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Introdução Eng. Civil 3

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1 
 
 
 
 
Apostila de Introdução a 
Engenharia Civil 
Curso de Engenharia Civil 
 
Professora Eliane Alves Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Notas de aula da disciplina Introdução a Engenharia Civil ministrada pela Profª. Eliane Alves Pereira ao 
curso de Engenharia Civil da UNITRI. 
2 
 
Sumário 
 
1 Introdução ...................................................................................................................... 3 
2 Plano de Ensino da Disciplina ........................................................................................ 4 
3 Apresentação do Curso de Engenharia Civil UNITRI ................................................... 6 
3.1 Guia de Orientação Acadêmica do Aluno – GOA ................................................... 6 
3.2 Calendário Acadêmico ............................................................................................ 6 
3.3 Resolução CNE/CES 11, de 11 de Março de 2002. ................................................. 6 
4 Mercado de Trabalho e Perspectivas ............................................................................ 12 
5 Perfil do Engenheiro Civil do século XXI ................................................................... 13 
6 Engenharia .................................................................................................................... 15 
7 História da Engenharia ................................................................................................. 17 
8 Grandes Feitos da Engenharia Civil e de Ilustres Engenheiros Civis na Era Moderna 21 
9 Ética Profissional .......................................................................................................... 30 
10 As funções CONFEA/CREA ...................................................................................... 37 
10.1 Apresentação do CONFEA .................................................................................. 37 
10.2 Histórico do CONFEA ........................................................................................ 38 
10.3 CREA/MG ........................................................................................................... 38 
10.4 Fiscalização ......................................................................................................... 40 
10.5 Anotação de Responsabilidade Técnica .............................................................. 42 
11 Atribuições do Engenheiro Civil ................................................................................ 43 
12 Referência Bibliográfica ............................................................................................. 52
 
 
3 
 
1 Introdução 
Esta apostila tem como objetivo puramente didático e de informações básicas 
necessárias para o conhecimento da profissão de engenheiro civil, entre elas, conceitos, 
atribuições do profissional, atribuições dos sindicatos e Conselhos Federal e Regional, 
entre outros aos alunos ingressantes no curso de engenharia civil do Departamento de 
Engenharia Civil da UNITRI. Não pretende esgotar o assunto, pois essa área é muito 
vasta e necessita de estudos históricos e sobre as legislações e atuações profissionais, de 
forma mais profundos. Portando, constitui-se em notas de aulas auxiliando o estudante 
na disciplina “Introdução à Engenharia Civil” complementadas pelas aulas expositivas 
em sala, pesquisas sobre a profissão e seminários realizados pelos alunos. 
 
 
4 
 
2 Plano de Ensino da Disciplina 
Disciplina: 4625 – Introdução a Engenharia Civil - 2011/1 
Carga Horária: 60 h/a 
Ementa: 
Conceito de engenharia; estrutura curricular do curso de engenharia civil; a 
regulamentação da profissão Engenharia Civil: os órgãos responsáveis pelo exercício 
profissional; ética profissional e desenvolvimento sustentável; 
A evolução histórica e a importância da Engenharia Civil; Principais campos de atuação 
do engenheiro civil; 
Apresentação das grandes áreas de atuação profissional: Construção Civil e materiais, 
Estruturas, Geotecnia, Hidráulica, Saneamento, Recursos Hídricos e Transportes; 
Objetivos da Disciplina: 
A disciplina Introdução à Engenharia proporciona ao aluno da primeira série o contato 
com atividades práticas e problemas de diversas áreas da engenharia Descrever a 
estrutura curricular do curso; apresentar as áreas de atuação do engenheiro civil; definir 
o controle social do exercício da profissão ressaltando a responsabilidade do engenheiro 
civil no âmbito técnico, econômico, ambiental e cultural; 
Contribuições da disciplina para atingir os objetivos do curso: 
Competências: 
Familiarizar o aluno com a Estrutura da Universidade e do Curso de Engenharia Civil; 
integrá-lo ao curso, propiciando conhecimento sobre as diversas áreas que o curso 
oferece, sempre com ênfase a conceitos de responsabilidade acadêmica e profissional. 
Habilidades: 
Tornar o aluno capaz de conhecer as disciplinas componentes, as áreas de atuação do 
profissional da engenharia, sua postura perante os profissionais afins e a sociedade 
(ética profissional). Propiciar um primeiro contato com atividades práticas e os 
problemas inerentes às diversas áreas da engenharia civil, trabalhando a criatividade do 
aluno para resolvê-los. Destacar a importância da comunicação profissional escrita 
(projetos) e gráfica. 
Articulação com outras disciplinas do curso: 
Introdução a grande área de engenharia civil. 
5 
 
Formação Transversal: 
Integração do discente ao ambiente universitário, a área de atuação e ao mercado de 
trabalho. 
Projeto Interdisciplinar: 
À definir 
Trabalho Discente Efetivo: 
Desenvolvimento e Apresentação de trabalhos com temas relacionados às grandes área 
da Engenharia Civil. 
Bibliografia Básica: 
PEREIRA, E. A. Apostila de Introdução a Engenharia. Unitri. Uberlândia, 2011. 
BAZZO, W. A. & PEREIRA, L. T.V. FLORIANOP 2a. ED. Introdução a Engenharia; 
UFSC 1990 
BASTOS, L. R., PAIXAO, L. & RIO DE JANEIRO 3a. ED. FERNANDES, L. M. 
MANUAL PARA A ELABORACAO DE PROJETOS E RELATORIOS DE 
PESQUISA, TESES E DISSERTACOES. ZAHAR 1982 
 
TELLES, PEDRO C. S. RIO DE JANEIRO 1a. ED. HISTORIA DA ENGENHARIA 
NO BRASIL 1984 
 
Seminários, vídeos, artigos e trabalhos apresentados e/ou discutidos em sala. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
3 Apresentação do Curso de Engenharia Civil UNITRI 
3.1 Guia de Orientação Acadêmica do Aluno – GOA 
Apresentação do GUIA DE ORIENTAÇÃO ACADÊMICA DO ALUNO 17ª edição - 
2011.2 disponível em http://www.unitri.edu.br/upload/GOA%202011-
2%20mioloWEB.pdf. Acesso em 08/08/2011. 
3.2 Calendário Acadêmico 
Apresentação do Calendário Acadêmico 2º Semestre de 2011, disponível em 
http://www.unitri.edu.br/conteudo/calendario-academico. Acesso em 08/08/2011. 
3.3 Resolução CNE/CES 11, de 11 de Março de 2002. 
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do 
Curso de Graduação em Engenharia. 
 
O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, 
tendo em vista o disposto no Art. 9º, do § 2º, alínea “c”, da Lei 9.131, de 25 de 
novembro de 1995, e com fundamento no Parecer CES 1.362/2001, de 12 de dezembro 
de 2001, peça indispensável do conjunto das presentes Diretrizes Curriculares 
Nacionais, homologado pelo Senhor Ministro da Educação, em 22 de fevereiro de 2002, 
resolve: 
Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de 
Graduação em Engenharia, a serem observadas na organização curricular das 
Instituições do Sistema de Educação Superior do País. 
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em Engenharia 
definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de 
engenheiros, estabelecidas pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de 
Educação, para aplicação em âmbito nacional na organização, desenvolvimento e 
avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em Engenharia das 
Instituições do Sistema de Ensino Superior. 
Art. 3º O Cursode Graduação em Engenharia tem como perfil do formando 
egresso/profissional o engenheiro, com formação generalista, humanista, crítica e 
reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua 
7 
 
atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus 
aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e 
humanística, em atendimento às demandas da sociedade. 
Art. 4º A formação do engenheiro tem por objetivo dotar o profissional dos 
conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades 
gerais: 
I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à 
engenharia; 
II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; 
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; 
IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; 
V - identificar, formular e resolver problemas de engenharia; 
VI - desenvolver e/ou utilizar novas fe rramentas e técnicas; 
VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; 
VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; 
VIII - comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; 
IX - atuar em equipes multidisciplinares; 
X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; 
XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; 
XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; 
XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. 
Art. 5º Cada curso de Engenharia deve possuir um projeto pedagógico que demonstre 
claramente como o conjunto das atividades previstas garantirá o perfil desejado de seu 
egresso e o desenvolvimento das competências e habilidades esperadas. Ênfase deve ser 
dada à necessidade de se reduzir o tempo em sala de aula, favorecendo o trabalho 
individual e em grupo dos estudantes. 
§ 1º Deverão existir os trabalhos de síntese e integração dos conhecimentos adquiridos 
ao longo do curso, sendo que, pelo menos, um deles deverá se constituir em atividade 
obrigatória como requisito para a graduação. 
8 
 
