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Multiculturalismo, estigma e
preconceito
Autora
Walkiria Assis
Autora revisora
Marcia Maurilio Souza
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Apresentação
Caro(a) cursista,
Pretendemos, neste material de estudo, trazer luz ao tema do multiculturalismo apresentando
seus principais conceitos e discutindo como eles são formatados pela sociedade em que
vivemos e a influenciam e são influenciados por ela.
Muitos desses conceitos não são fixos e sofreram e sofrem mudanças ao longo do tempo, pois
estão relacionados ao entendimento que, em determinada época de nossa história, a sociedade
tinha sobre certo assunto ou sobre certas pessoas. Felizmente hoje em dia muitos desses
conceitos estão mais claros e são de fácil entendimento, uma vez divulgados pelas diferentes
mídias e presentes nos currículos das escolas, a fim de formar opiniões críticas e diminuir o
preconceito e a discriminação na sociedade.
Em atenção às pessoas com deficiência, apresentamos o capacitismo como forma de denominar
a discriminação contra esse grupo e discutimos as consequências que esse preconceito traz
para a vida delas em todos os contextos, inclusive naqueles de grande influência: os contextos
escolares.
Esperamos que o conteúdo instigue e desperte interesse para estudos mais aprofundados sobre
o tema, assim como melhore sua prática diária como educador.
Profa. Dra. Marcia Maurilio Souza
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Videoaula - Apresentação de alguns conceitos
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Os principais conceitos envolvidos no
multiculturalismo
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Para a compreensão dos assuntos tratados neste conteúdo, primeiramente, é muito importante
chamar a atenção para o significado de alguns conceitos que são utilizados no texto.
Quando falamos de diferença, não estamos dizendo o mesmo que desigualdade, ao passo que,
quando lutamos pelo direito à igualdade, não estamos querendo uma uniformidade ou a
homogeneidade. Por isso podemos dizer, sem nenhuma contradição, que o direito à igualdade
pressupõe o direito à diferença. Isso significa, segundo Cury (2005), que não se pode defender o
direito à diferença negando-se a igualdade como princípio entre os cidadãos. Quando da
aplicação da norma universal (direitos iguais para todos), as suas diferenças devem ser levadas
em consideração. Assim temos o princípio da equidade.
No contexto social, a desigualdade pressupõe valorizar alguns e desvalorizar outros, como
superiores ou inferiores entre eles, identificando-se aspectos positivos e negativos nesse
processo. A desigualdade social é criada pelo homem e advém da relação constante de força, de
dominação e de exploração.
Principais conceitos1.1
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Na diferença, não existe hierarquia, quem domina e quem é dominado. Trata-se de uma relação
horizontal. Por exemplo, nascer homem ou mulher ou branco ou negro não constitui
desigualdade e sim diferença. Mas a diferença pode vir a ser desigualdade? Sim. Isso ocorrerá se
ela for valorizada. No caso dos exemplos citados, homens superiores às mulheres e brancos
superiores aos negros ou vice-versa.
Comparato (1998, p. 47) ressalta:
O mesmo autor pontua:
Figura – Desigualdade social
Fonte: Artisticco/shutterstock.
Quando se fala em diferenças sociais, estamos nos referindo àquelas diferenças que têm uma base
natural ou então, são produto de uma construção cultural. Tem uma base natural a diferença entre
os sexos; isso provoca, inelutavelmente, uma diferença de comportamento social. Por outro lado,
existem diferenças fundadas, digamos assim, num condensado cultural: costumes, mentalidade.
Todos aqueles que seguem na sociedade uma mesma religião têm uma mesma visão de mundo e
uma mesma tradição tribal ou grupal, distinguem-se dos demais; são diferenças nítidas.
[…] Existem também, em toda sociedade, desigualdades, e estas dizem respeito não a diferenças
naturais ou culturais, mas a um juízo de superioridade e inferioridade entre grupos, camadas ou
classes sociais. Esse juízo de superioridade ou de inferioridade acarreta, necessariamente, uma
apreciação de estima ou desestima de um grupo em relação ao outro – o que dá origem a
preconceitos – e de valor social. (COMPARATO, 1998, p. 47)
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A ideia de igualdade, no contexto deste conteúdo, tem o significado de isonomia, ou seja,
igualdade de todos perante a lei e diante das oportunidades sociais, de acesso às escolas. Todas
as pessoas têm igualmente o direito à diferença de ordem cultural, à diversidade cultural.
Quando falamos em diversidade, estamos nos referindo à variedade, desde a variedade de ideias
até a de características ou elementos que encontramos em situações, nos ambientes e nos
temas que discutimos. Assim podemos ter diversidade biológica, cultural, humana, religiosa,
sexual etc. No mundo atual, é imprescindível conhecer a diversidade em toda sua dimensão.
A diversidade biológica (ou biodiversidade) significa a variabilidade de organismos vivos de
todas as origens, compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros
aquáticos, e os complexos ecológicos de que fazem parte. Compreende ainda a diversidade
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (art. 2º, Convenção sobre Diversidade
Biológica, ONU, 1994). A biodiversidade varia nas diferentes regiões do planeta.
Já a diversidade humana é identificada ao observarmos os aspectos culturais e físicos na
singularidade mais aparente dos “outros”, como: modo de vestir; ornamentos corporais; estatura,
cor de pele, cabelos e olhos; e língua falada.
Quando falamos de diversidade sexual, estamos nos referindo às várias formas como as
pessoas expressam sua sexualidade. Hoje em dia, os movimentos sociais e a produção de
conhecimento buscam dar visibilidade à diversidade sexual. Esses movimentos sociais
inicialmente foram chamados de “movimento gay”, receberam várias nomenclaturas ao longo do
tempo e hoje podem ser denominados de LGBTQIAP+ (lésbicas; gays; bissexuais; transexuais,
transgêneros e travestis; queers; intersexuais; assexuais; pansexuais e outros). Observe que há
Figura – Nós somos diversos – diversidade étnica
Fonte: rawpixel.com/freepik.
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muitas versões dessa sigla, tendo nela própria a marca da diversidade da sexualidade e das
identidades de gênero, mas demonstram também a dificuldade de caracterizar esse campo a
partir de referentes identitários (NARDI; QUARTIERO, 2012).
