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PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Mostrar que a Energia Elétrica é a modalidade mais eco-
nômica para prover as populações de suas necessidades 
energéticas para a vida. 
• Mostrar como o domínio do fenômeno da “Indução Ele-
tromagnética” mudou a sociedade.
• Discutir a controvérsia e o papel de Tesla no desenvolvi-
mento dos aparatos elétricos.
• Descrever a evolução da rádio difusão para Internet.
• Apresentar as fontes de energia disponíveis e suas van-
tagens e desvantagens na conversão em energia elétrica.
Energia Elétrica como 
Energia Intermediária
A descoberta de Faraday Ondas Eletromagnéticas
Fontes de EnergiaCorrente contínua x 
corrente alternada
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Engenharia Elétrica
A Energia Elétrica como 
Modalidade Intermediária
A energia elétrica é uma modalidade de energia 
que permite a distribuição de grandes quantida-
des de energia, de maneira eficiente e econômica.
Sistemas de comunicação são análogos aos siste-
mas sensoriais dos seres vivos. Computadores tive-
ram sua arquitetura inspirada no cérebro humano.
Você é capaz de imaginar o que aconteceria com a 
sua cidade se a rede de distribuição de energia elétrica 
caísse por uma semana? Alimentos pereceriam; ci-
rurgias, exames e tratamentos hospitalares parariam, 
levando hospitais ao colapso; meios de comunicação 
e computadores esgotariam suas baterias, silenciando 
a troca de informações; sem contar todos os outros 
inconvenientes, como escuridão e mau funcionamen-
to dos sistemas de abastecimento de água.
Nos dias de hoje, é difícil conceber o cotidiano 
sem energia elétrica. Esse é um panorama que se 
iniciou nos primórdios do século XX, quando 
houve a percepção de que o método mais eficiente 
125UNIDADE V
e econômico de levar energia para a população 
é convertê-la em elétrica, distribuí-la e, no final, 
reconvertê-la para as formas adequadas ao uso.
Na natureza, esse tipo de processo trouxe a vida 
para a Terra. A fonte de toda energia aproveitada 
em nosso planeta é o Sol, que a produz pelo pro-
cesso de fusão nuclear. Essa energia é convertida 
em radiação, transmitida à Terra e transformada 
nas diversas formas de energia, como a mecânica, 
a química, a térmica e outras necessárias para a 
geração e manutenção da vida (CARRON; PI-
QUEIRA; GUIMARÃES, 2017).
A radiação é uma combinação de campos 
elétricos e magnéticos que, de maneira eficiente, 
transmite a energia do Sol à Terra por ondas ele-
tromagnéticas (Figura 1).
Outro exemplo dessa estratégia encontrado na 
natureza são os processos sensoriais e fisiológicos, 
em nosso corpo, que ocorrem por intermediação 
de campos elétricos e magnéticos. Tomando o 
nosso tato para efeito de raciocínio, quando pas-
samos os dedos sobre uma superfície, as rugosi-
dades provocam ações elétricas nas terminações 
nervosas de nossos dedos. Essas ações elétricas 
são propagadas ao sistema nervoso central, pro-
duzindo as sensações de tato (Figura 2).
Figura 1 – A energia liberada pela fusão nuclear no Sol viaja até a Terra por ondas eletromagnéticas
Fonte: Carron, Piqueira e Guimarães (2017).
Figura 2 – Representação da propagação de impulsos nervosos 
para o cérebro
Fonte: Carron, Piqueira e Guimarães (2017).
126 Engenharia elétrica
Ao imitar a natureza e utilizar a energia elétrica 
como fonte intermediária, a espécie humana ex-
perimentou um grande progresso tecnológico, 
tornando eficiente a transmissão de energia em 
grandes quantidades.
Convertendo em energia elétrica, a energia 
mecânica (Figura 3), a energia térmica (Figura 
4), a energia eólica (Figura 5) ou nuclear (Figura 
6) e usando linhas de transmissão para enviá-las 
aos usuários, obtemos alta eficiência e qualidade 
no provimento de energia às populações.
