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AN02FREV001/REV 4.0 
 123 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 124 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO VI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO VI 
 
 
7 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E OS PLANOS DE SAÚDE 
 
 
7.1 SAÚDE 
 
 
7.1.1 Conceito 
 
 
A conceituação da saúde deve ser entendida como algo presente: com a 
concretização da sadia qualidade de vida e uma vida com dignidade. A discussão e 
a compreensão da saúde passam pela afirmação da cidadania plena e pela 
aplicabilidade dos dispositivos garantidores dos direitos sociais da Constituição 
Federal (CF). 
Saúde é a área da Seguridade Social que objetiva oferecer condições 
sociais e econômicas destinadas à gradual redução de doenças e demais agravos à 
saúde da população, por meio de campanhas preventivas e serviços de proteção e 
recuperação a quem dela necessitar. Ressalte-se que a saúde tem caráter universal 
e gratuito, seguindo os princípios da igualdade e universalidade do atendimento. 
Saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as 
condições indispensáveis ao pleno exercício. 
Assim, nos termos do art. 196 da CF: 
 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação”. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). 
 
 
 
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Dessa forma, os serviços públicos de saúde serão prestados gratuitamente e 
para usufruir os mesmos não é necessário que o paciente contribua para a 
seguridade social. 
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a 
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, 
a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais, 
expressando com isso a organização social e econômica do país. Sérgio Pinto 
Martins (2006) diz que “a saúde visa estabelecer política social e econômica 
destinada a reduzir riscos de doenças e outros agravos, proporcionando ações e 
serviços para a proteção e recuperação do indivíduo”. 
A saúde é direito de todos; assim, não pode o Poder Público se negar a 
atender determinada pessoa em razão de suas condições financeiras, ou seja, 
qualquer pessoa pobre ou rica pode dirigir-se a um hospital público e ser atendida. O 
Poder Público prestará os serviços de saúde à população de forma direta ou por 
meio de convênios ou contratos com instituições privadas. Esses contratos e 
convênios serão celebrados, preferencialmente, com as entidades filantrópicas e as 
sem fins lucrativos. 
A Lei 8.212, de 1991, em seu art. 2º diz que: 
 
A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
 
A Lei 8.080/90, em seu art. 3º, estabelece que: 
 
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a 
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, 
a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços 
essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização 
social e econômica do País. 
§ único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do 
disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à 
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. 
 
 
 
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Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, 
executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por 
pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. 
 
 
7.1.2 Proteção constitucional à saúde pública 
 
 
A Constituição Federal (CF), em diversos dispositivos, prevê princípios 
informadores e regras de competências no tocante à proteção da saúde pública. No 
preâmbulo da CF, destaca-se a necessidade de o Estado democrático assegurar o 
bem-estar da sociedade. Dentro do bem-estar, destacado como uma das finalidades 
do Estado encontra-se a saúde pública. Além disso, o direito à vida e à saúde, entre 
outros, aparecem como consequência imediata da consagração da dignidade da 
pessoa humana, como fundamento da República Federativa do Brasil. Esse 
fundamento afasta a ideia de predomínio das concepções transpessoalistas de 
Estado e Nação, em detrimento da liberdade individual. 
De acordo com o art. 197 da CF: 
 
São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder 
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e 
controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou por intermédio de 
terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 
O conceito de ações e serviços de relevância pública, adotada pelo art. 197 
do atual texto constitucional, norma preceptiva, deve ser entendido desde a 
verificação de que a Constituição de 1988 adotou como um dos fundamentos da 
República a dignidade da pessoa humana. Está foi a conclusão da Organização Pan-
Americana da Saúde e do Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde. 
De acordo com o art. 198, as ações e serviços públicos de saúde integram 
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado 
de acordo com as seguintes diretrizes: 
 
 
 
 
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I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
 
