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PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Mostrar que a Energia Elétrica é a modalidade mais eco- nômica para prover as populações de suas necessidades energéticas para a vida. • Mostrar como o domínio do fenômeno da “Indução Ele- tromagnética” mudou a sociedade. • Discutir a controvérsia e o papel de Tesla no desenvolvi- mento dos aparatos elétricos. • Descrever a evolução da rádio difusão para Internet. • Apresentar as fontes de energia disponíveis e suas van- tagens e desvantagens na conversão em energia elétrica. Energia Elétrica como Energia Intermediária A descoberta de Faraday Ondas Eletromagnéticas Fontes de EnergiaCorrente contínua x corrente alternada Dr. José Roberto Castilho Piqueira Engenharia Elétrica A Energia Elétrica como Modalidade Intermediária A energia elétrica é uma modalidade de energia que permite a distribuição de grandes quantida- des de energia, de maneira eficiente e econômica. Sistemas de comunicação são análogos aos siste- mas sensoriais dos seres vivos. Computadores tive- ram sua arquitetura inspirada no cérebro humano. Você é capaz de imaginar o que aconteceria com a sua cidade se a rede de distribuição de energia elétrica caísse por uma semana? Alimentos pereceriam; ci- rurgias, exames e tratamentos hospitalares parariam, levando hospitais ao colapso; meios de comunicação e computadores esgotariam suas baterias, silenciando a troca de informações; sem contar todos os outros inconvenientes, como escuridão e mau funcionamen- to dos sistemas de abastecimento de água. Nos dias de hoje, é difícil conceber o cotidiano sem energia elétrica. Esse é um panorama que se iniciou nos primórdios do século XX, quando houve a percepção de que o método mais eficiente 125UNIDADE V e econômico de levar energia para a população é convertê-la em elétrica, distribuí-la e, no final, reconvertê-la para as formas adequadas ao uso. Na natureza, esse tipo de processo trouxe a vida para a Terra. A fonte de toda energia aproveitada em nosso planeta é o Sol, que a produz pelo pro- cesso de fusão nuclear. Essa energia é convertida em radiação, transmitida à Terra e transformada nas diversas formas de energia, como a mecânica, a química, a térmica e outras necessárias para a geração e manutenção da vida (CARRON; PI- QUEIRA; GUIMARÃES, 2017). A radiação é uma combinação de campos elétricos e magnéticos que, de maneira eficiente, transmite a energia do Sol à Terra por ondas ele- tromagnéticas (Figura 1). Outro exemplo dessa estratégia encontrado na natureza são os processos sensoriais e fisiológicos, em nosso corpo, que ocorrem por intermediação de campos elétricos e magnéticos. Tomando o nosso tato para efeito de raciocínio, quando pas- samos os dedos sobre uma superfície, as rugosi- dades provocam ações elétricas nas terminações nervosas de nossos dedos. Essas ações elétricas são propagadas ao sistema nervoso central, pro- duzindo as sensações de tato (Figura 2). Figura 1 – A energia liberada pela fusão nuclear no Sol viaja até a Terra por ondas eletromagnéticas Fonte: Carron, Piqueira e Guimarães (2017). Figura 2 – Representação da propagação de impulsos nervosos para o cérebro Fonte: Carron, Piqueira e Guimarães (2017). 