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1 A)Quatro a seis DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co- nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publi- cações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, ex- celência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de quali- dade. 3 Sumário DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL ............................................... 1 NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 1. CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL .............................................................................................. 5 1.1 Princípios do Dreito Ambiental Internacional ............................... 10 1.2 Fontes de Direito Abiental Internacinal ........................................ 12 2. INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS PARA A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL ..................................................................................................... 13 2.1 Relatórios internacionais sobre o meio ambiente e o futuro do uso dos recursos naturais ................................................................................... 13 2.1.1 Relatório Brundtland .............................................................. 15 2.2 Conferências mundiais sobre meio ambiente .............................. 18 1.2.1 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972) ..................................................................................... 18 2.2.2 Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92, Rio-92 ou Cúpula da Terra) ........................................................ 20 3. ORGANIZAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS QUE ATUAM COM MEIO AMBIENTE ............................................................................................. 21 3.1 Organização das Nações Unidas para a alimentação e a Agricultura (FAO) .......................................................................................... 22 3.1.1 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) .................................................................................... 22 3.1.2 Patrimônio Mundial da Humanidade ...................................... 23 4. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS ESPECIALIZADAS EM PROTEÇÃO AMBIENTAL ................................................................................ 24 4.1 União Internacional para a Conservação da Natureza ................. 24 file://///192.168.0.2/v/Pedagogico/JURÍDICA/DIREITO%20AMBIENTAL/DIREITO%20AMBIENTAL%20INTERNACIONAL/APOST.%20DIREITO%20AMBIENTAL%20INTERNACIONAL.docx%23_Toc154046297 4 4.1.1 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) .................................................................................................................. 24 4.1.2 Fundo Mundial para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF) .......................................................................................... 25 5. ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGS) ............... 25 6. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL ATINENTES À ÁGUA ....................................................................................... 27 6.1 Princípio da satisfação das necessidades humanas vitais ........... 27 6.1.1 Princípio da utilização equitativa e razoável .......................... 28 6.2 Regulação internacional sobre o tem o tema ............................... 29 7. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS INTERNACIONAIS .............................. 32 8. REFERÊNCIAS: ........................................................................... 35 5 1. CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL Inicialmente, vale apresentar o conceito de Direito Ambiental apresentado pelo professor Antunes (2021): É um direito que tem por finalidade regular a apropriação econômica dos bens ambientais, de forma que ela se faça levando em consideração a sustentabilidade dos recursos, o desenvolvimento econômico e social, assegurando aos interessados a participação nas diretrizes a serem adotadas, bem como padrões adequados de saúde e renda. Ele se desdobra em três vertentes fundamentais, que são constituídas pelo: (I) direito ao meio ambiente, (II) direito sobre o meio ambiente e (III) direito do meio ambiente. (ANTUNES, 2021, p. 7) Assim, ampliando o conceito para a esfera internacional, Mazzuolli (2021) apresenta como: O conjunto de regras e princípios criadores de direitos e deveres de natureza ambiental para os Estados, para as organizações internacionais intergovernamentais e, também, para os particulares (indivíduos e organizações privadas). (MAZZUOLI, 2021, p. 924). Portanto, sucintamente, pode-se destacar que o Direito Ambiental Internacional ou o Direito Internacional do Meio Ambiente corresponde ao compilado de normas, abarcando princípios, regras expressas e costumes, presentes no cenário internacional, destinados à proteção do meio ambiente, considerando todos os seus aspectos, ou seja, os recursos naturais, o ambiente ao seu redor, que articule com o desenvolvimento econômico e social além de seus habitantes, considerando pessoas humanas e toda a fauna. Importante destacar que o Direito Ambiental Internacional não é uma ciência autônoma, mas possui destaque diante da dimensão e preocupação de Estados e organizações internacionais, que os danos advindos dessa intervenção junto ao meio ambiente ocasionam para além das fronteiras dos Estados propriamente dito. 6 É importante mencionar a evolução histórica do Direito Ambiental no cenário internacional e, para isso, é importante retornar ao ano de 1972, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também denominado como Conferência de Estocolmo. Essa conferência tem uma relevância para o Direito Ambiental no cenário interno e internacional, justamente porque consiste no primeiro grande evento de defesa do meio ambiente de repercussão internacional, tratando da importância do debate da proteção do meio ambiente no plano internacional, contando com a presença de cento e treze estados e mais de quatrocentas organizações não governamentais (MAZZUOLI, 2021, p. 926). Esse evento ocorreu em razão de uma série de outras repercussões e manifestações solenes na seara ambiental, que ocorreram durante o período das grandes guerras mundiais, mas, um evento de destaque com grande repercussão no mundo, foi o caso da Fundição Trail, consistindo em uma arbitragem entre EstadosUnidos e Canadá sobre poluição atmosférica transfronteiriça, uma vez que as demandas internas, junto aos tribunais americanos e canadenses, apesar de favoráveis à não contaminação, não cessaram as emissões (MAZZUOLI, 2021, p. 925).Sobre os fatos, a Fundição Trail, localizada junto ao Canadá, realizava a emissão de fumaça tóxica de dióxido de enxofre, em razão do uso do cobre e zinco. Essa fumaça tóxica se destinava aos Estados Unidos, causando prejuízos à agricultura, animais e à saúde dos habitantes do entorno contaminado. Em 1941, foi encerrado o