§ 2º Deverão também ser estimuladas atividades complementares, tais como trabalhos 
de iniciação científica, projetos multidisciplinares, visitas teóricas, trabalhos em equipe, 
desenvolvimento de protótipos, monitorias, participação em empresas juniores e outras 
atividades empreendedoras. 
Art. 6º Todo o curso de Engenharia, independente de sua modalidade, deve possuir em 
seu currículo um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos 
profissionalizantes e um núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a 
modalidade. 
§ 1º O núcleo de conteúdos básicos, cerca de 30% da carga horária mínima, versará 
sobre os tópicos que seguem: 
I - Metodologia Científica e Tecnológica; 
II - Comunicação e Expressão; 
III - Informática; 
IV - Expressão Gráfica; 
V - Matemática; 
VI - Física; 
VII - Fenômenos de Transporte; 
VIII - Mecânica dos Sólidos; 
IX - Eletricidade Aplicada; 
X - Química; 
XI - Ciência e Tecno logia dos Materiais; 
XII - Administração; 
XIII - Economia; 
XIV - Ciências do Ambiente; 
XV - Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania. 
§ 2ºNos conteúdos de Física, Química e Informática, é obrigatória a existência de 
atividades de laboratório. Nos demais conteúdos básicos, deverão ser previstas 
atividades práticas e de laboratórios, com enfoques e intensividade compatíveis com a 
modalidade pleiteada. 
9 
 
§ 3º O núcleo de conteúdos profissionalizantes, cerca de 15% de carga horária mínima, 
versará sobre um subconjunto coerente dos tópicos abaixo discriminados, a ser definido 
pela IES: 
I - Algoritmos e Estruturas de Dados; 
II - Bioquímica; 
III - Ciência dos Materiais; 
IV - Circuitos Elétricos; 
V - Circuitos Lógicos; 
VI -Compiladores; 
VII - Construção Civil; 
VIII - Controle de Sistemas Dinâmicos; 
IX - Conversão de Energia; 
X - Eletromagnetismo; 
XI - Eletrônica Analógica e Digital; 
XII - Engenharia do Produto; 
XIII - Ergonomia e Segurança do Trabalho; 
XIV - Estratégia e Organização; 
XV - Físico-química; 
XVI - Geoprocessamento; 
XVII - Geotecnia; 
XVIII - Gerência de Produção; 
XIX - Gestão Ambiental; 
XX - Gestão Econômica; 
XXI - Gestão de Tecnologia; 
XXII - Hidráulica, Hidrologia Aplicada e Saneamento Básico; 
XXIII - Instrumentação; 
XXIV - Máquinas de fluxo; 
XXV - Matemática discreta; 
XXVI - Materiais de Construção Civil; 
10 
 
XXVII - Materiais de Construção Mecânica; 
XXVIII - Materiais Elétricos; 
XXIX - Mecânica Aplicada; 
XXX - Métodos Numéricos; 
XXXI - Microbiologia; 
XXXII - Mineralogia e Tratamento de Minérios; 
XXXIII - Modelagem, Análise e Simulação de Sistemas; 
XXXIV - Operações Unitárias; 
XXXV - Organização de computadores; 
XXXVI - Paradigmas de Programação; 
XXXVII - Pesquisa Operacional; 
XXXVIII - Processos de Fabricação; 
XXXIX - Processos Químicos e Bioquímicos; 
XL - Qualidade; 
XLI - Química Analítica; 
XLII - Química Orgânica; 
XLIII - Reatores Químicos e Bioquímicos; 
XLIV - Sistemas Estruturais e Teoria das Estruturas; 
XLV - Sistemas de Informação; 
XLVI - Sistemas Mecânicos; 
XLVII - Sistemas operacionais; 
XLVIII - Sistemas Térmicos; 
XLIX - Tecnologia Mecânica; 
L - Telecomunicações; 
LI - Termodinâmica Aplicada; 
LII - Topografia e Geodésia; 
LIII - Transporte e Logística. 
§ 4º O núcleo de conteúdos específicos se constitui em extensões e aprofundamentos 
dos conteúdos do núcleo de conteúdos profissionalizantes, bem como de outros 
11 
 
conteúdos destinados a caracterizar modalidades. Estes conteúdos, consubstanciando o 
restante da carga horária total, serão propostos exclusivamente pela IES. Constituem-se 
em conhecimentos científicos, tecnológicos e instrumentais necessários para a definição 
das modalidades de engenharia e devem garantir o desenvolvimento das competências e 
habilidades estabelecidas nestas diretrizes. 
Art. 7º A formação do engenheiro incluirá, como etapa integrante da graduação, estágios 
curriculares obrigatórios sob supervisão direta da instituição de ensino, através de 
relatórios técnicos e acompanhamento individualizado durante o período de realização 
da atividade. A carga horária mínima do estágio curricular deverá atingir 160 (cento e 
sessenta) horas. 
Parágrafo único. É obrigatório o trabalho final de curso como atividade de síntese e 
integração de conhecimento. 
Art. 8º A implantação e desenvolvimento das diretrizes curriculares devem orientar e 
propiciar concepções curriculares ao Curso de Graduação em Engenharia que deverão 
ser acompanhadas e permanentemente avaliadas, a fim de permitir os ajustes que se 
fizerem necessários ao seu aperfeiçoamento. 
§ 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nas competências, habilidades e 
conteúdos curriculares desenvolvidos tendo como referência as Diretrizes Curriculares. 
§ 2º O Curso de Graduação em Engenharia deverá utilizar metodologias e critérios para 
acompanhamento e avaliação do processo ensino-aprendizagem e do próprio curso, em 
consonância com o sistema de avaliação e a dinâmica curricular definidos pela IES a 
qual pertence. 
Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
ARTHUR ROQUETE DE MACEDO 
Presidente da Câmara de Educação Superior 
12 
 
4 Mercado de Trabalho e Perspectivas 
O mercado da engenharia civil vive um bom momento. Assim como diversas áreas de 
trabalho, a engenharia civil teve, tem e terá seus momentos de altos e baixos. 
Na década de 1980, a oferta de emprego na área era de tal forma escassa, que não era 
muito difícil encontrar recém formados em engenharia civil migrando para outras áreas 
de trabalho que lhe oferecessem uma melhor remuneração. 
Nos dias de hoje, a engenharia civil passa por um momento de enorme valorização, com 
o crescimento de cerca de 11% em 2010 ecom uma expectativa de crescimento da 
ordem de 6% para 2011. 
Esta alavancada na área de engenharia, deve-se e muito ao lançamento do Programa de 
Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, que abriu milhares de postos de 
trabalho na construção de estradas, aeroportos, moradias, infraestrutura e planejamento 
urbano. E a previsão para os próximos anos, apesar da atual crise financeira, é boa: com 
a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 se aproximando o país é obrigado 
a um alto investimento na parte de infraestrutura, na construção de rodovias, pontes, 
viadutos, portos etc, e a consequência natural é a criação de ainda mais empregos. 
Além disso incorporadoras e construtoras aproveitam o momento favorável para lançar 
mais empreendimentos, os quais também sofrem um incentivo do governo federal com 
o Plano “Minha Casa, Minha Vida”. Com tantos projetos tocados ao mesmo tempo, a 
principal dor de cabeça dessas empresas é como supervisionar todas as obras 
simultaneamente e com qualidade. 
Devido a esta valorização, muitas das empresas nacionais estão indo em busca de 
profissionais da área dentro das salas de aula, antes mesmo que eles possam ter o seu 
curso concluído. Algumas dessas empresas, até mesmo se comprometem com o 
pagamento de parte, ou totalidade do curso deste profissional. 
A construção civil é o setor que mais absorve esse bacharel. O aquecimento do mercado 
imobiliário nos últimos anos segue influenciando a grande procura por esse engenheiro. 
Escritórios de arquitetura também costumam contratar o profissional para atuar no 
planejamento de projetos. Entre os setores apontados como promissores, estão o de 
13 
 
petróleo e gás, que deverão receber investimentos em obras de grande porte, como 
gasodutos, refinarias, plataformas, navios e estaleiros. Outras áreas com boa perspectiva 
são energia e saneamento básico. 
5 Perfil do Engenheiro Civil do século XXI 
O perfil dos profissionais de Engenharia tem pautado diversos debates pelo país. A 
razão está na demanda do mercado por engenheiros, que segundo a Confederação 
Nacional da Indústria, é superior a 60 mil profissionais por ano. Considerando o cenário 
atual, sem contar as demandas do pré-sal, Olimpíadas e Copa do Mundo, até 2012 o 
déficit do país chegará a 150 mil engenheiros. Soma-se a isso, os cursos que não 
preparam adequadamente os profissionais e a elevada evasão de alunos verificada na 
área. 
Segundo Amorin P.H. (2006): 
• Saber o que está fazendo. 
• Porque está fazendo (daquela forma) ... 
• ... e poder decidir se é a maneira mais eficiente. 
• Ter capacitação para desenvolver novas maneiras de fazer. 
• Saber tomar decisões! 
• Capacidade de encarar desafios; 
• Conhecimento técnico multidisciplinar; 
• Conhecimento técnico multidisciplinar atualizado; 
• Bom relacionamento interpessoal; 
• Liderança de grupo; 
• Capacidade de mediar conflitos; 
• Domínio da informática; 
Segundo Paulo Roberto Vilela Dias, CREA-DF: “Este novo século preparou para o 
engenheiro, antes definido como tocador de obras, um novo perfil profissional: o de 
gerente de negócios. Em um ambiente altamente competitivo e em plena era do 
conhecimento, onde o principal ativo patrimonial de uma organização é o ser humano, 
14 
 
cabe ao novo engenheiro manter-se valorizado no mercado, capacitando-se através da 
educação continuada, isto é, participando ativamente de palestras, seminários ou 
realizando cursos de vários prazos de duração, curtos ou longos, incluindo os de 
especialização ou de pós-graduação”. 
Para Gradim M (2007), a Base científica, prazos e custos continuam a ser fundamentais, 
mas o engenheiro passa a trabalhar na gestão de interfaces - deixa de comandar para 
Gerenciar Interfaces; 
– Integrador de pessoas, promovendo o trabalho em equipe e a segurança como 
obsessão; 
– Qualidade passa a ser palavra-chave com o objetivo de satisfazer o cliente; 
– Exigência crescente de Empreendedorismo – a ênfase deixa de ser no Projeto e passa 
a ser na Gestão – EMPRESARIAMENTO. 
O perfil dos profissionais de Engenharia no passado, presente e futuro é apresentado 
resumidamente no quadro abaixo: 
PASSADO PRESENTE FUTURO 
FAZER INTEGRAR PENSAR 
Tocador de Obra Trabalho em Equipe Empreendedor 
Técnica Qualidade Ciência 
Prazos e Custos Prazos e Custos Prazos e Custos 
Gestão de Conflitos Gestão de Interfaces Gestão Integrada 
 