Adicionalmente, vivemos a era da rapidez do 
processamento e da transmissão da informação, 
iniciada pelos criadores da Cibernética: Norbert 
Wiener, Alan Turing e John von Neumann e con-
solidada pela obra seminal de John von Neumann, 
publicada, pela primeira vez, em 1958, propondo 
uma arquitetura computacional análoga ao cére-
bro humano (VON NEUMANN, 1958).
É da engenharia dessas ações que esta unidade 
trata: conversão e transmissão de energia, com-
putação e comunicações.
Para os engenheiros, eletricistas ou não, conhecer 
a organização do setor elétrico brasileiro é 
bastante útil, permitindo o entendimento das 
possibilidades de uso da energia elétrica. Para 
saber mais sobre essa análise, consulte o link:
.
127UNIDADE V
Figura 3 – Fonte mecânica 
Figura 4 – Fonte térmica
Figura 5 – Fonte eólica 
Figura 6 – Fonte Nuclear
128 Engenharia elétrica
Pieter van Musschenbroek concebeu um disposi-
tivo de armazenamento de energia elétrica.
Alessandro Volta, ao propor sua pilha elétrica, 
deu início à ideia de corrente elétrica.
Ørsted e Ampère relacionaram a Eletricidade 
com o Magnetismo.
A indução eletromagnética, descoberta por Fa-
raday, permitiu a conversão eletromecânica de 
energia e as comunicações a distância.
Embora a Eletricidade fosse conhecida desde Ta-
les de Mileto, importante Filósofo e Matemático 
que viveu entre 623 a.C. e 548 a.C., foi o engenhei-
ro Pieter van Musschenbroek (1692-1761) (Figu-
ra 7) que construiu, na Universidade de Leyden, 
o primeiro dispositivo armazenador de energia 
elétrica, que passou a ser chamado de “garrafa de 
Leyden” (Figura 8a). O princípio da garrafa de 
Leyden encontra-se, também, materializado no 
gerador de Van Der Graaf, como podemos visua-
lizar na Figura 8b.
A Descoberta de Faraday
129UNIDADE V
Figura 8a – Garrafa de Leyden
Fonte: COE (2000, on-line)2.
Figura 7 – Pieter van Musschenbroek
Fonte: Wikmedia Commons ([2018], on-line)1.
Figura 8b – gerador 
de Van Der Graaf
Fonte: o autor.
130 Engenharia elétrica
Entretanto vamos considerar como marco inicial 
da Engenharia Elétrica a construção, por Alessan-
dro Volta (Figura 9) (1745-1827), no ano de 1800, 
da chamada pilha de Volta (Figura 10).
A partir dessa construção, a eletricidade, até 
então conhecida como um fenômeno estático, 
passa a ser vista como um fenômeno dinâmico, 
devido às correntes elétricas, e sua relação com 
o magnetismo passa a ser explorada. Foi o físi-
co dinamarquês Hans Christian Ørsted (Figura 
11) (1777-1851) que, em 1820, anunciou que as 
correntes elétricas geram campos magnéticos, 
interagindo com imãs.
Figura 9 – O início da Engenharia 
Elétrica com Alessandro Volta
Figura 10 – Pilha de Volta
Figura 11 – Hans Christian Ørsted
Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)3.
Figura 12 – André Marie Ampère
Gerador de Van Der Graaf
131UNIDADE V
O trabalho Ørsted foi seguido por André Marie Ampère (Figura 
12) (1775-1836), que formalizou, matematicamente, os resultados 
experimentais e demonstrou, também, que fios percorridos por 
correntes interagiam.
Apesar desse conhecimento inicial das relações entre a Eletrici-
dade e o Magnetismo parecer rudimentar, permitiu a viabilização 
do código Morse e do telégrafo elétrico (Figura 13), patenteado por 
Samuel Morse (Figura 14) (1791-1872) em 1837.
Para o mundo tecnológico atual, o ano de 1831 é marcante. Nesse 
ano, Michael Faraday (1791-1867) apresentou um artigo científico 
denominado “Experimental Researches in Eletricity” no qual des-
creveu, pela primeira vez, o fenômeno da indução eletromagnética.
Esse talvez seja o fato histórico mais relevante para o modo de 
vida da sociedade atual, uma vez que proporcionou dois desenvol-
vimentos tecnológicos importantes: a possibilidade de conversão, 
de maneira econômica, da energia mecânica em elétrica e a possi-
bilidade de comunicação, sem suporte material, pelo uso de ondas 
eletromagnéticas.