126 Engenharia elétrica Ao imitar a natureza e utilizar a energia elétrica como fonte intermediária, a espécie humana ex- perimentou um grande progresso tecnológico, tornando eficiente a transmissão de energia em grandes quantidades. Convertendo em energia elétrica, a energia mecânica (Figura 3), a energia térmica (Figura 4), a energia eólica (Figura 5) ou nuclear (Figura 6) e usando linhas de transmissão para enviá-las aos usuários, obtemos alta eficiência e qualidade no provimento de energia às populações. Adicionalmente, vivemos a era da rapidez do processamento e da transmissão da informação, iniciada pelos criadores da Cibernética: Norbert Wiener, Alan Turing e John von Neumann e con- solidada pela obra seminal de John von Neumann, publicada, pela primeira vez, em 1958, propondo uma arquitetura computacional análoga ao cére- bro humano (VON NEUMANN, 1958). É da engenharia dessas ações que esta unidade trata: conversão e transmissão de energia, com- putação e comunicações. Para os engenheiros, eletricistas ou não, conhecer a organização do setor elétrico brasileiro é bastante útil, permitindo o entendimento das possibilidades de uso da energia elétrica. Para saber mais sobre essa análise, consulte o link: . 127UNIDADE V Figura 3 – Fonte mecânica Figura 4 – Fonte térmica Figura 5 – Fonte eólica Figura 6 – Fonte Nuclear 128 Engenharia elétrica Pieter van Musschenbroek concebeu um disposi- tivo de armazenamento de energia elétrica. Alessandro Volta, ao propor sua pilha elétrica, deu início à ideia de corrente elétrica. Ørsted e Ampère relacionaram a Eletricidade com o Magnetismo. A indução eletromagnética, descoberta por Fa- raday, permitiu a conversão eletromecânica de energia e as comunicações a distância. Embora a Eletricidade fosse conhecida desde Ta- les de Mileto, importante Filósofo e Matemático que viveu entre 623 a.C. e 548 a.C., foi o engenhei- ro Pieter van Musschenbroek (1692-1761) (Figu- ra 7) que construiu, na Universidade de Leyden, o primeiro dispositivo armazenador de energia elétrica, que passou a ser chamado de “garrafa de Leyden” (Figura 8a). O princípio da garrafa de Leyden encontra-se, também, materializado no gerador de Van Der Graaf, como podemos visua- lizar na Figura 8b. A Descoberta de Faraday 129UNIDADE V Figura 8a – Garrafa de Leyden Fonte: COE (2000, on-line)2. Figura 7 – Pieter van Musschenbroek Fonte: Wikmedia Commons ([2018], on-line)1. Figura 8b – gerador de Van Der Graaf Fonte: o autor. 130 Engenharia elétrica Entretanto vamos considerar como marco inicial da Engenharia Elétrica a construção, por Alessan- dro Volta (Figura 9) (1745-1827), no ano de 1800, da chamada pilha de Volta (Figura 10). A partir dessa construção, a eletricidade, até então conhecida como um fenômeno estático, passa a ser vista como um fenômeno dinâmico, devido às correntes elétricas, e sua relação com o magnetismo passa a ser explorada. Foi o físi- co dinamarquês Hans Christian Ørsted (Figura 11) (1777-1851) que, em 1820, anunciou que as correntes elétricas geram campos magnéticos, interagindo com imãs. Figura 9 – O início da Engenharia Elétrica com Alessandro Volta Figura 10 – Pilha de Volta Figura 11 – Hans Christian Ørsted Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)3. Figura 12 – André Marie Ampère Gerador de Van Der Graaf 131UNIDADE V O trabalho Ørsted foi seguido por André Marie Ampère (Figura 12) (1775-1836), que formalizou, matematicamente, os resultados experimentais e demonstrou, também, que fios percorridos por correntes interagiam. Apesar desse conhecimento inicial das relações entre a Eletrici- dade e o Magnetismo parecer rudimentar, permitiu a viabilização do código Morse e do telégrafo elétrico (Figura 13), patenteado por Samuel Morse (Figura 14) (1791-1872) em 1837. Para o mundo tecnológico atual, o ano de 1831 é marcante. Nesse ano, Michael Faraday (1791-1867) apresentou um artigo científico denominado “Experimental Researches in Eletricity” no qual des- creveu, pela primeira vez, o fenômeno da indução eletromagnética. Esse talvez seja o fato histórico mais relevante para o modo de vida da