Portanto o Perfil do Engenheiro Civil do Século XXI é pautado nos seguintes tópicos: 
• Formação em ciências básicas 
• Meio Ambiente e Saúde e Segurança 
• Espírito Empreendedor 
• Domínio de Informática 
• Capacidade de trabalho em equipe 
• Formação multidisciplinar 
• Aprendizado contínuo 
• Domínio de línguas estrangeiras 
15 
 
6 Engenharia 
Contemporaneamente, denomina-se engenharia o conjunto sistemático de 
conhecimentos e técnicas aplicadas ao projeto, construção e manutenção de estruturas 
materiais, quer se trate das edificações de natureza habitacional ou viária, funcional ou 
produtiva, quer se trate de máquinas de produção em série, instrumentos, veículos, 
aparelhos ou máquinas para o prolongamento da vida humana. O nome também designa 
a profissão de quem se ocupa de um ou mais desses campos do saber e fazer 
tecnológico. 
É o conjunto de conhecimentos científicos e tecnológicos de base físico-matemática, 
que com a técnica e a arte analisa, cria e desenvolve sistemas e produtos, processos e 
obras físicas, mediante o emprego da energia e de materiais, para proporcionar à 
humanidade com eficiência e sobre bases econômicas, bens e serviços que lhe deem 
bem estar com segurança e crescente qualidade de vida, preservando o meio ambiente. 
Utilizando a energia do fogo, da água, dos fósseis, do solo, do vento e dos átomos, o 
homem foi aprendendo a se relacionar com a natureza, desfrutando-a segundo suas 
necessidades. Percebe-se que desde suas mais incipientes manifestações a engenharia 
tem contribuído como mediadora das relações entre o homem e a natureza. É fato, 
também, que o aspecto mecânico e direto desse relacionamento originou a "tecnologia", 
e o registro e a verificação experimental das explicações e princípios demonstráveis 
constituiu a "ciência". Por sua vez, a aplicabilidade do conhecimento técnico-científico 
tem influenciado os destinos da própria engenharia. 
Mais recentemente, os conhecimentos e as experiências de engenharia passaram a ser 
observados e assimilados pelo homem, em suas relações cotidianas, interação esta que, 
de certa forma, influenciou o surgimento de novos campos e consequentes paradigmas, 
como por exemplo: a "engenharia humana", a "engenharia cultural", a "engenharia do 
lazer", etc. 
Tudo indica que, desprezando alguns séculos, a engenharia e a arquitetura são filhas da 
mesma mãe Minerva, mesmo porque o verbo "engenhar" tem o mesmo significado do 
verbo "arquitetar". Considerando as vocações da engenharia civil (à estática e 
segurança) e da arquitetura (à estética e espaço), é muito importante que haja diálogo 
16 
 
entre essas duas irmãs, a fim de que o habitat humano esteja em constante 
aprimoramento. 
 
Minerva – Símbolo da Engenharia 
Segundo a página da web http://www.artigonal.com/carreira-artigos/engenharia-
1264207.html, a palavra engenharia é oriunda do latim (ingeniu que significa faculdade 
inventiva, talento). A engenharia é a ciência agregada ao esforço para empreender 
resultados tácitos ou não. Em geral estes resultados são provenientes de trabalhos com 
focos em áreas específicas em que se possui um amplo conhecimento, sem nunca se 
esquecer da preservação ambiental, calculando possíveis impactos e planejando 
soluções. 
Engenharia civil é o ramo da engenharia que projecta e executa obras como edifícios, 
pontes, viadutos, estradas, barragens e outras obras da engenharia hidráulica fluvial e da 
Hidráulica Marítima, assim como da engenharia sanitária. 
Segundo Engenharia Civil (2010) os termos Construção civil e Engenharia civil são 
originados de uma época em quesó existiam apenas duas classificações para a 
Engenharia sendo elas Civil e Militar. Cujo conhecimento por exemplo de Engenharia 
militar era destinada apenas aos militares e a Engenharia civil destinada aos demais 
cidadãos. Com o tempo, a Engenharia civil, que englobava todos as áreas, foi se 
dividindo, e hoje conhecemos vários divisões, como a elétrica, mecânica, química, 
naval, entre outras. Exemplos como Engenharia naval dão origem a construção naval, 
mas ambas eram agrupadas apenas na grande área da civil. 
Ainda segundo o artigo Engenharia Civil (2010) o engenheiro civil projeta e acompanha 
todas as etapas de uma construção e/ou reabilitação (reformas) . Deve estudar as 
17 
 
características dos materiais, do solo, incidência do vento, destino (ou ocupação) da 
construção. Com base nesses dados, desenvolve o projeto, dimensionando e 
especificando as estruturas, hidro-sanitárias e gás, bem como os materiais a serem 
utilizados. No gabinete de obra, chefia as equipes, supervisionando os prazos, os custos 
e o cumprimento das normas de segurança, saúde e meio ambiente. Cabe-lhe garantir a 
segurança da edificação, exigindo que os materiais empregados na obra estejam de 
acordo com as normas técnicas em vigor. A Engenharia civil tem, de alguma forma, 
relações com todas as atividades humanas, notadamente com a Arquitetura. 
“Por possibilitar uma ampla variedade de atuação profissional, a Engenharia civil 
oferece ainda grande oportunidade aos seus profissionais, possibilitando que estes que 
se dediquem à boa formação acadêmica tenham sucesso posteriormente, na sua 
carreira.” Engenharia Civil (2010) 
7 História da Engenharia 
A Engenharia Civil é uma das mais antigas profissões da humanidade. A primeira 
denominação para a engenharia civil vem dos Romanos “Ingenium Civitas”, isto é, 
Engenharia das Cidades ou Engenharia da Civilização, pois era a profissão que 
durante o Império Romano era responsável por projetar e construir as estradas, 
pontes, aquedutos, palácios, sistemas de esgotos, termas, ou qualquer obra ligada à vida 
das pessoas em sociedade. 
Uma das obras monumentais da época dos romanos é a “Cloaca Massima” ou “Grande 
Esgoto” em Roma. Essa grande rede subterrânea foi construída no final do Século VI 
a.C., recebendo as águas pluviais, esgotos e lixo, e funcionam até os dias de hoje, com 
mais de dois milênios de existência. Para o abastecimento de água os Romanos 
chegaram a construir condutos para água em canais revestidos, com inclinação 
constante de 0,5% ao longo de dezenas de quilômetros, atravessando elevações com 
túneis escavados na rocha e vales com aquedutos elevados. Os canais de escoamento 
eram revestidos com argamassas obtidas de calcários, que por possuírem superfícies 
lisas diminuíam o atrito e aumentavam a vazão, demonstrando conhecimentos de 
hidráulica de canais. 
18 
 
Os engenheiros civis Romanos também foram hábeis na construção de pontes em arcos 
constituídos por blocos de rochas, estradas pavimentadas, palácios, entre outras 
maravilhas da engenharia civil e arquitetura, que permanecem até hoje como 
testemunha da engenhosidade e criatividade humana. 
Durante a Idade Media a engenharia civil passou a ser denominada somente de 
engenharia e incorporava tanto a parte civil como a militar. Nessa fase da historia, 
foram construídas grandes catedrais e castelos e os profissionais começaram a se 
organizar em sociedades de construtores. 
Modernamente a denominação de Engenharia Civil passou a ser utilizada a partir do 
inicio do Século XVIII, mais precisamente em 1744, na Politécnica de Paris, França, 
quando houve a separação entre engenharia militar e civil. Sendo nesta época, o 
engenheiro civil, considerado o profissional que seria responsável pelo projeto e 
construção das obras de infra-estrutura para a sociedade civil, sendo, portanto, o 
engenheiro que construía para o bem da humanidade. Na Inglaterra, o primeiro 
engenheiro civil foi John Smeaton (1725 – 1792), criou o Institution of Civil Engineers 
de Londres, considerado modernamente o Patrono da Engenharia Civil. 
Observa-se, portanto, que a engenharia civil era naquela época e continua sendo nos 
dias atuais, uma profissão muito ampla e de grande importância para a sociedade 
civil moderna, implicando em muita responsabilidade para quem a exerce. 
A engenharia civil é uma profissão fim, pois é responsável pelo planejamento, 
coordenação, projeto, fiscalização, construção, operação e manutenção de qualquer obra 
ou atividade ligada à indústria da construção civil. 
A engenharia civil esta presente em todos os lugares da Terra onde existe a presença da 
civilização e em todos os momentos da nossa vida, enquanto cidadãos. Está presente 
quando dirigimos nosso automóvel por uma rodovia, circulamos por uma rua ou 
avenida, no Metrô que viajamos, no edifico que trabalhamos, na residência em que 
vivemos, na água potável que bebemos e utilizamos, no lixo ou esgoto que descartamos, 
na energia elétrica que consumimos, nos aeroportos que decolamos e aterrissamos com 
as aeronaves, nos portos onde são feitos os transbordos de mercadorias, nas 
ferrovias que transportam passageiros e cargas, nas hidrovias, nos túneis, no transito 
19 
 
urbano, no planejamento dos sistemas de transportes de passageiros e de 
mercadorias, no planejamento urbano e territorial, nas barragens e diques, nas 
pontes e viadutos, nas escolas, nos hospitais, nas industrias, nas fundações dos 
edifícios e pontes, nas áreas de lazer que freqüentamos, enfim, em qualquer espaço 
construído ou modificado pelo homem na superfície e sub-superfície terrestre. 
Na história moderna, a engenharia civil produziu mudanças na geografia da Terra, 
com a construção de grandes canais, como o Canal do Panamá ligando o Oceano 
Atlântico ao Pacifico, e o Canal de Suess, ligando o Mar Mediterrâneo ao Mar 
Vermelho, construção de grandes túneis submarinos, pontes, ferrovias transcontinentais, 
ilhas artificiais para grandes aeroportos, etc. 
A engenharia civil é uma profissão de extrema importância e está tão 
intimamente ligada à sociedade moderna e à segurança do ser humano nos 
diversos espaços construídos, que pode ser considerada uma engenharia social, 
pois dela depende, em grande parte, a vida do homem em sociedade. 
Segundo Donald P. Coduto (1999), “Civil engineers protect public health by 
designing and building facilities that provide clean water and sanitation. No other 
profession, including medicine, has done more to reduce the spread of disease and save 
lives”, ou seja, “Os Engenheiros Civis protegem a saúde pública projetando e 
construindo sistemas que oferecem água tratada e saneamento. Nenhuma outra 
profissão, incluindo a medicina, tem feito mais para reduzir a disseminação de doenças 
e salvar vidas”. 
As principais áreas da engenharia civil são: estruturas, estradas e transportes, geotecnia, 
hidráulica e saneamento, materiais, construção civil, e meio ambiente. O engenheiro 
civil é o engenheiro da Indústria da Construção Civil, sendo, portanto, um 
engenheiro pleno, e as suas realizações trazem uma enorme gratificação ao engenheiro 
civil, na pratica da profissão. Pois é uma profissão em que o resultado do trabalho do 
profissional permanece por longo período de tempo servindo a humanidade, como uma 
estrada, um edifício, uma rede de abastecimento de água, uma rede de esgotos, 
uma ponte, um túnel, etc. 
20 
 
O exercício desta profissão exige uma serie de conhecimentos científicos e 
tecnológicos, principalmente nas áreas de física, matemática, informática, química, 
geologia, topografia, meio ambiente, administração, produção, logística, economia, 
arquitetura, urbanismo, ética profissional, humanidades, e modernamenteaté biologia, 
entre outras. 
A historia da engenharia civil se confunde com a historia da humanidade e, 
portanto, com a historia da civilização, desde a idade antiga até a era moderna. Contar 
essa historia é praticamente impossível, pois por detrás dela esta cada construção feita 
pelo homem em todas as épocas e em todas as partes do mundo. 
Cada livro de historia descreve o homem inserido com suas manifestações 
arquitetônicas, disputas territoriais, políticas, etc. 
Desde a antiga Messopotania, Índia, China, Egito, Américas, Grécia, Roma, até os dias 
atuais, a engenharia civil esteve viva e participativa dentro da própria civilização, 
pois é uma engenharia que faz parte do ser humano e do seu habitat. 
Engenhar e arquitetar são verbos sinônimos, que dizem trabalhar com criatividade e 
raciocínio, cabendo ao arquiteto e engenheiro civil pôr esses sinônimos em prática. 
Engenhar significa inventar, planejar, traçar, criar, etc., assim pode-se dizer que os 
engenheiros inventam, pelo uso da aplicação da ciência e criatividade humana, um 
futuro que está sempre se modificando com a utilização de novas tecnologias. 
Portanto, uma profissão somente pode ser denominada engenharia se “engenha” planeja, 
projeta ou cria e “produz” fabrica ou constrói bens materiais com a aplicação da ciência 
e da tecnologia. 
A seguir tem-se uma breve descrição de algumas das principais obras da engenharia 
civil e seus responsáveis, na era moderna. 
21 
 
8 Grandes Feitos da Engenharia Civil e de Ilustres Engenheiros 
Civis na Era Moderna 
Na era moderna, a partir da revolução industrial, a engenharia civil teve um 
impulso muito grande, principalmente com a invenção da maquina a vapor e com 
o advento das ferrovias. 
As ferrovias se constituíram em uma revolução no sistema de transportes e a sua 
construção exigia um traçado adequado e preciso, necessitando de projeto geométrico, 
grandes obras de arte, como pontes, viadutos, túneis, drenagens, etc., além de 
obras geotécnicas como a abertura de cortes e construção de aterros. 
A partir de então, foram criados associações e institutos que congregavam os 
engenheiros civis, profissionais imprescindíveis para a infra-estrutura de cada país. 
Foi criada em 1771 por John Smeaton, a primeira associação de engenheiros 
civis da Inglaterra, que a partir de 1808 passou a ser denominada de ``Institution of 
Civil Engineers´´ (ICE) de Londres. Em 1854 foi criada a ``Americam Society of 
Civil Engineers´´ (ASCE), nos Estados Unidos, entre outras nos diversos paises. A 
ASCE é uma das maiores associação profissional dos Estados Unidos e ao longo 
da historia recente, juntamente com os profissionais ligados a ela, teve uma 
influência muito grande na construção da infra-estrutura e desenvolvimento dos 
Estados Unidos. 
Outras associações de engenheiros civis ao redor do mundo podem ser 
encontradas no site: http://www.asce.org/inside/intlagree.cfm. 
No Brasil temos o Instituto de Engenharia de São Paulo (IE) e a Associação 
Brasileira dos Engenheiros Civis (Abenge), além de outras associações ligadas à 
engenharia civil, como Associação Brasileira de Engenharia Estrutural, Associação 
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Associação Brasileira de Mecânica dos 
Solos e Engenharia Geotécnica, Associação Brasileira de Cimento Portland, Associação 
Brasileira da Construção Metálica, Associação Brasileira de Corrosão, Associação 
Brasileira de Engenharia Consultiva, entre outras. 
22 
 
Ao longo da historia a engenharia civil possuiu inúmeros profissionais de altíssimo 
nível, que contribuíram para o progresso das ciências e da engenharia e para o 
desenvolvimento da humanidade. 
A seguir são descritos de forma resumidos alguns dos principais feitos da 
engenharia civil e seus principais autores: 
1. Fundamentos Básicos da Engenharia Civil: Citam-se alguns engenheiros civis 
no mundo e no Brasil e cientistas que lançaram os fundamentos básicos da moderna 
engenharia, principalmente nas áreas de geotecnia, hidráulica, estruturas e 
resistência dos materiais e demais áreas da ciência: 
 a) William John Macquorn Rankine, engenheiro civil escocês (1820-1872) que deu 
enorme contribuição a diversos ramos da engenharia, incluindo a área de mecânica dos 
solos com a teoria sobre empuxos em maciços terrosos, denominada de método de 
Rankine, nas áreas de termodinâmica com a escala de Rankine, e em mecânica. 
Inicialmente teve interesse pela matemática e musica, e em seguida passou a 
trabalhar com projetos e construção de sistemas fluviais, hidráulica, ferrovias e 
portos. 
 
b) Henry Philibert Gaspard Darcy (10 Junho, 1803 – 3 Janeiro, 1858), engenheiro civil 
Francês, que lançou as bases da hidráulica, publicando a Lei de Darcy, sobre a perda 
de carga de fluidos através de condutos. Como engenheiro, participou de um grande 
numero de obras hidráulicas. 
23 
 
 
c) Charles Augustin de Coulomb, engenheiro civil, matemático e cientista francês 
(1736-1806), graduou-se em 1761 pela ``École du Génie at Mézières´´ de Paris. 
Coulomb deu enorme contribuição à engenharia e à física, principalmente na área 
de resistência dos materiais. 
Como engenheiro civil, envolveu-se em diversas áreas, como projeto de estruturas, 
mecânica dos solos, fortificações, entre outras. Trabalhou na Martinica onde foi 
encarregado de projetar e construir o Forte Bourbon. Devido a problemas de saúde 
teve que retornar à França onde se dedicou à ciência. 
 
d) Stephen Prokofyevich Timoshenko, engenheiro mecânico e civil russo (1878-
1972), graduado pela ``St. Petersburg Railway Engineering Institute´´ em 1901. 
Durante toda carreira profissional dedicou-se ao estudo da resistência dos 
materiais e sistemas estruturais, desenvolvendo vários métodos, principalmente em 
estática e dinâmica das estruturas. Emigrou para os Estados Unidos em 1922, e a partir 
1936 foi professor na Stanford University. 
O professor Timoshenko é considerado o pai da mecânica, principalmente em 
analise de estruturas. 
24 
 
 
2. Remodelação de Paris: Sob a administração do Barão Haussmann e a 
coordenação do engenheiro civil Marie François Eugène Belgrand (1810-1878), 
Paris passou por uma intensa reconstrução, tendo produzido grandes avenidas, 
edifícios majestosos e um dos mais fabulosos sistemas de esgotos do mundo. Grande 
parte da atual Paris deve-se a esses grandes profissionais que tiveram a ousadia e a 
capacidade de vislumbrar o futuro e criar uma das mais belas cidades do mundo 
moderno. 
 
