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ESTRANGULAMENTO
*Luis Carlos Cavalcante Galvão
O estrangulamento é uma asfixia por constricção do pescoço. Consiste na compressão do pescoço por corda ou material semelhante, antebraço, ou pelas mãos do agente. No entanto, o estrangulamento pelas mãos recebe o nome de “ESGANADURA” por vários Autores nacionais. Nós trataremos dela separadamente, por achamos didaticamente melhor. O estrangulamento apresenta sua etiologia na seguinte ordem decrescente: homicídio (a maioria absoluta dos casos); acidente (ex. um garoto no interior do estado, colocou a rédea do cavalo que montava ao redor de pescoço e, ao cair, foi estrangulado acidentalmente); suicídio, (só existe uma possibilidade de estrangulamento por suicídio, o torniquete). Certa vez o pai de um estudante de Medicina, ao receber o resultado de uma biópsia ganglionar, passou um fio ao redor do pescoço e, com uma escova de dentes, fez um torniquete. Quando instalou – se a hipóxia cerebral ele caiu e, no entanto, o torniquete não se desfez, morrendo assim por estrangulamento.
A fisiopatologia é semelhante a do enforcamento apresentando os três mecanismos: asfíxico, vascular e nervoso.
ACHADOS NECROSCÓPICOS EXTERNOS
Externamente, para o diagnóstico do estrangulamento, a região do pescoço assume importância vital. Nela vamos encontrar, à altura das cartilagens da laringe, um sulco horizontal, contínuo ou completo, podendo ser único ou não; a depender do número de voltas dadas em torno do pescoço. É comum encontrar – se sulco em forma de X no ponto de tração.
Devemos relembrar que o sulco do enforcamento é oblíquo, ascendente e interrompido ao nível do nó. Somente a inspeção externa, já reflete o tipo de asfixia por constrição do pescoço. Por isto, é fundamental sua descrição minuciosa no laudo. O estrangulamento, na sua grande maioria, conta com o elemento surpresa, ou seja, quase sempre é praticado de forma abrupta. 
ACHADOS NECROSCÓPICOS INTERNOS
Internamente encontramos sufusões hemorrágicas da musculatura do pescoço. Têm sido verificadas, com certa freqüência, fraturas das cartilagens da laringe. A depender da altura em que foi aplicada a volta do laço podemos encontrar disjunção do osso hióide.
Quanto ao osso hióide só devemos admitir a fratura do corpo com absoluta certeza não esquecendo de fotografa – la. Na maioria absoluta das vezes o que acontecerá é a disjunção ou mais raramente a fratura de um ou de ambos os cornos.
Também são encontradas lesões diversas nos vasos cervicais. O sinal de Amussat, típico do enforcamento, também pode ser observado, com menor freqüência, no estrangulamento.
Autores como Etiene Martin, caracterizaram equimose especial na túnica externa da carótida primitiva abaixo de sua bifurcação, de um lado ou em ambos, produzida pela pressão exercida do ângulo posterior e superior da cartilagem tiróide, comprimindo a carótida imobilizada sobre planos vertebrais cervicais.
Nos pulmões e no coração, não raro, encontramos manchas de Tardieu.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito através do conjunto de lesões encontradas. O aspecto, forma e direção do sulco, assume importância decisiva na conclusão diagnóstica. O exame do cadáver no local do fato é quase que imprescindível, pois sinais de luta, lesões secundárias, manchas de sangue etc, serão devidamente esclarecidas. Numerosas voltas em torno do pescoço, com sulco pouco profundo, nos dirigem para um caso de simulação.
Na verdade, deve o Legista preocupar–se em caracterizar o estrangulamento através do sulco encontrado no pescoço, das lesões encontradas internamente, procurando diferencia–las de outras asfixias por constricção do pescoço, afastando as simulações para ocultar a causa real da morte.
Não raro após um estrangulamento homicida podemos encontrar dois sulcos um horizontal e outro oblíquo e interrompido ao nível do nó. Isto é típico de simulação de enforcamento após homicídio por estrangulamento, sobretudo no interior de presídios e delegacias. Um exame detalhado destes sulcos e com auxílio da anatomia patológica permite perfeitamente estabelecer o sulco produzido pós – morte, desmascarando a farsa.

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