Para finalizar, a diversidade cultural diz respeito às várias formas de expressão cultural e
identitária dos povos, como os povos indígenas, em que se pode observar a originalidade e a
singularidade de cada cultura. Engloba a linguagem, as vestimentas, as tradições e também a
forma como as sociedades se organizam quanto a suas crenças, seu comportamento, seus
valores, suas instituições, suas regras etc. Silva (2000, p. 20) faz uma importante chamada ao
afirmar que a“[...] diversidade cultural não é, nunca, um ponto de origem: ela é, em vez disso, o
ponto final de um processo conduzido por operações de diferenciação”.
Videoaula - Multiculturalismo, do que estamos falando?
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O que é multiculturalismo?1.2
Figura – Diversidade intercultural
Fonte: rawpixel.com/freepik.
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O termo multiculturalismo começou a ser utilizado no final dos anos 50 e início dos anos 60 do
século XX. Na atualidade, o multiculturalismo tem sido objeto de intensos estudos por considerar
a coexistência de diversos pontos de vista, interpretações, visões e atitudes, provenientes de
diferentes contextos culturais. Seu conceito refere-se à compreensão da sociedade como
constituída de identidades plurais, com fundamento na diversidade de raças, gêneros, classes
sociais, padrões culturais e linguísticos, habilidades e outros marcadores.
O multiculturalismo constitui, segundo autores como Semprini (1999), uma ruptura
epistemológica com o projeto da modernidade, no qual se acreditava na homogeneidade e na
evolução “natural” da humanidade rumo a um acúmulo de conhecimentos que levaria à
construção universal do progresso.
Nessa vertente, a diversidade, a descontinuidade e a diferença são entendidas como conceitos
centrais. Em contraposição à ideia de identidade como estável e fixa, o multiculturalismo
contemporâneo a compreende como descentrada, múltipla e em processo constante de
construção e reconstrução. Na verdade, “[…] identidade e diferença estão em relação de estreita
dependência” (SILVA, 2000, p. 2). Por exemplo, quando digo “sou brasileiro” (identidade), também
afirmo “não sou chinês, não sou argentino”, e assim por diante, que são expressões de
diferenças.
O multiculturalismo promove uma ampla visão da vida, na qual a pessoa ultrapassa seus limites
culturais e é capaz de sentir, olhar, interpretar e apreciar por meio de outros enfoques, outras
visões. Dessa forma, ela se torna mais flexível, tolerante, compreensiva e sensível e adquire, cada
vez mais, maior competência de interpretação e observação, respeitando a diversidade e
rejeitando o preconceito.
As sociedades contemporâneas compõem-se de diversos grupos humanos, com interesses
opostos e identidades culturais em constante conflito. Consequentemente, os diferentes estão
sempre em contato.
Praxedes (2015) cita Stuart Hall (2003) para identificar pelo menos seis diferentes concepções de
multiculturalismo:
1. Conservador
Multiculturalismo conservador: os dominantes buscam assimilar as minorias diferentes às
tradições e aos costumes da maioria.
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Essas diversas concepções multiculturalistas ajudam na compreensão e na busca de solução
dos problemas oriundos da heterogeneidade cultural, política, religiosa, étnica, racial,
comportamental e econômica.
2. Liberal
Multiculturalismo liberal: os diferentes devem ser integrados como iguais na sociedade
dominante. A cidadania deve ser universal e igualitária, mas, no domínio privado, os diferentes
podem adotar suas práticas culturais específicas.
3. Pluralista
Multiculturalismo pluralista: os diferentes grupos devem viver separadamente, dentro de uma
ordem política federativa.
4. Comercial
Multiculturalismo comercial: a diferença entre os indivíduos e os grupos deve ser resolvida nas
relações de mercado e no consumo privado, sem que sejam questionadas as desigualdades de
poder e riqueza.
5. Corporativo (público ou privado)
Multiculturalismo corporativo (público ou privado): a diferença deve ser administrada de modo
que os interesses culturais e econômicos das minorias subalternas não incomodem os dos
dominantes.
6. Crítico
Multiculturalismo crítico: questiona a origem das diferenças, criticando a exclusão social e
política, as formas de privilégio e de hierarquia existentes nas sociedades contemporâneas.
Apoia os movimentos de resistência e de rebelião dos dominados.
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Videoaula - Identidade e multiculturalismo
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Segundo Rousseau (apud ARANHA, 1986, p. 255),
Identidade e multiculturalismo1.3
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Não há notícias de qualquer grupo humano destituído de cultura. Podemos entendê-la como um
conjunto histórico de experiências, crenças e costumes comuns a determinado povo. É muito
interessante questionar o porquê de determinada regra existir. Por exemplo, por que não se deve
falar de boca cheia? Obviamente, pela desagradável sensação de ver o alimento sendo
empurrado de um lado para o outro dentro da boca daquele que está à nossa frente.
Esse exemplo, totalmente rudimentar, demonstra que, por experiências anteriores, foi
convencionado que, para não causar sensações desagradáveis aos nossos companheiros de
mesa, deveríamos comer de boca fechada. Assim como essa, todas as outras regras sociais que
passaram a existir possuem um fundamento lógico.
Aparentemente, essa pode ser uma explicação para a formação das diferentes formas de
culturas no mundo. Lendas folclóricas nada mais são do que tentativas inocentes de explicar
fenômenos da natureza. Cada população que habita cada região do planeta conseguiu se
adaptar às mais diversas condições e sobreviver em ambientes como o gelo do Ártico ou as
areias dos desertos.
Além de ter que sobreviver às intempéries, o homem precisou sobreviver a si mesmo e aprender a
conviver em sociedade e a respeitar os direitos dos outros. Para isso, normas e regras foram
estabelecidas.
Toda nossa sabedoria consiste em preconceitos servis; observai a natureza e segui o caminho que
ela vos traça. Ela exercita continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de
todas as espécies; e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um prazer.
Figura – Identidade e multiculturalismo
Fonte: pch.vector/freepik.
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Dessa forma, o multiculturalismo espera que o Estado intervenha para que o marco cultural de
uma sociedade seja preservado, assim como o de cada indivíduo. Assim, Tavares (2003, p. 11)
assevera que o Estado “[...] tem a obrigação de ajudar os grupos em desvantagem, visando
permitir a eles preservar a sua cultura contra as interferências das culturas majoritárias ou de
massas”.
Pelo que vimos até agora, as regras sociais foram estabelecidas visando não só à sobrevivência
como também à boa convivência entre as pessoas e elas foram baseadas nos costumes e nas
necessidades do povo em determinada região.
O grande entrave implícito nesse texto representa a necessidade de se estabelecer normas e
regras que visem ao bem-estar social de forma que satisfaçam ao maior número de pessoaspossível. É claro que todo esse processo envolve inúmeras situações e variáveis e objetos de
estudo de várias disciplinas diferentes, como antropologia, sociologia, psicologia e outras.
De forma geral, toda essa formulação envolve um caminho de mão dupla. De um lado, as regras
são estabelecidas de acordo com as necessidades das pessoas. De outro, passam a influenciar
diretamente o comportamento delas. Nessa dinâmica, ao se depararem com ambientes nos
quais já estão pré-estabelecidas, os sujeitos podem aceitar ou transformar as regras.
Tanto a aceitação quanto a tentativa de transformação das regras representam novas
necessidades de adaptação e/ou transformação consequentes das características individuais ou
de um grupo em particular em determinado contexto. Essas características estão explicitamente
contidas na identidade da pessoa ou do grupo.
Nesse caso, surge a necessidade de estabelecer um conceito de identidade. De forma mais
casual, é possível concordar que ela representa aqueles aspectos de personalidade que:
acordam com as normas e regras vigentes em determinados grupos ou meio social;
demonstram a tendência da necessidade de mudança para a adaptação.
Mas a compreensão do multiculturalismo pode ser estendida e alcançar um liberalismo mais
ampliado, que possibilita um Estado comprometido com a sobrevivência e o florescimento de
grupos particulares, de modo que os direitos básicos de seus membros possam realmente ser
protegidos. Neste sentido, a política e a ética da dignidade humana são aprofundados e ampliados,
de maneira que o respeito das individualidades possa ser compreendido de forma a não envolver
somente o respeito ao potencial humano universal de cada um, mas também o respeito ao valor
intrínseco das diferentes formas culturais, mediante o qual cada indivíduo reanima sua
humanidade e expressa sua personalidade própria e única. (TAVARES, 2003, p. 11)
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Como exemplo, é possível referir às pessoas que possuem surdez e são usuárias da Língua
Brasileira de Sinais (Libras) e claramente perceber que normalmente elas tendem a se agrupar
com outras que possuem as mesmas necessidades. É muito comum que um surdo se sinta
ofendido caso se lhe ofereça a possibilidade de realizar um implante coclear. Muitos encaram o
fato de ser surdo como uma condição de identificação (identidade cultural surda). Portanto,
oferecer a essa pessoa a possibilidade de se tornar ouvinte pode representar a negação da
aceitação de sua condição.
Conheça um pouco mais sobre a identidade da pessoa surda e a Comunidade Surda.
Em um mundo majoritariamente ouvinte, “Sou surdo!” chama a atenção do espectador para o
preconceito sofrido diariamente por pessoas surdas provocando e estimulando as pessoas a
refletir sobre seus valores, esclarecendo questões e mostrando que o sujeito surdo possui uma
identidade, língua e cultura próprias.
Assista ao vídeo: Reconhecimento de saber: o que é a comunidade surda. É só clicar no link:
www.youtube.com [https://www.youtube.com/watch?v=rHsYiX-dRnI] .
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A partir desse ponto, parece estar claro que a identidade pessoal é influenciada pelo meio, assim
como este influencia a formação daquela. A relação das diversas formas de identidade
agrupadas em um meio social exige das pessoas que as necessidades individuais devam ser
compreendidas para que as regras sejam aceitas ou modificadas, de forma que todos os grupos
sejam contemplados pelo prazer do bem-estar e do convívio em grupo.
Hall (1997, p. 10) cita três diferentes conceitos de identidade – sob diferentes interpretações –
presentes na história:
o iluminista, que tendia para a perfeição do ser humano;
o sociológico, no qual as identidades se moldam nas representações sociais;
o da modernidade tardia (pós-modernidade), em que as identidades são fragmentadas.
Neste último conceito, está implícita a ideia de identidade como plural, múltipla, que se
transforma.
Grandes dificuldades são impostas nesse caminho ao se considerar que a diversidade de
identidades em um grupo é extremamente variada. Adaptar-se ou tentar modificar significa
entender, respeitar, aceitar e partir para a boa convivência. Um ponto interessante a ser
observado aqui é que, para uma regra ser aceita ou mesmo modificada, deve haver a
obrigatoriedade de não se comprometer o bem-estar já alcançado ou ainda de esse bem-estar
social alcançar um número ainda maior de pessoas.
A identidade cultural, segundo Ronsini e Rossato (2006, p. 2), se “[...] constitui como um
fenômeno de autorreconhecimento, tanto individual como coletivo, pois configura um sistema de
referências onde um observa o outro, assim, a identidade só é reconhecida no coletivo”. Oliveira
(2010) observa que a identidade cultural se relaciona ao compartilhamento de bens comuns,
como a língua, as artes, os esportes, o trabalho, as religiões e as festas, entre outros.
Figura – A diferença nos aproxima
Fonte: rawpixel.com/freepik.
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A definição de identidade cultural considera que esse é um processo dinâmico porque, como
visto, está em constante modificação, que declina para a satisfação e o cumprimento do bem-
estar social (OLIVEIRA, 2010).
Para Aranha (1986), essa definição de identidade social se assemelha a Do contrato social, de
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), em que o homem é parte integrante da sociedade e para
tal abdica de sua liberdade. Entretanto, ele faz parte do todo social; logo, obedece a si mesmo; e
assim continua sendo livre.
