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resenha do livro psicologia (uma nova introdução)

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FIGUEIREDO, Luís C.M. SANTI, Pedro. L. R. Psicologia uma (nova) introdução: Uma visão histórica da psicologia como ciência. São Paulo: Educ. 2007. 97p.
Luís Cláudio Mendonça Figueiredo fez a graduação em psicologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade católica de Chile e PUC-SP; obteve os títulos de mestre, Doutor e Livre-Docente em Psicologia pela Universidade de São Paulo; lecionou na Universidade Federal da Paraíba, UFRJ e na PUC-RJ. Pedro Luiz Ribeiro de Santi formou-se em psicologia pela PUC-SP; fez curso de especialização em fundamentos filosóficos da psicologia e da psicanalise pela Unicamp e obteve o título Mestre em filosofia pela USP, é professor, tem trabalhos publicados na área da história da psicologia e psicanalise.
O livro psicologia uma (nova) introdução de Luíz Cláudio M. Figueiredo e Pedro Luis R. de Santi, apresenta de forma resumida uma visão ampla e crítica da psicologia como ciência independente e envolve a suspeita de que a liberdade e singularidade dos indivíduos são ilusórias, que surge com o declínio das crenças liberais românticas, abrindo espaço para os projetos de previsão e controle científico do comportamento individual e ao mesmo tempo eles expõem as principais escolas psicológicas, seus criadores, suas ideias, mostra também sobre a psicologia como profissão e como cultura.
No primeiro capitulo refere-se a uma visão panorâmica da psicologia contemporânea, onde a mesma conquistou seu espaço em meados do século XIX e iniciou-se a elaboração dos primeiros projetos de psicologia como ciência independente, a partir desse fato, passou a existir a figura do psicólogo e assim foram criadas as instituições voltadas para a introdução e transmissão do conhecimento psicológico.
Com o crescimento moderno e sua crise, percebeu-se o estudo do comportamento do homem, onde surgiu o domínio da psicologia cientifica, também na Idade Moderna começaram a construção das ciências como economia política, história, antropologia, sociologia e linguística. Nesse contexto, as especulações como filosofia, física, biologia e ciências sociais são temas da psicologia que se apresentam separadamente com a intenção de aprimorar a psicologia como uma área independente. 
Um importante filosofo chamado August Comte em seus estudos acreditava que o principal objeto de estudo é a “psique” entendida como “mente”, onde não se enquadra nas dentro dos padrões do Positivismo, para o mesmo a psicologia depende parcialmente das ciências como biologia e sociologia, que até hoje mantém essa relação, sendo uma ciência com multiplicidade de ângulos e abordagens. Nosso modo de entender a experiência como indivíduo não é natural, mas sim, parte de um movimento com amplas transformações pelas quais o homem tem passado em sua história, principalmente na modernidade.
No segundo capítulo mostra a experiência da subjetividade de acordo com Figueiredo e Santi é a experiência pessoal, onde existe a percepção de que somos livres, diferentes, capazes de experimentar sentimentos, terem desejos e pensar independentemente dos demais membros da sociedade. Associada a estas percepções, pode-se perceber que não somos tão livres e diferentes quanto pensávamos e que tudo não passa de uma ilusão.
Os autores trazem a luz da reflexão, que essa experiência de sermos indivíduos capazes de decisões, sentimentos e emoções privados, só ocorre em situações de crise social, quando algo, como uma tradição, crença e costumes são contestados, percebe-se novas formas de vida. No entanto, o homem se ver responsável por suas decisões e escolhas, nas quais não consegue a aprovação da sociedade, sendo assim, transformando-o mais solitários, rodeados por suas ideias, por que suas opiniões, anseios e sentimentos não condizem com a maioria, porém a sua concepção de certo e errado em uma sociedade em crise, nem sempre é compatível.
Através das perdas de opiniões coletivas surge um espaço para a subjetividade e desenvolve no mesmo, vários questionamentos como: quem sou eu, como me sinto, o que desejo, o que tem relevância, o que é certo ou errado. Ao tomar suas próprias decisões é confrontado e assume sua identidade e individualidade em que muitas das vezes é oposta do que a sociedade espera. O fato da liberdade individual ocasionou em uma carga de responsabilidade, e para tal, foi necessário, a elaboração técnica de controle social, chamado Regime disciplinar para formar o indivíduo para uma ordem social.
