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20/12/2012 1 METALOGRAFIA E METALOGRAFIA E TRATAMENTO TÉRMICOTRATAMENTO TÉRMICO Professor Me. Paulo Machado 8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�–?–?–?–? 8)3$8)3$8)3$8)3$ &DPSXV�GH�7XFXUX¯�&DPSXV�GH�7XFXUX¯�&DPSXV�GH�7XFXUX¯�&DPSXV�GH�7XFXUX¯�–?–?–?–? &$078&&$078&&$078&&$078& )DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD�)DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD�)DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD�)DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD�–?–?–?–? )(0)(0)(0)(0 *UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV�*UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV�*UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV�*UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV����� *3(0$7*3(0$7*3(0$7*3(0$7 TRATAMENTOS TÉRMICOSTRATAMENTOS TÉRMICOS (Cont.)(Cont.) 20/12/2012 2 3.2- RECOZIMENTO •DEFINIÇÃO - Consiste no aquecimento do aço acima da zona crítica durante o tempo necessário e suficiente para se ter solução de carbono ou elemento de liga, no ferro gama (Fe-γ), seguido de resfriamento lento. Deixando que a peça resfrie junto com o forno. •PODEM SER CLASSIFICADOS EM: - Recozimento Total ou Pleno; Isotérmico ou Cíclico: Para alívio de tensões. 3.2- RECOZIMENTO •OBJETIVO - Remover tensões devidas aos trabalhos mecânicos à frio ou à quente; Alterar as propriedades mecânicas; Modificar as características elétricas e magnéticas; Ajustar o tamanho de grão; Regularizar as texturas brutas de fusão, remover gases, ....mas principalmente diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade do aço. 20/12/2012 3 3.2.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO • OBJETIVO -Obter dureza e estrutura controlada para os aços. 3.2.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Usado para aços hipoeutetóides • Resfriamento Lento (dentro do forno) � implica em tempo longo de processo (desvantagem). Recozimento Total para aços hipoeutetóides 20/12/2012 4 3.2.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Usado para aços eutetóides ou hipereutetóides. • Resfriamento Lento (dentro do forno) � implica em tempo longo de processo (desvantagem). Recozimento Total para aços eutetóides e hipereutetóides 3.2.1.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA TOTAL DE RECOZIMENTO PLENO -A título de sugestão existem autores que propõe os seguintes intervalos de temperatura para os aços: Hipo–eutetóides – (A3 + 50) oC; Eutetóides – ( A1 + 50 ) oC; Hiper–eutetóides – (A1 + 50) oC. Figura: Esquema ilustrativo de um ciclo de Recozimento pleno para aços carbono comum. 20/12/2012 5 3.2.1.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA TOTAL DE RECOZIMENTO PLENO A temperatura para recozimento pleno é de mais ou menos 50ºC acima do limite superior da zona crítica - linha A3 - para aços hipoeutetóides e acima do limite inferior - linha A1 - para os hipereutetóides. Para estes aços, não se deve ultrapassar a linha superior Acm porque, no resfriamento lento posterior, ao ser atravessada novamente essa linha, forma-se-ia nos contornos dos grãos um invólucro contínuo e frágil de carboneto. 3.2.1.