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Boletim Técnico
Biotecnologia 
Agropecuária
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo
Brasília - DF
2010
Boletim Técnico
Biotecnologia 
Agropecuária
Promover o desenvolvimento sustentável e 
a competitividade do agronegócio 
em benefício da sociedade brasileira.
Missão 
Mapa
3
Introdução
A biotecnologia é uma das ferramentas tecnológicas mais impor-
tantes da atualidade. Suas aplicações têm contribuído para a estru-
turação de novos sistemas econômicos e sociais, o desenvolvimento 
dos países, especialmente a partir da manipulação das menores es-
truturas que compõem os seres vivos. 
A biotecnologia envolvendo plantas, animais e micro-organismos 
é um ramo milenar. Processos biotecnológicos vêm sendo utilizados 
desde as antigas civilizações, quando o ser humano já buscava a 
melhoria de plantas e animais para seu consumo através de cruza-
mentos. Processos de fermentação utilizados para a produção de 
queijos, vinhos, pães, iogurtes e sucos são algumas das formas mais 
antigas da utilização da biotecnologia. De forma ainda bem primitiva, 
utilizavam-se os processos de fermentação, onde macerado de uvas, 
cevada ou outros produtos básicos eram submetidos à exposição 
dos microrganismos presentes no ar, resultando na produção de de-
rivados úteis ao homem.
A partir da evolução do conhecimento científico sobre os “micró-
bios”, ou mais precisamente a partir da “Era Microbiana” e da des-
coberta da célula, no final do Século XIX, a utilização desses micror-
BOLETIM TÉCNICO DE BIOTECNOLOGIA 
AGROPECUÁRIA – AÇÕES DO MAPA/EMBRAPA
biotecnologia - origem grega:
bio - vida; logos - conhecimento; e tecnos, - a utilização 
prática da ciência
4
ganismos foi ampliada para o desenvolvimento de produtos com 
finalidades preventivas e terapêuticas. Surgiram, então, as vacinas, 
os antibióticos, hormônios, além de diversos insumos para a indústria 
de alimentos, como enzimas e milhares de produtos que hoje fazem 
parte de nosso cotidiano.
A correlação entre a informação genética e a hereditariedade de 
características em plantas, identificada por Gregor Mendel, no século 
XIX, foi fundamental para o desenvolvimento do conhecimento bio-
lógico. A partir disso, os trabalhos que se sucederam refletem uma 
história fantástica de progresso científico. Hoje, sabemos que os ge-
nes se organizam de forma ordenada, constituindo organismos vivos, 
definindo suas características morfológicas e fisiológicas. O conhe-
cimento dessa estrutura e seu funcionamento ampliaram a possibi-
lidade de atuação dos pesquisadores, permitindo a emergência da 
engenharia genética.
Alimentos produzidos com o uso da engenharia genética são con-
sumidos há mais de 2 décadas: bactérias, enzimas, leveduras e fun-
gos geneticamente modificados atuam diretamente nos processos 
de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de mui-
tas bebidas e alimentos do dia-a-dia: 
iogurtes ƒ
queijos ƒ
embutidos ƒ
picles ƒ
pães e massas ƒ
cerveja ƒ
vinhos e sucos ƒ
aspartame ƒ
5
Atualmente a engenharia genética ou a técnica do DNA recom-
binante ou transgenia permite introduzir características desejáveis a 
plantas (tolerância ou resistência à secas ou à doenças, maior duração 
de prateleira, maior eficiência, produção e produtividade) e animais, 
agregar benefícios aos mais diversos alimentos (enriquecimento ou 
fortificação, maior valor nutricional), realizar diagnósticos mais rápidos 
e precisos, produzir vacinas, medicamentos ou drogas humanas e 
animais, inseticidas e produtos de uso agrícola, entre outros produtos 
úteis à agropecuária e ao homem, por meio de bactérias, leveduras e 
outros microorganismos geneticamente modificados.
