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Tecnologia de Tratamento de Residuos Solidos

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Tecnologia de 
Tratamento de 
Resíduos Sólidos
Ana Carolina Russo
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Tecnologia de Trata-
mento de Resíduos Sólidos, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao apren-
dizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é 
propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................ 7
1.1 Resumo do Capítulo .......................................................................................................................................................9
1.2 Atividade Proposta ..........................................................................................................................................................9
2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS (ORIGEM, PROPRIEDADES FÍSICAS, 
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E TOXICOLOGIA) ........................................................................11
2.1 Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente .......................................................11
2.2 Quanto à Natureza ou Origem ................................................................................................................................12
2.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................14
2.4 Atividades Propostas ..................................................................................................................................................16
3 MEDIDAS DE ACONDICIONAMENTO, ARMAZENAMENTO, COLETA, 
TRANSPORTE E DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................17
3.1 Acondicionamento ......................................................................................................................................................17
3.2 Coleta e transporte de resíduos sólidos...............................................................................................................19
3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................20
3.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................21
4 MINIMIZAÇÃO, REUTILIZAÇÃO, RECICLAGEM DE RESÍDUOS ............................ 23
4.1 Resumo do Capítulo ...................................................................................................................................................26
4.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................26
5 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO (COMPOSTAGEM, BIODIGESTÃO, 
BIORREMEDIAÇÃO, SOLIDIFICAÇÃO, LANDFARMING) .............................................27
5.1 Compostagem ...............................................................................................................................................................27
5.2 Biodigestão .....................................................................................................................................................................30
5.3 Biorremediação .............................................................................................................................................................31
5.4 Solidificação ....................................................................................................................................................................31
5.5 Landfarming ....................................................................................................................................................................32
5.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................33
5.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................33
6 DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS .......................................................................................... 35
6.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................39
6.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40
7 ATERROS SANITÁRIOS: DIMENSIONAMENTO DE TALUDES, CÉLULAS, 
IMPERMEABILIZAÇÃO, SISTEMAS DE DRENAGEM, COLETA DO CHORUME 
E DE GASES ............................................................................................................................................. 41
7.1 Aterros Sanitários .........................................................................................................................................................41
7.2 Dimensionamento de Taludes .................................................................................................................................46
7.3 Células do Aterro ..........................................................................................................................................................47
7.4 Impermeabilização ......................................................................................................................................................49
7.5 Sistemas de Drenagem, Coleta do Chorume e de Gases ..............................................................................50
7.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................51
7.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................51
8 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ............................................................................................. 53
8.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................56
8.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................57
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 59
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................
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INTRODUÇÃO
Esta apostila constitui um material de apoio aos alunos da disciplina de Tecnologia de Tratamento 
de Resíduos Sólidos. Resíduo sólido, ou simplesmente “lixo”, se refere a todo material sólido ou semissóli-
do indesejável e que necessita ser removido, por ter sido considerado sem serventia por quem o descar-
ta, em recipiente apropriado. Bem, no entanto, devemos nos atentar à característica que muitas pessoas 
impõem sobre o lixo, a de inservível. Isso é relativo, uma vez que, apesar de ele não apresentar nenhuma 
serventia para quem o descarta, para outro, pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou pro-
cesso. Dessa forma, a temática do reaproveitamento do lixo é um convite à reflexão do próprio conceito 
clássico de resíduos sólidos. Estes são resultantes da atividade humana e animal, normalmente sólidos, 
sem utilização ou indesejáveis pelo seu detentor, com capacidades, no entanto, de valorização. 
No âmbito dos resíduos sólidos gerados pela sociedade atual, cabe aos resíduos sólidos urbanos a 
maior contribuição para esses desperdícios, motivo pelo qual a questão representa um fator de crescente 
preocupação. Tem-se assistido a uma verdadeira explosão na produção de resíduos, derivada do aumen-
to do consumo público, e, ao mesmo ritmo, a um decréscimo do peso específico dos resíduos. 
Aproveito para já deixar a seguinte questão: será que o que estamos consumindo é realmente uma 
necessidade ou é apenas uma realização pessoal? Comecemos nosso curso com essa autoavaliação. 
Profa. Ana Carolina Russo
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DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS1
Querido(a) aluno(a), você, por algum mo-
mento, já pensou no que seria a definição de lixo? 
Bem, de acordo com o Dicionário Houaiss, “lixo 
é um objeto sem valor ou utilidade, ou restos de 
trabalhos domésticos, industriais etc. que se joga 
fora”.
Já para a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas – ABNT NBR 10.004 –, a definição de lixo 
seria “restos das atividades humanas, considera-
dos pelos geradores como inúteis, indesejáveis 
ou descartáveis, podendo-se apresentar no esta-
do sólido, semissólido ou líquido, desde que não 
seja passível de tratamento convencional”. 
Dentro dessa definição, encontram-se os lo-
dos advindos de sistemas de tratamento de água, 
os lodos produzidos em equipamentos e insta-
lações de controle de poluição ou, ainda, alguns 
tipos de líquidos, cujas características os tornem 
inviáveis para o lançamento na rede pública de 
esgoto ou no corpo de água ou que necessitam 
de soluções técnicas e economicamente inviáveis 
ante as técnicas disponíveis no mercado.
Segundo o Manual de Gerenciamento Inte-
grado de Resíduos Sólidos (2001), os autores de 
publicações sobre resíduos sólidos, normalmen-
te, fazem uso indistinto dos termos “lixo” e “resí-
duos sólidos”. Nesta apostila, “lixo”, como o repre-
sentado na Figura 1, será todo material sólido ou 
semissólido indesejável e que necessita ser remo-
vido por ter sido considerado sem serventia por 
quem o descarta (em recipiente apropriado).
Figura 1– Imagem ilustrativa de resíduos sólidos.
Fonte: http://pensareco.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html
Ana Carolina Russo
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Há de se destacar, no entanto, a relativida-
de da conotação de inservível dos resíduos, pois 
aquilo que já não apresenta nenhuma serventia 
para quem o descarta, para outro, pode se tornar 
matéria-prima para um novo produto ou proces-
so. Nesse sentido, a ideia do reaproveitamento 
nos convida à reflexão do próprio conceito clás-
sico de resíduos sólidos. É como se o lixo pudes-
se ser conceituado como tal somente quando da 
inexistência de mais alguém para reivindicar uma 
nova utilização dos elementos então descartados.
DicionárioDicionário
Conotação: algo que uma palavra ou coisa sugere; 
implicação. 
Fonte: Dicionário Houaiss.
A Figura 2 traz resumidamente a diferença 
sobre os conceitos aqui mencionados: lixo X resí-
duos sólidos.
Figura 2– Lixo X resíduos.
Há de se destacar, no entanto, a relatividade da conotação de inservível dos resíduos, pois 
aquilo que já não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta, para outro, pode se tornar 
matéria-prima para um novo produto ou processo. Nesse sentido, a ideia do reaproveitamento nos 
convida à reflexão do próprio conceito clássico de resíduos sólidos. É como se o lixo pudesse ser 
conceituado como tal somente quando da inexistência de mais alguém para reivindicar uma nova 
utilização dos elementos então descartados. 
 
VERBETE 1 
Conotação: algo que uma palavra ou coisa sugere; implicação. 
Fonte: Dicionário Houaiss. 
 
A Figura 2 traz resumidamente a diferença sobre os conceitos aqui mencionados: lixo X 
resíduos sólidos. 
 
Figura 2– Lixo X resíduos. 
 
 
Fonte: Mancini (2013). 
 
