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INSTALAÇÕES PARA AVES Profa. Dra. Heloina FaleiroConstruções e Eletrificação Rural Universidade Federal de Goiás Escola de Agronomia Setor de Engenharia de Biossistemas - distâncias sugeridas para um melhor isolamento das instalações avícolas: Quadro 4. Distâncias externas e internas Distância sugerida . da granja ao abatedouro . de uma granja a outra . entre galpões e os limites periféricos da propriedade . do galpão à estrada . entre núcleos de diferentes idades . entre recria e produção . entre galpões de mesma idade 5 - 10 km 3 km 50 a 100m 200 m 500 m 300 m 25 – 50 m Quadro 4 – Distâncias sugeridas para um melhor isolamento das instalações avícolas 3.1. LOCALIZAÇÃO 3.4. ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA - água potável: . abundante e imprescindível para o consumo das aves, lavagem das instalações e consumo residencial dos empregados . fonte de água potável: poço artesiano ou rede hidráulica municipal . pré-tratamento obrigatório para água não potável captada de açudes, riachos, represas, rios, etc. - importância da água: . água constitui 60 a 75% do peso do corpo da ave e 65% do peso do ovo . para a produção de um ovo: ave necessita de 40 g de água . para a produção de 250 ovos: 75 l de água, no mínimo . corte no fornecimento de água às poedeiras, em plena produção, por 24 h ou pouco mais, provoca uma diminuição de 24 a 30% na postura. - consumo de água por mil poedeiras: . no inverno: 205 l/dia . no verão: 300 l/dia - ave bebe aproximadamente o dobro do que come (relação válida para o cálculo do número de bebedouros necessários para uma determinada criação) - energia elétrica indispensável para: . realização de um programa de luz visando maior produção de ovos ou de carne . acionamento de compressores da câmara fria de armazenagem de ovos . acionamento do misturador de ração, moinho de milho, bomba d'água, etc. . funcionamento de ventiladores, exaustores e outros - fonte de energia elétrica: rede de energia elétrica ou geradores de energia 3.5. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS - temperatura ideal para o crescimento normal de frangos e galinhas poedeiras: 15 a 27 °C - locais recomendados para a instalação de uma granja: . regiões de clima seco (umidade relativa do ar inferior a 70%) e temperaturas amenas a maior parte do ano - locais contra-indicados para a instalação de uma granja: . regiões onde ocorrem ventos fortes com freqüência e onde incidem nevoeiros e cerrações . motivos: dificuldade no manejo da ventilação dentro do galpão e necessidade de instalações mais sólidas e resistentes 3.6. CONDIÇÕES TOPOGRÁFICAS - locais de topografia acidentada oneram a construção dos galpões porque . exigem movimentos de grande volume de terra . dificultam o manejo ideal . permitem apenas a construção de galpões de comprimento limitado - em locais montanhosos: . evitar o fundo dos vales (onde se acumulam as águas das chuvas) . evitar o topo das montanhas (onde ocorrem ventos fortes) . procurar sempre o meio da encosta - ideal: . locais de declividade levemente acentuada, distante de banhados, pântanos ou de águas paradas 3.7. ÁREA DA GRANJA - área mínima recomendada para a implantação de uma granja: .para uma criação de 10 a 30 mil frangos: área mínima de 10 hectares .para uma criação de 10 a 30 mil poedeiras: área mínima de 20 hectares - aviário: . isolado de outras criações de aves e afastado da beira das estradas - área da granja: . aproximadamente quadrada, galpões instalados no centro e distanciados de 50 a 100 m um do outro . levar em conta a possibilidade de expansão 4. COMPONENTES DE UMA GRANJA A) Setor de Produção: - galpões para aves de corte ou de postura B) Setor de Preparo de Alimentos: - fábrica de ração - silos graneleiros C) Setor Administrativo - Controle (portão) - Escritório - Almoxarifado D) Setor Sanitário - Fossa ou crematório - Pedilúvio - Rodolúvio - Plataforma de desinfecção E) Setor de Apoio - Galpão para oficina F) Setor externo - Postos de venda - Abatedouro 5. AVICULTURA DE CORTE A) criação de frangos de corte sobre cama: . única forma de criação no País . piso de concreto sobre o qual é colocada uma cama de material absorvente como a maravalha, casca de arroz, sabugo de milho triturado, etc. (500 a 600kg / 1000 aves) 5.1 SISTEMA DE CRIAÇÃO C) Densidade de alojamento: . densidade média brasileira: 10 a 13 aves/m2 de galpão . criações em alta densidade: 14 a 22 aves/m2 de galpão . médias de alta densidade no Brasil: 16 a 18 aves/m2 B) Período de ocupação dos galpões: frangos são criados no mesmo local desde a idade de 1 dia até a época do abate - 42 a 45 dias (peso vivo 2,1 a 2,4 kg) - 14 a 16 dias de limpeza e desinfecção. Figura 2. Vistas interna e externa de galpão com densidade de 13 aves/m2 Figura 3. Vistas interna e externa de galpão com densidade de 22 aves/m2 A) Localização: – Galpões construídos em terrenos o mais plano possível – O eixo longitudinal dos galpões deve estar orientado no sentido LESTE-OESTE, com o que se conseguirá que a superfície exposta a OESTE seja a menor possível, evitando-se o sobreaquecimento pela forte insolação. 5.2 DETALHES CONSTRUTIVOS DOS GALPÕES Figura 4. Orientação correta de um galpão em relação ao sol Figura 5. Vista em perspectiva de dois galpões, mostrando a orientação B) Dimensões dos galpões: . tendência mundial de se construir galpões com 12 m de largura por 100 a 140 m (em média 125 m) de comprimento visando a otimização de equipamentos, mão-de-obra, etc. . comprimento determinado de acordo com as possibilidades do terreno e praticidade no manejo . larguras de até 8 a 10 m (em regiões de clima quente e úmido) ou de até 10 a 14 m (em regiões de clima quente e seco) (Quadro 5) 5.2 DETALHES CONSTRUTIVOS DOS GALPÕES Quadro 5 - Relação entre a largura do galpão e o pé-direito em função do tipo de clima predominante Clima Largura (m) pé direito mínimo, em climas quentes (m) Quente e úmido até 8 2,80 8 a 9 3,15 9 a 10 3,50 Quente e seco 10 a 12 4,20 12 a 14 4,90 C) lanternins . recomendado para galpões com largura igual ou superior a 8,0 m . favorecem a renovação do ar no interior das instalações semi-abertas, melhorando as condições de temperatura e umidade . particularmente indicado para regiões de clima quente . largura igual à décima parte da largura do galpão, em todo o comprimento da cobertura . inclinação: paralela à inclinação do telhado Figura 6. Esquema de determinação das dimensões do lanternim D) Alicerces e/ou fundações Sob esteios ou pilares: - fundação direta descontínua - concreto ciclópico (traço 1:4:8 ou 1:10) + 40 % de pedra de mão (1,00 - 1,20 m de profundidade) Sob as muretas laterais: - fundação direta contínua - alicerces contínuos (1:4:8) 0,50 m de profundidade E) Muretas (nas instalações semi-abertas): . muretas laterais de 0,2 a 0,6 m altura, construídas de tijolos ou concreto magro de traço 1:3:6 F) Pilares ou colunas de sustentação: • construídos de madeira (eucalipto ou peroba), tijolo, metal ou concreto armado • localizados para o lado de fora da parede, evitando-se assim a formação de cantos no interior do galpão • atualmente são empregadas estruturas pré-moldadas de concreto, estruturas metálicas, ou a combinação de ambos, compondo praticamente todo o esqueleto da construção • entre a parede e o telhado: fechamento com tela de arame de 1/2" de abertura, à prova de pássaros e de outros animais, fazendo o mesmo em relação ao lanternim G) oitões: . fechados até o teto . proteção com pinturas de cores claras e sombreamento por meio de vegetação e/ou beiral maior Figura 8. Fechamento do oitão até