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Fichamento de Leitura de Jurisdição e Conflitos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE HISTÓRIA
HISTÓRIA DO BRASIL COLÔNIA 
PROFESSORA: ANA MARIA BARROS
ALUNOS: ARTHUR MIGUEL
 JOÃO PEDRO HOLANDA
 LUÍS VINICIUS PATRIOTA
 MATHEUS PHELIPE MAMEDE
JURISDIÇÃO E CONFLITOS
Recife
2013
Arthur Miguel
João Pedro Holanda
Luís Vinicius Patriota
Matheus Phelipe Mamede 
JURISDIÇÃO E CONFLITOS
 Fichamento apresentado como atividade complementar
 para a disciplina de História do Brasil Colônia, pelo Curso 
 de História da Universidade Federal de Pernambuco, 
 ministrada pela professora doutora Ana Maria Barros.
 
 
Recife
2013
ÍNDICE 
A SOCIEDADE AGRÁRIA DA COLÔNIA: Estrutura Social..........................................1
A SOCIEDADE AGRÁRIA DA COLÔNIA: Primeiros Conflitos de Jurisdição.............2
O PÓS-GUERRA: Desorganização Econômica e Social......................................................3
O PÓS-GUERRA: O Prestígio dos Restauradores...............................................................6
O PÓS-GUERRA: Organização Política e Administrativa da Capitania...........................7
CONSIDERAÇÕES.................................................................................................................9
FICHAMENTO DE LEITURA
ACIOLI, Vera Lúcia C. Jurisdição e Conflitos: Aspectos da Administração Colonial. Alagoas: Edufal, 1997. p.13 a 71. ISBN 85-7315085-8.
A SOCIEDADE AGRÁRIA DA COLÔNIA
Estrutura Social
No Latifúndio fundamentou-se a colonização da América Portuguesa, cujo objetivo principal era ocupar e defender a terra, ao tempo em que promovia o aproveitamento econômico da mesma. (p.13). 
[...] plantar cana e fundar engenhos passou a ser a principal preocupação da coroa. Assim, os engenhos e as fazendas serviram de unidade de povoamento e de produção. (p.13).
[...] era o senhor figura proeminente da hierarquia social, o que significava “ser servido, obedecido e respeitado de muitos”. Dele dependiam os escravos e os colonos menos abastados que viviam nas fazendas de pequenos serviços, remunerados ou não, tornando-se seus tributários e criando laços de fraternidade e de amizade, cujo resultado foi o compadrio ou “parentesco fictício” [...]. (p.14). 
Encontra-se no Brasil colonial, relações de sangue e amizades arraigadas de tal modo que, como diz o autor dos Diálogos das Grandezas do Brasil, “impediam que muitas causas chegassem aos tribunais e aquelas que recorriam a Portugal eram, muitas vezes, acompanhadas de uma caixa de açúcar para adoçar a disposição dos magistrados venais a apressar as rodas da justiça”. (p.14). 
A política de ascensão social em Portugal fora evoluindo de modo que uma pessoa de origem plebeia poderia conquistar posições de fidalguia desde que participasse das guerras empreendidas por sua pátria. (p.17). 
Os que não tinham títulos de nobreza, não eram “legalmente” fidalgos; mas, sendo oficiais e funcionários reais, eram considerados “gente da mor qualidade”. (p.18). 
Consequentemente [...] “o peculato, a corrução e outros crimes decorrentes, são frequentes e escapam à punição quase sempre, sendo apenas notado”. (p.20). 
O que parece contracenso – apoiar os poderosos – era uma espécie de rédea usada pela coroa, rédea esta que se afrouxava ou apertava à mercê das necessidades eventuais, fato que pode ser observado desde o início da colonização e que provocou os primeiros conflitos de jurisdição no Brasil. (p.21). 
1
Primeiros Conflitos de Jurisdição
Duarte Coelho [...] Gastou vultosas quantias para implantação da agricultura na nova terra e com pulso forte conseguiu formar no nordeste do Brasil, um núcleo de colonização próspero [...]. (p.21). 
Ao tempo em que Portugal promovia a colonização de suas terras, queria conservar sua autoridade e soberania na colônia. Assim anos depois, com a criação do governo centralizado, se inicia um processo de limitação da jurisdição que havia sido conferida aos donatários através das cartas e forais de doações. (p.22). 
Sendo assim, com a vinda de Tomé de Souza iniciam-se os conflitos. O donatário de Pernambuco reclama ao rei das “mudanças” que tinham deixado “o povo muito alterado e confuso” principalmente por não lhe quererem os funcionários da coroa “aqui e no reino guardar suas liberdades e privilégios” contidas nas doações. (p.23). 
