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ORTOPEDIA Conferência 23 – 30/10/14 PÉ TORTO CONGÊNITO ... Displasia (alteração da forma) congênita de todos os tecidos músculo-esqueléticos distais ao joelho: -Músculos -Tendões -Ligamentos Deformidade fixa, do joelho pra baixo; não apena no tornozelo e no pé. É uma deformidade metametirica(do joelho para distal). Diagnostico: no exame pre-natal ou no momento do parto. ****Deformidade complexa do pé com as seguintes 4 deformidades: Equino de retropé Varo Adução Cavo de antepé Diagnóstico é clínico!!!! INCIDÊNCIA Frequente 1 a 2:1000 nascimentos 2x mais frequente em meninos 40 a 50% bilateral Incidência maior familiar – há um fator hereditário envolvido. 1º grau – 17x mais 2º grau – 6x mais Monozigóticos – 32,5% ETIOLOGIA Desconhecido – causa idiopática. Existem teorias sobre seu desenvolvimento: *Retardo do desenvolvimento embrionários (Bohm) parada do desenvolvimento do lado acometido. Do talus – formação e seu posicionamento. 6ª a 8ª semana de desenvolvimento – formação do talus *Tecido miofibroblástico retrátil Alterações das fibras musculares do pé *Defeito do plasma germinativo do tálus É o que forma tecido musculoesquelético Atrofia da musculatura dos fibulares Quando a gestante está no primeiro trimestre de gravidez é a formação dos órgãos e sistemas: período mais suscetível a alterações – evitar drogas, medicamentos, tabagismo, etilismo. Quanto ao pé torto congênito – não se sabe qual droga causa ANATOMIA PATOLÓGICA *Talus: desvio medial e plantar do tálus (osso mais envolvido na patologia) Pé em eqüino, varo, adução pé em rotação interna Todo pé esta desviado medialmente em relação ao talus. *Calcâneo Menor que o tamanho habitual por hipoplasia Torção interna da tíbia *Alteração de todos os outros ossos do pé CLÍNICA/EXAME FÍSICO *Eqüino *Cavo *Adução *Varo *Pé menor *Atrofia da panturrilha: musculatura hipotrófica (perna ligeiramente menor no lado afetado) Examinar: quadril e cervical (derivados do mesmo folheto embrionário) Osso deriva do mesoderme. Se tem alteração no pé procurar outros locais que podem ter alterações congênitas pois o folheto embrionário é o mesmo para todos os locais. Pesquisar Displasia de quadril e Torcicolo congênito. Geralmente quando o acometimento é unilateral, um pé pode ser 1-2 numeros menor que o outro. EXAMES COMPLEMENTARES RX: não faz diagnóstico, serve para medir alguns ângulos, graduando a doença. Ângulo de Kite – ângulo do tálus com o calcâneo AP Normal: entre 20 e 30 graus PTC: -20 graus Perfil normal: 35 a 50 graus TRATAMENTO *Quanto mais cedo se inicia o tratamento, melhor! Diagnóstico precoce!! *Conservador: é o inicial de escolha(incruento) padrão-ouro 1º semana de vida: Troca de gessos semanais com correção semanal: correção progressiva do pé torto força a posição correta do pé. As trocas de gesso semanais podem ser realizadas por 3 metodos. 1. Kite.(não usa mais) 2. Ponseti(padrão ouro) e 3. French(Dimeglio) Ideal para crianças que chegam logo que nascem Ideal na primeira semana Aceitável até 1 mês de vida Quanto mais nova – mais chance de resolver Objetivos – retornar o pé a forma mais adequada possível e tornando-o funcional. Pé funcional (flexível) – vai puxando o pé para a posição adequada Plantígrado: apoio do pé na posição correta Pisar com o pé inteiro no chão Sem dor Sem calo Com boa mobilidade Métodos Kite French (Dimeglio): só fisioterapia e órtese – não muito efetivo Ponseti*** – mais usado e melhor: mais de 90% de taxa de sucesso Correção gradual baseada em uma sequência. Correção progressiva das deformidades. O gesso é cruro-podalico(até a coxa), se não for ate a coxa você não controla a torcao interna da tíbia. O gesso fica por 1 semana porque a pele do bebe é friável(sensível); você corrige progressivamente, cada semana corrige um pouco da deformidade. 