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inflamação

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1 - INTRODUÇÃO
A inflamação é uma resposta natural do organismo contra uma infecção ou lesão, com o objetivo de destruir os agentes agressores, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e celulares.
 Existem cinco sinais clássicos do processo inflamatório, chamados de Sinais Cardinais, são eles: edema, calor, rubor, dor e perda da função. O edema é representado pelo aumento de líquido e de células. O calor  é quando se tem o aumento da temperatura local. O rubor é a vermelhidão ou hiperemia. A dor  é originada de mecanismos mais complexos que incluem compressão das fibras nervosas locais devido ao acúmulo de líquidos e de células, já a perda de função é decorrente do edema e da dor, que dificultam as atividades locais.
Na inflamação, ocorrem os seguintes fenômenos: fenômeno irritativo que é um conjunto de pelas modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agredidos causadas pelo agente inflamatório, que promovem a liberação de mediadores químicos, essa etapa é crucial para se definir o curso do processo e a sua intensidade e evolução. Depois, vem o fenômeno vascular que é representado por modificações hemodinâmicas e realogicas da microcirculação comandadas pelos mediadores químicos liberados durante o fenômeno irritativo, e menos frequente por ação direta do flagogeno.
Logo após, vem os fenômenos exsudativos que referem-se à marginação, para o foco inflamatório de líquidos e células que podem ser de vasos ou de tecidos vizinhos. Em seguida, vem o fenômeno resolutivo que refere-se aos mecanismos antiinflamatórios que irão inibir a ação dos prós inflamatórios. O mesmo começa nas fases iniciais do processo inflamatório e deles depende sua progressão. E vindo em seguida o fenômeno alterativo da inflamação (degeneração e necrose) são produzidos por ação direta ou indireta do agente inflamatório e pode aparecer no inicio ou no decorrer da inflamação.
E por fim, o fenômeno reparativo, onde o organismo mantem a capacidade de reparar suas perdas desde o nível celular, é controlado por fatores de crescimento que estão armazenados na matriz extracelular.
A inflamação pode ser caracterizada de duas formas: inflamação aguda, que tem duração curta de no máximo até 12 semanas e seus tipos são: catarral, pseudomembranosa, necrosantes, purulentas ou supurativas, pústula, furúnculos, carbúnculos abscesso, abscesso frio, flegmão. E a inflamação crônica, tem duração longa, caracterizada por duração acima de seis meses e seus tipos são: granulomatosas e hipertrofiantes ou hiperplásicas.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
Inflamação ou flogose é uma reação dos tecidos a um agente agressor caracterizado morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício (PEREIRA, p.189). A inflamação, portanto, é uma desordem complexa envolvendo componentes celulares e moleculares, sendo uma resposta inespecífica a uma agressão específica. O agente responsável pela agressão pode ter natureza química, física ou biológica (ZHOU et. al., 2007; LIMA et. al., 2009).
 Agentes inflamatórios agem nos tecidos e promovem uma resposta imediata de alarme, as quais induzem a liberação de outras moléculas, genericamente conhecidas como mediadores da inflamação, que resultam em modificações na microcirculação necessárias para a saída de plasma e de leucócitos dos vasos e em estímulos para reparar os danos produzidos pelas agressões. Aliás, a resposta inflamatória está também muito associada aos processos de reparo no organismo, na verdade a inflamação representa um processo ao mesmo tempo defensivo e reparador. (BOGLIOLO, p.189).
 Segundo BOGLIOLO (2009, p.189) tal como acontece nas respostas imunitárias inata e adaptativa, a inflamação é um processo regulado: entre as moléculas de alarme, algumas induzem mediadores pró-inflamatórios, enquanto outras estimulam mediadores responsáveis por limitar e terminar o processo.
Qualquer que seja a sua causa, a reação inflamatória envolve uma serie de eventos, etapas ou momentos, fundamentalmente semelhantes: (a) irritação (que conduz a liberação das moléculas de alarme e mediadores) (b) modificações vasculares locais (c) exsudação plasmática e celular (d) lesões degenerativas e necróticas (e) eventos que terminam ou resolvem o processo (f) fenômenos reparativos, representados por proliferação conjuntiva ou regeneração do tecido lesado (BOGLIOLO, p.189).
2.1 - SINAIS CARDINAIS
 A reação inflamatória é conhecida há muito tempo. Na antiguidade, os gregos já a definiam pelos seus sinais e sintomas típicos, considerados sinais cardinais: calor, rubor, tumor e dor, aos quais os médicos romanos acrescentaram as alterações funcionais, que muitas vezes acompanham as inflamações. (BOGLIOLO, p.189).
Calor: onde há hiperemia arterial (que é o aumento do volume sanguíneo no local) e, consequentemente, aumento da temperatura local. Assim como na formação da vermelhidão da inflamação, a vaso dilatação também colabora com o aumento da temperatura, pois o aumento da concentração sanguínea no local inflamado eleva um pouco colaborando com o aquecimento do tecido inflamado. Por outro lado pode-se citar que o metabolismo celular gera um gradiente de temperatura que mantém os níveis corporais estáveis, e que durante o processo inflamatório esse metabolismo celular é bastante aumentado gerando um gradiente de temperatura ainda mais elevado no local do processo, sendo este o principal mecanismo que gera o calor da inflamação.
Rubor: O rubor da inflamação (ou vermelhidão) é provocado pela maior concentração sanguínea no local inflamado, que também decorre da hiperemia, o aumento da concentração de sangue e provocado pela vaso dilatação e abertura de todos os capilares locais.
Tumor: O tumor (ou edema) é formado por um processo complexo que é o aumento da permeabilidade vascular durante a inflamação. O endotélio (camada de células que reveste o interior dos vasos) durante a inflamação sofre varias modificações que resultam no aumento da sua permeabilidade fazendo com que saia liquido de dentro da corrente sanguínea para dentro do tecido carregando vários componentes sanguíneos como leucócitos (uma das finalidades da formação do edema) e proteínas plasmáticas. Durante a inflamação também é comum à alternação de algumas pressões como a pressão hidrostática que é aumentada pela presença de maior concentração sanguínea dentro do vaso fazendo com que a elevação dessa pressão promova a saída do liquido sanguíneo para o tecido, ou as pressões oncóticas, que diminuem (pressão oncótica vascular, diminui pelo empobrecimento da concentração de proteínas plasmáticas causada pela saída delas do plasma para os tecidos) e aumentam (pressão oncótica tecidual, que aumenta pela maior concentração de proteínas nos tecidos, o mesmo motivo que a oncótica vascular diminui). A soma do aumento da permeabilidade com a alternação das pressões resulta na formação do edema um dos quatro sinais cardinais da inflamação.
Dor: por sua vez, é originada de mecanismos mais complexos que incluem compressão das fibras nervosas locais devido ao acúmulo de líquidos e de células, agressão direta às fibras nervosas e ações farmacológicas sobre as terminações nervosas; portanto engloba pelo menos 3 fases da inflamação (irritativa, vascular e exsudativa). A bradicinina é um mediador da dor liberado pela cascata das cininas, também age como vaso ativo causando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular.
Perda de função: é decorrente do edema (principalmente em articulações, impedindo a movimentação) e da dor, que dificultam as atividades locais. (CÂMARA, 2013).
2.2 - HISTÓRICO DA INFLAMAÇÃO
Embora as características clinicas da inflamação tenham sido descritas em papiros egípcios datados em torno de 3.000 a.C., Celsius, um escritor egípcio do primeiro século d.C., primeiro listou os quatro sinais cardeais da inflamação: Rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), calor (aquecimento), e dolor (dor). Esses sinais são tipicamente mais proeminentes nainflamação aguda do que na inflamação crônica. Um quinto sinal clinico, a perda da função, foi adicionado por Rudolf Virchow no século XIX.
 Em 1973, o cirurgião escocês John Hunter notou o que agora é considerado um fato obvio: que a inflamação não é uma doença, mais uma resposta inespecífica que tem um efeito salutar no hospedeiro. Nos anos de 1880, o biólogo russo Elie Metchnikoff descobriu o processo de fagocitose, ele deduziu que o processo de inflamação era levar células fagocitárias a áreas danificadas para capturar as bactérias invasoras. (ROBBINS & COTRAN, 2011).
Também devemos adicionar Thomas Lewis, que, baseado em experiências simples no estudo da resposta inflamatória da pele, estabeleceu conceitos de substancias químicas, como a histamina. (ROBBINS & COTRAN, 2011).
Com a descoberta do primeiro mediador da inflamação - a histamina, os estudos se progrediram e aceleraram bastante. Daí em diante, os procedimentos experimentais se multiplicaram possibilitando a melhor compreensão do processo e a investigação de drogas anti-inflamatórias muito úteis no tratamento de inflamações. (ROBBINS & COTRAN, 2011).
2.3 - FENÔMENOS DA INFLAMAÇÃO
Pode-se considerar a reação inflamatória, como tendo diferentes momentos ou fenômenos: irritativos, vasculares, exsudativos, alterativos, resolutivos e reparativos. (BOGLIOLO, p.189).
Apesar desses fenômenos estarem divididos em cinco fases todos eles acontecem como um processo único e conjunto, o que faz da inflamação um processo dinâmico. (CÂMARA, 2013).
2.3.1 - Fenômenos Irritativos
Pra se desencadear um processo inflamatório, tem que ter de inicio um estimulo lesivo conhecido com os fenômenos irritativos, pode ser uma bactéria, um corpo estranho, um pedaço de caco de vidro, entre outros, a partir daí, a irritação vai induzir os tecidos agredidos a liberar moléculas que indicam a presença de agressão, as moléculas sinalizadoras de agressão atuam em receptores celulares e induzem à liberação de mediadores que desencadeiam os demais fenômenos inflamatórios, essa etapa da inflamação é crucial para se definir o curso do processo: as moléculas sinalizadoras de agressão determinam a síntese dos diferentes mediadores, pró e antiinflamatórios, dependendo deles o inicio do processo e a sua intensidade e evolução, ou seja, é um fenômeno em que ocorre a produção e liberação de substâncias químicas diante da ação do anti-inflamatório. (BOGLIOLO, p.193).
Se a agressão induz inicialmente maior quantidade de mediadores antiinflamatórios, a inflamação pode ser suprimida na sua fase inicial, nesse caso o organismo pode ficar mais suscetível aos efeitos da agressão. Muitos parasitas conseguem se instalar no organismo porque no momento da invasão, induzem mediadores antiinflamatórios que minimizam a resposta inflamatória local, possibilitando ao microorganismo se instalar e acionar a sua defesa contra os mecanismos defensivos impostos pelo organismo. Mesmo que a resposta inflamatória se instale em seguida, o parasita desenvolve mecanismos que permitem a sua sobrevivência. (BOGLIOLO, p.194).
Os mediadores devem ser liberados nos momentos certos para que os fenômenos subsequentes atinjam o objetivo de defesa (eliminação ou contenção da agressão) e de reparo (regeneração ou cicatrização). Nesse sentido, há uma cronologia adequada para que os mecanismos pró-inflamatórios antecedam os antiinflamatórios, possibilitando que a inflamação aconteça e seja resolvida ou terminada. Um desequilíbrio nessa sequência pode impedir o desenvolvimento da reação inflamatória ou torná-la exacerbada, persistente e danosa. (BOGLIOLO, p.194). 
Tais mediadores inespecíficos, componentes da resposta imunitária inata, são complementados por mediadores produzidos pela resposta imunitária adaptativa. Essa resposta adaptativa, produzida por anticorpos, modula a resposta inflamatória tornando-a mais eficaz na eliminação do agressor. Por essa razão, as duas respostas, inata e adaptativa, estão sempre associadas na resposta inflamatória. (BOGLIOLO, p.194)
 Alguns mediadores são mais universais e liberados logo no inicio de inflamações produzidas por agentes diversos; estes são mediadores pré-formados nos tecidos, ou seja, mediadores químicos de ação rápida ou cuja síntese é induzida pelas moléculas sinalizadoras de agressão, e tem os mediadores químicos de ação prolongada, que são liberados durante todo o processo inflamatório, até que o agente seja eliminado totalmente do tecido. Os mediadores possuem uma grande e importante função na inflamação, como por exemplo, a histamina, é considerada como o principal mediador da fase imediata. A histamina liberada produz vasodilatação arteriolar e aumenta a permeabilidade vascular, temos também as taquicininas, das quais a mais conhecida é a substância P, que possui mesma função da histamina e efeito quimiotático sobre PMN e macrófagos. (BOGLIOLO, p.135).