SAIBA MAIS 1 
Segundo Burle (2012), a produção de lixo no Brasil cresce em ritmo mais acelerado do que a 
>ŝdžŽ�y�ƌĞƐşĚƵŽEĆŽ�ƚĞŵ�ƐĞƌǀĞŶƚŝĂ�ĂůŐƵŵĂ�ŝƐƉŽƐŝĕĆŽ ^ƵďƉƌŽĚƵƚŽ�ĚĞ�Ƶŵ�ƉƌŽĐĞƐƐŽZĞĐŝĐůĂŐĞŵ
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
Segundo Burle (2012), a produção de lixo no Brasil 
cresce em ritmo mais acelerado do que a popu-
lação urbana. Segundo o levantamento realizado 
pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza 
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os brasi-
leiros geraram, no ano de 2010, cerca de 60,9 mi-
lhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, re-
presentando um crescimento de 6,8% sobre 2009. 
No mesmo período, o Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE) apontou um crescimento 
populacional em torno de 1%.
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Neste capítulo, vimos a definição de resíduos sólidos e a conotação negativa e, muitas vezes, errô-
nea que é atribuída a esses tipos de materiais. 
Resíduos sólidos são aqueles materiais considerados sem serventia, inúteis ou descartáveis pelos 
geradores, podendo-se apresentar no estado sólido, semissólido ou líquido.
1.1 Resumo do Capítulo
1.2 Atividade Proposta
1. Qual a definição de resíduo sólido?
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Agora que já sabemos a definição de resí-
duo sólido, veremos como classificá-los. As for-
mas mais comuns de classificação se referem aos 
riscos potenciais de contaminação do meio am-
biente e à natureza ou origem desses materiais.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 
(ORIGEM, PROPRIEDADES FÍSICAS, 
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E TOXICOLOGIA)2
Segundo a norma NBR 10.004 da ABNT, os 
resíduos sólidos recebem as seguintes classifica-
ções (Quadro 1):
2.1 Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente 
Quadro 1 – Classificação dos resíduos quanto ao seu risco potencial de contaminação.
Classe Característica
I (Perigosos)
Apresentam riscos à saúde pública por meio do aumento da mortalidade ou da 
morbidade ou provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados 
ou dispostos de forma inadequada.
II (Não inertes)
Podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou 
solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, 
não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos – ou Classe 
III – Inertes.
III (Inertes)
Não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente e, quando amostrados de 
forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato 
estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, 
conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10.006, não têm nenhum 
de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões 
de portabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004), 
excetuando-se os padrões de aspecto,
cor, turbidez e sabor.
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Vejamos, resumidamente, sobre o que tra-
tam estes Anexos da NBR 10.004:
ƒƒ Anexo A: resíduos perigosos de fontes 
não específicas. São listados 43 tipos de 
resíduos, incluindo seus constituintes 
perigosos e suas características de pe-
riculosidade.
ƒƒ Anexo B: resíduos perigosos de fon-
tes específicas. São listadas 21 fontes 
geradoras, sendo estas compostas 
majoritariamente por grandes setores 
industriais. São 142 tipos de resíduos 
associados a determinadas fontes com 
seus respectivos constituintes perigo-
sos e suas características de periculosi-
dade.
ƒƒ Anexo C: são listados 481 produtos 
inorgânicos e orgânicos que atribuem 
a característica de periculosidade aos 
resíduos.
ƒƒ Anexo D: são listadas 146 substâncias 
caracterizadas por serem agudamente 
tóxicas.
ƒƒ Anexo E: são listadas 407 substâncias 
tóxicas.
ƒƒ Anexo F: são listadas as concentrações 
máximas de 45 produtos inorgânicos 
que podem estar presentes no extrato 
do lixiviado.
ƒƒ Anexo G: são listados os limites máxi-
mos de 33 produtos inorgânicos e or-
gânicos eventualmente presentes no 
extrato do solubilizado.
ƒƒ Anexo H: são listados códigos de 12 re-
síduos não perigosos.
DicionárioDicionário
Morbidade: que apresenta alguma doença; doen-
tio, enfermo.
Fonte: Dicionário Houaiss.
2.2 Quanto à Natureza ou Origem
A origem dos resíduos sólidos é conside-
rada o principal elemento para a caracterização 
desses materiais. Assim, podemos agrupá-los em 
cinco classes, a saber:
Lixo doméstico ou residencial: gerado 
nas atividades diárias em casas, apartamentos, 
condomínios e demais edificações residenciais, 
considerado não inerte, mas contém resíduos pe-
rigosos.
Lixo comercial: gerado em estabelecimen-
tos comerciais, cujas características dependem 
da atividade ali desenvolvida, considerado seme-
lhante ao doméstico.
Lixo público: resíduos presentes nas vias 
públicas, como folhas, galhadas, poeira, terra e 
areia, e também aqueles descartados indevida-
mente pela população, como entulho, papéis, 
restos de embalagens e alimentos; considerado 
semelhante ao doméstico.
Saiba maisSaiba mais
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Nas atividades de limpeza urbana, os resíduos dos 
tipos “doméstico” e “comercial” constituem o cha-
mado “lixo domiciliar”, os quais, somados ao lixo 
público, constituem a maior parcela dos resíduos 
sólidos produzidos nas cidades.
Lixo domiciliar especial: entulhos de 
obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e 
pneus, principalmente inertes.
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Figura 3– Entulho processado pela usina de reciclagem de Ribeirão Preto. 
Fonte: http://www.reciclagem.pcc.usp.br/a_utilizacao_entulho.htm.
Lixo de fontes especiais: resíduos que, em 
função de suas características peculiares, passam 
a merecer cuidados especiais em seu manuseio, 
acondicionamento, estocagem, transporte ou 
disposição final. Dentro da classe de resíduos de 
fontes especiais, merecem destaque:
ƒƒ Lixo industrial: resíduos muito varia-
dos que apresentam características di-
versificadas, pois estas dependem do 
tipo de produto manufaturado; pode 
conter resíduos perigosos, não inertes 
e inertes.
ƒƒ Lixo radioativo: emite radiações acima 
dos limites permitidos pelas normas 
ambientais.
ƒƒ Lixo de portos, aeroportos e termi-
nais rodoferroviários: decorrente do 
consumo de passageiros em veículos e 
aeronaves; sua periculosidade está no 
risco de transmissão de doenças já er-
radicadas no País. Pode conter resíduos 
perigosos, não inertes e inertes.
ƒƒ Lixo agrícola: restos de embalagens 
impregnados com pesticidas e fertili-
zantes químicos, utilizados na agricul-
tura, que são perigosos, principalmente 
não inertes (muita matéria orgânica).
ƒƒ Resíduos de serviços de saúde: com-
preendendo todos os resíduos gerados 
nas instituições destinadas à preserva-
ção da saúde da população, contêm 
principalmente resíduos perigosos e 
não inertes.
Figura 4 – Resíduo de serviço de saúde.
Fonte: http://planetadosresiduosbrasil.blogspot.com.
br/2012/03/residuos-de-servicos-de-saude.html.
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Quadro 2 – Órgãos responsáveis pelo gerenciamento de cada tipo de lixo
Tipos de lixo Responsável
Domiciliar Prefeitura
Comercial Prefeitura
Público Prefeitura
Serviços de saúde Gerador (hospitais etc.)
Industrial Gerador (indústrias etc.)
Portos, aeroportos e terminais ferroviários 
e rodoviários Gerador (portos etc.)
Agrícola Gerador (agricultor)
Entulho Gerador*
* A prefeitura é corresponsável por pequenas quantidades (menos que 50 kg) e de acordo com a legislação 
municipal específica de cada local. 
Fonte: Adaptada de Mancini (2013).
Neste capítulo, aprendemos sobre as diferentes classificações que podem ser atribuídas aos resí-
duos sólidos. São elas:
ƒƒ classificação quanto aos seus riscos potenciais de contaminação do meio ambiente;
ƒƒ classificação quanto a sua natureza de origem.
A classificação poderá vir guiada de alguns parâmetros, como descrito na Figura 5.
AtençãoAtenção
Na grande maioria das vezes, a diferença na 
definição de pequenos e grandes geradores de 
lixo se refere à quantidade média de resíduos 
gerados diariamente em uma residência parti-
cular com cinco moradores.
2.3 Resumo do Capítulo
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Figura 5 – Organograma para classificação de resíduo.
Fonte: Adaptada Mancini (2013).
Vimos, também, quem são os responsáveis diretos pelo gerenciamento de determinados resíduos. 
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1. Quais são as formas de classificação dos resíduos?
2. O que são resíduos não inertes?
3. Quais os resíduos que se enquadram na categoria de resíduo domiciliar especial?
2.4 Atividades Propostas
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Veremos agora como funcionam as etapas 
de acondicionamento, armazenamento, coleta, 
transporte e destinação final dos resíduos sólidos 
gerados. Para entendermos melhor, podemos in-
serir tais etapas em duas grandes fases:
Fase interna: ocorre dentro das residências 
das pessoas, de estabelecimentos comerciais, 
hospitais etc. O acondicionamento e o armazena-
mento do resíduo são responsabilidade de quem 
MEDIDAS DE ACONDICIONAMENTO, 
ARMAZENAMENTO, COLETA, 
TRANSPORTE E DESTINAÇÃO DOS 
RESÍDUOS SÓLIDOS
3
o gera, garantindo que o resíduo acondicionado 
permaneça em condições adequadas (sem vaza-
mentos e sem fortes odores) para coleta.
Fase externa: inicia-se com os geradores 
até a destinação final, sendo responsabilidade 
tanto do gerador quanto da municipalidade (res-
ponsabilidade compartilhada).
3.1 Acondicionamento
Mas, afinal, o que significa acondicionar os 
resíduos sólidos? Bem, trata-se do preparo desses 
materiais para a coleta, de forma a garantir con-
dições sanitariamente adequadas e compatíveis 
com o tipo e a quantidade de resíduos.
Para garantir que os serviços de coleta e 
transporte de lixo ocorram de forma satisfatória, 
é necessário que o lixo seja armazenado em seus 
respectivos recipientes adequadamente (Figura 
6) e que estes estejam dispostos no dia e no lo-
cal preestabelecidos pelo órgão responsável pela 
coleta. Isso nos mostra o quanto é importante a 
nossa ação de armazenar corretamente, visto que 
esta é a primeira etapa da longa jornada que o 
lixo irá percorrer.
Figura 6 – Acondicionamento de resíduo domiciliar.
Fonte: www.igd.com
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A importância do correto acondicionamen-
to se
dá, entre alguns motivos, por: 
ƒƒ evitar a ocorrência de acidentes;
ƒƒ evitar a proliferação de vetores e, con-
sequentemente, a propagação de 
doenças;
ƒƒ minimizar o impacto negativo no visual 
e no odor do ambiente no entorno;
ƒƒ reduzir a diversidade de tipos de resí-
duos, facilitando o trabalho de coleta 
(caso haja coleta seletiva na cidade ou 
no município).
Apesar de ser de conhecimento geral, os 
procedimentos para a correta armazenagem do 
lixo não são colocados em prática. Não preci-
samos ir muito longe para encontrar locais que 
passam a acumular lixo a céu aberto, trazendo 
consigo impactos negativos ao meio ambiente e 
à saúde pública, além de serem atrativos para ani-
mais como ratos, baratas etc.
Sabendo da necessidade de se armazenar 
corretamente os resíduos domiciliares, quais se-
riam os recipientes a serem utilizados para esse 
fim? Podemos fazer uso dos seguintes (Figura 7): 
ƒƒ recipientes metálicos ou plásticos;
ƒƒ sacos plásticos;
ƒƒ caixas de madeira ou papelão;
ƒƒ contêineres; etc.
Figura 7 – Exemplos de recipientes para acondicionamento de resíduos.
Fonte: www.joneshill.com.
AtençãoAtenção
Sendo o saco plástico de polietileno compos-
to por carbono, hidrogênio e oxigênio, não é 
considerado poluidor para a atmosfera quando 
corretamente incinerado. Não é um material 
biodegradável, mas como os aterros sanitá-
rios são considerados destinos definitivos, não 
há grandes objeções quanto ao uso de sacos 
plásticos de polietileno para acondicionar o lixo 
domiciliar.
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Agora que já vimos quais são os possíveis 
recipientes a serem utilizados, como saberemos 
qual deles escolher? A escolha deverá estar basea-
da em alguns aspectos importantes, tais como:
ƒƒ características do lixo gerado;
ƒƒ frequência em que ocorre o serviço de 
coleta;
ƒƒ tipo de edificação do gerador;
ƒƒ custo do recipiente;
ƒƒ peso máximo de 30 kg (incluindo a car-
ga) caso a coleta for manual;
ƒƒ hermético, para evitar derramamentos 
ou exposição;
ƒƒ seguros, para evitar que, caso haja ob-
jeto cortante ou perfurante, provoque 
um acidente a quem for manejar o ma-
terial;
ƒƒ possibilidade de esvaziar facilmente.
DicionárioDicionário
Hermético: perfeitamente, totalmente fechado.
Fonte: Dicionário Houaiss.
3.2 Coleta e transporte de resíduos sólidos
Depois de passarmos pela etapa de acondi-
cionamento, o próximo passo a ser realizado é a 
coleta. A coleta tem como objetivo recolher o lixo, 
previamente acondicionado pelo gerador, para 
então enviá-lo a seu destino, que pode ser uma 
estação de transferência, uma estação de trata-
mento ou disposição final, para que, dessa forma, 
evite impactos negativos à população.
A coleta e o transporte dos resíduos de pe-
quenos geradores (residenciais e pequenos co-
mércios, por exemplo) são, na maior parte das 
vezes, efetuados por meio do órgão responsável 
pela limpeza púbica do município. Já os resíduos 
dos “grandes geradores” (produtores de mais de 
120 litros de lixo por dia) são coletados por em-
presas particulares cadastradas na prefeitura, a 
cargo do gerador.
Esses resíduos podem ser coletados por 
diversos tipos de veículos, desde que estes aten-
dam às exigências estabelecidas pela legislação 
do município. Segundo Mancini (2013), em geral, 
elas podem ser da seguinte forma:
ƒƒ sem compactação;
ƒƒ com compactação.
Por algum momento aqui em nosso estudo, 
você se deparou com a questão de como o órgão 
responsável pela coleta realiza o dimensiona-
mento desse serviço? Vejamos simplificadamente 
como isso funciona.
Primeiramente, é realizada uma estimativa 
do volume de lixo que será coletado. Podemos 
propor um valor médio de 1,2 kg/habitante/dia. 
Em seguida, são feitas as definições das frequên-
cias em que serão realizadas as coletas, bem como 
de seus horários, para, então, serem estabelecidos 
a frota de veículos e o itinerário a ser efetuado. A 
falta de alinhamento desses procedimentos com 
a realidade de cada local pode gerar desconten-
tamento por parte da população. Imagine um 
caminhão de lixo passando em horário de pico 
em uma avenida muito movimentada? Ou que 
a frequência de coleta seja insuficiente para uma 
determinada região, e as pessoas passem a esto-
car um grande volume em suas residências? São 
situações que devem ser previstas antes de o ser-
viço ser colocado em prática.
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Neste capítulo, vimos as formas de acondicionamento dos resíduos, os recipientes que podem ser 
utilizados pra essa finalidade e os critérios para a escolha destes.
Analisamos os critérios utilizados para a determinação das rotas de coleta, baseados no volume do 
resíduo gerado, no horário e na frequência de coleta, na frota e no itinerário a ser seguido.
Para melhor ilustrar o que vimos neste capítulo, a Figura 8 resume as etapas no processo de coleta 
de resíduos sólidos.
Figura 8 – Processo de coleta de resíduos.
 