Os conflitos ocorriam, sobretudo, porque o sistema de capitanias não fora abolido, tendo sido o do governo geral simplesmente sobreposto a ele, colidindo-se forais com regimentos e tornando os donatários mais confusos e inoperantes. A superposição jurisdicional provocou os conflitos. (p.23). 
Sendo assim, já em 1550 havia a coroa resolvido que Tomé de Souza não interferisse na jurisdição de Duarte Coelho. (p.23). 
Depois da morte de Duarte Coelho, por longos períodos, às vezes de quase 20 anos, a capitania de Pernambuco foi administrada por loco-tenentes dos donatários. (p.24). 
Por certo a falta de liderança por parte dos donatários, ausentes da capitania, e o crescimento rápido dela, contribuíram para as negociatas dos governadores gerais que passaram a residir por longos anos em Pernambuco. (p.24). 
Outra forma de intervenção do poder real na capitania de Pernambuco se fez sentir através da Relação da Bahia, instituição criada com o objetivo de resolver as questões judiciais na colônia. (p.25). 
2
O PÓS-GUERRA
Desorganização Econômica e Social
Em 1640 [...] Portugal [...] era um país arruinado. Perdera [...] boa parte de suas possessões e do seu antigo Império Ultramarino, só lhe restaria o Brasil – parte em poder dos holandeses – e pequenas colônias no Oriente, sem expressão econômica apreciável. (p.29). 
Nas três últimas décadas do século XVII a imigração ocorrerá em larga escala como nos primeiros anos da colonização e sérios atritos surgiram entre os que chegavam [...] e os naturais da terra [...]. (p.29). 
Já em 1649 foi criada a primeira Companhia de Comércio portuguesa, moldada nas inglesas e holandesas, que iria reservar a um pequeno número de comerciantes o direito ao comércio externo da colônia. (p.30). 
Desde o começo da colonização os senhores de engenhos estiveram envolvidos em dívidas, mesmo nos tempos áureos da produção açucareira. (p.30). 
Como a comercialização do açúcar só ocorria quando da chegada das frotas, o que só acontecia uma ou duas vezes por ano, os senhores de engenho viam-se obrigados, durante o resto do tempo a comprar fiado sob a garantia de futuras safras. (p.31). 
[...] não era fácil para os senhores de engenho enfrentar momentos de crise e a guerra veio agravar o estado já abalado de suas finanças. (p.32). 
Sete anos durou a guerra de resistência- 1630/1637 – quando os senhores aceitaram as condições dos holandeses e voltaram a seus engenhos com intenção de reconstruí-los. (p.32).
No período do governo holandês, a Companhia das Índias Ocidentais chegou a fazer largos empréstimos aos senhores de engenhos e a dilatar prazo para pagamento de suas dívidas. (p.32).
As dívidas tornaram-se imensas. Em 1640 os senhores de engenho “confiados na esperança de que as poderosas armadas, que haviam sido equipadas na Espanha, viriam reduzir o Brasil à obediência do seu rei, e eles ficariam assim livres das suas dívidas”, passaram a comprar toda sorte de mercadorias, negros e “até lojas inteiras por preços nunca vistos”, sem considerar o preço nem o modo como pagariam as suas compras. (p.33). 
[...] os holandeses e judeus agiram de forma bem diferente [...] começaram a cobrar com grande rigor e extorsões todos os açúcares e outras dívidas que os moradores lhe deviam não tendo a estes sobrado outro recurso “senãolevantar os olhos ao céu e pedir a Deus justiça e remédio”. E isto, como é sabido, foi o estopim da revolta. (p.33).
O poder real, após a restauração, se reforça na colônia. As capitanias serão administradas por governadores nomeados por Portugal, embora se continue respeitando os direitos dos donatários naquelas que não haviam passado para o domínio direto da coroa. (p.34). 
[...] ao tempo em que Portugal necessitava da colônia para sua própria sobrevivência como reino independente, procurava proteger aqueles que lhes tinha restituído sua terra, já considerada perdida pois, desde 1642, vinha tentando um acordo com a Holanda. (p.34). 
Assim, a segunda metade do século XVII será uma fase de atitudes que parecem conciliadoras da metrópole, às vezes até protetoras, mas, que no fundo eram politicas. (p.34). 
De fato era sério o estado em que se encontravam as capitanias em consequência de uma campanha incessante pela defesa do território pátrio. (p.35). 
3
Para remediar tão grave situação, a metrópole reiniciou a mesma política de incentivos adotada quando da construção dos engenhos, no início da colonização: [...]. (p.35). 
O mercado do açúcar, assim, sofria, em consequência das condições desfavoráveis – secas ou enchentes – e das condições também desvantajosas do mercado europeu. Primeiro o açúcar de Amsterdã, depois o das Antilhas caem de preço, passando a Inglaterra e a França a receberem o produto de suas colônias, perdendo o Brasil o poder competitivo com o mercado europeu. (p.37). 
Portugal, por interesses dinásticos, precisava comprar a paz e o fez sacrificando também o Brasil. Fora esta a fórmula encontrada para indenizar os holandeses pelos bens de raiz deixados em terras brasileiras. (p.37). 
Para agudizar os problemas econômicos decorrentes do processo de endividamento dos senhores de engenho, sufocados por impostos bastante onerosos [...] as epidemias que assolaram a população por volta de 1666 vão deixá-los em estado de miséria. (p.38). 
Se por um lado os problemas de subsistência que sobrevinham de uma agricultura voltada para a exportação não eram poucos, agravavam-se ainda mais com as secas e as pestes endêmicas que ocorriam com frequência na região. (p.38). 
Tanto quanto a desorganização econômica, a desorganização social que se seguiu à restauração é um fato que deve ser assinalado. (p.40). 
Segundo testemunho do governador de Pernambuco Aires de Souza e Castro, matava-se gente e “com uma facilidade” que até parecia que os pais ensinavam isto aos filhos “como as maiores obrigações”. (p.40). 
A crescente impunidade nos crimes vai se observar por todo o século XVII e começo do seguinte. Grupos armados, de negros ou índios, chefiados pelos magnatas, resolviam sozinhos suas divergências [...] Tais fatos agravavam a inquietação social advinda da desordem da economia açucareira. (p.44). 
Mais um fato que redundou em sérios prejuízos econômicos [...] foi o dos negros asilados em mucambos, núcleos de liberdades que inquientavam os engenhos pois era o desejo de seus companheiros, quando se lhes aprontava uma oportunidade, iriam se unir na luta de seus irmãos. (p.44). 
Fernão de Souza Coutinho, governador de Pernambuco [...] chegou a afirmar “não está menos perigoso esse Estado com a atrevimento destes negros do que esteve com os holandeses”. Além disso os pretos [...] tinham lutado ao lado dos brancos na guerra e mantinham nos seus refúgios oficinas para fabricar armas de fogo, afora as levadas dos engenhos. (p.45). 
[...] diante da insistência de Henrique Dias que exigia o cumprimento da promessa de alforria para seus companheiros negros [...] O conselho Ultramarino [...] argumenta que, sustentar de comida os negros não seria justo porque os terços dos brancos estavam sendo reduzidos por contenção de despesas. (p.45).
4
[...] Henrique Dias, mestre de campo do terço de gente parda e preta, apesar de reconhecido pela coroa como responsável pelo sucesso dos negros na guerra, mal recebeu os seus soldos em Pernambuco; muito menos deviam esperar os negros à mercê da boa vontade e do reconhecimento de seus senhores. (p.46).
Um ponto negativo e desintegrador da sociedade colonial foi a discórdia promovida pelo sistema colonial. (p.46). 
As três raças formadoras da etnia brasileira provinham de três continentes diferentes. [...] Foi sob este e outros aspectos que o missionário colaborou com o Estado Português. Os religiosos acentuavam animosidades já existentes entre eles [...] A igreja incumbia-se de dar o “estofo ideológico para o desencargo das consciências... permitia ao clero secular ou regular a participação ativa nas guerras, contanto que os clérigos não matassem nem mutilassem inimigo algum, mas tão somente se limitassem a animar e exortar as tropas”. (p.47). 
O poeta satírico Gregório de Matos, que viveu na capitania de Pernambuco os seus últimos dias, deixou aflorar nos seus veros a sua insatisfação e descontentamento colonial [...]. (p.48). 
Para Gregório de Matos, a corrução era o principal fator destrutivo, não só do sistema judicial como da máquina administrativa. À medida que a engrenagem burocrática tornava-se mais complexa, aumentavam as oportunidades de subornos. (p.49). 
5
O Prestígio dos Restauradores
Procurando demonstrar o agradecimento, conforme refere, “em ocasião que tanto me mereceram” concedeu a coroa o privilégio de cidadãos do Porto [...] a todas as pessoas que serviram na guerra, limitando-o, entretanto, somente para aqueles que não exercitavam no momento [...]. (p.51). 
Título igualmente cobiçado era o dos Hábitos das ordens militares, principalmente os de Cristo, que privilegiava o beneficiado com a isenção dos dízimos do açúcar. (p.52). 
Também foram conferidas mercês com o intuito de conservar os “vassalos” em estrita obediência a seu serviço e, se consideradas “de grande vulto”, deveriam ser atendidas somente “por ser conveniente não desanimar os moradores do Brasil”. (p.53). 
Conclui-se da análise dos pedidos de mercês remuneratórias que, mesmo aqueles agraciados com mão mais generosa por parte da coroa, não consideraram seus serviços plenamente recompensados já que frequentemente replicavam, firmando de novo seus direitos e insistindo por mercês mais honrosas. (p.54).
Tornou-se comum na época empunhar-se a bandeira de irrestrita lealdade ao rei no intuito de conseguir confiança a maiores favores régios. (p.55). 
Verifica-se assim que muitos dos restauradores não se contentaram com títulos honrosos. Queriam rendimentos fixos, bens de raiz, cargos no governo. Noutras palavras, mando e poder. (p.56). 
Da mesma forma que a metrópole reconhece e se esforça no sentido de satisfazer o interesse dos restauradores, procura controlar o poderio deles quando se constitui ameaça à manutenção de sua colônia; são atitudes que parecem paradoxais, mas, que explicam a sobrevivência do regime colonial por tantos anos. (p.57). 
6
Organização Política e Administrativa da Capitania
Em vista dos reflexos dos problemas econômicos sociais das capitanias do norte do Brasil, somados ao prestígio que passaram a gozar os restauradores, prestígio reconhecido tanto na colônia como na metrópole, observa-se um fenômeno politico novo em Pernambuco: a autonomia das câmaras municipais e dos governadores da restauração. (p.60). 
A maior autoridade politica do Estado do Brasil era o governador geral [...] ao qual estavam subordinadas as capitanias, com exceção do estado do Maranhão [...]. (p.61). 
[...] a coroa portuguesa [...] Também decide [...] dividir o governo do Estado do Brasil em 4 partes, a saber: a parte sul com sede no Rio de Janeiro; o governo da Bahia [...] o governo de Pernambuco [...] e o último governo que deveria ser o do Maranhão. (p.61). 
É possível que tal decisão tenha sido o fundamento dos conflitos de jurisdição que ocorreram entre os governadores gerais do Estado do Brasil e os da capitania de Pernambuco. (p.61). 
O sistema de dependência da colônia a metrópole, é caracterizada pelo fiscalismo; cerco que completa e nutre essa dependência. Os impostosexigidos por Portugal eram tantos [...] que a contravenção do fisco sob as vistas grossas de funcionários subordinados generalizou-se pela colônia. (p.63). 
Diferente conotação tinha o que se entendia por propina, na época. [...] o parecer de um funcionário régio que ao receber recomendações para que nenhum governador ou ministro levasse “propina alguma dos contratos e arrendamentos dos dízimos e mais rendas” do Estado, enumera uma série de desvantagens que tal medida acarretaria numa colônia, cujos ministros estavam acostumados a receber junto com o ordenado [...]. (p.63). 
Daí, observe-se o quanto é errôneo tratar a propina como corrução administrativa. Não era um “provimento ilegal”. Parece mais um direito consuetudinário associado aos cargos públicos do Brasil colônia. (p.64). 
Como se vê, os padrões da época permitiam uma conotação diferente de propina. Não se pode indicar quando ela ultrapassa os limites do direito para os da usurpação ou abuso do poder (malversação). (p.65). 
Numa terra onde o crescimento da burocracia onerava a coroa portuguesa mas era imprescindível à sobrevivência do sistema, era natural que ela procurasse uma solução para contornar o problema [...]. (p.67). 
É questionável a má situação financeira da câmara de Olinda. As informações acerca de suas rendas são contraditórias. (p.69).
7
[...] passaram os oficiais da câmara de Olinda a usar recursos pouco dignos [...] fraudes nas eleições, suborno de votantes e manobras diversas no sentido de dilatar os trabalhos pela noite à dentro “a fim de possibilitar que os eleitores embuçados votassem duas ou mais vezes”. (p.70). 
É dentro desse quadro de intenção manifesta de poder por parte da câmara de Olinda, agravada pela falta de regimentos, destruídos juntamente com os cartórios no incêndio da vila – e que deixaram os oficiais da fazenda e justiça sem saber as atribuições que cabiam a cada um – é que se deve estudar a sequência de conflitos de jurisdição entre os governadores gerais do Brasil e os de Pernambuco. (p.71). 
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CONSIDERAÇÕES
Os conteúdos abordados nesses pontos da obra “Jurisdição e Conflitos: Aspectos da Administração Colonial” ressaltam todo meio político e socioeconômico no Brasil colônia, com enfoque especial dado ao estado de Pernambuco, mostrando os aspectos, causas e posteriores consequências da relação do estado com o Governo Geral, com uma abordagem direta e exemplificada de diversos governantes da capitania e de suas relações com as outras capitanias e a metrópole. E a obra se mostra fundamental pela quantidade de informações que embasam diversos acontecimentos marcados de revoltas sociais até as sucessivas intervenções político-econômicas da metrópole. 
Além de todo o embasamento teórico e exemplificado, são expostas também visões usadas por ambas às classes participantes no cenário histórico, o que traz novas formas de visualizar e transpor o conhecimento, e com isso estabelecer um termo para seu futuro julgamento e exposição à história. 
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