Prévia do material em texto
Multiculturalismo, estigma e preconceito Autora Walkiria Assis Autora revisora Marcia Maurilio Souza 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Apresentação Caro(a) cursista, Pretendemos, neste material de estudo, trazer luz ao tema do multiculturalismo apresentando seus principais conceitos e discutindo como eles são formatados pela sociedade em que vivemos e a influenciam e são influenciados por ela. Muitos desses conceitos não são fixos e sofreram e sofrem mudanças ao longo do tempo, pois estão relacionados ao entendimento que, em determinada época de nossa história, a sociedade tinha sobre certo assunto ou sobre certas pessoas. Felizmente hoje em dia muitos desses conceitos estão mais claros e são de fácil entendimento, uma vez divulgados pelas diferentes mídias e presentes nos currículos das escolas, a fim de formar opiniões críticas e diminuir o preconceito e a discriminação na sociedade. Em atenção às pessoas com deficiência, apresentamos o capacitismo como forma de denominar a discriminação contra esse grupo e discutimos as consequências que esse preconceito traz para a vida delas em todos os contextos, inclusive naqueles de grande influência: os contextos escolares. Esperamos que o conteúdo instigue e desperte interesse para estudos mais aprofundados sobre o tema, assim como melhore sua prática diária como educador. Profa. Dra. Marcia Maurilio Souza 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Videoaula - Apresentação de alguns conceitos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765347936". 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Os principais conceitos envolvidos no multiculturalismo 1 Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/949184765". Para a compreensão dos assuntos tratados neste conteúdo, primeiramente, é muito importante chamar a atenção para o significado de alguns conceitos que são utilizados no texto. Quando falamos de diferença, não estamos dizendo o mesmo que desigualdade, ao passo que, quando lutamos pelo direito à igualdade, não estamos querendo uma uniformidade ou a homogeneidade. Por isso podemos dizer, sem nenhuma contradição, que o direito à igualdade pressupõe o direito à diferença. Isso significa, segundo Cury (2005), que não se pode defender o direito à diferença negando-se a igualdade como princípio entre os cidadãos. Quando da aplicação da norma universal (direitos iguais para todos), as suas diferenças devem ser levadas em consideração. Assim temos o princípio da equidade. No contexto social, a desigualdade pressupõe valorizar alguns e desvalorizar outros, como superiores ou inferiores entre eles, identificando-se aspectos positivos e negativos nesse processo. A desigualdade social é criada pelo homem e advém da relação constante de força, de dominação e de exploração. Principais conceitos1.1 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Na diferença, não existe hierarquia, quem domina e quem é dominado. Trata-se de uma relação horizontal. Por exemplo, nascer homem ou mulher ou branco ou negro não constitui desigualdade e sim diferença. Mas a diferença pode vir a ser desigualdade? Sim. Isso ocorrerá se ela for valorizada. No caso dos exemplos citados, homens superiores às mulheres e brancos superiores aos negros ou vice-versa. Comparato (1998, p. 47) ressalta: O mesmo autor pontua: Figura – Desigualdade social Fonte: Artisticco/shutterstock. Quando se fala em diferenças sociais, estamos nos referindo àquelas diferenças que têm uma base natural ou então, são produto de uma construção cultural. Tem uma base natural a diferença entre os sexos; isso provoca, inelutavelmente, uma diferença de comportamento social. Por outro lado, existem diferenças fundadas, digamos assim, num condensado cultural: costumes, mentalidade. Todos aqueles que seguem na sociedade uma mesma religião têm uma mesma visão de mundo e uma mesma tradição tribal ou grupal, distinguem-se dos demais; são diferenças nítidas. […] Existem também, em toda sociedade, desigualdades, e estas dizem respeito não a diferenças naturais ou culturais, mas a um juízo de superioridade e inferioridade entre grupos, camadas ou classes sociais. Esse juízo de superioridade ou de inferioridade acarreta, necessariamente, uma apreciação de estima ou desestima de um grupo em relação ao outro – o que dá origem a preconceitos – e de valor social. (COMPARATO, 1998, p. 47) 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.jpg A ideia de igualdade, no contexto deste conteúdo, tem o significado de isonomia, ou seja, igualdade de todos perante a lei e diante das oportunidades sociais, de acesso às escolas. Todas as pessoas têm igualmente o direito à diferença de ordem cultural, à diversidade cultural. Quando falamos em diversidade, estamos nos referindo à variedade, desde a variedade de ideias até a de características ou elementos que encontramos em situações, nos ambientes e nos temas que discutimos. Assim podemos ter diversidade biológica, cultural, humana, religiosa, sexual etc. No mundo atual, é imprescindível conhecer a diversidade em toda sua dimensão. A diversidade biológica (ou biodiversidade) significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros aquáticos, e os complexos ecológicos de que fazem parte. Compreende ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (art. 2º, Convenção sobre Diversidade Biológica, ONU, 1994). A biodiversidade varia nas diferentes regiões do planeta. Já a diversidade humana é identificada ao observarmos os aspectos culturais e físicos na singularidade mais aparente dos “outros”, como: modo de vestir; ornamentos corporais; estatura, cor de pele, cabelos e olhos; e língua falada. Quando falamos de diversidade sexual, estamos nos referindo às várias formas como as pessoas expressam sua sexualidade. Hoje em dia, os movimentos sociais e a produção de conhecimento buscam dar visibilidade à diversidade sexual. Esses movimentos sociais inicialmente foram chamados de “movimento gay”, receberam várias nomenclaturas ao longo do tempo e hoje podem ser denominados de LGBTQIAP+ (lésbicas; gays; bissexuais; transexuais, transgêneros e travestis; queers; intersexuais; assexuais; pansexuais e outros). Observe que há Figura – Nós somos diversos – diversidade étnica Fonte: rawpixel.com/freepik. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.jpg muitas versões dessa sigla, tendo nela própria a marca da diversidade da sexualidade e das identidades de gênero, mas demonstram também a dificuldade de caracterizar esse campo a partir de referentes identitários (NARDI; QUARTIERO, 2012). Para finalizar, a diversidade cultural diz respeito às várias formas de expressão cultural e identitária dos povos, como os povos indígenas, em que se pode observar a originalidade e a singularidade de cada cultura. Engloba a linguagem, as vestimentas, as tradições e também a forma como as sociedades se organizam quanto a suas crenças, seu comportamento, seus valores, suas instituições, suas regras etc. Silva (2000, p. 20) faz uma importante chamada ao afirmar que a“[...] diversidade cultural não é, nunca, um ponto de origem: ela é, em vez disso, o ponto final de um processo conduzido por operações de diferenciação”. Videoaula - Multiculturalismo, do que estamos falando? Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348074". 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/949184799". O que é multiculturalismo?1.2 Figura – Diversidade intercultural Fonte: rawpixel.com/freepik. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.jpg O termo multiculturalismo começou a ser utilizado no final dos anos 50 e início dos anos 60 do século XX. Na atualidade, o multiculturalismo tem sido objeto de intensos estudos por considerar a coexistência de diversos pontos de vista, interpretações, visões e atitudes, provenientes de diferentes contextos culturais. Seu conceito refere-se à compreensão da sociedade como constituída de identidades plurais, com fundamento na diversidade de raças, gêneros, classes sociais, padrões culturais e linguísticos, habilidades e outros marcadores. O multiculturalismo constitui, segundo autores como Semprini (1999), uma ruptura epistemológica com o projeto da modernidade, no qual se acreditava na homogeneidade e na evolução “natural” da humanidade rumo a um acúmulo de conhecimentos que levaria à construção universal do progresso. Nessa vertente, a diversidade, a descontinuidade e a diferença são entendidas como conceitos centrais. Em contraposição à ideia de identidade como estável e fixa, o multiculturalismo contemporâneo a compreende como descentrada, múltipla e em processo constante de construção e reconstrução. Na verdade, “[…] identidade e diferença estão em relação de estreita dependência” (SILVA, 2000, p. 2). Por exemplo, quando digo “sou brasileiro” (identidade), também afirmo “não sou chinês, não sou argentino”, e assim por diante, que são expressões de diferenças. O multiculturalismo promove uma ampla visão da vida, na qual a pessoa ultrapassa seus limites culturais e é capaz de sentir, olhar, interpretar e apreciar por meio de outros enfoques, outras visões. Dessa forma, ela se torna mais flexível, tolerante, compreensiva e sensível e adquire, cada vez mais, maior competência de interpretação e observação, respeitando a diversidade e rejeitando o preconceito. As sociedades contemporâneas compõem-se de diversos grupos humanos, com interesses opostos e identidades culturais em constante conflito. Consequentemente, os diferentes estão sempre em contato. Praxedes (2015) cita Stuart Hall (2003) para identificar pelo menos seis diferentes concepções de multiculturalismo: 1. Conservador Multiculturalismo conservador: os dominantes buscam assimilar as minorias diferentes às tradições e aos costumes da maioria. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Essas diversas concepções multiculturalistas ajudam na compreensão e na busca de solução dos problemas oriundos da heterogeneidade cultural, política, religiosa, étnica, racial, comportamental e econômica. 2. Liberal Multiculturalismo liberal: os diferentes devem ser integrados como iguais na sociedade dominante. A cidadania deve ser universal e igualitária, mas, no domínio privado, os diferentes podem adotar suas práticas culturais específicas. 3. Pluralista Multiculturalismo pluralista: os diferentes grupos devem viver separadamente, dentro de uma ordem política federativa. 4. Comercial Multiculturalismo comercial: a diferença entre os indivíduos e os grupos deve ser resolvida nas relações de mercado e no consumo privado, sem que sejam questionadas as desigualdades de poder e riqueza. 5. Corporativo (público ou privado) Multiculturalismo corporativo (público ou privado): a diferença deve ser administrada de modo que os interesses culturais e econômicos das minorias subalternas não incomodem os dos dominantes. 6. Crítico Multiculturalismo crítico: questiona a origem das diferenças, criticando a exclusão social e política, as formas de privilégio e de hierarquia existentes nas sociedades contemporâneas. Apoia os movimentos de resistência e de rebelião dos dominados. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Videoaula - Identidade e multiculturalismo Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348164". Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/949184832". Segundo Rousseau (apud ARANHA, 1986, p. 255), Identidade e multiculturalismo1.3 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Não há notícias de qualquer grupo humano destituído de cultura. Podemos entendê-la como um conjunto histórico de experiências, crenças e costumes comuns a determinado povo. É muito interessante questionar o porquê de determinada regra existir. Por exemplo, por que não se deve falar de boca cheia? Obviamente, pela desagradável sensação de ver o alimento sendo empurrado de um lado para o outro dentro da boca daquele que está à nossa frente. Esse exemplo, totalmente rudimentar, demonstra que, por experiências anteriores, foi convencionado que, para não causar sensações desagradáveis aos nossos companheiros de mesa, deveríamos comer de boca fechada. Assim como essa, todas as outras regras sociais que passaram a existir possuem um fundamento lógico. Aparentemente, essa pode ser uma explicação para a formação das diferentes formas de culturas no mundo. Lendas folclóricas nada mais são do que tentativas inocentes de explicar fenômenos da natureza. Cada população que habita cada região do planeta conseguiu se adaptar às mais diversas condições e sobreviver em ambientes como o gelo do Ártico ou as areias dos desertos. Além de ter que sobreviver às intempéries, o homem precisou sobreviver a si mesmo e aprender a conviver em sociedade e a respeitar os direitos dos outros. Para isso, normas e regras foram estabelecidas. Toda nossa sabedoria consiste em preconceitos servis; observai a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela exercita continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de todas as espécies; e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um prazer. Figura – Identidade e multiculturalismo Fonte: pch.vector/freepik. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.png Dessa forma, o multiculturalismo espera que o Estado intervenha para que o marco cultural de uma sociedade seja preservado, assim como o de cada indivíduo. Assim, Tavares (2003, p. 11) assevera que o Estado “[...] tem a obrigação de ajudar os grupos em desvantagem, visando permitir a eles preservar a sua cultura contra as interferências das culturas majoritárias ou de massas”. Pelo que vimos até agora, as regras sociais foram estabelecidas visando não só à sobrevivência como também à boa convivência entre as pessoas e elas foram baseadas nos costumes e nas necessidades do povo em determinada região. O grande entrave implícito nesse texto representa a necessidade de se estabelecer normas e regras que visem ao bem-estar social de forma que satisfaçam ao maior número de pessoaspossível. É claro que todo esse processo envolve inúmeras situações e variáveis e objetos de estudo de várias disciplinas diferentes, como antropologia, sociologia, psicologia e outras. De forma geral, toda essa formulação envolve um caminho de mão dupla. De um lado, as regras são estabelecidas de acordo com as necessidades das pessoas. De outro, passam a influenciar diretamente o comportamento delas. Nessa dinâmica, ao se depararem com ambientes nos quais já estão pré-estabelecidas, os sujeitos podem aceitar ou transformar as regras. Tanto a aceitação quanto a tentativa de transformação das regras representam novas necessidades de adaptação e/ou transformação consequentes das características individuais ou de um grupo em particular em determinado contexto. Essas características estão explicitamente contidas na identidade da pessoa ou do grupo. Nesse caso, surge a necessidade de estabelecer um conceito de identidade. De forma mais casual, é possível concordar que ela representa aqueles aspectos de personalidade que: acordam com as normas e regras vigentes em determinados grupos ou meio social; demonstram a tendência da necessidade de mudança para a adaptação. Mas a compreensão do multiculturalismo pode ser estendida e alcançar um liberalismo mais ampliado, que possibilita um