Fonte: Tchobanoglous (1977) (modificada). 
 
3.4 Exercícios 
 �� Comente sobre a importância do correto acondicionamento dos resíduos. 
 �� Quais os recipientes que podemos utilizar para o armazenamento de resíduos? 
 
 �� Quais os critérios utilizados para o dimensionamento do serviço de coleta? 
 
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
Nos centros comerciais, a coleta deve ser noturna, 
quando as ruas estão com pouco movimento. Já 
em cidades turísticas, deve-se estar atento para o 
período de uso mais intensivo das áreas por turis-
tas, momento no qual a coleta deverá ser evitada.
Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado de 
Resíduos Sólidos (2001).
3.3 Resumo do Capítulo
Tecnologia de Tratamento de Resíduos Sólidos
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1. Comente sobre a importância do correto acondicionamento dos resíduos.
2. Quais os recipientes que podemos utilizar para o armazenamento de resíduos?
3. Quais os critérios utilizados para o dimensionamento do serviço de coleta?
3.4 Atividades Propostas
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Você já parou para pensar se tudo aquilo 
que descartamos é realmente lixo? Segundo a 
Abrelpe (2010), cada brasileiro produz em torno 
de 1,2 kg/resíduos/dia. 
As regiões Sudeste e Nordeste, somadas, 
são responsáveis pela maior geração de resíduos 
no Brasil, em média 1,3 kg/habitante/dia. A Re-
gião Sul corresponde ao equivalente a 0,9 kg/ha-
bitante/dia (Abrelpe, 2010).
Só a Região Metropolitana de São Paulo, 
com seus 19,7 milhões de habitantes, é responsá-
vel pela produção estimada de 16.233 toneladas 
por dia, ou quase 6 milhões de toneladas por ano, 
de resíduos sólidos domiciliares (BESEN, 2011).
Mas para onde vai tudo isso? Segundo da-
dos da Abrelpe (2010), de todo o lixo produzido 
no Brasil, 10% não foram coletados (aproxima-
damente 6,4 milhões de toneladas), e entre os 
resíduos coletados, 58% são encaminhados para 
aterros sanitários. Os outros 42% não têm destina-
ção adequada, indo parar em lixões ou em aterros 
controlados, ou até mesmo em terrenos baldios.
DicionárioDicionário
Aterro sanitário: obras de engenharia para dispo-
sição dos resíduos sólidos urbanos, em que há: 
compactação de seu volume, recobrimento com 
terra ou algum material inerte, impermeabilização, 
drenagem e tratamento dos líquidos e dos gases 
que ali são gerados.
Fonte: Leme et al. (2012).
MINIMIZAÇÃO, REUTILIZAÇÃO, 
RECICLAGEM DE RESÍDUOS4
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Como vimos nos capítulos anteriores, os resí-
duos, quando dispostos de maneira inadequada, 
causam impactos negativos ao meio ambiente. 
Além de provocarem a contaminação do solo e da 
água, eles são responsáveis por 6,7% da geração
de gases de efeito estufa, devido à decomposição 
anaeróbica nos aterros sanitários no Estado de São 
Paulo.
Fonte: CETESB (2011).
Diante de tudo o que vimos até o momento 
em nosso estudo, podemos fazer algumas refle-
xões. De onde vem tanto lixo? O que consumimos 
é realmente necessário? Como eu consigo identi-
ficar o limite que separa o que é supérfluo do que 
é essencial? De acordo com Botto (2012), atual-
mente, vivemos na sociedade do consumo, onde 
os valores estão atribuídos ao que você gosta ou 
ao que você possui. 
O que você gosta ou não está intrinse-
camente ligado à insatisfação. Ao vermos um 
comercial na televisão de um produto do qual 
gostamos, ficamos insatisfeitos por não tê-lo, 
levando, então, ao seu consumo, para satisfazer-
mos nossas vontades, gerando, inclusive, a satis-
fação de prazer.
O aumento de nosso consumo desenfreado 
impulsiona as indústrias a produzir cada vez mais, 
gerando mais e mais resíduos. Segundo o vídeo 
do projeto The Story of Stuff, que trata dos efeitos 
do consumo humano, para cada volume de pro-
duto produzido são gerados cerca de 70 volumes 
de resíduos durante o processo de produção. 
Ana Carolina Russo
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Tudo isso nos mostra que devemos nos 
atentar não apenas ao que fazer depois do con-
sumo (destinação das embalagens, local e reci-
piente para descarte etc.) como também ao que 
faremos antes mesmo de consumir (de onde vem 
esse produto, como se torna disponível para con-
sumo, quem o fabrica etc.). São reflexões como 
essas que nos despertam para o consumo res-
ponsável, visando minimizar os impactos negati-
vos em nosso meio ambiente. 
Essas questões têm como base o que cha-
mamos de “princípio dos 3 Rs”, apresentado na 
Figura 9.
Figura 9 – Princípio dos 3 Rs.
Tal princípio adquiriu conhecimento mun-
dial em função da sua aparição na Agenda 21, 
documento elaborado durante a Conferência das 
Nações Unidas (Rio-92).
Reduzir o consumo é adotar medidas sim-
ples, como, por exemplo, pensar bem antes de 
consumir um produto, evitar, em nossas ações, 
a geração de resíduos, verificando se tudo isso 
é realmente uma necessidade. A substituição de 
materiais descartáveis, como os copinhos plásti-
cos, presentes nos mais diversos estabelecimen-
tos, por duráveis, como as canecas de alumínio, é 
uma atitude que proporciona a redução no con-
sumo. 
Reutilizar um determinado produto ou ma-
terial se refere à ação de atribuir um novo uso ao 
que seria descartado e, assim, estender a sua vida 
útil por meio de reparos, restauração e/ou rea-
proveitamento. Lembre-se: o que para nós pode 
parecer inútil, para outras pessoas, pode ser de 
grande serventia.
Reciclar se refere ao conjunto de técnicas 
que buscam reprocessar substâncias ou materiais 
jogados no lixo para que se tornem novamente 
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úteis e possam ser reinseridos no mercado. A re-
ciclagem é um dos fins – o mais lucrativo e ecolo-
gicamente correto – que os resíduos podem ter. 
Mas, infelizmente, nem todo material pode ser re-
ciclado. Produtos como lâmpadas fluorescentes, 
espelhos, cerâmicas, objetos de acrílico, papéis 
plastificados (como o das embalagens de biscoi-
to), papel-carbono, papel higiênico, fotografias, 
fitas e etiquetas adesivas, bitucas de cigarro, fral-
das, absorventes e guardanapos não costumam 
ser reciclados. E, para cada um daqueles que po-
dem ser reaproveitados (plástico, vidros, metal e 
papel), existe um procedimento adequado e es-
pecífico para a reciclagem. Nesse cenário, a coleta 
seletiva (separação e recolhimento do lixo) é de 
extrema importância para a obtenção de melho-
res resultados.
Apesar da existência de técnicas de recicla-
gem, há alguns fatores que podem inviabilizar o 
processo. Técnicas muito caras, consumidoras de 
muita energia ou que exigem equipamentos de 
alto custo são difíceis de serem aplicadas. O desa-
fio, principalmente para você, futuro engenheiro, 
é desenvolver processos economicamente viá-
veis e atrativos. Outro problema corriqueiro é o 
que chamamos de “lixo poluído”, ou seja, lixo seco 
que esteve em contato com os restos de materiais 
orgânicos. Um simples copo de suco jogado no 
lixo pode inviabilizar a reciclagem de todo papel 
ali contido.
E, com todas essas dificuldades encontra-
das para o processo de reciclagem, quais seriam 
os benefícios dessa prática? Vejamos alguns da-
dos (Quadro 3).
Quadro 3 – Reciclagem e seus benefícios
Reciclagem Benefício
1 lata de alumínio Propicia a economia de energia suficiente para manter uma geladeira em funcionamento por 10 horas.
1 kg de vidro reutilizado Evita a extração de 6,6 kg de areia.
1 ton. de papel poupado Preserva 20 árvores de eucalipto.
1 ton. de lixo reciclado no Brasil Economia de 435 dólares.
Reciclagem de plástico Consumo de apenas 10% do petróleo exigido na produção do plástico virgem.
Reciclagem de aço Cada tonelada reaproveitada preserva 110.000 toneladas de minério de ferro.
 De acordo com as Fichas Técnicas do Com-
promisso Empresarial para a Reciclagem (CEM-
PRE), em 2011, do total produzido, foram recicla-
dos, no Brasil, 21,7% de plásticos, 29% de papel 
de escritório, 98,3% das latas de alumínio, 47% 
das latas de aço, 47% do vidro e 27,1% das emba-
lagens tipo longa vida.
AtençãoAtenção
O propósito deste capítulo é fazer com que 
“pensemos globalmente e ajamos localmente”, 
pois, “se quisermos ter menos lixo, precisamos 
rever nosso paradigma de felicidade humana, 
em que ter menos lixo significa ter mais cultura, 
menos símbolo de status, mais tempo para as 
crianças, menos dinheiro trocado, mais anima-
ção, menos tecnologia de diversão, mais quali-
dade, menos maquiagem” (GILNREINER, 1992).
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Neste capítulo, tratamos das questões da minimização, reutilização e reciclagem dos resíduos. Vi-
mos a grande importância de nos conscientizarmos sobre a real necessidade do consumo de determina-
do produto, visto que em grande parte das vezes acabamos agindo por impulso.
Aprendemos o princípio dos 3 Rs, que traz em si os conceitos de Redução, Reutilização e Recicla-
gem dos resíduos. 
4.1 Resumo do Capítulo
4.2 Atividades Propostas
1. Cite algumas ações que favorecem a redução na geração de resíduos.
2. Em que se baseia o princípio dos 3 Rs?
3. Quais os materiais que ainda não costumam ser reciclados?
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O que observamos hoje, no Brasil, é que a 
maior parte da gestão dos resíduos sólidos ur-
banos, em municípios de pequeno e de médio 
porte, é realizada pelos órgãos municipais. Nos 
grandes municípios, nota-se a tendência de con-
cessão à iniciativa privada dos serviços de coleta e 
destinação. A privatização do setor está gerando 
a expectativa de um ingresso expressivo e cres-
cente de capital privado.
Com isso, há a perspectiva do surgimento 
de novos projetos para tratamento de resíduos 
sólidos urbanos que abrangem outras tecnolo-
gias, que não o aterramento, ainda não existentes 
em escala industrial no Brasil.
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO 
(COMPOSTAGEM, BIODIGESTÃO, 
BIORREMEDIAÇÃO, SOLIDIFICAÇÃO, 
LANDFARMING)
5
Entre as tecnologias de tratamento de resí-
duos já conhecidas e difundidas no mercado, po-
demos citar:
ƒƒ compostagem;
ƒƒ biodigestão;
ƒƒ biorremediação;
ƒƒ solidificação;
ƒƒ landfarming.
Vejamos, então, cada uma delas.
5.1 Compostagem
Compostagem é o processo biológico de 
decomposição da matéria orgânica contida em 
restos advindos de origem animal e ve-
getal, transformando-a em um material 
denominado “composto” (semelhante 
ao solo), utilizado como adubo durante 
o plantio (Figura 10).
Figura 10 – Compostagem.
Fonte:
www.investne.com.br.
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Para iniciarmos a compostagem, devemos 
primeiramente reunir uma quantidade adequada 
de lixo orgânico e montar nossa composteira.
Reserve um recipiente para armazenar o 
lixo, como exemplificado na Figura 11. Em segui-
da, monte a composteira (Figura 12); o ideal é que 
seja em um local sombreado no quintal. Ela nada 
mais do é que uma estrutura própria para o depó-
sito e processamento do material orgânico. Sobre 
esse material são colocadas folhas secas, para evi-
tar o cheiro ruim.
Figura 11 – Recipiente armazenando matéria orgânica para compostagem.
Fonte: familiaorganica.blogspot.com
Figura 12 – Exemplo de composteira.
Fonte: alpesdouro.com.br
A camada superficial do monte, dentro da 
composteira, deverá ser umidificada, e a com-
posteira deverá ser coberta por uma lona, para se 
proteger de fortes chuvas e da incidência direta 
do sol.
De dois em dois dias, revolva a pilha para 
arejá-la. Vamos notar que o material irá esquentar, 
indicando que a decomposição está ocorrendo. O 
material deverá estar pronto para uso em aproxi-
madamente dois meses.
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29
Uma grande vantagem da compostagem 
é poder dar uma finalidade adequada para mais 
de 50% do lixo doméstico, ao mesmo tempo que 
melhora a estrutura e aduba o solo, gera redução 
de herbicidas e pesticidas, devido à presença de 
fungicidas naturais e microrganismos, e aumen-
ta a retenção de água pelo solo, além de não re-
querer conhecimentos muito específicos para sua 
elaboração. A Figura 13 resume todo o processo 
de compostagem.
Figura 13 – Processo de compostagem.
Fonte: sustentatec.blogspot.com
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Decomposição: conversão de organismos mortos 
(matéria orgânica), ou parte destes, em substân-
cias orgânicas ou inorgânicas simples, por meio da 
ação de um conjunto de organismos (aeróbios e 
não aeróbios). Termo aplicado a seres vivos.
Putrefação: decomposição associada à formação 
de cheiro desagradável. Termo aplicado a matéria 
orgânica, como alimentos.
Biodegradabilidade: decomposição. Termo aplica-
do a materiais (papel, plástico etc.).
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30
A biodigestão, também denominada “fer-
mentação anaeróbica”, é um método de recicla-
gem de resíduos que tem como princípio a pro-
dução de gás combustível e adubos a partir de 
compostos orgânicos (geralmente excrementos 
de animais, restos de frutas e vegetais). Ela é rea-
lizada por bactérias que se encontram livres na 
natureza e pode ser considerada uma alternativa 
energética renovável e principalmente uma for-
ma de eliminação dos resíduos orgânicos urba-
nos (Figura 14).
5.2 Biodigestão
Figura 14 – Processo de biodigestão.
Fonte: pt.wikipedia.org
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31
O processo de biorremediação se baseia na 
redução do contaminante por meio de organis-
mos vivos, tais como plantas, fungos e outros mi-
crorganismos, promovendo a remediação no am-
biente. Fazendo uso de processos biodegradáveis 
para tratamento de resíduos, a biorremediação é 
capaz de regenerar o equilíbrio do ecossistema 
original. Especificamente, a biorremediação atua 
por meio da introdução de processos biológicos 
adicionais para a decomposição dos resíduos que 
favorecem e incrementam a velocidade do pro-
cesso natural de degradação.
Ela pode ser empregada para atacar con-
taminantes específicos no solo e em águas sub-
terrâneas, como, por exemplo, a degradação de 
hidrocarbonetos do petróleo e de compostos or-
gânicos clorados pelos microrganismos aplicados. 
Um exemplo mais geral e de grande aplicação é a 
remediação de um ambiente com derramamen-
tos de óleo por meio da adição dos fertilizantes 
de nitrato ou de sulfato para facilitar a decompo-
sição do óleo pelas bactérias presentes no meio.
Tudo isso ocorre devido ao fato de os mi-
crorganismos se alimentarem de substratos or-
gânicos e inorgânicos, como o carbono. Assim, os 
contaminantes são convertidos em CO2 (dióxido 
de carbono) e H2O (água).
Tal tecnologia pode ser dividida em duas 
formas: in-situ e ex-situ.
5.3 Biorremediação
A biorremediação in-situ trata o material 
contaminado no próprio local em que foi origina-
do, enquanto na ex-situ o material contaminado é 
removido de sua origem para ser tratado em ou-
tro local. 
Apesar de se mostrar bastante eficiente 
para alguns compostos, certos contaminantes 
não respondem da mesma forma. Os metais pe-
sados, tais como o cádmio e o chumbo, não são 
facilmente absorvidos e nem capturados pelos 
microrganismos, porém podem ser transforma-
dos em compostos menos perigosos. 
Por ser um processo natural, seu custo é re-
lativamente baixo quando comparado a outros 
meios de tratamento de resíduos sólidos. Entre-
tanto, para se obter um rendimento significativo 
no processo, é necessário determinar, por meio 
de estudos, as condições que favorecem ou não 
a atividade microbiana, como, por exemplo, meio 
anóxico, teor elevado de nutrientes etc., sendo, 
assim, capaz de tratá-lo adequadamente.
DicionárioDicionário
Anóxico: ausência de oxigênio no ar, no sangue 
arterial ou nos tecidos.
Fonte: Dicionário Houaiss.
5.4 Solidificação
A estabilização por solidificação (E/S) é uma 
técnica de tratamento de resíduos que faz uso do 
conhecimento das respostas ambientais e estru-
turais em função da destinação preconizada. Tais 
respostas são obtidas basicamente pelo estudo 
das propriedades mecânicas e químicas do resí-
duo e pela simulação e modelagem, visando à ex-
trapolação dos dados para longo prazo.
Podemos ser dividi-la de duas formas:
ƒƒ processos inorgânicos (que levam 
agentes ligantes inorgânicos, como ci-
mento e material pozolânico); 
ƒƒ processos orgânicos (que levam agen-
tes ligantes orgânicos, como polímeros 
termoplásticos e termofixantes). 
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Na E/S, os contaminantes ficam retidos em 
uma matriz sólida; portanto, ela é limitada, seja 
pela diminuição da área de superfície exposta ao 
meio ambiente, seja pelo isolamento dos conta-
minantes da influência do meio externo por par-
tículas presentes no resíduo (MALONE; JONES; 
LARSON, 1980). 
Essa técnica é utilizada como forma de pré-
-tratamento ou tratamento de resíduos sólidos 
perigosos que não podem ser eliminados, reduzi-
dos, reciclados ou utilizados no ambiente em que 
foram gerados na sua condição original (STEGE-
MANN; BUENFELD, 2003).
Imobilizar resíduos no processo E/S pode 
envolver mecanismos físicos, químicos ou a com-
binação destes. A estabilização física (solidifica-
ção ou encapsulação) muda a forma física, mas 
não necessariamente causa ligação química dos 
constituintes do resíduo. A estabilização química 
muda os estados químicos dos constituintes do 
resíduo, transformando-os em formas menos so-
lúveis em água (BRITO; SOARES, 2009).
5.5 Landfarming
Landfarming consiste na degradação bio-
lógica de resíduos em uma camada superior de 
solo, periodicamente revolvida para haver aera-
ção.
Esse processo foi desenvolvido há mais de 
20 anos, objetivando o tratamento de resíduos e 
derivados petroquímicos, mas atualmente vem 
sendo aplicado no tratamento de lodos de esgo-
tos domésticos e de resíduos perigosos de indús-
trias químicas.
Essa técnica está baseada na aplicação do 
resíduo misturado à camada reativa do solo, de 
forma controlada, de modo que a própria micro-
biota do solo atue como agente de degradação 
(MPHEKGO; CLOETE, 2004).
Segundo Mphekgo e Cloete (2004), a técni-
ca do landfarming pode apresentar
vantagens e 
desvantagens:
Vantagens Desvantagens
Pequeno capital para implantação e operação. Limitado em relação à remoção de compostos orgânicos recalcitrantes.
Tratar grande volume de resíduo sólido. Necessidade de grande área.
Pode ser aplicado ex-situ. Problemas de emissão de compostos orgânicos voláteis e contaminação do lençol freático.
Pequeno impacto ao meio ambiente. Presença de metais pesados pode inibir as atividades de biodegradação.
AtençãoAtenção
A escolha de uma técnica em detrimento da 
outra deve estar embasada em um estudo pré-
vio sobre as condições da área a ser trabalhada, 
para, assim, obterem-se melhores resultados.
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33
Neste capítulo, pudemos aprender sobre algumas tecnologias de tratamento. Estudamos a com-
postagem e seus benefícios, além de aprendermos sobre a montagem de uma composteira. Tratamos 
da biodigestão, da biorremediação, da solidificação e do landfarming como alternativas ao tratamento 
dos resíduos sólidos. Cada uma delas tem sua especificidade, sendo mais ou menos indicada para uma 
determinada situação. Cabe aqui um estudo preliminar para identificar possíveis problemas. 
5.6 Resumo do Capítulo
5.7 Atividades Propostas
1. O que é compostagem?
2. O que é biorremediação in-situ e ex-situ?
3. Cite duas desvantagens da técnica de landfarming.
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Você já parou para pensar para onde vai o 
lixo? Neste capítulo, veremos os seus possíveis 
destinos.
Como destino final dos resíduos sólidos, 
termos:
DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS6
Vazadouro a céu aberto (lixão): despejado 
em terra (Figuras 15 e 16). Uma forma inadequa-
da de disposição final de resíduos sólidos que se 
caracteriza pelo descarte do lixo diretamente so-
bre o solo, sem quaisquer medidas de proteção 
ao meio ambiente ou à saúde pública (IPT, 1995).
Figura 15 – Vazadouro a céu aberto.
Fonte: www.infoescola.com
Figura 16 – Esquema de um lixão.
Fonte: http://www.lixo.com.br
 
Ana Carolina Russo
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Vazadouro em áreas alagadas: despejado 
em corpos de água.
Centro de triagem: local onde há a separa-
ção dos materiais (triagem manual ou magnética) 
(Figura 17).
Figura 17 – Centro de triagem.
Fonte: www.ambiental.indaiatuba.sp.gov.br
Centro de compostagem: local onde a fra-
ção orgânica e biodegradável do lixo é reciclada. 
Pode estar associado a um centro de triagem (Fi-
gura 18).
Figura 18 – Centro de compostagem.
Fonte: www2.portoalegre.rs.gov.br
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Aterro controlado: uma solução intermediá-
ria entre o lixão e o aterro sanitário. Sua proposta 
é a de transformar lixões em aterro. Inicia-se com 
o isolamento da área de um lixão, cobrindo-a com 
uma lona ou qualquer outro material impermeá-
vel, evitando que a água da chuva lixivie o choru-
me para os lençóis freáticos; depois, cobre-se com 
terra e com grama para evitar que animais sejam 
atraídos, evitando a transmissão de doenças. São 
construídas chaminés, para permitir a liberação 
de gases. 
O chorume é captado por bombeamento 
e levado para cima da pilha de lixo, evitando-se 
uma possível contaminação dos lençóis freáticos, 
e suas laterais são revestidas com um plástico ou 
uma lona bem espessa. 
De modo geral, os aterros controlados não 
apresentam a impermeabilização do solo nem 
tratamento do chorume e dos gases produzidos. 
Quando mal executados, podem tornar-se um 
novo lixão.
Figura 19 – Aterro controlado.
Fonte: www.meioambienteonline.com
Estação de transbordo: são instalações 
onde se faz a transferência do lixo do veículo co-
letor para outro veículo com capacidade de carga 
maior. Este segundo veículo é o que faz o trans-
porte do lixo até o seu destino final.
A implementação dessa instalação pode 
trazer uma série de vantagens, tais como redução 
do tempo ocioso do serviço de coleta (o veículo 
que efetua a coleta e a mão de obra são utilizados 
exclusivamente na coleta) e maior flexibilidade na 
programação de coleta, uma vez que um veículo 
menor terá mais facilidade de manobra.
DicionárioDicionário
Transbordo: ato ou efeito de passar mercadorias, 
passageiros etc., de um meio de transporte para 
outra linha do mesmo; baldeação.
Fonte: Dicionário Houaiss.
Ana Carolina Russo
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38
Centro de incineração: nesse processo, 
ocorre a decomposição térmica por meio da oxi-
dação a alta temperatura da fração orgânica dos 
resíduos, gerando uma fase gasosa e outra sólida, 
provocando a redução do volume, do peso e das 
características de periculosidade dos resíduos (Fi-
gura 20).
Figura 20 – Incinerador.
Fonte: http://www.meioambienteonline.com
Entre os resíduos existentes, vejamos al-
guns que são passíveis de incineração:
ƒƒ resíduos sólidos, líquidos e gasosos;
ƒƒ solo contaminado;
ƒƒ resíduos orgânicos e inorgânicos.
Como vantagem, temos o fato de a incine-
ração promover a destruição total da fração orgâ-
nica, bem como o monitoramento do sistema e 
dos efluentes gerados (podendo-se controlar as 
variáveis existentes no processo) etc.
Aterro sanitário: disposição de resíduos só-
lidos no solo, sem causar impactos negativos ou 
riscos à saúde pública e à segurança, minimizando 
os impactos ambientais (IPT, 1995). São utilizados 
princípios de engenharia para manter confinados 
os resíduos sólidos, de modo a manter a menor 
área e o menor volume possíveis, cobrindo-os 
com uma camada de terra (IPT, 1995) (Figura 21).
Figura 21 – Aterro sanitário.
Fonte: www.meioambienteonline.com
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39
Neste capítulo, aprendemos diversos tipos disposição final para os resíduos sólidos. Vimos que eles 
podem ter diferentes destinos, como os lixões, onde os lixos são dispostos de forma inadequada sobre 
o solo, causando danos ao meio ambiente; os centros de compostagem, onde são feitas as reciclagens 
da fração orgânica ou biodegradável do lixo; e os aterros controlados, que, diferentemente dos lixões, já 
passam a ter um cuidado maior na hora de dispor os resíduos. Temos, ainda, as estações de transbordo, 
em que caminhões de menor porte levam os resíduos para que outro maior os encaminhe para o aterro; 
os centros de incineração; o aterro sanitário; além de outros.
AtençãoAtenção
Aterro sanitário X aterro controlado
No aterro sanitário, o lixo é depositado em local impermeabilizado por uma base de argila e lona plástica, o que 
impede o vazamento de chorume para o subsolo. Diariamente, o lixo é aterrado com equipamentos específicos 
para esse fim. Existem, também, tubulações que captam o metano, gás liberado pela decomposição de matéria 
orgânica e que pode ser usado para geração de energia e venda de créditos de carbono.
Aterro controlado é uma condição intermediária entre lixão e aterro sanitário. Nele, há cobertura diária do lixo 
com terra, evitando mau cheiro e proliferação de insetos e animais, mas a capacidade de impedir a contaminação 
do solo e de águas subterrâneas não é garantida.
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Outros tipos de aterro:
Aterro de resíduos classe I – para resíduos perigo-
sos.
Valas sépticas – comporta no máximo 1 tonelada/
dia de resíduos sólidos de serviço de saúde conta-
minados ou perfurocortantes.
Aterro em valas – indicado para resíduos domésti-
cos em municípios que geram uma quantidade de 
resíduo inferior a 10 toneladas/dia.
Aterro de inertes classe II b – resíduos da constru-
ção civil.
6.1 Resumo do Capítulo
Ana Carolina Russo
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40
1.
O que é vazadouro a céu aberto? Cite um de seus impactos negativos ao meio ambiente.
2. Comente sobre o processo de incineração.
3. Qual a diferença entre aterro controlado e aterro sanitário?
6.2 Atividades Propostas
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41
Como vimos no capítulo anterior, os aterros 
sanitários são locais apropriados para a disposi-
ção de resíduos sólidos no solo, uma vez que são 
construídos de modo a garantir que estes não 
causem danos ou riscos à saúde pública e à se-
gurança, minimizando os impactos negativos ao 
meio ambiente (IPT, 1995).
Esse tipo de construção envolve princípios 
de engenharia, para que consiga armazenar es-
ses resíduos na menor área e no menor volume 
possíveis, cobrindo-os com uma camada de (IPT, 
1995). Em geral, os aterros sanitários apresentam 
os seguintes setores:
ƒƒ preparação;
ƒƒ execução;
ƒƒ concluído.
No setor de preparação das áreas, são reali-
zados os procedimentos de impermeabilização e 
nivelamento do terreno e de drenagem, visando 
à captação do chorume para, então, encaminhá-
-lo ao tratamento e às vias para circulação de pes-
soas e veículos.
ATERROS SANITÁRIOS: 
DIMENSIONAMENTO DE TALUDES, 
CÉLULAS, IMPERMEABILIZAÇÃO, 
SISTEMAS DE DRENAGEM, COLETA DO 
CHORUME E DE GASES
7
7.1 Aterros Sanitários
AtençãoAtenção
As áreas no entorno do aterro devem ser cer-
cadas, para evitar ou diminuir a proliferação de 
odores e a poluição visual.
No setor de execução, os resíduos sólidos 
são segregados em função de suas características 
intrínsecas para, então, serem depositados (espa-
lhados em uma proporção de 1 na vertical para 
3 na horizontal [1:3]) e compactados, na frente 
de serviço. No entanto, antes de serem dispos-
tos no aterro, os resíduos são pesados, a fim de 
se estimar, com base na quantidade de suporte 
do aterro, quanto lixo poderá ser ali armazenado 
(Figura 22).
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42
Figura 22 – Deposição dos resíduos. 
Fonte: Carmo Junior, s.d.
Saiba maisSaiba maisSaiba maisSaiba mais
Os resíduos que produzem material percolado, 
também denominado “chorume”, são geralmente 
revestidos por uma camada selante.
Ao final do dia, o monte de lixo deverá rece-
ber uma cobertura de terra, de preferência argila 
(15 a 20 cm de espessura). Assim, evita-se a pre-
sença de vetores como ratos, baratas e aves e que 
o lixo se espalhe.
Uma vez atingida a capacidade do aterro, 
encerra-se o despejo de resíduo no local, proce-
de-se à cobertura final, com 60 cm de espessura 
(sobre as superfícies que ficarão expostas per-
manentemente), e promove-se a revegetação da 
área para, então, o despejo passar a ser realizado 
em outro local (Figura 23). 
Figura 23 – Finalização do aterro. 
Fonte: Carmo Junior, s.d.
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43
Não podemos nos esquecer de que, por 
conta da matéria orgânica em decomposição, há 
a produção de gás metano no local. Esses gases 
devem ser queimados para que minimizem o im-
pacto ambiental, e o chorume gerado deverá ser 
coletado para que receba o devido tratamento, a 
fim de poder ser descartado. Além disso, também 
devem ser feitas obras de drenagem pluviométri-
ca, por exemplo (Figura 24).
Figura 24 – Coletor de chorume e saída de gases. 
Fonte: Carmo Junior, s.d.
Os setores concluídos têm o objetivo de 
monitorar continuamente os outros setores, ga-
rantindo que tudo esteja funcionando adequada-
mente. As técnicas utilizadas podem ser: 
ƒƒ piezometria (medição de pressão ou 
compressibilidade);
ƒƒ poços de monitoramento (obtenção de 
amostras de água subterrânea a fim de 
verificar, por meio das análises quími-
cas e físico-químicas, a qualidade hidro-
geológica e os seus índices de contami-
nação);
ƒƒ inclinômetro (instrumento utilizado 
para medir ângulos de inclinação e ele-
vação); entre outras.
A Figura 25, a seguir, ilustra o esquema de 
um aterro sanitário.
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44
Figura 25 – Esquema de um aterro sanitário.
Figura 25 – Esquema de um aterro sanitário. 
 
 
Fonte: http://www.recicloteca.org.br/images/inicio01.jpg 
 
 
A Figura 26 ilustra a aplicação da manta de PEAD para garantir a impermeabilização do solo, 
evitando a percolação de contaminantes. O PEAD é um material de ótima resistência mecânica e alta 
resistência aos agentes químicos proporcionados. 
 
'UHQR�GH�FKRUXPH 7UDWDPHQWR�GRFKRUXPH
'UHQR�YHUWLFDO�GHELRJiV�H�FKRUXPH$SURYHLWDPHQWRHQHUJpWLFR�GR�ELRJiV &DQDOL]DomRGH�JDVHV
5HVtGXR6ROR�GH�SURWHomR
&DPDGD�GH���PHWURV�GH�DUJLOD�LPSHUPHiYHO0DQWD�GH�3($'�SDUD�LPSHUPHDELOL]DomR
Fonte: http://www.recicloteca.org.br/images/inicio01.jpg
Canalização
de gases
A Figura 26 ilustra a aplicação da manta de 
PEAD para garantir a impermeabilização do solo, 
evitando a percolação de contaminantes. O PEAD 
é um material de ótima resistência mecânica e 
alta resistência aos agentes químicos proporcio-
nados. 
Figura 26 – Revestimento do aterro com lona para impermeabilização.
Figura 26 – Revestimento do aterro com lona para impermeabilização. 
 
 
Fonte: http://www.pgambiental.com.br/imgs/aterro/aterro_pal03.jpg (modificada). 
 
Agora que já sabemos o que é um aterro sanitário e quais são as características necessárias 
para assim o definir, será que podemos construí-lo em qualquer lugar? 
A resposta é não. É necessário que haja uma equipe multidisciplinar envolvida para que 
possam ser avaliados parâmetros físicos, biológicos, sociais, econômicos e até mesmo imobiliários 
(uma vez que pode haver desvalorização dos imóveis no entorno do aterro em função do possível 
mau cheiro). 
De acordo com Cunha e Consoni (1995), há cinco etapas que devem ser seguidas para 
direcionar a seleção de locais de disposição: 
 ƒ diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos na região de estudo e prognóstico 
da situação futura; ƒ estudo geológico-geotécnico e ambiental para seleção de áreas; ƒ Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental 
(Rima); ƒ projeto de viabilidade técnica e econômica do aterro; ƒ estudo e definição de órgão gestor do empreendimento. 
 
Para ajudar na decisão sobre a escolha do local para dispor os resíduos, podemos no basear no 
fluxograma (Figura 27) apresentado pelo IPT (2005). 
 
Fonte: http://www.pgambiental.com.br/imgs/aterro/aterro_pal03.jpg (modificada).
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Figura 25 – Esquema de um aterro sanitário.
Figura 25 – Esquema de um aterro sanitário. 
 
 
Fonte: http://www.recicloteca.org.br/images/inicio01.jpg 
 
 
A Figura 26 ilustra a aplicação da manta de PEAD para garantir a impermeabilização do solo, 
evitando a percolação de contaminantes. O PEAD é um material de ótima resistência mecânica e alta 
resistência aos agentes químicos proporcionados. 
 
'UHQR�GH�FKRUXPH 7UDWDPHQWR�GRFKRUXPH
'UHQR�YHUWLFDO�GHELRJiV�H�FKRUXPH$SURYHLWDPHQWRHQHUJpWLFR�GR�ELRJiV &DQDOL]DomRGH�JDVHV
5HVtGXR6ROR�GH�SURWHomR
&DPDGD�GH���PHWURV�GH�DUJLOD�LPSHUPHiYHO0DQWD�GH�3($'�SDUD�LPSHUPHDELOL]DomR
Fonte: http://www.recicloteca.org.br/images/inicio01.jpg
Canalização
de gases
Agora que já sabemos o que é um aterro 
sanitário e quais são as características necessárias 
para assim o definir, será que podemos construí-
-lo em qualquer lugar?
A resposta é não. É necessário que haja uma 
equipe multidisciplinar envolvida para que pos-
sam ser avaliados parâmetros físicos, biológicos, 
sociais, econômicos e até mesmo imobiliários 
(uma vez que pode haver desvalorização dos 
imóveis no entorno do aterro em função do pos-
sível mau cheiro).
De acordo com Cunha e Consoni (1995), há
cinco etapas que devem ser seguidas para dire-
cionar a seleção de locais de disposição:
ƒƒ diagnóstico da situação atual dos re-
síduos sólidos na região de estudo e 
prognóstico da situação futura;
ƒƒ estudo geológico-geotécnico e am-
biental para seleção de áreas;
ƒƒ Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e 
respectivo Relatório de Impacto Am-
biental (Rima);
ƒƒ projeto de viabilidade técnica e econô-
mica do aterro; 
ƒƒ estudo e definição de órgão gestor do 
empreendimento.
Para ajudar na decisão sobre a escolha do 
local para dispor os resíduos, podemos no basear 
no fluxograma (Figura 27) apresentado pelo IPT 
(2005). 
Figura 27 – Fluxograma para decisões sobre a disposição de resíduos.
Fonte: IPT (2005).
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Podemos verificar, em destaque na Figura 
27, que há quatro diferentes alternativas como 
saída do fluxograma, variando de acordo com o 
caso encontrado. 
7.2 Dimensionamento de Taludes
Você saberia responder o que é um talude? 
É simples! Talude é uma dada superfície exposta 
que faz um dado ângulo α com a horizontal. Um 
exemplo de talude são as superfícies de um ater-
ro sanitário (Figura 28).
Figura 28 – Ilustração de um talude.
Para calcularmos a estabilidade dos taludes, 
devemos determinar o ângulo de inclinação sob 
o qual, nas condições peculiares do talude, e, le-
vando em consideração a influência de pressões 
neutras provenientes da percolação da água no 
solo, adensamento ou deformações de cisalha-
mento, o talude mantém-se em equilíbrio plás-
tico. Ele será considerado estável se o ângulo “α” 
de inclinação for inferior ao talude de equilíbrio 
calculado, e instável, no caso contrário.
Para nosso estudo, admitir-se-á que os tra-
ços das superfícies de ruptura possam ser sempre 
substituídos por círculos (VARGAS, 1977).
Observe, na Figura 29, a quantidade de for-
ças existentes na superfície de um talude. 
Figura 29 – Equilíbrio de forças em um talude. 
Fonte: Vargas (1977).
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O objetivo de analisar a estabilidade de um 
talude é identificar um potencial escorregamento 
de massa de solo. Diante de tantas forças atuan-
tes, que não cabe aqui, nesta disciplina, serem es-
tudadas em pormenores, quando comparamos a 
força de coesão disponível com a necessária, ob-
temos o coeficiente de segurança do talude.
Figura 29 – Equilíbrio de forças em um talude. 
 
 
Fonte: Vargas (1977). 
 
O objetivo de analisar a estabilidade de um talude é identificar um potencial escorregamento 
de massa de solo. Diante de tantas forças atuantes, que não cabe aqui, nesta disciplina, serem 
estudadas em pormenores, quando comparamos a força de coesão disponível com a necessária, 
obtemos o coeficiente de segurança do talude. 
 	� ൌ 	ୡ…��തതതത ൌ ͳ (1) 
 
Se: 
FS > 1,0 Obra estável
FS = 1,0 Ocorre a ruptura por escorregamento
FS < 1,0 Não tem significado físico 
 
7.3 Células do aterro 
 
As dimensões das células do aterro vão depender da quantidade de lixo ali aterrado. Em geral, 
são construídas células de altura variando em torno de 2 a 6 metros, porém, não há uma medida fixa 
ou padrão, devendo-se realizar a sequência de cálculos proposta a seguir para cada situação. 
 
As dimensões das células do aterro vão de-
pender da quantidade de lixo ali aterrado. Em ge-
ral, são construídas células de altura variando em 
torno de 2 a 6 metros, porém, não há uma medida 
fixa ou padrão, devendo-se realizar a sequência 
de cálculos proposta a seguir para cada situação.
AtençãoAtenção
O cálculo da célula também é importante, pois 
confere proporcionalidade ao aterro.
Em algumas obras, são adotadas células 
muito altas, dificultando a subida do trator pela 
rampa formada e prejudicando a compactação 
dos resíduos. Em outras, pode ocorrer que, por 
não haver lixo em quantidade suficiente para 
configurar uma célula, a altura não fique muito 
grande. A Figura 30 ilustra o que seria uma célula 
padrão.
7.3 Células do Aterro
Figura 30 – Tamanho padrão da célula.
É simples calcular o volume “v” da célula de 
resíduo a ser compactada; basta multiplicarmos a 
área da base pela altura.
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Agora que já sabemos o volume de lixo a ser 
disposto na célula, a próxima etapa é calcularmos 
a área a ser coberta por terra.
ATENÇÃO 7 
O cálculo da célula também é importante, pois confere proporcionalidade ao aterro. 
 
Em algumas obras, são adotadas células muito altas, dificultando a subida do trator pela 
rampa formada e prejudicando a compactação dos resíduos. Em outras, pode ocorrer que, por não 
haver lixo em quantidade suficiente para configurar uma célula, a altura não fique muito grande. A 
Figura 30 ilustra o que seria uma célula padrão. 
 
Figura 30 – Tamanho padrão da célula. 
 
 
 
É simples calcular o volume “v” da célula de resíduo a ser compactada; basta multiplicarmos a 
área da base pela altura. 
 � ൌ „ ൈ Ž ൈ Š (2) 
 
Onde: 
V = volume (m3) 
b = frente de operação (m) 
l = profundidade da célula (m) 
h = altura da célula (m) 
 
Agora que já sabemos o volume de lixo a ser disposto na célula, a próxima etapa é calcularmos 
a área a ser coberta por terra. 
 � ൌ „ଶ ൅ ʹ ൈ „ ൈ Š ൈ ’ (3) 
 
 
ATENÇÃO 7 
O cálculo da célula também é importante, pois confere proporcionalidade ao aterro. 
 
Em algumas obras, são adotadas células muito altas, dificultando a subida do trator pela 
rampa formada e prejudicando a compactação dos resíduos. Em outras, pode ocorrer que, por não 
haver lixo em quantidade suficiente para configurar uma célula, a altura não fique muito grande. A 
Figura 30 ilustra o que seria uma célula padrão. 
 
Figura 30 – Tamanho padrão da célula. 
 
 
 
É simples calcular o volume “v” da célula de resíduo a ser compactada; basta multiplicarmos a 
área da base pela altura. 
 � ൌ „ ൈ Ž ൈ Š (2) 
 
Onde: 
V = volume (m3) 
b = frente de operação (m) 
l = profundidade da célula (m) 
h = altura da célula (m) 
 
Agora que já sabemos o volume de lixo a ser disposto na célula, a próxima etapa é calcularmos 
a área a ser coberta por terra. 
 � ൌ „ଶ ൅ ʹ ൈ „ ൈ Š ൈ ’ (3) 
 
 
Caso não seja conhecido o valor da altura 
ou de um dos lados da célula, se soubermos o vo-
lume, podemos obter os outros valores aplicando 
as seguintes equações:
Onde: 
A = área (m2) 
b = frente de operação (m) 
h = altura da célula (m) 
A = Área a ser coberta com terra (m2) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
Caso não seja conhecido o valor da altura ou de um dos lados da célula, se soubermos o 
volume, podemos obter os outros valores aplicando as seguintes equações: 
 Š ൌ ඨ �’ଶయ (4) 
 
Onde: 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 Ž ൌ „ ൌ ඨ�Š ൌ ඥ’ ൈ �య (5)
 
Onde: 
b = frente de operação (m) 
l = profundidade da célula (m) 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
SAIBA MAIS 8 
As células do aterro são impermeabilizadas e cobertas com uma camada de terra 
(0,60 a 1,0 m). Em geral, apresentam as seguintes dimensões: 
Altura (h): de 2,5 a 6,0 m 
Frente de serviço (b): de 4,0 a 6,0 m 
 
Onde: 
A = área (m2) 
b = frente de operação (m) 
h = altura da célula (m) 
A = Área a ser coberta com terra (m2) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
Caso não seja conhecido o valor da altura ou de um dos lados da célula, se soubermos o 
volume, podemos obter os outros valores aplicando as seguintes equações: 
 Š ൌ ඨ �’ଶయ (4) 
 
Onde: 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 Ž ൌ „ ൌ ඨ�Š ൌ ඥ’ ൈ �య (5)
Onde: 
b = frente de operação (m) 
l = profundidade da célula (m) 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
SAIBA MAIS 8 
As células do aterro são impermeabilizadas e cobertas com uma camada de terra 
(0,60 a 1,0 m). Em geral, apresentam as seguintes dimensões: 
Altura (h): de 2,5 a 6,0 m 
Frente de serviço (b): de 4,0 a 6,0 m 
 
Onde: 
A = área (m2) 
b = frente de operação (m) 
h = altura da célula (m) 
A = Área a ser coberta com terra (m2) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
Caso não seja conhecido o valor da altura ou de um dos lados da célula, se soubermos o 
volume, podemos obter os outros valores aplicando as seguintes equações: 
 Š ൌ ඨ �’ଶయ (4) 
 
Onde: 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 Ž ൌ „ ൌ ඨ�Š ൌ ඥ’ ൈ �య (5)
 
Onde: 
b = frente de operação (m) 
l = profundidade da célula (m) 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
SAIBA MAIS 8 
As células do aterro são impermeabilizadas e cobertas com uma camada de terra 
(0,60 a 1,0 m). Em geral, apresentam as seguintes dimensões: 
Altura (h): de 2,5 a 6,0 m 
Frente de serviço (b): de 4,0 a 6,0 m 
 
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Onde: 
A = área (m2) 
b = frente de operação (m) 
h = altura da célula (m) 
A = Área a ser coberta com terra (m2) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
Caso não seja conhecido o valor da altura ou de um dos lados da célula, se soubermos o 
volume, podemos obter os outros valores aplicando as seguintes equações: 
 Š ൌ ඨ �’ଶయ (4) 
 
Onde: 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 Ž ൌ „ ൌ ඨ�Š ൌ ඥ’ ൈ �య (5)
 
Onde: 
b = frente de operação (m) 
l = profundidade da célula (m) 
h = altura da célula (m) 
V = volume (m3) 
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) 
 
SAIBA MAIS 8 
As células do aterro são impermeabilizadas e cobertas com uma camada de terra 
(0,60 a 1,0 m). Em geral, apresentam as seguintes dimensões: 
Altura (h): de 2,5 a 6,0 m 
Frente de serviço (b): de 4,0 a 6,0 m 
 
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
As células do aterro são impermeabilizadas e co-
bertas com uma camada de terra
(0,60 a 1,0 m). Em geral, apresentam as seguintes 
dimensões:
Altura (h): de 2,5 a 6,0 m
Frente de serviço (b): de 4,0 a 6,0 m
7.4 Impermeabilização
O processo de decomposição dos resíduos 
sólidos orgânicos produz um líquido malcheiroso 
de coloração negra e com demanda bioquímica 
de oxigênio (DBO) em torno de 10.000 a 20.000 
mg/l, denominado chorume, percolado ou su-
meiro. 
A água da chuva, ao cair sobre o aterro, per-
cola através do solo levando consigo o chorume, 
podendo causar problemas à operação do aterro, 
contaminar o solo e os recursos hídricos da região.
A fim de evitar uma possível contaminação 
ambiental, é feita a impermeabilização da parte 
inferior do aterro, que pode ser feita por meio de 
diversas camadas de solo impermeável (argila) ou 
de aplicação de geomembranas sintéticas (man-
tas impermeabilizantes de PVC ou PEAD), bem 
como por meio de argilas expansivas.
Devido à grande importância de se drenar o 
chorume, o gás e as águas pluviais, o aterro sani-
tário deverá estar munido de sistemas de drena-
gem eficientes.
DicionárioDicionário
Geotêxteis são materiais têxteis utilizados em con-
tato com o solo ou com outros materiais em aplica-
ções de engenharia civil e geotécnica. Geralmente 
são do tipo tecido ou não tecido, embora também 
existam geotêxteis tricotados e reforçados.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Geot%C3%AAxtil.
A aplicação de geotêxtil como elemento de 
filtro entre o solo e o meio drenante permite o li-
vre escoamento do fluido em movimento e retém 
as partículas de solo. Devido à alta permeabilida-
de e capacidade de condução dos fluidos, os geo-
têxteis não tecidos têm aplicação indispensável 
nos projetos de aterros sanitários.
Outra forma de conseguir a impermeabili-
zação do solo se dá por meio da adição de um 
material que ocupe todos os espaços vazios en-
tre os grãos no solo, como, por exemplo, a “ben-
tonita”.
Ana Carolina Russo
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50
Segundo Obaden et al. (2009), o método 
de Penman normalmente é utilizado para o cál-
culo da vazão dos líquidos percolados (chorume) 
de um aterro sanitário, de acordo com a seguinte 
equação:
7.5 Sistemas de Drenagem, Coleta do Chorume e de Gasesܳ ൌ ܲܧܴ ൈ ܣܶ (6)
 
Onde: 
Q = vazão (l.s-1) 
PER = percolado (mm.ano-1) 
A = área do aterro (m2) 
T = tempo de um ano = 31.536.000 seg 
 
Outra maneira de calcular o valor do percolado é utilizando o chamado “método suíço”: 
 � ൌ ͳ– ൈ � ൈ � ൈ � (7)
 
Onde: 
Q = vazão (l.s-1) 
K = 0,35 (geralmente adotado para aterro com compactação entre 0,4 e 0,7 t/m) 
A = área do aterro (m) 
P = precipitação anual (mm/ano) 
t = 31.536.000 (seg/ano) 
 
Um sistema de drenagem eficiente evitará a desestabilização do aterro e o risco de colapso 
futuro. Para tanto, podem ser utilizados tubos de concreto perfurados, valas com pedra amarroada 
e/ou brita com termoplásticos como o PVC e o PEAD perfurados, rígidos ou flexíveis (OBADEN ET et 
al., 2009). 
É importante que o sistema de drenos esteja protegido por geotêxtil para evitar a colmatação 
e, consequentemente, perda de eficiência. 
De acordo com Obaden et al. (2009), para garantir maior eficiência na drenagem dos gases e 
dos líquidos do aterro, os drenos horizontais, contendo o percolado, e os verticais, com os gases, 
devem estar interligados. 
Além do chorume, a decomposição do lixo nos aterros sanitários produz gases que são 
liberados no meio ambiente, tais como o gás carbônico (CO2) e o metano (CH4), que é inflamável. 
Há casos em que os gases podem se infiltrar no subsolo, atingindo redes de esgoto, fossas etc., 
podendo causar um acidente, uma vez que o metano pode formar uma mistura explosiva com o ar. 
No aterro, o controle da geração desses gases é feito por meio de um sistema de drenagem 
constituído por drenos verticais colocados em diferentes pontos do aterro. 
Os drenos são tubos de concreto perfurados revestidos de brita que atravessam no sentido 
vertical todo o aterro, desde o solo até a camada superior, como se fossem chaminés, instalados a 
ܳ ൌ ܲܧܴ ൈ ܣܶ (6)
 
Onde: 
Q = vazão (l.s-1) 
PER = percolado (mm.ano-1) 
A = área do aterro (m2) 
T = tempo de um ano = 31.536.000 seg 
 
Outra maneira de calcular o valor do percolado é utilizando o chamado “método suíço”: 
 � ൌ ͳ– ൈ � ൈ � ൈ � (7)
 
Onde: 
Q = vazão (l.s-1) 
K = 0,35 (geralmente adotado para aterro com compactação entre 0,4 e 0,7 t/m) 
A = área do aterro (m) 
P = precipitação anual (mm/ano) 
t = 31.536.000 (seg/ano) 
 
Um sistema de drenagem eficiente evitará a desestabilização do aterro e o risco de colapso 
futuro. Para tanto, podem ser utilizados tubos de concreto perfurados, valas com pedra amarroada 
e/ou brita com termoplásticos como o PVC e o PEAD perfurados, rígidos ou flexíveis (OBADEN ET et 
al., 2009). 
É importante que o sistema de drenos esteja protegido por geotêxtil para evitar a colmatação 
e, consequentemente, perda de eficiência. 
De acordo com Obaden et al. (2009), para garantir maior eficiência na drenagem dos gases e 
dos líquidos do aterro, os drenos horizontais, contendo o percolado, e os verticais, com os gases, 
devem estar interligados. 
Além do chorume, a decomposição do lixo nos aterros sanitários produz gases que são 
liberados no meio ambiente, tais como o gás carbônico (CO2) e o metano (CH4), que é inflamável. 
Há casos em que os gases podem se infiltrar no subsolo, atingindo redes de esgoto, fossas etc., 
podendo causar

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