julgamento com a decisão favorável aos Estados Unidos e a expressão de um princípio até hoje utilizado e presente em diversos tratados ambientais, que corresponde a proibição de qualquer Estado em usar ou permitir o uso de seu território para a emissão de gases que gerem danos ao território alheio, bens ou pessoas quando apresentar consequências graves e o dano for comrpovado. Portanto, esse caso apresenta a inovação do uso e difusão de um princípio base do Direito Ambiental Internacional e questões ambientais de repercussão internacional ganham corpo à medida que outros casos acabam surgindo junto aos tribunais, versando sobre poluição atmosférica transfronteiriça, contaminação de mares e aguas internacionais e o uso de 7 recursos naturais comuns, especialmente no período pós-guerra, fomentando o surgimento de tratados internacionais de cunho preservacionista do meio ambiente, de modo a evitar as contaminações do ar e das águas, bem como da limitação à caça e à pesca, junto à espécies determinadas, reconhecendo a impossibilidade de uso indiscriminado e insustentável dos recursos naturais. Da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano surgem documentos importantes, como a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecido como Declaração de Estocolmo, que apresenta os principais princípios ambientais de cunho político; o Plano de Ação para o Meio Ambiente, contemplando recomendações para o desenvolvimento de políticas ambientais alinhadas ao desenvolvimento sustentável; e a resolução que instituiu o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que é um órgão subsidiário da Assembleia Geral, que tem o objetivo de fomentar ações e programas de proteção ao meio ambiente no cenário internacional e nacional junto aos Estados-membros. Desse modo, é evidente a relevância da Conferência de Estocolmo na seara jurídica ambiental internacional, trazendo repercussões junto à legislação internacional, como também interna dos Estados. Outro aspecto que merece menção é que a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano apresenta a ideia da necessidade de preservação dos recursos naturais e do meio ambiente, de modo a propiciar o desenvolvimento econômico, assim, apresenta o conceito de desenvolvimento sustentável de modo muito embrionário, porém, sem o torná-lo expresso. Após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, apesar do fomento e ampliação das normas de Direito Ambiental Internacional, incidentes ambientais de proporção internacional continuaram a ocorreram nos anos subsequentes e em número cada vez maiores. Diante desse cenário, é possível citar alguns casos famosos, como o uso do agente laranja na Guerra do Vietnã, que é um agente tóxico desfoliante que auxiliava no combate junto às florestas vietnamitas e gerou a contaminação das águas superficiais e 8 subterrâneas, acarretando uma série de doenças junto à população vietnamita. Ademais, em 1986, houve o incêndio de uma fábrica de inseticidas na Suíça, ocasionando a contaminação do Rio Reno pelas águas utilizadas para apagar o incêndio, poluindo as águas ao longo do rio Reno, ocasionando a mortandade de espécies fluviais e afetando todos os países cortados por ele. Por fim, em 1986, houve a contaminação radioativa pela Usina de Chernobyl, na Ucrânia, com o superaquecimento de um de seus quatro reatores, que culminou com a explosão do reator, gerando a emissão de gases radioativos na atmosfera e a exposição do núcleo radioativo deste reator, com efeitos fatais para a população do entorno da usina. Esse acidente trouxe efeitos globais de contaminação, já que houve a dispersão desses gases para diversos países europeus, como a Polônia, Alemanha, Áustria, Itália, França, Bélgica, Países Baixos e Turquia, além de países de outros continentes, como Japão, China, índia, Estados Unidos, Canadá, entre outros. Diante desse cenário nefasto, em 1987, a Assembleia Geral das Nações Unidas divulgou o relatório preparado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, denominado como Nosso Futuro Comum. Esse relatório ficou conhecido mundialmente como Relatório Brundtland, sendo apresentadas propostas para implementação de políticas e programas para o fomento do desenvolvimento sustentável.O Relatório Brundtland inovou com a apresentação da ideia basilar para o conceito de desenvolvimento sustentável quando informa: A humanidade tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável para garantir que ele atenda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias precisa. O conceito de desenvolvimento sustentável implica limites não limites absolutos, mas limitações impostas pelo estado atual da tecnologia e organização social sobre recursos ambientais e pela capacidade da biosfera de absorver os efeitos das Atividades. Mas a tecnologia e a organização social podem ser gerenciadas e melhoradas para tornar caminho para uma nova era de crescimento econômico. (ONU, 1987, p. 16). Outro aspecto de destaque do relatório, é que apresentou a tese sobre responsabilidade coletiva em relação à proteção de recursos naturais universais, 9 como clima e biodiversidade, expressando a necessidade de assistência dos países desenvolvidos para com os países em desenvolvimento. Este trabalho foi importante porque acarretou influências para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, que ocorreu no Rio de Janeiro e contou com a participação de cento e setenta e oito estados. Essa Conferência ficou popularmente conhecida como Cúpula da Terra ou ECO-92. Do mesmo modo que a conferência realizada, em 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento resultaram em documentos importantes, como a Agenda 21, que é um documento com proposição de políticas públicas junto à área social, econômica e ambiental pelos países membros; a Declaração de Princípios sobre as Florestas, que correlaciona princípios para a exploração econômica de florestas, especialmente as tropicais; e a Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que é um compilado de princípios não vinculantes que imperam no Direito Ambiental com a apresentação de temas como responsabilidade, proteção de interesses futuros e o combate à pobreza e desigualdades sociais. A Cúpula da Terra ainda trouxe outro legado relevante, que foi a criação da Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que era um órgão do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, com o objetivo de acompanhar a implementação da Agenda 21 e avanços das políticas de promoção do desenvolvimento sustentável. Em 2013, a Comissão foi substituída pelo Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, sendo um órgão vinculado à Assembleia Geral. Portanto, é claro que o Direito Ambiental Internacional merece destaque, especialmente na análise e implementação das normas já apresentadas, como de toda sua evolução histórica, quedemonstra com exemplos graves a importância da proteção do meio ambiente em um cenário globalizado, alterando algumas concepções sobre responsabilidade e uso de recursos naturais. 