Estado comprometido com a sobrevivência e o florescimento de grupos particulares, de modo que os direitos básicos de seus membros possam realmente ser protegidos. Neste sentido, a política e a ética da dignidade humana são aprofundados e ampliados, de maneira que o respeito das individualidades possa ser compreendido de forma a não envolver somente o respeito ao potencial humano universal de cada um, mas também o respeito ao valor intrínseco das diferentes formas culturais, mediante o qual cada indivíduo reanima sua humanidade e expressa sua personalidade própria e única. (TAVARES, 2003, p. 11) 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Como exemplo, é possível referir às pessoas que possuem surdez e são usuárias da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e claramente perceber que normalmente elas tendem a se agrupar com outras que possuem as mesmas necessidades. É muito comum que um surdo se sinta ofendido caso se lhe ofereça a possibilidade de realizar um implante coclear. Muitos encaram o fato de ser surdo como uma condição de identificação (identidade cultural surda). Portanto, oferecer a essa pessoa a possibilidade de se tornar ouvinte pode representar a negação da aceitação de sua condição. Conheça um pouco mais sobre a identidade da pessoa surda e a Comunidade Surda. Em um mundo majoritariamente ouvinte, “Sou surdo!” chama a atenção do espectador para o preconceito sofrido diariamente por pessoas surdas provocando e estimulando as pessoas a refletir sobre seus valores, esclarecendo questões e mostrando que o sujeito surdo possui uma identidade, língua e cultura próprias. Assista ao vídeo: Reconhecimento de saber: o que é a comunidade surda. É só clicar no link: www.youtube.com [https://www.youtube.com/watch?v=rHsYiX-dRnI] . Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/949184861". 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://www.youtube.com/watch?v=rHsYiX-dRnI https://www.youtube.com/watch?v=rHsYiX-dRnI A partir desse ponto, parece estar claro que a identidade pessoal é influenciada pelo meio, assim como este influencia a formação daquela. A relação das diversas formas de identidade agrupadas em um meio social exige das pessoas que as necessidades individuais devam ser compreendidas para que as regras sejam aceitas ou modificadas, de forma que todos os grupos sejam contemplados pelo prazer do bem-estar e do convívio em grupo. Hall (1997, p. 10) cita três diferentes conceitos de identidade – sob diferentes interpretações – presentes na história: o iluminista, que tendia para a perfeição do ser humano; o sociológico, no qual as identidades se moldam nas representações sociais; o da modernidade tardia (pós-modernidade), em que as identidades são fragmentadas. Neste último conceito, está implícita a ideia de identidade como plural, múltipla, que se transforma. Grandes dificuldades são impostas nesse caminho ao se considerar que a diversidade de identidades em um grupo é extremamente variada. Adaptar-se ou tentar modificar significa entender, respeitar, aceitar e partir para a boa convivência. Um ponto interessante a ser observado aqui é que, para uma regra ser aceita ou mesmo modificada, deve haver a obrigatoriedade de não se comprometer o bem-estar já alcançado ou ainda de esse bem-estar social alcançar um número ainda maior de pessoas. A identidade cultural, segundo Ronsini e Rossato (2006, p. 2), se “[...] constitui como um fenômeno de autorreconhecimento, tanto individual como coletivo, pois configura um sistema de referências onde um observa o outro, assim, a identidade só é reconhecida no coletivo”. Oliveira (2010) observa que a identidade cultural se relaciona ao compartilhamento de bens comuns, como a língua, as artes, os esportes, o trabalho, as religiões e as festas, entre outros. Figura – A diferença nos aproxima Fonte: rawpixel.com/freepik. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.jpg A definição de identidade cultural considera que esse é um processo dinâmico porque, como visto, está em constante modificação, que declina para a satisfação e o cumprimento do bem- estar social (OLIVEIRA, 2010). Para Aranha (1986), essa definição de identidade social se assemelha a Do contrato social, de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), em que o homem é parte integrante da sociedade e para tal abdica de sua liberdade. Entretanto, ele faz parte do todo social; logo, obedece a si mesmo; e assim continua sendo livre. Ainda em relação à definição de identidade cultural, quando se menciona que esse processo dinâmico e de construção continuada, que se alimenta de várias fontes no tempo e no espaço, parece, embora imbuído de grande complexidade, de uma simples compreensão, as fontes que alimentam o processo podem ser interpretadas como as necessidades individuais dos sujeitos ou grupos e ainda ser consideradas, no tempo e no espaço, pelo fato de as necessidades se modificarem de acordo com a evolução da convivência nos grupos sociais ao passar do tempo. Ninguém imaginaria, há cinquenta anos, que houvesse necessidade de se criar leis contra crimes virtuais como os que temos presenciado em nossa era cibernética informatizada. Costumamos ouvir frequentemente as pessoas falarem que a sociedade está muito moderna e que o casamento é uma instituição arcaica e falida. A Bíblia narra a história de duas cidades – Sodoma e Gomorra – que foram completamente destruídas pela ira de Deus por causa do aumento da prostituição daquele povo. Independentemente de se considerar a Bíblia como um livro sagrado ou não, o relato do aumento da prostituição demonstra que o que ocorre atualmente não é tão diferente do que já se relatava naquela época. Como pode ser visto, este texto se direciona para valores sociais que implicam diretamente a formação de vários tipos de identidade presentes no nosso cotidiano. Identidade e diferença são interdependentes e são criações sociais e culturais. Nesse sentido Silva (2000) afirma que identidade e diferença não são coisas naturais ou essenciais, mas são produzidas ativamente no mundo cultural e social em que vivemos. Tavares (2003, p. 12), ao afirmar que a diferença é um dos conceitos centrais do multiculturalismo, ressalta: 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/202516:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Questões importantes, como a homossexualidade, o uso de drogas e a exploração do povo negro, por exemplo, podem ser bons argumentos para se tratar de multiculturalismo com enfoque nos preceitos sociais, no intuito de se abordarem mais dois importantes temas desta aula: o estigma e o preconceito. Reconhecer a diferença exige não só o respeito à singularidade de cada um, independentemente do marco no qual se encontra inserido ou é identificado, mas também a consideração à sua visão de mundo, inseparável de si mesmo, construída por força do grupo ao qual pertence. Como explica Gutmann, o pleno reconhecimento público da igualdade pode exigir duas formas de respeito: 1) o respeito à identidade singular de cada um, independente de seu sexo, raça ou etnia; 2) o respeito àquelas atividades, práticas e modos de ver o mundo que são objeto de uma valoração singular ou inseparável dos membros dos grupos (principalmente os em desvantagem). Para aprofundar seus conhecimentos, os seguintes textos servem como leitura complementar: - Multiculturalismo, escrito por Quintino Lopes Castro Tavares. Disponível em: www.egov.ufsc.br [http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf] . - Globalização e identidade: desafios do multiculturalismo, escrito por Joanildo A. Burity. Disponível em: periodicos.fundaj.gov.br [http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644] . 