As transformações humanas são necessárias para a progressão do desenvolvimento do homem. De tal fato, podemos afirmar que esse processo de subjetividade individualizada foi reconhecido na passagem do Renascimento para a Idade Moderna no final do século XIX. A presença dessa passagem, a falência do mundo medieval e a abertura do Ocidente, fez com que o homem vivesse em processo de revolução contínua de avanços e saltos, gerando transformações na vida íntima e psíquica do mesmo, até então nessa época, o homem era visto como o dono do mundo e a ciência em função dele. A subjetividade construída nos primórdios da modernidade, tinha seus eixos constitutivos na noção da interioridade e reflexão sobre si mesma.
O Renascimento foi um período de diversos acontecimentos para a vida do homem, foi soma de elementos sociais, culturais e econômicos que impôs o mesmo um novo modelo de viver, onde ocorreu uma valorização quantitativa que o tornou o “centro do mundo”. Nesse contexto não se trata de opor o homem a Deus e medir forças, Deus continuou soberano diante do ser humano, tratava-se de valorizar as pessoas e encontrar nelas, as qualidades e virtudes negadas pelo pensamento católico e medieval, assim o mundo deixou de ser menos sagrado e passou a ser movido por forças mecânicas, a partir desse momento o homem é livre para tomar suas próprias decisões e com isso, surge o humanismo, depois todos os fatos, surge uma escola filosófica grega chamada Ceticismo, essa escola se baseava na dúvida da capacidade e da razão humana de conhecer a realidade exterior do homem. A descrença cética ocasionou duas visões: a racionalista e a empirista, onde constituem novos paradigmas da filosofia moderna para conhecer a realidade no âmbito das experiências subjetivas.
A completa diversidade de personalidade, de estilo expressivo e, especialmente, de ideais e vínculos socioculturais de Kant e Herder também contribuíram para a percepção do estudo do homem, incluindo dois movimentos chaves da modernidade – Iluminismo e Renascimento. De fato, a psicologia cientifica e o pensamento psicológico indicam a subjetividade privatizada no reconhecimento da liberdade e da diversidade de sentimentos e desejos, porém indicam também seu declínio quando há percepção da ilusão de liberdade no colapso da Ideologia liberal Iluminista e do Romantismo.
Outro ponto convém assinalar a existência de um sistema social econômico, os produtos produzidos inicialmente eram para trocas em comunidade, no entanto, o mercado cria inevitavelmente a ideia de que o lucro de um pode ser o prejuízo do outro e cada um quer defender seus próprios interesses. Em consequência, o trabalhador livre perde o apoio social, da comunidade. O fato da liberdade individual implicou em uma carga de responsabilidades e inconvenientes, e para tal foi necessário, a elaboração e técnica de controle social, chamado de Regime disciplinar, para formatar o indivíduo para uma ordem social. De certa forma a ordem se maximiza, e se minimiza a experiência da subjetividade do indivíduo.
No terceiro capitulo fala para que possamos entender como teve início o surgimento da psicologia “científica”, é preciso entender mais de perto o que os filósofos e cientistas buscavam, pois foram através dos mesmos que se iniciou esse novo domínio de conhecimento, é claro que as condições socioculturais tiveram grandes influências, pois ela foi à base para que fossem criados os primeiros projetos de psicologia como ciência independente, onde as ciências naturais são bem recentes, pois só começou a se desenvolver a alguns séculosatrás. Por outro lado, os cientistas se acham no direito de dominar essa ciência para que possam compreender e desvendar seus mistérios, por esse mesmo motivo é que a ciência moderna tem se baseado, e acha que o homem deve manipular a natureza para uso próprio.