Ainda em relação à definição de identidade cultural, quando se menciona que esse processo
dinâmico e de construção continuada, que se alimenta de várias fontes no tempo e no espaço,
parece, embora imbuído de grande complexidade, de uma simples compreensão, as fontes que
alimentam o processo podem ser interpretadas como as necessidades individuais dos sujeitos
ou grupos e ainda ser consideradas, no tempo e no espaço, pelo fato de as necessidades se
modificarem de acordo com a evolução da convivência nos grupos sociais ao passar do tempo.
Ninguém imaginaria, há cinquenta anos, que houvesse necessidade de se criar leis contra crimes
virtuais como os que temos presenciado em nossa era cibernética informatizada.
Costumamos ouvir frequentemente as pessoas falarem que a sociedade está muito moderna e
que o casamento é uma instituição arcaica e falida. A Bíblia narra a história de duas cidades –
Sodoma e Gomorra – que foram completamente destruídas pela ira de Deus por causa do
aumento da prostituição daquele povo. Independentemente de se considerar a Bíblia como um
livro sagrado ou não, o relato do aumento da prostituição demonstra que o que ocorre
atualmente não é tão diferente do que já se relatava naquela época.
Como pode ser visto, este texto se direciona para valores sociais que implicam diretamente a
formação de vários tipos de identidade presentes no nosso cotidiano.
Identidade e diferença são interdependentes e são criações sociais e culturais. Nesse sentido
Silva (2000) afirma que identidade e diferença não são coisas naturais ou essenciais, mas são
produzidas ativamente no mundo cultural e social em que vivemos.
Tavares (2003, p. 12), ao afirmar que a diferença é um dos conceitos centrais do
multiculturalismo, ressalta:
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Questões importantes, como a homossexualidade, o uso de drogas e a exploração do povo
negro, por exemplo, podem ser bons argumentos para se tratar de multiculturalismo com
enfoque nos preceitos sociais, no intuito de se abordarem mais dois importantes temas desta
aula: o estigma e o preconceito.
Reconhecer a diferença exige não só o respeito à singularidade de cada um, independentemente do
marco no qual se encontra inserido ou é identificado, mas também a consideração à sua visão de
mundo, inseparável de si mesmo, construída por força do grupo ao qual pertence.
Como explica Gutmann, o pleno reconhecimento público da igualdade pode exigir duas formas de
respeito: 1) o respeito à identidade singular de cada um, independente de seu sexo, raça ou etnia; 2) o
respeito àquelas atividades, práticas e modos de ver o mundo que são objeto de uma valoração
singular ou inseparável dos membros dos grupos (principalmente os em desvantagem).
Para aprofundar seus conhecimentos, os seguintes textos servem como leitura complementar:
- Multiculturalismo, escrito por Quintino Lopes Castro Tavares.
Disponível em: www.egov.ufsc.br
[http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf] .
- Globalização e identidade: desafios do multiculturalismo, escrito por Joanildo A. Burity.
Disponível em: periodicos.fundaj.gov.br
[http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644] .
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http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/25352-25354-1-PB.pdf
http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644
http://periodicos.fundaj.gov.br/TPD/article/view/923/644
Prática profissional - Orientação Sexual e Identidade de Gênero –
Vocabulário de Respeito à Diversidade
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Recapitulando a Unidade 1
Nesta primeira unidade foram trazidos os principais conceitos envolvidos no tema do
multiculturalismo – a igualdade, a diferença e a diversidade, entre outros –, de forma a obter um
panorama sobre o que seria apresentado no material de estudo.
O multiculturalismo foi apresentado e discutido dentro do que é entendido como a diversidade
cultural em toda sua amplitude: racial, cultural, religiosa e sexual. Para ficar claro o que se
pretende com o multiculturalismo na sociedade contemporânea, uma sociedade multicultural é
aquela que aceita toda a diversidade e a acolhe.
Por fim, apresentamos um item importante sobre o tema que é a identidade, que pode ser a
individual, a coletiva e a cultural, e como as “identidades” são conformadas e movimentam a
sociedade.
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O que devemos evitar em uma sociedade
multicultural?
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Anteriormente, foram citados três exemplos: a homossexualidade, o uso de drogas e a
exploração do povo negro. Esta unidade se inicia com a menção ao período vivido pelos grandes
filósofos gregos. Naquela época, eles se reuniam para filosofar e atingir o prazer intelectual. Era
muito comum que os aprendizes deles mantivessem relações sexuais com os seus mestres,
embora estes pudessem ser casados e mesmo ter filhos. O livro O banquete, escrito por Platão e
que pode ser baixado gratuitamente na internet, retrata bem essa situação.
Povos indígenas, como os incas e os maias, costumam mascar folhas de coca. Esse costume é
ainda muito utilizado na região em que habitam sem que o ato seja considerado crime ou ilegal.
Em épocas antigas, negociar pessoas traficadas como escravas, mantê-las em cativeiro e
explorá-las como mão de obra barata ou sem qualquer custo era considerado normal.
Felizmente, na atualidade, os conceitos são outros. Novas regras, novas formas. As questões da
discussão sobre o relacionamento e o casamento homoafetivo, sobre a legalização da maconha
Estigma e preconceito2.1
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e sobre a discriminação racial são feitas de forma muito diferente do que eram em outras
épocas.
Segundo o dicionário Aurélio, preconceito [de pre + conceito] significa conceito ou opinião
formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; ideia
preconcebida; julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste. O
dicionário Oxford, por sua vez, destaca que é um “sentimento hostil, assumido em consequência
da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância”.
A definição de estigma se refere a cada um dos cinco sinais que aparecem no corpo, nos
mesmos pontos onde ocorreu a crucificação de Jesus Cristo, isto é, pés, punhos e tórax. Aplica-
se a pessoas com o sentido de nota de infâmia.
Goffman (2013, p. 12) afirma que o termo estigma é usado “[...] em referência ao um atributo
profundamente depreciativo”. Assim sendo, acaba por depreciar os indivíduos, discriminando e
excluindo essas pessoas como participantes de atividades em vários contextos da sociedade.
Essas formas estigmatizantes podem se apresentar como deformidades aparentes, desvios de
comportamentos e os tais “estigmas tribais”. Os primeiros podem ser exemplificados como a
deficiência física, os segundos como as pessoas alcoólatras, e os últimos como as
características de um certo grupo étnico ou religioso diferenciado, como o islamismo.
