Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Minerais e Rochas Industriais Prof.: Msc.Shisley Barcelos João Monlevade 2013/1 •BAUXITA Bauxita Descoberta em 1821 por Berthier (sul da França) Rocha de coloração avermelhada rica em Al Bauxita Fonte natural de Al Proporção dos óxidos determina a coloração da rocha Branca – 2 a 4% de óxidos de Fe Vermelha – até 25% Bauxita • Reserva mundial é de 33,4 bilhões de toneladas • Brasil – 3.5 bilhões de toneladas • 95% de bauxita metalúrgica • Produziu 22 milhões de toneladas em 2006 Bauxita não-metalurgica • Abrasivos • Refratários • Produtos químicos • Cimentos de alta alumina • Proteses Bauxita • Mineralogia e Geologia Bauxita • Rocha bauxita não metalúrgica • Mistura impura de minerais de Al • Gibbsita – Al(OH)3 • Diásporo – AlO(OH) • Boehmita – AlO(OH) • Teor mínimo de 30% para aproveitamento Bauxita • Principais impurezas: • Caulinita • Quartzo • Goethita • Rutilo • anatásio Bauxita • A diferença mais relevante entre a bauxita não-metalúrgica e a bauxita metalúrgica é o teor de Fe2O3 • Bauxita refratária deve ter mais alumina e menos impurezas Bauxita • Condição essencial para formação: • Clima tropical, com estações seca e úmida alternadas que favorecem o processo natural de lixiviação Bauxita • Haverá maior taxa de formação da bauxita quando ocorre: • Elevada porosidade da rocha • Cobertura vegetal com adequada atividade bacteriológica • Topografia plana, ou pelo menos, pouco acidentada que permita o mínimo de erosão • Longo período de estabilidade e • Intensa alteração das condições climáticas Bauxita • Lavra e Processamento Lavra • Varia de acordo com a natureza dos corpos mineralizados das jazidas • É realizada, na maior parte, à céu aberto segundo o método por tiras • Menos de 20% por lavra subterrânea Processamento • Técnicas comuns de beneficiamento do minério aplicam-se, parcialmente aos minérios de alumínio Beneficiamento • Para fins não- metalúrgicos • principais operações: • 1) Formação de polpa com 25% de sólidos com minério de bauxita seguida de atrição e classificação, a úmido, em 74 µm, para remoção da fração fina Beneficiamento • 2) Separação magnética • 3) Filtragem para elevar a % de sólidos de 25 para 60% seguida de secagem em vaporizador, obtendo um produto final com 5% de umidade • 4) Calcinação da bauxita beneficiada • 5) Acondicionamento para expedição Bauxita para abrasivos • Deve conter elevado teor de alumina, • SiO2 abaixo de 7%, • relação ferro/silica menor que 3 • óxido de Ti entre 2 e 4% e • baixo teor de álcalis Bauxita para abrasivos • Polimento • Bauxita fundida em forno elétrico a arco produz o córindon artificial (dureza 9) • Usados em antiderrapantes e refratários Bauxita para refratários • Calcinação da bauxita refratária para obtenção da alumina refratária • 2ton de bauxita beneficiada = 1 ton de bauxita calcinada • Promove: • Remoção de toda água • Transformação de fases dos minerais de Al Bauxita para refratários • Está restrita à China, Guiana e ao Brasil • Pode ser misturada com quartzo formando abrasivos ou com calcário para produzir cimento de aluminato de cálcio, usado como ligante refratário Bauxita para produtos químicos • Sulfatos • Cloretos • E fluoretos de alumínio • Aluminato de sódio e • Acetato de alumínio Bauxita para produtos químicos • Bauxita de grau químico exige a relação de 100/1 Alumina/ferro • Sulfato de alumínio (agente coagulante) • Usado também (livre de Fe) como agente de cobertura na industria de papel Bauxita para cimento • Cimento de aluminato de calcio (baixo teor de Fe) • Maior densidade, porosidade baixa e menor contração do corpo moldado • Reduz a penetração através do metal fundido • Aditivos em cimentos portland Bauxita para cimento • Cimento de alta alumina (55 a 56%) • Fusão de calcário e bauxita • Resiste a corrosão quando exposto à água do mar Alumina para prótese humana • Cerâmicas de Alumina • Deve ter elevada densidade e pureza (99,5%) • Excelente resistência à corrosão • Elevada resistência à desgaste • Alta resistência mecânica • Próteses de quadris e dentárias Beneficiamento • Para fins metalúrgicos • Razão mássica de Al2O3/SiO2 deve ser maior que 10. • Caso contrário esse valor deverá ser aumentado por métodos físicos ou fisico-químicos de beneficiamento (Flotação) • Aplicação direta do processo Bayer Processo de Obtenção da Alumina Processo Bayer (O sistema Bayer permite, por meio do refino da bauxita, que se obtenha o hidróxido de alumínio e/ou alumina). Alumina • Hidróxido de Alumínio (ou alumina tri-hidratada, ou hidrato) • O hidróxido de alumínio é produzido industrialmente por meio de dissolução, em soda cáustica e recristalização da gibbsita, contida na bauxita pelo processo Bayer. • Suas partículas constituem-se de aglomerados de cristais primários, que se formam durante a etapa de recristalização. Produção da Alumina • Blendagem • Moagem; • Digestão; • Filtragem/evaporação; • Precipitação; • Calcinação. Blendagem Processo de homogeneização Tornar a matéria prima proveniente de várias jazidas diferentes, a mais adequada e homogênea possível ao processo de digestão. • O objetivo é preparar o minério para iniciar suas transformações, até ser obtido na forma de hidróxido (alumina). Moagem 1ª Etapa - Moinho de martelos e Moinho de barras. 2ª Etapa - é realizada a úmido, com o uso de licor (NaOH). Na saída do moinho de barras existe um separador de impurezas que retêm raízes, pedaços de madeira e pedras. Moagem • Por fim, a pasta moída e com a granulometria ideal para início da digestão é estocada em tanques específicos, nos quais permanecem em homogeneização pela ação de bombas recirculantes e pás rotativas. Prédio de Moagem da Bauxita Digestão O principal objetivo dessa etapa é dissolver o hidróxido de alumínio na bauxita e reduzir o teor de sílica, para garantir pureza adequada aos produtos finais. Provoca-se uma reação com NaOH concentrado a uma temperatura de aproximadamente 150ºC. Digestão Al2O3.3H20 + 2 NaOH→ 2 NaAlO2 + 4H2O Para que a reação se processe com maior eficiência e em temperaturas e pressões menores, é preferível que a bauxita contenha hidróxido de alumínio na forma de Gibbsita (pedra de gesso ) em detrimento a Bohemita e Diáspora, estruturas que necessitam de temperaturas e pressões maiores para serem digeridas. Prédio da Digestão Os insolúveis, bem como os produtos da dessilicação, permanecem sólidos na forma de impurezas. No topo do digestor ocorre a injeção de leite cal, aumentando a filtrabilidade e auxiliando no controle de impurezas. Clarificação / Filtragem O objetivo da clarificação no processo Bayer é a remoção de resíduos sólidos presentes no licor, Após a digestão da bauxita, para garantir a qualidade do hidrato na precipitação. Os sólidos removidos encontram-se em uma mistura com o licor, que é bombeada para os lagos de resíduo de bauxita. Clarificação / Filtragem • A clarificação do licor é realizada em duas etapas: espessamento e filtragem. • Na primeira etapa, o licor é bombeado para o espessador. • Esse é um sistema de separação sólido- líquido com duas saídas. Clarificação / Filtragem • Pela parte superior, o licor clarificado, é transbordado e enviado para um Tanque. • Na parte inferior encontra-se o resíduo de bauxita com alta concentração de sólidos. Clarificação / Filtragem • Para reduzir a perda da sodacontida no resíduo de bauxita, faz-se a passagem do resíduo por quatro lavadores. • No último deles, essa lavagem é realizada em contra-corrente. Clarificação / Filtragem • Dessa forma, o resíduo de cada lavador é bombeado para o próximo estágio de lavagem, enquanto que o licor é bombeado para o estágio anterior. Clarificação / Filtragem O resíduo de bauxita do último lavador possui a menor concentração de licor, e é então enviada para os