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O impacto da globalização - Fundamentos da contabilidade

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Sistema de Ensino Presencial Conectado
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PORTFOLIO INDIVIDUAL
FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE
Cariacica
2015
PORTFOLIO INDIVIDUAL
FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE
Trabalho de 
Contabilidade
 apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de 
Ciências Contábeis
Orientador: Prof. 
Ademiriane Dias de Souza
Cariacica
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3
2 O impacto da globalização sobre as informações da contabilidade ................4 
3 A influência da globalização no mercado consumidor ......................................6 
4 Aspectos econômicos no cenário da globalização ............................................9 
5 Diferenças entre sociedade de produtores e consumidores ...........................13 
CONCLUSÃO ...........................................................................................................16 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................17
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta as mudanças nas normas contábeis brasileiras a partir da globalização, surgindo a necessidade da padronização aos moldes internacionais contábeis. Tem como objetivo mostrar como a globalização influenciou a inserção da contabilidade internacional no Brasil. Descrevendo o mercado consumidor e os aspectos econômicos no cenário da globalização. A metodologia utilizada foi pela busca de referências teóricas nos mais variados autores e periódicos.
O impacto da globalização sobre as informações da contabilidade
A globalização influenciou os aspectos socioeconômicos de diversos países. Esse processo global trouxe alterações na Contabilidade dos mesmos, fazendo com que o Brasil entre outros, mudassem seus paradigmas e adentrassem a realidade da internacionalização das normas contábeis nacionais. De acordo com Sá (1998) a globalização influencia diretamente as atividades contábeis do Brasil, tanto de forma positiva quanto de forma negativa.
A globalização também levou a disseminação do conhecimento contábil, possibilitando a países pequenos e em desenvolvimento, acesso a esse conteúdo. Iudícibus, Marion e Faria (2009) embasam esta afirmação mostrando que a globalização dos mercados faz com que os pesquisadores, profissionais, professores e alunos se adaptem às mudanças em relação às novas normas, práticas, objetivos e conceitos contábeis.
Esse acesso ao conhecimento contábil traz benefícios a economia dos países em desenvolvimento, como observado por Dolabella (1996) a adoção aos padrões internacionais, impulsionado pela globalização, permitiu a estes países uma integração maior com a economia mundial.
A adequação aos moldes internacionais de Contabilidade também busca alcançar objetivos tais como: difundir competências na área contábil, atender as necessidades dos investidores e facilitar as atividades das empresas transnacionais entre outros, como foi mostrado por Blake e Amat (1993).
A convergência para os padrões internacionais de Contabilidade identifica um grande passo para a valorização da Contabilidade dos países em termos de mais eficiência contábil e valorização da economia nacional. Desta forma a globalização da economia é um fenômeno irreversível que ultrapassa o campo da economia e das relações financeiras. Globalização tem sido a palavra-chave para a Economia nos anos 90 e isso não é diferente para o Brasil.
Diante destes fatos a harmonização da globalização com a Contabilidade se torna inegável e inevitável. Porém, Feitosa (2001) nos mostra que: “a padronização de uma estrutura global para as demonstrações contábeis tem avançado, mas ainda não é uma realidade.” Desta forma cada dia mais os países se adequam ao padrão internacional, as alterações nas normas contábeis acontecem a todo momento caminhando para uma possível unificação futura.
A globalização diminuiu as distâncias, facilitou a troca de informações entre outros aspectos. E a contabilidade também foi afetada por esta aproximação entre os países. Andrade (1997) mostrou que a linguagem contábil não é homogênea, existe uma grande variação entre os países, através da globalização foi possível formar-se a contabilidade internacional, que surgiu para harmonizar os relatórios financeiros elaborados dentro do contexto econômico individual de cada país. 
Uma vez que a globalização busca estreitar as diferenças, facilitar a comunicação entre o todo, a mesma teve seus efeitos na Contabilidade. No Brasil, como no resto do mundo, a globalização evidenciou seus efeitos, levando a convergência das normas e a utilização de padrões internacionais. Essas mudanças podem ser vistas como tentativas internas de expansão e solidificação no mercado interno. 