Figura 13 – O aparelho telegráfico
Figura 14 – Samuel Morse
132 Engenharia elétrica
São marcos iniciais da tecnologia do século XX:
• A conversão de energia mecânica em elé-
trica, viabilizando as construções de usinas 
geradoras, como as mostradas na Figura 
3, levando ao desenvolvimentoindustrial 
(Figura 15) e ao desenvolvimento do trans-
porte por tração elétrica (16).
• A possibilidade de transmissão de sinais à 
distância, sem a necessidade de fios conduto-
res, fazendo uso das ondas eletromagnéticas 
geradas por variações de campos elétricos e 
magnéticos variáveis no tempo, permitiu o 
grande desenvolvimento das comunicações 
(Figuras 17 e 18). Considera-se que esse mar-
co tecnológico se deve a Guglielmo Marconi 
(1874-1937), que propôs o primeiro sistema 
prático de telégrafo sem fios, em 1896.
Essas conquistas tecnológicas eram associadas 
aos engenheiros eletricistas, até meados do sé-
culo XX, dividindo-os de maneira simplista em: 
Eletrotécnicos, associados às máquinas e à dis-
tribuição de energia, e Eletrônicos, associados às 
Telecomunicações. Porém os Físicos e Matemá-
ticos preparavam duas revoluções silenciosas: a 
miniaturização dos circuitos e o tratamento dos 
problemas lógicos usando circuitos elétricos.
Figura 15 – Conversão Eletromecânica de Energia – Fábrica Automatizada
Os computadores ganharam poderosos al-
goritmos de controle e tratamento de sinais, 
executados com rapidez inimaginável e ad-
quiriram imensa capacidade de memória em 
espaços pequenos, invadindo até mesmo a 
Medicina.
Adjetivar os engenheiros eletricistas, hoje, é 
tarefa impossível: Máquinas Elétricas, Sistemas 
de Potência, Automação e Controle, Computa-
ção, Microeletrônica, Telecomunicações, Redes 
Inteligentes, Engenharia Biomédica, Energia, 
Processamento de Imagens, Engenharia de 
Software e tantos outros nomes que nos con-
fundem. Todos nascidos na descoberta de Mi-
chael Faraday.
A verdadeira Engenharia Eletrônica nasceu com 
Michael Faraday. Se quiser conhecer a história 
desse gênio da ciência e suas descobertas, 
consulte: .
133UNIDADE V
Figura 18 – Telecomunicações Estação base de rede
Figura 17 – Telecomunicações Antenas de transmissão e recepção
Figura 16 – Conversão Eletromecânica de Energia Tração Elétrica
134 Engenharia elétrica
Geração de energia elétrica em grandes quanti-
dades deve ser em corrente alternada.
Transmissão de energia elétrica em grandes 
quantidades à curta distância deve ser em cor-
rente alternada.
Transmissão de energia elétrica em grandes 
quantidades à longa distância deve ser em cor-
rente contínua.
Os primeiros dispositivos elétricos utilizados 
para as diversas aplicações, ainda no século XIX, 
eram em corrente contínua, isto é, de correntes 
elétricas mantidas constantes durante certo in-
tervalo de tempo. Isso se devia ao fato de as cor-
rentes elétricas, na época, serem provenientes de 
geradores eletroquímicos.
O início do século XX viabilizou a construção de 
geradores de corrente alternada, isto é, com corren-
tes elétricas variando de maneira senoidal, durante 
certo intervalo de tempo. Isso se deveu, fundamen-
Corrente Contínua X 
Corrente Alternada
135UNIDADE V
talmente, à geração de corrente elétrica a partir do movimento de 
rotação de espiras em campos magnéticos (indução eletromagnética).
A Eletricidade começava a ser usada em larga escala na ilumi-
nação, nos transportes, nos eletrodomésticos, nas fábricas e nas 
comunicações. Era o início de um negócio de alto lucro, e duas 
tecnologias competiam: a de corrente contínua, defendida por Tho-
mas Edison (1847-1931) e a de corrente alternada, defendida por 
George Westinghouse (1846-1914) com a tecnologia patenteada 
por Nikola Tesla (1856-1943).
Como a disputa envolvia um negócio altamente promissor, o 
grupo patrocinado por Edison tentou de todas as formas desacredi-
tar os trabalhos de Tesla, relacionados com a corrente alternada. Até 
mesmo o apelo para o obscurantismo foi tentado. Edison sustentava 
que a corrente alternada era “amaldiçoada”.
O engenheiro Harold Brown, patrocinado por Edison, eletrocu-
tou um cachorro diante de uma plateia exasperada, no Columbia 
College, para provar o quanto a corrente alternada era perigosa. 
Edison tentou associar o termo being electrocuted (ser eletrocutado) 
à expressão ser “Westinghoused”.
Apesar de a corrente contínua ter se mostrado menos eficiente para 
a geração de energia elétrica, Edison não se conformou com o fato e 
patrocinou a execução de um elefante (Topsy) que, acidentalmente, 
matara uma pessoa em um circo, em Coney Island. O esforço de Edison 
em detratar a corrente alternada foi tal que patrocinou a invenção da 
cadeira elétrica, por Harold Brown, em Nova York, tentando mostrar 
que a letalidade da corrente alternada era maior que da contínua.
Em 6 de agosto de 1890, a tentativa de executar o condenado 
William Kemmler, na cadeira elétrica, transformou-se em um triste 
espetáculo de crueldade, pois, como os cálculos das tensões elétricas 
não estavam corretos, vários choques sucessivos foram necessários 
para a execução.
A polêmica corrente contínua (Edison) versus corrente alternada 
(Westinghouse) foi bastante acirrada, pois envolvia possíveis ganhos 
com a eletrificação das cidades, tendo sido chamada de guerra das 
correntes. Você pode saber mais sobre isso assistindo ao vídeo 
disponível em: .
136 Engenharia elétrica
Custo
Comparação de custo entre CC e CA
Corrente alternada
Corrente contínua
Comprimento da linha (km)
Linha em CC
mais econômica
Linha em CA
mais econômica
Figura 19 – Economia em transmissão de Energia
Fonte: Piqueira e Brunoro (2000).
Como futuro engenheiro, você pode tirar uma importante li-
ção desse episódio: soluções técnicas devem ser validadas com 
experimentos honestos e possuem intervalos de validade bem 
determinados.
Sabemos, hoje, que transmissão de energia elétrica pode ser 
feita em corrente contínua (CC) ou alternada (CA). Nas usinas, a 
geração é em CA, porém, se a distância envolvida na transmissão 
da energia é maior que 700 km, é mais econômico transmiti-la 
convertida em CC. O gráfico da Figura 19 traz uma comparação 
dos custos para CC e CA.
Deve-se considerar, ainda, que, para transportar grandes quan-
tidades de energia, são necessárias altas tensões, pois o processo 
envolve perdas. Minimizá-las para tensões menores implicaria 
utilizar condutores com bitolas enormes. Assim, de acordo com 
a distância a ser coberta pela rede, existem tensões de transmissão 
padronizadas, sendo as mais utilizadas:
• Alta Tensão (AT): 138 e 230 kV
• Extra Alta Tensão (EAT): 345, 440, 500 e 765 kV
• Ultra Alta Tensão (UAT): 1000 e 1200 kV
137UNIDADE V
Maxwell unificou os trabalhos de Young, Ørsted, 
Ampère e Faraday em um conjunto de equações 
que permitiu mostrar a existência das ondas ele-
tromagnéticas. Todas as ondas eletromagnéticas se 
propagam no vácuo com velocidade 300 000 km/s.
Conforme você notou ao longo desta unidade, 
o século XIX teve uma posição de destaque no 
desenvolvimento da Eletricidade, do Magnetismo 
e da Óptica, mais especificamente, da natureza da 
luz. Um ponto importante desse desenvolvimento 
foi a previsão e a comprovação da existência de 
ondas eletromagnéticas.
O trabalho começa com Thomas Young 
(Figura 20) (1773-1829) que realizou pesquisas 
sobre cordas vibrantes e tubos sonoros, e a in-
fluência das experiências com ondas sonoras e 
sobre a interferência de ondas na água levaram 
Young a apresentar à Royal Society of London, 
em1801, os resultados dos seus experimentos 
sobre a interferência de raios luminosos, que re-
velavam o caráter ondulatório da luz.