2.3.2 - Fenômenos Vasculares
É representado por modificações hemodinâmicas e reológicas da microcirculação comandadas pelos mediadores químicos liberados durante os fenômenos irritativos e, menos frequente, por ação direta do flagógeno. (BOGLIOLO, 2009).
Ao caracterizar o fenômeno vascular, destacamos a vasodilatação arteriolar, produzida na maioria das vezes por ação da histamina e do reflexo axônio e mantida pela prostaglandina e leucotrienos e pelo fator de ativação plaquetária. Em consequência disso ocorre um aumento no fluxo de sangue para a área lesionada, gerando a hiperemia ativa que é a vermelhidão inicial e o fluxo sanguíneo rápido sendo seguida por uma hiperemia passiva que é por uma vasodilatação mantida, gerando a abertura dos capilares. A hiperemia passiva vai se caracterizar pelo aumento vascular e pelo fluxo sanguíneo lento. (LUIGI, 2009).
Além disso, outra características do fenômeno vascular é que irá iniciar o processo de exsudação. Devido à hiperemia caracterizada pela vasodilatação arteriolar, ou seja, sangue passará com maior pressão o que fará que as vênulas menores se dilatem, em um processo de compensação, compensação, com tudo as vênulas maiores sofrem uma pequena constrição, aumentando a pressão hidrostática da microcirculação. De modo geral, os mediadores dessas alterações hemodinâmicas aumentam a permeabilidade vascular, iniciando a exsudação de plasma para o interstício. Com isso, a hemoconcentração local e as hemácias e a tendem a se empilhar e a formar aglomerados, tornando o sangue mais viscoso e a circulação mais lenta. (BOGLIOLO, 2009).
Como resultado deste processo temos a hipóxia (diminuição de oxigênio no sangue) e o aumento de excreção de catabólicos que faz com que o processo de vasodilatação e abertura de capilares se intensifique, aumentando então a hiperemia. Esses acontecimentos favorecem o aparecimento de trombos na microcirculação e podendo agravar a inflamação. (BOGLIOLO, 2009).
2.3.3 - Fenômenos Exudativos
O fenômeno exsudativo é caracterizado pela saída dos elementos do sangue (plasma e células) do leito vascular para o interstício. Para Bogliolo (2009, p 195) a exsudação de leucócitos é o elemento morfológico mais característico das inflamações.
Exsudação plasmática
A exsudação plasmática inicia-se nas primeiras fases da hiperemia e persiste durante o processo inflamatório. Sua principal característica é o edema. 
A exsudação plasmática consiste na saída de plasma do leito vascular para o interstício e este processo vai depender do aumento da permeabilidade vascular, principalmente nas vênulas, que então resultaram na formação de poros Inter endoteliais devido a contração do citoesqueleto dessas células que são induzidas por histamina, substância P, prostaglandinas e leucotrienos. Existem exsudações imediatas, onde seu principal mediador químico é a histamina, essa é transitória que normalmente é seguida por uma exsudação de fase tardia ou mediata que persiste por um maior período. Contudo, há algumas inflamações que essa fase imediata é mantida por mais tempo, ou inexistente, havendo apenas a fase tardia. (BOGLIOLO;LUIGI,2009, p. 196).
Para Bogliolo (2009, p. 196) as proteínas plasmáticas exsudadas aumentam a pressão intersticial, favorecendo a retenção de água fora dos vasos. Essa então se torna o inicio da principal característica da fase exsudativa que é a presença de edema, pelo fato da circulação linfática encontrar-se sobrecarregada e seus vasos comprimidos pelo exsudato perdendo então a eficiência da drenagem ocasionando o aparecimento de edemas inflamatórios.
Exsudação celular
Na exsudação celular seu primeiro evento é a marginação leucocitária, que consiste na passagem dos leucócitos do centro para a periferia do sangue. Após isso ocorre o fenômeno de captura e rolamento que é o deslocamento sobre a superfície endotelial, que é seguido pelo fenômeno de adesão e espraiamento, onde ocorre a aderência e espraiamento das células no endotélio, e por fim migram através das paredes das vênulas passando pelas células endoteliais que é o fenômeno de migração ou diapedese. Para todos esses fenômenos existem varias células envolvidas que ativam e intensificam esse processo. Por exemplo: o endotélio quando ativado libera a PAF (fator de ativação plaquetário) que captura quimiocinas que vão ativar os leucócitos a rolarem sobre o endotélio no fenômeno de captura e rolamento. Um dos efeitos desse é a reorientação do citoesqueleto que emitirá pseudópodes a fase que reconhece a quimiocina que o estimulou iniciando o fenômeno de diapedese.
Os pseudópodes penetram entre as células endoteliais, separem-nas pela liberação de moléculas queladoras de cálcio e, pela força mecânica, rompem as ligações homotípicas entre as moléculas de adesão do tipo CD31 [...] e quando terminam de atravessar a barreira endotelial, as CD31 vão se unindo atrás como um ‘zíper’ que se fecha logo após a passagem dos leucócitos. (BOGLIOLO; LUIGI, 2009, p.198).
Terminada então a travessia, os leucócitos se interpõem entre a membrana basal e a célula endotelial. Os leucócitos que atravessaram a membrana basal chegando ao interstício começam a deslocarem-se com facilidade, pela ajuda de integrinas, a aderir a moléculas de fibronectina.
As células que migram em maior número são as PMN (polimorfonucleares), devido serem numerosas no sangue. E por consequência disto são as células predominantes do exsudato nas primeiras 24 horas após o início do processo. Apenas após 18 a 24 horas que os monócitos começam a sair, mas a partir daí se acumulam e passam a serem células predominantes depois de 48 horas. Células que tem sua meia vida aumentada devido à ação de citocinas. (BOGLIOLO; LUIGI, 2009 p.199).
O principal fator que altera o padrão das células do exsudato (a mudança nos tipos de células) são as quimiocinas e as moléculas de adesão. Quando há defeito nas moléculas de adesão, existe uma redução da exsudação de PMN e macrófagos aumentando então a suscetibilidade do organismo a infecções.