lagos de resíduo de bauxita por meio do misturador. Na segunda etapa de clarificação, o licor é filtrado em filtros-prensa. Prédio da Clarificação / Filtragem Trocadores de calor / Evaporação Antes de seguir para a etapa de precipitação, o licor verde da fase de clarificação passa por trocadores de calor. Trocadores de calor / Evaporação • Por meio da troca térmica são feitos, basicamente, o resfriamento do licor verde clarificado e o aquecimento do licor usado na etapa de precipitação, e que será adicionado na digestão da pasta de bauxita. Trocadores de calor / Evaporação • A utilização dos trocadores de calor é fundamental para a melhoria do consumo energético do processo. Trocadores de calor / Evaporação O resfriamento do licor verde é realizado por meio da passagem por três tanques de flasheamento em série (chamados de flash alto, médio e baixo). Parte da água em solução é extraída na forma de vapor, o qual é dirigido para os três aquecedores tubular para elevação da temperatura do licor usado. Trocadores de calor / Evaporação • O objetivo do prédio da evaporação é eliminar parte da água do licor usado, controlando o espaço dos tanques. Simultaneamente, a concentração cáustica é elevada antes de ser enviada para a digestão. Prédio Trocador de Calor / Evaporação Precipitação Nesse ponto, o licor verde, livre dos sólidos não solúveis, deve ser reconvertido ao hidróxido de alumínio (hidrato). Para iniciar a precipitação é inicialmente necessária a redução da temperatura do licor para aproximadamente 83ºC, por meio da passagem pelo condensador barométrico. Sistema de Precipitação Ao sair do condensador barométrico, o licor segue para um tanque, onde é bombeado para os precipitadores e sempre mantido em agitação por um processo de injeção de ar comprimido na sua base, perfazendo todo o percurso, podendo durar de 24 a 30 horas. Precipitação Uma das etapas mais importantes do processo (porque a qualidade obtida pelo hidrato resultará, posteriormente, nas qualidades finais da alumina) 2 NaAlO2 + 4 H2O →Al2O3.3H20 + 2NaOH Calcinação Tem como objetivo principal a conversão do hidrato em uma mistura cristalina de formas alotrópicas de Al2O3, ou uma fase específica. Inicialmente, o hidrato recém-chegado da precipitação é lavado e filtrado, seguindo para secagem, calcinação e posterior resfriamento. Calcinação Nos filtros, o conteúdo de sódio solúvel cai para valores próximos à 0,04%, restando um hidrato com umidade de aproximadamente 10%. A parte úmida é então levada a um secador (~300ºC) para remoção da água adsorvida. Calcinação • Dessa mesma forma, o hidrato é transportado por todo o sistema de calcinação para ser então, descarregado no forno e direcionado ao vaso de retenção. Calcinação Esse vaso opera com uma quantidade de alumina estocada, que se renova à medida que mais quantidade entra e outra quantidade sai. As condições do forno e do vaso de retenção (nível e temperaturas de operação) ditam as características finais da alumina em produção. Calcinação As temperaturas podem variar de 950ºC a 1250ºC, dependendo da campanha de alumina e da taxa de produção. Dessa forma, a reação de calcinação em questão é: 2 Al2O3.3H2O(s)→ Al2O3(s) + 3H2O(v) Calcinação • O produto calcinado e ainda parte do material não-calcinado percorre uma série de dutos e ciclones, onde há uma constante seleção granulométrica e as partículas consideradas finas são redirecionadas a outros ciclones para reclassificação. Calcinação • Caso não esteja dentro das especificações do referido produto, esse material fino é coletado por um equipamento eletrostático, que armazena todo esse conteúdo. Prédio da Calcinação O material, após encerrada a etapa de calcinação, é enviado a um resfriador, para posteriormente ser ensacado / embarcado. •Alumínio • O alumínio é produzido comercialmente há cerca de 150 anos e, nesse curto período, sua indústria se expandiu e está presente em seis regiões geográficas • África, América do Norte, América Latina, • Ásia, Europa e Oceania. Alumínio Alumínio • O Brasil é o sexto maior produtor mundial de alumínio primário, precedido pela: • China, • Rússia, • Canadá, • Estados Unidos e • Austrália. Alumínio • O Brasil, além da terceira maior jazida de bauxita do planeta, • é o quarto maior produtor de alumina • e ocupa a quinta colocação na exportação de alumínio primário/ligas. Alumínio O alumínio em potencial é o metal mais abundante do mundo e, é o terceiro elemento mais abundante do planeta, atrás do oxigênio e silício. Sua produção atual supera a soma de todos os outros metais não ferrosos. Alumínio • Aplicação no mercado interno: • Embalagens • transportes • segmentos de eletricidade, • construção civil, • bens de consumo, • máquinas e equipamentos e outros Características: • Baixa densidade; • Alta condutibilidade; • Resistência a corrosão; • Baixo custo para sua reciclagem, • aumenta sua vida útil e a estabilidade do seu valor; • Baixo Ponto de fusão. Redução Processo Hall - Heroult Redução é o processo de transformação da alumina em alumínio metálico. Em uma das aplicações, o óxido de alumínio é então levado às cubas eletrolíticas, de onde se obtém o alumínio metálico, por meio do processo de redução, que consiste em extrair o metal do óxido. Redução Processo Hall - Heroult • A cuba eletrolítica constitui-se basicamente de um anodo de carbono, um catodo (alumínio fundido e blocos de carbono) e o eletrólito (ou banho) de criolita (NaF.AlF3) fundida onde é dissolvido o óxido de alumínio. Redução Processo Hall - Heroult A reação total, decorrente da passagem da corrente elétrica, que ocorre na cuba, consiste na redução do óxido de alumínio, liberando o alumínio metálico que é depositado no catodo, e na oxidação do carbono do anodo devido ao oxigênio liberado no processo. Redução Processo Hall - Heroult O alumínio metálico sai das cubas em estado líquido, a aproximadamente 800ºC, e é então transportado para o lingotamento, onde são ajustadas a sua composição química e forma física. Reação catódica Al3+ + 3e- → Al0 Redução Processo Hall - Heroult • 1) A alumina é dissolvida em um banho de criolita fundida e fluoreto de alumínio, decompondo-se em oxigênio; Reação Anódica 3Al2O2 - → 3 Al0 + 3 O2 + 3e - 3C (eletrodo) + 3 O2 → 3 CO2 Redução Processo Hall - Heroult 2) O oxigênio se combina com o ânodo de carbono, desprendendo-se na forma de dióxido de carbono, e em alumínio líquido, que se precipita no fundo da cuba eletrolítica; Reação Global 2Al2O3 + 3C → 4 Al 0 + 3 CO2 Redução Processo Hall - Heroult 3) O metal líquido (já alumínio primário) é transferido para a refusão através de cadinhos; 4) São produzidos os lingotes, as placas e os tarugos (alumínio primário). Sala de Cubas A voltagem de cada uma das cubas, ligadas em série, varia de 4 V a 5 V, dos quais apenas 1,6 V são necessários para a eletrólise propriamentedita. A diferença de voltagem é necessária para vencer resistências do circuito e gerar calor para manter o eletrólito em fusão. Redução Processo Hall - Heroult • Na prática, o Al é depositado no cátodo, com eficiência de 85-90%. • A perda na eficiencia deve-se, principalmente, à reoxidação do Al depositado no cátodo, pela ação do CO2 gerado no ânodo. 2Al0 + 3 CO2 → Al2O3 + 3CO Minerais e Materiais Alternativo • Argila caulinítica • Alunita (KAl3(OH)6(SO4)2 • Anortila (CaAl2Si2O8) Minerais e Materiais Alternativo • Bauxita é preferencial devido à: • Abundante ocorrência de jazidas de bauxita, que podem ser lavradas com baixo custo • Utilização do processo bayer • Depósitos se encontram em países em desenvolvimento com produção de energia elétrica a baixo custo Referência Bibliográfica • LUZ, A. B.; LINS, F. A. F, Rochas e Minerais Industriais: Usos e Especificações 2ª Edição CETEM RJ, 2008 pag 311 a 335
Compartilhar