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Wanderley Gonçalves Pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade São Judas Tadeu (USJT/SP). Bacharel em Ciências Econômicas pela Facul- dade de Economia, Administração e Contabili- dade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Professor emérito dos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid/SP). Diretor do curso de Ciências Contábeis e coordenador dos cursos tecnológicos da área de comércio e gestão da Unicid/SP. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a: entender o processo de produção e o papel central da firma nesse processo; identificar e compreender todos os elementos-chave do processo de produção; desenvolver habilidades necessárias para tomar decisões em relação à contratação de fatores de produção adicionais, quando a empresa opera no curto prazo. Introdução A produção é o primeiro fenômeno da vida econômica. É por meio da produção de bens e/ou serviços que uma sociedade busca dar atendimento às necessidades humanas, gerando uma gama de bens e/ou serviços que os ofertantes colocam no mercado. Nossa tarefa, no presente capítulo, é a de demonstrar como se processa esse fenômeno em uma economia de mercado. Trataremos, portanto, de estudar uma parte da Teoria da Firma que abrange a Teoria da Produção e a Teoria dos Custos. Assim: Teoria da Firma Teoria da Produção + Teoria dos Custos O que é produção? Produção é um processo segundo o qual uma firma, valendo-se dos recursos de produção, produz bens e/ou serviços que serão colocados à venda no mercado. 89Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 90 Logo, a firma, unidade básica de produção, é uma intermediária nesse pro- cesso, qual seja, adquire recursos de produção, utiliza-os, combina-os segundo um processo dando origem à produção de bens e/ou serviços que são ofere- cidos no mercado. Assim: Firma Insumos Bens e/ou serviços Fatores de Produção INPUTS Exsumos OUTPUTS Processo de Produção Nesse ponto vale a pena, antes de prosseguirmos no estudo do fenôme- no da produção, conceituarmos alguns itens importantes. Vamos a eles: Produção – fenômeno segundo o qual a firma valendo-se dos insu- mos, inputs, fatores de produção, produz bens e/ou serviços, exsumos, outputs que serão colocados no mercado. Firma – unidade básica da produção. Usa fatores de produção: insu- mos e bens semielaborados, e produz bens e/ou serviços. Dependendo da função e de sua atuação no mercado, poderá estar contida em um ou mais setores da Economia, ou seja: setor primário; setor secundário; setor terciário. Setor primário Considera as empresas (firmas) cujas atividades se desenvolvem junto à base dos recursos naturais. Exemplos: agricultura, extrativismo mineral e vegetal etc. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 91 Setor secundário Considera as atividades industriais segundo as quais os bens são transfor- mados. Exemplo: indústrias de transformação. Setor terciário Considera as atividades relacionadas à produção de serviços. Exemplos: transportes, saúde, comércio etc. Muito embora tenhamos feito essa divisão, deve ficar claro que dependen- do da atuação da firma no mercado poderá a mesma atuar em dois ou mais setores da economia. Exemplo: uma padaria que fabrica o pão (indústria de transformação – setor secundário) e o comercializa (serviço – setor terciário). Insumos ( inputs) – são elementos necessários à produção. Dentre os mesmos destacam-se os fatores de produção que admitem a seguinte classificação: fator Trabalho Humano (TH); fator Recursos Naturais (RN); fator Capital Produtivo (Kp); fator Tecnologia (TEC). Fator Trabalho Humano (TH) É a mão de obra. Composto pelos homens que organizam e conduzem a produção. Tem sua origem na população, destacando-se nessa a parcela da popula- ção apta ao trabalho (em idade de trabalhar e em condições físicas e mentais para tanto), que esteja voltada ao mercado de trabalho. Com isso, chegamos ao importante conceito de População Economica- mente Ativa, representada pela mão de obra disponível no sistema econômi- co (oferta do fator Trabalho Humano). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 92 Assim: População economicamente ativa é a oferta do fator Trabalho Humano é a mão de obra disponível é a parcela da população efetivamente voltada ao mercado de trabalho Fator Recursos Naturais (RN) Todo elemento da natureza que o homem incorpora ao processo de pro- dução do sistema econômico. Em outras palavras trata-se dos elementos da natureza que podem ter utilização econômica, que podem, enfim, ser utilizados na produção de bens e/ou serviços. Exemplos: solos agriculturáveis, jazidas minerais etc. Cumpre salientar que conceitualmente devemos distinguir natureza de recursos naturais, uma vez que natureza, conceitualmente considerada, cor- responde a toda fauna e toda a flora existente, sendo, portanto, algo estático e constante. Quando nos referimos aos recursos naturais, pressupõe-se a ação do homem sobre a natureza, ou seja, algo dinâmico e variável que será tão mais mutável quanto maiores e melhores forem os estoques de capital do sistema econômico e o seu estágio de evolução tecnológica. Em suma: Constante estoque de capital evolução tecnológica e e Natureza Recursos naturais Estática Dinâmicos Variáveis dependem fornece... Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 93 Fator Capital Produtivo (Kp) Representado pelas máquinas, equipamentos, ferramentas, instalações etc. Em outras palavras, é representado por um conjunto de bens cuja finali- dade é produzir outros bens ou serviços, tornando mais produtivo e eficiente o Trabalho Humano. Cabe salientar que o fator Capital Produtivo torna o Trabalho Humano mais produtivo, pois dota o trabalhador de uma força adicional (a força da máquina, do equipamento, da ferramenta, por exemplo) e também facilita e conduz à especialização e à divisão do trabalho. Fator Tecnologia (TEC) Trata-se de um fator de produção imaterial que corresponde ao “saber fazer”, ou seja, a forma pela qual serão combinados os demais fatores de produção. Visto dessa maneira, podemos afirmar que o fator Tecnologia ou Técnica estará presente em todo e qualquer sistema econômico independentemente de seu grau de evolução. Bens e/ou serviços ( outputs, exsumos) – são o resultado da produção. Em uma primeira aproximação podemos classificá-los como: bens intermediários; bens finais. Bens intermediários São os que ainda não estão prontos. Precisam sofrer novas transforma- ções e/ou adaptações antes de serem considerados bens finais. Em outras palavras, são os bens que ainda precisam retornar ao fluxo de produção a fim de receberem as transformações necessárias. Exemplo: fari- nha de trigo para o pão. Sai do moinho e entra na padaria para ser transfor- mado em pão. Por essa razão, classificam-se também como insumos, ou seja, elementos necessários à produção. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 94 Bens finais São os que já passaram por todas as transformações necessárias estando, pois, prontos para serem utilizados pela coletividade do sistema econômico. Exemplo: automóvel, vestuário etc. Os bens finais admitemainda uma subdivisão: bens de consumo – são os bens que visam atender diretamente uma ne- cessidade humana. Exemplos: alimentos, automóveis, transportes etc. bens de capital – são os bens que têm por objetivo produzirem ou- tros bens e/ou serviços, aumentando a produtividade do fator Traba- lho Humano. São também considerados bens de produção. Exemplos: máquinas industriais, equipamentos etc. Uma vez compreendidos os elementos-chave do processo de produção, firma – insumos – bens e/ou serviços, vamos estudar a função de produção. Para tanto, faz-se necessário a colocação de algumas premissas básicas, quais sejam: trabalharemos em uma estrutura de mercado competitivo, onde teremos firmas de pequeno porte e concorrentes entre si; a firma nessa estrutura de mercado irá atuar de forma racional e inteli- gente e buscará maximizar o seu lucro no curto prazo. Antes de prosseguirmos é importante explicar o que devemos entender por curto prazo. O curto prazo, em Economia, é representado por um período de tempo indeterminado no qual pelo menos um dos fatores de produção perma- nece fixo. Em nosso estudo, trabalharemos no curto prazo supondo que todos os fa- tores de produção permaneçam fixos, exceto o fator trabalho humano, de tal maneira que todos os incrementos (aumentos) sofridos pela produção, dar- -se-ão devido ao aumento na utilização do fator Trabalho Humano (número de trabalhadores). Dessa forma, é possível simplificarmos a nossa função de produção da seguinte forma: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 95 1. Sabemos que a produção depende dos fatores de produção: trabalho humano, recursos naturais, capital produtivo e tecnologia, e em sua notação completa pode ser representada conforme a seguir: Recursos Naturais Capital Produtivo Trabalho Humano P = f (TH, RN, kp, TEC) Produção Tecnologia Função depende 2. No curto prazo, admitindo-se que somente o fator Trabalho humano irá variar, permanecendo todos os demais fixos, a função produção passa a ser representada conforme abaixo: Função (depende) Trabalho Humano P = f (TH) Produção Isso posto, levando-se em consideração que escolhemos o curto prazo como período de análise, podemos chegar a três importantes conceitos ligados à produção. São eles: Produção Total; Produção Marginal; Produçã o Média. Produção Total É o máximo que uma firma consegue produzir, em um dado período de tempo, dados o seu tamanho e a combinação de seus fatores. Como afirmamos anteriormente, as variações ocorridas no âmbito da pro- dução total processar-se-ão por meio de variações no fator Trabalho Humano, Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 96 já que, ao trabalharmos no curto prazo, fizemos a suposição de que todos os demais fatores de produção permanecem fixos nesse período de tempo. Assim: PT = q onde: PT = Produção Total q = quantidade máxima produzida Produção Marginal Antes de conceituarmos Produção Marginal, faz-se necessário entendermos o significado da expressão marginal. Marginal, em Economia, significa incremento; acréscimo. Logo, ao con- ceituarmos Produção Marginal, estaremos, inexoravelmente, estudando o comportamento da Produção Total, relacionado aos acréscimos sofridos na mesma, em razão da utilização de trabalhadores adicionais no processo de produção. Assim, Produção Marginal é o incremento (acréscimo) na produção total devido à adição de uma unidade a mais do fator de produção variável. No curto prazo, é o incremento (aumento) da Produção Total devido à utilização de um trabalhador a mais no processo de produção. Assim: Pmg = Acréscimo na Produção Total (ΔPT) onde: Pmg = Produção Marginal Δ = Acréscimo/incremento PT = Produção Total Produção Média Tem por objetivo verificar qual é a contribuição média de cada unidade do fator de produção variável para com a Produção Total. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 97 No curto prazo, a Produção Média é igual à Produção Total dividida pelo número de trabalhadores. Assim: PMe = PT NT onde: PMe = Produção Média PT = Produção Total NT = Número de Trabalhadores Em suma: a Produção Total é o máximo que uma firma consegue produzir em um dado período de tempo. A Produção Marginal é o acréscimo ocorrido na produção total devido à utilização de um trabalhador a mais no processo de produção. A Produção Média é igual à produção total dividida pelo número de trabalhadores. Isso posto, acreditamos ser possível, por meio de um exemplo numérico, aplicar os conhecimentos até então adquiridos, fazermos demonstrações gráficas dos perfis da Produção Total, Produção Marginal e Produção Média, bem como analisarmos os comportamentos das mesmas no curto prazo. Vamos a ele. Suponha que o Sr. José da Silva seja proprietário de uma pequena fábrica de sapatos, cuja produção diária máxima possível, em razão de seu tamanho e do uso alternativo de diferentes quantidades de trabalhadores, seja a de- monstrada na tabela a seguir: Número de trabalhadores Produção Total 0 0 1 10 2 48 3 60 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 98 Número de trabalhadores Produção Total 4 68 5 75 6 78 Essa tabela pode também ser demonstrada graficamente, bastando que transportemos para um plano cartesiano os pares ordenados formados pelo número de trabalhadores e pela produção total. Assim: Gráfico 1 – Produção Total 0 Produção Total Produção Total números de trabalhadores 20 30 10 40 48 60 68 75 78 1 2 3 4 5 6 Produção Total Valendo-se do mesmo raciocínio, e do que até agora estudamos, pode- mos também obter e traçar os perfis da Produção Marginal e da Produção Média. Vamos iniciar com a Produção Marginal, que como sabemos é obtida por meio da análise do crescimento da Produção Total em razão da utilização de uma unidade a mais do fator de produção variável. Como no nosso exemplo o único fator de produção variável é o número de trabalhadores, já que estamos operando no curto prazo, basta que veri- fiquemos o quanto cresce a produção total quando passamos de um nível a outro de produção. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 99 Assim: Número de trabalhadores Produção Total (pares/dia) Produção Marginal 0 0 0 1 10 10 2 48 38 3 60 12 4 68 8 5 75 7 6 78 3 Calculando: 1. Para zero trabalhadores, a Produção Total é zero, assim como a Produção Marginal. 2. Quando adicionamos 1 trabalhador, a Produção Total é de 10 pares de sapatos/dia, ou seja, a Produção Total cresce de zero pares de sapatos para 10 pares, sendo essa a Produção Marginal. 3. Quando adicionamos mais 1 trabalhador, a Produção Total cresce de 10 pares/dia para 48 pares/dia, ou seja, ocorre um acréscimo de 38 pa- res de sapatos/dia, sendo essa a Produção Marginal resultante da utili- zação do 2.º trabalhador. 4. Quando adicionamos mais 1 trabalhador, a Produção Total cresce de 48 pares/dia para 60 pares/dia, ou seja, ocorre um acréscimo de 12 pares de sapatos/dia, sendo essa a Produção Marginal resultante da utilização do 3.º trabalhador e assim sucessivamente até chegar- mos ao 6.º trabalhador. De forma análoga à Produção Total, transportando os dados da tabela representados pelo número de trabalhadores utilizado e pela Produção Marginal correspondente para um plano cartesiano, conseguiremostraçar o perfil da Produção Marginal. } } } } } } Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 100 Assim: Gráfico 2 – Produção Marginal 0 Produção Marginal número de trabalhadores 7 8 3 10 12 20 30 38 40 1 2 3 4 5 6 Produção Marginal Produção Marginal Para finalizar vamos, da mesma forma, obter a Produção Média. Como vimos anteriormente, quando examinamos o comportamento no curto prazo, para obtermos a Produção Média basta que efetuemos a divisão da produção total pelo número de trabalhadores que são utilizados em cada nível de produção. Assim: Número de trabalhadores Produção Total (pares/dia) Produção Média 0 0 0 1 10 10 2 48 24 3 60 20 4 68 17 5 75 15 6 78 13 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 101 Calculando: 1. Para zero trabalhadores, Produção Total igual a zero pares de sapatos. 2. Para 1 trabalhador, Produção Total igual a 10 pares de sapatos. A Produ- ção Média, no caso, será também de 10 pares de sapatos, equivalente à produção total de 10 pares dividida pelo número de trabalhadores, no caso, 1. 3. Para 2 trabalhadores, produção total igual a 48 pares de sapatos. A Produção Média, no caso, será 24 pares de sapatos, equivalente à produção total de 48 pares de sapatos dividida pelo número de trabalhadores, no caso, 2. Isso quer dizer que em média cada traba- lhador produz 24 pares de sapatos/dia, e assim sucessivamente até chegarmos ao 6.º trabalhador. De forma análoga à Produção Total e à Produção Marginal, transportando os dados da tabela representados pelo número de trabalhadores utilizado e pela Produção Média correspondente para um plano cartesiano, conseguiremos traçar o perfil da Produção Média. Assim: Gráfico 3 – Produção Média 0 número de trabalhadores 15 10 13 17 24 20 30 1 2 3 4 5 6 Produção Média produção média Produção Média Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 102 Análise do comportamento da Produção Marginal e da Produção Média: Lei dos Rendimentos Decrescentes Ao analisarmos o exemplo descrito pela fábrica do Sr. José da Silva, veri- ficamos que tanto a Produção Marginal quanto a Produção Média primeira- mente crescem e depois decrescem. Explicitamente, quando o número de trabalhadores sobe de 1 para 2, a produção de pares de sapatos sobe de 10 para 48, de modo que a Produção Marginal do 2.º trabalhador é de 38 pares de sapatos. Da mesma forma a Pro- dução Média cresce de 10 para 24 pares de sapatos. Quando o número de trabalhadores sobe de 2 para 3, a produção de sapatos aumenta de 48 pares para 60 pares de sapatos, de modo que a Produção Marginal do 3.º trabalhador é de 12 pares de sapatos. Da mesma forma, a Produção Média, quando da inclusão do 3.º trabalhador, cai para 20 pares de sapatos; e assim sucessivamente até o 6.º trabalhador. Essa constatação ilustra um importante conceito econômico, característico do curto prazo, qual seja a Lei dos Rendimentos Decrescentes, cujo enunciado pode assim ser descrito: Quando adicionamos unidades sucessivas de um determinado fator (no nosso exemplo, número de trabalhadores) às quantidades fixas de outros fatores, a Produtividade Média do fator de produção variável primeiramente cresce e depois decresce. Cabe lembrar que a Produtividade (Produção) Média cresce enquanto estiver ocorrendo especialização do fator de produção variável, e decresce quando começa a ocorrer saturação desse fator. Em linhas gerais, quando existem poucos trabalhadores sendo utilizados, os mesmos têm fácil acesso aos equipamentos e ferramentas, podendo até dividir tarefas a fim de se tornarem mais produtivos. Quando aumentamos sistematicamente o número de trabalhadores, os mesmos passam a ter que compartilhar dos mesmos equipamentos, Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 103 máquinas, ferramentas e espaço físico, ocorrendo a possibilidade de superlotação desse espaço, e com ela a situação de que cada trabalhador adicional passa a contribuir menos para a produção total. É a situação da Produção Marginal Decrescente. Renda marginal e custo marginal Finalizando, precisamos saber como deve proceder a firma para deci- dir sobre a contratação ou não de uma unidade adicional de um fator de produção. Como vimos, no início deste capítulo, a firma atua de forma racional e in- teligente, buscando maximizar seu lucro no curto prazo. Portanto, ao decidir pela contratação ou não de uma unidade a mais de um fator de produção (no nosso caso, número de trabalhadores com o qual deve operar), levam-se em consideração dois parâmetros básicos: Qual é o preço do fator? Qual é o rendimento que esse fator proporcionará à firma? Logo, o emprego e a contratação de uma unidade adicional de um fator de produção ocorrerão quando a renda esperada pelo uso desse fator for maior do que o custo desse fator; em outras palavras, quando o acréscimo à renda total superar o acréscimo ao custo total. Tecnicamente, a contratação de uma unidade adicional do fator de pro- dução deve ocorrer quando a renda marginal for maior do que o custo marginal: Cabe-nos conceituar o que se deve entender por renda marginal e custo marginal. Renda marginal (Rmg) – é o acréscimo à renda total devido à contra- tação de uma unidade a mais do fator de produção variável. Custo marginal (Cmg) – é o acréscimo ao custo total devido à contra- tação de uma unidade a mais do fator de produção variável. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 104 Assim: Rmg > Cmg Renda marginal Custo marginal Vale a pena para a firma contratar uma unidade adicional de produção Ampliando seus conhecimentos Restaurantes quase vazios e minigolfe na baixa estação (MANKIW, 2005) Você alguma vez já entrou em um restaurante para almoçar e viu que estava praticamente vazio? Talvez tenha se perguntado por que o estabele- cimento se dava ao trabalho de ficar aberto, uma vez que a receita propor- cionada pelos poucos clientes não tinha nenhuma possibilidade de cobrir os custos de operação do restaurante. Ao tomar a decisão de abrir ou não para o almoço, o proprietário de um restaurante precisa ter em mente a distinção entre custos fixos e custos variáveis. Muitos dos custos de um restaurante – aluguel, equipamento de co- zinha, mesas, louças, talheres etc. – são fixos. Fechar durante o almoço não reduziria esses custos. Em outras palavras, são custos irrecuperáveis no curto prazo. Quando o proprietário está decidindo se deve ou não servir o almoço, somente os custos variáveis – o preço dos alimentos adicionais e os salários dos funcionários extras – são relevantes. O proprietário da casa só fechará para o almoço se a receita proporcionada pelos poucos clientes não for suficiente para cobrir os custos variáveis do restaurante. O operador de um campo de minigolfe numa estância de verão enfrenta uma decisão semelhante. Como a receita varia substancialmente de estação para estação, a empresa precisa decidir quando vai ficar aberta e quando vai ficar fechada. Novamente, os custos fixos – custos de comprar o terreno e cons- truir o empreendimento – são irrelevantes. O campo de minigolfe só deve ficar aberto nos períodos do ano em que as receitas excedem os custos variáveis. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 105 Atividades de aplicação1. Assinale a alternativa correta: a) exsumos são os elementos necessários à produção. b) o setor primário é o responsável pelas atividades industriais. c) o fator Trabalho Humano é composto pelo total da população do país. d) insumos são os elementos necessários à produção. 2. Por curto prazo, em Economia, devemos entender: a) um período de tempo inferior a 30 dias. b) um período indeterminado de tempo no qual, pelo menos, um dos fatores de produção permanece fixo. c) um período de tempo superior a 180 dias. d) um período de tempo que não deve ultrapassar a 7 dias. 3. Relativamente à Produção Marginal: a) é a produção do mercado informal. b) é determinada por meio da divisão da Produção Total pelo número de trabalhadores. c) tem o mesmo significado que Produção Total. d) é o acréscimo ocorrido na Produção Total devido à utilização de uma unidade adicional do fator de produção variável. 4. Uma firma qualquer, ao decidir-se pela contratação ou não de uma unidade a mais de um fator de produção, deve levar em consideração: a) o preço e o rendimento esperado desse fator. b) a produção média e a produção total. c) somente o rendimento esperado pelo uso desse fator. d) somente o preço do fator. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 106 Gabarito 1. D 2. B 3. D 4. A Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br A produção 107Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Referências HALL, Robert E.; LIEBERMAN, Marc. Microeconomia: princípios e aplicações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. LINS, Luiz S.; SILVA, Raimundo Nonato S. Gestão Empresarial com Ênfase em Custos: uma abordagem prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. MANKIW, N. Gregoy. Introdução à Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Lear- ning, 2005. McCONNEL, Campbell R.; BRUE, Stanley L. Microeconomia. Rio de Janeiro: LCT Editora, 1999. MEGLIORINI, Evandir. Custos. São Paulo: Makron Books, 2003. PADOVEZE, Clóvis Luis. 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