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Aula 02 - Direito Societário: conceito, tipos de sociedades, constituição e contrato social. Classificação das sociedades. Sociedades personificadas e não personificadas. Sociedade empresária e sociedade simples. Sociedade em nome coletivo. Sociedade em comandita simples. Curso Regular: Direito Empresarial Professor: Wangney Ilco C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 2 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1- Introdução ................................................................................................. 5 2- Conceito de sociedade ................................................................................ 5 2.1– Sociedade empresária X Sociedade simples .......................................................................... 6 2.2– Empresário Individual x Sociedade empresária ..................................................................... 8 3- Classificação das sociedades .................................................................... 10 4- Tipos societários ...................................................................................... 12 4.1- Sociedades dependentes de autorização ............................................................................. 13 5- Sociedades NÃO personificadas ................................................................ 14 5.1- Sociedade em comum (art. 986 a 990, CC) ........................................................................... 16 5.1.1- Responsabilidade dos sócios da Sociedade em comum ................................................ 17 5.2 – Sociedade em Conta de Participação .................................................................................. 19 6- Sociedades personificadas ....................................................................... 21 6.1- Sociedade simples pura (Art. 997 a 1.038, CC) ..................................................................... 22 6.1.1- O contrato social e sua natureza ................................................................................... 22 6.1.2 – Requisitos de validade do contrato social .................................................................... 23 6.1.3 – Cláusulas do contrato social ......................................................................................... 25 6.1.4 – Forma do contrato social.............................................................................................. 26 6.1.5 – Alteração do contrato social ........................................................................................ 27 6.1.6 – Direitos e obrigações dos sócios .................................................................................. 27 6.1.7 – Deliberações dos sócios ............................................................................................... 29 6.1.8 – Administração .............................................................................................................. 30 6.1.9 – Nomeação dos administradores .................................................................................. 31 6.1.10 – Responsabilidade dos administradores ..................................................................... 32 6.1.11 – Responsabilidade dos sócios ...................................................................................... 35 6.1.12 – Resolução da sociedade em relação a um sócio ........................................................ 35 6.2 – Sociedade em nome coletivo .............................................................................................. 38 6.3 – Sociedade em comandita simples ....................................................................................... 38 AULA 02 - Direito Societário: conceito, tipos de sociedades, constituição e contrato social. Classificação das sociedades. Sociedades personificadas e não personificadas. Sociedade empresária e sociedade simples. Sociedade em nome coletivo. Sociedade em comandita simples. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 3 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 7- Questões Comentadas .............................................................................. 41 8 - Lista de Exercícios ................................................................................... 63 9 - Gabarito .................................................................................................. 74 Olá pessoal! Tudo bem? Estão estudando bastante? Conseguindo acompanhar direitinho o curso? Sei que a nossa disciplina para muitos aqui é um “pé no saco”. Eu mesmo, no início dos meus estudos achava também isso, heheheh! Verdade mesmo. Os dois primeiros concursos para o ICMS-RJ fiquei exatamente em Direito Empresarial. Pois é! Coisas do destino! Querem saber como fiz para virar a mesa e me tornar professor? Simples: muito estudo. Vou contar. No primeiro ICMS-RJ (janeiro/2008), deixei empresarial para estudar por último. Estudei pelo livro do Prof.º Carlos Pimentel. Bom livro. Só que estudei pouco e muito rapidamente. Também peguei uma apostila só com questões. Lógico que nossa disciplina requer bem mais que isso, ehehehe. Não deu certo, óbvio!!! Alguns meses depois resolvi fazer um curso presencial com o Prof.º Adir Gonçalves (excelente professor, embora eu não seja muito adepto a cursos presenciais ou em vídeo). No entanto, neste período estava em um momento muito disperso, com a cabeça longe, relacionamentos um pouco conturbados, e não dei a devida atenção ao curso. Resultado: no segundo ICMS-RJ (outubro/2008), mais uma vez mandei mal em empresarial. Após a prova, fiquei uns dois meses sem pegar em nada de material (jamais façam isso...erro grave ficar muito tempo sem estudar). Então, recomecei os estudos! Mas agora havia colocado na cabeça que eu tinha uma barreira que estava me impedindo de vencer. Eu precisava transpor essa barreira. Eu deveria fazer de tudo para transpor essa barreira chamada empresarial. Então, lembrei de uma época da minha vida em que eu não conseguia assimilar Química. Isso mesmo, Química. Também, nessa época, eu estava meio disperso, adolescência e etc. Mas, coloquei na cabeça que iria aprender Química de qualquer maneira. Meu método era “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”: dia e noite estudava somente Química, com resumos, esquematizações, livros, questões. Foi a primeira vez em minha vida que estudei tanto e pela madrugada. Isso aos quinze, dezesseis anos. Resultado, passei a ter uma facilidade muito grande em Química, ao ponto de ter uma das melhores médias no Colégio Naval, onde o ensino nessa matéria era bem pesado! Então, resolvi adotar essa mesma técnica para empresarial. Peguei as apostilas fornecidas no curso do Prof.º Adir, comprei outros livros e fiz um resumo bastante detalhado de toda a matéria de empresarial. No Word mesmo! Estudava apenas empresarial! Dei uma incrementada nesse resumo com questões das últimas provas da FGV. Fazia esquematizações, como as do nosso curso, e colava nas paredes do meu quarto. Resultado da técnica “água C óp ia r eg is tr ada pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 4 de 74 www.exponencialconcursos.com.br mole em pedra dura tanto bate até que fura” no terceiro ICMS-RJ (agosto/2009): das 20 questões de empresarial errei apenas uma e fui aprovado!!! (fogos!!!!heheheh). Passei a olhar empresarial com outros olhos e meu resumo passou a correr a internet. Então, um amigo, percebendo a facilidade que passei a ter em nossa disciplina, me convidou para ajudá-lo num curso em PDF, ainda em 2009. Foi um sucesso e, desde então, me encontro deste lado, me esforçando ao máximo para ajudar aqueles que estão na mesma situação que eu estava há alguns anos. E, quando encontro algum colega que me diz ter estudado pelo meu material, e que o mesmo foi importante para a sua aprovação, bate aquele sentimento de dever cumprido!!! Muito bom! Enfim, ao aluno que possui dificuldades em empresarial, sugiro que coloque na cabeça que esta é uma barreira que precisa ser vencida para ter o seu nome entre os aprovados no Diário Oficial. É preciso dizer para si mesmo que Direito Empresarial é uma matéria agradável e que é possível aprendê-la, assim como este que vos fala aprendeu!!! Beleza? Então, esta foi uma pequena parte de minha trajetória até o cargo que ocupo hoje! Abraços e boa aula! "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações". Vincent Van Gogh C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 5 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 1- Introdução Pois bem, pessoal! Até aqui, neste ponto do curso, já estudamos a chamada Teoria da Empresa, definimos o empresário, a empresa e os auxiliares do empresário. Constatamos que: A atividade econômica é considerada típica de empresa quando exercida profissionalmente, de forma organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Em seguida, tratamos do registro da atividade empresarial, da escrituração, do nome empresarial e do estabelecimento empresarial. É importante recordarmos esses conceitos, pois serão utilizados nesta aula de hoje. Partiu? 2- Conceito de sociedade Bem, o art. 44 do Código Civil relaciona as pessoas jurídicas de direito privado da seguinte forma: *As pessoas jurídicas em destaque são o nosso objeto de estudo. Portanto, a SOCIEDADE é uma pessoa jurídica de direito privado constituída por “pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados“ (art. 981, CC). Destaca-se que as sociedades podem possuir um ou mais negócios determinados, ou seja, não estão obrigadas a exercer exclusivamente somente uma atividade. Determinada loja de roupas pode ser atacadista, mas também varejista. De sua definição podemos observar que há um elemento abstrato e subjetivo nas sociedades que é a intenção das pessoas de se unirem em sociedade, aceitando os riscos e os lucros inerentes à atividade econômica. A expressão que representa esta intenção, esta vontade, é a chamada “Affectio Pessoas Jurídicas de Direito Privado Associações Fundações Organizações Religiosas Partidos Políticos SOCIEDADES EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 6 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Societatis” (ou animus contrahendi). Ressalta-se que a finalidade econômica e a distribuição dos lucros é o que difere a sociedade (e a EIRELI) das demais pessoas jurídicas de direito privado. Vejamos um esquema gráfico para assimilarmos melhor: Obs.: A EIRELI será estudada mais adiante neste curso de forma detalhada e isolada, por ser um tipo empresarial novo e peculiar, ok? No momento, basta sabermos que a EIRELI também possui fins econômicos. 2.1– Sociedade empresária X Sociedade simples Já com o conceito de sociedade “fresquinho” na mente, temos que diferenciar a sociedade que exerce a atividade empresarial (teoria da empresa) daquela que simplesmente possui uma atividade econômica qualquer, ok? Assim, as sociedades dividem-se em dois grandes grupos: sociedade empresária e sociedade simples. A distinção entre elas, em regra, deve-se à Teoria da Empresa, nos mesmos moldes apresentados em nossa aula demonstrativa quando caracterizamos a atividade empresarial. Vejamos: Portanto, as sociedades empresárias possuem as mesmas características que tornam o indivíduo empresário individual, enquanto que as sociedades simples, de forma excludente, são as demais SOCIEDADE Fins econômicos Partilha dos resultados (lucros) Pluralidade de sócios Affectio Societatis SOCIEDADE Sociedade empresária Atividade própria de empresário Sociedade simples Aquela que não é empresária C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 7 de 74 www.exponencialconcursos.com.br sociedades que não exercem a atividade empresarial. Essa distinção está prevista no art. 982 e é a regra geral para diferenciar a sociedade empresária da sociedade simples, porém temos as seguintes exceções: Além destes, devemos nos recordar do caso da ATIVIDADE RURAL, onde a sujeição ao regime empresarial é uma faculdade do indivíduo/sociedade. Assim, a sociedade que tenha por objeto a atividade rural ao requerer o seu registro no RPEM se sujeitará às regras da sociedade empresária. 1. (FCC / JUIZ SUBSTITUTO-TJ-MS / 2010) A sociedade empresária, no direito brasileiro, a) é um ente despersonalizado, como regra confundindo-se o patrimônio de seus sócios com o dela. b) não tem atributos do direito da personalidade, não podendo por isso sofrer dano moral. c) independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por quotas de responsabilidade limitada. d) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro, salvo as exceções expressas em lei. e) adquire personalidade jurídica tão logo comecem suas atividades, servindo a inscrição no registro próprio apenas para sua formalização. Comentários d) Esta é a nossa resposta. Ela está praticamente literal ao caput do art. 982, CC. Independente do objeto social Sociedade Anônima e Sociedade em Comandita por ações SEMPRE Sociedade empresária Sociedade Cooperativa SEMPRE Sociedade SimplesC óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 8 de 74 www.exponencialconcursos.com.br a) Incorreta. A sociedade é uma pessoa jurídica (art. 44 do CC), cujo “nascimento” inicia-se com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro próprio, certo? No caso da sociedade empresária o registro próprio é o RPEM (Junta Comercial). Assim, a sociedade empresária, sendo uma espécie de sociedade, possui personalidade jurídica e como consequência o seu patrimônio não se confunde com o dos seus sócios, em razão do princípio da separação patrimonial. É um ente personalizado. b) Incorreta. Em termos gerais, a sociedade empresária, assim como o empresário individual, é sujeito de direito, portanto assume as obrigações próprias e adquire direitos no exercício da atividade empresária. Isso é devido à sua personalidade jurídica. Logo, possui alguns atributos do direito da personalidade como, por exemplo, o direito ao nome. Isso já é suficiente para tornar a alternativa incorreta, já que a mesma firma que a sociedade empresária não possui atributos da personalidade, ok? Porém, complementando, devemos saber que o CC confere às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da personalidade, no que couber. Os direitos da personalidade são próprios das pessoas naturais, ok? Exemplo: direito ao nome, à vida, à imagem, à honra, à privacidade, etc. Assim, quando um indivíduo tem a sua honra ofendida, por exemplo, teremos o chamado dano moral. Então, a alternativa versa sobre a possibilidade de a pessoa jurídica sofrer dano moral. “Pode isso Arnaldo”? Em que pese às discussões doutrinárias, serei objetivo: A súmula 227 do STJ afirma que “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. Resumindo: A pessoa jurídica tem a proteção dos direitos da personalidade (art. 52, CC), no que couber, e poderá sofrer dano moral. c) Incorreta. Veremos mais adiante que o tipo societário por quotas de responsabilidade limitada (sociedade limitada) poderá ser simples ou empresária. O examinador quis confundir o candidato, pois vimos que essa disposição refere-se à sociedade por ações (art. 982, §único). e) Incorreta. A inscrição da sociedade empresária se dá no RPEM (Junta Comercial). Assim, nos termos do art. 985 do CC, a sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro próprio. 2.2– Empresário Individual x Sociedade empresária Após a devida comparação entre sociedade empresária e sociedade simples, devemos cuidar agora do confronto entre empresário individual e sociedade empresária. Notemos, antes de mais nada, que tanto o empresário individual quanto a sociedade empresária exercem a atividade empresarial, conforme os pressupostos da Teoria da Empresa. Porém, para o exercício eficiente de uma atividade mais complexa, muitas vezes é necessária C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 9 de 74 www.exponencialconcursos.com.br a união de mais de uma pessoa em sociedade – aí temos a sociedade empresária!!! Obs.: Apesar de não possuir personalidade jurídica, o empresário individual é obrigado a se registrar no Registro Publico das Empresas Mercantis (RPEM) e ao uso de CNPJ. Portanto, a responsabilidade do empresário individual é ILIMITADA e DIRETA, enquanto que a sociedade empresária responde por suas próprias obrigações. Logo, a responsabilidade dos sócios da sociedade empresária é, em regra, SUBSIDIÁRIA (art. 1.024), pois os sócios só serão chamados a responder pelas dívidas sociais após executados os bens da sociedade. No mais, o indivíduo que faz parte da sociedade empresária é chamado de SÓCIO, mas não é empresário, visto que o empresário é a sociedade. O sócio é aquele que investe na sociedade e é um empreendedor. Portanto, não podemos confundir o sócio com o empresário individual: SÓCIO É DIFERENTE DE EMPRESÁRIO. 2. (FCC / PROMOTOR DE JUSTIÇA-MPE-CE / 2009) A sociedade empresária, como pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado. Posta a premissa, é FALSA a conseqüência seguinte: a) a responsabilização patrimonial, solidária e direta dos sócios, em relação aos credores, pelo eventual prejuízo causado pela sociedade. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL Não possui personalidade jurídica - sem autonomia patrimonial Confusão entre os bens particulares do empresário e da empresa; Pelas obrigações da empresa, o empresário responde com seus próprios bens (exceto os de família). SOCIEDADE EMPRESÁRIA Possui personalidade jurídica - proteção do Princípio da Autonomia Patrimonial; Os bens particulares dos sócios não se confundem com os bens da sociedade; A princípio, a sociedade responde com seus próprios bens por suas dívidas (art. 1024, CC). C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 10 de 74 www.exponencialconcursos.com.br b) sua titularidade negocial, ou seja, é ela quem assume um dos pólos na relação negocial. c) sua titularidade processual, isto é, pode demandar e ser demandada em juízo. d) sua responsabilidade patrimonial, ou seja, tem patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de seus sócios. e) extingue-se por um processo próprio, que compreende as fases de dissolução, liquidação e partilha de seu acervo. Comentários A letra a) é a nossa resposta logo de cara. Como regra, a responsabilidade dos sócios é subsidiária em relação à sociedade, ou seja, eles serão chamados a responder pelas dívidas sociais depois de esgotados os bens patrimoniais da sociedade. Logo, a sua responsabilidade não é direta. Em relação às demais alternativas, elas estão todas corretas e refletem as conseqüências da obtenção da personalidade jurídica pela sociedade. Ressalta-se que a extinção das sociedades veremos com mais detalhes mais adiante neste curso. Por enquanto devemos saber apenas que assim como ocorre com a pessoa natural, as pessoas jurídicas também “nascem” e “morrem”. E o processo compreende a dissolução, liquidação e partilha. Ok? 3- Classificação das sociedades Já com o conceito de sociedade na cabeça, bem como a classificação em empresária e simples, vamos ver as demais classificações doutrinárias das sociedades, beleza?! Então, as sociedades classificam-se: Quanto à personificação/personalização: regularidade de constituição da sociedade. Personificadas -Possui personalidade jurídica -Atos constitutivos inscritos no registro próprio. Não personificadas -Não possui personalidade jurídica -Atos constitutivos não inscritos -Sociedade em comum -Sociedade em conta de participação. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to rais r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 11 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, as sociedades podem ser PLURIPESSOAIS ou UNIPESSOAIS, conforme o número de sócios. Porém, como regra, a sociedade deve possuir mais de um sócio conforme a sua própria definição. Só que em alguns casos admite-se a sociedade com apenas um sócio. Vejamos uma questão da ESAF apenas como exemplo dessa classificação. Beleza? 3. (ESAF / Procurador da Fazenda Nacional / 2006) Julgue os itens de acordo com o Código Civil Brasileiro e assinale a opção que contém a resposta correta. ( ) Admite-se a sociedade unipessoal sem limitações. Comentários Incorreta. O Código Civil adota como regra a pluralidade de sócios na constituição de uma sociedade (Art. 981, CC). Porém, admitem-se as Quanto à estrutura econômica ou composição ou natureza: refere-se à alienação da participação societária e entrada de novos sócios na sociedade. Sociedades de pessoa -As qualidades do sócio são mais importantes que a sua participação em capital. -Novos sócios - consentimento dos demais. -Ex: Sociedade simples pura. Sociedades de capital -A participação em capital do sócio é mais importante que suas características. - Novos sócios - depende só da sua contribuição em capital. - Ex: Sociedade Anônima. Quanto à responsabilidade dos sócios ILIMITADA -Responde pessoalmente pelas obrigações sociais -Subsidiária -Ex: sociedade em nome coletivo LIMITADA -Responsabilidade limitada a sua contribuição -Ex: sociedade limitada MISTA -Combinação de sócios com responsabilidade limitada e ilimitada -Ex: Sociedades em comandita simples e em comandita por ações. Quanto à forma de constituição Contratualista -Constituída por Contrato Social Institucionalista -Constituída por Estatuto Social C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 12 de 74 www.exponencialconcursos.com.br SOCIEDADES unipessoais, em casos excepcionais. Este é o tema cobrado na questão. Uma das exceções é o caso da UNIPESSOALIDADE TEMPORÁRIA, onde a sociedade deve reconstituir a PLURALIDADE DOS SÓCIOS no prazo de 180 dias, sob a pena de sua dissolução. Assim, teríamos uma sociedade unipessoal temporária (art. 1.033, IV). No entanto, o sócio remanescente ainda possui a possibilidade de transformar o registro da sociedade em empresário individual ou empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), evitando que a sociedade seja dissolvida. É esta a faculdade apresentada pelo parágrafo único do art. 1033 do CC. No caso das sociedades por ações, a Lei 6.404/76 (LSA) prevê a possibilidade de constituição de uma sociedade com um único sócio chamada de Subsidiária Integral, prevista no Art. 251 da LSA. No entanto, também este é um caso específico e sujeito ao cumprimento de alguns requisitos previsto naquele artigo. Portanto, a questão está INCORRETA, visto que há certas limitações no caso de sociedade unipessoal. Jamais poderíamos dizer que não há limitação para a admissão de sociedade unipessoal, já que sabemos que a regra é a pluralidade dos sócios. 4- Tipos societários Eis os tipos societários previstos no Código Civil, segundo a classificação em empresária e simples: SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE EMPRESÁRIA Sociedade Simples Pura Sociedade Anônima (SA) Sociedade Cooperativa Sociedade em Comandita por Ações Sociedade em Nome Coletivo Sociedade em Comandita Simples Sociedade Limitada Regra geral exceto o tipo sociedade simples pura e cooperativa, os demais são tipos próprios de sociedade empresária. Obs.: Ainda temos as SOCIEDADES EM COMUM e as SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO, que são os tipos de sociedades não personificadas. Obs.: Também temos a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), que é uma nova pessoa jurídica com personalidade jurídica e características próprias. Obviamente, estudaremos cada tipo societário acima. Fiquem tranquilos! Agora, vamos ver outros tipos de sociedades presentes no CC que C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 13 de 74 www.exponencialconcursos.com.br normalmente não vêm expressas nos editais, de forma a preenchermos qualquer possível lacuna a ser explorada pelas bancas, ok? 4.1- Sociedades dependentes de autorização Algumas sociedades necessitam de AUTORIZAÇÃO do Poder Executivo Federal para funcionar, pois algumas atividades econômicas caracterizam-se pelo interesse público, como os serviços de saúde e educação. São as chamadas sociedades dependentes de autorização (art. 1.123). No entanto, a qualquer momento o poder público poderá cassar a autorização. A sociedade autorizada deverá entrar em funcionamento nos 12 meses seguintes à data da publicação do ato, caso contrário a autorização caduca. Este tipo de societário pode ser dividido em sociedade nacional e sociedade estrangeira. 4. (FGV / ICMS-RJ / 2010) Com relação às sociedades nacionais e sociedades estrangeiras, analise as afirmativas a seguir. I. A sociedade constituída segundo a lei estrangeira poderá exercer atividade no Brasil, desde que autorizada pelo Poder Executivo, submetendo-se, quanto aos atos praticados no Brasil, às leis e aos tribunais do país em que se constituiu. II. A sociedade é nacional quando é organizada em conformidade com a lei brasileira, tem a sede de sua administração no território brasileiro e com a maioria de seu capital controlado por brasileiros natos. III. O estrangeiro está proibido de exercer qualquer atividade empresarial no Brasil. Assinale: a) se nenhuma afirmativa estiver correta. b) se somente a afirmativa I estiver correta. c) se somente a afirmativa II estiver correta. Sociedade dependente de AUTORIZAÇÃO Sociedade NACIONAL Constituída conforme leis brasileiras Sede no Brasil Sociedade ESTRANGEIRA Pode ser acionista de SA Se sujeita às leis brasileiras do Executivo federal C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 14 de 74 www.exponencialconcursos.com.br d) se somente a afirmativa III estiver correta. e) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. Comentários Letra “a”. I. Está incorreta. O erro desta afirmativa está em dizer que a sociedade estrangeira estará sujeita às leis e atos dos tribunais do país em que se constituiu. Como os atos praticados foram no Brasil se sujeitam às leis e tribunais brasileiros conforme art. 1.137. II. Está incorreta. O CC não faz diferenciação algumaquanto à nacionalidade dos controladores de uma sociedade, conforme vimos no conceito sobre a sociedade nacional (art. 1.126, CC). Basta apenas que a sociedade seja constituída sob a lei brasileira e tenha a sede de sua administração no país. III. Está incorreta. Na parte do Código Civil que trata das sociedades estrangeiras não há vedação alguma para que o estrangeiro ou sociedade estrangeira exerça atividade empresarial no Brasil. O que temos é uma série de restrições e exigências. Desta forma, como todas as afirmativas estão incorretas, nosso gabarito é a letra A. 5- Sociedades NÃO personificadas Meus caros amigos e amigas, ressalto a importância desta parte do programa, pois é objeto de diversas questões, ok? Então, primeiramente vamos começar pelas sociedades não personificadas. SÓ PARA RELEMBRAR: a sociedade adquire a personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro próprio. Na Junta Comercial ocorre o registro das sociedades empresárias; no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, as simples. Desta forma, sem o registro dos seus atos constitutivos, a sociedade não possui personalidade jurídica e o contrato ou acordo só tem validade entre os sócios, não tendo força contra terceiros. Então, passamos a ter a chamada sociedade não personificada ou não personalizada ou despersonalizada. A falta de personalidade jurídica traz uma série de consequências, ou melhor, restrições para a sociedade no exercício de suas atividades, como não poder se valer do benefício da recuperação judicial, não poder participar de licitações públicas, não há a autonomia patrimonial, etc. Ressalta-se, contudo, que nos termos do art. 12, inciso VII do Código de Processo Civil – CPC, as sociedades sem personalidade jurídica serão representadas em juízo, ativa ou passivamente, pela pessoa a quem C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 15 de 74 www.exponencialconcursos.com.br couber a administração dos seus bens. Além disso, as sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não poderão opor a irregularidade de sua constituição (não pode dar uma de “bobinho”, ok?).. Assim, temos dois tipos previstos de sociedades não personificadas: *LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ÀS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS” 5. (FCC / PROCURADOR DO MUNICÍPIO-SP / 2008) Classificam-se como sociedades não personificadas a sociedade: a) limitada e a em comandita por ações. b) cooperativa e a anônima. c) em nome coletivo e a em comandita simples. d) em comum e a em conta de participação. e) simples e a limitada. Comentários Sociedades não personificadas Sociedade em comum Possui instrumento constitutivo, porém não foi registrado Sociedade em conta de participação Mero contrato. Caso registrado, não confere personalidade jurídica 1º - Regras próprias de cada uma delas 2º - Regras das sociedades simples (subsidiariamente) *LIQUIDAÇÃO - sujeita-se a prestação de contas da lei processual . C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 16 de 74 www.exponencialconcursos.com.br A única alternativa que apresenta sociedades não personificadas ou despersonalizadas é a letra d): sociedades em comum e em conta de participação (arts. 986 a 996 do CC). 6. (FCC / PROCURADOR-BA / 2006) Independentemente de seu objeto consideram-se personificadas e: a) empresárias, as sociedades por ações, e simples as cooperativas. b) empresárias, as cooperativas, e simples as que tenham por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural. c) simples, todas as sociedades limitadas, e empresárias todas as sociedades em nome coletivo. d) empresárias, as sociedades por ações, e simples a sociedade em conta de participação. e) simples, as sociedades em comum, e empresárias as sociedades limitadas. Comentários Letra “a”. A questão relaciona a classificação conforme a personificação com a classificação em empresária e simples, considerando os tipos societários. De cara, a letra a) é a nossa resposta, com fundamento no art. 982, §único. Afinal, as sociedades por ações são personificadas e sempre empresárias, enquanto que as cooperativas são sempre simples, independente do objeto social. As demais alternativas estão incorretas. Ao observar o nosso quadro de tipos sociais mais acima verificaremos com tranquilidade quais os erros, ok? 5.1- Sociedade em comum (art. 986 a 990, CC) Portanto, a sociedade em comum é uma SOCIEDADE SEM REGISTRO. Nestes termos, a sociedade em comum diz respeito a uma situação eventual de irregularidade pela qual a sociedade passa na realização de sua atividade econômica, como resultado da falta de inscrição. De outra forma, é importante sabermos para a nossa prova que as regras da sociedade em comum são aplicadas às chamadas sociedades irregulares ou “de fato” (são outras denominações da sociedade em comum). Enquanto NÃO registrar seus atos constitutivos Regras da Sociedade em comum Subsidiariamente, regras da Sociedade Simples C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 17 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Sociedade de fato sem qualquer documento escrito. Sociedade irregular tem documento escrito, mas não registrado. A distinção acima somente é relevante por conta da necessidade de documento ou contrato social escrito (embora não registrado na junta comercial) para que os sócios provem a existência da sociedade e sua qualidade de sócio. Deste modo, somente os sócios da SOCIEDADE IRREGULAR podem pleitear ação de reconhecimento da sociedade; os da sociedade de fato não. Porém, os terceiros podem provar a sua existência de qualquer modo. Bem, como a sociedade em comum não possui personalidade jurídica, qual a situação dos seus bens e dívidas? A sociedade possui patrimônio próprio? Como não tem personalidade jurídica nem autonomia patrimonial, seguimos a seguinte regra: Este patrimônio especial representa o resultado das relações jurídicas praticadas pelos sócios na execução da atividade econômica, em razão da problemática em identificar os bens sociais, por isso, todos os sócios são titulares desse patrimônio, que é garantia de terceiros. 5.1.1- Responsabilidade dos sócios da Sociedade em comum Esta é uma parte um pouco mais complexa, por isso irei apresentar detalhadamente e com calma. Neste curso ainda falaremos muito acerca da responsabilidade nas diversas sociedades, ok? Bem, a REGRA GERAL para as sociedades com personalidade jurídica quanto à responsabilidade pelas dívidas sociais é aquela prevista no art. 1.024, pela qual os bens dos sócios são atingidos depois de exauridos os bens da sociedade – SUBSIDIARIEDADE.Então como fazer para aplicar esta regra geral às sociedades em comum, já que elas não possuem personalidade jurídica? A solução está no patrimônio especial (art. 988, CC), do qual os sócios são os titulares. Assim, “Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por Sociedade em comum BENS + DÍVIDAS = PATRIMÔNIO ESPECIAL Os sócios são os titulares C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 18 de 74 www.exponencialconcursos.com.br qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.”. Afinal, a administração numa sociedade em comum presume-se DISJUNTIVA, ou seja, os atos de gestão da sociedade cabem a cada um dos sócios, pelo fato de não possuir contrato social registrado e personalidade jurídica. Na sociedade em comum, ressalta-se, ainda, que os sócios são solidários entre si, ou seja, qualquer um deles poderá ser instado a responder com seus bens pelas dívidas da sociedade. Agora, o que mais nos interessa para a prova é que o sócio que praticou ato pela sociedade NÃO gozará do BENEFÍCIO DE ORDEM (responsabilidade subsidiária – art. 1.024), ficando sujeito a responder com seu patrimônio particular pelas dívidas sociais, ANTES mesmo de executados os bens da sociedade, ainda mais se ele agiu além dos interesses da sociedade. Então, a responsabilidade dos sócios da sociedade em comum seria: Então, observando o esquema, pelos atos de gestão da sociedade praticados pelos sócios, esgota-se primeiro os bens sociais, depois os sócios respondem solidária e ilimitadamente, podendo o credor acionar qualquer sócio. No entanto, aquele sócio que contratou (praticou o ato negocial gerador da dívida social) está excluído do benefício de ordem e poderá responder diretamente com seu patrimônio pelos débitos sociais, principalmente se agiu além dos interesses sociais. OK? Veja que não há contrato algum registrado esclarecendo as responsabilidades dos sócios, então o Código Civil vem para proteger aquele sócio alheio a atos praticados por outro sócio. Pode ocorrer, por exemplo, que exista determinada dívida da sociedade assumida por um sócio que possui patrimônio bem inferior à dívida e ao patrimônio dos demais. pelos DÉBITOS sociais Subsidiária - Bens sóciais respondem Sócio que contratou - Excluído do benefício de ordem Todos os sócios - SOLIDÁRIA e ILIMITADAMENTE Pode responder qualquer sócio Pode responder diretamente No caso de atos de gestão praticados, esgota-se os bens da sociedade. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 19 de 74 www.exponencialconcursos.com.br O credor, sabendo da condição daquele sócio, não o executará diretamente pois não terá resultado. Então, para satisfazer a sua dívida, deverá primeiro esgotar os bens da sociedade e depois dos sócios, que respondem solidariamente e ilimitadamente. O credor, obviamente, tentará executar o sócio que tem mais condições de saldar o seu crédito. Por fim, neste caso, conforme o Enunciado 212 da Jornada de Direito Civil, o sócio que não contratou poderá indicar os bens que deverão ser afetados pelas atividades sociais quando houver a constrição de seus bens (perda da faculdade de dispor dos bens-penhora, arresto). 7. (FCC/Juiz do Trabalho-TRT-6ªR/2015) No que diz respeito as sociedades, e) a personificação é característica intrínseca a todos os tipos societários, inexistindo sociedades sem personalidade jurídica. Comentários Incorreta. Afirmativa completamente equivocada. Acabamos de ver a sociedade em comum e veremos a seguir a sociedade em conta de participação, que são as duas sociedades sem personalidade jurídica. 5.2 – Sociedade em Conta de Participação Bem pessoal, vamos prosseguir? Bem, a sociedade em conta de participação é a outra sociedade despersonalizada. Vejamos: Assim, como o contrato da sociedade em conta de participação só produz efeitos entre os sócios, os terceiros podem provar a sua existência por todos os meios admitidos em direito. E tal como ocorre na sociedade em Sociedade em conta de participação SEM personalidade jurídica Mesmo levando o contrato a registro SEM: capital, patrimônio, nome empresarial e estabelecimento Contribuição dos sócios - patrimônio especial Trata-se de mero contrato Não depende de qualquer formalidade e produz efeito somente entre os sócios C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 20 de 74 www.exponencialconcursos.com.br comum, a sociedade em conta de participação constitui patrimônio especial relativo aos negócios sociais, mas produzindo efeitos somente entre os sócios. Com relação aos sócios, temos duas espécies na sociedade em conta de participação: SÓCIO OSTENSIVO e SÓCIO OCULTO (ou participante). Sócio ostensivo: EMPRESÁRIO INDIVIDUAL ou SOCIEDADE EMPRESÁRIA. Aparece nos negócios com os terceiros. Utiliza os fundos de todos os sócios como se seus fossem. Respondem de forma ilimitada e pessoal. NÃO há subsidiariedade ou limitação. Não pode admitir a entrada de novo sócio sem o consentimento dos demais sócios, exceto se o contrato disser o contrário. Oculto ou participante: NÃO aparece externamente nas relações da sociedade. Responde somente perante o sócio ostensivo, e de acordo com o contrato entre eles. Seus fundos são entregues fiduciariamante ao sócio ostensivo. O sócio oculto ao aparecer nas relações comerciais com terceiros, responderá solidariamente com o ostensivo e ilimitadamente com os seus bens pelas obrigações que assumiu (art. 993, §único). Podemos observar, então, que a responsabilidade a princípio é do sócio ostensivo e, por isso, há uma grande diferença quanto à falência e liquidação da sociedade em conta de participação relativamente aos sócios. Vejamos! Agora já vistos os dois tipos de sociedades despersonalizadas, vejamos alguns pontos que as distinguem para nos ajudas nas questões: Falência do Sócio ostensivo Dissolução da sociedade LIquidação de sua conta e o saldo constitui crédito quirografário Sócio oculto A sociedade pode continuar e será regida pelas normas de contrato bilateral da falencia. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 21 de 74 www.exponencialconcursos.com.brSociedade em comum Sociedade em conta de participação Formas de provar a existência da sociedade Entre sócios – só por escrito Por qualquer meio admitido em direito. Terceiros – por qualquer meio admitido em direito Responsabilidade perante terceiros Regra: bens sociais – patrimônio especial – atos de gestão. Sócios: solidária e ilimitadamente, após esgotados os bens sociais. Obs.: sócio que contratou pode responder diretamente, excluído do benefício de ordem. Somente o sócio ostensivo se responsabiliza perante terceiros (o sócio participante responde ao ostensivo, conforme contrato). SE o participante se relacionar com terceiros, responderá solidariamente com o ostensivo. Inscrição dos atos constitutivos Tem um contrato social que ainda não foi levado ao registro competente. É um mero contrato que se levado ao registro, não confere personalidade jurídica à sociedade. 6- Sociedades personificadas Bem, agora estudaremos cada tipo de sociedade personificada conforme a seguir: Sociedade simples pura Art. 997 a 1.038 Sociedade em nome coletivo (SNC) Art. 1.039 a 1.044 Sociedade em comandita simples (SCS) Art. 1.045 a 1.051 Sociedade cooperativa Art. 1.093 a 1.096 EIRELI Art. 980-A ME e EPP LC 123/2006 Sociedade limitada (Ltda) Art. 1.052 a 1.087 Sociedade anônima (SA) Art. 1.088 e 1.089, Lei nº 6.404/76 Sociedade em comandita por ações (SCA) Art. 1.090 a 1.092 e Lei nº 6.404/76 C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 22 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Pois bem, vimos que as sociedades se dividem em dois grandes grupos conforme exerçam a atividade empresarial ou não: SOCIEDADES EMPRESÁRIAS e SOCIEDADES SIMPLES. Assim sendo, as sociedades devem ser organizar segundo um dos tipos sociais acima. Beleza? Todavia, ressalta-se: Sociedade simples PODE adotar qualquer tipo social, mas ao adotar o tipo SA ou SCA será considerada sociedade empresária; SA e SCA sempre sociedade empresária Sociedade cooperativa sempre sociedade simples; 6.1- Sociedade simples pura (Art. 997 a 1.038, CC) O tipo sociedade simples pura ou sociedade simples refere-se ao modelo básico de organização social, que serve de regra subsidiária para os demais tipos societários. Isso quer dizer que diversos aspectos que veremos a seguir sobre a sociedade simples aplicam-se às demais sociedades. 6.1.1- O contrato social e sua natureza A sociedade simples possui natureza contratual, ou seja, o seu ato constitutivo é o CONTRATO SOCIAL. Então, o ato constitutivo da sociedade contratual é o contrato social, por meio do qual a sociedade passa a existir e se organizar. Este contrato social vai além do simples interesse de cada um dos sócios, representando, na verdade, o princípio da preservação da empresa. Ou seja, mesmo que uma das partes (um sócio) decida se retirar da sociedade contratual, os demais sócios poderão dar prosseguimento às atividades. Aliás, mesmo os sócios minoritários possuem o direito de manter a sociedade. Portanto, a conjugação de duas ou mais vontades, que assumem direitos e obrigações, podem celebrar contrato de sociedade, visando o lucro por meio do exercício de atividades econômicas. Observa-se que há uma pluralidade de partes envolvidas numa sociedade, onde cada uma representa um sócio, uma vontade, um interesse. Cada sócio, na constituição de uma sociedade, assume obrigações para com todos os demais sócios, e não perante apenas um ou alguns. No mais, o contrato de sociedade é considerado aberto, pois permite a entrada de outras partes (sócios) Assim, o nosso Código Civil de 2002 consagra a teoria do contrato PLURILATERAL para reger as sociedades contratuais. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 23 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 8. (FCC/Defensor Público-DPE-MA/2015) Sobre direito societário, é correto afirmar: e) Como a constituição da sociedade dá-se por meio de contrato, aplica-se o princípio da atipicidade contratual, pelo qual a sociedade empresária não se limita a um dos tipos regulados na lei, sendo as regras previstas na legislação meramente supletivas em relação ao contrato social. Comentários Incorreta. Relembrando a aula de Direito Civil sobre contratos: Contrato típico (ou nominados): encontram previsão legal e são tomados por base para estipular modelos, esquemas e cláusulas dos contratos. Ex.: compra e venda (art. 481, CC). Contrato atípico (ou inominados): não são regulados expressamente por lei, mas juridicamente são permitidos desde que não sejam contrários à lei e aos bons costumes. Ex.: Contrato de mudança. Portanto, o contrato de sociedade é típico, pois a sua base está prevista em lei, qual seja: art. 997 do Código Civil. Por aí, já notamos que esta assertiva está incorreta. Mas há um outro erro, até em consequência do primeiro: as sociedades empresárias devem ser reguladas pelos tipos expressamente previstos no Código Civil, conforme a primeira parte do caput do art. 983 do CC: “A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092...”. Assim, esta afirmativa está incorreta. 6.1.2 – Requisitos de validade do contrato social Para possuir validade, o contrato social necessita cumprir alguns requisitos: C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 24 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Os requisitos comuns caracterizam os contratos de forma geral. Já os elementos específicos caracterizam a sociedade. Analisemos cada requisito acima: 1) Agente capaz: refere-se à capacidade civil das pessoas que constituem sociedade, que já estudamos quando tratamos do empresário no início deste curso. 2) Objeto lícito e possível: o ramo da atividade econômica a ser exercida pela sociedade não pode ser ilegal; também, esta atividade deve ser possível de ser exercida, ou seja, deve ser bem detalhada de tal maneira a não deixar dúvidas acerca do objeto-fim da sociedade e estar conforme os bons costumes. O art. 35 da Lei 8.934/94 (Lei de Registro Público de Empresas Mercantis) dispõe sobre isso: Art. 35. Não podem ser arquivados: I - os documentos que não obedecerem às prescrições legais ou regulamentares ou que contiverem matéria contrária aos bons costumes ou à ordem pública, bem como os que colidirem com o respectivo estatuto ou contrato não modificado anteriormente; III - os atos constitutivos de empresas mercantis que, além das cláusulas exigidas em lei, não designarem o respectivo capital, bem como a declaração precisa de seu objeto, cuja indicação no nome empresarial é facultativa; 3)Forma prescrita ou não defesa em lei: o contrato deve ser escrito, particular ou público. Ex.: cláusulas obrigatórias do art. 997, CC. 4) Affectio Societatis: desejo de se manter em sociedade, cooperando para atingir o objeto social. 5) Pluralidade de sócios: como regra geral, no mínimo duas pessoas, física Requisitos do Contrato Social Comuns ou Genéricos - Agente capaz; - Objeto lícito e possível; - Forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104, CC) Específricos - Affectio Societatis; - Pluralidade dos sócios; - Capital Social; - Participação lucros e perdas C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 25 de 74 www.exponencialconcursos.com.br ou jurídica, se unem para constituir sociedade. Exceção: subsidiária integral, sociedade anônima e limitada momentaneamente com um sócio apenas. 6) Capital social: deve vir especificado no contrato como deve ser a contribuição dos sócios para a formação do capital social. Pode ser na forma de bens, créditos, dinheiro e serviços. Exceção: sociedade limitada – não pode a contribuição em serviços; e sociedade cooperativa – pode dispensar o capital social. 7) Co-participação nos lucros e nas perdas: representa a vedação à chamada sociedade leonina – não pode a distribuição dos lucros em favor de um único sócio. Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. Por fim, ressalta-se que são considerados pressupostos de existência da sociedade o affectio sociedades e a pluralidade dos sócios. Os demais requisitos são considerados de validade da sociedade. 9. (FCC/ Defensor Público – DPE-MA /2015) Sobre direito societário, é correto afirmar: b) A affectio societatis é imprescindível na constituição e manutenção de qualquer sociedade empresária. Comentários Incorreta. A regra geral diz que a affectio societatis esteja presente na sociedade, não só no momento da sua constituição, mas também durante a sua existência. Afinal de contas é um contrato onde pressupõe-se por sua própria natureza a pluralidade de partes, ok? No entanto, e este é o erro da afirmativa, há exceções: casos das sociedades unipessoais. Permite-se que uma sociedade atue com apenas um sócio pelo prazo de cento oitenta dias (art. 1.033, IV, CC). Também temos o caso da subsidiária integral prevista no art. 251 da Lei nº 6.404/76, onde a sociedade anônima é constituída por uma única sociedade brasileira. Logo, a palavra “qualquer” torna a afirmativa incorreta. 6.1.3 – Cláusulas do contrato social As cláusulas contratuais das sociedades dividem-se em obrigatórias (ou essenciais) e acidentais. As obrigatórias estão previstas no art. 997 do CC; as acidentais, embora importantes, não são indispensáveis para que seja realizado o registro do contrato na Junta Comercial ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Portanto, essas cláusulas acidentais são de livre estipulação por parte dos sócios da sociedade. Vejamos as cláusulas obrigatórias: C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 26 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, o contrato social deve tratar dos assuntos acima. Lembrando que estas disposições se referem às sociedades simples, em nome coletivo, em comandita simples e limitada (esta, com algumas ressalvas). Assim sendo, para dar segurança jurídica ao contrato, qualquer disposição lançada em ato separado e que seja contrária ao contrato social não terá eficácia perante terceiros. Mais uma vez: PACTO EM SEPARADO E CONTRÁRIO – INEFICAZ PERANTE TERCEIROS. 6.1.4 – Forma do contrato social Conforme o caput do art. 997 do CC, o contrato social deve ser escrito, por meio de ato particular ou público, é solene. O contrato tem a forma escrita, pois deve ser levado ao registro competente para conferir regularidade à constituição da sociedade, obtendo, assim, personalidade jurídica. Caso não seja levado a registro, a sociedade se enquadrará nos casos de sociedade despersonalizada. Também é solene, tendo em vista que a lei lhe prescreve uma forma especial para ter validade jurídica, se distinguindo da forma prevista para outros tipos de contratos. Cláusulas OBRIGATÓRIAS Dados dos sócios (PF ou PJ): nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residência ou sede. Nome empresarial, sede, objeto social e prazo da sociedade Capital social: moeda corrente, qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação pecuniária Participação dos sócios (quotas) e a forma de integralização As prestações do sócio que contribua com serviços (na LTDA é vedado sócio de serviços) Participação nos lucros e perdas (na LTDA quando o capital está todo integralizado é ela própria que suporta as perdas) Responsabilidade subsidiária, ou não, dos sócios pelas obrigações sociais (Não se aplica às LTDA) Administradores -poderes e atribuições (na LTDA não há vedação para administrador pessoa jurídica) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 27 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Então, presentes os requisitos comuns, específicos e as cláusulas obrigatórias, o contrato social assinado pelos sócios deve ser levado à registro no órgão competente: Junta Comercial ou RCPJ. Relembra-se que há um rito formal que dever ser seguido para efetivar o registro do contrato: 6.1.5 – Alteração do contrato social As regras sobre modificações no contrato social estão previstas no art. 999 do CC. Assim, para alterar qualquer disposição do contrato social exige-se o consentimento e assinatura dos sócios, sendo que para alterar as cláusulas obrigatórias do art. 997 necessita-se do consentimento unânime dos sócios; para as demais cláusulas, apenas o voto da maioria absoluta do capital social. Obs.: No caso das sociedades limitadas, para modificar o contrato social é exigida a aprovação de três quartos do capital social (art. 1.071, V c/c art. 1.076, I, CC). No mais, as alterações no contrato social devem ser averbadas no registro depois de aprovadas pelos sócios. 6.1.6 – Direitos e obrigações dos sócios Pessoal, as obrigações dos sócios têm início com a assinatura do contrato social, se outra data não for fixada, e término com a liquidação da sociedade, ok? Contrato Social ALTERAÇÃO Cláusulas Obrigatórias (art.997) UNANIMIDADE dos sócios Demais cláusulas Maioria Absoluta (SE o contrato se omitir) Lavratura (assinatura) dos atos constitutivos 30 dias Prazo final para levar os atos ao registro Registro dos atos constitutivos Averbação pelo registro Regularidade C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to rais r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 28 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Assim, talvez a principal obrigação dos sócios seja contribuir para o capital social e integralizar as quotas subscritas (prometidas). Porém, caso o sócio não cumpra essa obrigação na forma e prazos previstos no contrato social, será caracterizado como SÓCIO REMISSO e passará a ser regulado da seguinte forma (art. 1.004): Desta forma, no caso de exclusão ou redução da quota ao montante já realizado pelo sócio remisso, poderá haver a correspondente REDUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL se os demais sócios NÃO suprirem o valor das quotas. Vejamos em contrapartida alguns DIREITOS DOS SÓCIOS (garantias) na sociedade simples pura: SÓCIO REMISSO Notificação da sociedade: 30 dias para cumprir a obrigação de integralizar o capital Não cumpriu => MORA MAIORIA DOS DEMAIS SÓCIOS decidem pela Ou Exclusão do sócio remisso Ou Redução da quota dele ao montante realizado Ou Indenização: quota + danos emergentes da mora Cessão total ou parcial de quota DEPENDE A substituição do sócio Participação nos lucros: o Na proporção das quotas; o Aquele que contribui com serviços – na proporção da média do valor das quotas. o Lucros ilícito/fictício – responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que distribuírem os lucros e dos sócios que receberem. Exame de livros e documentos a qualquer tempo, salvo se determinação de época própria para o exame. Consentimento dos demais sócios + Modificação do contrato social C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 29 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Agora, vejamos outras OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS: Obs.: é NULA a disposição que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. Vale ainda dizer que é permitida a distribuição não igualitária dos lucros e perdas entre os sócios, desde que razoável e justificável. 6.1.7 – Deliberações dos sócios Pessoal, a deliberação social representa a decisão dos sócios sobre os negócios da sociedade para assuntos previstos em lei ou contrato. Deste modo, vimos mais acima que para alterar o contrato social, a deliberação social se dá pela UNANIMIDADE de todos os sócios (cláusulas obrigatórias- art. 997) OU pela MAIORIA ABSOLUTA (demais cláusulas), quando o contrato não determinar deliberação unânime. Assim, a regra geral para as deliberações sociais é a MAIORIA DE VOTOS, segundo o valor das quotas de cada sócio (art. 1.010). ATENÇÃO: Nota-se que o CC não menciona se é maioria simples ou maioria absoluta; fala apenas em “maioria de votos”. Porém, a corrente majoritária Lucros e perdas Excluir qualquer sócio de participar Disposição é NULA Distrubição não igualitária, desde que razoável e justificável é PERMITIDO! Cessão de quotas O sócio que ceder sua quota responde solidariamente com o cessionário por até 2 (dois) anos contados da averbação da modificação do contrato pelas obrigações que tinha como sócio. Logo, o sócio admitido obriga-se por dívidas anteriores – não pode eximir-se (art. 1.025). Transferência a título de quota social: o De domínio, posse ou uso o sócio responde pela evicção; o De crédito o sócio responde pela solvência do devedor; Contribuição em serviços salvo convenção em contrário, o sócio não pode empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado dos lucros e dela excluído. Participação nas perdas na proporção das quotas. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 30 de 74 www.exponencialconcursos.com.br entende que se trata de MAIORIA ABSOLUTA como exigência. No mais, a maioria absoluta corresponde a mais da metade do capital social. E no caso de a deliberação social resultar em empate? Por fim, no intuito de proteger a sociedade simples, o CC disciplina que o sócio cujo voto foi responsável pela aprovação de deliberação contrária aos interesses da sociedade responderá por perdas e danos. 6.1.8 – Administração A administração da sociedade é órgão de representação legal, por meio do qual a sociedade exterioriza sua vontade e realiza os seus negócios jurídicos, nos limites do objeto social. Assim, como vimos, uma das cláusulas obrigatórias do contrato social é a disposição sobre a administração da sociedade (art. 997). Devido a sua personalidade jurídica, a sociedade passa a ser detentora de direitos e obrigações no exercício de seu objeto social, bem como pode atuar judicialmente através dos administradores legalmente constituídos e com poderes especiais, ou, não os havendo, por intermédio de qualquer administrador (art. 1.022 e art. 47 do CC). Os atos dos administradores praticados nos limites definidos obrigam a sociedade. O administrador pode ser sócio ou não sócio. Ressalta-se, ainda, que a administração da sociedade poderá competir separadamente a vários administradores. Então pergunto: qualquer pessoa natural poderá ser um administrador de sociedade? Não! Vejamos (art. 1.011, §1º, CC): EMPATE A decisão do maior nº de sócios Se persistir, decisão do juiz C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 31 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Porém, caso o contrato social não trate dos administradores (omissão), a administração da sociedade simples pura compete a cada sócio separadamente, ok? Repetindo: SILÊNCIO DO CONTRATO a administração da sociedade é de responsabilidade de cada sócio separadamente. 6.1.9 – Nomeação dos administradores Bem, pessoal! Obviamente, o normal é que os administradores sejam nomeados por meio do contrato social, por conta da inscrição dos atos constitutivos no RCPJ. Porém, o CC prevê que o administrador possa vir a ser nomeado posteriormente em ato separado, vindo a RESPONDER PESSOAL E SOLIDARIAMENTE com a sociedade pelos atos que praticar antes de requerer a averbação da nomeação. Logo, temos a seguinte regra geral (art. 1.019): Sendo que essa justa causa deve ser reconhecida judicialmente a pedido de qualquer sócio. Agora temos os seguintes casos em relação à nomeação dos administradores e seus poderes: ADMINISTRADORES - expresso no contrato social Pessoas naturais Pessoa Jurídica NÃO pode ser Poderes e atribuições Impedidos por lei especial (serv. público, militar,..) Condenados (vedação a cargo público,crime falimentar, ...) ADMINISTRADOR DA SOCIEDADE SIMPLES Sócio Nomeado no contrato social PODERES IRREVOGÁVEIS Não pode ser administrador Salvo, JUSTA CAUSA C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 32 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, verifica-se esta importante diferença na designação do administrador da sociedade simples conforme seja nomeado em contrato ou ato separado e seja sócio ou não. 6.1.10 – Responsabilidade dos administradores Pois bem, o indivíduo, estando apto à administração e sendo nomeado administrador da sociedade, “...deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios” (art. 1.011). É importante termos em mente esse mandamento, pois ele serve para todo tipo societário, ok? Além do cuidado e diligência, o administrador a frente da sociedade possui outras obrigações e atribuições, como: Bem, a sociedade pode vir a ser administrada por vários administradores. Neste caso, há regras específicas: ADMINISTRADOR DA SOCIEDADE SIMPLES Sócio ou Não Ato separado PODERES REVOGÁVEIS Administrador NÃO PODE fazer-se substituir no exercício das suas funções PRESTAR contas aos sócios de sua administração PODE constituir mandatários nos limites de seus poderes – atos específicos APRESENTAR aos sócios, anualmente: o inventário, o balanço patrimonial e de resultado econômico. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 33 de 74 www.exponencialconcursos.com.br No mais, como regra, o contrato social deve definir os poderes e atribuições das pessoas incumbidas da administração da sociedade simples pura (Art. 997, VI), correto? Porém, o contrato social pode ser OMISSO e não dizer nada com relação à administração. E como fica? Neste caso, “os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade”, conforme o art. 1.015. Portanto, se não houver definição no contrato social de quais os poderes e atribuições dos administradores, estes têm “carta-branca”. Quer dizer, podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade simples pura, inclusive a venda de bens imóveis quando este for o objeto social. Caso, o objeto social seja outro, a oneração ou venda de bens imóveis depende da deliberação da maioria dos sócios. Contudo, o mais comum é que o contrato social defina os poderes e atribuições dos administradores. No entanto, pode ocorrer a prática de atos com excesso de poder por parte dos administradores. Neste caso, a sociedade simples é responsável pelos atos praticados pelos administradores, mesmo com excesso de poderes. Isso é devido à teoria da aparência, adotada pelo Código Civil de 2002, e que confere validade jurídica aos atos praticados em nome da sociedade pelos administradores sem os poderes competentes ou cujos atos fossem estranhos ao objeto social. A teoria da aparência é colhida pela doutrina e jurisprudência. É uma forma de proteção ao terceiro de boa-fé, diante dos atos praticados com excesso de poderes pelos administradores. Vejamos que “aparentemente” os administradores estariam agindo conforme seus regulares poderes e objeto social, portanto a sociedade seria responsável por esses atos. No entanto, essa regra não é absoluta, e o parágrafo único do Art. 1.015 traz algumas hipóteses onde os administradores serão responsáveis pessoais pelos atos praticados com excesso de poderes. Então, a responsabilidade passa a ser dos administradores somente se ocorrer pelo menos uma dessas hipóteses: Limitação de poder inscrita ou averbada no registro da sociedade; Prova de que a limitação de poder era conhecida do terceiro; Operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade. Administração compete a diversos administradores -Necessário o concurso de todos, exceto em casos urgentes que possam ocasionar dano irreparável. -Cada administrador pode impugnar o ato do outro, cabendo a decisão final aos sócios por maioria de votos. -Responde por perdas e danos o administrador que agir contrário a maioria. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 34 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Assim, a terceira hipótese acima representa a chamada teoria ultra vires. Por esta teoria, alguns atos seriam praticados de forma evidentemente estranha ao objeto social. Notemos que o ato deve ser evidentemente estranho aos negócios da sociedade. Portanto, de forma contrária, a pessoa jurídica responde pelos atos praticados em seu nome, quando compatíveis com o seu objeto. Se for estranho ao objeto social da sociedade, pelo ato deve responder o administrador que agiu em nome da sociedade. Vejamos a esquematização abaixo para facilitar e consolidar as hipóteses de responsabilidade dos administradores da sociedade: Pelo esquema acima podemos notar outra importante responsabilidade dos administradores (art. 1.016), onde respondem SOLIDARIA e ILIMITADAMENTE perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções. Por fim, na última parte da esquematização acima, destaca-se que a responsabilidade do administrador não dependerá de dolo ou culpa se ele aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros sem consentimento escrito dos sócios. Neste caso, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá – PERDAS e DANOS. Também, ficará sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberação. Responsabilidade dos administradores Ilimitada e pessoal (excesso de poder) Limitação de poder averbada Prova de que o terceiro conhecia os poderes Ato ultra vires - evidentemente estranho Solidária e ilimitada Culpa no desempenho de suas funções Distribuição de lucros ilícitos/fictícios Por perdas e danos Operações em desacordo com a maioria Utiliza bens da sociedade sem consentimento C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 02 Prof.º Wangney Ilco 35 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 6.1.11 – Responsabilidade dos sócios Atenção a este tópico!!! Bem, é uma das cláusulas obrigatórias do
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