No futuro, será cada vez maior o uso da terapia gênica (alteração da 
função de células humanas para tratamento de doenças), de plantas ou 
animais geneticamente modificados para suportar condições adversas 
(mudanças climáticas), ou como biorreatores para a produção de vacinas, 
hormônios, substâncias e medicamentos, de interesse humano, animal 
e ambiental, tornando-os mais seguros e eficientes, de microrganismos 
para melhoria de processos industriais, redução do impacto ambiental e 
de tratamento de efluentes, dejetos e resíduos de processos produtivos 
(indústria têxtil, de papel, química, agroindústria e agropecuária, petrolífera, 
ambiental e mineração), entre outras aplicações da biotecnologia.
Tecnicamente, o termo biotecnologia representa um conjunto de tec-
nologias que “utilizam sistemas biológicos, organismos vivos ou seus 
derivados para a produção ou modificação de produtos e processos 
para uso específico”, bem como para gerar novos serviços e produtos 
úteis para os diversos segmentos industriais e para a sociedade.
A utilização destas tecnologias inovadoras tem contribuído para 
o aumento da qualidade de vida e gerado novos caminhos para o 
desenvolvimento social, econômico e ambiental. 
6
Assistimos a uma verdadeira revolução no diagnóstico e tratamento 
de doenças, na produção e uso de novos medicamentos para aplicação 
humana e animal, na multiplicação, produção e reprodução de espécies 
vegetais e animais, no controle de pragas e doenças animais e vegetais, 
no desenvolvimento e melhoria de alimentos (alimentos funcionais, en-
riquecidos, nutracêuticos), na conservação e utilização sustentável da 
biodiversidade e dos biomas, na recuperação, biodegradação, aprovei-
tamento econômico e tratamento de resíduos, efluentes e subprodutos 
da indústria e dos sistemas produtivos, na geração de energia renovável 
e menos poluente (agroenergia e bioenergia), na recuperação de áreas 
degradadas e biorremediação, rastreabilidade, bioinformática, genômica 
e proteômica, dentre outras áreas, com potencial cada vez maior de ino-
vações e de geração de novos produtos e serviços.
Biotecnologia - Cenário Interno
Desafios e Oportunidades
 Arcabouço legal 
e institucional de 
estímul a inovação
 Capacidade instalada 
de CT&I
 Sólida base de RH
 Conhecimento 
científico acumulado
Parque industrial e de 
empresas atuantes em 
tecnologias, bens e 
serviços biotcnológicos
 Diversidade genética 
e bioquímica
 Diferentes biomas e 
ecossistemas
 Favorecer parcerias, 
governo, setor 
privado, ICTs e 
sociedade
 Mobilizar setores
 Fomentar a PI
 Incentivar a inovação 
Atuação Governamental
Processos, 
produtos e serviços 
inovadores
Desenvolvimento 
da agroindústria 
nacional
 Incremento das 
exportações
 Produtos com > 
valor agredado
 Desenvolvimento 
regional
 APLs (potenciali-
dades locais
7
Todas estas áreas de aplicação configuram-se como oportunida-
des promissoras para impulsionar o desenvolvimento nacional base-
ado no conhecimento e na inovação, com geração de emprego e 
renda, desenvolvimento regional, incremento da produção, das ex-
portações de produtos com maior valor agregado, redução de impor-
tações, produção limpa e com menor impacto ambiental.
Outro diferencial competitivo do Brasil para o desenvolvimento da 
biotecnologia é sua notável biodiversidade. São cerca de 200 mil es-
pécies de plantas, animais e microorganismos já registrados e esti-
ma-se que este número possa chegar a um milhão e oitocentas mil 
espécies. É praticamente um quinto de toda a biodiversidade mun-
dial distribuída em seis biomas (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata 
Atlântica, Pantanal e Pampa), além da Zona Costeira e Marinha. 
Considerada a diversidade genética e bioquímica presente nes-
te patrimônio natural, depara-se com um universo de oportunidades 
para a inovação biotecnológica. Além disso, a distribuição regional 
diferenciada desta biodiversidade cria oportunidades para um desen-
volvimento econômico que valoriza as especificidades locais, capaz 
deestruturar arranjos produtivos sustentáveis baseados em aplica-
ções biotecnológicas.