sociedade atual, uma vez que proporcionou dois desenvol- vimentos tecnológicos importantes: a possibilidade de conversão, de maneira econômica, da energia mecânica em elétrica e a possi- bilidade de comunicação, sem suporte material, pelo uso de ondas eletromagnéticas. Figura 13 – O aparelho telegráfico Figura 14 – Samuel Morse 132 Engenharia elétrica São marcos iniciais da tecnologia do século XX: • A conversão de energia mecânica em elé- trica, viabilizando as construções de usinas geradoras, como as mostradas na Figura 3, levando ao desenvolvimentoindustrial (Figura 15) e ao desenvolvimento do trans- porte por tração elétrica (16). • A possibilidade de transmissão de sinais à distância, sem a necessidade de fios conduto- res, fazendo uso das ondas eletromagnéticas geradas por variações de campos elétricos e magnéticos variáveis no tempo, permitiu o grande desenvolvimento das comunicações (Figuras 17 e 18). Considera-se que esse mar- co tecnológico se deve a Guglielmo Marconi (1874-1937), que propôs o primeiro sistema prático de telégrafo sem fios, em 1896. Essas conquistas tecnológicas eram associadas aos engenheiros eletricistas, até meados do sé- culo XX, dividindo-os de maneira simplista em: Eletrotécnicos, associados às máquinas e à dis- tribuição de energia, e Eletrônicos, associados às Telecomunicações. Porém os Físicos e Matemá- ticos preparavam duas revoluções silenciosas: a miniaturização dos circuitos e o tratamento dos problemas lógicos usando circuitos elétricos. Figura 15 – Conversão Eletromecânica de Energia – Fábrica Automatizada Os computadores ganharam poderosos al- goritmos de controle e tratamento de sinais, executados com rapidez inimaginável e ad- quiriram imensa capacidade de memória em espaços pequenos, invadindo até mesmo a Medicina. Adjetivar os engenheiros eletricistas, hoje, é tarefa impossível: Máquinas Elétricas, Sistemas de Potência, Automação e Controle, Computa- ção, Microeletrônica, Telecomunicações, Redes Inteligentes, Engenharia Biomédica, Energia, Processamento de Imagens, Engenharia de Software e tantos outros nomes que nos con- fundem. Todos nascidos na descoberta de Mi- chael Faraday. A verdadeira Engenharia Eletrônica nasceu com Michael Faraday. Se quiser conhecer a história desse gênio da ciência e suas descobertas, consulte: . 133UNIDADE V Figura 18 – Telecomunicações Estação base de rede Figura 17 – Telecomunicações Antenas de transmissão e recepção Figura 16 – Conversão Eletromecânica de Energia Tração Elétrica 134 Engenharia elétrica Geração de energia elétrica em grandes quanti- dades deve ser em corrente alternada. Transmissão de energia elétrica em grandes quantidades à curta distância deve ser em cor- rente alternada. Transmissão de energia elétrica em grandes quantidades à longa distância deve ser em cor- rente contínua. Os primeiros dispositivos elétricos utilizados para as diversas aplicações, ainda no século XIX, eram em corrente contínua, isto é, de correntes elétricas mantidas constantes durante certo in- tervalo de tempo. Isso se devia ao fato de as cor- rentes elétricas, na época, serem provenientes de geradores eletroquímicos. O início do século XX viabilizou a construção de geradores de corrente alternada, isto é, com corren- tes elétricas variando de maneira senoidal, durante certo intervalo de tempo. Isso se deveu, fundamen- Corrente Contínua X Corrente Alternada 135UNIDADE V talmente, à geração de corrente elétrica a partir do movimento de rotação de espiras em campos magnéticos (indução eletromagnética). A Eletricidade começava a ser usada em larga escala na ilumi- nação, nos transportes, nos eletrodomésticos, nas fábricas e nas comunicações. Era o início de um negócio de alto lucro, e duas tecnologias competiam: a de corrente contínua, defendida por Tho- mas Edison (1847-1931) e a de corrente alternada, defendida por George Westinghouse (1846-1914) com a tecnologia patenteada por Nikola Tesla (1856-1943). Como a disputa envolvia um negócio altamente promissor, o grupo patrocinado por Edison tentou de todas as formas desacredi- tar os trabalhos de Tesla, relacionados com a corrente alternada. Até mesmo o apelo para o obscurantismo foi tentado. Edison sustentava que a corrente alternada era “amaldiçoada”. O engenheiro Harold Brown, patrocinado por Edison, eletrocu- tou um cachorro diante de uma plateia exasperada, no Columbia College, para provar o quanto a corrente alternada era perigosa. Edison tentou associar o termo being electrocuted (ser eletrocutado) à expressão ser “Westinghoused”. Apesar de a corrente contínua ter se mostrado menos eficiente para a geração de energia elétrica, Edison não se conformou com o fato e patrocinou a execução de um elefante (Topsy) que, acidentalmente, matara uma pessoa em um circo, em Coney Island. O esforço de Edison em detratar a corrente alternada foi tal que patrocinou a invenção da cadeira elétrica, por Harold Brown, em Nova York, tentando mostrar que a letalidade da corrente alternada era maior que da contínua. Em 6 de agosto de 1890, a tentativa de executar o condenado William Kemmler, na cadeira elétrica, transformou-se em um triste espetáculo de crueldade, pois, como os cálculos das tensões elétricas não estavam corretos, vários choques sucessivos foram necessários para a execução. A polêmica corrente contínua (Edison) versus corrente alternada (Westinghouse) foi bastante acirrada, pois envolvia possíveis ganhos com a eletrificação das cidades, tendo sido chamada de guerra das correntes. Você pode saber mais sobre isso assistindo ao vídeo disponível em: . 136 Engenharia elétrica Custo Comparação de custo entre CC e CA Corrente alternada Corrente contínua Comprimento da linha (km) Linha em CC mais econômica Linha em CA mais econômica Figura 19 – Economia em transmissão de Energia Fonte: Piqueira e Brunoro (2000). Como futuro engenheiro, você pode tirar uma importante li- ção desse episódio: soluções técnicas devem ser validadas com experimentos honestos e possuem intervalos de validade bem determinados. Sabemos, hoje, que transmissão de energia elétrica pode ser feita em corrente contínua (CC) ou alternada (CA). Nas usinas, a geração é em CA, porém, se a distância envolvida na transmissão da energia é maior que 700 km, é mais econômico transmiti-la convertida em CC. O gráfico da Figura 19 traz uma comparação dos custos para CC e CA. Deve-se considerar, ainda, que, para transportar grandes quan- tidades de energia, são necessárias altas tensões, pois o processo envolve perdas. Minimizá-las para tensões menores implicaria utilizar condutores com bitolas enormes. Assim, de acordo com a distância a ser coberta pela rede, existem tensões de transmissão padronizadas, sendo as mais utilizadas: • Alta Tensão (AT): 138 e 230 kV • Extra Alta Tensão (EAT): 345, 440, 500 e 765 kV • Ultra Alta Tensão (UAT): 1000 e 1200 kV 137UNIDADE V Maxwell unificou os trabalhos de Young, Ørsted, Ampère e Faraday em um conjunto de equações que permitiu mostrar a existência das ondas ele- tromagnéticas. Todas as ondas eletromagnéticas se propagam no vácuo com velocidade 300 000 km/s. Conforme você notou ao longo desta unidade, o século XIX teve uma posição de destaque no desenvolvimento da Eletricidade, do Magnetismo e da Óptica, mais especificamente, da natureza da luz. Um ponto importante desse desenvolvimento foi a previsão e a comprovação da existência de ondas eletromagnéticas. O trabalho começa com Thomas Young (Figura 20) (1773-1829) que realizou pesquisas sobre cordas vibrantes e tubos sonoros, e a in- fluência das experiências com ondas sonoras e sobre a interferência de ondas na água levaram Young a apresentar à Royal Society of London, em1801, os resultados dos seus experimentos sobre a interferência de raios luminosos, que re- velavam o caráter ondulatório da luz. Ondas Eletromagnéticas 138 Engenharia elétrica Entre 1864 e 1865, James Clerk Maxwell (Figu- ra 21) (1831-1879) unificou as teorias de Young, Ørsted, Ampère e Faraday em um conjunto de equações, que passariam a ser conhecidas como equações de Maxwell. As equações de Maxwell englobaram as leis da Eletricidade e do Magnetismo e, além disso, previram a existência de ondas eletromagnéticas que se deslocam no vácuo com a velocidade da luz, ou seja, 300 000 km/s. Essa previsão foi veri- ficada, experimentalmente, por Henrich Rudolf Hertz (Figura 22) (1857-1894),em 1887, utili- zando uma fonte de frequência conhecida para produzir ondas eletromagnéticas estacionárias. Hertz mediu o comprimento de onda e, como a frequência da onda é igual à da fonte, ele, usando a equação fundamental da ondulatória, v =λ. f, verificou que a velocidade da onda era igual à da luz, comprovando a teoria de Maxwell. Em reco- nhecimento ao trabalho de Hertz, a unidade de frequência, no Sistema Internacional de medidas (SI), recebeu o nome de hertz. Ondas eletromagnéticas são compostas por um campo magnético perpendicular a um cam- po elétrico (Figura 23). Assim como produzimos ondas mecânicas na água, por meio da agitação de uma varinha, podemos produzir ondas ele- tromagnéticas no ar mediante a variação de uma corrente elétrica, do movimento de uma carga elétrica, de um campo elétrico ou magnético. Figura 23 – Representação da onda Eletromagnética Fonte: Encrypted... ([2017], on-line)6. Onda Eletromagnética Campo magnético (B) Comp. de onda (λ) Campo elétrico (E) Direção da propagação Onda Eletromagnética Campo magnético (B) Comp. de onda (λ) Campo elétrico (E) Direção da propagação Onda Eletromagnética Campo magnético (B) Comp. de onda (λ) Campo elétrico (E) Direção da propagação Figura 20 – Thomas Young Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)4. Figura 21 – James Clerk Maxwell Figura 22 – Henrich Rudolf Hertz Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)5. 139UNIDADE V As ondas eletromagnéticas fazem parte da vida das pessoas: celular, TV, tablets. Para conhecê- las melhor, assista a aula do professor Gil da Costa Marques em: . A frequência das ondas produzidas é igual à fre- quência da fonte. Como todas as ondas eletromag- néticas propagam-se com a mesma velocidade no vácuo – com a velocidade da luz – sua classificação é feita com base na frequência ou no comprimen- to de onda. As frequências das ondas eletromag- néticas variam de alguns ciclos por segundo (Hz) a valores quase inimagináveis, como 1022 Hz, que é a frequência de alguns raios cósmicos. Em termos de comprimento de onda, temos uma variação que inclui valores extremamente pequenos, da ordem de picômetro(10-12 m), até valores da ordem de metros. Na Figura 24, temos o chamado espectro eletro- magnético, incluindo as frequências (f) e os com- primentos de onda (λ) correspondentes. Podemos observar que as ondas de rádio têm menor frequência e maior comprimento de onda. Na sequência, micro-ondas; infravermelho; luz visível, ultravioleta, raios X e raios gama com frequências crescentes e comprimentos de onda decrescentes. Refração de ondas A frequência (f) de uma onda eletromagnética depende, exclusivamente, da fonte que a gera. Ao sofrer refração, passagem de um meio para o outro, sua velocidade de propagação (v) varia e, portanto, seu comprimento de onda (λ) também. Matematicamente: f = v/λ = constante, isto é, v e λ variam na mesma proporção. Figura 24 – Espectro Eletromagnético Fonte: Carron, Piqueira e Guimarães (2017). Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/655 140 Engenharia elétrica A matriz energética brasileira, relativa à energia elétrica, é, predominantemente, constituída por fontes renováveis. Como estamos discutindo, desde a primeira unidade, as questões energéticas do planeta, queremos termi- nar apresentando alguns dados de interesse geral. A Figura 25 indica a matriz energética brasilei- ra, relativa à geração de energia elétrica, em 2011, e podemos observar a predominância de energias renováveis (Hidráulica, Biomassa e Eólica), indi- cando um país responsável em relação ao uso dos recursos naturais. Na Figura 26, observamos a evolução da matriz energética brasileira, comparada com a matriz mundial, evidenciando a qualidade do sistema brasileiro em termos de sustentabilidade. Encerramos esta unidade, convidando os enge- nheiros eletricistas de todas as especialidades: má- quinas, sistemas de potência, telecomunicações, au- tomação e controle, eletrônica, computação, software, biomédica, redes e todos os outros a realizar seus projetos, preservando a energia de nosso planeta. Fontes de Energia 141UNIDADE V Biomassa 29,7% Petróleo e derivados 38,4% Gás natural 9,3% Hidro- elétrica 15,0% Carvão 6,4% Urânio 1,2% Biomassa 11,2% Petróleo e derivados 35,3% Gás natural 20,9% Hidro- elétrica 2,1% Carvão 24,1% Urânio 6,4% Brasil Mundo 44,7% renovável 13,3% renovável BRASIL (2011) Hidráulica2 81,7% Biomassa3 6,5% Eólica 0,5% Gás Natural 4,6%Derivados de Petróleo 2,5% Nuclear 2,7% Carvão e Derivados1 2,7% BRASIL (2011) Hidráulica2 81,7% Biomassa3 6,5% Eólica 0,5% Gás Natural 4,6%Derivados de Petróleo 2,5% Nuclear 2,7% Carvão e Derivados1 2,7%Figura 25 – Matriz energética (elétrica) brasileira – 2011 Fonte: Brasil Nosso ([2017], on-line)7. Figura 26 – Matriz energética: comparação Brasil-mundo Fonte: 3Bp ([2017], on-line)8. Prever as expansões da matriz energética brasileira é de interesse de toda população. Para entender mais do assunto, assista à palestra do professor José Goldemberg, disponível no link: . 142 1. Fazem parte do escopo da Engenharia Elétrica: a) Geração e distribuição de energia, pontes e telecomunicações. b) Telecomunicações, estradas e computadores. c) Computadores, pontes e estradas. d) Geração e distribuição de energia, computadores e telecomunicações. e) Pontes, estradas e siderurgia. 2. Nas usinas hidrelétricas e eólicas, a energia se converte de: a) Nuclear em elétrica. b) Mecânica em elétrica. c) Química em elétrica. d) Térmica em elétrica. e) Elétrica em química. 3. Nas usinas termelétricas e nucleares, a energia se converte de: a) Nuclear em elétrica. b) Mecânica em elétrica. c) Química em elétrica. d) Térmica em elétrica. e) Elétrica em química. 4. Os fenômenos elétricos são conhecidos pela humanidade desde: a) 1945. b) 1800. c) 1793. d) Século VI a.C. e) Século I a.C. Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 143 5. A primeira máquina destinada a armazenar energia elétrica foi concebida por: a) Pieter van Musschenbroek . b) André Marie Ampère. c) Michael Faraday. d) Tales de Mileto. e) Isaac Newton. 6. A relação matemática entre correntes elétricas e campos magnéticos foi pro- posta por: a) Pieter van Musschenbroek b) André Marie Ampère. c) Michael Faraday. d) Tales de Mileto. e) Isaac Newton. 7. A conversão eletromecânica de energia fundamenta-se no fenômeno da: a) Eletrólise. b) Indução eletromagnética. c) Atração eletrostática. d) Gravitação universal. e) Conservação do momento angular. 8. A geração de energia elétrica em grandes quantidades deve, preferencialmente, ser feita em: a) CC. b) CA. c) CC ou CA, pois são equivalentes. d) Geradores químicos. e) Geradores termo hidráulicos. 9. A transmissão de energia elétrica para grandes distâncias deve ser em: a) CC. b) CA. 144 c) CC ou CA, pois são equivalentes. d) Via rádio. e) Via micro-ondas. 10. Suponha que as ondas eletromagnéticas no vácuo tenham comprimento de onda 1,2. 10-4. A frequência de um receptor sintonizado deve ter para captá-las: a) 2,5. 1012 Hz. b) 2,5. 1018 Hz. c) 2,5. 109 Hz. d) 2,5. 1016 Hz. e) 2,5. 1020 Hz. 11. A frequência de uma onda eletromagnética depende: a) Do meio. b) Da velocidade de propagação. c) Do comprimento de onda. d) Da densidade do meio. e) Da fonte. 12. Todas as ondas eletromagnéticas têm, no vácuo: a) A mesma velocidade de propagação. b) O mesmo período. c) A mesma frequência. d) O mesmo comprimento de onda. e) O mesmo índice de refração. 13. O percentual total de energia elétrica consumida no Brasil, proveniente de fontes renováveis, no Brasil, em 2011, era: a) 88,7%. b) 92,5%. c) 6,8%. d) 78,9%. e) 42%. 145 Energia e Meio Ambiente Autor: Roger A. Hinrichs, Merlin Kleinbach, LineuBelico dos Reis Editora: Cengage Learning Sinopse: Energia e meio ambiente – Tradução da 4ª edição norte-americana, é um livro que enfatiza os princípios físicos por trás do uso da energia e seus efeitos sobre nosso ambiente. Aborda a desregulação e o aumento da competição no setor de geração de energia, o aumento dos preços do petróleo e o crescente compromisso global com as fontes de energia renováveis. Ao examinar os di- ferentes aspectos de cada recurso energético, inclui os princípios envolvidos e as consequências ambientais e econômicas do seu uso, e enfatiza o impacto ambiental do consumo de combustíveis fósseis, a poluição atmosférica e o aquecimento global. Esta edição inovadora traz artigos que discutem a questão energética no Brasil. São discutidos os padrões de uso da energia no Brasil, a conservação, a energia de combustíveis fósseis, a energia solar, as fontes renováveis de energia e a energia nuclear entre outros importantes temas. Trata-se de uma obra de referência para estudantes e profissionais das várias áreas da engenharia e das ciências exatas. Comentário: Livro excelente para que o futuro engenheiro, de todas modali- dades, possa conhecer os problemas associados à sustentabilidade de nosso planeta. LIVRO 146 Carron, W.; PIQUEIRA, J. R. GUIMARÃES, O. Física-PNLD. São Paulo: Editora Ática, 2017. NEUMANN, J. V. The Computer and the Brain, USA: Yale University Press, 1958. PIQUEIRA, J. R. C.; BRUNORO, C. M. Energia: uso, geração e impactos ambientais. São Paulo: Editora Anglo, 2000. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2017. REFERÊNCIAS ON-LINE 1Em: . Acesso em: 16 nov. 2017. 2Em: . Acesso em: 16 nov. 2017. 3Em: . Acesso em: 16 nov. 2017. 4Em: . Acesso em: 16 nov. 2017. 5Em: . Acesso em: 16 nov. 2017. 6Em:. Acesso em: 16 nov. 2017. 7Em: . Acesso em: 16 nov. 2017. 8Em: . Acesso em: 16 nov. 2017. https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTsebdYrWnmDWEpPGZfOiu2SnRjSE0XWIFMA18kmpbaPWUYoIRiZw https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTsebdYrWnmDWEpPGZfOiu2SnRjSE0XWIFMA18kmpbaPWUYoIRiZw 147 1. D 2. B 3. D 4. D 5. A 6. B 7. B 8. B 9. A 10. A Resolução: λ = 1,2. 10-4m v=3. 108m/s. f = v/λ = (3. 108)/ 1,2. 10-4 = 2,5. 1012Hz 11. E 12. A 13. A Resolução: Hidráulica (81,7) + Eólica(0,5) + Biomassa (6,5) = 88,7% 148 Button 1: