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Acervo, Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p. 1-17, maio/ago. 2024
História econômica do Rio de Janeiro
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Hugo André Flores 
Fernandes Araújo
Doutor em História pela Universidade 
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
Bolsista de pós-doutorado na Universidade 
Federal de Santa Maria (UFSM) com 
bolsa CNPq/Fapergs, Brasil. 
hugoaffa@gmail.com
Elizabeth Vieira Menezes
Mestranda em História pela Universidade 
Federal Fluminense (UFF). Bolsista 
Proex-Capes, Brasil. 
vieira.elizabeth@outlook.com
Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas 
que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
Critical transcription of the “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” of Rio 
de Janeiro (4/29/1685) / Transcripción crítica del “Regimento para as duas fragatas que vão a 
correr a costa” de Río de Janeiro (29/4/1685)
RESUMO
Apresentamos um regimento elaborado para o 
combate à predação marítima na costa do Rio 
de Janeiro no final do século XVII. Partindo da 
contextualização das ações de piratas e corsários na 
América portuguesa, com destaque para o litoral do 
Rio de Janeiro, destacamos os elementos presentes 
nas instruções do regimento que informam sobre 
as políticas de defesa das rotas de navegação e dos 
espaços litorâneos da capitania fluminense.
Palavras-chave: regimento; guarda-costas; Rio de Janeiro; 
piratas.
ABSTRACT
We present a regimento drawn up to counter maritime 
predation on the coast of Rio de Janeiro at the end of 
the 17th century. Starting with a contextualization of 
the actions of pirates and privateers in Portuguese 
America, with an emphasis on the coast of Rio 
de Janeiro, we highlight the elements present in 
the regimento’s instructions that inform about the 
defence policies for the shipping routes and coastal 
spaces of the captaincy of Rio de Janeiro.
Keywords: regimento; coast-guard; Rio de Janeiro; pirates.
RESUMEN
Presentamos un regimiento elaborado para 
combatir la predación marítima en la costa de Río 
de Janeiro a finales del siglo XVII. Partiendo de 
una contextualización de las acciones de piratas y 
corsarios en la América portuguesa, con énfasis en 
la costa de Río de Janeiro, destacamos los elementos 
presentes en las instrucciones del regimiento 
que informan las políticas de defensa de las rutas 
marítimas y de los espacios costeros de la capitanía 
de Río de Janeiro. 
Palabras clave: regimiento; guardacostas; Rio de Janeiro; 
piratas.
Hugo André Flores Fernandes Araújo | Elizabeth Vieira Menezes
Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
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Acervo, Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2024
História econômica do Rio de Janeiro
Introdução
Os regimentos eram instrumentos de governo que formalizavam a delegação de 
poderes entre as autoridades da monarquia portuguesa, sendo fontes que defi-
nem o espaço jurisdicional e as funções que estão sendo delegadas (Hespanha, 
2001, p. 174-175). Governadores-gerais, governadores de capitanias e capitães-
-mores recebiam seus poderes através de regimentos, assim como vários outros 
ofícios de Fazenda e Justiça.1 Entretanto, é preciso destacar que oficiais menores 
também poderiam receber regimentos para exercer poder em situações especí-
ficas por uma curta duração. Esse é o caso dos regimentos de guarda-costas, nos 
quais oficiais militares recebiam instruções e poderes para comandar navios que 
partiam ao encalço de piratas ou corsários avistados ao longo da costa. Nesse sen-
tido, argumentaremos que compreender esses instrumentos de poder, à luz do 
contexto que os produziu, permite analisar de maneira mais apurada as dinâmi-
cas políticas que moldavam a defesa costeira e as relações com estrangeiros na 
América portuguesa. Em outras palavras, tais documentos permitem explorar os 
mecanismos de reação a essas ameaças e os seus possíveis efeitos em nível local.
O documento abaixo transcrito e comentado faz parte do dossiê 
“Governadores do Rio de Janeiro (Registros antigo e velho de Ordens Régias)”, 
que reúne documentação ativa e passiva dos governadores da capitania e inte-
gra o fundo “Secretaria do Estado do Brasil”, custodiado no Arquivo Nacional do 
Rio de Janeiro.2 Esse corpus documental compreende o período entre 1680-1719 
e é composto por 24 volumes com documentos administrativos diversos, como 
alvarás, bandos, cartas patentes e de sesmarias, provisões, numbramentos, edi-
tais, certidões, leis, além de cartas régias recebidas pelos ocupantes desse posto. 
O texto está organizado em quatro sessões, sendo que as duas primeiras 
apresentam o contexto, tanto da predação marítima na América portuguesa no 
final do século XVII quanto dos eventos que motivaram a elaboração do regi-
mento dessa expedição guarda-costas, bem como apresentam os principais ato-
res envolvidos na organização e execução da operação. Na terceira sessão apre-
sentamos comentários sobre as instruções presentes no regimento e como elas 
nos informam sobre as políticas de defesa e a sociedade da América lusa. Por 
fim, a quarta sessão traz a transcrição paleográfica integral do regimento feita 
a partir dos critérios apresentados.
1 Essa questão foi desenvolvida por Francisco Cosentino (2009) em seu livro. 
2 O regimento aqui transcrito está no primeiro volume do códice. Todos os volumes são reproduções 
da antiga coleção “Registro antigo de ordens régias e Registro velho de ordens régias” (também sob custó-
dia do AN), redigidas durante o período em que Joaquim Pires Machado Portela foi diretor do Arquivo.
Hugo André Flores Fernandes Araújo | Elizabeth Vieira Menezes
Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
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História econômica do Rio de Janeiro
A predação marítima na costa da América portuguesa
Os neerlandeses foram os principais agentes do corso atlântico contra as em-
barcações portuguesas até meados da década de 1660. Essas ações se inicia-
ram no começo do século XVII e resultaram na tomada de Salvador em 1624 
e na conquista de Pernambuco em 1630. Entretanto, se intensificaram sig-
nificativamente após a insurreição pernambucana em 1645, fazendo com 
que os apresamentos de embarcações portuguesas chegassem à soma de 
220 navios entre 1647 e 1648 (Ritsema, 2008, p. 64-70; Araújo, 2023, p. 181). 
A partir da assinatura dos tratados de paz com os Países Baixos (1661; 1669), do 
casamento da infanta d. Catarina com o rei inglês (1662) e do acordo de paz com 
a Espanha (1668), as conquistas portuguesas no Atlântico experimentaram al-
guns anos de relativa harmonia, uma vez que as principais potências do corso 
estavam em avença com Portugal e em guerra entre si.3
A década de 1680 marca o começo de uma nova onda de ataques à costa da 
América portuguesa. O Atlântico Sul se tornou uma região atrativa para grupos 
piratas e bucaneiros, oriundos das 13 colônias e do Caribe, pois as notícias da 
descoberta de ouro4 começavam a circular e a costa da América lusa se transfor-
mou em uma rota alternativa para os grupos que acessavam os “mares do sul” 
(Pacífico) em busca das frotas de prata espanhola.5 
Nessa conjuntura, a capitania do Rio de Janeiro consolidava um papel es-
tratégico como entreposto central entre as capitanias do sul da América. Essa 
posição devia-se, sobretudo, ao seu vínculo com a Nova Colônia do Sacramento 
(fundada em 1680), cuja manutenção dependia diretamente de esforços flumi-
nenses (Sampaio, 2003, p. 146-147). Paradoxalmente, conforme cresciam as ju-
risdições do Rio de Janeiro, a fragilidade defensiva dessa capitania também au-
mentava. Multiplicavam-se as queixas dos governantes sobre o mau estado das 
3 Nos referimos às guerras anglo-holandesas (1665-1667 e 1672-1674) e franco-holandesa (1672-1674). 
Rommelse, 2015, p. 183-194; Rommelse, 2013, p. 10-33; Mello, 1998; Gouvêa et al., 2014, p. 549.4 De acordo com Kris Lane (2016, p. 191), os franceses estavam cientes das descobertas auríferas nas 
capitanias do sul e, com o ingresso de Portugal como aliado dos ingleses na guerra de sucessão espanhola, 
o corso francês se voltou para as conquistas portuguesas na América e na Ásia. As vítimas do grupo pirata 
relataram que estes tinham a intenção de buscar ouro e prata: “se entende que iriam à feitoria do ouro de 
Paranaguá e a esperar uma sumaca que eu mandei daqui com socorro à nova Colônia de Sacramento há 
mais de 3 meses, porque tem para si que todas as que lá vão vêm carregadas de prata e esta consideração 
os há de trazer sempre a esta coisa”. 20/5/1685. AHU_ACL_CU_017, cx. 5, D. 509.
5 Em geral os piratas alcançavam o Pacífico pelo estreito Darién no istmo do Panamá, contando com 
ajuda dos indígenas da região. Contudo, a partir da década de 1680, esses grupos realizaram a travessia 
em diversas ocasiões pelo estreito de Magalhães, o que os aproximava de contatos com navios portugue-
ses que circulavam entre a Colônia do Sacramento e os portos das capitanias do sul. Bradley, 1989, p. 103-
166; Montañez-Sanabria, 2023, p. 9-13; Lucena Salmoral, 1992, p. 203-244.
Hugo André Flores Fernandes Araújo | Elizabeth Vieira Menezes
Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
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História econômica do Rio de Janeiro
guarnições e sobre a falta de soldados e oficiais para a defesa (Mello, 2012, p. 
212-213). Essa sensação de insegurança aprofundava-se pela falta de mantimen-
tos e de braços produtivos escoados para suprir as demandas constantes do sul.
Não tardou para que a posição estratégica do Rio de Janeiro fosse notada por 
estrangeiros. As enseadas nos arredores desse porto tornaram-se ponto de para-
da privilegiado por piratas e corsários, que aguardavam para emboscar navios de 
diferentes origens e destinos. Na perspectiva de autoridades locais, esses ladrões 
do mar, atraídos principalmente pela prata, representavam um risco a todo o co-
mércio e navegação da cidade.6 No ano de 1685, para chamar atenção ao problema, 
o Senado da Câmara argumentava que esses corsários traziam as “maiores calami-
dades” para diferentes camadas da população, instalando um verdadeiro estado 
de penúria ao tirar os mantimentos vindos de outras capitanias para essa praça.7
O contexto de elaboração do regimento
As notícias recebidas acerca da captura de três embarcações em um curto espaço 
de tempo colocaram as autoridades em alerta. Duarte Teixeira Chaves8 recebeu 
um aviso do capitão-mor do Espírito Santo em 20 de março de 1685, informando 
que dois navios piratas foram avistados naquela altura e que esse grupo havia 
apresado uma sumaca de Porto Seguro. Pouco tempo depois, em 23 de março, o 
capitão-mor de Campos dos Goitacazes relatava o avistamento do grupo pirata 
na Ilha de Santana em posse de uma sumaca que havia partido do Rio de Janeiro 
para Salvador. Por fim, o patacho dos jesuítas caiu nas mãos dos piratas em 29 
de março, nas proximidades de São Sebastião, transportando a carga “[d]os mais 
moradores, não só desta [vila de Santos], como das mais vilas vizinhas carrega-
vam nele, por mais seguro, [as] suas mercadorias”.9 
No espaço de nove dias, os piratas correram a costa no sentido sul reali-
zando ao menos três capturas, e de acordo com os passageiros das embarcações 
roubadas o grupo se dirigia para “a feitoria do ouro de Paranaguá e a esperar 
6 AHU, Rio de Janeiro – Avulsos, cx. 5, D. 509. Rio de Janeiro, 20/5/1685. 
7 AHU, Rio de Janeiro – Avulsos, cx. 5, D. 510. Rio de Janeiro, 26/5/1685.  
8 Duarte Teixeira Chaves foi governador da capitania do Rio de Janeiro entre 3/6/1682 e 22/4/1686. 
Coaracy, 1965, p. 206-212. Como vemos, o modus operandi consistia em capturar a embarcação, retirar 
a carga desejada e, posteriormente, desembarcar a tripulação em terra, mantendo apenas aqueles que 
pudessem ser úteis como pilotos ou guias: “O provincial e mais religiosos e passageiros mandaram pôr 
a terra em uma das sumacas que haviam tomado e tão somente deixaram a seu bordo alguns práticos da 
costa”. AHU_ACL_CU_017, Rio de Janeiro – Avulsos, cx.5, D. 509. Rio de Janeiro, 20/5/1685. 
9 28/4/1685. AHU_ACL_CU_003, Brasil-Geral, cx. 1, D. 98.; AHU_ACL_CU_017, Rio de Janeiro – 
Avulsos, cx. 5, D. 509. Rio de Janeiro, 28/5/1685.
Hugo André Flores Fernandes Araújo | Elizabeth Vieira Menezes
Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
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uma sumaca” que o governador do Rio de Janeiro havia enviado para a Colônia 
do Sacramento, “porque [os piratas] têm para si que todas as que lá vão vêm 
carregadas de prata”.10 Na carta que Pedro Taques de Almeida, capitão-mor de 
São Vicente, escreveu ao rei d. Pedro II é apresentada uma vaga descrição do 
grupo que realizou os ataques na costa das capitanias do sul em março de 1685: 
“dois patachos com trezentos homens de várias nações os mais deles ingleses, e 
se presume por evidentes razões virem das ilhas nomeadas as Barbadas”.11
Ainda que não seja possível determinar com exatidão o poder bélico desse 
bando, é seguro afirmar que sua força de ataque não era desprezível: os dois 
patachos, com cerca de trezentos homens, eram “duas embarcações peque-
nas, mas bem providas de gente e armas”,12 capazes de abordar e capturar três 
embarcações em menos de dez dias, sendo uma delas (o patacho dos padres da 
Companhia), um navio tido como “mais seguro” e, por essa razão, era “de muita 
importância” porque transportava mercadorias dos moradores de várias vilas 
da capitania vicentina.13
Quando o governador do Rio de Janeiro ficou ciente da presença hostil, to-
mou as medidas necessárias para viabilizar a segurança da navegação costei-
ra e a organização da expedição guarda-costas para perseguir os piratas. Desse 
modo, em 23 de abril de 1685, lançou um bando14 chamando “toda a pessoa 
particular que nesta ocasião se quiser embarcar nas fragatas que de presente 
se estão aprestando para ir correr a costa”.15 No dia seguinte o governador lan-
çou um novo bando, interrompendo o trânsito naval, proibindo que todas as 
10 AHU_ACL_CU_017, Rio de Janeiro – Avulsos, cx. 5, D. 509. Rio de Janeiro, 20/5/1685. As autorida-
des já se preocupavam com a segurança costeira das capitanias do sul antes desses eventos, como indica 
uma carta de 1674: “o negócio é de tanta consideração, e convém ganhar-se o tempo nas disposições da 
segurança dos portos de maior perigo daquela costa em prevenção do rumor que estas minas hão de fazer 
na Europa”. 1/12/1674. “Carta para o Governador do Rio de Janeiro João da Silva de Sousa sobre diversas 
matérias acerca do benefício das minas de Paranaguá” (Biblioteca Nacional, 1929, p. 437). 
11 28/4/1685. “Carta do capitão-mor de São Vicente Pedro Taques de Almeida ao rei d. Pedro II, sobre 
os danos que um navio pirata fez na costa de Santos e as muitas embarcações que foram capturadas, in-
cluindo um patacho dos padres da Companhia de Jesus, enumerando as medidas que têm tomado para 
prevenir novos ataques”. AHU_ACL_CU_003, Brasil-Geral, cx. 1, D. 98. 
12 AHU_ACL_CU_017, cx. 5, D. 510. Em carta régia sobre esse caso, o rei afirmou que, por meio de uma 
charrua holandesa que aportou em Portugal, “se soube que encontrara um dos ditos piratas e trazia vinte 
e quatro peças de artilharia”. BR_RJANRIO_86_COD_0_0952_v_04, fl. 19.
13 AHU_ACL_CU_003, cx.1, D. 98.
14 O bando “é um suporte empregado para as comunicações dirigidas ao coletivo da sociedade, o qual 
era lido nos lugares mais frequentados das vilas ou cidades ao rufar de caixas. O conteúdo dos bandos 
apresenta efeitos potencialmente legislativos, pois estabelece uma determinação específica e um conjun-
to de punições aplicáveis” (Curvelo, 2019, p. 348).
15 23/4/1685. “Bando sobreembarque nas fragatas em aprestos para irem correr a costa”. BRRJANRIO 
86.COD.0.77, v. 1, fl. 188-188v.
