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1 MARKETING ESTRATÉGICO E COMÉRCIO INTERNACIONAL 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre- sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere- cendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici- pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra- vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário MARKETING ESTRATÉGICO E COMÉRCIO INTERNACIONAL ..................... 1 NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 ESTRATÉGIA DE MARKETING..........................................................................4 PLANO DE MARKETING.....................................................................................9 POSICIONAMENTO DO MARKETING..............................................................11 COMÉRCIO INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO.................................16 TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL..................................................23 POLÍTICA COMERCIAL....................................................................................27 REFERÊNCIAS.................................................................................................34 file://192.168.0.2/E$/Pedagogico/MODELO%20APOSTILA-%20AVALIAÇÃO/MODELO%20NOVO%20-%20APOSTILA.docx%23_Toc56085344 4 ESTRATÉGIA DE MARKETING Estratégia de marketing é uma abordagem de planejamento de longo prazo e prospectiva, com o objetivo fundamental de alcançar uma vantagem competitiva sustentável. Os estudiosos continuam a debater o significado preciso da estratégia de marketing. Consequentemente, a literatura oferece muitas definições diferen- tes. Em um exame cuidadoso, no entanto, essas definições parecem centralizar- 5 se na noção de que estratégia se refere a uma declaração ampla do que deve ser alcançado. O planejamento estratégico envolve uma análise da situação inicial es- tratégica da empresa antes da formulação, avaliação e seleção da posição com- petitiva orientada para o mercado que contribui para as metas e objetivos de marketing da empresa Classificação das Estratégias de Marketing É bom observarmos a pirâmide ou hierarquia das necessidades de Mas- low. Lá vemos o diferencial do que é inato e do que pode nos ser sugerido atra- vés de marketing, seja ele sútil ou agressivo. Quanto à dominância no mercado Líder Desafiante Seguidor Nicho de mercado Ser competitivo Vender bem não significa ter o melhor preço e sim fazer valer o seu pro- duto Saber satisfazer o grupo que pretende atingir Satisfazer a si mesmo e os outros do grupo Classificação genérica de Michael Porter Liderança de custos Diferenciação do produto https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Orientada_para_o_mercado&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrat%C3%A9gias_competitivas_gen%C3%A9ricas https://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_de_Produto 6 Segmentação de mercado Quanto à inovação Pioneiros Seguidores imediatos Seguidores tardios Exclusividade Estratégia de crescimento Neste esquema coloca-se a questão: "Como é que a empresa deve cres- cer?" Há uma variedade de formas diferentes de responder à questão. As mais comuns são: Integração horizontal Integração vertical Diversificação (ou conglomeração) Intensificação Estratégia de cross-selling (venda cruzada) O que é? A venda de múltiplos produtos ou serviços a um mesmo cliente. A venda de produtos e serviços a distintas unidades de negócio de uma mesma empresa. A venda de produtos ou serviços à mesma empresa em diferentes pon- tos geográficos. Quais os benefícios? https://pt.wikipedia.org/wiki/Segmenta%C3%A7%C3%A3o_de_mercado https://pt.wikipedia.org/wiki/Integra%C3%A7%C3%A3o_vertical 7 As Estratégias de Cross-Selling optimizam receitas e custos num con- texto de concorrência muito forte e mercados maduros. Vender produtos ou serviços a um cliente já em carteira é até quatro vezes menos dispendioso do que fazê-lo a um cliente novo. Uma boa Estratégia de Cross-Selling deve estar baseada numa boa Es- tratégia de Segmentação. Aumentar a fidelidade e a retenção, gerar valor para o cliente e rentabi- lidade para o fornecedor, aumentar o conhecimento do cliente, criar uma "fábrica de oportunidades" de venda e aumentar a "perícia" do fornecedor são alguns dos benefícios de um bom Cross-Selling. As Estratégias de Cross-Selling devem traduzir-se na prática por Planos de Crescimento de Clientes adequados a cada segmento da carteira. Escolher o momento chave para lançar uma nova oferta é vital no pro- cesso de Cross-Selling. Só um conhecimento profundo do cliente permitirá acer- tar. Uma boa Estratégia de Venda Cruzada aumenta consideravelmente o "Customer Equity". É básico que exista um enfoque de longo prazo para crescer pela mão do cliente durante todo o seu ciclo de vida. Referências Hoover's/Miller Heiman. Cross-Selling and Up-Selling Estratégia de Up-selling O que é? Crescimento da relação com o cliente, mediante uma maior venda do mesmo produto, serviço, ou de versões mais avançadas dos mesmos. Factor chave https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Selling&action=edit&redlink=1 8 Maior número de soluções. Requisitos e Rendimento Maior número de produtos e serviços já disponíveis, e de soluções "pre- mium". Maior rentabilidade por venda e menos custo por venda. Benefícios Encurtar o ciclo de vendas e optimizar o ritmo de pedidos. Obter no momento compromissos de compra no futuro. Descobrir novas aplicações de determinados produtos ou serviços. Aumentar a penetração por cliente Consolidar a posição da empresa a médio e longo prazo. Quanto à agressividade Aqui colocamos a questão de saber se a empresa deverá crescer ou não e se sim, com que velocidade. Um esquema divide as estratégias em: segurar ceifar ou colher Um esquema mais detalhado usa as seguintes categorias: Marketing Planejamento estratégico Plano de marketing https://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing https://pt.wikipedia.org/wiki/Planejamento_estrat%C3%A9gico https://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_de_marketing 9 PLANO DE MARKETING O Planejamento Estratégico (português brasileiro) ou Planeamento Es- tratégico (português europeu) é o conjunto de mecanismos sistêmicos que utiliza processos metodológicos para contextualizar e definir o estabelecimento de me- tas, o empreendimento de ações, a mobilização de recursos e a tomada de de- cisões, objetivando a consecução do sucesso. São inúmeras as definições tanto de "plano" quanto de "estratégia", to- davia, existem algumas diferenças básicas entre as duas conceituações. Em linhas gerais, a estratégia é a síntese de uma ideia, que surge da criatividade, sendo qualquer um capaz de estabelecê-la paraalcançar objeti- vos. Já o plano, remete a uma análise fundamentada em metodologia específica, requerendo conhecimento formal, tendo por objetivos a realização de projetos. A união das duas palavras: Plano + Estratégia, gera a ideia de ação (hands on) surgindo o Planeja- mento Estratégico. Neste conceito, são agregadas peças para compor um sis- tema que se utiliza de metodologias específicas, com base em criteriosa análise da conjuntura e de cenários prospectivos, para definir metas, onde ressalta-se que estas devem ser específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e devem permitir acompanhamento, tendo um tempo definido para ocorrer. Para alcançar grandes objetivos, devem-se estabelecer pequenas metas. Todo o planejamento deve ter por base os recursos disponíveis, tanto de pessoal, quanto de material, para que, a partir daí, possam ser definidas as li- nhas de ação para a consecução dos objetivos propostos. Outro fator a ser con- siderado no Planejamento Estratégico é que já devem existir respostas para in- dagações como: "o quê?", "como?", "quem?", "quando?" e "onde?", sendo pro- cedido de rigorosa análise das linhas de ação propostas e da decisão sobre qual caminho seguir. 10 Todo planejamento estratégico tem por finalidade alcançar o sucesso, que pode ser definido como conseguir o que se quer. O planejamento estratégico é um processo e assim possui entradas (in- puts), atividades, produtos (output) e resultados. Este processo, como todos os processos, possui restrições. Ele pode ser formal ou informal e geralmente é repetitivo, com loops de feedback ao longo do processo. Alguns elementos do processo podem ser contínuos e outros podem ser executados como projetos separados com um início e fim definidos para um pe- ríodo. O planejamento estratégico fornece inputs para o pensamento estratégico, que orienta de fato à formação da estratégia. O resultado é a estratégia da organização, que inclui um diagnóstico do ambiente e da situação competitiva, uma política orientadora sobre o que a or- ganização pretende realizar, e as principais iniciativas ou planos de ação para alcançar a política orientadora. A formulação de estratégia competitiva inclui a consideração de quatro elementos-chave: Porter, Michael (1980) Forças e fraquezas da empresa; Valores pessoais dos principais implementadores (gerenciamento e con- selho); Oportunidades e ameaças da indústria; Expectativas societárias mais amplas. Os dois primeiros elementos relacionam-se com fatores internos da em- presa (ambiente interno), enquanto os dois últimos se relacionam com fatores externos à empresa (ambiente externo). Estes elementos serão considerados ao longo do processo de planejamento estratégico. 11 Dentro do Planejamento estratégico deve considerar dois aspectos fun- damentais em sua contextualidade: Onde a organização se encontra nesse momento; Qual posição pretende assumir. Desse modo, traça-se as seguintes estratégias: Meios utilizados para o alcance da meta pretendida; Recursos a serem utilizados pela gestão; Tempo limite para a execução das etapas; Formas de execução de cada ação. POSICIONAMENTO DO MARKETING Cada produto, serviço ou ideia, lançados no mercado, ocupam um de- terminado local nos corações e mentes de cada consumidor individual. Este local é hierarquizado. O primeiro da lista é o produto líder. Os demais, a partir do segundo listado, são os produtos, serviços e ideias considerados secundários. Todas as vantagens estão com o líder. As desvantagens com os secun- dários. O líder pode ser comercializado com maiores margens de lucro e neces- sitam de menores investimentos em tempo, energia e dinheiro para se manterem no topo. Os produtos secundários necessitam de amplos e onerosos esforços para tentar se aproximar dos líderes, e nem sempre o conseguem. 12 Qualquer pessoa pode fazer uma lista hierarquizada sobre qualquer pro- duto, serviço ou ideias que conheça ou consuma. Qual a melhor escola na ci- dade? O melhor sabão ou leite em pó? O melhor refrigerante? Ela poderá tam- bém listar os produtos/serviços e ideias de forma a que ocupem um “lugar” na lista que imaginou (hierarquização do posicionamento) de tal maneira que sem- pre poderá apontar facilmente os serviços, idéias ou produtos líderes e fixar as- sim seu posicionamento em relação aos que ocupem posições secundárias. Equação Custo x Benefício Quando podem , os consumidores optam pelos produtos líderes, que são líderes precisamente por serem considerados melhores. Esta equação en- volve tanto aspectos emocionais quanto econômicos. Enquanto isso os produtos secundários são adquiridos somente pelos que não podem comprar os produtos líderes e sofrem mais com as variações de renda ou problemas conjunturais da economia. em outras palavras se você tem recursos financeiros necessários você optara sempre pelo produto líder. Como adquirir Posicionamento de Mercado O posicionamento pode ser adquirido ao longo do tempo. Esse era o único método utilizado antes do advento do marketing tal como o conhecemos hoje. Atualmente, uma ideia, um produto ou um serviço podem ser lançados e adquirir o posicionamento de líder em seus respectivos mercados com uma rapidez extraordinária. E é isso o que tem ocorrido em diversas situações em que um produto semi-desconhecido, sem contar com o suporte de uma grande organização, ou sem “tradição” no mercado, muitas vezes derrota e substitui li- deranças mais antigas e estabelecidas. Exemplo do Mercado "Escolas" 13 Um exemplo de mercado pode ajudar a compreender o processo. Dado a grande mobilidade social promovida pela Educação no Brasil a escolha da escola dos filhos é uma prioridade em muitas famílias. Na verdade, muitos pais e mães sacrificam uma parcela importante de suas disponibilidades em tempo, dinheiro e energia para oferecer a melhor educação a suas crianças. Os pais que estudaram em boas escolas atribuem a esse fato, com razão, muito do sucesso que obtiveram na vida profissional. Aqueles que venceram dificuldades e suplantaram os obstáculos por te- rem estudado em escolas menos conhecidas ou posicionadas também desejam, freqüentemente, oferecer uma opção de estudo melhor que a que tiveram a seus filhos. Então esse é um mercado conservador por definição, em que os clientes baseiam sua escolha fortemente em Posicionamento de Mercado. No Brasil, até fins da década de sessenta, no âmbito de escolas e colé- gios privados, as organizações que possuíam os melhores posicionamentos eram as mais antigas, tradicionais, muitas vezes vinculadas a uma ordem religi- osa como os maristas, os jesuítas, batistas, etc. Baseavam seu posicionamento na excelência de seu ensino, nos resul- tados obtidos por seus alunos, na fixação de seus diferenciais mercadológi- cos através do tempo. Isto é, se preocupavam mais com o “produto” que forneciam. Numa de- ferência aos primórdios do marketing quando efetivamente as ações de marke- ting eram quase que exclusivamente empreendidas em função do Produto. Então surgiram escolas e colégios sem vínculos com confissões religio- sas, laicas, montados sobre conceitos e estruturas empresariais e utilizando es- tratégias de marketing mais agressivas. https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Diferenciais_mercadol%C3%B3gicos&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Diferenciais_mercadol%C3%B3gicos&action=edit&redlink=1 14 Elas, às vezes, se originaram em estabelecimentos pequenos e pouco representativos nas décadas anteriores, outras vezes foram empreendimentos completamente novos, inéditos em seus respectivos mercados. Em poucos anos as mais novas substituíram as escolas antigas na pre- ferência dos alunos e seus pais (posicionamento de mercado) captaram mais clientes, melhores professores, obtiveram custos fixos maisbaixos e ganhos de escala em seus custos variáveis, lucraram mais e puderam, por isso, oferecer serviços melhores a preços competitivos. Então as antigas escolas tiveram que baixar preços, e terminaram, em vários casos, por oferecer serviços de pior qualidade, definhando ou sobrevi- vendo com dificuldade. Porém, para ficarmos no exemplo das escolas, nem sempre as novas empresas educacionais obtiveram tanto êxito. Ele somente ocorreu quando es- tabeleceram estratégias apropriadas. Nas prateleiras de um supermercado o posicionamento de mercado tam- bém resolve um grande problema para o consumidor: a angústia de compra… Angústia da compra ou dissonância cognitiva Testes comportamentais comprovaram que os consumidores de servi- ços, ideias e produtos, quando expostos a soluções diferentes, desenvolvem a “angústia de compra”, ou "Dissonância Cognitiva". Uma insegurança, que pode ser bastante estressante, sobre a conveniência, a qualidade, ou a “racionalidade” de sua opção de compra. Às vezes dissolvem essa angústia pedindo auxílio a alguém em quem confiam, tomam informações e precauções antes de realizar a compra. Muitas vezes a dúvida é resolvida por um vendedor ou uma atendente que esteja ali propositalmente, e não por acaso. 15 Outras vezes conferem a validade de sua escolha em casa pedindo a opinião de parentes ou solicitando que avaliem por que preço comprou aquele produto ou serviço. Uma boa estratégia de posicionamento de mercado antecipa essa situ- ação oferecendo, através das ações de marketing apropriadas, as respostas de que o cliente necessita para fazer sua escolha. Assim, diante de um expositor de supermercado, se ele o puder, comprará sempre o produto líder, evitando a angústia de compra e se sentindo auto-recompensado por sua opção. Verificando o Posicionamento de Mercado O posicionamento de mercado é facilmente verificável através de pes- quisas. Em geral, pesquisas de campo oferecem resultados bastante nítidos. Há todo um capítulo da Estatística dedicado a esse tipo de pesquisa de mercado. Posicionamento de Mercado no Marketing Pessoal Cada pessoa, em se tratando de Marketing Pessoal, possui vários posi- cionamentos de mercado. Tantos quantos sejam os mercados em que atua. E em cada um tem um posicionamento que lhe é peculiar, específico. No mercado “família” alguém pode ser o “apaziguador” o “diplomático” que desanuvia ambientes e promove a concórdia entre tios, primos, irmãos, pais, etc. Pode ter um posicionamento contrário, “briguento”, “ranzinza”, “rabugento”. No trabalho, outro dos “mercados” em Marketing Pessoal, pode ter um posicionamento inteiramente diferente, ser o “brincalhão”, o “responsável”, o “so- lucionador de problemas” o “criativo” etc. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pesquisa_de_mercado https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Marketing_Pessoal&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Marketing_Pessoal&action=edit&redlink=1 16 COMÉRCIO INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔ- MICO Evolução histórica do comércio internacional Começaremos com uma questão básica: para que serve o comércio e por que ele é importante? Essa questão é objeto de diversos estudos da ciência econômica que aponta para a sua relevância para a riqueza das nações. Inúmeras teorias do comércio procuram explicar seu fundamento, suas vantagens e seus efeitos econômicos, especialmente sob a dimensão internacional. O homem comercializa com o objetivo de maximizar sua riqueza e au- mentar seu bem-estar, de forma a satisfazer suas necessidades básicas e/ou seus desejos por outros produtos. A questão está ligada ao dilema: comercializar ou estocar? Qual a melhor alternativa, considerando um excedente de produ- ção/extração? Por que comercializamos o excedente se podemos acumular o bem para um momento de escassez? O comércio se desenvolve a medida que o detentor de algum bem ou serviço, ao invés de acumulá-lo, resolve trocá-lo por outro bem ou serviço, ou seu valor correspondente em moeda ou outro ativo, por entender que tal troca seria mais vantajosa. Em sua fase primitiva, estava associado a um excedente de produção. No comércio internacional é a mesma coisa, mas leva em conta o fator território. Comércio internacional refere-se ao intercâmbio de bens e serviços entre diferentes países. Em geral, tem como objetivo a maximização da riqueza, tanto do comerciante quanto 17 do país, e/ou o aumento do bem-estar da população. O conceito envolve tudo que está relacionado com a operação comercial, inclusive o transporte, seguro e financiamento, caso existente. Atenção!! A ESAF, nos concursos da RFB de 2000 e 2002, cobrou o tema “conceito de comércio internacional”: - Ao conjunto dinâmico do intercâmbio físico de bens e de serviços, bem como dos fluxos financeiros correspondentes, entre os diversos países, regiões e grupos econômicos do mundo, resultante da divisão internacional do trabalho, da dotação diferenciada dos fatores de produção e da diversidade das habilida- des adquiridas por cada participante, poder-se-ia denominar Comércio Interna- cional. - A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias e serviços de todos os tipos entre diferentes países em tudo o que for ligado à sua execução, incluindo transporte e pagamento. COMENTÁRIO: Trata-se de conceitos semelhantes, que consideram a relação de troca de bens e serviços entre diferentes territórios soberanos. Importante diferenciar a expressão “comércio internacional” da expressão “comércio exterior”. Tratamse de expressões semelhantes, referindo-se ao inter- câmbio de bens e serviços entre diferentes países, mas a partir de pontos de vista distintos: referimos a “comércio internacional” a partir de uma perspectiva 18 global; e a “comércio exterior” a partir de uma perspectiva de um país específico. Portanto é equivocada afirmarmos que estamos estudando comércio internacio- nal brasileiro, mas sim comércio internacional, numa perspectiva global; de outro lado, é correto afirmarmos que estudaremos as políticas brasileiras de comércio exterior, não as políticas de comércio internacional brasileiro. Entenderam a sutil diferença? O estudo do comércio internacional é de fundamental importância para o pleno desempenho das atividades aduaneiras na RFB. Trata-se de matérias intimamente ligadas, e, por isso, são cobradas na mesma prova no concurso da Receita. A atividade aduaneira possui uma estreita vinculação com a comerciali- zação de mercadorias entre diferentes territórios, observada até mesmo em an- tigas civilizações. Segundo Montesquieu, “Onde há comércio há alfândegas. O objetivo do comércio é a exportação e a importa- ção das mercadorias em favor do Estado, e o objetivo das alfândegas é um certo direito sobre essa mesma exportação e importação, também em favor do Estado” A vigilância das fronteiras do território (cidade-estado, reino, império, feudo, tribo), com o controle do tráfego externo de mercadorias, refletia o poder do ente controlador do território e era exercido por alguma espécie de autoridade aduaneira. A aplicação de restrições à importação e à exportação de mercado- rias é tão antiga quanto o comércio entre os territórios, como forma de proteção à economia interna (ainda que de forma primitiva) e à segurança, além de propi- ciar o reconhecimento da autoridade do ente controlador do território e a sobe- rania territorial, influenciada pela corrente econômica dominante em cada época. O doutrinador argentino Ricardo Xavier Basaldúa, em seu clássico es- tudo sobre o Direito Aduaneiro, apresentou uma investigação histórica sobre a presença da Aduana em diversas civilizações (Egito, Grécia, Roma, Idade Mé- dia, Veneza, Gênova, Bizâncio, França, Espanha e América pré-colonial). 19 O autor reportaa presença de alguma atividade aduaneira nessas civi- lizações, através do controle exercido na entrada e saída de mercadorias de seu território, de forma a impedir esse fluxo, ou aplicar-lhes alguma espécie de gra- vame na operação comercial. Buscava-se, assim, desde o início, a proteção da economia local. De acordo com a abundância ou a escassez de uma determinada mercadoria em outras regiões, estabeleciam-se cotas maiores ou menores de importação e ex- portação, definindo, ainda como fator de restrição, os gravames. Com o surgimento da Revolução Comercial e a consequente desintegra- ção do feudalismo, com a consolidação do absolutismo e a formação dos Esta- dos Nacionais, a atividade aduaneira passou a exercer um outro papel funda- mental dentro da doutrina econômica então vigente (mercantilismo): a arrecada- ção de tributos ou direitos aduaneiros sobre a entrada ou saída de mercadorias do território, constituindo uma importante fonte de recurso ao tesouro do Estado Nacional, além de instrumento para a prática de medidas protecionistas. A prá- tica mercantilista proporcionava um resultado positivo na balança comercial do Estado, com o acesso às reservas de metais preciosos e o desenvolvimento de suas manufaturas. Precisamos relembrar alguns pontos que aprendemos na escola ou na universidade: Entende-se como Revolução Comercial o conjunto de transformações ocorridas nas relações de troca entre a Europa e o resto do mundo no período que vai do século XV ao XVII, em decorrência da formação dos mercados naci- onais e do desenvolvimento do comércio no continente europeu, a partir do sé- culo XI. Nesse período, foram formadas as grandes companhias de comércio (Índias Ocidentais e Índias Orientais), que, aliadas às Coroas europeias, empre- enderam a luta pelo domínio das fontes de metais preciosos e especiarias, cul- minando com o desenvolvimento do mercantilismo. 20 A doutrina mercantilista caracterizou o período histórico da Revolução Comercial e foi marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação dos Estados Nacionais. Essa doutrina econômica defendeu o acúmulo de divisas em metais preciosos pelo Estado por meio de um comércio exterior de caráter pro- tecionista e superavitário. Naquela época, o comércio internacional era fundamentado pela busca por excedentes na balança comercial, de forma a permitir aos Estados a acumu- lação de metais preciosos, que era considerado como o principal fator de riqueza das nações. Caso o Estado não possuísse riquezas minerais ou colônias para a extração dos metais preciosos (ouro e prata), ele deveria buscar o superávit nas transações comerciais internacionais, de forma que o excedente seria pago em metais preciosos. Importante relembrar: a riqueza de um país era considerada a partir da quantidade de metais preciosos que cada um possuía Dessa forma, o mercantilismo exigia: ▪ Acumulação de riquezas na forma de metais preciosos ▪ Busca de resultados positivos na balança comercial ▪ Incentivo à agricultura, no intuito de reduzir as importações e gerar tri- butos internos ▪ Adoção de medidas protecionistas ▪ Exploração das colônias Vocês se lembram do conceito de Balança de Pagamentos? Trata-se de um registro contábil das transações de um país com o exte- rior, com registros das transações comerciais (balança comercial) e de serviços (balança de serviços). 21 Para os mercantilistas, o que importava era a quantidade de metais pre- ciosos que o país acumulava. Aqueles países que não eram produtores de me- tais preciosos deveriam aumentar suas reservas de ouro através de superávits no comércio internacional. A diferença entre o que vendia e o que comprava era recebido em metais preciosos, permitindo a acumulação do país superavitário no comércio internacional. Destacamos que os mercantilistas entendiam que o comércio internacional tinha ganhos de soma nula, ou seja, um país ganharia à custa do outro país. Durante o mercantilismo, o comércio internacional passou por um pro- cesso de regulamentação, inclusive as normas aduaneiras, de forma a disciplinar as operações internacionais e resguardar os interesses dos agentes de comércio e dos Estados Nacionais. Data de 1687, durante o reinado de Luiz XIV, na França absolutista, aquele que é considerado como o primeiro código aduaneiro, com disposições administrativas, penais, tributárias e processuais. Trata-se da fase inicial da uti- lização de barreiras tarifárias (direitos aduaneiros) com o objetivo de restringir a importação de bens de forma a promover a produção nacional. Já no século XVIII, o desenvolvimento do comércio internacional foi um dos pilares da doutrina econômica clássica, a partir da principal obra de Adam Smith, intitulada “A Ri- queza das Nações” , na qual defendia a concentração por parte de cada país na produção de artigos cujos custos fossem mais baixos do que em outros países. Com o livre comércio, importava não a riqueza das nações de forma separadas, mas a riqueza de todas as nações em conjunto. O comércio irrestrito entre as nações proporcionaria o crescimento de todos os países, sendo que cada país deveria se concentrar na produção dos bens que lhe oferecem vantagem absoluta. O Adam Smith é pai do liberalismo e autor da célebre expressão “mão invisível do mercado”, que tudo regula. David Ricardo, outro autor clássico da Ciência Econômica, em sua obra “Princípios de Economia Política e Tributação” 22 publicada originalmente em 1817, apresentou sua teoria das vantagens compa- rativas, fundamentando de forma mais consistente o desenvolvimento do comér- cio internacional. Essa teoria centra sua eficácia nos fatores produtivos e nos custos rela- tivos, de forma que um país deve especializar-se exclusivamente na produção de mercadorias nos quais teriam abundância de recursos e custos relativos fa- voráveis, importando as demais mercadorias cujo custo de produção seria des- favorável. Dessa forma, se produziria naturalmente uma divisão internacional da produção, através do comércio internacional, permitindo trocas eficientes e ren- táveis a todas as nações participantes. O modelo clássico do comércio internacional segunda teoria ricardiana é resumido em uma nota de rodapé de sua principal obra: “Assim, um país dotado de grandes vantagens em maquinaria e em capacidade téc- nica, e que consiga, portanto, produzir certas mercadorias com muito menos trabalho que seus vizinhos, poderá importar em troca dessas mercadorias parte dos cereais necessários a seu consumo, mesmo que sua terra seja mais fértil e nela os cereais pudessem ser cultivados com menos trabalho do que no país do qual são importados8 .” Mas a grande crítica que é feita nas teorias clássicas é que os autores se utilizaram de apenas um fator de produção: o trabalho. E os demais, não afe- tariam também o comércio internacional? A resposta é afirmativa, e foi objeto de estudo por outros economistas. Antes, temos que explicar o que são fatores de produção: são aqueles elementos indispensáveis ao processo produtivo. Historicamente, são conside- rados como fatores de produção a terra, o trabalho e o capital. Além do modelo ricardiano, o comércio internacional encontra sua fun- damentação na teoria de Heckscher-Ohlin, chamada de teoria das proporções de fatores, desenvolvida por dois economistas suecos (Eli Heckscher e Bertil Ohlin, este último recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1977). Essa teoria fundamentase na inter-relação entre as proporções em que fatores de produção 23 diferentes estão disponíveis em diferentes países e as proporções em que eles são utilizados na produção de diferentes bens. Com base nessa teoria, um país tende a exportar bens intensivos nos fatores cuja oferta é abundante. Para o economista Paul Krugman, os países participam do comércio in- ternacional pordois motivos básicos: em primeiro lugar, porque diferem um dos outros, permitindo a especialização na produção daquilo que fazem melhor em relação aos demais; em segundo lugar, para obter economias de escala, de forma a produzirem numa escala maior e mais eficiente do que se tentasse pro- duzir todos os bens de que necessitam. Destacaremos as principais características de cada teoria do comércio internacional no próximo tópico! Significativa mudança no comércio internacional e no papel da Aduana ocorreu no século XX, no pós-guerra. Com a economia europeia bastante debilitada, o comércio internacional se tornou sujeito a uma crescente variedade de restrições, com a implantação de medidas protecionistas que visavam a proteção de seu mercado interno no reduzido mercado mundial, prolongando o quadro recessivo das economias e diminuindo ainda mais o mercado mundial. Diante desse quadro, as potências aliadas reunidas em Bretton Woods em 1944, concluíram pela necessidade de reconstrução da economia mundial, fundando uma nova ordem econômica baseada em três instituições: o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Internacional de Reconstrução e Desen- volvimento (BIRD) e a tentativa de criação da Organização Internacional de Co- mércio (OIC), cujos reflexos no comércio internacional refletem-se até os dias atuais. TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Teoria das vantagens absolutas A teoria das vantagens absolutas foi desenvolvida por Adam Smith, em seu livro “A Riqueza das Nações” (título completo: Uma investigação sobre a 24 natureza e as causas da riqueza das nações), publicado originalmente no ano de 1776. Segundo Smith, a riqueza de cada país não seria considerada consi- derando a quantidade de metais preciosos acumulados, como defendiam os mercantilistas, mas à sua força de trabalho. Esse era o fator de produção que gerava riqueza ao país. Além disso, deveria ser considerada a riqueza das nações tomadas em conjunto, e não a riqueza de cada país de forma separada. Segundo a teoria clássica, o livre co- mércio proporcionaria o crescimento de todos os países, sendo que cada país deveria se concentrar na produção dos bens que lhe oferecem vantagem abso- luta, ou seja, em artigos cujos custos de produção fossem mais baixos do que em outros países. Vamos lembrar que Adam Smith, o pai do liberalismo, pregava a abstenção do Estado e a regulação da economia pelo mercado: a “mão invisí- vel” do mercado resolveria quase tudo! O principal pilar da Teoria das Vantagens Absolutas era a divisão inter- nacional da produção: cada país deveria se especializar na produção de itens em que possuísse maior eficiência (utilização de uma menor quantidade de in- sumos na produção do bem), importando os demais bens a serem consumidos internamente, e exportando o excedente de sua produção. Segundo essa teoria, a divisão internacional da produção permitiria a produção de bens com menores custos por países que possuíssem vantagens absolutas em sua produção, proporcionando um aumento do bem-estar a todos. Um ponto interessante: para Smith, nem sempre é necessário a obtenção de superávits (exportação menos importação) para justificar o comércio internacio- nal, visto que o comércio pode beneficiar todos os envolvidos na operação, pela redução do custo de produção. A seguinte passagem da obra de Adam Smith ilustra bem a importância da divisão internacional da produção, que proporciona vantagens no comércio: “Todo pai de família prudente tem como princípio jamais tentar fazer em casa aquilo que custa mais fabricar do que comprar. O alfaiate não tenta fazer seus próprios sapatos, mas 25 os compra do sapateiro. O sapateiro não tenta confeccionar seu traje, mas recorre ao alfaiate. O agricultor não tenta fazer nem um nem outro, mas se vale desses artesãos. Todos consideram que é mais interessante usar suas capacidades naquilo em que têm vantagem sobre seus vizi- nhos, comprando com uma parcela de sua produção ou com o preço de uma parcela dela, tudo o mais de que tiverem necessidade.” Teoria das Vantagens Comparativas A Teoria das Vantagens Comparativas, desenvolvida por David Ricardo, justifica o comércio internacional mesmo quando um país for mais eficiente na produção de todos os bens, ou seja, mesmo que tenha vantagens absolutas em todos os bens considerados. Destacamos o seguinte trecho de sua obra “Princípios de economia po- lítica e de tributação”, que foi originalmente publicada em 1817: “Assim, um país dotado de grandes vantagens em maquinaria e em capacidade téc- nica, e que consiga, portanto, produzir certas mercadorias com muito menos trabalho que seus vizinhos, poderá importar em troca dessas mercadorias parte dos cereais necessários a seu consumo, mesmo que sua terra seja mais fértil e nela os cereais pudessem ser cultivados com menos trabalho do que no país do qual são importados.” Para Ricardo, o comércio internacional se justifica mesmo quando um país não possua vantagens absolutas em relação a outros, visto que não é o princípio da vantagem absoluta que possibilita o comércio, mas as vantagens comparativas. Mas o que seria vantagem comparativa? São as diferenças de produtividade de diferentes bens, considerando o custo de oportunidade. O custo de oportunidade considera aquela velha escolha que temos que fazer (e os países também) analisando aquilo que devemos abrir mão para obter outro item. No caso de países, abrir mão de se produzir determi- nado bem para focar a produção em outro bem mais vantajoso. Segundo Ricardo, os países deveriam se especializar em bens nos quais tivessem vantagem comparativa, e adquirir os demais bens no mercado externo 26 a um preço inferior (considerando o fator trabalho) ao que seria na produção interna. O autor trouxe o exemplo de vinhos e tecidos: “A Inglaterra exportava tecidos em troca de vinho porque, dessa forma, sua indústria se tornava mais produtiva; teria mais tecidos e vinhos do que se os produzisse para si mesma; Portugal importava tecidos e exportava vinho porque a indústria portuguesa poderia ser mais beneficamente utilizada para ambos os países na produção de vinho.” Teoria das Proporções de Fatores – Heckscher-Ohlin A Teoria das proporções de fatores foi desenvolvida por dois economis- tas suecos, Eli Heckscher e Bertil Ohlin (Ohlin recebeu o Prêmio Nobel de Eco- nomia em 1977), e se fundamenta na inter-relação entre as proporções em que fatores de produção diferentes estão disponíveis em diferentes países, e nas proporções em que eles são utilizados na produção de diferentes bens. Com base nessa teoria, um país tende a exportar bens intensivos nos fatores cuja oferta é abundante. Esta teoria procura fundamentar o comércio internacional considerando mais de um fator de produção. Além do fator “trabalho”, considerado na teoria ricardiana, o modelo de Heckscher-Ohlin analisa as vantagens comparativas considerando o custo de produção também com base nos fatores “terra”, “recur- sos naturais” e “capital”. Como exemplo, se um país cujo fator trabalho for abun- dante poderá ter um custo relativo menor em produtos intensivos em trabalho; por outro lado, um país intensivo em capital poderá ter vantagem comparativa na produção de bens intensivos em capital. A teoria das proporções de fatores complementa a teoria das vantagens comparativas, resolvendo um de seus problemas: aquela teoria considerava apenas um fator de produção (trabalho). Vejamos um exemplo simples: Não é novidade para ninguém que o Brasil é abundante no fator terra e o Japão é abun- dante no fator capital. Também sabemos que o Brasil não é abundante em capi- tal e o Japão não é abundante em terra. 27 Dessa forma, o Brasil deveria se especializar na produção de bens in- tensivos do fator terra, que levará certamente a uma grande vantagem compa- rativaem relação ao Japão; por outro lado, o Japão deveria se especializar em bens intensivos em capital, que demandam um grande investimento. Assim, se justifica a produção brasileira e exportação de soja e carne, com grande vantagem comparativa, e a produção japonesa de bens de alta tec- nologia, que são intensivos no fator capital. Novas teorias de comércio internacional ▪ Comércio intrafirmas (mesmo setor); ▪ Comércio entre países com proporções de fatores semelhantes; ▪ Ganhos da economia de escala; ▪ Concorrência monopolística; ▪ Diferenciação de produtos; ▪ Gosto dos consumidores. POLÍTICA COMERCIAL As políticas comerciais são ações governamentais que definem o co- mércio com terceiros países. Por isso é um ramo do Comércio Internacional. Várias sãos essas políti- cas razão pela qual usamos o plural. Encontramos no ICONE a seguinte mani- festação sobre este tema: 28 A política comercial é um dos quatro pilares da política macroeconômica, que inclui ainda as políticas fiscal, cambial e monetária. A política comercial, es- pecificamente, constitui-se num conjunto de medidas e ações, em geral públicas, que afetam as transações comerciais de um país com o resto do mundo. Referidas medidas podem determinar maior ou menor integração eco- nômica do país com as demais nações, dependendo da profundidade dos acor- dos comerciais negociados pelo país em questão, bem como do perfil dos ins- trumentos de política comercial que ele aplica em seus parceiros ou recebe dos mesmos. A título de exemplo, citam-se como os principais instrumentos da polí- tica comercial a tarifa, as quotas tarifárias, as medidas de defesa comercial, os subsídios à exportação e as barreiras não-tarifárias. Nesse contexto, a política comercial de um país afeta diretamente os resultados de suas exportações e importações tanto no presente como no futuro, pois os compromissos assumidos nos acordos comerciais são negociados com prazos definidos de implementação. Além disso, ela impacta os níveis de ativi- dade e de emprego domésticos na medida em que modifica o grau e o tipo de exposição da indústria nacional ao produto importado. O Edital da ESAF para o concurso de Analista de Comércio Exterior tem, como uma das provas, o Direito Internacional. Dentro deste tema encontramos as Políticas Comerciais, que por sua vez se subdividem em: a) – Protecionismo e livre-cambismo. b) – Barreiras tarifárias e não-tarifárias. PROTECIONISMO Protecionismo é uma doutrina, uma teoria que prega um conjunto de medidas a serem tomadas no sentido de favorecer as atividades econômicas in- ternas, reduzindo e dificultando ao máximo, a importação de produtos e a con- corrência estrangeira. Tal teoria é utilizada por praticamente todos os países, em maior ou menor grau. Alguns exemplos de medidas protecionistas: 29 – Criação de altas tarifas e normas técnicas de qualidade para produtos estrangeiros, reduzindo a lucratividade dos mesmos; – Subsídios à indústria nacional, incentivando o desenvolvimento eco- nômico interno; – Fixação de quotas, limitando o número de produtos, a quantidade de serviços estrangeiros no mercado nacional, ou até mesmo o percentual que o acionário estrangeiro pode atingir em uma empresa. O responsável pela fiscalização do comércio entre os países e dos atos protecionistas que eles adotam é a OMC (Organização Mundial do Comércio), cujo papel é promover a liberalização do comércio internacional. O protecionismo é vantajoso, em tese, pelo fato de proteger a economia nacional da concorrência externa, garantir a criação de empregos e incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias. No entanto, estas políticas podem, em alguns casos, fazer com que o país perca espaço no mercado externo; provocar o atraso tecnológico e a aco- modação por parte das empresas nacionais, já que essas medidas tendem a protegê-las; além de aumentar os preços internos. Vale ressaltar também que a diminuição do comércio, consequência na- tural do protecionismo, enfraquece políticas de combate à fome e ao desenvol- vimento dos países pobres. Por Tiago Dantas Equipe Brasil Escola LIVRE-CAMBISMO Livre Cambismo é um modelo de mercado onde a troca de bens e servi- ços entre países não é afetada por restrições do estado. É o contrário ao prote- cionismo, que é a política económica que pretende restringir o comércio entre países. As trocas podem ser restringidas pela aplicação de taxas e tarifas alfan- degárias, quotas e subsídios as subvenções ou subsídios às exportações, legis- lação e leis antidumping. Esta política económica visa proteger a indústria naci- onal em detrimento da concorrência estrangeira. Livre Cambismo é contrário ao o protecionismo, que é a política económica que pretende restringir o comércio 30 entre países. As trocas podem ser restringidas pela aplicação de taxas e tarifas alfandegárias, quotas e subsídios as subvenções ou subsídios às exportações, legislação e leis antidumping. Esta política económica visa proteger a indústria nacional em detrimento da concorrência estrangeira. BARREIRAS TARIFÁRIAS Conjunto de instrumentos adotados pelo governo para controlar o co- mércio internacional de seu país, reduzindo ou até mesmo impedindo a entrada de concorrentes estrangeiros em seu território através do aumento das alíquotas incidentes na importação. As barreiras e/ou restrições comerciais podem ser legítimas e visar à tutela de determinado bem jurídico pelo Estado, como a proteção da saúde do consumidor ou a proteção do meio-ambiente. Todavia, elas podem ser utilizadas como forma de protecionismo, pro- movendo um desestímulo à importação, de maneira artificial, por meio da impo- sição de tarifas, taxas, impostos, restrições quantitativas e outras barreiras não- tarifárias. BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS O IPEA apresenta o seguinte trabalho (parte) sobre barreiras não tarifá- rias, assinado por Patrícia Anderson: – As BNTs (Barreiras não tarifárias) De acordo com Deardorff e Stern (1997), a dificuldade básica no estudo sobre BNTs é que sua definição é dada pelo que elas não são. Ou seja, as BNTs são todas as barreiras ao comércio que não sejam tarifas. Além disso, algumas BNTs são formais, no sentido de estarem explícitas na legislação do país, e ou- tras são informais e advêm, por exemplo, de procedimentos administrativos e políticas ou regulamentações governamentais não publicadas; estrutura de mer- cado; e instituições políticas, sociais e culturais. Os impedimentos ao comércio 31 associados às barreiras informais podem ser resultado de um esforço consciente do governo em favor dos interesses domésticos, ou o subproduto de práticas ou políticas enraizadas nas instituições domésticas. A seguir estão listadas as maiores categorias de BNTs e algumas políti- cas relacionadas [ver Deardorff e Stern (1997, p. 54-57)]: a) restrições quantitativas e limitações específicas similares: quotas de importação; limite às exportações; licenças; restrições voluntárias às exporta- ções etc.; b) encargos não-tarifários e políticas relacionadas que afetam as impor- tações: requerimento de depósito antecipado; imposto antidumping; imposto an- tissubsídio etc.; c) participação do governo no comércio, práticas restritivas e políticas governamentais em geral: subsídios e outras ajudas; compras do governo, mo- nopólio do governo e franquias exclusivas; política industrial e medidas de de- senvolvimento regional etc.; d) procedimentos alfandegários e práticas administrativas: procedimen- tos de valoração, classificação e desembaraço aduaneiros; e e) barreiras técnicas ao comércio: regulamentações sanitárias e de pa- drões de qualidade, de segurança e industrial; regulamentação de embalagem, etiqueta, inclusive registro de marca etc. A ABIMAQ fornece as seguintes informações quanto as barreiras não tarifárias:As Barreiras Não Tarifárias (BNTs) são quaisquer mecanismos e instru- mentos de política econômica que influenciam o comércio internacional sem o uso de mecanismos tarifários. O tipo clássico de BNT são as quotas de importação. As quotas são sim- plesmente uma forma de restrição à quantidade de produto importado, limitada 32 a um número pré-estabelecido alocado sob a base global ou específica. As quo- tas possuem um sistema de administração e licenciamento próprio, que pode variar do leilão à concessão discricionária. As quotas de importação podem também ser combinadas às barreiras tarifárias tradicionais, com tarifas que variam entre um valor mais baixo, quando a quantidade importada ainda está abaixo da quota (tarifa intra-quota), para um mais alto, uma vez que a quota seja extrapolada (tarifa extraquota). Barreiras Técnicas São um tipo muito específico de barreira não tarifária. Reguladas pelo Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT, em inglês), não são, stricto sensu, mecanismos de defesa comercial, mas sim de defesa da sociedade: é possível determinar barreiras técnicas à importações de determinados produtos motivado pelas necessidades da segurança nacional; pela prevenção contra práticas enganosas; pela proteção à saúde ou segurança humana, à saúde de plantas e animais, ou ainda ao meio ambiente. A proibição da entrada de carne produzida em área onde haja alguma epidemia animal ou a criação de critérios de higiene mínimos para o transporte de cerveja são exem- plos de barreiras técnicas. Um dos principais órgãos anuentes responsáveis pela imposição de bar- reiras técnicas é o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Medidas de barreira técnica têm que considerar as informações técnicas e científicas disponíveis, as tecnologias de processamento e a destinação final dos produtos. São tipos de barreiras técnicas, entre outros, as exigências ambientais, fitossanitárias, ambientais e laborais. http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/asbtc.asp 33 34 REFERÊNCIAS FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18ª ed. Rio de Janeiro, Qualliymark, 2011. LEI 4.595, LEI 9.613, LEI 9.307, LEI 7.730, LEI 6.385, LEI 12.683, LEI 12.154, LEI 10.683 Decreto 3.088 Decreto Lei 73, Decreto Lei 168 IN CVM 554, IN CVM 539 Circular 3.119, Circular 2.698, Circular 2.900, Circular 3.461 Resolução 2.554, Resolução 2.025, Resolução 2.682 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MER- CADO Bodie, Kane e Marcus. Investments. 2007. Cavalcante, Misumi e Rudge. Mercado de Capitais: O que é, como fun- ciona. 6ª edição - Rio de Janeiro: Campus, 2005. Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 14ª edição – Rio de Janeiro: QualityMark Ed, 2000. 35 Sites utilizados: www.bcb.gov.br, www.cetip.com.br, www.cvm.gov.br, www.bovespa.com.br, www.bmf.com.br, www.andima.com.br, www.anbid.com.br, www.tesourodireto.gov.br. http://www.bcb.gov.br/ http://www.cetip.com.br/ http://www.cvm.gov.br/ http://www.bovespa.com.br/ http://www.bmf.com.br/ http://www.andima.com.br/ http://www.anbid.com.br/ http://www.tesourodireto.gov.br/
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