Alia-se a este potencial, o favorável cenário interno de grande ca-
pacidade instalada de pesquisa, desenvolvimento e inovação, a base 
sólida de recursos humanos, um vigoroso parque de empresas de bio-
tecnologia, grande competitividade e crescente exportação da agroin-
dústria, e ainda, o moderno marco legal e conjunto de políticas públi-
cas de estímulo à inovação e ao desenvolvimento da biotecnologia, 
notadamente a Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/2005) e a Política 
8
de Desenvolvimento da Biotecnologia – PDB (Decreto nº 6.041/2007), 
fortalecida pela recente Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP, 
em especial em seus Programas Mobilizadores em Áreas Estratégicas, 
setor Biotecnologia, a PDP-Biotec, cuja operacionalização e implemen-
tação de ações e prioridades decorrem da interlocução e articulação 
entre governo, setor privado, academia e sociedade civil.
Cria-se dessa forma um ambiente adequado ao incremento dos 
investimentos, de desenvolvimento de competências, de alianças 
estratégicas em áreas prioritárias ou de maior vantagem competiti-
va, entre outros aspectos relevantes de um contexto atual vantajoso 
a ser aproveitado. 
Ao mesmo tempo, é fundamental que seja assegurado à socieda-
de brasileira que o desenvolvimento da biotecnologia, em todas as 
suas fases, se dará sob a estrita observância de questões de nature-
za ética, de biossegurança, do respeito aos direitos das comunidades 
tradicionais, indígenas e locais, da promoção da inclusão social, da 
repartição de benefícios e do direito à informação de qualidade e 
à participação social, nas quatro áreas priorizadas pela PDB (saúde 
humana, agropecuária, industrial e meio ambiente).
Entre as diretrizes da PDB está o estabelecimento de pro-
cesso de comunicação e participação para que a sociedade 
brasileira possa identificar, assimilar, controlar e adotar opções 
conscientes na escolha de novas tecnologias, por meio de in-
formação de qualidade, transparência e relação de confiança 
entre todos os atores, de modo a promover a biotecnologia 
com segurança, eficácia, confiança e aceitabilidade.
9
Este é o principal propósito desta publicação, onde o Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, como instituição 
responsável pela implementação da Política de Desenvolvimento da 
Biotecnologia, na área priorizada da agropecuária, busca apresentar 
de forma simples e clara, os conceitos, legislação, aplicações da bio-
tecnologia e áreas/formas de atuação dos setores técnicos compe-
tentes e instituições envolvidas no âmbito do agronegócio. 
Visa ainda este Boletim Técnico, servir de material de sensibiliza-
ção sobre o tema e de estratégia de divulgação das ações do MAPA, 
em três vertentes principais: fomento à inovação no agronegócio e 
da biotecnologia agropecuária, com coordenação no âmbito do De-
partamento de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária 
– DEPTA, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Coope-
rativismo – SDC, pesquisa, desenvolvimento e inovação, com ação 
da EMBRAPA e do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e, 
monitoramento, avaliação de riscos, controle da produção, registro e 
fiscalização de insumos e produtos agropecuários biotecnológicos, 
a cargo de sua Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA, setores 
estes que contribuíram efetivamente para a sua elaboração.
11
ATUAÇÃO DO MAPA: ÁREAS E 
RESPONSABILIDADES 
INSTITUCIONAIS1
FOMENTO À INOVAÇÃO NO AGRONEGÓCIO E DA 
BIOTECNOLOGIA AGROPECUÁRIA:
As ações de fomento à inovação no agronegócio e da biotecnolo-
gia agropecuária estão baseadas, entre outras, na Política de Desen-
volvimento da Biotecnologia/PDB (Decreto nº 6.041/2007) e na Políti-
ca de Desenvolvimento Produtivo (PDP). O MAPA é responsável pelas 
ações de fomento através de sua Secretaria de Desenvolvimento 
Agropecuário e Cooperativismo (SDC), em especial seu Departamen-
to de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária (DEPTA) 
e sua Coordenação de Acompanhamento e Promoção da Tecnologia 
Agropecuária (CAPTA). A Embrapa executa ações de fomento atra-
vés de sua unidade para Transferência de Tecnologia.
A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DA BIOTECNOLOGIA 
(PDB) instituída pelo Decreto nº 6.041/07, tem como objetivo geral 
promover e executar ações com vistas ao estabelecimento de am-
biente adequado para o desenvolvimento de produtos e processos 
biotecnológicos inovadores, estimular o aumento da eficiência da es-
trutura produtiva nacional, a capacidade de inovação das empresas 
brasileiras, a absorção de tecnologias, a geração de negócios e a 
expansão das exportações.
12
Para tanto, busca apresentar diretrizes para a implantação de pro-
postas concretas de ações viáveis no curto, médio e longo prazos 
com vistas à consolidação da biotecnologia, em especial, o da bioin-
dústria brasileira. 
Seus propósitos maiores são 
Promover a geração de ƒ produtos e processos inovadores, o 
fortalecimento e a competitividade da bioindústria nacional. 
Criar um ƒ ambiente favorável para investimento e a parceria 
público-privado em PD&I e projetos cooperativos entre Insti-
tuições de Ciência e Tecnologia – ICTs e empresas; 
Ampliar o potencial de ƒ exportações, investimentos e explo-
ração de novas oportunidades industriais e agroindustriais.
Assegurar que a biotecnologia e a cooperação tecnológica e ƒ
econômica sejam acessíveis ao conjunto da sociedade, a fim 
de garantir agregação de valor aos produtos, promover a inclu-
são social e qualidade de vida em todo o processo produtivo.
A política foi estruturada em três tópicos principais: Áreas Setoriais 
Priorizadas, Ações Estruturantes e Ações Complementares, com de-
talhamento de diretrizes e objetivos específicos. Apresenta, também, 
um componente de Avaliação e Monitoramento, outro de Responsa-
bilidades Institucionais. 
As áreas setoriais priorizadas foram definidas com base nos gran-
des eixos de atuação da biotecnologia, onde o mercado atualmente 
já se mostra organizado, sendo estas a área da saúde humana, da 
agropecuária, industrial e ambiental. 
13
As áreas priorizadas apresentam importantes demandas do setor 
produtivo e/ou da sociedade, relacionadas à saúde humana, ao meio 
ambiente, à agropecuária ou à indústria, resultando na priorização de 
produtos, processos e serviços de interesse estratégico nacional para 
o atendimento de demandas de relevância social e com potencial de 
mercado significativo. 
As Ações Estruturantes têm por foco quatro áreas de atuação e 
fomento:
Investimentos: disponibilização de ƒ instrumentos e mecanismos 
de financiamento e de estímulo às parcerias público-privadas; 
Recursos humanos: ƒ capacitação para desenvolvimento de 
CT&I com foco na nas demandas da bioindústria nacional; 
Infra-estrutura: ƒ apoio e fortalecimento de redes de PD&I, labora-
toriais, de certificação metrológica, redes e parques tecnológicos; 
Marcos regulatórios: ƒ aprimoramento da legislação e normas 
com impactos diretos sobre o desenvolvimento da biotecnolo-
gia (biossegurança, bioética, inovação, propriedade intelectual, 
acesso ao patrimônio genético e repartição de benefícios); 
A PDB considera ainda a Ação Complementar com foco na Co-
municação e Participação Social. Esta ação tem como diretriz o es-
tabelecimento de processo de comunicação e participação para que 
a sociedade brasileira possa identificar, assimilar, controlar e adotar 
opções conscientes na escolha de novas tecnologias, por meio de 
informação de qualidade, transparência e relação de confiança entre 
todos os atores, de modo a promover a biotecnologia com seguran-
ça, eficácia, confiança e aceitabilidade.
14
Além das ações transversais, existem orientações específicas 
para cada área setorial priorizada.Para a área da AGROPECUÁRIA 
a diretriz é promover e incentivar as atividades do agronegócio para 
incrementar a produtividade e a competitividade dos produtos agro-
pecuários, por intermédio da introdução de tecnologias que gerem 
produtos de alto valor agregado ou inovadores.
Os objetivos específicos para o desenvolvimento da biotecnologia 
agropecuária são:
Fortalecer e aprimorar as bases da produção nacional e a ƒ
competitividade do setor agropecuário.
Estimular a geração de produtos inovadores e desenvolvi- ƒ
mento de novas tecnologias de produção.