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Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
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embarcações saíssem para além das fortalezas da barra do Rio de Janeiro, para 
evitar novos assaltos.16 Outro bando foi lançado em 26 de abril, chamando “a 
gente de mar” para servir na expedição, definindo o pagamento de dois mil réis 
a cada um no embarque e mais um tostão por dia de serviço, contudo também 
se definia a pena para aqueles que desertassem: prisão e degredo para a Colônia 
do Sacramento.17 Na mesma data o coronel Manuel Martins Quaresma recebeu 
a ordem da expedição e, no dia 29, recebeu o regimento para expedição.18 Pouco 
antes da partida, no bando de 1º de maio, foi acrescentado o castigo de “três tra-
tos de polé” para os homens do mar (matriculados para expedição) que não esti-
vessem embarcados a partir daquela data.19
Na falta de recursos nos cofres régios, os “mantimentos e pagas da gente 
do mar”, necessários para o lançamento das naus, foram custeados por em-
préstimo fornecido por homens de negócio da cidade.20 Tudo foi acertado com 
a supervisão do ouvidor-geral, João de Sousa.21 Ou seja, autoridades adminis-
trativas e negociantes se reuniram para viabilizar a partida das naus de guar-
da-costas. Dos múltiplos atores envolvidos nos preparativos da operação de 
defesa, duas figuras merecem destaque como os principais responsáveis pela 
viagem em terra e em mar: o governador Duarte Teixeira Chaves e o cabo de 
mar e guerra Manuel Martins Quaresma.
O governo de Duarte Teixeira Chaves na capitania do Rio de Janeiro acom-
panhou, de certo modo, determinadas nuances que marcaram a vida político-
-econômica da região no final do século XVII. Ele tomou posse em 1682 com 
16 “Nenhuma pessoa de qualquer qualidade e condição que seja passe das fortalezas desta barra para 
fora com embarcação grande ou pequena, nem ainda canoas sob pena de caso maior, enquanto não 
houver outra ordem”. 24/4/1685. “Bando sobre ninguém transpor as fortalezas da barra”. BRRJANRIO 
86.COD.0.77, v. 1, fl. 188v. Esse era um tipo de expediente comum nessas situações. Em fevereiro de 1704, o 
governador do Rio de Janeiro deu uma ordem semelhante às autoridades de Ilha Grande, Parati e Santos, 
porque navios piratas foram avistados pelo capitão-mor de Cabo Frio. 4/2/1704. AHU_ACL_CU_017-01, 
cx.14, D. 2758.
17 26/4/1685. “Bando sobre os homens do mar que vão nas fragatas a servir a sua Majestade”. 
BRRJANRIO 86.COD.0.77, v. 1, fl. 189v-190.
18 26/4/1685. “Registro da ordem que há de seguir o cabo, o coronel Manuel Martins Quaresma que vai 
com as duas fragatas a correr a costa, em razão dos piratas que nela andam”. BRRJANRIO 86.COD.0.77, 
v. 1, fl.190-191v.; 26/4/1685. “Registro do regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa”. 
BRRJANRIO 86.COD.0.77, v. 1, fl. 191v-196v.
19 1/5/1685. “Bando para que se recolham e embarquem os homens do mar que vão nas fragatas a correr 
a costa”. BRRJANRIO 86.COD.0.77, v. 1, fl.197v-198.
20 Como se observa em documento posterior sobre esse evento: “em tempo que aqui governou Duarte 
Teixeira Chaves que aviando-se dois navios para correr a costa, os mesmos homens de negócio lançaram 
nas fazendas que entraram de fora dois por cento donde por mão de um tesoureiro [João de Sousa] que 
nomearam pagaram a despesa que se fez”. 13/2/1704. AHU_ACL_CU_017-01, cx.14, D. 2759.
21 26/5/1685. AHU_ACL_CU_017, cx. 5, D. 510.
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História econômica do Rio de Janeiro
a missão de conduzir a restituição da Colônia do Sacramento.22 Seu prestígio 
era confirmado pelo acúmulo de títulos, como os de comendador da Ordem de 
Cristo e de fidalgo da casa de Sua Majestade. Governou a capitania até 1686, en-
volvendo-se diretamente em disputas políticas protagonizadas por atores lo-
cais. Na altura da organização da expedição em 1685, Duarte Teixeira Chaves 
havia se envolvido em contendas com o anterior ouvidor-geral da capitania, 
André da Costa Moreira.23 Até o fim dos seus dias, imiscuiu-se em profícuas re-
des de negócio com raízes imperiais, sendo dono de uma fortuna em diferentes 
praças do Ultramar luso.24
Como já mencionado, o coronel de Ordenanças Manuel Martins Quaresma 
foi o responsável pelo empreendimento em alto-mar, a quem os demais capi-
tães, oficiais e soldados “deveriam obedecer” e “dar a devida execução” de suas 
ordens. Em ordem passada para sua nomeação, o governador afirmava que esse 
posto devia ser ocupado por “pessoa de qualidade, serviços e merecimentos”, 
requisitos que concorreram na figura de Martins Quaresma, que, nessa altu-
ra, acumulava experiência militar ascendente, tendo servido “muitos anos na 
província de Alentejo, e Armadas da costa e do Brasil, em praça de soldado, sar-
gento, alferes de mar e guerra”.25 Havia recebido também o título de coronel de 
Ordenanças no Rio de Janeiro em 1679 (Santos, 2017, p. 42). 
Manuel Martins Quaresma pertencia a uma das principais famílias da no-
breza do Rio de Janeiro. Era casado com Domingas do Amaral da Silva e, por-
tanto, fazia parte da parentela dos Amaral Gurgel (Rheingantz, 1965, p. 20; 
Rheingantz, 1967, p. 547). Além da experiência militar, ele também tinha par-
ticipação em parcela da produção açucareira da cidade, como proprietário do 
engenho de São Bernardo (Santos, 2017, p. 45). Junto ao seu clã, era um dos 
grandes mandatários dos arredores da baía de Guanabara. Embora não seja pos-
sível afirmar ao certo os resultados da expedição de 1685, sabe-se que Martins 
Quaresma retornou aos seus negócios no Rio de Janeiro, já que foi um dos res-
ponsabilizados pelo assassinato do provedor da Fazenda Real, Pedro de Sousa 
22 Carta Régia. 3/1/1682. ANRJ, fundo Secretaria do Estado (86), cód. 952, v. 3, fl. 45. A Colônia do 
Sacramento foi destruída por espanhóis oito meses após sua fundação em 1680. Foi restituída à Portugal 
mediante a assinatura do tratado Provisional, assinado em 1681. Possamai, 2006, p. 21; 61-62.
23 Para mais detalhes sobre a inimizade entre Duarte Teixeira Chaves e o ouvidor André da Costa 
Moreira, ver Mello, 2009, p. 100-102.
24 De acordo com Fragoso, Gouvêa e Bicalho (2000, p. 74), os bens do testamento de Duarte Teixeira 
continham “um morgado no reino, um engenho no Rio e negócios de família na Índia”, o que indica como 
os seus negócios atravessavam o Império luso.
25 Ordem do coronel Manuel Martins Quaresma. 26/4/1685. BRRJANRIO 86, cód. 77, v.1, fl. 190-191v. 
Hugo André Flores Fernandes Araújo | Elizabeth Vieira Menezes
Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
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Acervo, Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2024
História econômica do Rio de Janeiro
Correia, e chegou a ser preso pelo crime (Fragoso, 2024, p. 58-59). Disso se de-
preende que esse sujeito participou ativamente dos conflitos políticos entre fac-
ções de elites locais que tomavam conta da baía de Guanabara durante a década 
de 1680 e, muito provavelmente, esses vínculos e desavenças tiveram seu peso 
na sua escolha para capitanear as naus de patrulha contra piratas.
A expedição foi lançada ao mar em 4 de maio de 1685. Sua força bélica era 
composta por duas fragatas, navios ágeis e próprios para combate (Domingues, 
2012, p. 68-69). O cabo Manuel Martins Quaresma, responsável pela expedição, 
foi embarcado na fragata Santa Margarida, enquanto o comando da segunda 
fragata, Nossa Senhora do Amparo, foi delegado a Sebastião Vaz, seu capitão.26 
Os homens embarcados nas duas naus eram divididosentre “gente marítima” 
(trabalhadores que operavam as embarcações) e infantaria/gente paga (agentes 
responsáveis pelas ações ofensivas e defensivas da expedição). 
As instruções do regimento
O governador do Rio de Janeiro usou o regimento para delegar poderes ao co-
mandante da expedição para que ele guiasse os navios em patrulha pela faixa 
costeira das capitanias do sul. As 17 instruções eram formadas em sua maioria 
por um roteiro minucioso acerca dos portos, enseadas e ilhas que deveriam ser 
sondados em busca dos piratas ou de informações obtidas junto às comunidades 
costeiras acerca do avistamento dos navios inimigos.27 Para auxiliar o leitor a 
compreender o roteiro da expedição, o Mapa 1 apresenta os pontos menciona-
dos no regimento, identificando também os locais em que ocorreram os apresa-
mentos que motivaram a expedição.
26 Patente de capitão de mar e guerra de uma das naus enviadas contra os piratas, em Sebastião Vaz. 
26/4/1685. BRRJANRIO 86.COD.0.77, v. 1, fl. 196v-197v.
27 Comunidades costeiras eram elementos essenciais para a defesa dos espaços litorâneos. Os mora-
dores dessas localidades, que muitas vezes eram pescadores, foram figuras importantes das políticas de 
informação na América portuguesa, responsáveis por alertar e informar as autoridades sobre presenças 
hostis no mar. Exploramos essas questões com mais detalhamento em: Araújo, no prelo.
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Transcrição crítica do “Regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa” do Rio de Janeiro (29/4/1685)
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História econômica do Rio de Janeiro
Mapa 1 – Roteiro da expedição e locais de apresamento dos navios. Fonte: o mapa foi elaborado pelos autores 
a partir das informações presentes em: AHU_ACL_CU_017, Rio de Janeiro – Avulsos, cx. 5, D. 509, 26/4/1685. 
“Registro do regimento para as duas fragatas que vão a correr a costa”. BRRJANRIO 86.COD.0.77, v. 1, fl. 
191v-196v. As coordenadas geográficas foram inseridas na plataforma Palladio (http://hdlab.stanford.edu/palla-
dio/), e as informações foram vetorizadas com o software Inkscape.
O regimento apresenta em suas instruções iniciais (capítulos 1° a 3°) as or-
dens para a organização das tripulações, com a definição de postos de confian-
ça e funções específicas, além dos sinais usados para a comunicação entre as 
embarcações. Cabe destacar que havia instruções acerca de cuidados incomuns 
para outras expedições:28 a necessidade de confessar todos os embarcados e a 
28 Não encontramos instruções semelhantes sobre confissão ou orações nos regimentos das expedições 
que foram organizadas em Pernambuco e na Bahia (Araújo, 2024). O regimento da Armada da Companhia 
Geral do Comércio, de 1656, também se inicia pelo cuidado com os ritos católicos da confissão e da reza 
dos terços: “Para conseguir da misericórdia divina o bom sucesso que esperamos [...] farão confessar e co-
mungar toda a gente [...]. Porquanto no rezar dos moços, se tem introduzido pelo abuso de tantos anos, 
indecentes palavras, com ridículas geringonças, rezar se há somente o terço de Nossa Senhora, no tem-
po costumado” (Freyre, Francisco de Brito. Viagem da Armada da Companhia do Comércio, e frotas do 
Estado do Brasil. A cargo do general Francisco de Brito Freyre. Impressa por mandado de ElRey nosso se-
nhor Ano 1655, p. 53. Até o presente, só encontramos outro regimento que menciona essa prática: 3/2/1704. 
“Regimento que dá o governador Álvaro da Silveira de Albuquerque ao capitão de mar e guerra, Joseph de 
Mendonça, que é da nau Nossa Senhora da Penha de França e sai [...] que vai com duas sumacas armadas em 
guerra a correr a costa e expulsar aos piratas que nela andam”. BRRJANRIO 86.COD.0.77, v. 14. fl. 227-232. 
http://hdlab.stanford.edu/palladio/
http://hdlab.stanford.edu/palladio/
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prática diária do “terço de Nossa Senhora” para obter sua intercessão e o su-
cesso na viagem, elementos que informam como os rituais do Antigo Regime 
católico permeavam essas práticas.29 Cabe mencionar que estamos falando de 
viagens que pressupunham o enfrentamento dos perigos do mar e, em última 
instância, o risco de morte (fosse em batalha ou pelas condições de navega-
ção). Portanto, é significativa a exigência do ritual religioso a bordo, deter-
minada já no primeiro item do regimento, isto é, antes de quaisquer outras 
normas práticas da missão. Estamos falando, portanto, de uma sociedade ca-
tólica, cujo sistema de crenças definia inclusive as práticas defensivas.
Os capítulos 4 a 12 detalham as ilhas, enseadas e outros pontos da costa que 
devem ser patrulhados à procura dos piratas. Essas instruções formam a maior 
parte das ordens do regimento e são muito detalhadas acerca dos pontos visita-
dos e como os oficiais deveriam proceder para tomar informações nas vilas e co-
munidades costeiras. Vale ressaltar as especificações cuidadosas sobre as ilhas 
e ilhotas que polvilham as enseadas próximas aos portos principais. As instru-
ções do regimento recomendavam cuidado especial com esses sítios que, ao que 
se presume, poderiam ser feitos de esconderijo pelos piratas. Os itens 11 e 12, em 
particular, indicam os expedientes do fim do percurso para o sul e do retorno 
dos navios para o Rio de Janeiro. Após descortinar toda a costa até a altura de 
Santa Catarina, a rota de volta seria feita “por fora”, até os arredores das Ilhas 
de Santana, de onde deviam retornar ao porto da cidade. Também é digno de 
nota que esses dois itens do regimento previam que a expedição procurasse no-
tícias dos inimigos entre moradores e pescadores locais.
Os cinco capítulos finais do regimento apresentam instruções diversas. O 13 
contém instruções de combate, com a ordens para perseguir e destruir o inimigo 
sem abordá-lo nem sofrer abordagem, cuidando para que as naus da operação não 
fossem incendiadas e, em caso de recuperação de carga ou realização de presa, fosse 
observado o que estava nas ordens régias sobre esses casos. No 14 é conferido ao cabo 
da expedição a prerrogativa de reunir em conselhos seus oficiais para decidir como 
agir em situações não previstas no regimento. Os capítulos 15 e 16 tratam de assun-
tos particulares e não diretamente relacionados à expedição: caso encontrassem a 
embarcação de Vicente Pendão,30 que havia partido levando socorros à Colônia do 
29 É importante ter em vista que essa sociedade tinha o exame e direção da consciência como práticas 
disciplinadoras essenciais para a manutenção da ordem e da hierarquia social em todos os espaços de 
controle, e a bordo dos navios isso não era diferente (Hespanha, 2011, p. 12-13).
30 Não encontramos muitas informações sobre Vicente Pendão. Sabemos que ele era capitão de uma 
sumaca e navegou entre as capitanias de São Vicente e da Bahia na década de 1670, levando inclusi-
ve amostras de pedras preciosas para avaliação (23/10/1676. Biblioteca Nacional, 1929, p. 29-30; 31-32; 
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Sacramento, deveriam ordenar o seu retorno para o Rio de Janeiro; transporta-
vam uma carta para os oficiais da Câmara do Rio de São Francisco e deveriam pedir 
sua resposta imediata. A última instrução reforça o papel de Quaresma como cabo 
da expedição com votos de sorte na operação de modo que “Sua Majestade tenha 
muito que lhe agradecer, e o mundo que lhe louvar”.31 
Normas de transcrição adotadas 
A presente transcrição foi baseada nas Normas técnicas para transcrição e edição 
dedocumentos manuscritos, a partir das quais adotamos os seguintes critérios 
quanto à grafia, convenções e apresentação gráfica. 
Grafia: 
• Foram separadas as palavras grafadas unidas indevidamente e foram unidas as 
sílabas ou letras grafadas separadamente, mas de forma indevida. 
• As letras foram grafadas na forma usual, independentemente de seu valor fonético.
• O “s” caudado duplo foi transcrito como “ss” e o simples como “s”. 
• Os trechos identificados como enganos, omissões, repetições e truncamentos, 
que comprometiam a compreensão do texto, foram acompanhados da palavra 
latina [sic] entre colchetes e grifada. 
• As abreviaturas não correntes foram desenvolvidas com os acréscimos em grifo. 
• Quando a leitura paleográfica de uma palavra foi duvidosa, colocamos uma in-
terrogação entre colchetes: [?].
• A acentuação e pontuação original foram mantidas. 
• As letras maiúsculas e minúsculas foram mantidas. 
• A ortografia foi mantida na íntegra, sem nenhuma correção gramatical.
13/12/1676. Biblioteca Nacional, 1929, p. 70-71). Em 1679, Vicente Pendão figurou na lista dos capitães de 
navios que transportaram as forças portuguesas de Santos para estabelecer a Colônia do Sacramento 
(Leme, 1953. p. 49). Com o estabelecimento do novo enclave luso no rio da Prata, Pendão parece ter 
se mantido nessa rota, levando suprimentos e trazendo mercadorias da fortaleza. Ao que parece os 
piratas que rondavam a costa em 1685 tiveram notícias de sua viagem e buscavam capturá-lo em seu 
retorno, como os vereadores de São Paulo deixaram registrado (16/5/1685. Termo de vereação. Arquivo 
Municipal de São Paulo, 1915, p. 280-281). 