Agentes Quimiotáticos - Quimiotaxia
Para Robbins (1996.p. 345) Quimiotaxia: locomoção orientada das células em direção a um gradiente de concentração de uma molécula quimiotática, ou no caso, em direção ao local de inflamação ou resposta imune. Tanto substâncias exógenas (como produtos bacterianos) quanto substâncias endógenas podem atuar como quimioatratores. Os mastócitos e basófilos produzem e liberam compostos capazes de interagir com outros leucócitos, aumentando assim sua migração em direção ao local de liberação desses compostos, sendo, portanto, chamados mediadores quimiotáticos. Além de estimular a locomoção, muitos fatores quimiotáticos (principalmente quando presentes em altas concentrações), induzem outras respostas nos leucócitos, denominadas de ativação leucocitária. 
“Á medida que os leucócitos avançam, o gradiente de concentração do quimiotático aumenta” (BOGLIOLO; LUIGI, 2009, p. 199). Os leucócitos quando encontram o local de liberação dos agentes quimiotáticos, são estimulados de maneira homogenia, ou seja, igual em toda extensão do leucócito, a partir daí a células emite pseudópodes, iniciando a diapedese. 
Células do exsudato inflamatório
Segundo Bogliolo (2009, p.200) podem ser encontrados todos os tipos de leucócitos na inflamação já que eles podem expor as células de adesão ao endotélio e apresentar receptores para quimiotáticos.
Em destaque temos os fagócitos que são especializados em fagocitose, digestão intracelular e capacidade de matar microrganismos e células, e são divididos em dois grupos: os famosos PMN (polimorfonucleares) e os mononucleares. Nos PMN há um destaque maior para os neutrófilos e eosinófilos, já nos mononucleares ou macrófagos são originados de monócitos recebem denominações diferentes de acordo com o sua localização. 
Macrófagos:
As características, propriedade e estado funcional dos macrófagos variam de acordo com a localização. Por exemplo: quando então na circulação sanguínea são estimulados por quimiotáticos e chamados de monócitos, quando sai da circulação passam a ser denominados de macrófagos e apresentam algumas diferenças funcionais e fenotípicas que são induzidas por mediadores; tornam-se maiores, com mais grânulos, tem maior capacidade de adesão e de fagocitar e são chamadas de macrófagos solicitados ou exsudados. (BOGLIOLO;LUIGI 2009, p. 201).
Células dendríticas: São células que exsudam nas fases iniciais da inflamação. São células parecidas com monócitos fenotipicamente, e sua identificação no exsudato é difícil. Quanto a sua capacidade fagocitária assemelha-se aos macrófagos.
Neutrófilos:
Para Bogliolo (2009, p. 203) são da família dos polimorfonucleares. Muito importante na fagocitose e eliminação de microrganismos sobre tudo em bactérias. Adrenalina e exercícios físicos aumentam assim como os corticoides aumentam o numero de PMN na circulação, pois os mesmos removem-se da parede vascular.
Eosinófilos:
Apresentam vários receptores de superfície entre eles: moléculas de adesão, receptores para agentes quimiotáticos e receptores para Fc de IgM. Eles são formados por estímulo de fatores de crescimento produzidos por linfócitos T e estimulados por antígenos. Sua capacidade fagocitária é pequena, endocitam bactérias, fungos, partículas inertes e inumocomplexos. São então menos eficiente do que os PMN na ingestão e no poder de matar microrganismos englobados. Os eosinófilos modulam reações anafiláticas por meio de três mecanismos: a inativação de histamina por histaminase; inativação de leucotrienos C, D e E por peroxidase e inativação de heparina por MBP. (BOGLIOLO;LUIGI, 2009, p.204).
Fagocitose: É caracterizada pela ingestão de partículas maiores, pelos pseudópodes e pela presença de fagossomo ou vacúolo fagocitário. A fagocitose pode ser dividida didaticamente em cinco partes: Aproximação, Aderência ou reconhecimento, Englobamento ou ingestão, Desgranulação, Morte e Digestão da partícula englobada, esta ultima caracterizada pela explosão respiratória. (BOGLIOLO;LUIGI, 2009, p.205).
Aproximação: Depende dos estímulos de quimiotáticos. Acontece uma aproximação do ponto de invasão para o reconhecimento e fagocitose do microrganismo.
Aderência: É o processo que desencadeia a ingestão. É quando o fagócito reconhece que o agente invasivo deve ser ingerido. Há vários mecanismos de aderência, entre eles; carga eletrostática da superfície da partícula; a hidrofobicidade da partícula e os receptores das mesmas.
Englobamento: É quando os pseudópodes envolvem a partícula e forma o fagossomo, essa ingestão dura em média 20 segundos e dependem de proteínas contráteis actina e miosina. Para acontecer à ingestão os lisossomos despejam seu conteúdo, pelo fato do fagossomo ainda não está completamente fechado, há um extravasamento deste conteúdo para o meio extracelular, explicando então as lesões teciduais que ocorrem no local de ação da fagocitose.
Desgranulação: Quando os lisossomos do fagócito se fundem eliminando suas enzimas no fagossomo que agora é chamado de lisossomo secundário ou fagolisossomo. Essa fusão entre o lisossomo e o fagossomo pode ser inibida por substâncias dos microrganismos patógenos,que escapa então da ação microbicida do lisossomo secundário. 
Morte e digestão da partícula englobada
Para Bogliolo (2009, p 206). É comum a todos os fagócitos o relacionamento com geração de radicais derivados de oxigênio durante a explosão respiratória; proteínas microbicidas nos grânulos e óxido nítrico .A explosão respiratória é o conjunto de alterações metabólicas que iniciam com o estímulo para o englobamento que se caracteriza pelo consumo de O₂, por isso denomina-se explosão respiratória. A respiração respiratória produz efeito microbicida que depende de peróxido, H₂O₂ e água oxigenada. Nos PMN e macrófagos existe uma hemoproteína chamada de MPO que catalisa a oxidação de um halogênio na presença de H₂O₂ originando um hipo-halito que desnatura proteínas bacterianas. Um evento que merece destaque na fagocitose é a mudança de pH no fagolisossomo que no inicio da explosão respiratória, a geração de H₂O₂ o pH fica ligeiramente alcalino, enquanto no citoplasma aumenta a quantidade de H⁺, para ocorrer sua acidificação entram em atividade bombas de prótons. Os macrófagos podem ainda levar a geração de NO (óxido nítrico).
Células Citotóxicas Naturais
Para Bogliolo (2009, p. 208) são linfócitos diferentes dos B e T por apresentarem efeito citotóxico natural, essas exercem atividade citotóxica contra células cancerosas, infectadas por vírus ou parasitas intracelulares. Em sua membrana apresenta receptores que reconhecem os carboidratos da célula-alvo, quando a célula-alvo e o receptor se ligam se não houver a inibição a via KIR (receptor inibidor de NK), ocorre liberação de grânulos e morte da célula. Quando a via KIR é ativada inibi as células NK, isso é importante para que as NK não tenham efeito sobre as células normais.
Linfócitos:
Linfócitos T com atividade reguladora também migram para o foco inflamatório, onde exercem papel importante na resolução do processo. Linfócitos B também exsudam nas inflamações, nas quais podem proliferar e se diferenciar em plasmócitos, responsáveis pela produção local de imunoglobulinas. (BOGLIOLO; LUIGI, 2009, p. 208).
2.3.4 - Fenômenos Alterativos
Os fenômenos alterativos da inflamação (degeneração e necrose) são produzidos por ação direta ou indireta do agente inflamatório e podem aparecer no inicio ou no decurso da inflamação. Outras vezes, degeneração e/ou necrose aparecem no transcorrer do processo inflamatório, em decorrência de trombose na microcirculação, da atividade de produtos das células do exsudato ou de fenômenos imunitários. (BOGLIOLO, 2009).
2.3.5 - Fenômenos Resolutivos 
Até a poucos anos, admitia-se que o decréscimo da resposta inflamatória significava que, desaparecendo a irritação, diminuiria também a produção de mediadores, e, em consequência os fenômenos vasculares e exsudativos se reduziriam. No entanto, não é somente a redução dos mediadores que leva ao término da inflamação.
Durante o desenvolvimento da resposta inflamatória, surgem mecanismos anti-inflamatórios locais complexos que neutralizam o efeito dos fatores pró-inflamatórios.
A existência de mecanismos anti-inflamatórios acionados durante a inflamação é conhecida há muito tempo. Observações experimentais mostram que, em um animal no qual se produz inflamação estéril em uma pata, ocorre, nas 24horas subsequentes, inibição da inflamação se o talco é injetado na pata contralateral. Foi a partir de experimentos desse tipo que, analisando-se sangue de veias de drenagem das áreas inflamadas, se demonstrou no plasma a existência de substancias anti-inflamatórias.
Os fenômenos da resolução começam nas fases iniciais do processo inflamatório e deles depende sua progressão, com cura em tempo variável ou cronificação.
As inflamações podem ter curso agudo ou crônico. 
As inflamações agudas se instalam e terminam em alguns dias ou, no máximo, em até 12 semanas, seu tempo de cura está relacionado com a eficácia dos processos de eliminação da causa e dos mecanismos de resolução.
Já as inflamações crônicas, caracterizam-se por duração acima de seis meses. Tornam-se crônicas porque os mecanismos de eliminação fracassaram, ou porque se acompanharam de instalação de auto-agressão imunitária, nelas, os mecanismos de resolução são ineficientes. Uma inflamação crônica, principalmente de natureza infecciosa, não se cura por que:
Os mecanismos pró-inflamatórios estão parcialmente inibidos pelos mecanismos anti-inflamatórios, diminuindo a eficácia na eliminação do agente, que persiste irritando e mantendo a inflamação.
Os mecanismos anti-inflamatórios estão ineficientes, permitindo ação exagerada dos mediadores pró-inflamatórios, o que favorece a eliminação do agressor, mas também aumenta a probabilidade de autoagressão imunitária.
Falhas nos mecanismos anti-inflamatórios naturais podem ser componente importante na origem de doenças por autoagressão imunitária. 
Os mecanismos de resolução das inflamações podem ser locais ou sistêmicos. 
Os mecanismos locais de resolução das inflamações são múltiplos e complexos, em seu conjunto, envolvem:
Modificações em receptores nas células do exsudato e dos tecidos;
O início e a progressão de uma inflamação se devem não só ao predomínio dos mediadores pró-inflamatórios como também à existência de maior número de seus receptores nos leucócitos exsudados. No entanto, alguns mediadores pró-inflamatórios induzem, nos leucócitos e nas células dos tecidos agredidos, mudança na expressão de seus receptores. Nos leucócitos, há aumento de receptores que geram sinais intracelulares para reduzir a síntese e a liberação de mediadores pró-inflamatórios e para inibir a adesão e a quimiotaxia. 
Geração local de mediadores com efeito anti-inflamatório; 
Os ácidos graxos têm papel importante na inflamação, na geração de mediadores tanto pró como anti-inflamatórios. Ácidos graxos ômega 6 são mais consumidos nas fases iniciais da inflamação, sofrem ação da COX e geram prostaglandinas e leucotrienos, potentes pró-inflamatórios; já os ácidos graxos ômega 3, geradores de resolvinas, lipoxinas e proteínas, são empregados nas fases tardias, quando a inflamação está se resolvendo.
Mudança no comportamento de células do exsudato, que tendem a apoptose ou, quando sobreviventes, passam a exercer função anti-inflamatória;
Como já foi comentado, as células do exsudato dependendo de sua permeabilidade, morrem por apoptose, ou quando sobrevivem, elas passam a ter a função anti-inflamatória. 
Remoção das células exsudadas, função reguladora;
Células do exsudato liberam mais proteínas do que as outras, fazendo com que a inflamação fique pior, porem, para que elas passem a ter função reguladores, precisam estar iguais (em um mesmo plano), sendo comparadas a um feedback negativo. 