3. Torre Eiffel: Foi projetada e construída pelo engenheiro civil Gustave Alexandre 
Eiffel (1832-1923) que se tornou grande projetista de estruturas metálicas, tendo 
projetado centenas de outras obras famosas, como a estrutura da Estatua da 
Liberdade em Nova York, o viaduto de Garabit na França e a ponte do Porto, em 
Portugal. Eiffel foi o primeiro engenheiro a construir um túnel de vento para 
analise de aerodinâmica dos primeiros aviões na década de 1910. 
25 
 
 
4. Canal de Suess: Deve-se a Ferdinand de Lesseps, engenheiro civil francês (1805-
1894) a construção do Canal de Suess ligando o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, 
através do Egito. Foi também um dos primeiros idealizadores do Canal do Panamá. 
 
5. Canal do Panamá: O Canal do Panamá teve inicio entre 1881 e 1889 pelos 
franceses, com Lesseps a frente do projeto, tendo sido abandonado devido aos 
problemas enfrentados pela selva e condições insalubres. A partir de 1904 as obras 
foram retomadas pelos Estados Unidos. 
Inicialmente teve a coordenação do engenheiro civil John F. Wallaceque enfrentou 
sérios problemas, principalmente com a malaria. Para dar continuidade às obras o 
presidente Roosevelt enviou o engenheiro civil John Stevens (1853-1943), que 
contratou o medico sanitarista Dr. William Gorgas para a erradicação da malaria. Sob a 
coordenação de Stevens, o projeto foi remodelado, feito o saneamento dos pântanos e 
construção de vilas para os operários, fornecendo melhores condições de trabalho. 
26 
 
John Stevens antes de ir para o Panamá era um famoso engenheiro civil 
projetista e construtor de ferrovias nos Estados Unidos. Segundo a historia, ao terminar 
as obras do canal, ele não quis participar da inauguração e regressou para os 
EUA, tendo continuado na área de ferrovias e aposentado em 1923. 
 
Segundo os historiadores, o sucesso da construção do Canal do Panamá deve-se a 
três pessoas: O presidente Theodore Roosevelt, o engenheiro civil John Stevens e ao 
medico sanitarista William Gorgas. 
 6. Ferrovia Transcontinental: Na América do Norte houve duas sagas da 
engenharia civil em obras ferroviárias, uma foi a construção da ferrovia 
transcontinental no Canadá e a outra nos Estados Unidos. 
No dia 10 de maio de 1869, exatamente às 12:00 h, a ferrovia Union Pacific foi 
inaugurada, fazendo a ligação entre o Oceano Atlântico e o Pacifico, com a finalização 
da linha no local denominado Promontory, no Estado de Utah, onde foi cravado o 
ultimo prego de linha. Participaram desta obra diversos engenheiros civis. 
Uma outra obra ferroviária de grande vulto foi a construção da ferrovia Canadian 
Pacific, no Canadá. A realização desta ferrovia deveu-se em grande parte à 
obstinação do engenheiro civil William Cornelius Van Horn. 
Como obra ferroviária, outra saga da engenharia civil foi a construção da 
Ferrovia Transiberiana, ligando Moscou a Vladivistok no Mar do Japão, com uma 
extensão de aproximadamente 9.000 km, atravessando oito fusos horários. 
 7. Ponte do Brooklyn em Nova York: A ponte do Brooklyn, com cerca de 1,8 km de 
extensão em estrutura pênsil, foi projetada e construída pelo engenheiro civil John 
27 
 
Augustus Roebling (1806-1869). John A. Roebling formou-se engenheiro civil na 
Alemanha e emigrou para os EUA, onde projetou e construiu diversas pontes 
penseis antes de ganhar o concurso para a ponte do Brooklyn. 
A construção da ponte teve inicio em 1867 e terminou em 1884. Roebling faleceu 
em um acidente durante a construção, sendo substituído pelo seu filho, também 
engenheiro civil, Washington Roebling, que também sofreu um acidente e continuou 
a comandar a construção da ponte em uma maca. 
 
8. Ponte Golden Gate em San Francisco: A ponte Golden Gate, a mais famosa ponte de 
San Francisco, ligando a cidade a Salsalito, foi construída entre os anos de 1933 a 
1937, com um comprimento total de 2,7 km, em estrutura pênsil. Teve como 
idealizador, coordenador do projeto e da construção o engenheiro civil Joseph 
Baerman Strauss (1870-1938). 
Strauss faleceu um ano após a inauguração, deixando para a cidade de San Francisco 
esta obra como principal cartão postal. 
28 
 
 
9. Ponte Bay Bridge de San Francisco: A ponte Bay Bridge ligando San 
Francisco a Oakland, possui um trecho suspenso, um em túnel e outro em 
estrutura metálica, totalizando 11 km, com dois níveis. Foi construído entre os anos de 
1930 e 1936, sendo o chefe do projeto o engenheiro civil Charles H. Purcell (1885-
1951), tendo como assistente o engenheiro civil Charles E. Andrew e como desenhista 
Glen Woodruff. 
 
10. Mecânica dos Solos: Até o inicio do Século XX os trabalhos na área de 
geotecnia eram realizados de forma empírica, com base na experiência do 
profissional. Em 1928 o Professor Karl Von Terzaghi publicou o primeiro livro 
denominado “Soil Mechacnics”, lançando os fundamentos da Mecânica dos Solos como 
ciência de engenharia civil. 
Karl Terzaghi (1883-1963) nasceu em Praga, formou-se engenheiro civil em Viena, na 
Áustria, onde publicou sua tese de doutoramento. Emigrou para os Estados Unidos 
29 
 
onde foi professor e pesquisador na Universidade de Harvard, no MIT 
(Massachusetts Institute of Technology) onde juntamente com outros pesquisadores 
desenvolveu as bases da mecânica dos solos, publicando uma quantidade muito 
grande de artigos na área de geotecnia. O Prof. Terzaghi foi um dos maiores consultores 
em geotecnia, participando de inúmeros projetos em todas as partes do mundo. 
Terzaghi é considerado o pai da mecânica dos solos e um dos maiores 
engenheiros civis do Século XX. 
 
A ASCE (American Society of Civil Engineers) concede aos maiores especialistas 
em geotecnia, que tenham contribuido para o desenvolvimento da área, o premio 
Terzaghi Lecture. 
 - Eminentes Engenheiros Civis brasileiros: 
 O Brasil possui uma engenharia civil muito desenvolvida, equiparando-se aos 
paises mais desenvolvidos. Isto se deve a grandes obras como usinas 
hidroelétricas, rodovias, pontes, etc., e a centros de pesquisas avançadas nas 
diversas áreas da engenharia civil. 
Ao longo da historia o Brasil contou com inúmeros profissionais de elevada 
competência, entre eles, pode-se citar: 
a) André Rebouças (1843-1898): Nascido na Bahia seguiu a carreira de 
engenheiro civil, tornando-se o responsável por importantes obras ferroviárias, 
portuárias e de saneamento em diversas províncias do Brasil. 
30 
 
Foi militante do movimento abolicionista junto com José do Patrocínio, tendo 
fundado, com Joaquim Nabuco, o Centro Abolicionista da Escola Politécnica, onde 
era professor e jornalista. 
 b) Eugenio Gudin (1886-1986) engenheiro civil pela Escola Politécnica do Rio de 
Janeiro (1905). Professor da Universidade do Brasil. Atuou como Engenheiro na 
construção de Ribeirão das Lages nas obras do Rio Carioca do abastecimento de água 
do Rio de Janeiro, da Exposição Nacional de 1908 e várias outras obras tais como na 
Construção da grande represa do Acarape no Ceará. Foi Presidente da Associação das 
Estradas de Ferro do Brasil da Companhia Paulista de Força e Luz e da Sociedade 
Brasileira de Economia Política. Doutor Honorís Causa pela Universidade de Dijon, 
França e pela Universidade da Bahia (1957), recebeu também, Diploma de Doutor 
Honorís Causa da Escola Superior de Guerra (1978). Professor da Universidade do 
Brasil (1957). Sócio honorário da American Economic Associatíon. Homem Global 
(1973) e Homem Visão (1974). 
c) Francisco Paes Leme de Monlevade (1861-1944) Engenheiro Civil responsável 
pela primeira eletrificação ferroviária no Brasil. Diretor (1897) e Inspetor Geral da 
Companhia Paulista de Estradas de Ferro (1907 – 1927) implantou a eletrificação da 
linha principal da Cia Paulista, no interior do Estado de São Paulo. 
Este feito fez com que de 1921 a 1926, o Brasil ganhou uma ferrovia eletrificada 
com o sistema mais moderno existente na época, superando então quase todos os 
demais paises. 
 d) Entre outros iminentes engenheiros civis brasileiros, pode-se citar: Prestes 
Maia, Odair Grillo, Ramos de Azevedo, Teodoro Sampaio, Aarão Reis, Figueiredo 
Ferraz, Lucas Nogueira Garces, Falcão Bauer, Milton Vargas e muitos outros mais. 
9 Ética Profissional 
Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos" ou “ηθική, ethiké”, e tem seu 
correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, ou relativo aos 
costumes. Pode-se concluir que ética e moral são palavras sinônimas. 
31 
 
Portanto, Ética é um ramo da filosofia, e um sub-ramo da axiologia (estudo da razão). 
A ética estuda a natureza do que é considerado adequado e moralmente correto.Pode-se afirmar também que Ética é, portanto, uma Doutrina Filosófica que tem 
por objeto a Moral no tempo e no espaço, sendo o estudo dos juízos de apreciação 
referente à conduta humana. 
A Ética tem sido aplicada na economia, política e ciência política, conduzindo a muitos 
campos distintos e não relacionados de ética aplicada, incluindo: ética nos 
negócios, na sociedade, no direito, na medicina, na engenharia, nas ciências biológicas, 
nas ciências humanas, entre outras áreas de atividades. 
No exercício da profissão, o engenheiro civil deve se ater constantemente à ética, 
pois é uma profissão que lida diretamente com o ser humano em sociedade e com suas 
interferências com o meio ambiente. A importância do trabalho do engenheiro civil é 
observada a todo instante, pois esse profissional projeta, constrói e mantém o habitat 
do ser humano. Considerando que a grande parte da infra-estrutura de um país, como as 
rodovias, ferrovias, vias publicas urbanas, hospitais, escolas, saneamento básico, 
geração de energia e controle do meio ambiente, entre outras, são obras exclusivas da 
engenharia civil e envolvem grandes investimentos financeiros públicos. 
 A Ética na Engenharia é regulamentada através da “RESOLUÇÃO Nº 1.002, DE 
26 DE NOVEMBRO DE 2002 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e 
Agronomia.. 
 A seguir transcreve-se o Código de Ética do Engenheiro: 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
Novo Código de Ética Profissional 
 
 
As Entidades Nacionais 
representativas dos profissionais da 
Engenharia, da Arquitetura, da 
Agronomia, da Geologia, da 
Geografia e da Meteorologia pactuam 
e proclamam o presente 
Código de Ética Profissional. 
Brasília, 06 de novembro de 2002 
 
 1 - Preâmbulo 
 
Art. 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas 
necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, da Arquitetura, da 
Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia e relaciona direitos e deveres 
correlatos de seus profissionais. 
 
Art. 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre os 
profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades ou 
especializações. 
 
Art. 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, em 
consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta 
atinentes às suas peculiaridades e especificidades. 
 
 
 2 - Da identidade das profissões e dos profissionais 
 
Art. 4º - As profissões são caracterizadas por seus perfis próprios, pelo saber científico 
e tecnológico que incorporam, pelas expressões artísticas que utilizam e pelos resultados 
sociais, econômicos e ambientais do trabalho que realizam. 
 
Art. 5º - Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas profissões e 
os sujeitos pró-ativos do desenvolvimento. 
 
Art. 6º - O objetivo das profissões e a ação dos profissionais volta-se para o bem-estar e 
o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas dimensões: como 
33 
 
indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade; nas suas raízes 
históricas, nas gerações atual e futura. 
 
Art. 7o - As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização profissional 
são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões e participantes 
solidários em sua permanente construção, adoção, divulgação, preservação e aplicação. 
 
 3 - Dos princípios éticos 
 
Art. 8º - A prática da profissão é fundada nos seguintes princípios éticos aos quais o 
profissional deve pautar sua conduta: 
 
Do objetivo da profissão 
 
I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-
la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser 
humano, de seu ambiente e de seus valores; 
 
Da natureza da profissão 
 
II - A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos 
conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela 
prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem; 
 
Da honradez da profissão 
 
III - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e 
cidadã; 
 
Da eficácia profissional 
 
IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos 
compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os 
resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a 
segurança nos seus procedimentos; 
 
Do relacionamento profissional 
 
V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito 
progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, 
beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os 
profissionais e com lealdade na competição; 
 
Da intervenção profissional sobre o meio 
 
VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na 
intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade das pessoas, de 
seus bens e de seus valores; 
 
Da liberdade e segurança profissionais 
34 
 
 
VII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática 
de interesse coletivo. 
 
 4 - Dos deveres 
 
Art. 9º - No exercício da profissão são deveres do profissional: 
 
I - ante ao ser humano e a seus valores: 
 
a. oferecer seu saber para o bem da humanidade; 
b. harmonizar os interesses pessoais aos coletivos; 
c. contribuir para a preservação da incolumidade pública; 
d. divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes à profissão; 
 
II - Ante à profissão: 
 
a. identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão; 
b. conservar e desenvolver a cultura da profissão; 
c. preservar o bom conceito e o apreço social da profissão; 
d. desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de sua 
capacidade pessoal de realização; 
e. empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido da consolidação da 
cidadania e da solidariedade profissional e da coibição das transgressões éticas; 
 
III - Nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: 
 
a. dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da eqüidade; 
b. resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou empregador, 
salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da informação; 
c. fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propaganda pessoal; 
d. atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais e periciais; 
e. considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertando-lhe, sempre 
que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em suas propostas; 
f. alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições técnicas e às 
conseqüências presumíveis de sua inobservância; 
g. adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às normas 
vigentes aplicáveis; 
 
IV - Nas relações com os demais profissionais: 
 
a. atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade de 
condições; 
b. manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício da profissão; 
c. preservar e defender os direitos profissionais; 
 
V - Ante ao meio: 
 
a. orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do desenvolvimento 
sustentável; 
35 
 
b. atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou criação de novos 
produtos, aos princípios e recomendações de conservação de energia e de minimização 
dos impactos ambientais; 
c. considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposições 
concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios sócio-cultural e 
ambiental. 
 
 5 - Das condutas vedadas 
 
Art. 10 - No exercício da profissãosão condutas vedadas ao profissional:I - ante ao ser 
humano e a seus valores: 
 
I - Ante o ser humano e seus valores: 
 
a. descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício; 
b. usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva, 
para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais; 
c. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional 
que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens patrimoniais; 
 
II - Ante à profissão: 
 
a. aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha efetiva 
qualificação; 
b. utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito 
profissional; 
c. omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida à ética profissional; 
 
III - Nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: 
 
a. formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissional legal; 
b. apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou desrespeitando 
tabelas de honorários mínimos aplicáveis; 
c. usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens indevidas, 
ganhos marginais ou conquista de contratos; 
d. usar de artifícios ou expedientes enganosos que impeçam o legítimo acesso dos 
colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimento profissional; 
e. descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua coordenação; 
f. suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia comunicação; 
g. impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou assédio moral 
sobre os colaboradores; 
 
IV - Nas relações com os demais profissionais: 
 
a. intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu titular, 
salvo no exercício do dever legal; 
b. referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão; 
c. agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão; 
d. atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro 
profissional; 
36 
 
 
V - Ante ao meio: 
 
a. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional 
que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde humana ou ao patrimônio 
cultural. 
 
 6 - Dos direitos 
 
Art.º 11 - São reconhecidos os direitos coletivos universais inerentes às profissões, suas 
modalidades e especializações, destacadamente: 
 
a. à livre associação e organização em corporações profissionais; 
b. ao gozo da exclusividade do exercício profissional; 
c. ao reconhecimento legal; 
d. à representação institucional. 
 
Art.º 12 - São reconhecidos os direitos individuais universais inerentes aos 
profissionais, facultados para o pleno exercício de sua profissão, destacadamente: 
 
a. à liberdade de escolha de especialização; 
b. à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas de expressão; 
c. ao uso do título profissional; 
d. à exclusividade do ato de ofício a que se dedicar; 
e. à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de 
complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por sua tarefa; 
f. ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes e seguros; 
g. à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa quando 
julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou dignidade pessoais; 
h. à proteção do seu título, de seus contratos e de seu trabalho; 
i. à proteção da propriedade intelectual sobre sua criação; 
j. à competição honesta no mercado de trabalho; 
k. à liberdade de associar-se a corporações profissionais; 
l. à propriedade de seu acervo técnico profissional. 
 
 
 7 - Da infração ética 
 
Art. 13 - Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente 
contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas 
expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem. 
 
 
Art.14 - A tipificação da infração ética para efeito de processo disciplinar será 
estabelecida, a partir das disposições deste Código de Ética Profissional, na forma que a 
lei determinar. 
 
Comissão Permanente de Estudos do Código de Ética (Copece) 
Vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ZnZ995xeNEgm 
37 
 
10 As funções CONFEA/CREA 
As informações abaixo foram retiradas dos sites: 
• CONFEA: http://www.confea.org.br 
• CREA/MG:http://www.crea-mg.org.br 
10.1 Apresentação do CONFEA 
O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) é uma autarquia 
pública federal instituída pelo Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, 
promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas. 
Atualmente, o Confea é regido pela Lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966, tem sede em 
Brasília, e possui cerca de 770 mil profissionais registrados em seu Sistema de 
Informações (SIC). 
Sua missão é atuar eficiente e eficazmente como a instância superior da verificação, da 
fiscalização e do aperfeiçoamento do exercício e das atividades profissionais de 
engenheiros, arquitetos, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologistas, técnicos e 
tecnólogos, sempre orientado para a defesa da cidadania e a promoção do 
desenvolvimento sustentável. 
O Confea zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade, sempre com 
respeito ao cidadão e cuidado com o meio ambiente. O Conselho Federal tem, ainda, 
como valores a integridade, a ética, a excelência e a transparência. 
O atual presidente do Conselho é o engenheiro civil Marcos Túlio de Melo, que tem 
buscado, em sua gestão, alavancar a presença das profissões da área tecnológica no 
contexto nacional e mundial e promover o desenvolvimento sustentável da sociedade. 
Além do presidente, o Confea é organizado da seguinte forma: plenário - composto por 
21 conselheiros; comissões permanentes; Comitê de Avaliação e Articulação; e 
Conselho Diretor. Suas finalidades e competências estão previstas na Resolução nº 
1.015, de 30 de junho de 2006, Regimento do Conselho. 
38 
 
10.2 Histórico do CONFEA 
O Confea surgiu oficialmente com esse nome em 11 de dezembro de 1933, por meio do 
Decreto nº 23.569, promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas e 
considerado marco na história da regulamentação profissional e técnica no Brasil. 
Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia é 
regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, 
meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas 
especializações, num total de centenas de títulos profissionais. 
O Confea zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade e, com base nisso, 
regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, 
tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza. 
Em seus cadastros, o Sistema Confea/Crea tem registrados 900 mil profissionais que 
respondem por cerca de 70% do PIB brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho 
cada vez mais acirrado e exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, 
alimentada intensamente pelas descobertas técnicas e científicas do homem. 
O Conselho Federal é a instância máxima à qual um profissional pode recorrer no que 
se refere ao regulamento do exercício profissional. 
10.3 CREA/MG 
O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-
MG) faz parte do Sistema Confea/Crea, que regulamenta e fiscaliza, em todo o país, o 
exercício dos profissionais de engenharia, arquitetura, agronomia, geologia, geografia e 
meteorologia, tanto de nível superior, quanto técnico. Ao fiscalizar, o Conselho impede 
a atuação de leigos e garante mercado de trabalho aos profissionais legalmente 
habilitados. Para a sociedade, isso significa segurança e qualidade nos serviços 
prestados. 
 
O Crea-MG é um órgão público que surgiu da necessidade de regulamentar o exercício 
e a atividadede algumas profissões ligadas ao desenvolvimento, já que nasceu em 1934 
39 
 
(23/04), momento de construção do estado brasileiro. Ao longo de seus mais de 70 anos, 
o Crea-MG foi construindo uma identidade organizacional. Sua instância máxima é um 
plenário composto por representantes de entidades de classe e instituições de ensino. 
Talvez seja por isso a confusão no entendimento do verdadeiro papel do Conselho. É 
comum a crença de que o Crea tenha a mesma missão das entidades de classe, mas o 
Conselho enquanto órgão público, defende as profissões como bens da sociedade. Já as 
entidades têm como papel legal a defesa do profissional nos seus direitos e prerrogativas 
individuais. 
Missão do Crea-Minas 
"Defender os interesses sociais e humanos, promover a valorização profissional, o 
desenvolvimento sustentável e a excelência do exercício e das atividades profissionais" 
Visão do Crea-Minas 
"Até 2014, ser referência no atendimento ao público, na fiscalização e na valorização 
das profissões, sendo reconhecido pelos profissionais, empresas e instituições de ensino 
como Conselho Profissional essencial na defesa dos interesses da sociedade." 
Valores do Crea-Minas 
1.Integridade, Ética e Cidadania 
2.Ciência & Tecnologia e Soberania 
3.Serviços de Excelência à Sociedade 
4.Valorização Profissional e Funcional 
5.Participação e Posicionamento Social 
6.Unidade de ação, Parceria e Transparência 
7.Educação Contínua e Inovação Permanente 
8.Compromisso com o desenvolvimento sustentável 
40 
 
10.4 Fiscalização 
Fiscalizar o exercício profissional nas áreas da engenharia, arquitetura, agronomia, 
geologia, geografia e meteorologia, tanto de nível superior, quanto de nível técnico de 
segundo grau, no Estado de Minas, é a função do Crea-Minas. 
Se, em princípio, fiscalização parece uma atividade constrangedora e invasiva, no caso 
dos Creas, ela é absolutamente necessária e beneficia tanto os profissionais fiscalizados, 
quanto sociedade que utiliza esses serviços. 
Ao efetuar a fiscalização do exercício profissional, os Creas impedem a atuação de 
leigos. Isto significa a garantia do mercado de trabalho para os profissionais legalmente 
habilitados e para a comunidade, a atuação do Crea significa segurança para sociedade 
nas obras e serviços prestados. 
Neste contexto, as ações de fiscalização do Crea-Minas têm como foco os 
empreendimentos e os serviços/atividades desenvolvidos por eles, orientando as pessoas 
jurídicas e profissionais para o cumprimento da Legislação Profissional, 
especificamente o disposto nas Leis 5.194/1966 e 6.496/1977. 
Esta fiscalização de orientação, num primeiro momento, está em conformidade com os 
normativos do Confea, que estabelecem o instrumento da notificação como uma 
tentativa de regularização da infração, sem no entanto deixar de aplicar as penalidades 
previstas na legislação profissional, quando esgotadas as tentativas de regularização. 
O Crea-Minas trabalha pela construção de uma sociedade mais segura e com maior 
qualidade de vida para todos. 
O que é fiscalizado 
A atividade fim do Crea é a fiscalização do exercício e da atividade profissional para 
assegurar à sociedade a prestação de serviços por profissionais habilitados. É função do 
Conselho coibir a atuação de leigos, que é perigosa pois coloca em risco a segurança da 
população. Para exercer legalmente a sua profissão, profissionais da área tecnológica 
precisam fazer seu registro no Crea, como previsto na Lei 5.194/66. 
41 
 
O registro no Conselho e a anotação de A.R.T. garantem ao profissional a legalidade do 
exercício profissional, além de resguardar a população, uma vez que o profissional que 
se responsabiliza por um empreendimento responde criminalmente por todas as etapas 
do serviço. 
O Crea-Minas tem duas formas de fiscalização. A fiscalização de orientação ou 
preventiva, realizada com o intuito de orientar e informar aos profissionais e empresas, 
tem como objetivo criar condições para que a situação seja regularizada sem punições. 
E a fiscalização punitiva é utilizada quando se esgotaram as possibilidades de orientação 
e negociação e inicia-se com a aplicação de multa. 
Confira as orientações do Crea-Minas para que você fique em dia com o Conselho 
A.R.T. nas obras/serviços 
Uma via ou cópia da A.R.T. deve, obrigatoriamente, permanecer na obra/serviço, 
enquanto esta durar. O objetivo é facilitar o trabalho da fiscalização e evitar notificações 
impróprias por parte do Crea-Minas. 
Selo Obra/Serviço 
Para toda obra/serviço fiscalizados pelo Crea-Minas, abre-se um relatório denominado 
“Relatório de Obra/Empreendimento", sendo afixado no local da(o) mesma(o) um selo 
indicativo. Procure mantê-lo sempre à vista. Ele é sua garantia junto ao Crea-Minas. 
Placa nas obras/serviços 
A afixação de placa nas obras e serviços, mais que uma exigência legal, é um poderoso 
instrumento de divulgação do profissional e/ou empresas. 
A placa, além de facilitar o trabalho dos Agentes de Fiscalização e informar à 
comunidade sobre a presença sempre obrigatória de profissional habilitado naquele 
empreendimento, tem o poder de divulgar o nome do mesmo como responsável pelos 
serviços e obras. 
A placa deve ter, no mínimo, 1m² e conter os seguintes dados: 
42 
 