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA TOTAL DE RECOZIMENTO PLENO B A -Em [A] transformações de um Aço Hiper eutetoide com 1,2%C em resfriamento lento. Em [B] foto micrografia de um Aço Hiper eutetoide com 1,2%C austenitizado e resfriado lentamente. A estrutura é constituída de Cementita pro- eutetoide, nos contornos do grão da austenita inicial, fase clara. A fase escura consiste em perlita lamelar grosseira. Picral; 1.000X. 20/12/2012 6 3.2.1.2- CONSTITUINTES ESTRUTURAIS RESULTANTES DO RECOZIMENTO PLENO Hipoeutetóide� ferrita + perlita grosseira Eutetóide � perlita grosseira Hipereutetóide� cementita + perlita grosseira 3.2.1.2- CONSTITUINTES ESTRUTURAIS RESULTANTES DO RECOZIMENTO PLENO -Nas condições de recozimento pleno obtém-se as estruturas com granulações grosseiras, sensivelmente mais grossas do que as obtidas quando da normalização. Entretanto, a estrutura mais desejada é a perlita grosseira, por ser a estrutura ideal para melhorar a usinabilidade dos aços de baixo e médio carbono. -Para os aços de alto carbono e do ponto de vista da usinabilidade esta perlita não é vantajosa, sendo preferível uma estrutura diferente, a esferoidita. 20/12/2012 7 3.2.1.2- CONSTITUINTES ESTRUTURAIS RESULTANTES DO RECOZIMENTO PLENO • RESUMO: * AA perlitaperlita grosseiragrosseira éé idealideal parapara melhorarmelhorar aa usinabilidadeusinabilidade dosdos açosaços baixobaixo ee médiomédio carbonocarbono;; * Para melhorar a usinabilidade dos aços alto carbono recomenda-se a esferoidização; 3.2.1.2- CONSTITUINTES ESTRUTURAIS RESULTANTES DO RECOZIMENTO PLENO -Devido o tempo para a execução do recozimento pleno ser muito longo, em muitos casos, é preferível substituí-lo pelo Recozimento Isotérmico ou Cíclico. 20/12/2012 8 3.2.2- RECOZIMENTO ISOTÉRMICO OU CÍCLICO Usado para aços hipoeutetóides Recozimento isotérmico para aços hipoeutetóides Transformação Isotérmica Resfriamento rápido em banho de sais 3.2.2- RECOZIMENTO ISOTÉRMICO OU CÍCLICO Usado para aços eutetóides ou hipereutetóides Transformação Isotérmica Resfriamento rápido em banho de sais 20/12/2012 9 3.2.2- RECOZIMENTO ISOTÉRMICO OU CÍCLICO • A diferença do recozimento pleno está no resfriamento que é bem mais rápido, tornando-o mais prático e mais econômico; • Permite obter estrutura final + homogênea, ou seja, transformação total da Austenita; • Não é aplicável para peças de grande volume porque é difícil de baixar a temperatura do núcleo da mesma; • Esse tratamento é geralmente executado em banho de sais. 3.2.3- COALESCIMENTO OU ESFEROIDIZAÇÃO • DEFINIÇÃO -Qualquer tratamento capaz de produzir esferoidita, forma globular ou esferoidal do carboneto de ferro ( Fe3C ), em aços carbono Hiper Eutetoides, objetivando melhorar sua usinabilidade. • OBJETIVO -Produção de uma estrutura globular ou esferoidal de carbonetos no aço. -Melhora a usinabilidade, especialmente dos aços alto carbono e facilita a deformação a frio. 20/12/2012 10 3.2.3.1- MANEIRAS DE PRODUZIR COALESCIMENTO OU ESFEROIDIZAÇÃO -Aquecimento por tempo prolongado a uma temperatura logo abaixo da linha inferior da zona crítica. -Aquecimento e resfriamentos alternados entre temperaturas que estão logo acima e logo abaixo da linha inferior de transformação. 3.2.3.1- MANEIRAS DE PRODUZIR COALESCIMENTO OU ESFEROIDIZAÇÃO -Operação de Coalescimento Figura: (a) aquecimento por tempo prolongado abaixo de A1 – chamado de sub crítico e b) aquecimento e resfriamento alternado acima e abaixo de A1, todos seguido de resfriamento lento. 20/12/2012 11 3.2.3.2- AVALIAÇÃO DO RECOZIMENTO E DA ESFEROIDIZAÇÃO - A esferoidita, obtida pelo Coalescimento, apresenta uma dureza menor do que a da perlita grosseira, obtida no recozimento. Figura – Dureza de vários produtos de transformação de aços. 3.2.3.2- AVALIAÇÃO DO RECOZIMENTO E DA ESFEROIDIZAÇÃO Figura – Em [A] aço SAE 1030 austenitizado a 9270C por 1hr, depois a 7770C por 2hrs e 40 min, mantido a 7070C por 4 hrs para transformação de isotérmica da austenita, resfriado em salmoura. Ferrita e perlita grossa. Ataque Picral, 1000X. Em [B] aço SAE 1030 austenitizado a 8020C por 40 mins, mantido a 7040C por 15 mins para transformação isotérmica, então aquecido para 7070C e mantido por 192 hr. Perlita de esferoidal em uma matriz de ferrita. Ataque Picral, 1000X. [A] [B] 20/12/2012 12 3.2.3.2- AVALIAÇÃO DO RECOZIMENTO E DA ESFEROIDIZAÇÃO Figura –Em [A] barra de aço SAE 1040, 1 pol de diâmetro, austenitizada às 9300C por ½ hr, esfriada lentamente em forno. Áreas brancas são ferritas; áreas escuras são perlitas. Ataque Nital, 500X. Em [B] aço SAE1040 austenitizado 8020C por 40 mins, mantido a 7070C por 6 hrs para transformação de isotérmica. Estrutura de carbonetos esferoidizados em uma matriz de ferrita. Ataque Picral, 1000X. [A] [B] 3.3- TÊMPERA •DEFINIÇÃO - Consiste no resfriamento rápido do aço austenitizado com a finalidade de obter a martensita. - Consiste no resfriamento rápido do aço de uma temperatura superior à sua temperatura crítica ( mais ou 50ºC acima dalinha A1 os para os aços hipereutetóides) em um meio como óleo, água, salmoura ou mesmo ar ). A velocidade de resfriamento, nessas condições, dependerá do tipo de aço, da forma e das dimensões das peças. 20/12/2012 13 3.3- TÊMPERA • OBJETIVO - Sob o ponto de vista de propriedades mecânicas, é o aumento da dureza e deve verificar-se até uma determinada profundidade. - Resultam também da têmpera redução da ductilidade (baixos valores de alongamento e estricção), da tenacidade e o aparecimento de apreciáveis tensões internas. Tais incovenientes são atenuados ou eliminados pelo revenido. - Para que a têmpera seja bem sucedida vários fatores devem ser levados em conta: 3.3- TÊMPERA - Inicialmente, a velocidade de esfriamento deve ser tal que impeça a transformação da austenita nas temperaturas mais elevadas, em qualquer parte da peça que se deseja endurecer. 20/12/2012 14 3.3- TÊMPERA Figura – Diagrama esquemático de transformação para têmpera e revenido, para um aço hipoeutetóide. Usado para aços hipoeutetóides Resfriamento Rápido Água Fria Seguido TT Revenimento 3.3- TÊMPERA Figura – Diagrama esquemático de transformação para têmpera e revenido, para um aço eutetóide e hipereutetóide. Usado para aços eutetóides e hipereutetóides Resfriamento Rápido Água Fria Seguido TT Revenimento 20/12/2012 15 3.3- TÊMPERA - As condições operacionais para o desenvolvimento deste tratamento térmico, tais como; a temperatura, o tempo de permanência nesta temperatura; são definidos da mesma forma que para o recozimento. -A velocidade de resfriamento dependerá do tipo do aço, da forma e dimensões da peça. Figura – Esquema ilustrando a correlação entre três tipos de resfriamento e as respectivas estruturas resultantes. 3.3.1- NATUREZA, ASPECTO E PROPRIEDADES DA MARTENSITA - A MARTENSITA, é o constituinte típico dos aços temperados, apresenta-se ao microscópio e após ataque químico conveniente, com um aspecto marcadamente acicular, formando agulhas superpostas e em ziguezague, com ângulos de 60 graus entre si. Figura – Aço SAE 1050, austenitizado acima da zona crítica e resfriado em água a temperatura ambiente. Ataque Nital, 750X.. 20/12/2012 16 3.3.1- NATUREZA, ASPECTO E PROPRIEDADES DA MARTENSITA - A martensita é extremamente dura, quebradiça e de elevada resistência à tração. A dureza do aço temperado depende do seu teor de carbono, crescendo com este, e independe de qualquer outro fator. Figura – Correlação entre o teor de C e LRT para Aços C.C. temperados em dois meios de resfriamento. - A tabela seguinte relaciona resistência mecânica obtida pela têmpera, em água e óleo, de corpos de prova redondos com diâmetros variando entre ( ¾ e 1 ) polegada. % C Temperado em Água ( kg / mm2 ) Temperado em Óleo ( kg / mm2 ) 0,10 57,5 50,6 0,20 105,0 60,0 0,30 167,0 72,0 0,40 187,0 84,0 0,60 202,0 109,0 0,80 219,0 132,5 0,95 228,0 155,0 3.4- REVENIDO •DEFINIÇÃO - Consiste no resfriamento moderado da peça temperada (ou normalizada) reaquecida em temperaturas abaixo da linha A1, do diagrama Fe-Fe3C. •OBJETIVO - Remover o excesso de tensões internas; de dureza e fragilidade para promover minimamente a ductilidade e a resistência ao choque. 