Os mecanismos sistêmicos envolvem:
A resposta sistêmica a uma agressão tem um componente aferente, nervoso e humoral, e um componente eferente, também nervoso e humoral. Estímulos de terminações nervosas aferentes por certos mediadores originam estímulos aferentes para o sistema nervoso central, onde dão sensação de dor e geram estímulos eferentes antálgicos, representados especialmente por endorfinas, que também possuem efeito anti-inflamatório, inibindo a ação de fagócitos e linfócitos. 
2.3.6 – Fenômenos Reparativos
São as quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento liberados pelos tecidos inflamados, em especial pelas células do exsudato, que orquestram os fenômenos de reparação, em paralelo com os fenômenos resolutivos, de modo que a resolução e a reparação se processem de modo simultâneo e coordenado (Bogliolo, 2009).
A regeneração promove a restituição da integridade anatômica e funcional do tecido. Todo o procedimento regenerativo se realiza em tecidos onde existem células lábeis ou estáveis, isto é, células que detêm a capacidade de se regenerar através de toda a vida extra-uterina (por exemplo, células epiteliais, do tecido hematopoiético etc.); por intermédio da multiplicação e organização dessas células origina-se um tecido idêntico ao original. Além dessa condição, arestituição completa só ocorre se existir um suporte, um tecido de sustentação (como parênquima, derma da pele etc.) subjacente ao local comprometido. Esse tecido é o responsável pela manutenção da irrigação e nutrição do local, fatores essenciais para o desenvolvimento da regeneração dentro dos padrões normais.
É normal no organismo a reposição de células, tipo de regeneração classificado como fisiológica, ou seja, a proliferação celular é contínua para manter a estrutura e o funcionamento dos órgãos. Um exemplo é a mucosa bucal (e as demais mucosas), em que o epitélio prolifera continuadamente para a renovação das camadas epiteliais. Há ainda a regeneração compensadora, observada nos órgãos pares (por exemplo, pulmão, rins etc.); quando um dos órgãos é destruído, o outro assume processos regenerativos mais intensos para compensar a destruição do seu par. Por fim, diz-se que há regeneração patológica quando houver destruição tecidual e perda da homeostase e da morfostase (Guidugli-Neto, 1997).
As fases da regeneração incluem um momento em que há demolição das células lesadas e inflamação, seguido por intensa proliferação (respectivamente, fases de demolição e progressão). Inúmeras hipóteses vêm sendo formuladas para explicar o processo regenerativo, envolvendo, dentre outros, elementos humorais, circulatórios etc. Atualmente sabe-se que algumas proteínas da matriz extracelular estimulam a proliferação celular, bem como existem alguns genes responsáveis pela mitose celular.
Um conceito importante a ser considerado nos processos de regeneração é a diferenciação celular, transformações que a célula desenvolve durante seu ciclo de vida pelas quais vai adquirindo especializações; assim, uma célula embrionária, para atingir o "status" de célula epitelial, passa por estágios de transformação (principalmente de suas organelas e de seu metabolismo) até assumir um comportamento de célula epitelial. Nos processos regenerativos, em geral, quanto mais diferenciada for uma célula (isto é, mais especializada), menor é seu grau de multiplicação e regeneração. Contudo, esse princípio não pode ser generalizado para todos os tipos celulares, pois a localização e a capacidade da célula de sofrer agressões influenciam em seu comportamento regenerativo. Por exemplo, as células da mucosa bucal (células lábeis) são mais facilmente regeneradas do que as de pele (também lábeis); já as células da medula óssea (novamente lábeis) têm regeneração completa.
As células estáveis (com menor poder mitótico em relação às lábeis e bem diferenciadas) possuem capacidade de regeneração bem variável de órgão para órgão. O fígado, por exemplo, regenera-se completamente, inclusive sua estrutura estromática, ou seja, vasos sanguíneos, sistema de ductos, arcabouço conjuntivo etc. Já no rim, o glomérulo não se refaz após destruição completa, mas o epitélio tubular pode se regenerar completamente. A cartilagem, por outro lado, não se refaz, assim como os ácinos das glândulas salivares. O tecido ósseo tem regeneração mais complexa, mas também pode adquirir sua estrutura original.
 Para as células permanentes (ou perenes) (com baixíssimo poder mitótico e alta especialização), a regeneração praticamente inexiste. As células nervosas, por exemplo, não se proliferam, portanto, não se regeneram. O tecido nervoso periférico, quando agredido (por exemplo, rompimento da fibra), pode se restituir não por proliferação da célula, mas pelo prolongamento do axônio mais próximo, juntamente com a ação de células satélites ao feixe vascular (as células de Schwann). Portanto, é um processo reparativo, mas não uma regeneração. Processo semelhante é visto nas células musculares, cuja reparação advém principalmente do sarcoplasma (Guidugli-Neto, 1997).
Formas de cura das inflamações
A reparação pode acontecer sob dois tipos, dependendo do estado de destruição do tecido e dos graus de transformação sofridos por este durante a flogose. São eles:
1. Regeneração: reposição de tecido idêntico ao perdido.
 2. Cicatrização: substituição do tecido perdido por tecido conjuntivo fibroso.
A contração (ou morfalaxia) dos tecidos, um fenômeno muito comum em animais inferiores, também constitui uma forma de reparação. As células se adaptam mecanicamente à nova situação do tecido após a agressão. No homem, a contração é vista somente em nível microscópico (Guidugli-Neto, 1997).
Qualquer que seja a forma de cura das inflamações é importante que se tenha conhecimento de como se processa cada tipo de reparação, com o intuito de estimular e/ou corrigir esses processos.
Tipos:
Cura com Restituição da Integridade Anatômica e Funcional – ocorre quando a destruição é discreta, a absorção do exsudato e do tecido necrosado é completa e a regeneração não ultrapassa os limites esperados. 
Cura por Cicatrização – é uma forma comum de cura de muitas inflamações, especialmente aquelas em que os fenômenos alternativos são mais intensos.
Cura por Calcificação – a calcificação inicia-se na parte periférica do exsudato ou do tecido necrótico e progride lentamente, um nodo calcificado pode ossificar-se total ou parcialmente (metaplasia óssea). 