A regulamentação das normas contábeis brasileiras é feita pelo Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), mas a partir da Lei nº 11.638/2007, que começaram as convergências das normas brasileiras aos padrões internacionais. No ano de 2009 a Resolução CFC 1.156/2009 fez com que as normas brasileiras seguissem os padrões contidos no International Financial Reporting Standards (IFRS). O Brasil passou a adotar as Normas Internacionais de Contabilidade a partir de 2008, com a promulgação da Lei 11.638/2007. (ANTUNES et al, 2012, p.8) 
A partir do ano de 2010 as empresas estabelecidas no país foram obrigadas a elaborar os seus demonstrativos financeiros, enfim a contabilidade, conforme as normas acima citadas. Seguindo a Instrução nº 485 que exige que as demonstrações financeiras sejam conforme IFRS e as normas contábeis emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 
A Lei nº 11.638/2007 produziu importantes alterações de aplicação imediata no exercício de 2008, em linha com os padrões contábeis internacionais, além de estabelecer para a CVM o poder/dever de emitir normas para as companhias abertas em consonância com esses padrões internacionais. Em função do disposto no § 5º do artigo 177 adicionado pela Lei nº 11.638/2007, as normas contábeis emitidas pela CVM (Comissão de Valores mobiliários) deverão estar obrigatoriamente em consonância com os padrões contábeis internacionais adotados nos principais mercados de valores mobiliários, ou seja, de acordo com as normas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), que é hoje considerado como a referência internacional dos padrões de contabilidade. Cabe dizer que a CVM através da Deliberação 539/2008 aprovou a Estrutura Conceitual divulgada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, absolutamente em linha com o Conceptual Structural Framework elaborado pelo IASB; orientado por conceitos de julgamentos profissionais em ambiente Common Law. (GRECO, 2008 p.1) 
A lei de 11.638/07 foi o primeiro passo importante para o Brasil começar a se adequar as normas internacionais, estabelecidas pelo International Accouting Standards Committee (IASC), seguindo consoante com as IFRS. 
3 A INFLUÊNCIA DA GLOBALIZAÇÃO NO MERCADO CONSUMIDOR
As inovações tecnológicas, principalmente nas telecomunicações e na informática, promoveram o processo de globalização. A partir da rede de telecomunicação (telefonia fixa e móvel, internet, televisão, aparelho de fax, entre outros) foi possível a difusão de informações entre as empresas e instituições financeiras, ligando os mercados do mundo.
A sociedade de consumo, é o tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo excessivo de bens e serviços. Conceito de sociedade de consumo está ligado ao de economia de mercado e, por fim, ao conceito de capitalismo.
Características da Sociedade de Consumo:
A oferta excede a procura, o que implica o recurso a estratégias de marketing para escoara produção;
Sociedade de oferta de bens normalizados, produzidos a baixos custos que resultam da produção em série, atrativos e de duração efêmera, pois as necessidades de produzir e escoar são permanentes;
Sociedade com padrões de consumo massificados devido ao tipo de oferta (bens padronizados) e tipo de pressões exercidas sobre o consumidor (a publicidade sugere modelos de comportamento a seguir)
Consumo de massas - Comportamento típico das sociedades de consumo que se manifesta por um consumo massificado de bens normalizados de curta duração e acessíveis à generalidade da população.
Consumismo - Conjunto de comportamentos e atitudes susceptíveis de conduzir a um consumo sem critérios, compulsivo, irresponsável e perigoso.
Consumerismo - Designa a organização dos consumidores , a formação de associações e o desenvolvimento dos respectivos meios de informação e de ação com a finalidade de verem reconhecidos os seus direitos.
A manutenção do atual modelo capitalista não é sustentável a longo prazo. Na verdade para satisfazer o modo de vida da sociedade de consumo seriam necessários pelo menos mais quatro ou cinco planetas Terra.
Sociedade de Consumo - Os meios de comunicação em massa (jornal, televisão e rádio), têm o poder de criar a necessidade de uso de novos produtos.
