos e Obrigações dos sócios: 
 
- Obrigações: as obrigações dos sócios iniciam-se imediatamente com a 
assinatura do contrato social (se o contrato social não fixar outra data) e 
terminam quando, liquidada a sociedade (arts.1.033 a 1.038/CC), se extinguirem 
as responsabilidades sociais � art.1.001/CC. 
 
- Cessão das quotas sociais: para que se realize a cessão, total ou parcial, das 
quotas sociais, deve haver o consentimento de todos os sócios e a correspondente 
modificação do contrato social, com a averbação no registro � art. 1.003 e 999, 
parágrafo único, ambos do CC. 
 
- Responsabilidade do sócio cessionário de quotas: o sócio cedente responde 
solidariamente com o cessionário pelas obrigações que tinha como sócio, perante 
a sociedade e terceiros, por até dois anos a partir da averbação da modificação 
contratual � art. 1.003, parágrafo único, do CC. 
 
- Contribuição do sócio: o sócio pode contribuir com capital ou com serviço 
(conforme se extrai dos artigos 1.005 e 1.006 do CC), com as seguintes 
características: 
 
- o sócio que, com o objetivo de integralizar (pagar) as quotas que 
subscreveu (quotas a que se comprometeu o sócio a adquirir) no contrato 
social, transmitiu à sociedade o domínio (propriedade), a posse ou o uso 
de um bem, responde pela evicção (isto é, pela perda do direito sobre o 
imóvel por motivo fundado em ato anterior à transmissão desse direito à 
sociedade) � art. 1.005/CC 
 
- o sócio que, com o objetivo de integralizar as quotas que subscreveu no 
contrato social, cede crédito de que é possuidor, responde pela solvência 
do devedor (se o devedor do crédito que foi transmitido não possuir bens 
para responder pela obrigação, então o sócio que cedeu tal crédito é 
responsável pelo valor do crédito cedido) � art. 1.005, parte final, do CC 
 
- o sócio cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo previsão 
em contrário no contrato social, empregar-se em atividade estranha à 
sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e de ser excluído da 
sociedade � art. 1.006/CC 
 
 
 
 
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24 
e) Não cumprimento da obrigação pelo sócio 
 
- Caso o sócio não cumpra com a obrigação estabelecida no contrato social, 
deverá a sociedade notifica-lo, sendo que, deixando de cumprir a obrigação nos 
trinta (30) dias seguintes à notificação, o sócio responderá perante a sociedade 
pelo dano ocorrido em razão da mora � art.1.004/CC. 
 
-Verificada a mora (isto é, o não cumprimento da obrigação pelo sócio no prazo 
de 30 dias a partir da notificação), poderá a maioria dos demais sócios preferir, 
ao invés da indenização prevista no artigo 1.004/CC, a exclusão do sócio remisso 
(sócio em mora) ou reduzir as suas quotas ao montante já realizado (reduzir à 
quantidade de obrigação que o sócio já cumpriu), aplicando-se a correspondente 
redução do capital social da sociedade, salvo se os demais sócios suprirem o 
valor da quota (conforme art. 1.031, par. 1o, CC). 
 
 
 
f) Participação do sócio 
 
 
- o sócio participa dos lucros e das perdas na proporção de suas respectivas 
quotas, salvo previsão diferente no contrato social �art. 1.007, parte inicial, do 
CC � Ex. o sócio que é detentor de metade das quotas sociais terá direito à 50% 
dos lucros. 
 
- o sócio cuja contribuição consista em serviços somente participa dos lucros na 
proporção da média do valor das quotas,salvo previsão diferente no contrato 
social � art.1.007, parte final,do CC � Ex.: Numa sociedade de 4 sócios, com 3 
sócios capitalistas e 1 sócio de serviços, em que o sócio “A” tem direito a 60% 
dos lucros, o sócio “B” tem direito a 30% e o sócio “C” a 10%, o sócio de 
serviços, quando único,deverá receber 33,33% dos lucros distribuídos ( 60 + 30 + 
10 / 3 = 33,33) , cuja participaçãodeverá ser debitada, também 
proporcionalmente, do quinhão dos demais sócios. 
 
- Previsão em contrário no contrato social é capaz de afastar as regras constantes 
no artigo 1.007/CC, no entanto, conforme artigo 1.088/CC, é nula a estipulação 
contratual que exclua qualquer sócio dos lucros e das perdas. 
 
 
 
 
 
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25 
g) Responsabilidade do sócio pelas obrigações sociais: 
 
 
- se a sociedade simples adotar a forma clássica (isto é, se não optar por se 
constituir sob um dos tipos de sociedades empresárias) e os bens da sociedade 
forem insuficientes para cobrir a dívida (ver artigo 1.024/CC, que trata do 
benefício de ordem), então os sócios respondem pelo saldo (diferença entre o 
valor total das dívidas e o valor dos bens da sociedade) na proporção em que 
participem das perdas sociais, salvo se houver, no contrato social, cláusula de 
responsabilidade solidário (quando, então, qualquer sócio poderá ser cobrado 
pela totalidade do saldo) � art. 1.023/CC 
 
 
- no entanto, se a sociedade optar por se constituir sob um dos tipos de 
sociedades empresárias, então aplicar-se-á a regra de responsabilidade típica do 
tipo que foi escolhido (já que o artigo 983 prevê que a sociedade simples, uma 
vez optando por se constituir sob a forma de determinado tipo de sociedade 
empresária, subordina-se às normas que são próprias do tipo escolhido) 
 
 
- Na forma clássica : 
 
- o sócio admitido em sociedade já constituída, também é responsável 
por dívidas da sociedade anteriores à sua admissão, conforme artigo 
1.025/CC (vide também a regra constante do parágrafo único do art. 
1.003 do CC) 
 
 
- Sendo o sócio devedor de terceira pessoa (credor), o credor poderá: 
 
- Requerer que a execução da dívida recaia sobre o valor que 
couber ao sócio devedor nos lucros da sociedade � 
art.1.026, caput, do CC 
 
- requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor será 
levantado com base na situação patrimonial da sociedade 
(verificada através de balanço especialmente levantado) na 
data da liquidação da quota � art. 1.027, parágrafo único, 
do CC 
 
 
 
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*Apostila elaborada por Denis Domingues Hermida, sendo proibida a sua 
reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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26 
g) Administração da sociedade simples 
 
 
- o(s) administrador(es) de uma sociedade simples pode ser ou não sócio. 
 
- Observação: caso a sociedade simples opte, na forma da parte final do caput do 
artigo 983/CC, pela constituição sob a forma de um dos tipos de sociedade 
empresária, então irá se subordinar às normas que são próprias ao tipo que 
escolheu. Se, por exemplo, escolheu a forma de sociedade limitada (arts.1.052 a 
1.087/CC),caso não haja permissão expressa no contrato, a administração 
somente poderá ser feita por sócio (art. 1.061/CC). 
 
 
- Não especificando de forma diversa o contrato social, a administração da 
sociedade compete separadamente a cada um dos sócios � art. 1.013/CC. 
 
 
- Quando, em razão de lei ou de contrato social, competir aos sócios, 
conjuntamente, decidir sobre os negócios da sociedade, então as deliberações 
(decisões) serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das 
quotas de cada um, com as seguintes peculiaridades: � art. 1.010/CC. 
 
 
- para a formação da maioria absoluta são necessários votos 
correspondentes a mais de metade do capital social. 
 
- se houver empate, então prevalece a vontade do maior número de sócios 
(isto ocorre porque, por exemplo, 50% do capital social pertence a 1 só 
sócio e os outros 50% pertencem a 3 sócios. Assim, havendo empate no 
cômputo da quantidade de capital social, então prevalecerá a vontade da 
maioria (em termos de quantidade de sócios e não de capital) dos sócios. 
 
- se persistir o empate, então a decisão deverá ser dada por um Juiz. 
 
 
 
- Responde por perdas e danos (indenização), o sócio que, tendo em algum 
negócio (operação) interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação 
que aprove o negócio que lhe interessava (contrário aos interesses da sociedade) 
graças ao seu voto �art.1.011/CC. 
 
 
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reprodução sem a indicação de sua fonte, bem como a sua utilização por aqueles que 
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- Formalidade da nomeação do Administrador : 
 
- a designação do administrador deve ser feita no contrato social 
(conforme artigo 997, VI, do CC). 
 
- no entanto, o artigo 1.012/CC permite também que o administrador 
seja nomeado através de instrumento em separado (fora do contrato 
social), devendo o administrador nomeado averbar o instrumento de 
nomeação à margem da inscrição da sociedade no registro 
competente, sob pena de responsabilidade do administrador, pessoal 
e solidária com a sociedade, em relação aos atos praticados antes de 
requerer a averbação. 
 
 
- Obrigações do Administrador: 
 
 
- averbar o instrumento de nomeação à margem da inscrição da 
sociedade � art. 1.012 do CC. 
 
- ter o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma 
empregar na administração de seus próprios negócios � art. 
1.011/CC. 
 
- Responde por perdas e danos (indenização) perante a sociedade o 
administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que 
estava agindo em desacordo com a maioria � art. 1.013, parágrafo 
2o, do CC . 
 
 
- Atos do(s) Administrador(es): 
 
- No silêncio do contrato social, os administradores podem praticar 
todos os atos pertinentes à gestão da sociedade � art. 1.015/CC 
 
- No que couber (isto é, no que não for incompatível), aplicam-se à 
atividades dos administradores as normas jurídicas referentes ao 
contrato de mandato (arts. 653 a 691/CC). 
 
 
 
 
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- Excesso por parte dos Administradores (art. 1.015, par. único, CC): o excesso 
por parte dos administradores (praticar atos além daqueles para os quais foram 
nomeados) somente pode ser oposto em relação a terceiros (afastando, dessa 
forma, a validade do ato praticado) em uma das seguintes hipóteses: 
 
- se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro 
próprio da sociedade 
 
- provando-se que a limitação de poderes era conhecida do terceiro 
 
- tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da 
sociedade 
 
 
- Multiplicidade de administradores: 
 
- Podem existir vários administradores da sociedade, inclusive na 
hipótesedo caput do artigo 1.013/CC (inexistência de previsão 
quanto a administrador no contrato social, levando à administração 
de cada sócio separadamente) 
 
- Se a administração competir separadamente a vários 
administradores, cada um pode impugnar operação pretendida por 
outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos � art. 
1.013, parágrafo 1o, do CC 
 
 
h) Resolução da sociedade em relação a um sócio: 
 
 
- No caso de morte de sócio (art.1.028/CC): será procedida a liquidação da sua 
quota e destinado o valor respectivo ao espólio (universalidade formada pelos 
direitos e obrigações deixados pelo falecido), a não ser que : 
 
- o contrato social disponha de forma diferente; 
- os sócios remanescentes optem pela dissolução da sociedade 
- se, por acordo com os herdeiros, proceda-se a substituição do sócio 
falecido 
 
 
- Retirada voluntária de qualquer sócio (art. 1.029/CC): 
 
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- se a sociedade for de prazo determinado: deverá o sócio demonstrar 
judicialmente a existência de justa causa para a sua retirada voluntária 
 
- se a sociedade for de prazo indeterminado: o sócio poderá retirar-se, 
sem necessidade de demonstração de justa causa, mediante notificação 
aos demais sócios, com antecedência mínima de 60 dias. 
 
- Obs.: Na hipótese de sociedade por prazo indeterminado, os demais 
sócios poderão, no prazo de 30 dias subseqüentes à notificação, optar 
pela dissolução da sociedade � art. 1.029, parágrafo único, do CC 
 
 
 
- Retirada compulsória do sócio (art. 1.004, par. único, do CC e art. 1.030/CC): 
 
- Hipóteses: mora no cumprimento das obrigações pelo Credor, 
judicialmente através da demonstração de falta grave do sócio no 
cumprimento de suas obrigações ou de demonstração de incapacidade 
superveniente do sócio, se o sócio for declarado falido ou que a sua 
quota tenha sido liquidada na forma do artigo 1.026, parágrafo único, 
do CC 
 
- Hipótese do artigo 1.004, par. único, do CC : verificada a mora (isto é, 
o não cumprimento da obrigação pelo sócio no prazo de 30 dias a 
partir da notificação), poderá a maioria dos demais sócios preferir, ao 
invés da indenização prevista no artigo 1.004/CC, a exclusão do sócio 
remisso (sócio em mora) ou reduzir as suas quotas ao montante já 
realizado (reduzir à quantidade de obrigação que o sócio já cumpriu), 
aplicando-se a correspondente redução do capital social da sociedade, 
salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota (conforme art. 
1.031, par. 1o, CC). 
 
- Hipótese do artigo 1.030/CC : poderá também ser o sócio excluído 
judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por 
falta grave no cumprimento de suas obrigações ou por incapacidade 
superveniente. 
 
- Hipótese do artigo 1.030, par. único, do CC : é considerado excluído o 
sócio falido e aquele que tiver as suas quotas liquidadas a pedido de 
credor na forma do artigo 1.026, parágrafo único, do CC. 
 
 
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- Liquidação da quota (art. 1.031/CC): 
 
- será levado em consideração o valor da quota no momento da retirada 
do sócio, considerado com base no montante efetivamente 
integralizado pelo sócio, e levando em consideração a situação 
patrimonial da sociedade verificada através de balanço especialmente 
levantado (salvo se houver disposição diferente no contrato social) 
 
- a quota liquidada será paga em dinheiro no prazo de 90(noventa) dias a 
partir da liquidação (salvo acordo ou estipulação contratual em 
contrário) 
 
 
- Responsabilidade do sócio retirante/excluído: a retirada, a exclusão ou a morte 
do sócio não afasta a sua responsabilidade (ou de seus herdeiros) pelas 
obrigações sociais anteriores, até 2(dois) anos após averbada a resolução na 
sociedade � art. 1.032/CC 
 
 
 
i) Dissolução da sociedade simples (clássica): 
 
- Hipóteses de dissolução (art. 1.033/CC): 
 
- se vencido o prazo de duração (para as sociedades por prazo 
determinado) � se vencer o prazo e, sem oposição de sócio, não entrar 
a sociedade em liquidação, a sociedade passará a ser por prazo 
indeterminado; 
 
- por consenso unânime dos sócios; 
 
- por deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de 
prazo indeterminado; 
 
- a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias; 
 
- a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar; 
 
- judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando anulada 
a sua constituição (art. 1.034/CC, inciso I, do CC); 
 
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- judicialmente, a requerimento de qualquer sócio, quando exaurido o 
fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade (art. 1.034/CC, inciso 
II, do CC); 
 
 
- o contrato social pode prever outras causas de dissolução, a serem 
verificadas judicialmente quando contestadas (art. 1.035/CC). 
 
 
- Liquidante : 
 
- Ocorrida a dissolução, cabe aos administradores providenciar 
imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestão própria aos 
negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão (os 
administradores) solidária e ilimitadamente � art. 1.035/CC. 
 
- Se não houver designação no contrato social, o liquidante será eleito por 
deliberação dos sócios, podendo o liquidante não ser sócio � art. 
1.038/CC. 
 
- o liquidante pode ser destituído a qualquer tempo, nas seguintes 
hipóteses: 
 
- mediante deliberação dos sócios (se eleito por deliberação dos 
sócios). 
 
- judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, ocorrendo 
justa causa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2) SOCIEDADE EM NOME COLETIVO 
 
- Artigos 1.039 a 1.044 do CC 
 
a) Conceito 
 
- união de 2(duas) ou mais pessoas para a realização de uma atividade empresária 
em comum, debaixo de uma firma social (art. 1156/CC -> firma : “ O 
empresário opera sob firma constituída por seu nome, complete ou abreviado, 
aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de 
atividade”). 
 
 
b) Sócios 
 
- somente pessoas físicas (naturais) podem ser sócias de sociedade em nome 
coletivo. Não hácomo se cogitar na existência de sócio que seja pessoa jurídica. 
� art. 1.039/CC. 
 
 
 
c) Responsabilidade dos sócios 
 
 
- todos os sócios respondem, solidária (qualquer sócio pode ser demandado por 
toda a dívida) e ilimitadamente (não há limitação para a responsabilidade), pelas 
obrigações sociais � art. 1.039/CC 
 
- a responsabilidade é solidária e ilimitada, mas subsidiária, isto é, o patrimônio 
pessoal dos sócios somente pode ser atingido após se esgotarem todos os bens da 
sociedade � benefício de ordem previsto no artigo 1.024/CC 
 
- Observação: o parágrafo único do artigo 1.039/CC determina que “sem 
prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato 
constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a 
responsabilidade de cada um”. Isso significa que, em relação a terceiros, a 
responsabilidade de cada um dos sócios é solidária e ilimitada, no entanto, os 
sócios podem proceder à limitação de responsabilidade para alguns sócios, 
quando, então, o sócio que foi responsabilizado em relação a terceiro por valor 
superior à sua limitação perante a sociedade (lembremos que em relação a 3os a 
responsabilidade é ilimitada) poderá reivindicar dos demais sócios a diferença 
(entre o que teve que despender e o valor da sua limitação). 
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33 
d) Aplicação subsidiária das normas dirigidas à sociedade simples 
 
- o artigo 1.040/CC prevê que, na omissão, serão aplicadas as regras destinadas à 
disciplina das sociedades simples (art. 997 a 1.038/CC). 
 
 
e) Contrato 
 
 
- Forma e registro: 
 
- deve ser escrito e registrado junto ao Registro Público das Empresas 
Mercantis (Junta Comercial), por ser uma sociedade empresária �art. 
1.150/CC. 
 
- na hipótese da parte final do artigo 983/CC (hipótese da sociedade 
simples optar pela constituição sob a forma de um dos tipos de 
sociedade empresária), a competência para registro será do Registro 
Civil das Pessoas Jurídicas � apesar de haver entendimentos 
contrários a esse respeito. 
- 
 
- Conteúdo : além das indicações contidas no artigo 997 do CC, deve conter a 
firma social � art. 1.041/CC. Firma social é espécie de nome empresarial que é 
constituída pelos nomes dos sócios (completo ou abreviado) ou o nome de alguns 
dos sócios acompanhado da expressão “e Companhia” (ou a abreviação “Cia”) 
� artigo 1.157/CC. 
 
 
f) Administração 
 
 
- A administração da sociedade compete exclusivamente a sócio (não-sócios não 
podem exercer a função de administrador da sociedade) � art. 1.042/CC 
 
- Caso não haja especificação no contrato social de quem será o administrador, 
aplicar-se-á (em razão da omissão, conforme artigo 1.040/CC ) o artigo 1.013, no 
sentido de que a administração competirá separadamente a cada um dos sócios. 
 
 
 
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g) Impossibilidade de liquidação de quota de sócio devedor requerida por 
credor 
 
- Ao contrário do que acontece com as sociedades simples (art. 1.026, parágrafo 
único, do CC), na sociedade em nome coletivo, o credor não pode, antes de 
dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor � art. 
1.043/CC � a não ser quando: 
 
- a sociedade houver sido prorrogada tacitamente. 
 
- tendo ocorrido a prorrogação contratual, for acolhida judicialmente a 
oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da 
publicação do ato dilatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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35 
2.3 – SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES 
 
- Arts. 1.045 a 1.051 do CC 
 
 
a) Conceito 
 
 
- tipo de sociedade empresária em que coexistem 2(duas) espécies de sócios, os 
sócios comanditados (com responsabilidade ilimitada e solidária em relação às 
obrigações sociais) e os sócios comanditários (com responsabilidade limitada às 
suas contribuições de capital). 
 
 
b) Aplicação subsidiária das normas dirigidas à sociedade em nome coletivo 
e, por conseqüência, as normas destinadas às sociedades simples 
 
- o artigo 1.046/CC prevê que, na omissão, serão aplicadas as regras destinadas à 
disciplina das sociedades em nome coletivo (art. 1.039 a 1.044/CC). 
 
- como o artigo 1.040/CC (que se refere às sociedades em nome coletivo) 
determina a aplicação às sociedades em nome coletivo, na hipótese de omissão, 
das normas destinadas às sociedades simples, então, em razão do artigo 
1.046/CC, também são aplicáveis às sociedades em comandita simples, na 
hipótese de omissão, as normas destinadas às sociedades simples. 
 
 
c) Sócios 
 
- Sócio Comanditado: art. 1.045/CC � é sempre pessoa física (natural, jamais 
pessoa jurídica), tendo responsabilidade ilimitada e solidária em relação às 
obrigações sociais. A responsabilidade é solidária entre os sócios, mas 
subsidiária em relação aos bens da sociedade, aplicando-se o artigo 1.024/CC (os 
bens dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão 
depois de executados os bens sociais). 
 
- Sócio Comanditário: art. 1.045, parte final, do CC -> pode ser pessoa física ou 
pessoa jurídica, tendo responsabilidade limitada ao valor de suas quotas (isto é, 
limitada à sua contribuição de capital). 
 - não pode praticar atos de gestão, nem ter seu nome na 
firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades típicas dos sócios 
comanditados (ilimitada e solidária) � art. 1.047/CC. 
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não façam parte do corpo discente das instituições de ensino das quais é professor o 
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d) Contrato 
 
- Forma e registro: 
 
- deve ser escrito e registrado junto ao Registro Público das Empresas 
Mercantis (Junta Comercial), por ser uma sociedade empresária �art. 
1.150/CC. 
 
- na hipótese da parte final do artigo 983/CC (hipótese da sociedade 
simples optar pela constituição sob a forma de um dos tipos de 
sociedade empresária), a competência para registro será do Registro 
Civil das Pessoas Jurídicas � apesar de haver entendimentos 
contrários a esse respeito. 
 
 
- Conteúdo: 
 
- além das indicações contidas no artigo 997 do CC, deve conter a firma 
social � art. 1.041/CC. Firma social é espécie de nome empresarial 
que é constituída pelos nomes dos sócios

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