2.4 - MEDICAMENTOS ANTI-INFLAMATÓRIOS 
Como grande número de doenças humanas e animais são de natureza inflamatória, os médicos empregam drogas anti-inflamatórias: os esteroides (corticosteroides) e os não esteroides
Não Esteroides (AINE): São indicados para inflamações moderadas e severas. Têm propriedades analgésicas, antitérmica, anti-inflamatória e antitrombótica. São medicamentos para tratamentos sintomáticos, não interferindo com a história natural das doenças inflamatórias. Só estão indicados em processos inflamatórios clinicamente relevantes (artrite reumatoide, artrite juvenil, espondilite anquilosante e outras), em que dor, edema e disfunção decorrentes trazem desconforto ao paciente. Como para os demais anti-inflamatórios não esteroides, o uso durante a gravidez não é recomendado, pois, até o final da gravidez o uso do mesmo está associado a uma incidência maior de distócia e atonia uterina. 
Ex: Nimesulida é um fármaco anti-inflamatório não esteroide (AINE), é indicado como anti-inflamatório, analgésico ou antipirético.
Esteroides (corticosteroides): São hormônios produzidos pela suprarrenal. Atuam diretamente inibindo a fosfolipase A2, enzima que quando ativada por um estímulo lesivo libera o Ácido Aracdônico da membrana celular para o citoplasma, quebrando toda a cascata de inflamação, o que explica o seu uso muitas vezes em processos alérgicos. Tem ação anti-inflamatória e imunossupressores
Ex: Betametasona é uma associação de ésteres do mesmo, que produz efeitos anti-inflamatórios, antialérgicos e anti-reumáticos. Está indicado para o tratamento de doenças agudas e crônicas suscetíveis aos corticoides,
O conhecimento dos processos de resolução das inflamações abriu novas perspectivas para o tratamento das doenças inflamatórias. Os pesquisadores buscam desenvolver medicamentos que, em vez de inibirem os mecanismos indutores da inflamação, agem como promotores de mecanismos anti-inflamatórios naturais; em lugar de medicamentos anti-inflamatórios, serão medicamentos pró-resolução das inflamações. 
2.5 - NOMENCLATURA, CLASSIFICAÇÃO, FORMAS E TIPOS DE INFLAMAÇÕES.
Em geral, as inflamações recebem o nome do tecido ou órgão acometido acrescido do sufixo ite: gastrite, apendicite, meningite, muitas vezes, são adjetivadas de acordo com alguma particularidade morfológica: apendicite purulenta (formação de pus), pleurite fibrinosa (exsudação de muita fibrina), etc. 
Uma classificação puramente etiológica é impossível porque agentes diversos causam inflamações com características anatomoclínicas semelhantes. Por outro lado, um mesmo agente pode provocar inflamações de tipo diverso, conforme estado de reatividade do organismo. 
Inflamações podem ter curso agudo ou crônico. São consideradas agudas as inflamações que duram até seis meses e crônicas as que persistem por mais de seis meses.
2.5.1 - INFLAMAÇÕES AGUDAS
Para Bogliolo(2009, p. 217) nas inflamações agudas os sinais inflamatórios estão comumente presentes: eritema, edema e dor. Nelas, especialmente nas de curta duração, em geral predominam neutrófilos e macrófagos nos exsudato. As modificações dos leucócitos exsudatos são mais discretas. Há inflamações agudas em que predomina a exsudação plasmática, genericamente denominadas inflamações exsudativas; ocorrem, sobretudo em serosas, onde podem se caracterizar por exsudato fluido, com aspecto de soro (inflamação serosa), ou rico em fibrina que se deposita na superfície da serosa (inflamação fibrinosa), ou ainda com exsudato liquido e deposito de fibrina (inflamação serofibrinosa). Se ocorrer hemorragia, a inflamação é denominada sero-hemorragica ou serofibrino-hemorragica.
Nas mucosas, as inflamações agudas assumem aspectos morfológicos, que recebem denominações especiais. São denominadas inflamações catarrais quando há exsudação liquida e de leucócitos na superfície das mucosas, com descamação do epitélio e secreção de muco, que, juntos, formam o catarro (daí a denominação catarral). Faringites e laringites, tão comuns nas gripes e resfriados. As formas crônicas de inflamações catarrais podem se acompanhar de hipotrofia da mucosa, e são denominadas inflamações hipotróficas. (BOGLIOLO; LUIGI, 2009. p. 217).
Outro tipo de inflamação aguda em mucosas é a pseudomembranosa, geralmente de origem bacteriana, na qual o agente produz toxinas que determinam necrose do epitélio, iniciando os fenômenos de exsudação de células e fibrina. A fibrina forma uma camada espessa sobre a mucosa, tomando o aspecto de uma membrana (pseudomembrana), geralmente esbranquiçada, que, se arrancada, deixa a superfície cruenta. É a inflamação que ocorre na laringe dos pacientes com difteria. (BOGLIOLO; LUIGI, 2009. p. 217).
Tipos de inflamações: 
Inflamações necrosantes: acompanham-se de necrose extensa da área inflamada. Um exemplo é a enterocolite necrosante dos recém-nascidos, caracterizada por necrose e inflamação da mucosa intestinal.
Inflamações purulentas (supurativas): agudas ou crônicas, que podem ocorrer em qualquer órgão, tem como característica principal a formação de pus. São provocadas por bactérias (mais freqüentemente estafilococos e estreptococos, denominados bactérias piogênicas) que induzem grandes exsudações de fagócitos e fibrina,os quais se acumulam no local. 
Pústula é uma inflamação aguda purulenta, circunscrita, da pele ou mucosa, em que o pus formado se acumula entre o epitélio e o conjunto subjacente, formando uma pequena elevação, geralmente de cor amarelada. 
Abscesso é uma inflamação purulenta circunscrita, caracterizada por coleção de pus em uma cavidade neoformada, escavada nos tecidos pela própria inflamação e circundada por uma membrana ou cápsula de tecido inflamado (membrana piogênica), da qual o pus é gerado. O abscesso é formado de: cavidade central ocupada pelo pus, camada interna, constituída por tecido infiltrado por leucócitos e em processo de destruição. É a membrana piogênica, que deve ser eliminada para que possa ocorrer a cura do abscesso, camada externa formada pelo tecido em que ocorrem os fenômenos vasculares e exsudativos. É da camada externa que partem os tecidos de granulação que promovem a cura. (BOGLIOLO; LUIGI, 2009. p. 218).
Abscesso frio não se refere a uma inflamação purulenta verdadeira. A expressão é utilizada para indicar o acumulo de material necrótico, liquefeito e fluido que segue por gravidade estruturas anatômicas pré-formadas (fáscias, aponeuroses etc.) e se coleciona em local distante de sua origem; a forma mais comum é o abscesso frio do mediastino posterior, originado da tuberculose dos corpos vertebrais.
Furúnculo é um abscesso da derme e, às vezes, do subcutâneo, geralmente causado por estafilococos que penetram nos folículos pilosos e nas glândulas sebáceas. Nos pequenos furúnculos, a cura se processa com restituição da integridade; nas formas extensas e graves, com cicatrização.
Flegmão é a inflamação purulenta difusa na qual o pus se infiltra no tecido conjutivo, mas sem formar a membrana piogênica. O flegmão pútrido é produzido por associações bacterianas (com germes da putrefação); flegmão enfisematoso, por germes gasogenos. Flegmão duro indica inflamação purulenta difusa, com pouca liquefação, na qual o exsudato se infiltra nos tecidos e os torna duros. Os flegmão recebe também a denominação de antraz. (BOGLIOLO; LUIGI, 2009. p. 218).
2.5.2 - INFLAMAÇÃO CRÔNICA
Inflamações Crônicas é aquela na qual, devido à persistência do agente inflamatório (Ex: Microorganismo), exposição prolongada a agentes tóxicos (Ex: Tabagismo) ou aparecimento de fenômenos autoimunitários, o processo se mantém por maior tempo. Embora não existam critérios rígidos, considera-se crônica a inflamação que dura mais de seis meses. Nela, os sinais típicos de inflamação (eritema e edema) podem não aparentes. Em uma hepatite viral crônica, por exemplo, esse conjunto de achados é bem evidente: regiões de necrose, com exsudato de linfócitos e macrófagos, e áreas de fibrose, de extensão variável. Não existem modelos experimentais simples que reproduzam as inflamações crônicas. (BOGLIOLO, 2009).
Nas inflamações crônicas, modificações das células do exsudato são frequentes. Dependendo da etiologia, linfócitos T ativados adquirem aspectos de linfoblastos, com citoplasmas abundantes, enquanto linfócitos B se diferenciam em plasmócitos. O exsudato pode organizar-se, simulando tecido linfoide, com folículos, centros germinativos e veias de endotélio alto. Macrófagos podem se organizar, adquirir aspectos epitelióide e formar granulomas, o que caracteriza as inflamações granulomatosas. (BOGLIOLO, 2009).
As inflamações granulomatosas caracterizam-se por modificações das células do exsudato, que se organizam e formam agregados circunscritos, denominados granulomas. (BOGLIOLO, 2009).
Granulomas, portanto pode ser entendido de forma simplificada como um conjunto organizado de células inflamatórias. (BOGLIOLO, 2009).
Nos granulomas típicos, induzidos por agentes imunogênicos, os macrófagos se agrupam e formam pregas interdigitantes entre-si, unindo-os de modo semelhante a células epiteliais, inclusive com diferenciação de áreas de adesão mais íntimas, por essa razão são denominados células epitelióides, que não mais fagocitam, embora permaneçam com capacidade para pinocitar e transportar vesículas endocíticas no citoplasma. (BOGLIOLO, 2009).
Granulomas Epitelióides típicos (também denominados granulomas imunogênicos) são produzidos por a gentes inflamatórios imunogênicos, particulados ou insolúveis, como a bactéria da Mycobacterium tuberculosis. (BOGLIOLO, 2009).
Agentes particulares inertes, não imunogênicos induzem granulomas mais frouxos, nos quais as células epitelióides não formam paliças típicas, sendo denominados Granulomas do tipo corpo estranho. (BOGLIOLO, 2009).
Outra característica importante dos granulomas é o aparecimento de células gigantes multinuclear. As células gigantes podem ter núcleos organizados na periferia ou distribuídos irregularmente no citoplasma, essa distribuição diferente dos núcleos está relacionado à reorganização ou não do citoesqueleto, o que parece ocorrer mais frequentemente nos granulomas imunogênicos. Os granulomas podem conter outros tipos celulares de acordo com o agente inflamatório. (BOGLIOLO, 2009).
As inflamações hipertrofiantes ou hiperplásicas são inflamações crônicas que se acompanham de acentuada neoformação conjuntivo-vascular (fenômeno reparativo cicatricial exagerado) ou hiperplasia de componentes do parênquima do órgão. Tais inflamações acometem, sobretudo mucosas, tornando mais espessas e salientes as suas formações anatômicas normais. (BOGLIOLO, 2009).
3 - CONCLUSÃO
Ao término desse trabalho, conseguimos perceber a extrema importância da inflamação e desmentir o mito de que a mesma é algo nocivo ao nosso corpo. Compreendemos como ocorre o processo inflamatório, para a expulsão do agente agressor,atuando na defesa do organismo, entendendo os vários fenômenos, citados no trabalho, responsáveis por essa defesa.
Observamos duas formas de inflamação, as agudas e as crônicas. A principal diferença entre elas é o tempo, embora não existam características morfológicas que definem a duração. Nas agudas, o tempo é de até sei meses; já as crônicas, são acima do tempo de seis meses, elas evoluem para a cronicidade por: persistência do agente agressor; à exposição prolongada ou aparecimento de fenômenos autoimunitários. A inflamação é o mecanismo de defesa do corpo, necessário quando nosso corpo sai do estado de homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo.
4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BOGLIOLO, Luigi. Patologia geral. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 198-225.
TOSTES, Raimundo. Aula sobre Inflamação. Universidade Federal do Paraná. Maio, 2011. Disponível em: ‹ http://pt.slideshare.net/raytostes/aula-de-inflamacao›. Acesso em: 30 abr. 2015.
ROBBINS. Patologia estrutural e funcional. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
ANDRADE, E. D. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. São Paulo: Artes Médicas, 2002.
FARIA, J. L. Patologia geral: fundamentos das doenças, com aplicações clínicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
MONTENEGRO, M. R.; FRANCO, M. Patologia: processos gerais. São Paulo: Atheneu, 2004.
WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. Farmacologia clínica para dentistas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.

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