Estimular o aumento de produtividade e qualidade por meio ƒ
da utilização de novos produtos, processos e serviços.
Promover ações e apoiar iniciativas para adequação dos ƒ
marcos regulatórios e normativos, para a disseminação da 
cultura de propriedade intelectual e gestão da inovação nas 
empresas que desenvolvem P, D&I e, em especial, no Siste-
ma Público de Pesquisa Agropecuária.
 Estimular a P, D&I nas empresas de pequeno e médio porte, ƒ
a modernização das mesmas e interação com ICTs.
 Investir no fortalecimento da base de exportação das empre- ƒ
sas brasileiras para exploração de novos nichos do mercado 
de produtos agropecuários.
Investir no fortalecimento da base de exportação das empre- ƒ
sas brasileiras para exploração de novos nichos do mercado 
de produtos agropecuários.
15
Biotecnologia Agropecuária
Áreas de aplicação
 Tecnologias para detecção e controle de 
pragas e doenças
 Novos medicamentos e vacinas
 Kits de diagnósticos, biotestes
 Probiótivos
 Caracterização de genoma de patógenos
 Plantas resistentes
 tecnologias para reprodução animal, vegetal 
e outros organismos
 Melhoramento animal e vegetal
 Clonagem
 Indústria de alimentos
 Biossegurança
 Bioenergia
 Técnicas de liberação controlada 
(encapsulamento)
 Sensores e detectores
 Sistema de manejo e
 rastreabilidade
 Aproveitamento de subprodutos animais 
e vegetais e de resíduos dos sistemas 
produtivos
 Bioindústria de transformação
 Defesa Agropecuária
 Produção de alimentos
 Desenvolvimento sustentável
 Agroenergia/Bioenergia
 Bioinformática
 Nanotecnologia
16
Mecanismo operacional da PDB 
Articulação (fluxo de interações), aperfeiçoamento e 
monitoramento
 Política de Desenvolvimento da Biotecnologia
Fluxo de interações: demandas e repostas
Comitê Nacional de Biotecnologia - CNB/MDIC
(Ministérios e instituições de fomento)
Fórum de Competititvidade de Biotecnologia/MDIC
(Governo, setor produtivo, academia, sociedade civil)
GT Saúde
MS
GT indústria
MDIC
GT Agropec
Mapa
GT RH GT PI
O Grupo de Trabalho da Agropecuária (GT – Agropecuária) tem 
como papel a articulação e coordenação setorial. O GT foi criado no 
âmbito do Mapa (Portaria SDC nº 64/08), é constituído por repre-
sentantes do setor público, setor produtivo e academia tem caráter 
consultivo e propositivo; é responsável pela articulação setorial e pelo 
levantamento de demandas no que concerne ao desenvolvimento da 
17
biotecnologia no setor agropecuário. O GT também subsidia os tra-
balhos, as discussões e as deliberações do Fórum de Competitivida-
de de Biotecnologia e do Comitê Nacional de Biotecnologia – CNB, 
ambos sob a coordenação do MDIC e responsáveis pela coordena-
ção, monitoramento e contínuo aperfeiçoamento da Política de De-
senvolvimento da Biotecnologia - PDB. 
 “Inovar e Investir para sustentar o crescimento” – com esse 
mote estruturou-se a POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODU-
TIVO (PDP). Para atingir seu objetivo, a PDP estabelece a integração 
de ações e políticas, esforço coordenado e compromisso entre o go-
verno, órgãos de fomento, academia, sociedade civil e setor produti-
vo. Com isso, define o foco, a integração e a coordenação maior das 
ações de fomento da biotecnologia agropecuária. As ações para o 
setor agropecuário também são articuladas a partir do GT- Agrope-
cuária, sob a coordenação do DEPTA/SDC/Mapa.