o teto (Fachadas Leste e Oeste) H) Cobertura: . é a principal proteção contra a insolação direta - bom material de cobertura deve apresentar: . alta reflectividade solar e alta emissividade térmica na parte superior . baixa absortividade solar aliada a baixa emissividade térmica na parte inferior - coberturas mais usuais: . telhascerâmicas . chapas onduladas de cimento-amianto . chapas metálicas de alumínio . madeirite (madeira compensada, 6 mm de espessura, ondulada, revestida na parte superior por lâmina de alumínio) . Isotérmica (isopor entre duas lâminas de alumínio) - recursos para melhorar o comportamento térmico das coberturas: • forros sob a cobertura: atuam como se fossem uma segunda barreira física • pinturas com cores claras e escuras: telhas pintadas com cor branca na face superior (possibilitando alta reflexibilidade solar) e cor cinza na face inferior (baixa emissividade) • uso de materiais isolantes sobre as telhas (poliuretano), sob as telhas (poliuretano, eucatex, lã de vidro ou similares), ou formando um forro abaixo da cobertura • uso de materiais de grande inércia térmica (concreto), que apresentam grande capacidade calórica, absorvendo grande parte do calor para se aquecer (durante o dia) e perdendo-o lentamente durante o esfriamento (durante a noite) I) Pisos: • preferencialmente de concreto simples de traço 1:3:6 ou 1:4:8, com 5 a 6,0 cm espessura, revestido com argamassa de cimento e areia de traço 1:3, alisada com desempenadeira • piso de tijolos em espelho: revestido com argamassa de cimento e areia, desaconselhando-se o piso de terra batida • altura final do piso: 15 a 20 cm acima do nível do terreno circundante - beiral: • largura proporcional à altura (de 1,5 a 2,5 m) • Influencia indiretamente a ventilação natural devido ao efeito chamado termossifão. - reservatório d'água para cada galpão: . capacidade de armazenamento: 24 h . tubulação: preferencialmente canos plásticos, enterrados, para evitar a incidência de raios solares J) Instalações hidráulicas K) Sistema de iluminação artificial (poedeiras): . 22 lúmens/m2 de galpão, sendo o número de lâmpadas calculado em função dos valores expressos no Quadro 5 . objetivo: aumentar o comprimento do dia, favorecendo maior ingestão de alimentos pelas aves e, conseqüentemente, maior ganho de peso. - frangos de corte, via de regra, dispensam programa de luz rígido, o mesmo não se dando com galinhas poedeiras Tipo de lâmpada Watts Lúmens Incandescente 15 125 25 225 40 430 50 655 60 810 100 1600 150 2500 200 3500 fluorescente 15 500-700 20 800-1000 40 2000-2500 75 4000-5000 200 10000-12000 Quadro 5. Número de lúmens de acordo com a potência e tipo de lâmpada Até o dobro da altura Lúmens Incandesc ente Fluoresce nte LED 600 lm 60 W 10 W 6 W 800 lm 80 W 13 W 8 W 1000 lm 100 W 17 W 10 W 1200 lm 120 W 20 W 12 W 1500 lm 150 W 25 W 15 W L) Pedilúvios e rodolúvios: -pedilúvios . depósitos de concreto ou mesmo pequenas bandejas metálicas . finalidade: desinfetar calçados de pessoas que entram e saem do galpão . no interior dos pedilúvios: esponja de espuma plástica ou capacho mergulhados no líquido desinfetante (amônia quaternária, iodo ou cloro) - rodolúvios: para caminhões Figura 12. Detalhe de rodolúvio com arco de desinfecção M) FOSSA DE PUTREFAÇÃO - indispensável para a eliminação de aves mortas - fossa subterrânea, hermeticamente fechada, coberta com tampa de madeira ou laje de concreto, soterrada com uma camada de terra com exceção de uma abertura através da qual serão lançadas as aves mortas. - localização: . a pelo menos 100 m de distância dos galpões e poços d'água potável - dimensionamento: . 3 m3/1.000 frangos de corte e 0,3 m3/1.000 poedeiras - aves mortas (6% dos frangos de corte morrem até o final do ciclo): . jogadas imediatamente no fosso, podendo-se adicionar cal virgem para acelerar o processo de decomposição Figura 13. Detalhe fossa de putrefação (dimensões em cm) - cercas protetoras circundando os galpões de criação e a propriedade - quebra-ventos (renques de eucalipto e coníferas): a 100 m dos galpões - croqui das construções e instalações de uma granja para frangos de corte: Figura 14 5.3. PROJETOS DOS GALPÕES - praticamente todo aberto, sendo contudo protegido por telas fixadas em todo seu perímetro, do piso ao telhado. Figura 14. Croqui das construções e instalações de uma granja para frangos de corte Figura 15. Planta baixa de um galpão para 10.000 frangos (vão de 8 m). Figura 16. Fachada do galpão da Figura 4. Figura 19. Vista frontal e perspectiva de galpão de 10 metros de largura. Figura 20. Vistas interna e externa – Galpão aves de corte (Sistema de ventilação convencional) Figura 21. Vistas interna e externa – Galpão aves de corte (Exaustores) f) Ventiladores • Meio eficiente de controle de temperatura por aumentar as trocas por convecção • Tipos – ventilador centrífugo (uso industrial) – ventilador axial (uso em aviários) • Axial convencional • Axial tipo túnel – pressão positiva (ventilação) – Pressão negativa (exaustão) Figura 35. Tipos de Ventiladores. A) Centrífugo; B) Axial convencional; C) Axial tipo túnel A CB Figura 36. Disposição de ventiladores axiais. A) Sistema convencional; B) Sistema tipo túnel A B Quadro 6. Desempenho típico de ventiladores axiais Condição a ser mantida Exemplo de dimensionamento: Galpão aves corte Dimensionar galpão para 10.000 aves de corte para Goiânia-GO (comprimento e largura ?): Resolução: - Clima quente e seco: largura do galpão = 12 metros - Adotando 12 aves/m2 (densidade) 1m2 ___ 12 aves x ___ 10000 aves => x = 833,33 m2 - Comprimento do galpão = 833,33 m2 / 12 m = 70 metros 6. AVICULTURA DE POSTURA Figura 37. Bateria automatizada em três filas de gaiola para poedeiras. No meio pode-se ver o aparelho para encher os comedouros. A retirada das fezes, embaixo de cada gaiola, é feita por vassoura mecânica 6.2. Galpão para poedeiras - abriga matrizes desde o início da 17ª semana de idade até o fim da 72ª-74a, conforme ainda seja econômica ou não a produção de ovos - galinhas: idade de reprodução a partir da 17a semana A) Detalhes construtivos do galpão . pilares de concreto armado, metálico ou de madeira roliça . piso de concreto revestido de argamassa de cimento e areia . corredor central de 1,0 m de largura entre as fileiras de gaiolas??????????? . sob as gaiolas o piso pode ser de terra, devendo, porém, à volta do galpão, ser construído um passeio em concreto com 0,8 m de largura . o beiral pode atingir até 2,0 m de largura . as gaiolas são fixadas nos pilares do galpão a 0,7 m de altura em relação ao piso??????? - afastamento entre galpões: . 30 a 40 m, para criações de mesma idade . 200 m ou mais, para criações de diferentes idades Figura 38. Detalhes construtivos de um galpão para poedeiras mínino Figura 39. Visão Geral de galpão para aves de postura Figura 40. Vista interna de galpão para aves de postura Figura 41. Vista interna de galpão de postura com gaiolas automatizadas Figura 42. Perspectiva de uma gaiola (1,0 x 40 x 40m) (8 aves por gaiola) B) Gaiolas • São formadas por um conjunto de 4 repartições de 25 x 40 x 40 cm, sendo cada repartição destinada a 2 aves • Disposição em fileira simples ou duplas Figura 43. Gaiola para aves postura (1,0 x 40 x 40m) Figura 44. Gaiolas em fileira simples: 2 fileiras duplas de gaiolas separadas por um corredor de serviço. Figura 45. Fileiras duplas: 4 fileiras duplas de gaiolas, dispostas escalonadamente. Exemplo de dimensionamento (galpão postura) Dimensionar galpão para 4000 aves de postura Dados: utilizar gaiola de 0,40 x 0,40 x 1,00 m (alt x larg x compr) com capacidade de 8 aves / gaiola. Resolução: