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O processo penal sob a ótica do garantismo positivo.

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Resenha Crítica
O processo penal sob a ótica do garantismo positivo.
Nome: Daniella Breder Tavares. 4°B Noturno. Processo Penal.
 
O Direito Penal e consequentemente, o Direito Processual Penal, possuem suma importância, para a ordem e a busca de uma tão sonhada sociedade justa e harmônica. Como estudantes de Direito, estudando as sociedades antigas sabemos que nem sempre o Direito Penal e o Direito Processual Penal, alcançaram seu objetivo principal, muitas vezes era usado como meio para o fortalecimento do Estado em face dos cidadãos. Ou seja, os detentores do poder, usavam este, para satisfazer interesses individuais.
 Após anos, e muito derramar de sangue, muitas revoltas, e ideais expandidos pelo mundo, o indivíduo consegue adquirir, aos poucos uma garantia de Direitos, conseguiram inserir alguns princípios limitadores do poder estatal, em face da dignidade da pessoa humana. Princípios que garantissem uma vida digna ao cidadão, garantias que fizesse harmonia entre os poderes do Estado e o Direito dos cidadãos.
 A primeira ideia de garantismo, teve como autor Luige Ferrajoli, que no ano de 1989, escreveu a obra intitulada Direito e Razão, Teoria do garantismo penal . O jurista procurou uma teoria, que encaixasse com a realidade vivida, e que não reprimisse os direitos até então conquistados, ele formulou dez axiomas, que restringe o poder de punir do Estado em face da dignidade da pessoa humana, à liberdade, ao direito a intimidade, ou seja, diminuir arbitrariedade estatal. Ferrajoli tentou aumentar as garantias dos cidadãos em face do Estado, que tudo podia, tentando alcançar uma igualdade na medida do possível.
 O garantismo foi idealizado por Ferrajoli no intuito da proteção dos menos favorecidos em uma sociedade, visando a uma melhor proteção das classes menos privilegiadas contra a arbitrariedade do Estado. Para o jurista, o único modo para acabar com os lugares em que o crime encontra espaço para crescer é uma política de garantia dos direitos sociais, que oferece alimentação, instrução e um sistema de saúde. O autor diz ser preciso valorizar, sobretudo,  a pessoa e admitir que a criminalidade no poder, mais do que aquela de subsistência, é muito grave. O crime organizado, as máfias, os crimes de corrupção e as diversas formas de peculato são os únicos tipos de atos nos quais o direito penal tem um forte efeito inibidor. A impunidade da corrupção produz inevitavelmente um aumento desse tipo de crime.
 Fazendo uma análise critica sobre as palavras do autor, vemos que ele defende que o Estado deve buscar a igualdade trazida por Aristóteles, não apenas por parte do legislador, mas também dos governantes, procurando tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. As classes menos privilegiadas devem ser tratada de forma diferenciada em nossa sociedade, pois eles carecem de mais atenção, devem ser tratados de forma que valorizem eles como pessoas, e trazer para elas uma forma de reeducação na qual, mostrar que o crime não compensa, mais que isso, os próprios governantes através de suas atitudes honestas, probas, garantam um país sem corrupção.
 É de nenhuma valia entretanto, leis que garantam a igualdade entre os indivíduos se não houver política públicas que as coloque em prática. Então o que existe em nosso país é uma garantismo negativo, verificou-se que, aplica-se o garantismo sem as devidas adequações com a realidade social brasileira, sem uma correta implementação na política social na área da saúde, e da educação, o que acontece na prática é um enfraquecimento do poder do Estado, não em favor da classe social desprivilegiada, e sim o enfraquecimento do Estado em face da classe dominante. 
 O que percebemos em nosso país é que nossa Constituição é baseada em moldes de Constituições de países desenvolvidos, com uma cultura que não condiz com a cultura brasileira, mas os direitos que são assegurados a eles são assegurados a nós. Mas a forma como é exercido esses direitos garantidos é bem diferente, por uma questão cultural. O que percebemos é que em nossa sociedade os indivíduos estão usando de má-fé, usando garantias para enfraquecer o poder de punir do Estado, e promovendo injustiça. Podendo dizer que o garantismo é apenas para os ricos, que tem poder na sociedade atual, podendo contratar os melhores advogados para fazer sua defesa, e encontrar brechas para considera-lo inocente, ou diminuir sua pena. 
 O que precisa ser lavado em consideração em nosso país é o principio da proporcionalidade, na qual, deva proibir excesso de poder por parte do Estado, e vedando a proteção deficiente, fazendo uma correta adequação com a realidade social almejando uma sociedade justa e harmônica.

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