10 1.1 Princípios do Dreito Ambiental Internacional Após a apresentação da evolução histórica e consolidação do Direito Ambiental Internacional, mediante a análise dos documentos internacionais de maior destaque, merece atenção o estudo acerca dos princípios expressos e utilizados no Direito Ambiental Internacional. No âmbito do Direito Ambiental Internacional, alguns documentos já mencionados apresentam alguns fundamentos importantes, como Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. É também necessário analisar outros documentos importantes, como a Convenção-Quadro sobre Mudança Climática e a Convenção sobre Biodiversidade, que apresentam conceitos e fundamentos de princípios que serão apresentados. Assim, os princípios que serão tratados são: Figura: 1 Princípios de Direito Abiental Internacional Assim, o princípio do desenvolvimento sustentável se destaca após o surgimento da Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e 11 Desenvolvimento e tem como principal ideia a atribuição do elemento meio ambiente às políticas de desenvolvimento, seja no campo econômico, social e cultural, de modo a alcançar as gerações presentes e futuras. Esse princípio ainda vislumbra o uso de modo equitativo dos recursos naturais considerados comuns. Por fim, se extrai a concepção de melhoria junto aos aspectos procedimentais administrativos, porém, isso se efetiva especialmente no âmbito interno, permitindo maior participação da sociedade em questões de desenvolvimento econômico articulados às intervenções junto ao meio ambiente. O princípio da precaução está presente na Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, se fundamentando no conceito de que, em caso de perigo de dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada como razão para que seja adiada a adoção de medidas eficazes em função dos custos para impedir a degradação ambiental. Já o princípio do poluído-pagador, também está expresso junto à Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, e tem como premissa a determinação acerca da internalização no ordenamento interno de mecanismos e instrumentos de responsabilidade e de medidas preventivas, que tornem o poluidor o único a arcar com os custos ambientais advindos do seu negócio, fortalecendo não a ideia de indenização, mas o não incentivo ao estabelecimento de padrões de qualidade baixos, incentivando a atenção e o cuidado com o exercício de atividades/ ações de alto impacto. Por fim, o princípio da responsabilidade comum, porém, diferenciada, apresenta três pontos de reflexão: a) necessidade de cooperação mundial entre os Estados na preservação do meio ambiente; b) todos os Estados possuem a responsabilidade comum na implementação de artifícios para a preservação ambiental; c) gradação diferenciada de responsabilidade entre os Estados, tendo como pressuposto o desenvolvimento econômico ao longo da história, assim, países desenvolvidos possuem uma responsabilidade maior no esforço de preservar o meio ambiente junto aos países em desenvolvimento. 12 Portanto, os princípios apresentados estão presentes no Direito Ambiental Internacional e devem ser observados e aplicados em temáticas e controvérsias que possam ser suscitadas especialmente nas Cortes Internacionais. 1.2 Fontes de Direito Abiental Internacinal As fontes do Direito Ambiental Internacional são idênticas às fontes presentes no Direito Internacional, lembrando que o Direito Ambiental Internacional não é uma ciência autônoma, mas que apenas se destaca ante sua relevância no cenário internacional. Importante esclarecer que existem as fontes formais, que são os locais de onde provém, emana, nasce a norma jurídica, sendo reconhecidos os tratados internacionais, costumes internacionais e princípios gerais. A doutrina e a jurisprudência internacionais são meios auxiliares para a determinação da regra de Direito a ser aplicada, conforme estabelece o Estatuto da Corte internacional de justiça, junto a seu artigo 38. Portanto, pode-se estabelecer que as fontes do Direito Ambiental Internacional são: Figura: 2 Fontes do Direito Ambiental Internacional 13 Sucintamente, as fontes do Direito Ambiental Internacional são idênticas às fontes do direito internacional, com a diferenciação em relação à sua aplicação específica junto às questões ambientais e estão segmentadas em fontes formais e meios auxiliares de interpretação, conforme estabelece o Estatuto da Corte Internacional de Justiça, sendo mecanismos de indicação de normas a serem aplicadas. Portanto, é possível verificar a relevância e importância do Direito Ambiental Internacional no cenário global, especialmente nas últimas décadas; compreender e identificar as fontes formais de Direito Internacional, replicáveis ao Direito Ambiental Internacional e seus meios auxiliares de interpretação; e, ainda, identificar os principais princípios aplicáveis ao Direito Ambiental no plano internacional, que acabam sendo utilizados pelas cortes internacionais. 2. INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS PARA A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL Neste capítulo vamos estudar os primeiros instrumentos internacionais que dão conta da problemática ambiental. Veremos o que foram os famosos Relatório Meadows (Meadows; Meadows; Randers, 1972) e Relatório Brundtland Brundtland (Brundtland et al. 1991) e o que eles apontaram em termos de degradação ao meio ambiente e suas possíveis soluções. Veremos ainda as principais conferências mundiais sobre meio ambiente, a conferência de Estocolmo e a Eco 92, bem como os princípios do direito internacional delas decorrentes. 2.1 Relatórios internacionais sobre o meio ambiente e o futuro do uso dos recursos naturais Em 1968, o empresário italiano Aurélio Peccei criou o Clube de Roma, que reunia intelectuais, cientistas, humanistas, industriais, funcionários públicos, entre outros, da Europa e América do Norte. O seu objetivo era debater a crise do presente e do futuro da humanidade. O Clube, que foi fundado na cidade de 14 Roma, na velha academia de Galileu (Academia dei Lincei), elaborou, para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), um relatório sobre os limites do crescimento, que foi concluído em julho de 1971 e publicado em 1972, sob a direção de Donella Meadows, com o título Limits to growth (Os limites do crescimento) (Meadows; Meadows; Randers, 1972). Para a elaboração do relatório, foi utilizado um sistema computacional (chamado World3) para simular as consequências da interação entre os sistemas do planeta Terra com os sistemas humanos. O documento assinala o tempo necessário para o esgotamento dos recursos naturais, caso fossem mantidas as tendências de crescimento até então prevalecentes (Meadows; Meadows; Randers, 1972). Versa ainda sobre os danos irreversiveis causados ao meio ambiente, em consequência da má utilização dos recursos naturais no planeta, objetivando atender de forma descontrolada às demandas da crescente população. O relatório Os limites do crescimento foi publicado em forma de livro e vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tomando-se um dos livros sobre meio ambiente mais vendidos da história (Meadows; Meadows; Randers, 1972). A sua análise é dividida em cinco itens(Meadows; Meadows, Randers, 1972). 1. Crescimento populacional: 2. Produção agrícola: 3. Produção industrial 4. Poluição, 5. Consumo de recursos naturais. A tese central do livro é de que o crescimento continuo da economia global com um uso cada vez maior de recursos naturais para sustentar um número cada vez maior de pessoas, levania a um colapso da economia e das condições de vida no século XXI. O estudo alertava de que apenas uma mudança no 15 comportamento, nas políticas e na tecnologia poderia evitar esse colapso (Meadows; Meadows; Randers, 1972). O relatório não tinha a intenção de ser uma previsão futuristica, mas sim prover meios de se entender a dinâmica e o comportamento do sistema econômico mundial, suas tendências e as relações desse sistema com a presença humana, bem como seus impactos sobre a vida no planeta (Meadows, Meadows, Randers. 1972). Em 1993, os mesmos autores do Relatório Meadows publicaram uma revisão do estudo chamada Beyond the limits: confronting global collapse, envisioning a sustainable future (Meadows; Meadows; Randers, 1993). Nela, os autores rebatem boa parte das críticas que o relatório recebera e reafirmam as conclusões iniciais. Em 2004, nova recisão é publicada, dessa vez intitulada Limits to growth: the 30 years update ( Meadows; Meadws; Randers, 2004). Já em 2008, em artigo intitulado A comparison of the limits to growth with 30 years of reality, o pesquisador australiano Graham M. Turner (2008, tradução nossa) compara as preevisões estatísticas do Relatório Meadwos com 30 anos de dados (de 1970 a 2000) e chega à seguinte conclusão: De acordo com os dados disponíveis, como previu o estudo de 1972, o sistema global está em uma trajetória insustentável rumo a um colapso antes da metade do século XXI, a menos que haja uma rápida e substancial redução no comportamento consumista, em combinação com um adequado progresso tecnológico. 2.1.1 Relatório Brundtland Em 1983, a Assembleia Geral da ONU estabeleceu a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, para a qual foi designada como presidente a ex-primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. Em 1987, a comissão publicou seu relatório intitulado Our common future (Nosso futuro comum), que ficou conhecido como Relatório Brundtland (Brundtland et al., 1991). O relatório demorou anos para ficar pronto, pois a comissão realizou um esforço incomum para ouvir cientistas, institutos de pesquisa, ONGs e 16 movimentos sociais, lideres, industriais e analistas do mundo inteiro. Os seus objetivos eram (Brundtland et al., 1991): • Reexaminar os principals problemas relativos a meio ambiente e desenvolvimento e formular propostas inovadoras, concretas e realistas para solucioná-los; • Reforçar a cooperação internacional, quebrando a fraca solidariedade global na questão ambiental, de modo a que houvesse uma efetiva influência nas políticas, em direção às mudanças necessárias; • Aumentar o nivel de compreensão e, principalmente, de comprometimento dos diversos atores envolvidos. As áreas de análise do relatório foram (Brundtland et al., 1991): 1. Crescimento populacional; 2. Segurança alimentar 3. Patrimônio genético 4. Energia: 5. Industria: 6. Assentamento humanos. O Relatório Brundtland ficou famoso principalmente por ter criado o conceito de desenvolvimento sustentável, que seria “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações Suturas atenderem às suas necessidades (Brundtland et al, 1991). O conceito de desenvolvimento sustentável abragindo pelo relatório traz uma ideia do que a ser chamado de equidade ou justiça intergeracional (Brundtland et al., 1991). O report ainda falou da necessidade de ação para a redução da probleza, a igualdade de gêneros e uma melhor distribuição das riquezas, já que esses fatores estão intimamente ligados ao desenvolvimento sustentável. A elasticidade do discurso contido no report fez com que suas ideias pudessem ser adotadas por organizações dos mais diversos tipos, tanto no mundo 17 desenvolvido quanto naquele em desenvolvimento, tanto por governos como ONGs, organizações internacionais e empresas (Brundtland et al., 1991). Algumas das medidas sugeridas pelo relatório foram (Brundtland et 1991): • Limitação do crescimento populacional; •Garantia de recursos elementares no longo prazo principalmente água, alimentos e energia; •Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; • Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias limpas; •Aumento da produção industrial dos países pobres com uso de tecnologias menos potentes (soluções ecológicas) •Controle da urbanização exagerata, integração entre campo e cidade e planejamento urbano responsável e eficiente. •Atendimento das necessidades básicas da população (morada, saúde, educação etc.) E, no âmbito internacional, o relatório recomendou: a adoção de critérios e estratégias de desenvolvimento sustentável por parte das organizações internacionais que trabalham com desenvolvimento e finaciamentos (ex.: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Banco Mundial etc.); a proteção dos ecossistemas supranacionais, patrimônio comum da humanidade, como a antértica e os oceanos: o fim das guerras, que são um absoluto contrassenso num mundo tão necessitado: a implantação de um programa de desenvolvimento sustentável no âmbito da ONU ( o que estabeleceu as bases para a realização da Eco-92) (Brundtand et al., 1991). 18 2.2 Conferências mundiais sobre meio ambiente 1.2.1 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972) A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano foi convocada por uma resolução da Assembleia Geral da ONU (Resolução nº 2.398/1968), por recomendação do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (Ecosoc/ONU) (ONU, 1968). A organização da conferência gerou intensos trabalhos preparatórios. Houve uma importante participação de ONGs em eventos paralelos, durante a conferência, uma novidade para a época. O encontro, que teve a presença de grandes lideres e chefes de Estado de todo o planeta, revelou uma cara oposição entre os interesses dos paises desenvolvidos e os dos paises subdesenvolvidos e em desenvolvimento. As perguntas eram quem paga a conta? O esforço deve ser uniforme para todos? E possivel proteger o meio ambiente sem combater a miséria e a desigualdade mundial? Portanto, a questão ambiental foi fortemente atrelada ao debate sobre desenvolvimento económico. Como resultado da Conferéncia de Estocolmo, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pruma). O relatório sobre a Conferéncia foi publicado como o livro Only one Earth: The care and maintenance of a small planet (Uma Terra somente o cuidado e manutenção de um pequeno planeta) tendo como autores Barbara Ward e René Dubos (1983). Outros resultados da conferència • Adoção do princípio da subsidiariedade em materia de meio ambiente no ordenamento jurídico da Comunidade Econômica Europeia. A Comunidade estabeleceria os padrões mínimos de proteção ambiental a serem seguidos pelos Estados-membros, eles prevalecendo sobre as legislações nacionais. 