Sendo assim, essas diretrizes dizem respeito à organização da Saúde, 
regionalizando seu atendimento por meio das prefeituras às suas respectivas 
populações, priorizando a medicina preventiva e a participação da sociedade para 
que isso aconteça. A regionalização e descentralização trazem aos municípios a 
capacidade, por intermédio de repasses federais e estaduais, de organizar a 
estrutura necessária ao atendimento à sua população. 
O Estado é responsável por tomar medidas que previnam o aparecimento de 
doenças, que estanquem o alastramento de pragas à saúde individual e coletiva e 
medidas de infraestrutura que visem atender às condições mínimas de sobrevivência 
e dignidade do ser humano. O Ministério Público poderá, em defesa do direito 
fundamental à saúde, fiscalizar e praticar as iniciativas necessárias e pertinentes para 
zelar pela efetiva prestação e qualidade de todas as ações e serviços relacionados à 
saúde pública, por tratar-se de serviços de relevância pública. 
A compreensão do que seja saúde implica sua conceituação a partir da ótica 
de uma política destinada à prevenção e ao tratamento dos males que afligem o 
corpo e a mente humanos, com a criação inclusive de um sistema organizado que 
atenda aos doentes. Sendo assim, o Estado deve promover políticas sociais e 
econômicas destinadas a possibilitar o acesso universal igualitário às ações e 
serviços para a proteção e recuperação da saúde. 
Desta forma, a política de prevenção traz benefícios tanto ao Estado quanto 
ao cidadão, quando o primeiro economiza com possíveis tratamentos,por meio de 
campanhas preventivas, e o cidadão tem integridade física mantida. A comunidade 
participa de forma a se integrar nas campanhas como também na fiscalização das 
ações governamentais e consequente cobrança destas às autoridades competentes. 
Por fim, o tema relaciona-se diretamente com a dignidade da pessoa humana e o 
direito à igualdade, que pressupõem o Estado garantidor, cujo dever é assegurar o 
mínimo de condições básicas para o indivíduo viver e desenvolver-se. 
 
 
 
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7.2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) 
 
 
7.2.1 O SUS na Constituição 
 
 
O SUS assume no contexto da seguridade social importantíssimo papel no 
desenvolvimento de ações em prol da saúde. Essas ações e serviços públicos de 
saúde devem integrar-se em todo o território nacional, compondo um sistema único, 
regionalizado e hierarquizado, organizado de maneira descentralizada, com direção 
única em cada uma das esferas de governo, conforme o art. 198, caput e inciso I da 
CF. O Sistema Único de Saúde deve, de acordo com o disposto no art. 200 da CF, “I 
- controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a 
saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos e insumos”. 
Deve fiscalizar e inspecionar alimentos e bebidas, compreendendo-se aí seu 
teor nutricional. Cumpre também ao sistema único: “II - executar as ações de 
vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador”. O 
sistema único deve, ainda: “IV - participar da formulação da política e da execução 
das ações de saneamento básico”. Neste caso, conjuntamente com os demais 
órgãos (públicos ou privados) específicos desse setor. 
As ações e serviços públicos de saúde submetem-se ao princípio do 
atendimento integral. Refere-se ao próprio serviço, que, no caso, deve abranger 
todas as necessidades do ser humano relacionadas à saúde. Portanto, não só 
todos têm direito à saúde, como esta deve ser prestada de maneira completa, 
sem exclusões de doenças ou patologias, por dificuldades técnicas ou financeiras 
do Poder Público. Ou seja, não é permitido a estes esquivar-se de saúde em 
todos os setores. 
A expressão “ações e serviços públicos” de saúde têm como responsável o 
Poder Público, considerado em sentido amplo, englobando todas as entidades 
federativas. Os serviços privados de saúde podem participar do SUS, em caráter 
 
 
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complementar, sempre que o serviço prestado diretamente pelo Poder Público se 
mostrar insuficiente para garantir cobertura assistencial à população de uma 
determinada área, o que se dá por contrato ou convênio. Neste caso, a contratação 
e o convênio devem ser precedidos de licitação, conforme o art. 24, § único, da lei 
8.080, de 1990. 
É cabível a contratação complementar de serviços privados para garantir a 
cobertura assistencial à população pelo SUS, por meio de contrato ou convênio, 
desde que observadas às normas de direito público, mormente no que se refere à 
realização de prévio procedimento licitatório pela Administração, conforme o inciso 
XXI do art. 37 da CF e o art. 24 da Lei Orgânica da Saúde. 
 
 
7.2.2 SUS na Lei 8.080 de 1990 
 
 
Em 19 de setembro de 1990, foi sancionada a Lei 8.080, confirmando e 
legitimando a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o art. 
4º da Lei 8.080 de 1990, o SUS é: 
 
O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e 
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração 
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
Essa lei enumera as ações que estão incluídas no campo de atuação do 
Sistema Único de Saúde (SUS), sendo: 
 
 Vigilância sanitária 
Está definida no § 1°do art. 6° da Lei Orgânica da Saúde: 
 
Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, 
diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários 
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da 
prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo incisos I e II. 
 