Não é exagero dizer que o Brasil de 1967 tinha um mercado de consumo de padrão albanês. Numa de suas pontas, quase não havia quem comprasse. Apenas 15% da população na época, o equivalente a 13,5 milhões de pessoas, tinha dinheiro suficiente para adquirir produtos que fossem além do básico. Na outra, não havia algo intrínseco a qualquer economia que se pretenda desenvolver competição para valer. O mercado esquálido não incentivava o surgimento de novas empresas ou mesmo a melhoria das existentes. Aparelhos de TV em preto-e-branco, claro funcionavam com as primitivas válvulas. Os telefones fixos eram um patrimônio incluído na declaração de imposto de renda. (Apenas 236 500 contribuintes preenchiam, a caneta e em letra de forma, os formulários da Receita Federal. Em 2007 foram 23 milhões, 96% deles usando a internet. Os carros enferrujavam. Existiam na época apenas 26 modelos de automóveis no Brasil. O mais barato deles era o desconfortável jipe Willys Overland, que custava 35.200 reais em valores atualizados. (Cerca de 10% das famílias tinham renda anual próxima a isso.) O pagamento, quase sempre, era feito em dinheiro vivo. No Brasil de 1967, não havia hipermercados, existia apenas uma marca de cartão de crédito em circulação e o primeiro shopping center, o Iguatemi, em São Paulo, acabava de completar seu primeiro ano de operação. A evolução é global. Não há mercado aberto no mundo que não tenha mudado brutalmente nas últimas décadas. 
A evolução ocorrida nos últimos 40 anos não impressiona menos por isso. Em quatro décadas, o número de consumidores brasileiros quadruplicou, formando hoje uma massa de 60 milhões de pessoas. (Essa conta segue o critério segundo o qual consumidor é todo indivíduo com renda mensal acima de 500 reais.) Nesse período, entraram no mercado 46 milhões de pessoas o equivalente à população da Espanha. Elas foram incorporadas à medida que o Brasil deixava de ser um país agrário e as cidades cresciam. E é justamente a velocidade desse movimento duplo, a urbanização e o crescimento do mercado consumidor, que chama a atenção. 
Há duas forças vitais por trás do desenvolvimento do mercado brasileiro nas últimas décadas. Num primeiro momento, a evolução da economia -- com o surgimento de empresas e a geração de empregos, fez com que o PIB per capita quadruplicasse, permitindo mais consumo, mais concorrência, mais produção, mais empregos e mais renda e, de volta, mais dinheiro injetado no mercado. A roda da economia, assim, passou a girar de forma virtuosa. Escalas de produção maiores permitiram aos fabricantes baixar preços. Ano após ano, produtos de luxo se popularizavam. 
Não é preciso olhar para muito tempo atrás para estabelecer uma relação direta entre o aumento da renda da população, a abertura da economia aos importados e o crescimento do mercado 
Essa situação vem estimulando os bancos a ampliar suas linhas de crédito para os consumidores. Desde 2005, o volume de dinheiro emprestado no Brasil cresceu de 155 bilhões de reais para 278 bilhões. Os financiamentos fizeram carros, casas próprias e viagens, entre outros produtos e serviços, passar da condição de desejo a realidade para uma parcela da população. Apesar dos solavancos provocados por crises financeiras internacionais em série durante os anos 90, o desenvolvimento do mercado de consumo segue em linha ascendente
A multiplicação do número de consumidores nos últimos anos obrigou o varejo a mudar de feição. O número de supermercados, por exemplo, passou de 1.000 para 74.000 nas últimas quatro décadas. Surgiram ainda novos conceitos de lojas, como os hipermercados, introduzidos no mercado em 1971. A rede, criada pelo grupo Pão de Açúcar, anunciou sua chegada ao mercado prometendo vender "de verduras a helicópteros". (Em 1989, a bandeira Jumbo deixou de existir.) Do ponto de vista de ingresso do país na era moderna do consumo, no entanto, nenhum desses eventos teve o mesmo significado da proliferação dos shopping centers. 
A indústria nacional, mesmo a representada pelas multinacionais, teve de acordar para a necessidade de melhoria da qualidade com redução de custo e de preço. Eis o que se pode chamar de concorrência: nos supermercados, por exemplo, o número médio de itens oferecidos mais que triplicou.
A maior avidez por consumo e o aumento, ainda que lento, do poder de compra chamaram a atenção das multinacionais. 
Por causa de uma combinação de fatores que vão da onda de geração de empregos, proporcionados pela expansão da indústria turística, à melhoria de renda das fatias mais pobres, graças ao aumento do salário mínimo e de programas como o Bolsa Família, o mercado de consumo de estados como Bahia e Pernambuco já cresce acima da média nacional. 
As transformações no perfil do consumo atingem todas as classes sociais. Essa diversidade no perfil de consumo faz com que a exploração do mercado brasileiro seja um trabalho de complexidade cada vez maior para as empresas. "As empresas passaram a ter uma ânsia de atender a todos os públicos e, diante de tantas ofertas, elas têm de fabricar mercadorias que se diferenciem cada vez mais", diz Marcos Gouvêa, da GS&MD Consultoria em Varejo.
4 ASPECTOS ECONOMICOS NO CENÁRIO DA GLOBALIZAÇÃO
		A ordem econômica internacional é caracterizada, antes de mais nada, pela enorme desigualdade de poder e de recursos entre as nações que compõem, segundo diferentes modalidades de inserção, o sistema econômico mundial. Os laços de subordinação e de dependência, que sempre uniram as economias nacionais, vêm se intensificando de tal maneira, desde o final da alternativa socialista ao capitalismo e a retomada do processo de globalização, nos anos 1990, que as relações econômicas internacionais podem ser basicamente descritas, atualmente, sob o signo do conceito de interdependência. A interdependência econômica global está no próprio centro do sistema econômico internacional contemporâneo, o que torna as políticas econômicas mais suscetíveis de interagirem reciprocamente e de se influenciarem mutuamente	
		Por ser um país integrado a economia mundial capitalista e com conexões culturais com diversos países do mundo, o Brasil está participando atividade do mundo globalizado.
 		O Brasil possui uma economia aberta ao mercado internacional, ou seja, nosso país vende e compra produtos de diversos tipos para diversas nações. Fazer parte da globalização econômica apresenta vantagens e desvantagens.
 		As vantagens é o acesso aos produtos internacionais, muitas vezes mais baratos ou melhores do que os fabricados no Brasil. Por outro lado, estes produtos, muitas vezes, entram no mercado brasileiro com preços muitos baixos, provocando uma competição injusta com os produtos nacionais e levando empresas à falênciae gerando desemprego em nosso país. Isso vem ocorrendo atualmente com a grande quantidade de produtos chineses (brinquedos, calçados, tecidos, eletrônicos) que entram no Brasil com preços muito baixos.
 		Outra questão importante no aspecto econômico é a integração do Brasil no mercado financeiro internacional. Investidores estrangeiros passam a investir no Brasil, principalmente através da Bolsa de Valores, trazendo capitais para o país. Porém, quando ocorre uma crise mundial, o Brasil é diretamente afetado, pois tem sua economia muito ligada ao mundo financeiro internacional. É muito comum, em momentos de crise econômica mundial, os investidores estrangeiros retirarem dinheiro do Brasil, provocando queda nos valores das ações e diminuição de capitais para investimentos.
		O aumento da vulnerabilidade externa do país nos torna extremamente suscetíveis às alterações do cenário internacional. Como dependemos cada vez mais de recursos externos para fechar as necessidades de financiamento em moeda forte, todas as demais variáveis da economia, como o crescimento econômico, a geração de empregos e os programas sociais, se tornam subordinados à obtenção ou não dos recursos. 
		O déficit em conta corrente do balanço de pagamentos reflete o resultado das contas da balança comercial (exportações e importações), da conta de serviços (remessas de pagamento de juros, lucros e dividendos, além de viagens internacionais, dentre outros itens) e a conta de transferências unilaterais, que basicamente reflete as remessas de trabalhadores brasileiros no exterior e de estrangeiros residentes no Brasil para seus países de origem.
		Um fator sempre apontado como minimizador do problema é a entrada de novos investimentos diretos estrangeiros, que têm coberto a totalidade, às vezes até ultrapassando, o montante do déficit em conta corrente. Ou seja, é financiamento que, pela sua característica, tem compromisso de longo prazo com o país, denotando evidentes vantagens, relativamente ao hot money.
		O aumento dos juros sobre os compromissos externos e a maior demanda por remessas de lucros e dividendos, por conta da crescente parcela de ativos estrangeiros, torna o serviço dos não fatores extremamente rígido (excluí-se a conta de viagens internacionais, que em geral tem dado boa resposta à desvalorização cambial).