19 • No Brasil, na volta da conferência foi criada uma Secretaria especial do Meio ambiente, a nível federal (não havia Ministério do Meio ambiental). • Marcou definitivamente o surgimento de uma diplomacia ambiental com os debates sobre meio ambiente ganhando prioridade na agenda global, desde então. • Declaraçãode Estocolmo (ONU, 1972), que contém 26 princípios de direito ambiental internacional. A importância para o direito internacional do meio ambiente é tão grande quanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos para os direitos humanos. Os 26 princípios da Declaração de Estocolmo (ONU, 1972), segundo clarke e Timberlake (1982, citados por Panachão). 1. Os direitos humanos devem ser defendidos; apartheido e o colonismo devem ser condenados. 2. Os recursos naturais devem ser preservados. 3. A capacidade da Terra de produzir recursos renováveis deve ser mantida. 4. A fauna e a flora silvestres devem ser preservadas. 5. Os recursos não renováveis devem ser compartilhados, não esgotados. 6. A poluição não deve exceder a capacidade do meio ambinete de neutralizá-la. 7. A poluição danosa aos oceanos deve ser evitada. 8. O desenvolvimento é necessário à melhoria do meio ambiente. 9. Os países em desenvolvimento requerem ajuda. 10. Os países em desenvolvimento necessitam de preços justos para suas exportações, para que realizem a gestão do meio ambiente. 11. As politícas ambientais não devem comprometer o desenvolvimento. 12. Os países em desenvolvimento necessitam de recursos para desenvolver medidas de proteção ambiental. 13. É necessário estabelecer um planejamento integrado para o desenvolvimento. 20 14. Um planejamento racional deve resolver conflitos entre meio ambiente e desenvolvimento. 15. Assentamentos humanos devem ser planejados de forma a eliminar problemas ambientais. 16. Os governos devem planejar suas próprias politícas populacionais de maneira adequada. 17. As instituições nacionais devem planejar o desenvolvimento dos recursos naturais dos Estados. 18. A ciência e a tecnologia devem ser usadas para melhorar o meio ambiente. 19. E educação ambiental é essencial. 20. Deve-se promover pesquisas ambientais, principalmente em países em desenvolvimento. 21. Os Estados podem explorar seus recursos como quiserem, desde que não causem danos a outros. 22. Os Estados que sofrerem danos dessa forma devem ser indenizados. 23. Cada país deve estabelecer suas próprias normas. 24. Deve haver cooperação em questões internacionais. 25. Organizadores internacionais devem ajudar a melhorar o meio ambiente. 26. Armas de destruição em massa devem ser eliminadas. 2.2.2 Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco- 92, Rio-92 ou Cúpula da Terra) A Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contou com a participação de 178 Estados, 114 chefes de Estado, 10 mil delegados e representantes de mais de 1,4 mil ONGs. Resultados: • Declaração do Rio de Janeiro; • Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB); • Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas; • Declaração de Princípios sobre as Florestas; 21 • Agenda 21. A declaração do Rio de Janeiro (ONU, 1992) estabeleceu nove princípios que reafirmaram e ampliam os princípios de Estocolmo. Portanto, passam ser os seguintes os princípios do direito ambiental internacional: 1. Responsabilidade intergeracional; 2. Teoria do poluidor-pagador. 3. Precaução; 4. Supremacia do interesse público sobre interesse privados; 5. Intervenção estatal obrigatória na defesa do meio ambiente; 6. Cooperação internacional; 7. Avaliação prévia dos impactos ambientais; 8. Avaliação prévia dos imapctos ambientais; 9. Respeito à identidade, cultura e interesses das comunidades tradicionais. 3. ORGANIZAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS QUE ATUAM COM MEIO AMBIENTE A partir da Segunda Guerra ocorre uma mudança profunda em direção ao internacionalismo (de valores, atitudes). Ocorre toda uma mobilização para a reconstrução e se aposta, com a criação da ONU, na cooperação intercional multilateral. Franklin Roosevelt, então presidente dos EUA, diz que “o acesso justo de todos aos recursos naturais e portanto, a conservação, são as bases para a paz permanente”. Roosevelt é quase convencido, pelo ambientalista Gifford Pinchot, a incluir nas negociações do pós-guerra, com as demais poptências, a criação de uma organização internacional para o meio ambiente, pela sua ligação com a preservação da paz. Mas, desiste da ideia, sob influência do Departamento de 22 Estado norte-americano, que alega que já se criara o Ecosoc/ONU, a Organização das Nações Unidas para a alimentação e a Agricultura (FAO) e o Banco Mundial, os quais, de um modo ou de outro, acabariam lidando com a temática. 3.1 Organização das Nações Unidas para a alimentação e a Agricultura (FAO) A FAO foi fundada em 1945, na cidade do Quebec, Canadá. A sede da organização foi transferida em 1951 para Roma, na Itália. O objetivo da FAO é aumentar a capacidade da comunidade interncional para, de forma eficaz e coordenada, promover o suporte adequado e sustentável para a segurança alimentar e a nutrição global. O foco é o combate à fome, à desnutrição e à insegurança alimentar (ONU.). A FAO promove investimentos, conhecimento e informação na agricultura e áreas relacionadas, além de contribuir para o aperfeiçoamento da produção agrícola e da criação de gado e a transferência de tecnologia aos países em desenvolvimento. Também fomenta a conservação dos recursos naturais, estimulando o desenvolvimento da pesca, da piscicultura, a proteção dos ecossistemas florestais e das fontes de energia renováveis (ONU). Suas principas atividades são: Desenvolver assistência para países subdesenvolvidos e desenvolvidos; promover o conhecimento e a infomação sobre a nutrição, alimentação, agricultura, silvicultura e pesca e assuntos correlatos; aconselhamento a governos; servir como um fórum neutro para discutir e formular politícas nos principais assuntos relacionados com a agricultura e a alimentação. (FAO, 2016). 3.1.1 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) foi criada em 1945 com o objetivo de “construir a paz na mente do homem”. Atua em cinco grandes áreas: educação, ciências naturais, ciências 23 humanas e sociais, comunicação e informação, cultura. A sede da organização fica em Paris, possuindo diversos escritórios no mundo, inclusive em Brasília. Entre seus objetivos estão: • Fomentar uma educação de qualidade e para todos; • Estimular o diálogo intercultural e promover a diversidade cultural; • Buscar a cooperação científica em temas relevantes para a humanidade; • Proteger a liberdade de expressão como condição para a demogracia. 