Em outro contexto a ciência requer dos cientistas mais humildade para que os mesmos possam adquirir um conhecimento mais verdadeiro, como disse o filosofo francês F. Bacon “a natureza não se vence se não quando lhe obedece”. A metodologia cientifica representa o esforço disciplinar e o espírito para obedecer à natureza, ou seja, para vencê-la é preciso antes servi-la. Os cientistas se esforçaram para estabelecer essa disciplina, onde a mesma os levou a reconhecer os fatores subjetivos, é difícil não confundir que é a própria liberdade dos sujeitos e suas diferenças que impõe um esforço para ser objetivo. Desse modo o trabalho dos cientistas contribuiu para o reconhecimento de sua subjetividade. Mas como se não fosse necessário, para a ciência desenvolver-se ela teria que ser capaz de dominar essa subjetividade e é com esse fato que o homem deixa de ser apenas pesquisador, para se tornar objeto da ciência.
Mas na frente muitos psicólogos renegam esse objetivo de dominar os disfarces da subjetividade, onde os mesmos afirmam que o que realmente interessa é conhecer e aprofundar-se no “eu” para fazê-los mais livres.
No quarto capitulo podemos dizer que a posição do pesquisador desta área é muito contraditória. O homem é portador de um anseio de conhecimento, uma busca pelo saber, considerado dono do poder e do direito de utilizar a natureza a seu favor.  Porém para que pudessem transformar suas pesquisas em pesquisas científicas teriam que ser capazes de "objetivar" seus resultados.
Os próprios pesquisadores foram obrigados a reconhecer que existem fatores subjetivos que permanecem em ação durante o processo de pesquisa. A solução então seria colocar essa subjetividade e as diferenças de lado, controlá-las, e assim o homem passa a ser visto não apenas como pesquisador, mas simultaneamente um objeto de estudo. Wundt foi o pioneiro nas pesquisas experimentais e o seu objeto de pesquisa era a experiência imediata, o mesmo sem perceber acaba criando duas psicologias, uma psicologia que podemos chamar de fisiológica experimental e a outra de psicologia social, para ele, era complexo compreender a experiência imediata através do domínio das ciências naturais e das sociais no ponto de vista de homem como "unidade psicofísica “e criou um método que denominou de "método da introspecção".
Titchener, aluno de Wundt, foi responsável pela propagação das obras de seu mestre nos EUA, porém ele modificou alguns aspectos da visão wundtiana, e tenta colocar a psicologia apenas no campo das ciências naturais, com isso passa a estudar o homem através do seu sistema nervoso, surge então o que conhecemos hoje como Estruturalismo. Titchener acreditava no paralelismo psicofísico. Surge nos EUA uma Psicologia Funcionalista, onde o objeto de estudo dessa ciência seriam os processos e operações mentais, pois os funcionalistas acreditavam que era possível estudar indiretamente observando esses comportamentos adaptativos. Nesse contexto também surge uma corrente filosófica conhecida como comportamentalismo implementado por Watson, este novo projeto opunha-se totalmente a visão de Tichener e parcialmente à ideia do funcionalismo e o objeto de estudo passa a ser o comportamento e as interações com o ambiente, para o comportamentalismo as experiências imediatas não tinham importância, neste projeto a subjetividade individual era descartada e o homem era visto apenas como um organismo. Ou seja, o comportamentalismo não se interessava na "vivência" do sujeito, nos seus pensamentos, sentimentos e desejos, apenas em seu comportamento observável objetivando prever e controlá-lo de forma mais eficaz.
Foi implementado no século XX, o projeto da Gestalt pelos os psicólogos Wetheimer, Koffka e Kohler, onde partiam da experiência imediata e adotavam o método da fenomenologia, partindo desse método descobriram que os fenômenos mentais eram vividos pelo sujeito sob forma de estruturas, isto é, sob a forma de relações entre partes que faziam com que a forma resultante fosse mais do que a mera soma das partes. Figueiredo e Santi dizem que a psicologia científica dos gestaltistas comporta dois aspectos essências: o reconhecimento da experiência imediata e a preocupação de relacionar essa experiência com a natureza física e biológica e com o mundo.
Um outro projeto que contribuiu para a psicologia científica foi o Behaviorismo radical fundado por Skinner, para ele, experiências subjetivas não têm nada de imediato, são sempre construídas pela sociedade, o sujeito não é livre, nem mesmo em suas percepções mais íntimas, o mundo privado é uma construção social. A forma de sentir, pensar, desejar, etc. sempre depende de como isso é ensinado socialmente. O psicólogo Jean Piaget, se propôs estudar a gênese do sujeito, levando em conta sua experiência imediata sem reduzi-la aos seus condicionamentos, usava métodos clínicos, o desenvolvimento das combinações cognitivas e a moralidade em crianças, segundo Figueiredo e Santi o objetivo do Piaget é tentar entender as experiências como elas vivem, percebem e pensam sobre o mundo. Com base nisto, ele procura construir uma teoria que explique essas experiências e porque, ao longo do crescimento, as experiências da criança vão mudando e ela vai vivendo o mundo de forma cada vez mais complexa e adaptativa.
A psicanálise também foi outra escola que obteve papel fundamental na psicologia cientifica fundada por Freud, o mesmo define como o objeto de estudo da psicanálise o inconsciente, que por definição não pode ser um fenômeno positivo e cria uma técnica de acesso a esse inconsciente. Ele cria uma nova teoria psicológica e a transforma em métodos de tratamento, que entra em contato com as experiências subjetivas e individualizadas dos sujeitos e a vivência do sujeito é extremamente valorizada, sendo compreendida e ultrapassada no seu sentido aparente, chega-se a uma experiência mais profunda da experiência imediata.
O último tema abordado no livro é a Psicologia como profissão e como cultura, que conta como a profissão de psicólogo iniciou de forma organizacional, passando área escolar, e então após a crise da subjetividade popularizou-se a psicologia clínica tão conhecida atualmente 
Enfim, a psicologia está com suas pretensões de autonomia e, é importante ressaltar as origens dessa disciplina, e o livro mostra uma visão panorâmica enquanto a psicologia nascia como ciência. A Psicologia encontrava respostas diferenciadas sobre seu objeto de estudo e isso levou diversos autores a definirem. Uma conclusão que é possível ser notada, é que mesmo depois da formulação da psicologia cientifica ainda existe algumas dúvidas em relação a psicologia independente e ao seu objeto de estudo. Também foi notado a dificuldade que um psicólogo enfrenta para entender a sua própria ciência que é muito expansiva e complexa.
 
Analise crítica
O livro Psicologia uma (nova) introdução, é interessante porque os autores procuram mostrar as causas do surgimento da psicologia como ciência, advertindo as precondições sócias, econômicas e culturais que tornaram primordiais para a origem da mesma, passando por todas as influências históricas e antropológicas possíveis e relatando as condições enfrentadas pela sociedade da época, ou seja, os problemas com a subjetividade privatizada e suas crises, que ocasionaram uma contradição entre subjetividade e objetividade no meio da ciência, sendo assim, dando origem profunda para psicologia clínica. Nesse contexto, os autores trazem consigo uma inevitável ambiguidade quando ao mesmo tempo em que a Psicologia acaba por reforçar a ilusão de liberdade e singularidade dos indivíduos contrariando, então, o que se espera de uma Psicologia científica.
Não seria essa ambiguidade, contudo, característica de qualquer busca porum conhecimento? Parece ser esta a opinião dos autores: “No começo do conhecimento há sempre uma desconfiança e no fim há sempre uma decepção”. Decepção necessária, que nos remete constantemente à busca de novos conhecimentos, mas dizer que no fim de todo conhecimento há uma decepção não significa invadir novos projetos de conhecimentos, pelo contrário a válvula propulsora que nos desperta o desejo de “ir além das aparências”, dar rumo a um conhecimento científico”.
É esse vigor que move os autores a não tomarem posição em favor de uma ou de outra corrente teórica, no que restringia um questionamento mais profundo, deixando em aberto o caminho para aquele que, com eles, aceitar o desafio de buscar do “verdadeiro sentido de se fazer ciência”.
 Enfim, o livro permite-nos refletir que desde os primórdios o homem busca seu espaço, o ser livre, democrático, responsável por seus atos. No entanto, essa visão de liberdade é completamente ilusória, somos de alguma forma alienados pelo sistema vigente, ou seja, regras e disciplinas nos governam, estamos constantemente em crise em um “Construir” constante, um indivíduo social inquietante abrindo espaço para a psicologia cientifica atuar.

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