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DOCENTE
PSICOLOGIA SOCIAL E DA SAÚDE
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de ensino contém três tópicos. No final de cada um deles você 
encontrará atividades que contribuirão para a apropriação dos conteúdos.
🞂 TÓPICO 1 – A INSERÇÃO DAS CIÊNCIAS NA SAÚDE
🞂 TÓPICO 2 – COMPREENDENDO O TERMO SAÚDE NO SEU SENTIDO 
AMPLO
🞂 TÓPICO 3 – PROBLEMÁTICAS DE SAÚDE MENTAL: TEMAS 
INTERDISCIPLINARES
A INSERÇÃO DAS CIÊNCIAS NA SAÚDE
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, as pesquisas têm demonstrado que o comportamento e o estilo de vida
das pessoas têm impacto sobre o desenvolvimento ou agravamento de doenças. Sendo
assim, especialistas em comportamento, como os psicólogos, se inseriram em instituições de
saúde diante da necessidade de pensar o processo saúde e doença numa dimensão
psicossocial e intervir sobre os contextos dos indivíduos e grupos expostos a diferentes
doenças e condições de saúde inadequadas (ALMEIDA; MALAGRIS, 2011).
Algumas profissões chegaram tardiamente na área da saúde; os pioneiros não
compreendiam ao certo o que poderiam realizar, afinal, a atuação era prioritariamente clínica,
por isso, esse profissional não sabia com quem deveria atuar: Com os usuários? Com os
profissionais? Deveria manter o foco no tratamento clínico individual ou atuar com o todo?
Nos dias de hoje, os estudos comprovam que os profissionais que atuam na saúde devem
ter um trabalho interdisciplinar e devem focar no paciente.
2. HISTÓRICO DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE
Fundamentada na teoria de Darwin e no pensamento de dualismo cartesiano, a medicina
moderna iniciou-se no século XIX com o estudo do homem por meio de dissecações e
investigações físicas. Com as intervenções em laboratório, utilizando-se de microscópios, da
química e da eletricidade, cada vez mais a medicina se apoiava na fisiologia e anatomia para
buscar compreender de forma mais profunda a saúde e a doença. Desse modo, nasceu o
modelo biomédico de saúde, cuja visão sustentava que as doenças ocorriam a partir de
mudanças biológicas, advindas de fatores externos, como desequilíbrios químicos ou bactérias,
ou por fatores internos involuntários, como a predisposição genética. Neste sentido, o homem
não era responsável pelo seu adoecimento. Desta forma, a intervenção estava voltada somente
para a modificação do estado físico do corpo (BARLETTA, 2010; STRAUB, 2005).
2.1 TENDÊNCIAS QUE MOLDARAM AS CIÊNCIAS DA SAÚDE
Para que houvesse o aumento dos cursos na área da saúde e a formação de novos profissionais se
fizesse presente no campo da saúde, foram necessárias mudanças sociais e históricas, às quais
Straub (2005) denomina de tendências. Com essas tendências houve a necessidade de um modelo
mais amplo de saúde e de doença, partindo da observação do comportamento humano.
▪ A primeira tendência é o aumento na expectativa de vida. Conforme Straub (2005), há menos
de 100 anos 15% dos bebês que nasciam morriam no seu primeiro ano de vida e, para aqueles
que sobreviviam, a expectativa de vida era de aproximadamente 50 anos.
▪ Outro aspecto significante que Straub (2005) aborda diz respeito ao surgimento de transtornos
relacionados com o estilo de vida, pois, durante os séculos XVII, XVIII e XIX, as pessoas
morriam principalmente por doenças causadas por contaminação de alimentos, água, infecções
contraídas, epidemias.
▪ A terceira tendência que Straub (2005) evidencia foi a necessidade de ir além do modelo 
biomédico. Uma limitação da medicina é explicar por que o mesmo conjunto de fatores de 
risco determinadas vezes desencadeia uma doença e em outras não. 
Como exemplo, um homem de 45 anos, obeso, fumante e sedentário, com um histórico 
familiar de doença cardíaca, tem um ataque cardíaco fatal, enquanto outro com as mesmas 
características e fatores de risco permanece livre de doenças cardíacas. Neste âmbito, 
pesquisadores descobriram que fatores psicológicos, como a maneira de uma pessoa reagir 
ao estresse, combinam-se com fatores de riscos físicos para determinar o risco à saúde do 
indivíduo.
▪ O último fator que Straub (2005) aponta foi o rápido aumento nos custos dos serviços de
saúde. A ênfase da Psicologia da Saúde em modificar comportamentos de risco antes
que causem doenças tem o poder de reduzir custos com a saúde.
3 A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NA SAÚDE
A partir do panorama aqui exposto, outras ciências se inseriram na saúde.
▪ Todas se constituíram para melhorar os serviços de saúde, entender o contexto da saúde 
e auxiliar no atendimento à população.
A PSICOLOGIA
O interesse da Psicologia da Saúde está principalmente na maneira como o sujeito vive e
experimenta o seu estado de saúde ou de doença, na sua relação consigo mesmo, com os
outros e com o mundo.
A FISIOTERAPIA
O profissional Fisioterapeuta é um profissional com formação clínica generalista, que atua nas
diversas áreas da saúde, dentre elas: saúde do idoso, da criança, da mulher, do trabalhador, da
família, entre outras. É um profissional de primeiro contato que avalia, faz diagnóstico
fisioterapêutico, prescreve, executa o tratamento e encaminha o paciente à alta ou a outros
profissionais, se necessário. Suas ações desenvolvem-se em todos os níveis de atenção à saúde
(primário, secundário e terciário).
A EDUCAÇÃO FÍSICA
educação física tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento do indivíduo como um todo,
trabalhando seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais e isso nos leva a considerar que a
educação física se mostra um papel fundamental para o auxílio da inclusão como um todo, não só
nas aulas, mas também na sociedade.
CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA
Entender qual foi o caminho percorrido pelas profissões até se tornarem a ciência
que conhecemos hoje exige uma definição do seu conceito atual. Partindo do campo
da psicologia, que estuda os processos mentais e o comportamento humano, tendo
a subjetividade humana como objeto de estudo, podemos dizer que a ciência, de
uma maneira geral, encontrou na Filosofia o seu ponto de partida.
Para tanto, precisamos ir até a Grécia antiga, berço de tantas descobertas e
mobilizações que mudaram a história da humanidade. Os filósofos gregos foram os
responsáveis pelo desenvolvimento do método introspectivo. Introspecção é o
exame de ideias e experiências internas. Conforme descrito por Bock, Furtado e
Teixeira (2008), a evolução do povo grego, em termos de organização social (já que
não podemos esquecer que a Grécia foi o berço da democracia), permitiu que o
cidadão se ocupasse com o pensar acerca das questões do espírito, como a
Filosofia e a arte. Pensadores como Platão e Aristóteles começaram a analisar o
homem e seus aspectos internos, como a alma e a razão.
A FONOAUDIOLOGIA
O fonoaudiólogo é um profissional da Saúde, de atuação autônoma e independente, que exerce
suas funções nos setores público e privado. É responsável por promoção da saúde, avaliação e
diagnóstico, orientação, terapia (habilitação/ reabilitação), monitoramento e aperfeiçoamento de
aspectos fonoaudiólogos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na
linguagem oral e escrita, na articulação da fala, na voz, na fluência, no sistema miofuncional
orofacial e cervical e na deglutição.
A NUTRIÇÃO
Compete ao nutricionista, no exercício de suas atribuições na Alimentação do Trabalhador,
planejar, organizar, dirigir, supervisionar, avaliar os serviços de alimentação e nutrição, dietética de
indivíduos sadios ou enfermos.
A BIOTECNOLOGIA
No campo da saúde, a biotecnologia pode levar à descoberta de novas formas de
diagnosticar, tratar e prevenir doenças. O biotecnólogo poderá desenvolver trabalho técnico
e/ou gerencial nas indústrias de fármacos e medicamentos, atuando de forma intensiva na
prevenção e tratamento de doenças.
A BIOMEDICINA
O biomédico é o profissional que atua em 33 áreas, acompanha o campo da descoberta científica,
suas funções são de prevenção, tratamento e diagnóstico de determinadas patologias que
acercam a humanidade.
4. COMPORTAMENTO EM SAÚDE
mudouno século XX, sendo o comportamento das pessoas o novo foco no processo de
adoecimento ou de ser saudável. Um dos primeiros estudos sobre a importância do
comportamento na saúde e prevenção de doenças foi relacionado à falta de atividade física e
doença coronária. Hettlher (1982 apud RIBEIRO, 2004) definiu wellness, sinônimo de “estilo
de vida”, como um processo ativo por meio do qual o indivíduo se torna consciente e faz
escolhas que conduzam a uma melhor existência. Mais tarde, a Organização Mundial de
Saúde (2009) define que estilo de vida é um conjunto de estruturas mediadoras que refletem
a totalidade de atividades, atitudes e valores sociais (RIBEIRO, 2004).
TÓPICO 2. COMPREENDENDO O TERMO SAÚDE NO SEU SENTIDO
AMPLO
1 INTRODUÇÃO
Utilizamos cotidianamente o termo saúde e falamos dele ao longo do primeiro tópico desta
unidade, porém, você sabe dizer o que é saúde? Este termo é de difícil definição, entretanto é
fundamental que, enquanto profissionais da área, saibamos conceituar saúde e, acima de
tudo, compreender sobre ela.