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644 http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644 Prática profissional - Orientação Sexual e Identidade de Gênero – Vocabulário de Respeito à Diversidade Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348424". Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://www.youtube.com/watch?v=kKLW4K9745U". 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Recapitulando a Unidade 1 Nesta primeira unidade foram trazidos os principais conceitos envolvidos no tema do multiculturalismo – a igualdade, a diferença e a diversidade, entre outros –, de forma a obter um panorama sobre o que seria apresentado no material de estudo. O multiculturalismo foi apresentado e discutido dentro do que é entendido como a diversidade cultural em toda sua amplitude: racial, cultural, religiosa e sexual. Para ficar claro o que se pretende com o multiculturalismo na sociedade contemporânea, uma sociedade multicultural é aquela que aceita toda a diversidade e a acolhe. Por fim, apresentamos um item importante sobre o tema que é a identidade, que pode ser a individual, a coletiva e a cultural, e como as “identidades” são conformadas e movimentam a sociedade. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 O que devemos evitar em uma sociedade multicultural? 2 Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/949184898". Anteriormente, foram citados três exemplos: a homossexualidade, o uso de drogas e a exploração do povo negro. Esta unidade se inicia com a menção ao período vivido pelos grandes filósofos gregos. Naquela época, eles se reuniam para filosofar e atingir o prazer intelectual. Era muito comum que os aprendizes deles mantivessem relações sexuais com os seus mestres, embora estes pudessem ser casados e mesmo ter filhos. O livro O banquete, escrito por Platão e que pode ser baixado gratuitamente na internet, retrata bem essa situação. Povos indígenas, como os incas e os maias, costumam mascar folhas de coca. Esse costume é ainda muito utilizado na região em que habitam sem que o ato seja considerado crime ou ilegal. Em épocas antigas, negociar pessoas traficadas como escravas, mantê-las em cativeiro e explorá-las como mão de obra barata ou sem qualquer custo era considerado normal. Felizmente, na atualidade, os conceitos são outros. Novas regras, novas formas. As questões da discussão sobre o relacionamento e o casamento homoafetivo, sobre a legalização da maconha Estigma e preconceito2.1 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 e sobre a discriminação racial são feitas de forma muito diferente do que eram em outras épocas. Segundo o dicionário Aurélio, preconceito [de pre + conceito] significa conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; ideia preconcebida; julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste. O dicionário Oxford, por sua vez, destaca que é um “sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância”. A definição de estigma se refere a cada um dos cinco sinais que aparecem no corpo, nos mesmos pontos onde ocorreu a crucificação de Jesus Cristo, isto é, pés, punhos e tórax. Aplica- se a pessoas com o sentido de nota de infâmia. Goffman (2013, p. 12) afirma que o termo estigma é usado “[...] em referência ao um atributo profundamente depreciativo”. Assim sendo, acaba por depreciar os indivíduos, discriminando e excluindo essas pessoas como participantes de atividades em vários contextos da sociedade. Essas formas estigmatizantes podem se apresentar como deformidades aparentes, desvios de comportamentos e os tais “estigmas tribais”. Os primeiros podem ser exemplificados como a deficiência física, os segundos como as pessoas alcoólatras, e os últimos como as características de um certo grupo étnico ou religioso diferenciado, como o islamismo. As sociedades, tendo em vista sua cultura e seus modismos, entre outros fatores, acabam categorizando as características que consideram normais ou naturais para aquele grupo, Figura – Estigma – marcas ou sinais Fonte: josemdelaa/pixabay. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/06.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/06.jpg portanto todo e qualquer indivíduo que não está dentro dos padrões estabelecidos acaba estigmatizado, a partir do princípio de que atualmente o conceito de estigma é bem mais amplo. É interessante tratar os dois temas como componentes de um mesmo tópico, pois já se pode, apenas lendo as definições, conceber que, ao consolidar sua identidade, as pessoas ou os grupos sociais apresentam marcas, sinais ou comportamentos que são típicos do grupo no qual se inserem. Quando nos referimos a preconceito, estamos lidando com opiniões preconcebidas sobre determinado grupo de pessoas que exibem uma marca que as distinguem das outras de uma sociedade. Facilmente se reconhece uma pessoa negra sentada em um banco, assim como não é tão difícil reconhecer pessoas com características asiáticas ou indígenas, assim como identificamos com facilidade uma pessoa homossexual ou usuários de droga que estão debilitados pelo seu uso e vivem nas ruas. Porém, ainda com base nos exemplos mencionados, é possível fazer três referências, considerando que não há aqui a intenção de aprofundar nenhum dos três tópicos: Nem sempre uma pessoa homossexual possui trejeitos, ou seja, são homens afeminados ou mulheres masculinizadas. O fato de a pessoa ser homossexual não representa a obrigatoriedade de que seja promíscua, tampouco que seja uma questão de desvio de caráter. A homossexualidade envolve uma complexidadede questões sobre sensações e caráter que vão muito além de uma simples marca. A pessoa usuária de drogas pode se encontrar nessa situação como uma forma de escape de problemas pessoais ainda muito maiores do que os causados pelo tipo de substância que utiliza. O fato de a pessoa ser adicta não representa a obrigatoriedade de que seja ladra ou mentalmente desequilibrada. A adição envolve complexas relações socioemocionais muito além de uma simples marca. A etnia negra possui um histórico deveras triste, marcado pela pobreza e pelo controle político de pessoas de outras etnias. O fato de a pessoa ser negra, porém, não representa que seja inferior em nenhum aspecto. Ser negro envolve complexas relações socioculturais muito além de uma simples marca. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Neste ponto, é dever extrapolar os três exemplos mencionados (homossexualidade, drogadição e etnia negra) e abrir o leque para os outros tipos de condição frequentemente estigmatizadas na sociedade, tais como religião, condição social e deficiência. Romeo (2010) afirma que: Como conclusão se esclarece que o objetivo deste trabalho é elucidar um tipo de pensamento que leve à reflexão e à necessidade de busca de teorias para cada indivíduo identificar as questões multiculturais e as respeitar, considerando que tais formas de manifestação representam o produto final da luta de pessoas ou grupos sociais por um status de liberdade e bem-estar. Figura – Diversidade sexual e de gênero Fonte: freepik/freepik. Estigma social é uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais que vão contra normas culturais. Estigmas sociais frequentemente levam à marginalização. Exemplos de estigmas sociais históricos ou existentes podem ser deficiências físicas ou mentais, ilegitimidade, homossexualidade, filiação a uma nacionalidade, religião (ou falta de religião) ou etnicidade específicas, tais como ser judeu, negro ou cigano. Outrossim, a criminalidade carrega um forte estigma social. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/07.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/07.jpg Vamos saber mais sobre preconceito! Neste vídeo o professor Leandro Karnal analisa as origens dos preconceitos e como eles são perpetuados. Nome do vídeo: Preconceitos #1: Você tem medo de quem? | Leandro Karnal. Clique no link e assista ao vídeo: www.youtube.com [https://www.youtube.com/watch? v=uoOQ0Q9wxhY] . Videoaula - Estigma e preconceito Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348247". 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://www.youtube.com/watch?v=uoOQ0Q9wxhY https://www.youtube.com/watch?v=uoOQ0Q9wxhY https://www.youtube.com/watch?v=uoOQ0Q9wxhY Videoaula - Estigma social Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348290". Videoaula - Capacitismo e Deficiência Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348316". 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/949184931". Capacitismo é um termo que vem sendo utilizado recentemente para nomear o preconceito contra as pessoas com deficiência. No entanto, antes de debater o termo, é preciso entender como essas pessoas frequentemente foram estigmatizadas ao longo da história da humanidade. É possível identificar esse estigma por meio dos termos depreciativos que eram utilizados quando as pessoas e até mesmo os documentos oficiais (legais) se referiam a esse grupo – “anormais”, “aleijados”, “incapazes”, “inválidos”, “loucos”, “retardados” e “idiotas” (PAGAIME; MELO, 2021). Observa-se que, nos últimos 30 anos, a partir da luta das próprias pessoas com deficiência para participar da sociedade como cidadãs de direitos, os documentos legais começaram a modificar as terminologias quando se referem a elas. Assim, na Constituição Federal de 1988, em seu texto original, usou-se “portadores de deficiência” (BRASIL, 1988); e, nos dias atuais, com a promulgação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006) e posteriormente com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), é adotado o termo “pessoas com deficiência”. A partir da Convenção, tem-se o que é chamado de “modelo social da deficiência”, deixando para trás o modelo médico que fazia a sociedade olhar para essas pessoas com base em suas desvantagens ou no que supostamente lhes faltava – não poder andar, não ver, não ouvir, não Deficiência e capacitismo2.2 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 aprender, centrado nas condições biológicas e orgânicas. O modelo social da deficiência, por sua vez, olha para essas pessoas com base na relação delas com o meio ambiente, ou seja, leva em consideração as barreiras que as impedem de ter uma vida com qualidade, e uma participação plena em todas as atividades que têm direito como cidadãs – escola, lazer, trabalho, saúde e esporte, entre outras. Assim, a partir dos anos 2000, os movimentos sociais de pessoas com deficiência no Brasil passaram a discutir o termo capacitismo, a partir dos estudos feministas de segunda geração, dos Estudos sobre Deficiência (do inglês, Disability Studies) e dos Estudos sobre Deficiência na Educação (do inglês, Disability Studies in Education). Mello (2014, p. 54) afirma que “[...] o capacitismo se materializa através de atitudes preconceituosas que hierarquizam sujeitos em função da adequação de seus corpos a um ideal de beleza e capacidade funcional [...]”. Segundo a autora, não havia uma categoria analítica em nosso país que identificasse a discriminação por deficiência, assim como temos o racismo que indica a discriminação por motivo de cor de pele e o sexismo que diz respeito à discriminação por sexo, entre outras categorias de discriminação. O termo capacitismo em português está baseado na tradução não literal do inglês ableism (em português, “habilidade”), que foi proposto por Mello (2014). A autora ressalta, segundo Pagaime e Melo (2021, p. 49), a “[...] urgência em visibilizar uma forma peculiar de opressão contra as pessoas com deficiência”. Ainda de acordo com Pagaime e Melo (2021), baseados em Pereira (2008): Observa-se que tanto a discriminação ativa como a passiva são prejudiciais para as pessoas com deficiência, assim como sempre exemplificar como superação quando essas pessoas atingem os seus objetivos ou sucesso em sua vida profissional, acadêmica ou familiar. O capacitismo pode se efetivar de duas formas: a discriminação ativa, por meio de insultos e considerações negativas ou de arquitetura não acessível; ou de forma passiva, quando o discurso reforça a ideia de que as pessoas com deficiência são “merecedoras de pena e caridade, em vez de as ver como pessoas de plenos direitos”. Além disso, podemos identificar a presença do capacitismo no discurso que coloca a pessoa com deficiência que atingiu alguma posição de destaque como um exemplo de superação. (p. 49, grifos nossos) 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Na escola, o capacitismo pode ser observado por meio das barreiras atitudinais: Concordamos com Pagaime e Melo (2021, p. 55) quando afirmam que o termo capacitismo, e seu uso, “[...] surge como maisuma forma de posicionamento político que pode ser assumido pelas pessoas com e sem deficiência”, tendo em vista que esse grupo de pessoas precisa lutar “[...] contra uma cultura de exclusão, de baixa expectativa acadêmica, da não empregabilidade e da ausência de afetos”. [...] quando pais, gestores escolares e professores projetam potenciais fracassos sobre seus alunos e alunas com deficiência, reforçando os aspectos de superproteção, infantilização e da assistência em detrimento da aprendizagem e do conhecimento que é ofertado aos demais estudantes. (PAGAIME; MELO, 2021, p. 44) Para saber mais sobre capacitismo. Neste vídeo do TEDx Belo Horizonte – “Precisamos falar sobre capacitismo” – Rosana Bastos, pessoa com deficiência física, conta sua trajetória de vida e como o capacitismo é percebido pela pessoa com deficiência. Clique no link e assista ao vídeo: www.youtube.com [https://www.youtube.com/watch? v=DyizBjIqubE] . 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://www.youtube.com/watch?v=DyizBjIqubE https://www.youtube.com/watch?v=DyizBjIqubE https://www.youtube.com/watch?v=DyizBjIqubE Prática profissional - Expressões Capacitistas Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348432". Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://www.youtube.com/watch?v=94eK0I9aIHw". 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Videoaula - Multiculturalismo e educação Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/765348399". Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/949184971". As instituições educativas – escolas de qualquer nível de ensino, inclusive as de nível superior – influenciam na forma como o multiculturalismo se apresenta à sociedade como estratégia política. Afinal, a “[…] educação é também um processo social do qual participamos enquanto Multiculturalismo e educação2.3 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 realizamos uma opção entre diferentes valores e objetivos a serem alcançados” (PRAXEDES, 2015). Vale a pena lembrar que a origem desse movimento social não está na instituição educativa, mas na cultura de forma geral. Porém não se pode negar a importância da reflexão a partir das práticas educativas que são realizadas nas escolas. O ambiente escolar é: Nesse contexto, há uma grande preocupação em como a escola tem respondido às demandas pelo reconhecimento do direito à diferença, do respeito à diversidade, pois: Silva (2000) ressalta que identidade e diferença se ligam ao sistema de poder, pois quem tem o poder de representar tem o poder de definir e determinar a identidade. Quanto às implicações pedagógicas e curriculares das conexões entre identidade e representação, o autor afirma que crianças e jovens devem receber formação que desenvolva capacidades críticas e possam questionar os sistemas e as formas dominantes de representação da identidade e da diferença. Com esse entendimento, é preciso questionar o conhecimento profissional dos professores, a concepção do currículo e das práticas cotidianas que fazem da escola um espaço fundamentalmente de formação do indivíduo. […] um espaço público para a convivência fora da vida privada, íntima, familiar. Ao nos capacitarmos para a convivência participativa na escola, participamos de um processo de aprendizagem que também nos ensina como participar do restante da vida social. A escola como esfera pública democrática pode possibilitar a capacitação de pais [e responsáveis], alunos e educadores para a participação na busca de soluções para os problemas da escola, do bairro, da cidade, do Estado, do País e da vida da espécie humana no Planeta. (PRAXEDES, 2015) […] uma política de reconhecimento das diferenças não pode se limitar à política de classificação, controle e fiscalização de referências culturais. Uma política de tolerância e conservação deve constituir-se em esforço de satisfação de demandas sociais e políticas, que mobilizam os indivíduos nos termos de uma identidade ética (SANTOS, 2009) 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 A partir da década de 1960, em decorrência das reivindicações de movimentos de diferentes grupos marginalizados (pessoas negras, feministas, homossexuais e pessoas com deficiência), começaram a se destacar trabalhos acadêmicos a respeito dessa temática. Em várias partes do mundo, a discussão sobre as desigualdades praticadas entre os grupos discriminados gerou o questionamento das relações sociais e trouxe a necessidade de mobilização dos vários segmentos sociais em prol de uma sociedade democrática, igualitária. Isso também influencia a tomada de decisões no Brasil. Assim, a ideia de repensar a educação em uma perspectiva multiculturalista é a de reconhecer e valorizar a importância da diversidade em todas as dimensões, dando acesso para todos às oportunidades educacionais. E por que isso é importante? Na afirmação de Comparato (1998, p. 47), é porque “[…] as diferenças naturais e culturais entre os seres humanos são fontes de mais vida e de maior enriquecimento humano”. Portanto, no processo de evolução cultural, as diferenças devem ser estimuladas, e as desigualdades, combatidas. Já nos anos 1970, em nosso país, foram estabelecidas políticas públicas que visavam proporcionar iguais oportunidades de educação, integração e justiça social, o que gerou a preocupação com a formação de professores. Essa formação necessariamente deve contemplar a oportunidade de oferecer aos docentes experiências educativas que ajudem a compreender e valorizar as culturas e criticar injustiças sociais, além de realizar estágios em ambientes específicos e conviver com a cultura dos grupos com os quais trabalham. Figura – Inclusão escolar Fonte: peoplecreations/freepik. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/08.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/08.jpg Burity (1999, p. 9) lembra que, “[...] durante os anos 1980 e 1990, as demandas multiculturais tornaram-se decididamente globais em sua extensão e disseminação”, mas reforça que essa “[...] disseminação nem ofusca, nem diminui o potencial polêmico do multiculturalismo”. Desde os anos 90 do século XX, observa-se que o tema multiculturalismo está bem alicerçado nos dispositivos legais, nas políticas públicas, nos parâmetros curriculares e nas parcerias entre universidades e secretarias estaduais e municipais de educação. Entretanto, as pesquisas apontam alguns problemas e obstáculos em relação ao multiculturalismo, tais como falta de clareza na proposta de formação permanente dos professores, escassez de produções sobre o tema na área educacional e desigualdade na distribuição dos estudos nas diferentes regiões do Brasil. É direito de todos os indivíduos a participação na sociedade, mas essa participação só acontece quando há uma negociação permanente para administrar os conflitos de interesses e ideias, além do respeito às diferenças de classe, identidade etc. Para isso, a contribuição da educação se dá quando a escola incentiva a participação e respeita a diferença por ser “[...] uma escola pluralista que ensina a viver em uma sociedade que também é heterogênea” (PRAXEDES, 2015). Cabe à escola a responsabilidade pela otimização de práticas escolares comprometidas com a superação do olhar unilateral, a constituição de identidades ea promoção do desenvolvimento humano diante da diversidade. De acordo com Praxedes (2015): Sobre a necessidade humana de reconhecimento, Praxedes (2015) cita Habermas (1983): “Ninguém pode edificar a sua própria identidade independentemente das identificações que os outros fazem dele”. Dependemos do reconhecimento dos outros porque existimos numa relação de vida social. Praxedes (2015) continua: Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na escola é aceitarmos que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas diferentes e nenhum de nós tem o monopólio da verdade, da inteligência e da beleza. Daí a necessidade de negociações permanentes para que todos façam concessões, e todos tenham ao menos parte dos seus interesses e valores contemplados no espaço público da escola. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 A identidade do ser humano é construída nas inter-relações pessoais dentro do contexto sociocultural. Portanto, a projeção de uma imagem distorcida sobre o outro pode ser internalizada, causando-lhe muitos danos, incluindo sentimento de inferioridade. É importante também destacar que, no mundo contemporâneo, nas sociedades multiculturais marcadas por desigualdades, se manifestam de maneira assustadora os movimentos racistas, neonazistas e de discriminação em geral. Silva (2000) diz que, para encarar a diversidade no contexto escolar, as estratégias pedagógicas existentes – liberal, terapêutica e a que ele denomina de intermediária – não dão conta de todas as dimensões que envolvem o inevitável encontro com o outro, com o estranho, com o diferente. O autor advoga a favor de uma estratégia pedagógica e curricular que leve em consideração a teoria cultural pós-estruturalista, abordando identidade e diferença como questões de produção política. Um falso reconhecimento é uma forma de opressão. A imagem que construímos muitas vezes sobre [as pessoas com deficiência] [...] e grupos subalternos, pobres, negros, prostitutas, homossexuais, é deprimente e humilhante para estes e causa-lhes sofrimento e humilhação, ainda mais porque tais representações depreciativas são construídas quase sempre para a legitimação da exclusão social e política dos grupos discriminados. Uma estratégia que simplesmente admita e reconheça o fato da diversidade torna-se incapaz de fornecer os instrumentos para questionar precisamente os mecanismos e as instituições que fixam as pessoas em determinadas identidades culturais e que as separam por meio da diferença cultural. Antes de tolerar, respeitar e admitir a diferença, é preciso explicar como ela é ativamente produzida (SILVA, 2000, p. 19). 