31 BRRJANRIO 86.COD.0.77, v. 1, fl. 196v.  
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Convenções: 
• As palavras que se apresentaram parcial ou totalmente ilegíveis, mas cujo senti-
do textual permitiu a sua reconstituição, foram colocadas entre colchetes. 
Apresentação gráfica: 
• A transcrição foi feita de forma corrida. 
• Foi respeitada a divisão paragráfica do original. 
• O final de cada linha do original é representado na transcrição por uma barra 
comum: /. 
• As páginas do original não estavam numeradas, o transcritor optou por nume-
rá-las, acrescentando a numeração entre colchetes e em grifo: [fl. 4], [fl. 4v]. 
• As palavras ou números que estavam grifadas no original foram grifadas com 
sublinhado duplo: exemplo.
BRRJANRIO 86, cod. 77, v.1, fl. 191v-196v Regimento[fl.191v]
Registo do Regimento para as duas fra-/ gatas que vão a correr a costa./
Regimento que se há de observar nestas / Naos que vão a correr a cos-
ta em que vay / por cabo dellas o Coronel Manuel Martinz Co-/ resma, na Nao 
Invocação Sancta Mar- / garida, por ordem do governador desta / praça Duarte 
Teixeira Chaves. /
1° Tera que nesta viagem Deos nos mostre / o fim que dejamos ser tão parti-
cular / cuidado, os Cabos e Capitaens mestres das / Naos, que nellas vão embar-
cados, fazerem re-/ cenha32 da gente, asim maritima como / infantaria para os 
fazerem confeçar a / todos, e no discuço das viagem Rezarão / [fl. 192] / o Terço 
de nossa Senhora todos os dias / para que ella seja em nosso favor /
2° Antes de sahirem pella barra fora / os cabos paçaram mostra a sua gente 
/ e os Repartirão a seus postos comforme / a cada hum tocar, asim da gente ma-/ 
ritima como da paga, tendo muy par-/ ticular cuidado de nomear peçoa de / sas-
tisfação para o Paiol da polvorá, e / postos mais Importantes pera que ofere- / 
cendoçe ocazião de Peleja não haja nel-/ la a menor falta e descuido. /
32 “Resenha: a mostra que se passa de gente de guerra. Deriva-se do verbo latino recensere, que é 
contar, numerar, &c. porque na resenha se observa o número, o brio, o vestido, & armas dos soldados” 
(Bluteau, 1712, p. 277).
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3° O cabo antes de sahir desta Barra / dará Regimento ao outro navio com as 
/ senhas que lhe parecer conveniente pera / que por ellas se conheção o que se 
há de / hyzecutar. /
4° Tanto que sahirem fora desta Barra pos- / tos ao mar com a Ilha Redonda 
hirão cor-/ rendo a costa a descobrir a Ilha Grande / [fl. 192v] / com hua Nao 
Coal o Cabo lhe parecer afas-/ tada da terra, coanto lhe Veja claramente / huma 
sumaca ou lancha emcorada na / Costa, e a outra Nao hirá ao mar della / dua 
pera tres legoas pera descobrir tam- / bem o mar por fora, e qualquer que / avis-
tar embarcação fará o sinal a ou-/ tra conforme o cabo lhe aponta e de-/ pois 
de descuberto este citio, e na se  a-/ charem os Inimigos nelle Irão da mes-/ ma 
sorte correndo a costa do Cairussú33 / pera a Ilha dos Porquos e Ilha de São / 
Sebastião e a Nao que for a terra com a  / sumaca e lancha descortinará bem / o 
Porto das Laranjeiras, e a Ilha das Cou-/ ves, e a emciada da Ubatuba, e a em-/ 
ciada dos Tubarões, e a Ilha dos Porquos / com a lancha não querendo emtrar 
nella / com a Nao, e não achando noticia do Ini-/ migo Irá buscar a Ilha de São 
Sebastião / [fl. 193] / pella ponta do norte e mandará a / lancha a terra dentro 
saber as noticias / que há do Inimigo. /
5° A Nao que for ao mar hirá por fora, / a buscar a Ilha da Victoria, e a 
Ilha / dos Buzios que estão ao sueste e susueste / do Porto, a que chamão dos 
Castelhanos / que é da Ilha de São Sebastião, da / banda do Sul da Ilha, e man-
dará a / lancha a terra a saber do que há , e / em cazo que o Inimigo esteja emtre 
/ a Ilha,  e a cerra34 [sic] firme hira hua Nao / emtrar pela Bocaina do Sudueste / 
da ilha, e outra emtrarão pella do / nordeste, emcostandoçe a Ilha que he / alto, 
e não pella terra firme que he baixo./
6° E não achando noticia do Inimigo / saindo da Ilha de São Sebastião pella 
/ banda do sul della dezembocará hua / Nao por emtre ella e a Ilha dos Alca-/ 
[fl. 193v]/ trazes, e a outra não virá por fora / da outra Ilha dos Alcatrazes,   e 
assy Irão / andando pella costa abaixo a deman- / dar a Ilha de Santo Amaro que 
he donde / estão as duas Barras de Sanctos: a Nao / que for a terra discobrirão 
bem ao mon- / te de trigo35, e hirá demandar a Barra / da Bertioga, e o Monte de 
Pazcoal, / e mandará a lancha a terra a des- / cobrir hum e outro Porto, e a Nao 
que for / ao Mar e Pairará a esperar por ella athé /  saber se ha Inimigo, ou não, 
e não o a-/ vendo se ajuntarão, e Irão correndo a / costa athé a Ilha da Muella, a 
33 Cairuçu.
34 Terra.
35 Atual ilha Montão de Trigo.
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qual / mandarão descobrir com a lancha, e / as mais emciadas até chegarem a / 
Barra Grande de Sanctos a donde man- / darão a lancha a terra a saber as no-/ 
ticias do Inimigo./
7° Saindo de Sanctos Irão correndo / [fl.194] / a costa a demandar a Ilha 
emci-/ mada que está pera o Sul e susudues-/te, e de lá Irão a buscar a Ilha da / 
Cananéa e Surgirão nella parecendo-/ lhe, e mandarão a lancha dentro a / barra 
a tomar falla da terra das no-/ ticias que nella há. /
8° Saindo da Cananea Irão buscar / a Barra de Pernagoá [sic]36 e descobrirão 
a / Ilha das figueiras que fica na costa an-/ tes de chegar a Pernagoá, e mandarão 
/ a lancha a terra dentro a saber se / tem noticia do inimigo./
9° De Pernagoa Irão descortinando bem / a terra, e Irão buscar as Ilhas que 
estão / na boqua do Rio de São Francisco e nel- / las podem surgir sendo nesse-
çario em- / coanto mandãoa lancha dentro a Sa-/ ber o que ha./
10° Do Rio de São Francisco Irão correndo /[fl. 194v]/ a costa, e chegando 
a emciada das Garoupas / que está três legoas ao norte da Ilha da / Galé podem 
emtrar nella a bordejar / se quizerem E surgirem também pera a / banda do sul, 
e mandarão lancha a / descobrir por dentro della. /
11° Da emceada das Garoupas irão a de- / mandar a Ilha de Sancta Catherina 
/ que está seis Legoas ao Sul, e logo verão a / Ilha de Galé e outra Ilha Redonda 
alta / a que chamão a do arvoredo, e hunz Ilhotes- /zinhos piquenos, e a Ilha 
de Sancta Cathe-/ rina logo adiante della, e Irão emtrando / pera dentro mais 
emcostados a Ilha fir-/ me, advertindo que na emtrada da I-/ lha estão duas 
Ilhotas de arvoredo redon-/ das em fileira na bocaina mais che-/ gadas a Ilha 
que a terra firme a que / chamão o ratones, athé estas Ilhas há três / Braças 
de fundo raza, e pera dentro he / [fl. 195] / baixo pera as Naos, defronte destas 
Ilhotas / está hum Riacho piqueno nella esta / hum morador, e adiante morão 
ou-/ tros, de quem se pode saber do inimigo. /
12° Da Ilha de Santa Catherina farão / a derrota de sorte que venhão por fora 
/ a demandar terra pella altura de / vinte e dois graos e um coarto que será / com 
a Bahia fremoza37 [sic] que está ao norte e / noroeste das Ilhas de Santa Anna, e / 
chegando avistalla a descobrirão bem / pera que lhe não fique o Inimigo / surto 
nella, e dahy virão a Ilha de / Santa Anna descortinando-a a costa / bem, e não 
estando os Inimigos nella / virão descobrindo a costa, e a Bahia do / Salvador 
que está junto ao morro de São / João, e as Ilhas dancora, que estão ao mar / 
36 Paranaguá.
37 Baía Formosa.
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della e a Ilha dos Papagaios que está adi-/ ante vindo pera ao cabo frio, e che-
gando /[fl.195v]/ ao cabo frio mandarão a lancha a / terra dentro a Pescaria a 
saber se ha / notícia do Inimigo, e não avendo vi-/ rão buscar esta Barra do Rio 
de Janeiro, / e chegando a ella darão fundo de fron-/ te do Pão dasuqare e dahy 
mandarão as / noticias do socedido pera se lhe orde- / nar o que hão de seguir: /
13° No cazo que topem com o Inimigo fa-/ rão todo o possível por pelejar 
com elle pre- / curando destruihillo sem o abordarem, / nem tão pouco deixal-
los abordar a elles, / e aynda rendendo os se haverão com / tal cautella que não 
corrão as Naos o me- / nor Risco de fogo e no cazo que o venção / e haja algu-
ma preza o cabo mandará / ter grande cuidado na arrecadação del-/ la pera se 
Repartir na forma das ordens / de Sua Magestade./
14° E Porque os cazos são mais que as leis e pode / [fl. 196] /acomtecer algum 
que neste Regimento não vá / expreço e declarado offerecendoçe al-/ guma no-
vidade o Cabo chamará a / comselho os capitaens mestres e pillotos / e as mais 
peçoas que lhe parecer, e por-/ pondolha lhe tomará os seus votos, e se / seguirá 
o que se rezolver e for mais convi-/ niente ao Serviço de Sua Magestade. /
15° E Porque se emtende que o mestre Vi- / cente  Pendão que foy com o so-
corro a nova / colonia do Sacramento do Rio da prata po- / derá estar recolhi-
do em algum Porto dos / nomeados e ser muy conviniente ao / serviço de Sua 
Magestade que delle se recolha a / esta praça se procurará em todos os / Portos e 
achandoçe em algum delles / lhe ordenarão que logo sem dilação par- / ta pera 
este Porto. /
16° Vay huma carta do serviço de Sua Magestade / pera os oficiais da camara 
do Rio de São / [fl. 196v] / Francisco a coal se lhe mandará, e se lhe/ pidirá a res-
posta della com effeito: /
17° Assy do cabo como de todos os mais offi- / ciaes e soldados que vão a 
esta função, fio / que havendo ocazião de Peleja se hajão / nella de sorte que Sua 
Magestade tenha muito / que lhe agradecer,  e o mundo que lhe Lou- / var. Rio 
de Janeiro 29 de Abril de 1685. / Duarte Teixeira Chaves. /
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História econômica do Rio de Janeiro
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Recebido em 30/11/2023
Aprovado em 17/7/2024
https://doi.org/10.1590/S0101-90742012000100012
https://doi.org/10.1590/S0101-90742012000100012
https://doi.org/10.1093/acrefore/9780199366439.013.948
https://doi.org/10.1093/acrefore/9780199366439.013.948
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