3.1.2 Patrimônio Mundial da Humanidade Em 1972, foi assinada a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural (Unesco, 1972), que estabelece os deveres dos Estados-partes na identificação de potenciais locais que preencham os requisitos desse tipo de patrimônio e o papel desses Estados na sua proteção e preservação. A Unesco possui uma lista de locais, que podem ser culturais ou naturais, que são considerados Patrimônio Mundial da Humanidade. A lista é administrada pelo Comitê do Patrimônio Mundial e recursos para a preservação desses locais podem ser obtidos por meio do Fundo para o Patrimônio Mundial, que disponibiliza cerca de 4 milhões de dólares, por ano, a título de assistência internacional. Os locais pertencem e são administrados pelos próprios países e autoridades locais. São 1.031 locais: 802 culturais, 197 naturais, 32 mistos, em 163 países; 48 desses locais compõem a lista do Patrimônio Mundial em risco. Exemplos de locais naturais protegidos no Brasil: • Parque Nacional do Iguaçu (onde ficam as Cataratas doiguaçu); • Reservas da Mata Atlântica; • Pantanal Mato-grossense; • Reservas da amazônia; • Fernando de Noronha. 24 4. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS ESPECIALIZADAS EM PROTEÇÃO AMBIENTAL 4.1 União Internacional para a Conservação da Natureza Em 1948, é criada a União Interncional para aConservação da Natureza (IUCN), com sede em Gland, na Suiça. A IUCN tem como membros mais de 84 países, 700 ONGs e milhares de especialistas e cientistas do mundo todo, estando entre as principais organizações ambientais do mundo. A missão da IUCN é influenciar, encorajar e assistir sociedades, em todo o mundo, na conservação da integridade e biodiversidade da natureza, e assegurar que todo e qualquer uso dos recursos naturais seja equitativo e ecologicamente sustentável (IUCN). 4.1.1 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) Criado em 1972 na Conferência de Estocolmo, o Pnuma tem sua sede em Nairóbi, no Quênia. Faz parte do seu trabalho publicar estudos científicos nas suas diferentes áreas de concentração, que oferecem panoramas aprofundados sobre os problemas ambientais do mundo e sua relação com a sociedade, ao mesmo tempo que dá instrumentos a alternativas para que a realidade atual se modifique em direção a um modelo de vida sustentável (Programa, 2019). O principal objetivo do Pnuma é coordenar as ações internacionais de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável, nos seguintes âmbitos: • Mudanças climáticas; • Desastres naturais; • Governança ambiental; • Proteção dos ecossistemas: • Lixo e produtos químicos; • Eficiência na gestão dos recursos; • Planejamento e monitoramento ambiental. 25 4.1.2 Fundo Mundial para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF) O Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) foi criado em 1991 pelo banco Mundial, com o objetivo de auxiliar os países em desenvolvimento na implementação de projetos que buscassem soluções para as preocupações globais em relação à proteção dos ecossistemas e da diversidade biológica (GEF.). Na Eco-92, o GEF é transformado em instituição independente. O GEF financia proetos ambientais no mundo todo. Os projetos são implementados em parceria entre o Pnuma, o Pnudo e o Banco Mundial, nas áreas de biodiversidade, mudanças climáticas, proteção das águas internacionais, proteção da camada de ozônio, combate à poluição, entre outras. O GEF também serve como mecanismo financiador de alguns tratados internacionais ambientais: • Convenção sobre Diversidade Biológica; • Convenção sobre Mudanças Climáticas; • Convenção de Combate à Desertificação; • Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes. 5. ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGS) A origem do termo Organizações Não Governamentais (ONG) remonta ao sistema de representações das Nações Unidas, que denominava assim as organizações internacionais que, embora não representassem seus países, tinham presença e atuação significativas para justificar sua presença oficial na Organização das Nações Unidas (ONU) e em suas agências e programas (Albuquerque, 2006). Nos anos 1960 e 1970, surgem diversas ONGs de cooperação internacional, no contexto da descolonização e do surgimento de um direito ao desenvolvimento. A origem de muitas ONGs, no Brasil e no mundo, está ligada 26 à proteção e defesa dos direitos humanos, muitas vezes como resposta a situações de extremas violências e discriminações. Vem da economia a ideia de terceiro setor, que quebra a dicotomia que havia entre Estado x não Estado, para originar uma ideia tripartite das atividades humanas – Estado x mercado x sociedade. Na década de 1990, surge a ideia de sociedade civil global, que seria compreendida como um sistema não governamental dinâmico de intituições socioeconômicos interconectadas. Na verdade, com a chamada crise de sobrevivência alardeada pelo Relatório Meadows (Meadows; Meadows; Randers, 1972) e outros, desde a década de 1970 já se desenvolvia uma visão mais ecocêntrica, agregando aos recursos naturais um valor em si mesmo, ou seja: eles passam a ser valorados pelo que são e não pela utilidade que podem ter para o homem. Sendo os problemas ambientais de natureza transnacional, não há como a sua solução estar adstrita à esfera dos Estados nacionais. Portanto, o próprio sistema ONU passa a contar com o envolvimento das instituições de mercado e da sociedade civil. É neste cenário de globalização das problemáticas ambientais, da busca por uma sustentabilidade e da fluidez de fronteiras entre os agentes sociais, é que as organizações da sociedade civil se organizam de forma mais intensa, para atuar nos mais diversos âmbitos. Contribui para isto o crescente sentimento de frustação da sociedade frente aos modos tradicionais de representatividade, em especial o sistema político- partidário. [...] [Há] um público sedento por uma participação política nova, que possa realmente refletir seus novos interesses e preocupações. (Alburquerque, 2006). Na América Latina, a situação de pobreza e a alta concentração de renda, somadas e uma grande biodiversidade no continente, levaram muitasorganizações a pensarem e a atuarem de uma forma interligada sobre os aspectos sociais e ambientais. Assim, o surgimento do chamdo socioambientalismo, no Brasil, está ligado à redemocratização do país (no final da década de 1980), pois esta permitiu à sociedade civil organizada desenvolver uma grande capacidade de mobilização e articulação. 27 Por outro lado, com a globalização, a partir da década de 1990, surgem redes, eventos e forús de discussão entre ONGs de diferentes países. Maior exemplo disso é o fórun Social Mundial, orrganizado em 2001, em Porto Alegre, que de um evento anual que congregava ONGs e movimentos sociais de todo os mundo se transformou em processo de integração permanente entre os atores da sociedade civil organizada a nível global. Existem milhares de organizações ambientais não governamentais, em nível local. Regional e global. Alguns exemplos de ONGs atuantes em vários países são: Greenpeace; WWF; The Nature conservancy (TNC); e World Resources Institute. No Brasil, algumas importantes ONGs ambientais são o Instituto Socioambiental (ISA), o SOS Mata Atlântica, a sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação ambiental (SPVS), o Instituto Akatu etc. Essas organizações possuem: • Importante papel de conscientização; • Participação em fórus de decisões nacionais e internacionais; • Função de gerar denúncias, protestos e pressão de autoridades (advocacy). 6. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL ATINENTES À ÁGUA 6.1 Princípio da satisfação das necessidades humanas vitais O princípio em tela reconhece que a expressão “necessidades humanas vitais”, previstas no art. 10 da Convenção da ONU sobre o Direito de Uso de Águas internacionais para fins distintos da navegação (2014), deve ser interpretada de maneira extensiva, não contemplando tão somente o uso da água para beber, preparar alimentos e para fazer higiene pessoal, mas todas as 28 atividades intermédiarias para alcançar aquele fim, por exemplo, a água necessária para as plantações e até mesmo para a manutenção de uma horta. Naturalmente, todos têm o direito de acesso à água, constituindo-se hoje em dia em um direito humano fundamental, “significando que qualquer pessoa, em qualquer lugar do planeta, pode captar, usar ou apropriar da água para o fim específico de sobreviver” (Machado, 2009). Assim, em caso de racionamento de água, as necessidades humanas vitais são classificadaspor ordem de prioridade, ou seja, a primeira das necessidades é a sede, a segunda o alimento e a terceira a higienização. O direito de acesso à água não pressupõe que ela seja gratuita ou custosa, pois aqueles que possuem capacidade para custear assim o farão; contudo, aqueles que não possuem condições, deles não poderá ser tolhido tal direito. Também cumpre notar que esse direito, geograficamente, é mais acessível para aqueles que ocupam propriedades limítrofes com cursos de água, se comparado áqueles afastados do recurso, o que demanda políticas de adequada distribuição de água potável à população. 6.1.1 Princípio da utilização equitativa e razoável O art. 5º da Convenção da ONU/1997 prevê que 1- Os estudos ribeirinhos devem, nos seus respectivos territórios, utilizar um curso de água internacional de forma equitativa e razoável. Um curso de água será, em especial, utilizado e desenvolvido por Estados ribeirinhos com vista à obtenção da sua utilização otimizada e sustentável e dos benefícios daí resultantes, tendo em conta interesses dos Estados ribeirinhos envolvidos, compatíveis com uma proteção adequada do curso de água. O conceito de desenvolvimento sustentável enquadra-se aqui, tendo surgido no âmbito do embate entre “tecnocêntricos” e “ecocêntricos” (Limiro, 2009, p.60), sendo que os primeiros priorizam o desenvolvimento econômico e, os segundos, enfatizam que o meio ambiente precisava ser protegido. Desse modo, esse princípio possui como conteúdo harmonizar a economia e o meio 29 ambiente, isto é, busca fazer com que o desenvolvimento seja feito de modo planejado, garantindo que a exploração dos recursos renováveis aconteça na mesma proporção que sua reposição. Observa-se que o desenvolvimento desmedido dos países e a excessiva produção de poluição está em descompasso com a capacidade de recomposição do meio ambiente. Todavia, deveriam coexistir de forma satisfatória, visando não impedir o crescimento econômico, mas sim explorar de maneira racional os recursos, nesse caso, os cursos de água, atendendo às necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações (Fiorillo, 2013). Por fim, esse princípio procura salvaguardar os recursos hidrícos para consumo humano. Já uma vez gerado o desequilíbrio é difícil retornar ao estado anterior. Infelizmente, a mentalidade predominante, especialmente no Brasil, ainda não possui consciência ecológica suficiente para se evitar o abuso, a poluição e o combate às causas dos danos ambientais no que tange à água. 6.2 Regulação internacional sobre o tem o tema A água, devido à sua importância, sempre foi motivo de guerras, conflitos e cooperação entre os povos. Diante da preocupação da comunidade interncional em promover e mitigar conflitos interncionais pelas àguas compertilhadas, surgiram diversos diplomas internacionais que produziram fontes de proteção jurídica para as àguas internacionais (Quadros; silva Filho, 2019, p.6) Na década de 1960, os interesses dos países em relação às águas transfronteiriças se limitavam a regular aas relações da navegação e da produção de energia hidroelétrica. A Declaração de Estocolmo, de 1972, foi o primeiro diploma internacional a tratar das relações de soberanias dos Estados com o meio ambiente. De lá para cá, o direito à água foi considerado um direito humano universal, estando intimamente ligado ao princípio da dignidade da pessoa humana (Quadros; Silva filho, 2019). 30 No que tange a oceano e mares, uma importante fonte de normas sobre a proteção do meio ambiente marinho é o que trata a Convenção da ONU sobre Direito do Mar, assinada em 1982, em Montego Bay (Jamaica). Seu art. 192 introduz uma obrigação geral dos Estados em "proteger e preservar o meio ambiente marinho". Já o art. 194 aprofunda-se dizendo que os Estados (não apenas os Estados-parte da Convenção) tem a obrigação de prevenir, reduzir e controlar todas as formas de poluição do meio ambiente marinho. Segundo a Convenção, isso se dá principalmente por meio do controle, por parte dos Estados, das embarcações que arvorem a sua bandeira. A Convenção de Montego Bay coloca um quadro-geral de normas sobre direito do mar, reconhecendo que questões mais especificas seriam reguladas por outros tratados, tais como a poluição decorrente dos navios, o despejo de lixo no mar, e a poluição no mar proveniente da terra. Ademais, existem mais de 40 tratados regionais sobre proteção de mares regionais, agrupados no Programa Mares Regionais da ONU Meio Ambiente. Já quanto à regulação internacional da água doce, é importante notar que apenas 2,5% da água do mundo é doce (97,5% é água salgada). Desses 2,5%, 68,5% está presa nas calotas polares, e o restante está nos aquiferos subterrâneas (30.1%). Ou seja, apenas 0,3% da água doce do mundo está na superfície , em rios e lagos ( Banco Mundial, 2010). Cabe destacar a Convenção-Quadro de Nova Iorque que tratou do Direito dos cursos de àgua Interncional para fins Diversos da Navegação, assinada em 1997, e que estabeleceu as bases principiológicas do direito interncional de águas. A convenção considera que cursos de água são compostos pelas bacias hidrográficas adjacentes, e a principal obrigação é a de que um Estado não pode causar dano a outro em relação às águas compartilhadas. Outra obrigaçao importante que decorre desse tratado é o dever do Estado de notificar com razoável antecedência a respeito do desenvolvimento de atividades potencialmente danosas para o outro Estado. Baseado no princípio geral da boa- fé, exige-se que consultas prévias entre os Estados ocorram antes da execução de qualquer medida, para evitar danos transfronteiriços e potenciais conflitos. 31 O direito internacional de águas, para a consecução de seus objetivos, resgata princípios que são os vértices da governança hídrica (Quadros; Silva Filho, 2019, p.7). Princípio da proteção: estabelece limites à soberania dos Estados, orientando a adoção de medidas preventicas para evitarem a repercussão dos efeitos nocivos das suas atividades sobre territórios de Estados vizinhos. Princípio da cooperação internacional: tem como objetivo o desenvolvimento de estratégias conjuntas entre os Estados, por meio da transferência de recursos materiais, tecnológicos e humanos de um Estado para proteger o meio ambiente e a saúde humana de outro Estado mais vulnerável – responsabilidade do próprio Estado em evitar danos ambientais, com a transferência de recursos de países mais ricos para a solução de probemas em relação à gestão dos cursos de água internacional. Princípio da participação: oferece oportunidade aos cidadãos de criticarem e participarem nos processos de decisões sobre as políticas públicas, que demandam publicidade, informação e transparência em relação à gestão da coisa pública. Por fim, cumpre salinetar que vêm se desenvolvendo esforços para regular internacionalmente o uso da água de aquíferos transfronteiriços, de modo a garantir o seu uso sustentável e evitar conflitos entre Estados que os compartilham. Em 2008, a Comissão de Direito Internacional da ONU adotou Proposta de Artigos sobre Direito dos Aquíferos Transfronteiriços, que além de reafirmar os princípios elencados anteriormente, dispõe que os Estados têm o dever de prevenir danos a esses vitais recursos naturais, bem como implementar procedimentos técnicos para a gestão compartilhada desses aquíferos. O foco na cooperação interncional visa não apenas proteger essas valiosas fontes de água doce para o consumo humano, como também evitar conflitos internacionais, já que grande parte dos países do mundo possuem aquíferos compartilhados com seus vizinhos.32 Considerando que esses aquíferos cruzam fronteiras internacionais por debaixo da terra, é assegurado a cada país a soberania sobre os recursos hídricos provenientes dos aquíferos, até os limites territoriais com os demais. No entanto, justamente considerando o potencial dano transfronteiriço é que se faz mister realizar o uso sustentável e razoável desses recursos, evitando desavenças que possam se tornar conflitos entre dois ou mais Estados. 7. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS INTERNACIONAIS A poluição das águas internacionais é uma preocupação global, uma vez que os corpos de água muitas vezes atravessam fronteiras nacionais. Esta forma de poluição pode resultar de várias fontes e atividades, incluindo descargas industriais, despejo de resíduos químicos, derramamentos de petróleo, agricultura intensiva, lixo plástico e poluição atmosférica. A poluição das águas internacionais pode ocorrer em oceanos, mares, rios e lagos compartilhados por diferentes países. As consequências desse tipo de poluição são vastas e incluem impactos ambientais, econômicos e sociais. Algumas das principais preocupações associadas à poluição das águas internacionais incluem: Efeitos na Vida Marinha: A poluição afeta a vida marinha, levando à morte de organismos aquáticos, danificando ecossistemas marinhos e prejudicando a biodiversidade. Impactos Econômicos: Muitos países dependem dos recursos marinhos para subsistência e economia. A poluição pode prejudicar setores como a pesca e o turismo, resultando em perdas econômicas significativas. Saúde Humana: A contaminação da água pode afetar a qualidade da água potável, ameaçando a saúde humana. Doenças transmitidas pela água podem se espalhar facilmente em áreas afetadas pela poluição. 33 Migração de Poluentes: Os poluentes podem se deslocar por correntes oceânicas e afetar áreas distantes da fonte original. Isso torna a gestão da poluição mais desafiadora, pois requer cooperação internacional. Comprometimento da Segurança Alimentar: A poluição das águas pode contaminar os alimentos marinhos, comprometendo a segurança alimentar de comunidades que dependem desses recursos. A abordagem para lidar com a poluição das águas internacionais geralmente requer cooperação entre países vizinhos. Acordos internacionais e organizações ambientais desempenham um papel crucial na promoção de práticas sustentáveis, na prevenção da poluição e na mitigação de seus efeitos. Alguns exemplos de acordos internacionais incluem a Convenção sobre o Controle de Sistemas de Águas Residuais Marítimas e a Convenção sobre a Prevenção da Poluição Marinha por Petróleo (MARPOL). A conscientização pública, o desenvolvimento de tecnologias mais limpas e a implementação de regulamentações ambientais rigorosas são essenciais para lidar eficazmente com a poluição das águas internacionais e garantir a sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos. Alguns dos materiais mais comuns que contaminam e prejudicam as águas internacionais incluem: Petróleo e Derivados: Derramamentos de petróleo, seja devido a acidentes com navios petroleiros ou vazamentos de instalações offshore, representam uma ameaça significativa para os ecossistemas marinhos. O petróleo pode formar manchas na superfície da água, afetando a fauna marinha e as aves aquáticas. Produtos Químicos Tóxicos: Efluentes industriais e descargas inadequadas de produtos químicos tóxicos podem contaminar as águas internacionais. Substâncias como metais pesados, pesticidas, herbicidas e produtos químicos industriais podem ter efeitos prejudiciais na vida aquática e na qualidade da água. 34 Nutrientes em Excesso: O excesso de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, provenientes da agricultura intensiva, esgoto e escorrimento de águas pluviais, pode resultar em proliferação excessiva de algas. Esse fenômeno, conhecido como eutrofização, pode levar à formação de "zonas mortas" com baixos níveis de oxigênio, prejudicando a vida marinha. Plásticos: O lixo plástico, especialmente microplásticos, é uma preocupação crescente nos oceanos. Estes materiais podem ser ingeridos por organismos marinhos, afetando a cadeia alimentar e causando danos à vida selvagem. A decomposição lenta do plástico contribui para a poluição a longo prazo. Resíduos Agrícolas: O escorrimento de resíduos agrícolas, como fertilizantes e pesticidas, pode carregar poluentes para os cursos d'água, impactando negativamente a qualidade da água e a vida aquática. Resíduos de Navios: Além do petróleo, os resíduos de navios, incluindo produtos químicos, esgoto e lixo, podem contribuir para a poluição marinha. Medidas inadequadas de gerenciamento de resíduos de navios podem resultar em impactos negativos nas águas internacionais. Para combater a poluição das águas internacionais, é fundamental adotar práticas sustentáveis, implementar regulamentações ambientais rigorosas, promover a reciclagem e a gestão adequada de resíduos, além de fomentar a cooperação internacional para abordar questões transfronteiriças. 35 8. REFERÊNCIAS: ALBUQUERQUE, A. C.C. Sociedade civil ambientalista e as relações internacionais. In: ENCONTRO NACIONAL ANPPAS, 2006, Brasília. ANTUNES, P. de B. Direito ambiental. 22 ed. São Paulo: Atlas, 2021. ARANHA, A.; ROCHA, L. “Coquetel” com 27 agrotóxicos foi achado na água de 1 em cada 4 municípios – Ageência de Jornalismo investigativo, 15 abril, 2019. BANCO MUNDIAL. World Development Report 2010. Development and Climate Change, 2010. BRUNDTLAND, G.H. et al. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1991. FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Conhecimento Geral, 18 de agosto, 2016. FIORILLO, C. A. P. Curso de direito ambiental brasileiro. 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