A PDP estabelece alguns Programas Mobilizadores em Áreas 
Estratégicas. A biotecnologia (PDP/Biotec) é considerada uma área 
estratégica para o desenvolvimento do país. Uma das ações estru-
turantes foi a construção da Agenda de Ações da Política de De-
senvolvimento da Biotecnologia – PDP – Biotec, Essa Agenda é 
resultado do esforço coordenado do governo federal, conduzido no 
âmbito dos Grupos de Trabalhos do Fórum de Competitividade/MDIC 
(Industria, Saúde Humana e Agropecuária), com metas e cronograma 
para implementação no triênio 2008-10. As ações estabelecidas nes-
sa agenda estão sob responsabilidade de diversas instituições. 
O Mapa através de suas Secretarias de Desenvolvimento Agro-
pecuário e Cooperativismo, e de Defesa Sanitária, e a EMBRAPA, 
envolvendo o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) 
18
têm sob sua responsabilidade a execução das ações estabelecidas 
nessa Agenda. Diversos projetos em rede estão sendo elaborados 
para dar suporte ao fortalecimento e competitividade da Agroenergia. 
Os projetos envolvem, por exemplo, fixação de nitrogênio em gramí-
neas (cana de açúcar); o desenvolvimento de leveduras para fermen-
tação de açúcar a partir da celulose (hidrólise enzimática); ou ainda a 
produção de hidrocarbonetos a partir da fermentação do açúcar (3ª 
geração do Biodiesel). Para dar suporte à Defesa Agropecuária e ao 
Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio, estão sendo desen-
volvidos projetos em rede nas áreas de biologia avançada e suas apli-
cações para o agronegócio e ainda projetos em sistemas avançados 
para apoio à defesa agropecuária. 
A Agenda também contempla ações de pesquisa, acesso e tec-
nologia para o manejo da agrobiodiversidade, e a conservação e o 
uso sustentável de recursos genéticos para alimentação e agricul-
tura, onde se considera, entre outros, a estruturação e manutenção 
de bancos de germoplasma. Também é tema de ação na Agenda 
as ações do Sistema Nacional de Laboratórios Agropecuários – 
LANAGRO, sob coordenação do Mapa. A capacitação de recursos 
humanos em diversos temas, como a própria biotecnologia, questões 
ligadas à propriedade intelectual e recursos genéticos, biosseguran-
ça, bioética, entre outros temas correlacionados também é uma ação 
definida na Agenda, além do fomento à propriedade intelectual, em 
especial ao trabalho com Proteção de Cultivares.
Com essas ações, o Mapa, em parceria com a Embrapa, busca 
transitar da progressiva geração de conhecimento para a criação e 
consolidação de empresas nacionais de biotecnologia.
 
19
PESQUISA AGROPECUÁRIA: 
Pesquisa, desenvolvimento e inovação 
em biotecnologia2
Embrapa investe em tecnologias de ponta em benefício 
do agronegócio sustentável
A Embrapa investe desde a década de 80 em pesquisas de bio-
tecnologia. Esses estudos vêm se consolidando ao longo das últimas 
três décadas, modificando setores produtivos relacionados à agricul-
tura e à pecuária. Exemplos marcantes dessa tecnologia são: gera-
ção de métodos específicos e sensíveis de diagnóstico de patologias; 
novas vacinas; clonagem de animais de interesse pecuário; emprego 
de marcadores moleculares em programas de melhoramento genéti-
co; desenvolvimento de plantas transgênicas e de biopesticidas, en-
tre outros
Os resultados da biotecnologia podem ser observados na própria 
natureza, onde espécies de plantas, animais e microrganismos trans-
ferem, naturalmente, genes de uma espécie para outra. É o caso, por 
exemplo, da bactéria Agrobacterium tumefasciens, que causa tumo-
res em algumas plantas. Durante a infecção, os genes responsáveis 
pela formação desses tumores se transferem das bactérias para as 
células da planta hospedeira, que começam a se dividir descontro-
ladamente e a sintetizar substâncias essenciais à sobrevivência da 
bactéria que causou o tumor.
20
Outro bom exemplodesse processo natural de transferência de 
genes são os transposons, conhecidos como DNA saltitantes, porque 
saltam de um ponto a outro, transferindo características genéticas. 
Esse método explica porque numa mesma espiga de milho podem-se 
encontrar grãos de diferentes colorações, em conseqüência da ação 
do DNA saltitante, que transfere características de pigmentação.