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 A escola, como instituição social, deve aceitar a heterogeneidade, reconhecendo a todos como iguais em dignidade e em direito e preocupando-se com as diferenças. Deve proporcionar a participação de todos e, para tanto, precisa providenciar mais recursos de acesso ao ensino para aqueles que têm mais desvantagens ou necessidades educacionais especiais. Nossa sociedade, na atualidade, se mostra complexa. O ambiente educacional é como um microcosmo e é nele que as crianças, os jovens e os adultos têm a oportunidade de entrar em contato, discutir e analisar os fenômenos sociais e as concepções da vida social, moldando-se assim o cidadão. Figura – Inclusão escolar de pessoas com deficiência Fonte: freepik/freepik. Considerando as questões do multiculturalismo e a educação especial no Brasil, faça a leitura do texto de Magalhães (2001), Construindo um olhar multicultural sobre a educação inclusiva: primeiras aproximações. Esse texto se refere à inclusão de pessoas com deficiência na escola e está disponível como leitura complementar. Link: silo.tips [https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao- inclusiva-primeiras-aproximao] . 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/09.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/09.jpg https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-inclusiva-primeiras-aproximao https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-inclusiva-primeiras-aproximao https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-inclusiva-primeiras-aproximao Nesse sentido, torna-se necessária a busca crítica de valorização da pluralidade cultural para que ela se reflita no projeto político pedagógico e se expresse em todas as ações da escola, ou seja, no currículo, nos projetos, nos planos etc. Uma das principais tarefas da escola é formar o cidadão, como dito anteriormente. Para tal, o contexto educacional deve primar pela formação de identidades que entendam a diversidade e estejam livres de preconceitos. Assim, vão se definir cidadãos comprometidos com a paz e eticamente prontos para a convivência multicultural. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Recapitulando a Unidade 2 Nesta segunda unidade foram trazidas as definições de estigma e preconceitos e discutidas como essas questões são formatadas culturalmente na sociedade a partir de padrões estipulados pelas classes hegemônicas que a dominam. O estigma é algo que diminui de forma pejorativa as pessoas que de certa forma são “marcadas” como diferentes, desiguais do tal padrão de corpo, de comportamento e de sociabilidade, ao passo que os preconceitos nascem do não conhecimento prévio de situações, contextos e de grupos de pessoas. O desconhecimento faz o julgamento prévio ser sobreposto causando situações conflitantes. Entretanto, quando esse preconceito se mantém mesmo após se conhecer aquela situação, aquele contexto ou aquele grupo, as atitudes passam a ser discriminatórias. Um bom exemplo, sabe-se, é que pessoas de etnias diversas que não a branca (ariana) não são menos inteligentes ou menos capazes e não têm menos possibilidades ou condições que as da etnia branca, porém, mesmo assim, as pessoas dessas outras etnias continuam sendo discriminadas por sua cor de pele (negros, indígenas, orientais etc.). Outra questão trazida nesta unidade foi o capacitismo, esse termo utilizado para indicar a discriminação contra pessoas com deficiência, uma forma recente de nominar esse tipo de discriminação. A indicação nasce das lutas dos movimentos de pessoas com deficiência para serem reconhecidas em seus direitos como cidadãs. Por fim, foi discutido o multiculturalismo na educação como forma de levar a criança e o jovem a refletir de forma crítica sobre as diferenças, aqui referidas em todas as formas, para serem formados cidadãos eticamente comprometidos com uma sociedade de paz e harmonia. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Considerações finais Caro(a) cursista, Espera-se que tenham aproveitado o conteúdo, pois o objetivo foi de possibilitar o contato com o tema multiculturalismo e seus conceitos e suas implicações na vida de cada indivíduo na sociedade. O importante é que todos(as) tenham um entendimento amplo sobre o multiculturalismo e consigam obter uma visão crítica sobre situações, contextos e pessoas que se tem contato diariamente na vida, de forma a poder contribuir para uma sociedade igualitária e equitativa em todos seus aspectos. Para tal foram apresentados os conceitos de diferença, igualdade, equidade, diversidade, estima, preconceito e capacitismo, entre outros e as discussões que os envolvem, culminando com a importância de se discutir esses temas em nossas escolas. Espera-se que essarápida introdução ao tema tenha despertado o interesse em se aprofundarem no assunto. Bons estudos! 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 Autoria Autora Possui graduação em Pedagogia – Administração, Orientação Educacional, Supervisão e Magistério pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (SP); curso de Especialização na área da Deficiência Física e Mestrado pela Faculdade de Educação da USP (Feusp). Tem experiência na área de Educação como docente e como coordenadora em cursos presenciais e EaD, com ênfase em Educação Especial, atuando principalmente nos seguintes temas: educação especial/educação inclusiva, acessibilidade, deficiência física/múltipla e atendimento ao escolar em tratamento de saúde (classe hospitalar). Acesso ao Currículo Lattes: lattes.cnpq.br [http://lattes.cnpq.br/8172815736013284] . Walkiria Assis Autora revisora Doutora e Mestra em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp). Graduada em Serviço Social pela Universidade São Francisco (USF) e em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho (Uninove). Docente do Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação e pesquisadora em Políticas de Educação Especial na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp). Pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, docente da Universidade Estácio de Sá e da Universidade Municipal de São Caetano e tutora em Atendimento Educacional Especializado em curso de especialização da Universidade Federal do ABC (UFABC). Possui experiência em Educação e Educação Especial, com ênfase em formação continuada em Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, atuando nos seguintes temas: inclusão, financiamento da Educação e da Educação Especial, surdo-cegueira, deficiência múltipla, dificuldades de aprendizagem, mediação, família e comunicação. Acesso ao Currículo Lattes: lattes.cnpq.br [http://lattes.cnpq.br/3800565998031892] . Marcia Maurilio Souza 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 http://lattes.cnpq.br/8172815736013284 http://lattes.cnpq.br/8172815736013284 http://lattes.cnpq.br/3800565998031892 http://lattes.cnpq.br/3800565998031892 Glossário Consiste na adaptação da regra existente à situação concreta observando-se os critérios de justiça. Pode-se dizer, então, que a equidade adapta a regra a um caso específico, a fim de deixá- la mais justa. Ela é uma forma de se aplicar o Direito de modo o mais próximo possível do justo para as duas partes. Fonte: pt.wikipedia.org [https://pt.wikipedia.org/wiki/Equidade] . Substantivo feminino. 1. ANTROPOLOGIA – coletividade de indivíduos que se diferencia por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneira de agir; grupo étnico. Fonte: www.dicionarioinformal.com.br/Etnica [https://www.dicionarioinformal.com.br/%E9tnica/] . Pode ser entendida como um constructo social [https://pt.wikipedia.org/wiki/Constructo_social] , usado para distinguir pessoas em termos de uma ou mais marcas físicas. Em outras palavras, raça é uma categoria usada para se referir a um grupo de pessoas cujas marcas físicas são consideradas socialmente significativas. Desse modo, raça é um importante instrumento analítico para a sociologia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia] , pois se entende que as percepções e concepções de raça podem afetar e organizar a vida social das pessoas, e é responsável principalmente pela criação e manutenção de um sistema de desigualdade social. Fonte: pt.wikipedia.org [https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a_(categoriza%C3%A7%C3%A3o_humana)] . Equidade Etnia Raça 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://pt.wikipedia.org/wiki/Equidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Equidade https://www.dicionarioinformal.com.br/%E9tnica/ https://www.dicionarioinformal.com.br/%E9tnica/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Constructo_social https://pt.wikipedia.org/wiki/Constructo_social https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a_(categoriza%C3%A7%C3%A3o_humana) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a_(categoriza%C3%A7%C3%A3o_humana) Bibliografia ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República do Brasil de 1988. 1988. Disponível em: bit.ly [https://bit.ly/2H0SpiU] . Acesso em: 18 nov. 2017. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 2015. Disponível em: www.planalto.gov.br [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm] . Acesso em: 10 jan. 2016. BURITY, Joanildo. Globalização e identidade: desafios do multiculturalismo. I Conferência Latino- Americana e Caribenha de Ciências Sociais, Recife, 22-26 nov. 1999. Disponível em: periodicos.fundaj.gov.br [http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644] . Acesso em: 11 jan. 2016. COMPARATO, Fábio Konder. O princípio da igualdade e a escola. Cadernos de Pesquisa, Fundação Carlos Chagas, n. 104, p. 47-75, jul. 1998. Disponível em: publicacoes.fcc.org.br [https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/716] . Acesso em: 11 jan. 2016. CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação nas Constituições Brasileiras. In: STEPHANOU, Maria. Histórias e memórias da educação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2005. FERNANDES, Marcos. O preconceito social contra a pessoa com deficiência: algumas implicações, 30 abr. 2010. Disponível em: www.webartigos.com [https://www.webartigos.com/artigos/o-preconceito-social-contra-a-pessoa-com-deficiencia- algumas-implicacoes/37026] . Acesso em: 11 jan. 2016. GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Tradução de Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. 4. ed. [Reimpr.] Rio de Janeiro: LTC, 2013. HALL, Stuart. Identidades culturais na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997. MAGALHÃES, Rita de Cássia Barbosa Paiva. Construindo um olhar multicultural sobre a educação inclusiva: primeiras aproximações. 2001. Disponível em: silo.tips Bibliografia Clássica 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://bit.ly/2H0SpiU https://bit.ly/2H0SpiU http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644 http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644 https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/716 https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/716 https://www.webartigos.com/artigos/o-preconceito-social-contra-a-pessoa-com-deficiencia-algumas-implicacoes/37026 https://www.webartigos.com/artigos/o-preconceito-social-contra-a-pessoa-com-deficiencia-algumas-implicacoes/37026 https://www.webartigos.com/artigos/o-preconceito-social-contra-a-pessoa-com-deficiencia-algumas-implicacoes/37026 https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-inclusiva-primeiras-aproximao [https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-inclusiva- primeiras-aproximao] . Acesso em: 11 jan. 2016. MELLO. A. G. Gênero, deficiência. Cuidado e capacitismo: uma análise antropológica de experiências, narrativas e observações sobre violências contra mulheres com deficiência. 262p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2014. NARDI, H.C.; QUARTIERO, E. Educando para a diversidade: desafiando a moral sexual e construindo estratégias de combate à discriminação no cotidiano escolar. Sex., Saluc Soc., n. 11, Rio deJaneiro, ago. 2012. Disponível em: www.scielo.br [https://www.scielo.br/j/sess/a/R5yj8sS5khtBxVRXZPYgK8H/abstract/?lang=pt] . Acesso em: 15 maio 2022. OLIVEIRA, Lúcia Maciel Barbosa de. Identidade cultural Dicionário de direitos humanos, 2010. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Nova York (EUA), 2006. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Convenção sobre a Diversidade Biológica. Nova York (EUA), 1994. Disponível em: www.gov.br [https://www.gov.br/mma/pt- br/textoconvenoportugus.pdf] . Acesso em: 30 jan. 2016. PAGAIME, A; MELO, D. C. F. de. Vamos falar de capacitismo na escola? In: DRAGO, R.; ARAÚJO, M. P. M; DIAS, I. R. (org.) Inclusão de pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento em espaços-tempos educativos: reflexões e possibilidades. Campos de Goytacazes: Encontrografia, 2021. p. 42-57. RONSINI, V. M.; ROSSATO, A. Juventude, mídia e movimentos sociais camponeses: encontros e desencontros. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 29, 2006, Brasília. Anais... São Paulo: Intercom. SANTOS, Clenia dos. O multiculturalismo e a escola, 15 maio 2009. Disponível em: www.recantodasletras.com.br [https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de- educacao/3621895] . Acesso em: 11 jan. 2016. SEMPRINI, Andrea. Multiculturalismo. São Paulo: Edusc, 1999. SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-inclusiva-primeiras-aproximao https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-inclusiva-primeiras-aproximao https://www.scielo.br/j/sess/a/R5yj8sS5khtBxVRXZPYgK8H/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/sess/a/R5yj8sS5khtBxVRXZPYgK8H/abstract/?lang=pt https://www.gov.br/mma/pt-br/textoconvenoportugus.pdf https://www.gov.br/mma/pt-br/textoconvenoportugus.pdf https://www.gov.br/mma/pt-br/textoconvenoportugus.pdf https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-educacao/3621895 https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-educacao/3621895 https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-educacao/3621895 73-102. TAVARES, Quintino Lopes Castro. Multiculturalismo. 2003. Disponível em: www.egov.ufsc.br [http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf] . Acesso em: 11 jan. 2016. PRAXEDES, Walter. A diversidade humana na escola: reconhecimento, multiculturalismo e tolerância. 2015. Disponível em: walterpraxedes.wordpress.com [https://walterpraxedes.wordpress.com/2015/06/15/a-diversidade-humana-na-escola- reconhecimento-multiculturalismo-e-tolerancia/] . Acesso em: 16 maio 2022. ROMEO, Giulio. Estigmas sociais. 7 maio 2010. Disponível em: psicologiaespiritualgs.blogspot.com [http://psicologiaespiritualgs.blogspot.com/2010/05/estigmas-sociais.html] . Acesso em: 10 dez. 2010. Bibliografia Geral 139_202501413617@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 08/04/2025 16:04 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 14 13 61 70 00 0 http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf https://walterpraxedes.wordpress.com/2015/06/15/a-diversidade-humana-na-escola-reconhecimento-multiculturalismo-e-tolerancia/ https://walterpraxedes.wordpress.com/2015/06/15/a-diversidade-humana-na-escola-reconhecimento-multiculturalismo-e-tolerancia/ https://walterpraxedes.wordpress.com/2015/06/15/a-diversidade-humana-na-escola-reconhecimento-multiculturalismo-e-tolerancia/ http://psicologiaespiritualgs.blogspot.com/2010/05/estigmas-sociais.html http://psicologiaespiritualgs.blogspot.com/2010/05/estigmas-sociais.html