1º passo é corrigir o cavismo elevação do 1º metatarso com o 1º gesso 2º gesso elevação do pé e abdução do pé, corrigindo tanto o cavismo quanto a abdução 3º gesso alinha o pé em relação a tíbia 4º gesso pé em rotação externa para correção final Na 1ª semana de vida, já é iniciado o tratamento. A troca de gesso é feita com 2 pessoas: uma segurando o pé na posição correta e outra fazendo o gesso Gesso cruro-podálico a 90º de flexão, com joelho fletido a 30º. O gesso é retirado em casa pela mãe, para descanso e hidratação da pele. Quando o pé está alinhado com a tíbia, porém ainda há algum grau de equino, pode ser necessária uma cirurgia complementar tenotomia percutânea do tendão de Aquiles para correção do equino. Depois é colocado outro gesso por 6 semanas. Sendo bebê, a tenotomia não traz problemas funcionais, pois o tendão regenera. Com o passar da idade, o tendão não se regenera mais. Pé corrigido Há um risco de recidiva, portanto, é colocada uma órtese: 2 calçados rígidos presos a uma barra com 60-70º de rotação externa (órtese de Dennis Brown). Usa até começar a andar (até 1 ano de idade), todos os dias, tirando apenas para tomar banho. Após iniciar os primeiros passos, o bebe passa a usar a órtese apenas a noite até 2-3 anos de idade. CIRURGIA Indicação: Crianças que chegam tarde para o tratamento (>2-3 anos de idade) Crianças que não resolvem totalmente com o gesso pés não corrigidos Segunda opção: Liberação póstero médio lateral Acesso Cincinnati – parte interna por trás do tornozelo e vai até a parte externa (da a volta no tornozelo) Liberação de todos os ossos do pé o pé é ajustado na posição e posteriormente fixado. Isolar feixe nervoso, alongamento dos tendões, mexer nas articulações cirurgia complexa, com chances de não correção. A taxa de sucesso não é tão grande quanto o tratamento conservador. PONSETI Elevar a parte anterior do antepé para correção do cavo (empurra a ponta do pé para cima) – gesso vai até a raiz da coxa- DEMORA DE 4 A 6 SEMANAS Corrigir a adução apoiando o polegar na cabeça do tálus e empurra para lateral até ficar alinhado (demora cerca de 4 a 5 semanas de troca de gesso) – fica na posição ideal para o final do tratamento **Se não corrigir o equino com gesso (o que ocorre com uma certa frequência), o tto é difícil: realiza-se uma tenotomia corta o tendão de Aquiles e fazer um gesso (tenotomia percutânea) – não causa problema de função, pois ele se refaz durante a evolução do crescimento. Promove a correção do equino. Depois, colocamos mais um gesso após a cx, para que ocorra a cicatrização do tendão de Aquiles. Depois de 3 a 4 meses de tratamento com gessos – tira o gesso e coloca uma órtese para que a deformidade não retorne – manutenção da correção conseguida com o gesso (órtese de Dennis-Browne) Calçado ortopédico ligado por uma barra: deixa os pés na posição anatômica Tem que ser usada 24hrs por dia (retira-se apenas para tomar banho) Usa até 1 ano de idade o tempo todo Quando começa andar usa apenas para dormir (até os 3 anos de idade) Evita a recidiva da deformidade COMPLICAÇÕES Se o pé não for tratado, ou se for tratado, mas não de maneira ideal, Perda da correção – recidiva (principalmente quando o pct não utiliza aquela órtese) Pé em mata borrão: fica plano pé inverte a posição; correção excessiva. Raro. Correção excessiva: valgo Deiscência sutura na cirurgia com necrose de pele Lesão neuro-vascular associada Tendão de Aquiles perto da artéria tibial posterior TRATAMENTO Para pacientes que até os 4 anos não foram tratados; para pacientes de 8-9 anos que não apresentaram correção do pé. Transferência do TA para a cunha Encurtamento da coluna lateral Osteotomia do calcâneo Tríplice ortodese O resultado não é tão bom quanto iniciado precocemente.
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