 
 
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 Vigilância epidemiológica 
O § 2° do art. 6° diz que: 
 
Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que 
proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou 
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção 
e controle das doenças ou agravos. 
 
 Saúde do trabalhador 
Para fins da lei, a saúde do trabalhador foi definida pelo § 3º do art. 6°: 
 
Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de 
atividades que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica 
e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, 
assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores 
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, 
abrangendo incisos I a VIII. 
 
 Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica 
Questiona-se a existência de um direito subjetivo ao fornecimento de 
medicamentos, ou seja, se o Poder Público, além de dar assistência médico-
hospitalar, deve também fornecer medicamentos a quem não tem condições 
financeiras para adquiri-los. O fornecimento de remédio é prestação de seguridade 
social da espécie serviço, tendo aplicação os princípios constitucionais setoriais. 
Tanto o legislador quanto o administrador, na esfera de suas competências, devem 
selecionar as contingências geradoras de necessidade de medicamentos, sempre 
com vistas ao seu maior potencial distributivo. 
Nos tribunais, a questão tem sido reiteradamente decidida em favor do 
necessitado de tratamento, ao fundamento de configurar direito à saúde, que é 
dever do Estado. Há entendimento do STF (RE 195192). O art. 1º da Lei 9.313, 
de 1996, dá direitos subjetivos à distribuição gratuita de medicamentos aos 
portadores do HIV. A prestação é financiada com recursos do orçamento da 
seguridade social da União, dos Estados e dos Municípios, conforme o art. 2º. 
Desta forma, as atribuições do SUS estão enumeradas nos incisos I a XI do art. 
6° da lei 8.080 de 1990. 
 
 
 
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7.2.3 Objetivos e diretrizes 
 
 
Conforme o art. 5°, I, da Lei Orgânica da Saúde, é objetivo do SUS: “I - a 
identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde”. 
Assim, para propiciar a redução do risco doença e outros agravos, o SUS deve 
identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde. O acesso 
universal e igualitário às ações e serviços de saúde impõe ao SUS: “II - a formulação 
de política de saúde destinada a promover, nos campos econômicos e sociais, a 
observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei”. 
A realização integrada das ações assistenciais e atividades preventivas 
propiciam a prevenção, proteção e recuperação no campo da saúde, segundo o art. 
5°, III, da Lei Orgânica da Saúde: “III - a assistência às pessoas por intermédio de 
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada 
das ações assistenciais e das atividades preventivas”. 
Como exemplo de providência de política nacional de saúde, podemos 
destacar a Lei 9.434, de 1997, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e 
partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras 
providências, dando cumprimento, no particular, ao disposto no § 4° do art. 199 da 
CF. O art. 2° da referida lei dispõe que: 
 
A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do 
corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, 
público ou privado, e por equipes médico-cirúrgicas de remoção e 
transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do SUS. 
 
Impondo, assim, o controle governamental,exercido sempre com vistas à 
redução do risco doença e outros agravos. A Lei 8.080, de 1990, repete princípios e 
garantias constitucionais, conforme o art. 7º. São princípios e diretrizes que se 
aplicam não somente às instituições públicas que prestem serviço de saúde, mas 
também aos serviços privados contratados ou conveniados que integrem o SUS. 
 
 
 
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7.2.4 Descentralização 
 
 
O objetivo constitucional é a descentralização da gestão do SUS. Os 
serviços executados pelo SUS, diretamente ou com a participação complementar 
da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada 
em níveis de complexidade crescente segundo o art. 8° da Lei 8.080, de 1990. 
Descentralização de serviço é aquele em que o Poder Público desloca para um 
terceiro a sua prestação, seja em nível de transposição do mero encargo, ou 
mesmo, em última instância, da titularidade do serviço. Seja qual for o aspecto, o 
ônus e a responsabilidade da prestação, na descentralização, passarão àquele 
que o executar. 
Cada uma das esferas de governo tem sua direção única dentro do SUS, na 
forma do disposto no art. 198 da CF e no art. 9°, I, da Lei 8080, de 1990. Nos 
Estados e no Distrito Federal, a direção compete à respectiva Secretaria de Saúde 
ou órgão equivalente, conforme o art. 9°, II. Nos Municípios, o SUS é dirigido pela 
Secretaria Municipal de Saúde ou órgão equivalente, conforme o artigo 9°, III. A 
comunidade participa da gestão do SUS na forma da Lei 8.142, de 1990, que criou 
duas instâncias colegiadas em cada esfera de governo, a Conferência de Saúde e o 
Conselho de Saúde (art. 1°, I e II). 
Portanto, essa lei acima mencionada, dispõe sobre a participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras 
providências. Desta forma, o SUS de que trata a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 
1990, em seu art. 1º, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções 
do Poder Legislativo, com estas duas instâncias colegiadas. 
 
§ 1º - A Conferência de Saúde reunir-se-á cada quatro anos com a 
representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de 
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos 
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, 
extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde. (LEI 8080, 1990). 
 
 
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Desta forma, a Conferência de Saúde tem a representação de vários 
segmentos sociais, e se reúne a cada quatro anos para avaliar a situação de saúde 
e propor diretrizes de políticas públicas. 
 
§ 2º - O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão 
colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, 
profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no 
controle da execução da política de saúde na instância correspondente, 
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão 
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do 
governo. 
 
Por fim, o SUS é um sistema público, organizado e orientado no sentido do 
interesse coletivo, e todas as pessoas – independente de raça, crenças, cor, 
situação de emprego, classe social, local de moradia – a ele têm direito. O SUS tem 
a finalidade de cuidar e promover a saúde de toda a população, melhorando a 
qualidade de vida dos brasileiros. Ou seja, tem o papel de cuidar de todas as 
necessidades da área da saúde. 
Cuidar da saúde não é apenas medicar os doentes ou realizar cirurgias, é 
preciso garantir vacinas à população, dar atenção aos problemas das mulheres, 
crianças e idosos, combater a dengue e outras doenças. Este é o princípio de 
integralidade, ou seja, realizar todas as ações necessárias para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde de todos. 
 
 
7.2.5 Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 
 
 
De acordo com o art. 1° da Lei 9.961 de 2000: 
 
É criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, autarquia sob o 
regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na 
cidade do Rio de Janeiro - RJ, prazo de duração indeterminado e atuação 
em todo o território nacional, como órgão de regulação, normatização, 
controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência 
suplementar à saúde. 
 
 
 
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Desta forma, a atuação da iniciativa privada no setor da saúde, em caráter 
suplementar, é regulada, normatizada, controlada e fiscalizada pela Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), autarquia especial, vinculada ao Ministério 
da Saúde, criada pela Lei 9.961, de 2000. Conforme o art. 3° da Lei 9.961, de 2000, 
a ANS tem por finalidade institucional: 
 
Promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à 
saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações 
com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das 
ações de saúde no País. 
 
O art. 18 da Lei 9.961 instituiu a Taxa de Saúde Suplementar (TSS), devida 
a partir de 1° de janeiro de 2000. O fato gerador é o exercício, pela ANS, do poder 
de polícia que lhe é legalmente atribuído. São sujeitos passivos da exação de 
acordo com o art. 19 da Lei 9.961, de 2000: 
 
[...] as pessoas jurídicas, condomínios ou consórcios constituídos sob a 
modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa ou entidade de 
autogestão, que operem produto, serviço ou contrato com a finalidade de 
garantir a assistência à saúde visando à assistência médica, hospitalar ou 
odontológica. (LEI 9961, de 2000). 
 
A TSS é recolhida em conta vinculada à ANS (art. 23) e, no inadimplemento, 
deve ser apurada administrativamente e inscrita na dívida ativa da própria ANS, 
propiciando o ajuizamento de execução fiscal (art. 24) por sua procuradoria (art. 25). 
Por fim, a ANS atua desta forma, criando mecanismos e implementando as técnicas 
que melhor se ajustam aos comandos políticos do segmento de saúde privada. 
É bom frisar que, neste contexto, o papel da entidade reguladora é manter-se 
equidistante dos polos em tensão, promovendo tanto a defesa do mercado como a 
defesa do consumidor, com o máximo de aproveitamento dos interesses envolvidos. 
No tocante à defesa do mercado, a garantia que se deve dar é a criação de 
mecanismos que importem na defesa do livre ingresso, permanência e saída num 
mercado livre de quaisquer dominações e submetido à competição. 
Já no que diz respeito à defesa do consumidor, o que se preza é a defesa 
do destinatário final da cadeia de consumo, por ser intelectualmente mais frágil. 
Como as demais agências, a ANS é dotada de características como a 
 
 
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independência técnica e autonomia orçamentária e financeira, garantida pela 
administração de sua receita própria, oriunda da arrecadação da TSS. 
Considerando que as taxas podem ser cobradas em razão do exercício 
regular da polícia administrativa, a ANS se vale de tal tributo face à função 
fiscalizadora exercida sobre o mercado privado de assistência à saúde, limitando e 
disciplinando os interesses daqueles que desejam ingressar e permanecer nesse 
segmento. A ANS se vale, ainda, de um contrato de gestão, que serve como 
instrumento de disciplina de sua autonomia, seja gerencial, seja orçamentária e 
financeira, nos moldes do que estabelece o art. 37, § 8°, da CF, celebrado com o 
Ministério da Saúde com vistas a fixar as metas de desempenho para posterior 
controle sobre a entidade. 
 
 
7.3 PLANOS DE SAÚDE 
 
 
7.3.1 Conceito 
 
 
O plano de saúde é um serviço oferecido por operadoras, empresas 
privadas, com intuito de prestar assistência médica e hospitalar. A Lei 9.656, de 
1998, disciplinou as atividades das operadoras de plano de saúde, pessoas jurídicas 
de direito privado constituídas sob a forma de sociedadecivil ou comercial, 
cooperativa, ou entidade de autogestão, que operem produtos ou serviços de plano 
privado de assistência à saúde, conforme seu art. 1°, II. A lei fornece o conceito de 
Plano Privado de Assistência à Saúde como sendo uma prestação continuada de 
serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós-estabelecido, por 
prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a 
assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou 
serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, 
contratada ou referenciada, visando à assistência médica, hospitalar e odontológica, 
 
 
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a ser paga integral ou parcialmente à custa da operadora contratada, mediante 
reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor. 
É da competência da ANS normatizar e fiscalizar qualquer modalidade de 
produto, serviço e contrato que apresente, além da garantia de cobertura financeira 
de riscos de assistência médica, hospitalar e odontológica, outras características 
que o diferencie de atividade exclusivamente financeira. Para obter autorizações de 
funcionamento, as operadoras de planos privados de saúde devem preencher 
requisitos fixados pela Lei 9.656, conforme o art. 8°. Por exemplo, ter registro nos 
Conselhos Regionais de Medicina e Odontologia. 
Os contratos dos planos de saúde devem obedecer ao plano referência de 
assistência à saúde, instituído pela Lei 9656, em seu art. 10. As operadoras de 
planos privados de assistência à saúde não podem discriminar e impedir o 
consumidor de participar dos planos em razão da idade ou de sua condição de 
pessoa com deficiência, conforme o art. 14. 
O contrato deve prever, expressamente, a variação das contraprestações 
pecuniárias em razão da idade do consumidor e os percentuais de reajuste 
incidentais em cada uma das faixas etárias, conforme normas da ANS (art. 15 da lei 
9.656/98). Os consumidores com mais de 60 anos de idade não estarão sujeitos à 
variação da mensalidade do plano de saúde se ele ou seus sucessores dele 
participarem há mais de dez anos, conforme o parágrafo único do art. 15. 
 
 
7.3.2 Tipos de planos de saúde 
 
 
 planos de saúde individuais ou familiares (Unimed, Golden Cross, etc.); 
 planos de saúde para empresas (Amil, Dix, saúde, Golden Cross, etc.); 
 planos de saúde por adesão (Arquitetos, Advogados, Dentistas, 
funcionários públicos, etc.); 
 Planos odontológicos (Amil Dental, Uniodonto, etc.). 
 
 
 
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Visando assegurar os direitos do consumidor, o art. 16 da Lei 9.656/98 
determina que os contratos devam conter dispositivos que indiquem com clareza da 
seguinte forma: 
 as condições de admissão; 
 o início da vigência; 
 os períodos de carência para consultas; 
 reajustes; 
 internações; 
 procedimentos e exames; 
 faixas etárias, etc. 
Por fim, é bom frisar que as propostas e contratos oferecidos pelas 
operadoras estão submetidos às regras da Lei 9.656/98 e ao Código de Defesa do 
Consumidor. A Lei 10.850/2004 atribui competência à ANS e fixa as diretrizes a 
serem observadas na definição de normas para implantação de programas especiais 
de incentivo à adaptação de contratos anteriores à Lei 9.656/98. 
 
 
7.4 CRIMES PREVIDENCIÁRIOS 
 
 
Os crimes contra a previdência social, anteriormente à Lei 9.983, eram 
definidos no art. 95 da Lei nº 8.212/91. A Lei nº 9.983, de 2000, revogou o caput do 
art. 95 da Lei nº 8.212 e seus §§ 1º, 3º, 4º e 5º, alterou o Decreto-Lei nº 2.848 
(Código Penal), de 1940, caracterizou os crimes contra Seguridade Social e 
determinou as respectivas penalidades. Dessa forma, os crimes contra a 
Previdência Social estão inseridos no Código Penal. 
Os crimes contra a previdência social são de competência da Justiça Federal, 
uma vez que compete a esta processar e julgar as causas em que a União, entidade 
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas, conforme o art. 109, I, da 
CF. As contribuições são repassadas para os cofres da União. Os principais crimes 
contra a Previdência Social podem ser apropriação indevida de tributo e sonegação, 
 
 
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falsificação de documentos e estelionato. São previstos no Código Penal e na Lei 
8.137/90, que trata do crime tributário. 
 
 
7.4.1 Apropriação indébita previdenciária 
 
 
Trata-se de mais um crime contra o patrimônio, contudo, tal dispositivo 
protege o patrimônio não de uma pessoa ou de algumas, como nos demais crimes, 
mas o patrimônio de todos os cidadãos que fazem parte do sistema previdenciário. 
De acordo com o art. 168-A do Código Penal, tal delito é previsto da seguinte forma: 
“Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e na forma legal ou convencional. Pena - reclusão de 2 a 5 
anos, e multa”. 
O caput do art. 168-A incrimina a conduta de deixar de repassar, isto é, 
deixar de transferir, não encaminhar à previdência social (ao INSS) as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legais. Consuma-se no momento em 
que se exaure o prazo legal ou convencional assinalado para o recolhimento das 
contribuições. Além da forma simples, prevista no caput no art. 168-A, o legislador 
criou figuras assemelhadas, previstas no § 1º. São elas: 
 
Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à 
previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a 
segurado, a terceiros ou arrecadada do público; 
II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à 
prestação de serviços; 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou 
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência; 
 
O simples fato de achar-se inserido o art. 168-A não o transforma em nova 
modalidade do crime de apropriação indébita, que exige o animus rem sibi habendi 
para sua configuração. Enquanto o art. 168 requer para sua realização que o agente 
tenha a posse ou a detenção da coisa, na letra A o empresário não recebe do 
 
 
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 140 
trabalhador a contribuição social que se destina à previdência, já que a desconta ao 
efetuar o pagamento do salário. 
Assim, o quantum relativo à contribuição social permanece sempre em poder 
do empresário, dela não tendo o trabalhador disponibilidade jamais. É o empregador 
quem desconta do salário a contribuição social, incumbindo-lhe efetuar o repasse à 
previdência. Se não o fizer, infringe dever legal, sendo punido penalmente. O sujeito 
agente é quem deixa de repassar à previdência social contribuições já recolhidas 
dos contribuintes, praticando o crime impropriamente chamado de apropriação 
indébita previdenciária. 
O sujeito passivo é o Estado, mais especificamente a Seguridade Social, 
prejudicada em seus recursos patrimoniais e também por isto dificultada em poder 
realizar seus objetivos de bem-estar e justiça sociais. 
 
 
7.4.2 Sonegação de contribuição previdenciária 
 
 
Assegura o bom funcionamento do sistema previdenciário, evitando a 
sonegação das contribuições devidas. Visa-se tutelar os interesses sociais ligados à 
arrecadação das contribuições previdenciárias, devidas ao Instituto Nacional do 
Seguro Social (INSS). O sujeito ativo é o contribuinte, responsável pelo pagamento 
da contribuição social. O sujeito passivo é o Estado, representado pelo INSS, 
responsável pela fiscalização e arrecadação das contribuições sociais. Desta forma, 
de acordo com o art. 337-A do Código Penal, suprimir ou reduzir contribuição social 
previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
 
I – omitir da folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informação previsto pela legislaçãoprevidenciária segurados empregado, 
empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este 
equiparado que lhe prestem serviço; 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da 
empresa as quantias descontadas dos segurados ou devidas pelo 
empregador ou pelo tomador de serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações 
pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais 
previdenciárias. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
 
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Esse delito previsto no art. 337-A do Código Penal é classificado pelos 
doutrinadores como crime material e, assim, exige que se prove a supressão, ou 
seja, o não pagamento ou redução, isto é, o pagamento a menor, da contribuição 
social previdenciária. Portanto, é crime material, tipificando conduta fraudulenta 
como meio para evasão fiscal, realizável dentro das relações de trabalho. A iniciativa 
da repressão do crime pode e deve ficar com o juiz do trabalho quando visualiza 
conduta fraudulenta no processo do trabalho. 
O momento de sua consumação ocorre com a própria evasão da 
contribuição social, que se dá com a expiração do prazo para o cumprimento da 
prestação da obrigação. Os crimes de apropriação indébita previdenciária e de 
sonegação de contribuição previdenciária são cometidos pelas pessoas físicas que 
realmente gerenciam as empresas. Mas o simples fato de ser sócio de uma 
empresa, sem participar de sua administração, não caracteriza a pessoa como 
agente do crime. 
As pessoas que podem praticar esses crimes são, por exemplo, o titular de 
firma individual, gerentes, diretores ou administradores que participam ou tenham 
participado da gestão da empresa beneficiada. 
 
 
7.4.3 Falsificação de documento público 
 
 
Continua a ser a tutela do autêntico e do verdadeiro, para que se impeça a 
fraude probatória. O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa. Se for 
funcionário público que se prevalece do cargo para a execução do delito, a pena é 
aumentada de um sexto. O sujeito passivo é a coletividade indeterminada e a 
pessoa diretamente prejudicada pela falsidade. De acordo com o art. 297 do Código 
Penal (CP) ocorre quando: “Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou 
alterar documento público verdadeiro. Pena – reclusão, de 2 a 6 anos, e multa”. 
Foram previstas pela norma penal duas modalidades de conduta: 
 
 
 
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 falsificação (total ou parcial) de documento público – A falsificação total 
consiste na formação ex novo et ex integro de um documento, anteriormente 
inexistente. A falsificação parcial consiste na formação ex novo de um 
documento, que em precedência não existia. 
 alteração de documento público verdadeiro – A alteração consiste em 
acrescentar ou em eliminar partes de um documento preexistente. Ao 
contrário, a supressão consiste na eliminação de um documento antes 
existente. 
O objeto material do delito do documento público é o redigido por funcionário 
público competente, no exercício de suas funções, na forma determinada pela lei. 
 
 
7.4.4 Estelionato e fraudes 
 
 
De acordo com o art. 171 do Código Penal, consiste o delito de estelionato: 
 
Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou 
qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode 
aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. 
 
O agente do crime pode ser qualquer indivíduo. É possível que aquele que 
vem a induzir a vítima em engano seja um, enquanto o beneficiado com a vantagem 
econômica seja outro. A lei é clara a respeito: obtém para si ou para outrem 
vantagem ilícita. Se o sujeito ativo for funcionário público, caso em que o crime 
poderá derivar do metus publicae potestatis, o crime será o de concussão (art. 316 
do CP). A respeito do sujeito passivo, fas-se mister averiguar se a vítima do engano 
é a mesma do dano patrimonial. 
A conduta típica se divide em duas fases: 
 em um primeiro momento, a vítima é levada pela fraude ao engano; 
 
 
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 em um momento subsequente, o agente obtém, para si ou para outrem, 
vantagem indevida, causando ao ofendido um dano patrimonial 
correspondente. 
Como exemplo de fraude no INSS, temos: um servidor do INSS, técnico do 
seguro social, se associou a outros 12 réus, em forma de quadrilha armada, entre 
eles, um delegado da Polícia Civil. O servidor previdenciário recebia comissões para 
executar as fraudes, por meio do uso de senhas furtadas de médicos-peritos para a 
concessão de auxílio-doença ou a prorrogação do auxílio para os aliciados pela 
quadrilha, na maioria pessoas que tinham o benefício recusado pelo órgão. A 
quadrilha cobrava R$ 4,5 mil do segurado para conseguir o benefício. Desse valor, o 
servidor do INSS recebia entre R$ 2,5 mil a R$ 3 mil de comissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIM DO CURSO

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