2 CONCEITUANDO SAÚDE
De acordo com Daneluci (2010), a definição de saúde como ausência de doenças foi
colocada à prova em 1948, quando a Organização Mundial da Saúde (2009, s.p.) a definiu
como “[...] estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não somente ausência de
enfermidade ou invalidez”. Todavia, não podemos definir saúde apenas desta forma, afinal,
quem de nós considera estar em um estado deste? Nesse sentido, o conceito foi criticado por
estudiosos, na medida em que é impossível definir a existência de um estado completo de
bem estar, pois enquanto organismos, estamos em constante mudança.
Se alguém lhe perguntar como você está de saúde, o que você responderia? Muitas
vezes, estamos bem, porém qualquer imprevisto pode nos deixar mal. Outras vezes,
fisicamente está tudo certo, mas as preocupações com os problemas do cotidiano
fazem com que não nos sintamos bem.
Daneluci (2010) assinala que não somos estáveis, assim, a saúde não representa a
mesma coisa para todas as pessoas, depende de época, lugar, vivências pessoais
de cada um, classe social, gênero, faixa etária, assim como valores individuais até
mesmo influenciados pela religião.
Assim, a saúde é compreendida como a capacidade de cada um de enfrentar
situações novas, como a possibilidade de uma pessoa ficar doente e poder
recuperar-se. Vivemos com saúde, convivendo e equilibrando nosso organismo,
mesmo com as anomalias, as tensões e os desconfortos.
3. A POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
Em 1978 foi realizada a Primeira Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde
em Alma-Ata, quando foi percebida a necessidade de ações urgentes na área da saúde. Nesta
Conferência foi enfatizado que a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não simplesmente a ausência de doença, sendo um direito fundamental.
Para planejar ações para conquistar este objetivo de promover saúde de forma integrada e
funcional, realizou-se, em 1986, a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde
em Ottawa.
Diante disso, os países ligados à Organização Mundial de Saúde precisavam produzir saúde num
âmbito coletivo e, a partir disso, o Brasil começou a discutir uma reforma na sua política de
saúde. Com o processo de queda da ditadura militar e transição democrática do país, se
desenvolveu a Constituição Federal, em 1988, com repercussões que criaram uma nova política
para esta área (BRASIL, 2002).
A Constituição Federal (BRASIL, 1988) estabelece a
saúde como direito de todos e dever do Estado,
garantindo a redução de risco de doença e acesso
universal às ações para sua promoção, proteção e
recuperação. O serviço deve ser descentralizado, com
atendimento integral com prioridade para a prevenção e
com participação da comunidade.
Dentre os princípios do SUS estão a equidade da
assistência, a universalidade do acesso, a
resolubilidade, dentre outros, dos quais destacamos o
princípio de integralidade. Entendemos integralidade
como a forma de compreender e prestar cuidados ao
ser humano, sendo este termo uma forma de pensar e
agir, assim como uma forma de gestão de cuidados. O
De acordo com Brasil (2005), a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080, de 1990) define que a
saúde tem como fatores determinantes e condicionantes a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o
acesso aos bens e serviços essenciais, dentre outros. Neste sentido, o SUS como política
pela melhoria da qualidade de vida e afirmação do direito à vida e à saúde, neste âmbito
ampliado de concepção de saúde, deu origem a novas perspectivas de promoção e cuidado à
saúde.
3.1 OS PRINCÍPIOS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE 
INTEGRALIDADE
Segundo o Manual Técnico de Promoção de Saúde e Prevenção de Riscos e
Doenças na Saúde Suplementar (BRASIL, 2009a), os primeiros conceitos de
promoção de saúde derivam dos anos 1920 e 1946, quando se definiram
quatro tarefas fundamentais da medicina: a promoção da saúde, a prevenção
das doenças, a recuperação e a reabilitação. Posteriormente, em 1965, foram
apresentados três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária.
Boing e Crepaldi (2010) explanam em seu artigo que, para se desenvolver a
almejada atenção integral à saúde, o trabalho interdisciplinar se torna uma real
necessidade. A inter-relação entre as diferentes áreas de conhecimento, entre
os profissionais e entre estes com o senso comum requer criatividade e
flexibilidade, princípios que exploram as potencialidades de cada ciência e a
compreensão de seus limites
	Slide 1: PSICOLOGIA SOCIAL E DA SAÚDE
	Slide 2: PLANO DE ESTUDOS
	Slide 3: A INSERÇÃO DAS CIÊNCIAS NA SAÚDE 1. INTRODUÇÃO 
	Slide 4: 2. HISTÓRICO DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE 
	Slide 5: 2.1 TENDÊNCIAS QUE MOLDARAM AS CIÊNCIAS DA SAÚDE
	Slide 6
	Slide 7: 3 A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NA SAÚDE
	Slide 8
	Slide 9: CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA
	Slide 10
	Slide 11
	Slide 12: 4. COMPORTAMENTO EM SAÚDE
	Slide 13: TÓPICO 2. COMPREENDENDO O TERMO SAÚDE NO SEU SENTIDO AMPLO 
	Slide 14
	Slide 15
	Slide 16
	Slide 17
	Slide 18

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