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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO - DECAT TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA I M – CAT174 FERNANDO LUCAS GABRIEL FRANCISCO ALVES MATEUS MÁRCIO LEANDRO COTA CONDUTIVIDADE TÉRMICA Ouro Preto – MG 22 de Junho de 2015 FERNANDO LUCAS GABRIEL FRANCISCO ALVES MATEUS MÁRCIO LEANDRO COTA CONVECÇÃO NATURAL Relatório técnico para a disciplina Transferência de Calor e Massa do curso de Engenharia Mecânica, na Universidade Federal de Ouro Preto Professor Dr. Luís Antônio Bortolaia Ouro Preto – MG 22 de junho de 2015 Objetivo Determinar a condutividade térmica do cobre via procedimento experimental, comparando-a com o valor teórico nas literaturas adotadas. Revisão bibliográfica A condução se baseia em conceitos de atividades atômicas e moleculares, pois são processos nesses níveis que mantêm este modo de transferência calorífica. Esse processo pode ser visto como a transferência de energia das partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância devido às interações entre as partículas, ou seja, deve haver um gradiente de temperatura para que ocorra este fenômeno físico sendo que quanto maior a temperatura do material, maior é sua energia interna. Na presença de um gradiente de temperatura a transferência de calor por condução ocorre na direção da diminuição de temperatura até que o meio entre em equilíbrio térmico. Colisões entre moléculas melhoram essa transferência de energia. A situação é bastante semelhante nos líquidos, embora as moléculas estejam mais próximas e as interações moleculares mais fortes. Analogamente, em um sólido, a condução pode ser atribuída à atividade atômica na forma de vibrações dos retículos. A visão moderna associa a transferência de energia às ondas na estrutura de retículos induzidas pelo movimento atômico. Figura 1: Associação da transferência de calor por condução à difusão de energia devido à atividade molecular. A Lei de Fourier define a equação para a taxa de condução.Foi desenvolvida a partir de fenômenos observados (formulação empírica), ao invés de ter sido derivada de princípios fundamentais. As relações de fluxo térmico de condução e taxa de transferência por condução são, respectivamente, apresentadas a seguir: 1) q” = -K x dT /dx : (fluxo térmico)[W/m; K = condutividade térmica [W/m.K]; Em condições de regime estacionário: dt/dx = (T2 – T1)/L ; 2) q = q” x A = -K x A x dT /dx ; onde A = área perpendicular a direção de transferência de calor; q = taxa de transferência da calor; A condutividade térmica (K) indica a taxa na qual a energia é transferida pelo processo de difusão. Essa propriedade está associada ao estado da matéria, dependendo da estrutura física, atômica e molecular da matéria. Em sólidos o espaçamento intermolecular é o menor em relação aos demais estados físicos da matéria. Neste estado, a condução ocorre como na fora global, mas as fronteiras físicas do material diminuem a distância média líquida percorrida pelos transportadores de energia. Ocorre uma significativa redução da condutividade térmica a medida que: o tamanho dos grãos é reduzido para dimensões características menores do que 25 namômetros (nm). Para os líquidos, o espaçamento intermolecular é muito maior e o movimento das moléculas apresenta maior aleatoriedade. Sendo assim, o transporte de energia térmica é menos efetivo, ou seja, a condutividade térmica é menor do que nos sólidos. Para os gases, o efeito da temperatura, pressão e das espécies químicas afetam a condutividade térmica. Materiais e métodos Foram utilizados para realização do experimento, os seguintes equipamentos: - Gerador de vapor, adaptado a partir de panela de pressão doméstica. - 4 termopares para medir temperaturas de entrada e saída de vapor e de água. -Tubo condutor de cobre. 12 cm x 2.54 cm. Comprimento e diâmetro, respectivamente. - Cronômetro - Recipiente graduado para medir volume de água. - Software integrado para indicar valores medidos pelos termopares, (já convertidos). Figura 1: Equipamento utilizado com todos componentes anteriormente citados. Laboratório de transferência de calor e massa. Fonte : o autor. Figura 2: Desenho esquemático do condutor de cobre. Fonte: roteiro de prática. O experimento, propriamente dito, consistiu em fazer quatro leituras de vazão, juntamente com as respectivas temperaturas encontradas em cada um dos 4 pontos de amostragem, entrada e saída de água e entrada e saída de vapor. Medindo o volume de água deslocado em um determinado tempo, fazendo uso do recipiente graduado e do cronômetro, pôde ser determinada a vazão em ml/s, em cada uma das medições. O valor encontrado foi posteriormente convertido para o S.I., sendo então apresentado em m³/s. A vazão volumétrica foi então convertida em vazão mássica, utilizando-se a equação �̇� = �̇� × 𝜌 ,onde �̇� = vazão volumétrica em m³/s e 𝜌 = densidade específica em kg/m³, obtida pela tabela A6 do livro texto[1], apresentando valor de 993,0487 kg/m³. Com a informação de variação de temperatura em função do tempo, pôde ser determinado o valor médio da condutividade térmica do material por onde escoou a água, no caso, o cobre. Para isso, utilizamos o valor de calor específico, (𝑐𝑝), tabelado da água = 4178,2 x 10³ J/(kg x ºC) e o valor da área de seção transversal do tubo condutor, 𝐴 = 𝜋𝑑2 4 ; onde d = 0,0254 Utilizando essas informações na equação: 𝐾 × 𝐴(𝑇2 − 𝑇1 ) 𝐿 = �̇� × 𝑐𝑝 × (𝑇4 − 𝑇3 ) Onde: 𝐾 = condutividade térmica do material estudado [ W/ m x K]; 𝐴 = área da seção transversal do tubo 𝐴 = 𝜋 𝑑 4 2 [m²]; 𝑇1 = temperatura média de entrada de vapor d’água [ºC]; 𝑇2 = temperatura média final do tubo [ºC]; 𝑇3 = temperatura média de saída da água [ºC]; 𝑇4 = temperatura média de entrada da água [ºC]; E resolvendo para K, pudemos finalmente determinar o valor esperado e comparar o mesmo com o valor teórico do livro texto[1]. Dados Obtidos: Os valores obtidos durante o experimento foram os seguintes: Análise dos resultados Seja a temperatura média da água igual à aproximadamente 33ºC (306K), os valores correspondentes do volume específico e de calor específico à pressão no Anexo 6 – Tabela A6, página 608 da referência 1, são respectivamente muito próximos dos valores tabelados para 305 K, ou seja: 𝜌 = 1 𝜐 = 993,0487 kg/ m³; 𝑐𝑝 = 4178,2 J/ kg x K; Sendo assim, a relação entre vazão mássica e vazão volumétrica por segundo pode ser calculada por: �̇� = �̇� × 𝜌 Medição T1 (ºC) T2 (ºC) T3 (ºC) T4 (ºC) 1ª 23 84 29,5 36,7 2ª 22,4 84,4 29,5 36,7 3ª 25,1 84,4 29,7 36,7 4ª 20,7 84,4 29,4 36,6 5ª 22,5 84,5 29,3 36,8 Tempo(s) Volume(ml) Vazão (m³/s) 33,57 39 1,1618 x10^-6 32,83 38 1,1575 x10^-6 33,62 39 1,1600 x10^-6 33,82 39 1,1532 x10^-6 42,24 48 1,1364 x10^-6 Vazão média = 1,1538 x10^-6 Logo, a vazão volumétrica �̇� = 1, 1538 × 10−6 𝑚3 𝑠 vale: �̇� = 1, 1538 × 10−6 𝑚3 𝑠 × 993,0487 kg m3 ; �̇� = 1, 1458 × 10−3 𝑘𝑔 𝑠 Utilizando a relação matemática e explicitandoa condutividade térmica (𝐾), vem que: 𝐾 × 𝐴(𝑇2 − 𝑇1 ) 𝐿 = �̇� × 𝑐𝑝 × (𝑇4 − 𝑇3 ) 𝐾 = 𝐿 × �̇� × 𝑐𝑝 × (𝑇4 − 𝑇3 ) 𝐴(𝑇2 − 𝑇1 ) Substituindo os valores anteriormente mencionados: 𝐾 = 0,12 × 1, 1458 × 10−3 × 4178,2 × (36,70 − 29,48 ) 𝐴(84,4 − 27,74 ) 𝐾 = 132, 6697 W/m x K. Pode-se então comparar o valor da condutividade experimental do cobre com a condutividade tabelada disponível na bibliografia disponível. De tal maneira calculamos o percentual de erro do experimento, a fim de validar o mesmo. 𝐸% = 𝐾𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝐾 𝐾𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 Seja o 𝐾𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 386 W/ m x K, e substituindo os valores na relação anterior: 𝐸% = 386 − 132, 6697 386 𝐸% = 65, 6 % De acordo com a porcentagem de erro no experimento proposto, pode-se concluir que ocorreu algum erro de medida na variação de temperatura entre 𝑇1 e 𝑇2, que correspondem ao denominador da relação explícita da condutividade térmica (𝐾) em função dos demais parâmetros. Logo o valor experimental obtido foi muito inferior ao real. O erro pode estar ligado ao mau funcionamento do(s) termopare(s) utilizado(s) para a medição nesses pontos. Referências Bibliográficas 1 - INCROPERA, F. P. e WITT, D. P. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 5ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. 2 - ÇENGEL, A. Y. Transferência de Calor e Massa. 3ª Ed. Bangcoc: MacGraw- Hill, 2009.
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