20/12/2012 17 3.4- REVENIDO - No revenido são igualmente importantes o tempo e a temperatura de tratamento: o tempo de revenimento tem o mesmo efeito que a temperatura, isto é, pode-se Conseguir determinadas propriedades revenindo por certo tempo a determinada temperatura, ou por tempo maior que o anterior, a temperatura mais baixa. A temperatura de revenimento é escolhida de acordo com a curva de revenido do aço. 3.4- REVENIDO - Em geral as curvas de revendo mencionam qual a tempo a ser adotado. Entretanto, o mais comum é adotar de 1 a 2 horas por polegada da maior espessura da peça. [A] [B] Figura – Aço SAE 1050, Temperado em água a temperatura ambiente: Em [A] Revenido a 2000C. Estrutura: Martensita Revenida. Em [B] Revenido a 4000C. Estrutura: Sorbita com início de formação de pequenos glóbulos de Cementita. Ataque Nital, 750X. 20/12/2012 18 3.4- REVENIDO [A] [B] Figura – Efeito da temperatura e do tempo de revenido. A) Efeito da temperatura de revenido sobre a dureza e a resistência ao choque de um aço SAE 1045 temperado; b) Influência do intervalo de tempo no revenido de um aço com 0,82%C realizado a quatro temperaturas diferentes. 3.4- REVENIDO Figura – Esquema ilustrativo das alterações que um aço Carbono Comum, médio C, com textura Martensítica sofre, quando aquecido a temperaturas crescentes até acima da zona crítica. 20/12/2012 19 3.5- MARTÊMPERA OU TÊMPERA INTERROMPIDA •DEFINIÇÃO - Usado quando se deseja peças de aço isentas de distorções ou empenamentos oriundos de resfriamento rápido. •OPERAÇÕES DE MARTÊMPERA - Aquecimento na faixa de temperaturas de austenitização do aço; -Resfriamento em meio líquido, óleo ou sal fundido, a uma temperatura pouca acima da temperatura MS; -Manutenção no meio de resfriamento até a completa homogeneização da temperatura; -Resfriamento a velocidade moderada ( ar tranqüilo ) até a temperatura ambiente. 3.5- MARTÊMPERA OU TÊMPERA INTERROMPIDA - Mesmo com os cuidados tomados no resfriamento a martêmpera vem acompanhada do revenimento como a têmpera e ao contrário da austêmpera que prescindo do mesmo. - A figura a seguir apresenta uma variante do processo, a martêmpera modificada, diferindo da convencional pelo fato da temperatura do banho ser bem menor. Neste caso obtém-se maiores velocidades de resfriamento, o que pode ser exigido se o aço em estudo for de baixa temperabilidade. 20/12/2012 20 3.5- MARTÊMPERA OU TÊMPERA INTERROMPIDA Figura – Esquema ilustrativo de transformação para martêmpera, para um aço hipoeutetóide. Usado para aços hipoeutetóides 3.5- MARTÊMPERA OU TÊMPERA INTERROMPIDA Figura – Esquema ilustrativo de transformação para martêmpera, para um aço eutetóide ou hipereutetóide. Usado para aços eutetóides e hipereutetóides 20/12/2012 21 3.5- AUSTÊMPERA •DEFINIÇÃO - Consiste na transformação isotérmica da austenita em temperaturas localizadas abaixo do cotovelo e acima do MS da curva TTT do aço em estudo. -Este tratamento está baseado no conhecimento prévio das curvas TTT uma vez que busca aproveitar-se das transformações isotérmicas que a austenita pode sofrer. O constituinte assim obtido é denominado de BAINITA e apresenta propriedades semelhantes ( ou superiores ) as das estruturas martensíticas revenidas. 3.5- AUSTÊMPERA •O AÇO É AUSTEMPERADO DA SEGUINTE MANEIRA: - Aquecimento dentro da faixa de austenitização; -Resfriado até uma temperatura localizada abaixo do cotovelo e acima do MS da curva TTT; -Mantido nesta temperatura até a completa transformação da austenita em bainita e, finalmente, Resfriado em ar tranqüilo até a temperatura ambiente. 20/12/2012 22 3.5- AUSTÊMPERA Figura – Representação esquemática do diagrama de transformação para austêmpera. 3.5- AUSTÊMPERA - As estruturas bainíticas assim obtidas, principalmente quando obtidas nas menores temperaturas, caracterizam-se por apresentarem excelente ductilidade e resistência ao choque associadas a elevada dureza. São estruturas praticamente isentas de tensões térmicas e por isso constituindo-se na grande vantagem da austêmpera sobre a têmpera e o revido comuns, como pode ser visto na tabela abaixo como resultado para um aço SAE 1095 e segundo a ASM. Tratamento Térmico DUREZA ( Rc ) Res. ao Choque( kgm ) Ductilidade ( % 1” ) Temperado e Revenido 53,00 1,66 0 Temperado e Revenido 52,50 1,94 0 Martenperado e Revenido 53,00 3,88 0 Martemperado e Revenido 52,50 3,32 0 Austemperado 52,00 6,23 11 Austemperado 52,50 5,54 8 20/12/2012 23 3.5- AUSTÊMPERA [A] [B] Figura - Parte central de uma barra de aço AMS 6419, com seção transversal aprox. 102-mm [4-1pol]: Em [A] austenitizado por 1,5 h a 8600C [1.575 F], resfriado em salmoura por 30 min até 2900C [550 F], então resfriado em óleo à temperatura ambiente. A estrutura é martensita revenidae algum bainita. Nital 2%, 500X. Em [B] mesmo aço e processamento, resfriado ao ar à temperatura ambiente. Estrutura é uma mistura de bainita, martensita revenida e martensita não revenida. Nital 2%, 500X 3.6- TAMANHO DE GRÃOS NOS AÇOS •INTRODUÇÃO - A procura da razão pela qual aços com a mesma composição química comportam-se, por vezes, de maneira inteiramente diferente sob certos aspectos, levou os pesquisadores a aprofundados estudos em torno dos demais fatores capazes de influir nas propriedades do material. Verificou-se, então, que o tamanho de grão ( TG ) dos aços era responsável, em muitos casos, por essa aparente incongruência no seu comportamento. 20/12/2012 24 3.6- TAMANHO DE GRÃOS NOS AÇOS - O assunto é bastante vasto. Verificou-se que o TG da austenita tem influência sobre diversas propriedades dos aços, como ilustra a tabela abaixo. Propriedades Tamanho de grão austeníticoFino Grosso Temperabilidade Menor Maior Tenacidade a um mesma dureza Maior Menor Distorção e empeno na têmpera Menor Maior Trincas da têmpera Geralmente inexistente Mais Trincas de retifica Idem Mais Tensões internas Menores Maiores Retenção da austenita Menor Maior usinabilidade após normalizado Inferior Superior Fragilidade por deformação à frio Menor Maior 3.6.1- MECANISMOS DE CRESCIMENTO DE GRÃOS NOS AÇOS - Ao aquecer-se um aço desde a temperatura ambiente pela passagem através da zona crítica, obtém-se inicialmente, um acentuado refino de grão; os novos grãos de austenita agora formados são menores que os que existiram anteriormente. Continuando o aquecimento, já dentro da zona de austenitização, não haverá, até certa temperatura, qualquer crescimento apreciável dos grãos formados, que permanecerão no tamanho 5 a 8 ASTM. Ao atingir-se, porém, a determinada temperatura, conhecida como temperatura de crescimento de grão do aço considerado, haverá rápido crescimento dos cristais da austenita. 20/12/2012 25 3.6.1- MECANISMOS DE CRESCIMENTO DE GRÃOS NOS AÇOS 3.6.1- MECANISMOS DE CRESCIMENTO DE GRÃOS NOS AÇOS - O resfriamento e conseqüente passagem novamente através da zona crítica não diminuirá o TG obtido no aquecimento, que permanecerá invariável até a temperatura ambiente. - A temperatura de crescimento de grão varia para cada aço, e para uma mesma composição química varia com o tratamento prévio sofrido pelo material. Assim, aquecimento prévios a cerca de 900 oC, seguido de resfriamento ao ar, ou aquecimentos seguidos de resfriamento lento, trabalho mecânico a quente e a frio, diminuem a temperatura de crescimento de grão. 20/12/2012 26 3.7- COMO DETERMINAR O TAMANHO DE GRÃO AUSTENÍTICO - Os testes para determinação do tamanho de grão austenítico foram padronizados, nos Estados Unidos, pela ASTM ( ASTM E-19 ). Uma vez que a austenita só existe a altas temperaturas, há necessidade de se recorrer a artifícios metalográficos para revelação de seu tamanho de grão, à temperatura ambiente. O Metals Handbook, da ASM, ensina como proceder com aços hipoeutetóides e hipereutetóides. 3.7- COMO DETERMINAR O TAMANHO DE GRÃO AUSTENÍTICO -Uma vez ressaltado o contorno dos grãos austeníticos por tais recursos de laboratório, são os mesmos comparados ao microscópio e a aumentos de 100x, com desenhos padronizados, sendo o resultado expresso segundo números variáveis de 1 a 15. Estes números correspondem ao número de grãos por polegada existente na micrografia a 100x; tal quantidade de grãos é calculável pela seguinte expressão da ASTM: na = 2(N-1) na = número de grãos por polegada quadrada, com aumento de 100x. N = índice de tamanho de grão ASTM. 20/12/2012 27 3.7- COMO DETERMINAR O TAMANHO DE GRÃO AUSTENÍTICO -No método da ASTM, a fotomicrografia de uma dada amostra cristalina com aumento de 100x é comparada com uma série de micrografias normalizadas ou polígonos idealizados. As cartas são dadas para N variando de 1 a 8. O número de grãos por polegada quadrada, a 100x, para diferentes números ASTM são dados na tabela abaixo: Índice de tamanho de grão ASTM Número de grãos por polegada quadrada a 100x Médias Faixa 11 11 0,75 0,75 –– 1,51,5 22 22 1,5 1,5 –– 3,03,0 33 33 3,0 3,0 –– 6,06,0 44 44 6 6 -- 1212 55 55 12 12 -- 2424 66 66 24 24 -- 4848 77 77 48 48 -- 9696 88 88 96 96 -- 192192 3.7- COMO DETERMINAR O TAMANHO DE GRÃO AUSTENÍTICO -Assim, para o TG 1 existem 2( 1- 1 ), ou 1 grão por polegada quadrada; para N = 2, existem 2( 2 – 1 ), ou 2 grão; N=3 existem 2( 3 – 1 ); N=4 existem 2( 4 – 1 ). 20/12/2012 28 3.8- IMPORTÂNCIA DO TAMANHO DE GRÃO AUSTENÍTICO - Devido, principalmente, ao efeito deletério da granulação sobre a resistência ao impacto dos aços, peças de responsabilidade e sujeitas a choques em automóveis, máquinas, aviões, armamentos, trazem especificações severas quanto ao TG austenítico. A figura a seguir mostra os efeitos do TG sobre a resistência ao impacto de um aço com 0,89%C. 3.8- IMPORTÂNCIA DO TAMANHO DE GRÃO AUSTENÍTICO Figura – Efeito do TG sobre a resistência ao impacto. 20/12/2012 29 ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO 4 TEMPERABILIDADE 4.1 TEMPERABILIDADE EM MATERIAIS FERROSOS 4.1.1 GENERALIDADES 4.1.2 IMPORTÂNCIA 4.1.3 FATORES QUE INFLUENCIAM A TEMPERABILIDADE 4.2 MEDIDAS DE TEMPERABILIDADE 4.2.1 DETERMINAÇÃO DA TEMPERABILIDADE PELO EXAME DE FRATURAS 4.2.2 DETERMINAÇÃO DE TEMPERABILIDADE POR CURVAS U 4.2.3 DIÂMETRO CRÍTICO 4.2.3.1 DIÂMETRO CRÍTICO IDEAL 4.3 ENSAIO DE JOMINY 4.3.1 CURVAS DE JOMINY PARA AÇOS REVENIDOS 4.3.2 RELAÇÃO ENTRE OS ENSAIOS 4.1 TEMPERABILIDADE EM MATERIAIS FERROSOS Define-se temperabilidade como a capacidade dos aços em deixar-se penetrar pela têmpera. Uma peça é considerada temperada quando a microestrutura de seu núcleo contiver quantidade de martensita igual ou superior a 50%, por isto também define-se temperabilidade como a sucetibilidade do aço em desenvolver uma estrutura martensítica. 4.1.1 GENERALIDADES 20/12/2012 30 4.1 TEMPERABILIDADE EM MATERIAIS FERROSOS Alta temperabilidade, nem sempre é desejada, principalmente em aços que devem ser soldados. Aços ligados são difíceis de serem soldados. Isto porque, ao executar-se uma solda, a ligação de peças é feita através da solidificação de uma seção intermediária de metal líquido. Durante o processo, o metal adjacente à solda e até uma certa distância de cada lado da solda, aquece-se até o campo austenítico. Em aços com alta temperabilidade, formar-se-á a martensita (dura e frágil) no resfriamento até a temperatura ambiente. Por esta razão, os aços estruturais usados na construção de pontes, edifícios, navios, não devem, normalmente, apresentar alta temperabilidade. 4.1.2 IMPORTÂNCIA Influenciam a temperabilidade, principalmente, os elementos ligantes e o tamanho de grão. Na realidade, a influência destes elementos e o tamanho de grão na penetração do tratamento é, em parte, consequência da diminuição da velocidade crítica 4.1.3 Fatores que influenciam a temperabilidade 20/12/2012 31 4.1.3 FATORES QUE INFLUENCIAM A TEMPERABILIDADE • Velocidade critica Figura 4.1 – Representação do efeito de teor de carbono e do tamanho de grão do aço sobre a Veloc. Crít. de Resf. (Vc): 1- Aço de granulação fina com baixo teor de Mn; 2 - Aço de granulação média com ( 0,4 a 0,5) % Mn; 3 - Aço de granulação grosseira com ( 0,6 a 0,7 ) % Mn [2]. Vc pode ser definida como: A menor Velocidade de Resfriamento que produzirá estrutura inteiramente martensítica. 4.1.3 FATORES QUE INFLUENCIAM A TEMPERABILIDADE Figura 4.2 – Representação esquemática do efeito de seção da peça sobre a velocidade de resfriamento em meios diferentes. 20/12/2012 32 4.1.3 Fatores que influenciam a temperabilidade Figura 4.3 – Influência dos elementos na temperabilidade do aço. Influência dos elementos de liga: Mn Si,Cr,Mo Ni,Cr,Mo,Si Cr,Si 4.1.3 Fatores que influenciam a temperabilidade Figura 4.4 – Influência do %C na temperabilidade Influência do conteúdo de Carbono: 20/12/2012 33 4.1.3 Fatores que influenciam a temperabilidade Figura 4.5 – Açosde granulação fina terão suas curvas deslocadas para esquerda, enquanto aços de granulação mais grossa levarão mais tempo para transformar-se. Influência dos tamanho de grão 4.2 Medidas de Temperabilidade A determinação da temperabilidade pode ser realizada por intermédio de: 4.2.1 Exames de fraturas 4.2.2 Curvas em U 4.2.3 Diâmetro Crítico 20/12/2012 34 4.2 Medidas de Temperabilidade 4.2.1 Exames de fraturas Preparam-se barras cilíndricas de ¾’’ de diâmetro e 125mm de comprimento, estas barras serão resfriadas em água e depois fraturadas por tensão. Serão observadas áreas de granulometria mais grossa, as quais são as áreas que não foram temperadas. Figura 4.6 – Desenho esquemático de seções transversais das barras fraturadas. 4.2 Medidas de Temperabilidade 4.2.2 Curvas em U Estas curvas têm este nome em função de seu formato. Elas dão a variação da dureza ao longo do raio, desde a periferia até o centro, numa dada seção de um dado aço, para determinada temperatura de têmpera e para um certo meio de resfriamento. Figura 4.7 – Curva em U 20/12/2012 35 4.2 Medidas de Temperabilidade 4.2.2 Curvas em U Influência direta do meio de resfriamento Figura 4.8 – Curvas de resfriamento obtidas a partir de distintos meios 4.2 Medidas de Temperabilidade 4.2.2 Curvas em U Figura 4.9 – Corpos de prova distintos para ensaio de dureza 20/12/2012 36 4.2 Medidas de Temperabilidade 4.2.3 Diâmetro crítico Ao se temperar várias várias amostras de diferentes diâmetros de um mesmo aço, nas mesmas condições, verifica-se que a partir de um certo diâmetro, o núcleo não se tempera. Figura 4.10 – Corpos de prova temperados, suas durezas e seus respectivos diâmetros. 4.2 Medidas de Temperabilidade 4.2.3 Diâmetro crítico Quanto maior o diâmetro crítico, menor a temperabilidade do material. Figura 4.11 – Detalhe de uma curva U caracterizando o diâmetro crítico 20/12/2012 37 4.2 Medidas de Temperabilidade 4.2.3.1 Diâmetro crítico ideal Para que se pudesse comparar aços diferentes, quanto à temperabilidade, seria necessário associar os diâmetros críticos a um certo H. Grossman introduziu o conceito de diâmetro crítico ideal, que seria o diâmetro crítico obtido por um meio de resfriamento hipotético com capacidade infinita de extração de calor, H = ∞ Figura 4.12 – Ábaco para determinação do Dcr ideal 20/12/2012 38 Assim, o diagrama anterior permite-nos, com o auxílio das condições hipotéticas da tabela, determinar o diâmetro crítico ideal a partir do diâmetro crítico e a intensidade de têmpera do meio utilizado. Pode-se então definir a temperabilidade dos aços por meio de um valor numérico, sendo que este valor representa o diâmetro máximo que pode ter uma peça de determinada composição química e tamanho de grãos definidos, para que seu centro possua 50% de martensita após resfriamento num meio de têmpera com severidade H = ∞. 4.3 Ensaio de Jominy Este tipo de ensaio vem sendo utilizado para se medir temperabilidade, em função de que a determinação das curvas U é mais difícil e trabalhosa. No ensaio Jominy, um único corpo de prova substitui a série de amostras do ensaio anterior. 20/12/2012 39 4.3 Ensaio de Jominy Figura 4.13 – Esquemático do corpo de prova para o ensaio Figura 4.14 – Desenho esquemático do aparato para o ensaio Figura 4.15 – Plotagem de resultados do ensaio de dureza. 4.3 Ensaio de Jominy 20/12/2012 40 Figura 4.16 – Faixa de Temperabilidade Jominy para aços Manganês e aços Cromo/Molibdênio 4.3 Ensaio de Jominy Vantagens: Simplicidade de execução; Possibilidade de com um só ensaio se caracterizar a resposta de um aço a uma gama muito extensa de velocidades de resfriamento; Permite obter uma reprodutibilidade de resultados muito boa, mesmo para variações significativas das condições da sua execução. Desvantagens: Não é aplicável para aços de muito reduzida temperabilidade (curvas de Jominy com uma queda muito rápida da dureza), nem para aços de muito alta temperabilidade (curvas de Jominy com muito reduzida variação de dureza ao longo da geratriz). 4.3 Ensaio de Jominy 20/12/2012 41 4.3.1 Curvas de Jominy para aços revenidos Figura 4.17 – Aço temperado e revenidos 4.3.1 Curvas de Jominy para aços revenidos Este tratamento de revenido é importante pois a têmpera tende a tornar o aço excessivamente rígido (pouca elasticidade) e frágil (baixa resistência ao choque) e a criar tensões internas. O revenido irá aquecer a peça a temperaturas inferiores à da têmpera, este reaquecimento irá corrigir tais inconvenientes. 20/12/2012 42 4.3.2 Relação entre os ensaios Jominy construiu curvas, admitindo a teoria de que os pontos da amostra cuja velocidade de resfriamento a 704 oC seja igual à da barra e que suas durezas em determinados pontos sejam iguais. Figura 4.18 – Correlação entre as medidas de dureza dos diferentes ensaios.
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