Ondas Eletromagnéticas
138 Engenharia elétrica
Entre 1864 e 1865, James Clerk Maxwell (Figu-
ra 21) (1831-1879) unificou as teorias de Young, 
Ørsted, Ampère e Faraday em um conjunto de 
equações, que passariam a ser conhecidas como 
equações de Maxwell.
As equações de Maxwell englobaram as leis 
da Eletricidade e do Magnetismo e, além disso, 
previram a existência de ondas eletromagnéticas 
que se deslocam no vácuo com a velocidade da 
luz, ou seja, 300 000 km/s. Essa previsão foi veri-
ficada, experimentalmente, por Henrich Rudolf 
Hertz (Figura 22) (1857-1894),em 1887, utili-
zando uma fonte de frequência conhecida para 
produzir ondas eletromagnéticas estacionárias.
Hertz mediu o comprimento de onda e, como 
a frequência da onda é igual à da fonte, ele, usando 
a equação fundamental da ondulatória, v =λ. f, 
verificou que a velocidade da onda era igual à da 
luz, comprovando a teoria de Maxwell. Em reco-
nhecimento ao trabalho de Hertz, a unidade de 
frequência, no Sistema Internacional de medidas 
(SI), recebeu o nome de hertz.
Ondas eletromagnéticas são compostas por 
um campo magnético perpendicular a um cam-
po elétrico (Figura 23). Assim como produzimos 
ondas mecânicas na água, por meio da agitação 
de uma varinha, podemos produzir ondas ele-
tromagnéticas no ar mediante a variação de uma 
corrente elétrica, do movimento de uma carga 
elétrica, de um campo elétrico ou magnético.
Figura 23 – Representação da onda Eletromagnética
Fonte: Encrypted... ([2017], on-line)6.
Onda Eletromagnética
Campo
magnético (B)
Comp. de
onda (λ)
Campo
elétrico (E)
Direção da
propagação
Onda Eletromagnética
Campo
magnético (B)
Comp. de
onda (λ)
Campo
elétrico (E)
Direção da
propagação
Onda Eletromagnética
Campo
magnético (B)
Comp. de
onda (λ)
Campo
elétrico (E)
Direção da
propagação
Figura 20 – Thomas Young
Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)4.
Figura 21 – James Clerk Maxwell
Figura 22 – Henrich Rudolf Hertz
Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)5.
139UNIDADE V
As ondas eletromagnéticas fazem parte da vida 
das pessoas: celular, TV, tablets. Para conhecê-
las melhor, assista a aula do professor Gil da 
Costa Marques em: .
A frequência das ondas produzidas é igual à fre-
quência da fonte. Como todas as ondas eletromag-
néticas propagam-se com a mesma velocidade no 
vácuo – com a velocidade da luz – sua classificação 
é feita com base na frequência ou no comprimen-
to de onda. As frequências das ondas eletromag-
néticas variam de alguns ciclos por segundo (Hz) 
a valores quase inimagináveis, como 1022 Hz, que 
é a frequência de alguns raios cósmicos.
Em termos de comprimento de onda, temos 
uma variação que inclui valores extremamente 
pequenos, da ordem de picômetro(10-12 m), até 
valores da ordem de metros.
Na Figura 24, temos o chamado espectro eletro-
magnético, incluindo as frequências (f) e os com-
primentos de onda (λ) correspondentes.
Podemos observar que as ondas de rádio têm 
menor frequência e maior comprimento de onda. Na 
sequência, micro-ondas; infravermelho; luz visível, 
ultravioleta, raios X e raios gama com frequências 
crescentes e comprimentos de onda decrescentes.
Refração de ondas
A frequência (f) de uma onda eletromagnética 
depende, exclusivamente, da fonte que a gera. 
Ao sofrer refração, passagem de um meio para o 
outro, sua velocidade de propagação (v) varia e, 
portanto, seu comprimento de onda (λ) também.
Matematicamente: f = v/λ = constante, isto é, 
v e λ variam na mesma proporção.
Figura 24 – Espectro Eletromagnético
Fonte: Carron, Piqueira e Guimarães (2017).
Tenha sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao 
vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/655
140 Engenharia elétrica
A matriz energética brasileira, relativa à energia 
elétrica, é, predominantemente, constituída por 
fontes renováveis.
Como estamos discutindo, desde a primeira unidade, 
as questões energéticas do planeta, queremos termi-
nar apresentando alguns dados de interesse geral.
A Figura 25 indica a matriz energética brasilei-
ra, relativa à geração de energia elétrica, em 2011, 
e podemos observar a predominância de energias 
renováveis (Hidráulica, Biomassa e Eólica), indi-
cando um país responsável em relação ao uso dos 
recursos naturais.
Na Figura 26, observamos a evolução da matriz 
energética brasileira, comparada com a matriz 
mundial, evidenciando a qualidade do sistema 
brasileiro em termos de sustentabilidade.
Encerramos esta unidade, convidando os enge-
nheiros eletricistas de todas as especialidades: má-
quinas, sistemas de potência, telecomunicações, au-
tomação e controle, eletrônica, computação, software, 
biomédica, redes e todos os outros a realizar seus 
projetos, preservando a energia de nosso planeta.
Fontes de Energia
141UNIDADE V
Biomassa
29,7% Petróleo e
derivados
38,4%
Gás
natural
9,3%
Hidro-
elétrica
15,0%
Carvão
6,4%
Urânio
1,2%
Biomassa
11,2%
Petróleo e
derivados
35,3%
Gás
natural
20,9%
Hidro-
elétrica
2,1%
Carvão
24,1%
Urânio
6,4%
Brasil Mundo
44,7% renovável 13,3% renovável
BRASIL (2011)
Hidráulica2
81,7%
Biomassa3
6,5%
Eólica
0,5%
Gás Natural
4,6%Derivados de
Petróleo
2,5%
Nuclear
2,7%
Carvão e
Derivados1
2,7%
BRASIL (2011)
Hidráulica2
81,7%
Biomassa3
6,5%
Eólica
0,5%
Gás Natural
4,6%Derivados de
Petróleo
2,5%
Nuclear
2,7%
Carvão e
Derivados1
2,7%Figura 25 – Matriz energética (elétrica) brasileira – 2011
Fonte: Brasil Nosso ([2017], on-line)7.
Figura 26 – Matriz energética: comparação Brasil-mundo
Fonte: 3Bp ([2017], on-line)8.
Prever as expansões da matriz energética brasileira é de interesse de toda população. Para entender 
mais do assunto, assista à palestra do professor José Goldemberg, disponível no link: .
142
1. Fazem parte do escopo da Engenharia Elétrica:
a) Geração e distribuição de energia, pontes e telecomunicações.
b) Telecomunicações, estradas e computadores.
c) Computadores, pontes e estradas.
d) Geração e distribuição de energia, computadores e telecomunicações.
e) Pontes, estradas e siderurgia.
2. Nas usinas hidrelétricas e eólicas, a energia se converte de:
a) Nuclear em elétrica.
b) Mecânica em elétrica.
c) Química em elétrica.
d) Térmica em elétrica.
e) Elétrica em química.
3. Nas usinas termelétricas e nucleares, a energia se converte de:
a) Nuclear em elétrica.
b) Mecânica em elétrica.
c) Química em elétrica.
d) Térmica em elétrica.
e) Elétrica em química.
4. Os fenômenos elétricos são conhecidos pela humanidade desde:
a) 1945.
b) 1800.
c) 1793.
d) Século VI a.C.
e) Século I a.C.
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
143
5. A primeira máquina destinada a armazenar energia elétrica foi concebida por:
a) Pieter van Musschenbroek .
b) André Marie Ampère.
c) Michael Faraday.
d) Tales de Mileto.
e) Isaac Newton.
6. A relação matemática entre correntes elétricas e campos magnéticos foi pro-
posta por:
a) Pieter van Musschenbroek 
b) André Marie Ampère.
c) Michael Faraday.
d) Tales de Mileto.
e) Isaac Newton.
7. A conversão eletromecânica de energia fundamenta-se no fenômeno da:
a) Eletrólise.
b) Indução eletromagnética.
c) Atração eletrostática.
d) Gravitação universal.
e) Conservação do momento angular.
8. A geração de energia elétrica em grandes quantidades deve, preferencialmente, 
ser feita em:
a) CC.
b) CA.
c) CC ou CA, pois são equivalentes.
d) Geradores químicos.
e) Geradores termo hidráulicos.
9. A transmissão de energia elétrica para grandes distâncias deve ser em:
a) CC.
b) CA.
144
c) CC ou CA, pois são equivalentes.
d) Via rádio.
e) Via micro-ondas.
10. Suponha que as ondas eletromagnéticas no vácuo tenham comprimento de 
onda 1,2. 10-4. A frequência de um receptor sintonizado deve ter para captá-las:
a) 2,5. 1012 Hz.
b) 2,5. 1018 Hz.
c) 2,5. 109 Hz.
d) 2,5. 1016 Hz.
e) 2,5. 1020 Hz.
11. A frequência de uma onda eletromagnética depende:
a) Do meio.
b) Da velocidade de propagação.
c) Do comprimento de onda.
d) Da densidade do meio.
e) Da fonte.
12. Todas as ondas eletromagnéticas têm, no vácuo:
a) A mesma velocidade de propagação.
b) O mesmo período.
c) A mesma frequência.
d) O mesmo comprimento de onda.
e) O mesmo índice de refração.
13. O percentual total de energia elétrica consumida no Brasil, proveniente de fontes 
renováveis, no Brasil, em 2011, era:
a) 88,7%.
b) 92,5%.
c) 6,8%.
d) 78,9%.
e) 42%.
145
Energia e Meio Ambiente
Autor: Roger A. Hinrichs, Merlin Kleinbach, LineuBelico dos Reis
Editora: Cengage Learning
Sinopse: Energia e meio ambiente – Tradução da 4ª edição norte-americana, é um 
livro que enfatiza os princípios físicos por trás do uso da energia e seus efeitos 
sobre nosso ambiente. Aborda a desregulação e o aumento da competição no 
setor de geração de energia, o aumento dos preços do petróleo e o crescente 
compromisso global com as fontes de energia renováveis. Ao examinar os di-
ferentes aspectos de cada recurso energético, inclui os princípios envolvidos e 
as consequências ambientais e econômicas do seu uso, e enfatiza o impacto 
ambiental do consumo de combustíveis fósseis, a poluição atmosférica e o 
aquecimento global.
Esta edição inovadora traz artigos que discutem a questão energética no Brasil. 
São discutidos os padrões de uso da energia no Brasil, a conservação, a energia 
de combustíveis fósseis, a energia solar, as fontes renováveis de energia e a 
energia nuclear entre outros importantes temas.
Trata-se de uma obra de referência para estudantes e profissionais das várias 
áreas da engenharia e das ciências exatas.
Comentário: Livro excelente para que o futuro engenheiro, de todas modali-
dades, possa conhecer os problemas associados à sustentabilidade de nosso 
planeta.
LIVRO
146
Carron, W.; PIQUEIRA, J. R. GUIMARÃES, O. Física-PNLD. São Paulo: Editora Ática, 2017.
NEUMANN, J. V. The Computer and the Brain, USA: Yale University Press, 1958.
PIQUEIRA, J. R. C.; BRUNORO, C. M. Energia: uso, geração e impactos ambientais. São Paulo: Editora Anglo, 
2000. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2017.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1Em: . Acesso em: 16 nov. 2017.
2Em: . Acesso em: 16 nov. 2017.
3Em: . Acesso em: 16 nov. 2017.
4Em: . Acesso em: 16 nov. 2017.
5Em: . Acesso em: 16 nov. 2017.
6Em:. Acesso em: 16 nov. 2017.
7Em: . Acesso em: 16 nov. 2017.
8Em: . Acesso em: 16 nov. 2017.
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147
1. D
2. B
3. D
4. D
5. A
6. B
7. B
8. B
9. A
10. A
Resolução:
λ = 1,2. 10-4m v=3. 108m/s.
f = v/λ = (3. 108)/ 1,2. 10-4 = 2,5. 1012Hz
11. E
12. A
13. A
Resolução:
Hidráulica (81,7) + Eólica(0,5) + Biomassa (6,5) = 88,7%
148
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