		Portanto, o quadro é de um agravamento das necessidades externas e é preciso gerar formas de compensar a rigidez do déficit da conta de serviços, que tem aumentado, devido aos fatores já apontados.
		As condições para que o crescimento da economia brasileira se mostre sustentável ao longo do tempo têm gerado uma série de questionamentos. A dúvida mais freqüente é se o crescimento é continuado, ou apenas circunstancial, que seria então, como no passado, seguido de novos períodos de estagnação e mesmo recessão.
		Ocorre que desde a desvalorização e a mudança no regime cambial, combinadas com a redução da taxa básica de juro real, o setor produtivo encontrou mais espaço para crescer, movido especialmente por alguns fatores bastante significativos: expansão das exportações, uma fase de substituição "fácil" dos importados e uma gradual retomada do crédito na economia.
		São movimentos ainda tímidos e bastante aquém do potencial que representam, principalmente se observarmos o desempenho destes fatores em outros países em desenvolvimento, ou ainda a resposta ocorrida em outros momentos da economia brasileira.
		Assim, esse é claramente um crescimento que decorre do longo período de engessamento da economia, fruto do processo de valorização cambial, combinado com uma elevada taxa de juros reais. Estes dois fatores tornaram as estratégias empresariais meramente adaptativas: restrição de exportações, cuja margem não justificava uma estratégia agressiva; aumento do coeficiente de importação, já que esta trazia um subsidio representado pela taxa de cambio valorizada; e postergação ou mesmo cancelamento de novos investimentos.
		A estes dois fatores conjunturais, somem-se outros de ordem estrutural, ligados à competitividade sistêmica, o chamado "custo Brasil", que continuou representando uma desvantagem para a produção local vis-à-vis aos importados.
		Aliás, ressalte-se que este foi agravado nos últimos anos pela incidência crescente dos impostos cumulativos, a resistência dos elevados custos logísticos, além de regras e práticas burocráticas.
		A mudança no câmbio e nos juros representou uma significativa alteração do quadro, que já traz os seus frutos no desempenho da atividade econômica, uma lenta recuperação na balança comercial, embora negativamente influenciada por uma deterioração nos termos de troca, e uma ligeira mudança de sinal no nível de emprego.
		No entanto, a continuidade e sustentação desse processo depende, além dos aspectos macroeconômicos, da elaboração e implantação de uma estratégia mais abrangente dos elementos da política de competitividade. Basicamente, a combinação das modernas políticas industrial, comercial, tecnológica e agrícola, para citar as mais importantes, no sentido de induzir as decisões empresariais de geração de valor agregado local, através do aumento do coeficiente de produção nacional.
		Essa estratégia deveria abranger tanto a produção voltada para o mercado interno, substituindo importações, quanto no sentido de expandir as exportações, o que evidentemente também passa por um conjunto de medidas envolvendo as áreas de financiamento, promoção comercial e demais atividades. Do ponto de vista da demanda internacional, é fundamental direcionar nossa pauta exportadora àqueles produtos e nichos mais dinâmicos no comércio externo.
		O desenvolvimento da produção local, especialmente nos setores de tecnologia mais avançada, e que coincidentemente são hoje grandes deficitários no comercio exterior, dependem de um projeto de capacitação tecnológica, algo que extrapola a ação isolada das empresas, mas precisa ser articulada com iniciativas na área acadêmica de pesquisa aplicada.
		Certamente não é possível para a economia brasileira adquirir condições de competir em todas as áreas dinâmicas, mas há um enorme espaço para a geração de atividades locais. Há vários exemplos de empresas de origem nacional e estrangeira instaladas no Brasil e que definiram sua plataforma de exportações a partir da excelente base de produção, propiciada pela magnitude do mercado interno. Nesse caso se destaca, não somente o potencial da demanda doméstica, mas também a cadeia de fornecedores qualificados, o que potencializa um significativo coeficiente de valor agregado nacional.
		Com uma certa tibieza, há ações em andamento que revelam essa mudança e podem representar uma oportunidade de desenvolvimento. Dentre estas se destaca o reposicionamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como financiador de projetos, o papel da Camex (Câmara de Comércio Exterior) como órgão coordenador das atividades de comércio exterior; as iniciativas no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, como os fóruns de competitividade, envolvendo a articulação com setores industriais expressivos; e a criação, em pauta, da Agência de Promoção de Investimentos, entidade pública de direito privado, que está sendo constituída e que deve centrar sua ação no incentivo à absorção de investimentos destinados a setores de ponta e geradores de divisas.
São iniciativas válidas, mas ainda tímidas, especialmente pela resistência que parecem enfrentar dentro do próprio governo e o ceticismo de centros formadores de opinião pública. É preciso maior ênfase e agilidade nas decisões e implementação das medidas, pois o que está em jogo não são, como apregoam alguns, interesses de grupos econômico e de setores localizados da sociedade, mas a sustentabilidade do crescimento econômico brasileiro.
5 AS DIFERENÇAS ENTRE COMPORTAMENTOS E CONCEPÇÕES
		Na sociedade de produtores, segundo Bauman foi basicamente direcionada para segurança e apostava nos desejos humanos em um ambiente confiável, ordenado, regular etransparente e como prova disso resistente ao tempo e ao apego as coisas seguras. Os desejos eram orientados para aquisição de posse e bens com grande visibilidade na sociedade, pois nessa época o tamanho dos bens era ligado como poder e status. 
Consumir mercadorias pesadas e duráveis como imóveis e joias para remeter ao status de posse, poder, conforto e principalmente respeito pessoal. Possuir uma grande quantidade de bens duráveis remetia a segurança contra as incertezas do destino. Desta maneira, a segurança era a maior posse da sociedade dos produtores e o prazer de desfrutar era postergado, ou seja, nada era imediato. Esse comportamento fazia sentido na sociedade dos produtores, que acreditava na prudência e na segurança, sobretudo na durabilidade em longo prazo. Mas a transição dessa concepção da “sociedade dos produtores” para a nova configuração da sociedade apresenta uma mudança extremamente significativa no comportamento e nos desejos do indivíduo. Bauman destaca que este ambiente existencial tornou-se conhecido como “sociedade de consumidores” e distingue-se por uma reconstrução das relações humanas a partir do padrão, e a semelhança, das relações entre consumidores e os objetos de consumo. 
A passagem da sociedade de produtores para a de consumidores, em geral, pode ser apresentada de forma gradual, com a emancipação dos indivíduos das condições originais de não escolher, posteriormente para uma escolha limitada e finalmente para uma sociedade livre de responsabilidades, ou seja, indivíduo possui sua liberdade de escolher e decidir como e da maneira que atender suas necessidades naquele momento, ou seja, inicia a sociedade “à la carte”. O novo indivíduo consumista assume características líquidas e extrai a postergação do prazer de consumir e desloca-o para o imediato. O ponto durável das mercadorias é descartado por essa nova sociedade e não existe mais lealdade aos objetos que obtêm com a intenção de consumir. Os consumidores, segundo Bauman, são bombardeados de todos os lados por sugestões de que precisam se equipar com um ou outro produto fornecido pelas lojas se quiserem ter a capacidade de alcançar e manter a posição social que desejam desempenhar, suas obrigações sociais e proteger a autoestima. 
O ponto social colocado pelo autor refere-se como as pessoas são forçadas a uma situação na qual têm de gastar o pouco de dinheiro ou os poucos recursos que dos quais dispõe com objetos de consumo sem sentido, e não com suas necessidades básicas, para evitar tal humilhação social e evitar a perspectiva de ser provocado e ridicularizado. A economia consumista possui como regra primária desenvolver e materializar os produtos e posteriormente encontrar alguma aplicação. 
Nessa linha de pensamento o autor afirma que além do mercado cultivar o excesso de mercadorias e o anseio de cultivar os desejos, tal economia configura-se como economia do engano, que aposta na irracionalidade dos consumidores e não em suas estimativas sóbrias e bem informadas. Criar o excesso de mercadorias projeta o aumento das incertezas das escolhas para os indivíduos. Diante do consumo excessivo, a necessidade de mobilidade e visibilidade é cada vez maior, deflagrando uma constante reformulação das identidades como formas de assegurar os princípios de inclusão/exclusão elaborados pelo mercado. Para Bauman, não existe um não-consumidor, mas sim um consumidor falho. Essa instabilidade dos desejos e a insaciabilidade das necessidades harmonizaram-se bem com a nova liquidez do ambiente em que as atividades existenciais foram inscritas no futuro previsível, como na sociedade dos produtores. 
Mas outro aspecto fundamental que Bauman esclarece sobre a sociedade de consumo é que os membros dessa sociedade são eles próprios mercadorias de consumo, e são a qualidade de ser uma mercadoria de consumo que os torna membros autênticos dessa sociedade. Como a sociedade de consumidores estabelece padrões de consumo que determinam a identidade de cada indivíduo, sendo este identificado pelo que consome e pela sua capacidade de ser também consumido, aquele que não consegue assumir plenamente este papel torna-se invisível socialmente. Essa permanente ameaça de invisibilidade social instaura, como consequência, uma crise de identidade típica da contemporaneidade líquida. Tal crise de identidade — reflexo da dificuldade que se tem em dissociar o que são nossas vontades de fato das expectativas impostas pela sociedade de consumidores — é sintomática da fluidez da pós-modernidade, que transforma tudo, e todos, em mercadoria. Uma sociedade em que relações são iniciadas para, numa velocidade impressionante, serem pulverizadas — ainda que erguidas segundo preceitos considerados conservadores, como o casamento. Mas este é também, atualmente, apenas mais um evento, um espetáculo, montado para que as mercadorias do momento sejam elevadas ao grau máximo de visibilidade: o altar, já que como sujeito-consumidor e, ao mesmo tempo, objeto-para-consumo, preciso ser visto, desejado, para ser amado, preciso, então, me destacar nas prateleiras, pois ser invisível é morrer. Nesse contexto, as maiores vítimas dessa transformação das pessoas em mercadoria são aqueles que o autor chama de baixas colaterais, isto é, aqueles que não conseguem atender à condição primordial de indivíduo integrante de uma sociedade de consumidores: consumir sem trégua, ainda que não tenha condições para isso.
CONCLUSÃO
Percebemos que com o advento da globalização, mudanças foram necessárias em todas as esferas. Leis precisaram passar por modificações e se adequarem às normas estabelecidas internacionalmente. 
Com os avanços tecnológicos, a facilidade da troca de informações, a globalização passa, a cada dia mais, fazer parte do cotidiano dos países, tendo reflexos sob suas economias. A globalização, ferramenta atual, e a contabilidade, ferramenta antiga, estão totalmente relacionadas. 
O mercado consumidor teve grandes mudanças, fazendo com que todos tivessem acesso aos produtos numa velocidade e facilidade muito grande. 
Assim concluímos que estamos numa situação atual que não é possível retroceder, Quando o país em desenvolvimento mostra os resultados de sua contabilidade, de acordo com o IFRS, dá aos seus possíveis investidores mais segurança para analisar e realizar um possível investimento. Porém, não basta apenas à adequação aos padrões globalizado, é necessário, uma economia estável também. É possível que as normas internacionais de contabilidade não ficarão imutáveis, pois o mesmo deverá acompanhar a evolução da sociedade, ciências estas em recorrente transformação, reciclagem sempre buscando a melhor maneira de lidar com os patrimônios.
REFERÊNCIAS
LIMA, Samantha. 46 milhões de novos consumidores. 04 de outubro de 2007, disponível: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/903/noticias/46-milhoes-de-novos-consumidores-m0140034. Acesso em: 07 de maio de 2015
Pesquisa: O Brasil na globalização. disponível:http://www.suapesquisa.com/globalizacao/brasil_globalizacao.htm. Acesso em: 10 de maio de 2015
PENA, Rodolfo F. Alves. Os efeitos da globalização no Brasil. Disponível: http://www.mundoeducacao.com/geografia/globalizacao-no-brasil.htm. Acesso em 10 de maio de 2015.
CUNHA, Eliani Martins, Bauman e a sociedade de consumidores: a transformação das pessoas em mercadoria. 21 de junho de 2012, disponível: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/13883/bauman-e-a-sociedade-de-consumidores-a-transformacao-das-pessoas-em-mercadoria#!6#ixzz3ZpcyUNRB. Acesso em 11 de maio de 2015

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