As sociedades, tendo em vista sua cultura e seus modismos, entre outros fatores, acabam
categorizando as características que consideram normais ou naturais para aquele grupo,
Figura – Estigma – marcas ou sinais
Fonte: josemdelaa/pixabay.
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portanto todo e qualquer indivíduo que não está dentro dos padrões estabelecidos acaba
estigmatizado, a partir do princípio de que atualmente o conceito de estigma é bem mais amplo.
É interessante tratar os dois temas como componentes de um mesmo tópico, pois já se pode,
apenas lendo as definições, conceber que, ao consolidar sua identidade, as pessoas ou os
grupos sociais apresentam marcas, sinais ou comportamentos que são típicos do grupo no qual
se inserem.
Quando nos referimos a preconceito, estamos lidando com opiniões preconcebidas sobre
determinado grupo de pessoas que exibem uma marca que as distinguem das outras de uma
sociedade. Facilmente se reconhece uma pessoa negra sentada em um banco, assim como não
é tão difícil reconhecer pessoas com características asiáticas ou indígenas, assim como
identificamos com facilidade uma pessoa homossexual ou usuários de droga que estão
debilitados pelo seu uso e vivem nas ruas.
Porém, ainda com base nos exemplos mencionados, é possível fazer três referências,
considerando que não há aqui a intenção de aprofundar nenhum dos três tópicos:
Nem sempre uma pessoa homossexual possui trejeitos, ou seja, são homens afeminados ou mulheres
masculinizadas. O fato de a pessoa ser homossexual não representa a obrigatoriedade de que seja
promíscua, tampouco que seja uma questão de desvio de caráter. A homossexualidade envolve uma
complexidadede questões sobre sensações e caráter que vão muito além de uma simples marca.
A pessoa usuária de drogas pode se encontrar nessa situação como uma forma de escape de
problemas pessoais ainda muito maiores do que os causados pelo tipo de substância que utiliza. O
fato de a pessoa ser adicta não representa a obrigatoriedade de que seja ladra ou mentalmente
desequilibrada. A adição envolve complexas relações socioemocionais muito além de uma simples
marca.
A etnia negra possui um histórico deveras triste, marcado pela pobreza e pelo controle político de
pessoas de outras etnias. O fato de a pessoa ser negra, porém, não representa que seja inferior em
nenhum aspecto. Ser negro envolve complexas relações socioculturais muito além de uma simples
marca.
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Neste ponto, é dever extrapolar os três exemplos mencionados (homossexualidade, drogadição e
etnia negra) e abrir o leque para os outros tipos de condição frequentemente estigmatizadas na
sociedade, tais como religião, condição social e deficiência.
Romeo (2010) afirma que:
Como conclusão se esclarece que o objetivo deste trabalho é elucidar um tipo de pensamento
que leve à reflexão e à necessidade de busca de teorias para cada indivíduo identificar as
questões multiculturais e as respeitar, considerando que tais formas de manifestação
representam o produto final da luta de pessoas ou grupos sociais por um status de liberdade e
bem-estar.
Figura – Diversidade sexual e de gênero
Fonte: freepik/freepik.
Estigma social é uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais que vão contra
normas culturais. Estigmas sociais frequentemente levam à marginalização. Exemplos de estigmas
sociais históricos ou existentes podem ser deficiências físicas ou mentais, ilegitimidade,
homossexualidade, filiação a uma nacionalidade, religião (ou falta de religião) ou etnicidade
específicas, tais como ser judeu, negro ou cigano. Outrossim, a criminalidade carrega um forte
estigma social.
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Vamos saber mais sobre preconceito!
Neste vídeo o professor Leandro Karnal analisa as origens dos preconceitos e como eles são
perpetuados.
Nome do vídeo: Preconceitos #1: Você tem medo de quem? | Leandro Karnal.
Clique no link e assista ao vídeo: www.youtube.com [https://www.youtube.com/watch?
v=uoOQ0Q9wxhY] .
Videoaula - Estigma e preconceito
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Videoaula - Estigma social
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Videoaula - Capacitismo e Deficiência
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Capacitismo é um termo que vem sendo utilizado recentemente para nomear o preconceito
contra as pessoas com deficiência. No entanto, antes de debater o termo, é preciso entender
como essas pessoas frequentemente foram estigmatizadas ao longo da história da humanidade.
É possível identificar esse estigma por meio dos termos depreciativos que eram utilizados
quando as pessoas e até mesmo os documentos oficiais (legais) se referiam a esse grupo –
“anormais”, “aleijados”, “incapazes”, “inválidos”, “loucos”, “retardados” e “idiotas” (PAGAIME;
MELO, 2021).
Observa-se que, nos últimos 30 anos, a partir da luta das próprias pessoas com deficiência para
participar da sociedade como cidadãs de direitos, os documentos legais começaram a modificar
as terminologias quando se referem a elas. Assim, na Constituição Federal de 1988, em seu texto
original, usou-se “portadores de deficiência” (BRASIL, 1988); e, nos dias atuais, com a
promulgação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006) e
posteriormente com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), é
adotado o termo “pessoas com deficiência”.
A partir da Convenção, tem-se o que é chamado de “modelo social da deficiência”, deixando para
trás o modelo médico que fazia a sociedade olhar para essas pessoas com base em suas
desvantagens ou no que supostamente lhes faltava – não poder andar, não ver, não ouvir, não
Deficiência e capacitismo2.2
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aprender, centrado nas condições biológicas e orgânicas. O modelo social da deficiência, por sua
vez, olha para essas pessoas com base na relação delas com o meio ambiente, ou seja, leva em
consideração as barreiras que as impedem de ter uma vida com qualidade, e uma participação
plena em todas as atividades que têm direito como cidadãs – escola, lazer, trabalho, saúde e
esporte, entre outras.
Assim, a partir dos anos 2000, os movimentos sociais de pessoas com deficiência no Brasil
passaram a discutir o termo capacitismo, a partir dos estudos feministas de segunda geração,
dos Estudos sobre Deficiência (do inglês, Disability Studies) e dos Estudos sobre Deficiência na
Educação (do inglês, Disability Studies in Education).
Mello (2014, p. 54) afirma que “[...] o capacitismo se materializa através de atitudes
preconceituosas que hierarquizam sujeitos em função da adequação de seus corpos a um ideal
de beleza e capacidade funcional [...]”.
Segundo a autora, não havia uma categoria analítica em nosso país que identificasse a
discriminação por deficiência, assim como temos o racismo que indica a discriminação por
motivo de cor de pele e o sexismo que diz respeito à discriminação por sexo, entre outras
categorias de discriminação.
O termo capacitismo em português está baseado na tradução não literal do inglês ableism (em
português, “habilidade”), que foi proposto por Mello (2014). A autora ressalta, segundo Pagaime e
Melo (2021, p. 49), a “[...] urgência em visibilizar uma forma peculiar de opressão contra as
pessoas com deficiência”.
Ainda de acordo com Pagaime e Melo (2021), baseados em Pereira (2008):
Observa-se que tanto a discriminação ativa como a passiva são prejudiciais para as pessoas
com deficiência, assim como sempre exemplificar como superação quando essas pessoas
atingem os seus objetivos ou sucesso em sua vida profissional, acadêmica ou familiar.
O capacitismo pode se efetivar de duas formas: a discriminação ativa, por meio de insultos e
considerações negativas ou de arquitetura não acessível; ou de forma passiva, quando o discurso
reforça a ideia de que as pessoas com deficiência são “merecedoras de pena e caridade, em vez de as
ver como pessoas de plenos direitos”. Além disso, podemos identificar a presença do capacitismo no
discurso que coloca a pessoa com deficiência que atingiu alguma posição de destaque como um
exemplo de superação. (p. 49, grifos nossos)
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Na escola, o capacitismo pode ser observado por meio das barreiras atitudinais:
Concordamos com Pagaime e Melo (2021, p. 55) quando afirmam que o termo capacitismo, e seu
uso, “[...] surge como maisuma forma de posicionamento político que pode ser assumido pelas
pessoas com e sem deficiência”, tendo em vista que esse grupo de pessoas precisa lutar “[...]
contra uma cultura de exclusão, de baixa expectativa acadêmica, da não empregabilidade e da
ausência de afetos”.
[...] quando pais, gestores escolares e professores projetam potenciais fracassos sobre seus alunos e
alunas com deficiência, reforçando os aspectos de superproteção, infantilização e da assistência em
detrimento da aprendizagem e do conhecimento que é ofertado aos demais estudantes. (PAGAIME;
MELO, 2021, p. 44)
Para saber mais sobre capacitismo.
Neste vídeo do TEDx Belo Horizonte – “Precisamos falar sobre capacitismo” – Rosana Bastos,
pessoa com deficiência física, conta sua trajetória de vida e como o capacitismo é percebido pela
pessoa com deficiência.
Clique no link e assista ao vídeo: www.youtube.com [https://www.youtube.com/watch?
v=DyizBjIqubE] .
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Prática profissional - Expressões Capacitistas
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"https://www.youtube.com/watch?v=94eK0I9aIHw".
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Videoaula - Multiculturalismo e educação
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"https://player.vimeo.com/video/765348399".
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"https://player.vimeo.com/video/949184971".
As instituições educativas – escolas de qualquer nível de ensino, inclusive as de nível superior –
influenciam na forma como o multiculturalismo se apresenta à sociedade como estratégia
política. Afinal, a “[…] educação é também um processo social do qual participamos enquanto
Multiculturalismo e educação2.3
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realizamos uma opção entre diferentes valores e objetivos a serem alcançados” (PRAXEDES,
2015).
Vale a pena lembrar que a origem desse movimento social não está na instituição educativa, mas
na cultura de forma geral. Porém não se pode negar a importância da reflexão a partir das
práticas educativas que são realizadas nas escolas.
O ambiente escolar é:
Nesse contexto, há uma grande preocupação em como a escola tem respondido às demandas
pelo reconhecimento do direito à diferença, do respeito à diversidade, pois:
Silva (2000) ressalta que identidade e diferença se ligam ao sistema de poder, pois quem tem o
poder de representar tem o poder de definir e determinar a identidade. Quanto às implicações
pedagógicas e curriculares das conexões entre identidade e representação, o autor afirma que
crianças e jovens devem receber formação que desenvolva capacidades críticas e possam
questionar os sistemas e as formas dominantes de representação da identidade e da diferença.
Com esse entendimento, é preciso questionar o conhecimento profissional dos professores, a
concepção do currículo e das práticas cotidianas que fazem da escola um espaço
fundamentalmente de formação do indivíduo.
[…] um espaço público para a convivência fora da vida privada, íntima, familiar. Ao nos capacitarmos
para a convivência participativa na escola, participamos de um processo de aprendizagem que
também nos ensina como participar do restante da vida social.
A escola como esfera pública democrática pode possibilitar a capacitação de pais [e responsáveis],
alunos e educadores para a participação na busca de soluções para os problemas da escola, do
bairro, da cidade, do Estado, do País e da vida da espécie humana no Planeta. (PRAXEDES, 2015)
[…] uma política de reconhecimento das diferenças não pode se limitar à política de classificação,
controle e fiscalização de referências culturais. Uma política de tolerância e conservação deve
constituir-se em esforço de satisfação de demandas sociais e políticas, que mobilizam os indivíduos
nos termos de uma identidade ética (SANTOS, 2009)
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A partir da década de 1960, em decorrência das reivindicações de movimentos de diferentes
grupos marginalizados (pessoas negras, feministas, homossexuais e pessoas com deficiência),
começaram a se destacar trabalhos acadêmicos a respeito dessa temática.
Em várias partes do mundo, a discussão sobre as desigualdades praticadas entre os grupos
discriminados gerou o questionamento das relações sociais e trouxe a necessidade de
mobilização dos vários segmentos sociais em prol de uma sociedade democrática, igualitária.
Isso também influencia a tomada de decisões no Brasil.
Assim, a ideia de repensar a educação em uma perspectiva multiculturalista é a de reconhecer e
valorizar a importância da diversidade em todas as dimensões, dando acesso para todos às
oportunidades educacionais. E por que isso é importante?