1. Nome do autor(es) e/ou co-autor(es) do(s) projeto(s) e do(s) responsável(eis) 
técnico(s) pela execução da obra, instalação ou serviço, de acordo com o(s) seu(s) 
registro(s) ou visto(s) no Crea-Minas; 
2. Título, número da carteira e/ou do(s) "visto(s)" do(s) profissional(ais) no Crea-Minas; 
3. Atividade(s) técnica(s) específica(s) pela(s) qual(ais) o profissional(ais) é(são) 
responsável(eis); 
4. Nome da empresa executora da obra, instalação ou serviço, se houver, com a 
indicação do respectivo número do registro ou "visto" no Crea-Minas. 
Em caso de dúvidas, entre em contato através do e-mail: fiscaliza@crea-mg.org.br 
10.5 Anotação de Responsabilidade Técnica 
Uma peculiaridade da prática da engenharia, arquitetura, agronomia e áreas afins é que 
qualquer atividade, projeto, obra ou serviço nestas profissões devem ser precedidads de 
uma Anotação de Responsabilidade Técnica ART. 
A ART é um documento que vincula o profissional a qualquer obra ou serviço de sua 
responsabilidade nas áreas abrangidas pelo Sistema Confea/Crea. Foi instituída pela lei 
6.496, de 7/12/1977, e atualmente é regulamentada pelas resoluções 394, 425 e 490, do 
Confea. 
Através dela pode ser registrada a participação do profissional, identificando-o como 
autor ou co-autor, responsável ou co-responsável técnico em projetos, obras ou serviços 
de engenharia, arquitetura e agronomia. 
A ART, além de permitir a atividade de controle e fiscalização por parte do Crea, 
também serve como comprovante da contratação do servido do profissional pelo cliente, 
mesmo que esse vínculo tenha sido inicialmente estabelecido apenas de forma verbal. O 
recolhimento da taxa ART é obrigatório, podendo ser feito pelo profissional ou empresa. 
Toda a experiência adquirida pelo profissional na realização de seu trabalho, pode fazer 
parte de seu currículo – Acervo Técnico – desde que anotadas as respectivas ARTs. Esse 
43 
 
acervo é um documento oficial onde consta em detalhes toda a sua atividade 
profissional, constituindo-se num comprovante para seu currículo. 
A ART contribui para preservar o mercado de trabalho para o profissional, valorizando a 
autoria e a qualificação do trabalho intelectual e garante seus honorários, pois quando 
não existir um contrato por escrito, a ART registrada corretamente no Crea, tem 
validade legal, inclusive para prova em Juízo. 
Ela serve, também, como um instrumento de fiscalização do cumprimento das tabelas 
básicas de honorários profissionais e, com isso, permite uma maior uniformização do 
mercado e coíbe a concorrência desleal, Como as ARTs contém as datas de 
recolhimento e especificações corretas das atividades técnicas desenvolvidas, são 
documentos válidos para caracterizara atividade profissional e comprovação de tempo 
de serviço para requerimento da aposentadoria. 
Outra vantagem é a definição dos limites da responsabilidade técnica e legal de cada 
profissional, em determinada atividade ou empreendimento que inclui participação de 
vários outros profissionais. Neste caso, a ART caracteriza a responsabilidade de cada 
um, bem como a “solidariedade” prevista no Código de Defesa do Consumidor. Note 
que, para isso, cada atividade deve ficar bem caracterizada na ART. 
11 Atribuições do Engenheiro Civil 
A Engenharia Civil no Brasil é profissão regulamentada pelo CONFEA (Conselho 
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) e pelos CREAs estaduais 
(Conselhos Estaduais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Lei Federal 5.194 
de 24 de dezembro de 1966. E as atribuições são regulamentadas pela resolução nº 1010 
transcrita abaixo: 
RESOLUÇÃO Nº 1.010, DE 22 DE AGOSTO DE 2005. 
 Dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos 
profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito 
de atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, 
 para efeito de fiscalização do exercício profissional. 
 O CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E 
AGRONOMIA - Confea, no uso das atribuições que lhe confere a alínea "f" do art. 27 
44 
 
da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro 1966, e Considerando a Lei nº 5.194, de 24 de 
dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e 
de engenheiro agrônomo; 
Considerando a Lei nº 4.076, de 23 de junho de 1962, que regula o exercício da 
profissão de geólogo; 
Considerando a Lei nº 6.664, de 26 de junho de 1979, que disciplina a profissão de 
geógrafo; 
Considerando a Lei nº 6.835, de 14 de outubro de 1980, que dispõe sobre o exercício da 
profissão de meteorologista; 
Considerando o Decreto nº 23.196, de 12 de outubro de 1933, que regula o exercício da 
profissão agronômica; 
Considerando o Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, que regula o 
exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor; 
Considerando o Decreto-Lei nº 8.620, de 10 de janeiro de 1946, que dispõe sobre a 
regulamentação do exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor, 
regida pelo Decreto nº 23.569, de 1933; 
Considerando a Lei nº 4.643, de 31 de maio de 1965, que determina a inclusão da 
especialização de engenheiro florestal na enumeração do art. 16 do Decreto-Lei nº 
8.620, de 1946; 
Considerando a Lei nº 5.524, de 5 de novembro de 1968, que dispõe sobre a profissão 
de técnico industrial e agrícola de nível médio; 
Considerando o Decreto nº 90.922, de 6 de fevereiro de 1985, que regulamenta a Lei nº 
5.524, de 1968, modificado pelo Decreto nº 4.560, de 30 de dezembro de 2002; 
Considerando a Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985, que dispõe sobre a 
especialização de engenheiros e arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho; 
Considerando o Decreto nº 92.530, de 9 de abril de 1986, que regulamenta a Lei nº 
7.410, de 1985; 
Considerando a Lei nº 7.270, de 10 de dezembro de 1984, que apresenta disposições 
referentes ao exercício da atividade de perícia técnica; 
Considerando a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional; 
Considerando o Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004, que regulamenta o § 2º do art. 
36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 1996; 
45 
 
Considerando a Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1985, que altera dispositivos da Lei 
nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, 
RESOLVE: 
Art. 1º Estabelecer normas, estruturadas dentro de uma concepção matricial, para a 
atribuição de títulos profissionais, atividades e competências no âmbito da atuação 
profissional, para efeito de fiscalização do exercício das profissões inseridas no Sistema 
Confea/Crea. 
Parágrafo único. As profissões inseridas no Sistema Confea/Crea são as de 
engenheiro, de arquiteto e urbanista, de engenheiro agrônomo, de geólogo, de 
geógrafo, de meteorologista, de tecnólogo e de técnico. 
 CAPÍTULO I 
DAS ATRIBUIÇÕES DE TÍTULOS PROFISSIONAIS 
 Art. 2º Para efeito da fiscalização do exercício das profissões objeto desta 
Resolução, são adotadas as seguintes definições: 
I – atribuição: ato geral de consignar direitos e responsabilidades dentro do 
ordenamento jurídico que rege a comunidade; 
II - atribuição profissional: ato específico de consignar direitos e responsabilidades 
para o exercício da profissão, em reconhecimento de competências e habilidades 
derivadas de formação profissional obtida em cursos regulares; 
III - título profissional: título atribuído pelo Sistema Confea/Crea a portador de 
diploma expedido por instituições de ensino para egressos de cursos regulares, 
correlacionado com o(s) respectivo(s) campo(s) de atuação profissional, em função do 
perfil de formação do egresso, e do projeto pedagógico do curso; 
IV - atividade profissional: ação característica da profissão, exercida regularmente; 
V - campo de atuação profissional: área em que o profissional exerce sua 
profissão, em função de competências adquiridas na sua formação; 
VI – formação profissional: processo de aquisição de competências e habilidades para o 
exercício responsável da profissão; 
VII - competência profissional: capacidade de utilização de conhecimentos, 
habilidades e atitudes necessários ao desempenho de atividades em campos 
profissionais específicos, obedecendo a padrões de qualidade e produtividade; 
VIII - modalidade profissional: conjunto de campos de atuação profissional da 
Engenharia correspondentes a formações básicas afins, estabelecido em termos 
genéricos pelo Confea; 
46 
 
IX – categoria (ou grupo) profissional: cada uma das três profissões 
regulamentadas na Lei nº 5.194 de 1966; e 
X – curso regular: curso técnico ou de graduação reconhecido, de pós-graduação 
credenciado, ou de pós-graduação senso lato considerado válido, em consonância 
com as disposições legais que disciplinam o sistema educacional, e devidamente 
registrado no Sistema Confea/Crea. 
Art. 3º Para efeito da regulamentação da atribuição de títulos, atividades e 
competências para os diplomados no âmbito das profissões inseridas no Sistema 
Confea/Crea, consideram-se nesta Resolução os seguintes níveis de formação 
profissional, quando couber: 
I - técnico; 
II – graduação superior tecnológica; 
III – graduação superior plena; 
IV - pós-graduação no senso lato (especialização); e 
V - pós-graduação no senso estrito (mestrado ou doutorado). 
Art. 4º Será obedecida a seguinte sistematização para a atribuição de títulos 
profissionais e designações de especialistas, em correlação com os respectivos 
perfis e níveis de formação, e projetos pedagógicos dos cursos, no âmbito do 
respectivo campo de atuação profissional, de formação ou especialização: 
I - para o diplomado em curso de formação profissional técnica, será atribuído o título 
de técnico; 
II - para o diplomado em curso de graduação superior tecnológica, será atribuído o título 
de tecnólogo; 
III - para o diplomado em curso de graduação superior plena, será atribuído o 
título de engenheiro, de arquiteto e urbanista, de engenheiro agrônomo, de geólogo, de 
geógrafo ou de meteorologista, conforme a sua formação; 
IV - para o técnico ou tecnólogo portador de certificado de curso de especialização 
será acrescida ao título profissional atribuído inicialmente a designação de 
especializado no âmbito do curso; 
V - para os profissionais mencionados nos incisos II e III do art. 3º desta 
Resolução, portadores de certificado de curso de formação profissional pós-graduada no 
senso lato, será acrescida ao título profissional

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