Na afirmação de Comparato (1998, p. 47), é porque “[…] as diferenças naturais e culturais entre os
seres humanos são fontes de mais vida e de maior enriquecimento humano”. Portanto, no
processo de evolução cultural, as diferenças devem ser estimuladas, e as desigualdades,
combatidas.
Já nos anos 1970, em nosso país, foram estabelecidas políticas públicas que visavam
proporcionar iguais oportunidades de educação, integração e justiça social, o que gerou a
preocupação com a formação de professores. Essa formação necessariamente deve contemplar
a oportunidade de oferecer aos docentes experiências educativas que ajudem a compreender e
valorizar as culturas e criticar injustiças sociais, além de realizar estágios em ambientes
específicos e conviver com a cultura dos grupos com os quais trabalham.
Figura – Inclusão escolar
Fonte: peoplecreations/freepik.
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Burity (1999, p. 9) lembra que, “[...] durante os anos 1980 e 1990, as demandas multiculturais
tornaram-se decididamente globais em sua extensão e disseminação”, mas reforça que essa “[...]
disseminação nem ofusca, nem diminui o potencial polêmico do multiculturalismo”.
Desde os anos 90 do século XX, observa-se que o tema multiculturalismo está bem alicerçado
nos dispositivos legais, nas políticas públicas, nos parâmetros curriculares e nas parcerias entre
universidades e secretarias estaduais e municipais de educação.
Entretanto, as pesquisas apontam alguns problemas e obstáculos em relação ao
multiculturalismo, tais como falta de clareza na proposta de formação permanente dos
professores, escassez de produções sobre o tema na área educacional e desigualdade na
distribuição dos estudos nas diferentes regiões do Brasil.
É direito de todos os indivíduos a participação na sociedade, mas essa participação só acontece
quando há uma negociação permanente para administrar os conflitos de interesses e ideias,
além do respeito às diferenças de classe, identidade etc. Para isso, a contribuição da educação
se dá quando a escola incentiva a participação e respeita a diferença por ser “[...] uma escola
pluralista que ensina a viver em uma sociedade que também é heterogênea” (PRAXEDES, 2015).
Cabe à escola a responsabilidade pela otimização de práticas escolares comprometidas com a
superação do olhar unilateral, a constituição de identidades ea promoção do desenvolvimento
humano diante da diversidade. De acordo com Praxedes (2015):
Sobre a necessidade humana de reconhecimento, Praxedes (2015) cita Habermas (1983):
“Ninguém pode edificar a sua própria identidade independentemente das identificações que os
outros fazem dele”. Dependemos do reconhecimento dos outros porque existimos numa relação
de vida social.
Praxedes (2015) continua:
Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na escola é aceitarmos que os agentes
que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas diferentes e nenhum de nós
tem o monopólio da verdade, da inteligência e da beleza. Daí a necessidade de negociações
permanentes para que todos façam concessões, e todos tenham ao menos parte dos seus interesses
e valores contemplados no espaço público da escola.
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A identidade do ser humano é construída nas inter-relações pessoais dentro do contexto
sociocultural. Portanto, a projeção de uma imagem distorcida sobre o outro pode ser
internalizada, causando-lhe muitos danos, incluindo sentimento de inferioridade.
É importante também destacar que, no mundo contemporâneo, nas sociedades multiculturais
marcadas por desigualdades, se manifestam de maneira assustadora os movimentos racistas,
neonazistas e de discriminação em geral.
Silva (2000) diz que, para encarar a diversidade no contexto escolar, as estratégias pedagógicas
existentes – liberal, terapêutica e a que ele denomina de intermediária – não dão conta de todas
as dimensões que envolvem o inevitável encontro com o outro, com o estranho, com o diferente.
O autor advoga a favor de uma estratégia pedagógica e curricular que leve em consideração a
teoria cultural pós-estruturalista, abordando identidade e diferença como questões de produção
política.
Um falso reconhecimento é uma forma de opressão. A imagem que construímos muitas vezes sobre
[as pessoas com deficiência] [...] e grupos subalternos, pobres, negros, prostitutas, homossexuais, é
deprimente e humilhante para estes e causa-lhes sofrimento e humilhação, ainda mais porque tais
representações depreciativas são construídas quase sempre para a legitimação da exclusão social e
política dos grupos discriminados.
Uma estratégia que simplesmente admita e reconheça o fato da diversidade torna-se incapaz de
fornecer os instrumentos para questionar precisamente os mecanismos e as instituições que fixam
as pessoas em determinadas identidades culturais e que as separam por meio da diferença cultural.
Antes de tolerar, respeitar e admitir a diferença, é preciso explicar como ela é ativamente produzida
(SILVA, 2000, p. 19).
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A escola, como instituição social, deve aceitar a heterogeneidade, reconhecendo a todos como
iguais em dignidade e em direito e preocupando-se com as diferenças. Deve proporcionar a
participação de todos e, para tanto, precisa providenciar mais recursos de acesso ao ensino para
aqueles que têm mais desvantagens ou necessidades educacionais especiais.
Nossa sociedade, na atualidade, se mostra complexa. O ambiente educacional é como um
microcosmo e é nele que as crianças, os jovens e os adultos têm a oportunidade de entrar em
contato, discutir e analisar os fenômenos sociais e as concepções da vida social, moldando-se
assim o cidadão.
Figura – Inclusão escolar de pessoas com deficiência
Fonte: freepik/freepik.
Considerando as questões do multiculturalismo e a educação especial no Brasil, faça a leitura do
texto de Magalhães (2001), Construindo um olhar multicultural sobre a educação inclusiva:
primeiras aproximações.
Esse texto se refere à inclusão de pessoas com deficiência na escola e está disponível como
leitura complementar.
Link: silo.tips [https://silo.tips/download/construindo-um-olhar-multicultural-sobre-a-educaao-
inclusiva-primeiras-aproximao] .
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Nesse sentido, torna-se necessária a busca crítica de valorização da pluralidade cultural para
que ela se reflita no projeto político pedagógico e se expresse em todas as ações da escola, ou
seja, no currículo, nos projetos, nos planos etc.
Uma das principais tarefas da escola é formar o cidadão, como dito anteriormente. Para tal, o
contexto educacional deve primar pela formação de identidades que entendam a diversidade e
estejam livres de preconceitos. Assim, vão se definir cidadãos comprometidos com a paz e
eticamente prontos para a convivência multicultural.
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Recapitulando a Unidade 2
Nesta segunda unidade foram trazidas as definições de estigma e preconceitos e discutidas
como essas questões são formatadas culturalmente na sociedade a partir de padrões
estipulados pelas classes hegemônicas que a dominam.
O estigma é algo que diminui de forma pejorativa as pessoas que de certa forma são “marcadas”
como diferentes, desiguais do tal padrão de corpo, de comportamento e de sociabilidade, ao
passo que os preconceitos nascem do não conhecimento prévio de situações, contextos e de
grupos de pessoas.
O desconhecimento faz o julgamento prévio ser sobreposto causando situações conflitantes.
Entretanto, quando esse preconceito se mantém mesmo após se conhecer aquela situação,
aquele contexto ou aquele grupo, as atitudes passam a ser discriminatórias. Um bom exemplo,
sabe-se, é que pessoas de etnias diversas que não a branca (ariana) não são menos inteligentes
ou menos capazes e não têm menos possibilidades ou condições que as da etnia branca, porém,
mesmo assim, as pessoas dessas outras etnias continuam sendo discriminadas por sua cor de
pele (negros, indígenas, orientais etc.).
Outra questão trazida nesta unidade foi o capacitismo, esse termo utilizado para indicar a
discriminação contra pessoas com deficiência, uma forma recente de nominar esse tipo de
discriminação. A indicação nasce das lutas dos movimentos de pessoas com deficiência para
serem reconhecidas em seus direitos como cidadãs.
Por fim, foi discutido o multiculturalismo na educação como forma de levar a criança e o jovem a
refletir de forma crítica sobre as diferenças, aqui referidas em todas as formas, para serem
formados cidadãos eticamente comprometidos com uma sociedade de paz e harmonia.
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Considerações finais
Caro(a) cursista,
Espera-se que tenham aproveitado o conteúdo, pois o objetivo foi de possibilitar o contato com o
tema multiculturalismo e seus conceitos e suas implicações na vida de cada indivíduo na
sociedade.
O importante é que todos(as) tenham um entendimento amplo sobre o multiculturalismo e
consigam obter uma visão crítica sobre situações, contextos e pessoas que se tem contato
diariamente na vida, de forma a poder contribuir para uma sociedade igualitária e equitativa em
todos seus aspectos.
Para tal foram apresentados os conceitos de diferença, igualdade, equidade, diversidade, estima,
preconceito e capacitismo, entre outros e as discussões que os envolvem, culminando com a
importância de se discutir esses temas em nossas escolas.
Espera-se que essarápida introdução ao tema tenha despertado o interesse em se
aprofundarem no assunto.
Bons estudos!
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Autoria
Autora
Possui graduação em Pedagogia – Administração, Orientação Educacional, Supervisão e
Magistério pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (SP); curso de Especialização
na área da Deficiência Física e Mestrado pela Faculdade de Educação da USP (Feusp). Tem
experiência na área de Educação como docente e como coordenadora em cursos presenciais e
EaD, com ênfase em Educação Especial, atuando principalmente nos seguintes temas: educação
especial/educação inclusiva, acessibilidade, deficiência física/múltipla e atendimento ao escolar
em tratamento de saúde (classe hospitalar).
Acesso ao Currículo Lattes: lattes.cnpq.br [http://lattes.cnpq.br/8172815736013284] .
Walkiria Assis
Autora revisora
Doutora e Mestra em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
(Feusp). Graduada em Serviço Social pela Universidade São Francisco (USF) e em Pedagogia
pela Universidade Nove de Julho (Uninove).
Docente do Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação e pesquisadora
em Políticas de Educação Especial na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
(Feusp). Pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, docente da Universidade Estácio de Sá e da
Universidade Municipal de São Caetano e tutora em Atendimento Educacional Especializado em
curso de especialização da Universidade Federal do ABC (UFABC).
Possui experiência em Educação e Educação Especial, com ênfase em formação continuada em
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, atuando nos seguintes temas:
inclusão, financiamento da Educação e da Educação Especial, surdo-cegueira, deficiência
múltipla, dificuldades de aprendizagem, mediação, família e comunicação.
Acesso ao Currículo Lattes: lattes.cnpq.br [http://lattes.cnpq.br/3800565998031892] .
Marcia Maurilio Souza
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Glossário
Consiste na adaptação da regra existente à situação concreta observando-se os critérios de
justiça. Pode-se dizer, então, que a equidade adapta a regra a um caso específico, a fim de deixá-
la mais justa. Ela é uma forma de se aplicar o Direito de modo o mais próximo possível do justo
para as duas partes. Fonte: pt.wikipedia.org [https://pt.wikipedia.org/wiki/Equidade] .
Substantivo feminino. 1. ANTROPOLOGIA – coletividade de indivíduos que se diferencia por sua
especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneira de agir; grupo
étnico. Fonte: www.dicionarioinformal.com.br/Etnica
[https://www.dicionarioinformal.com.br/%E9tnica/] .
Pode ser entendida como um constructo social [https://pt.wikipedia.org/wiki/Constructo_social]
, usado para distinguir pessoas em termos de uma ou mais marcas físicas. Em outras palavras,
raça é uma categoria usada para se referir a um grupo de pessoas cujas marcas físicas são
consideradas socialmente significativas. Desse modo, raça é um importante instrumento
analítico para a sociologia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia] , pois se entende que as
percepções e concepções de raça podem afetar e organizar a vida social das pessoas, e é
responsável principalmente pela criação e manutenção de um sistema de desigualdade social.
Fonte: pt.wikipedia.org
[https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a_(categoriza%C3%A7%C3%A3o_humana)] .
Equidade
Etnia
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https://www.dicionarioinformal.com.br/%E9tnica/
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Constructo_social
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a_(categoriza%C3%A7%C3%A3o_humana)
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Bibliografia Geral
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