Observando esses processos da natureza, o homem aprendeu a 
manipular os genes, através de diferentes métodos, além dos naturais, 
dando origem a uma nova ciência denominada engenharia genética. 
Essa ciência vem causando uma verdadeira revolução no conheci-
mento científico e tecnológico nas últimas décadas, já que possibilita 
a transferência de genes específicos entre espécies diferentes. O ob-
jetivo é contribuir para o desenvolvimento de novas variedades trans-
gênicas (alteradas geneticamente) melhoradas e mais produtivas, que 
exibam resistência aos estresses ambientais e auxiliem na recupera-
ção e manutenção do meio ambiente, diminuindo a necessidade de 
defensivos agrícolas e de expansão da fronteira agrícola.
As plantas transgênicas: quebrando barreiras em prol da 
agropecuária brasileira
A transgenia nada mais é do que é uma evolução do melhoramen-
to genético convencional, já que permite transferir características de 
interesse agronômico entre espécies diferentes. Isso quer dizer que 
essa tecnologia permite aos cientistas isolarem genes de microrga-
nismos, por exemplo, e transferi-los para plantas, com o objetivo de 
torná-las resistentes a doenças ou mais nutritivas, entre outras inú-
meras aplicações. 
21
A área global de plantações transgênicas ocupa mais de 100 mi-
lhões de hectares, envolvendo cerca de 50 países, seja cultivando ou 
importando variedades geneticamente modificadas (GM)s para con-
sumo humano ou animal. 
A Embrapa desenvolve estudos para transformação genética de 
plantas desde a década de 80, com o objetivo de contribuir para uma 
agricultura mais produtiva e saudável, através do desenvolvimento de 
variedades tolerantes ou resistentes a doenças, visando reduzir as 
aplicações de defensivos químicos nas culturas agrícolas. Pesquisas 
nessa área estão sendo desenvolvidas com várias espécies agrícolas, 
como: soja, milho, algodão, batata e mamão, entre outras.
As pesquisas são coordenadas pela Embrapa Recursos Genéti-
cos e Biotecnologia, em Brasília, DF, e contam com a parceria de 
outras unidades de pesquisa da Embrapa (Embrapa Algodão, Embra-
pa Soja, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa 
Trigo, Embrapa Café, Embrapa Hortaliças, e Embrapa Mandioca e 
Fruticultura Tropical), além de instituições de pesquisa e universida-
des do Brasil e do exterior.
Uma das principais linhas de atuação da Embrapa nessa área é o 
desenvolvimento de plantas transgênicas com resistência a vírus. Isso 
se deve ao fato de que não existem produtos específicos para con-
trolar as viroses, ao contrário das bactérias, por exemplo, que podem 
ser controladas com antibióticos. 
22
Feijão resistente a vírus: primeiro produto GM totalmente 
desenvolvido por instituições públicas brasileiras 
Feijão transgênico
Autor: Josias Faria, Embrapa Arroz e Feijão
Feijão contaminando com mosaico dourado
Autor: Cláudio Bezerra
Um dos resultados que merece destaque na área de biotecnologia 
e que já está bem próximo de chegar ao produtor é o feijão transgê-
nico com resistência ao vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o pior 
inimigo dessa cultura agrícola na América do Sul.
As variedades transgênicas foram desenvolvidas em parceria en-
tre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) e a 
Embrapa Arroz e Feijão (Goiânia, GO) e carregam com elas um impor-
tante predicado: o de serem as primeiras plantas transgênicas total-
mente produzidas por instituições públicas de pesquisa no Brasil. 
O mosaico dourado do feijoeiro está presente em todas as regiões 
brasileiras e, se atingir a plantação ainda na fase inicial pode causar 
perdas de até 100% na produção. As variedades já estão sendo testa-
das no campo e avaliadas quanto à segurança alimentar e ambiental.
Esse projeto é um exemplo signifi cativo de impacto social e ali-
mentar do uso da engenharia genética em nível mundial. No Brasil o 
23
feijão é uma cultura de extrema importância social, já que é produ-
zido basicamente por pequenos produtores, com cerca de 80% da 
produção e da área cultivada em propriedades com menos de 100 
hectares.
Além disso, é a principal fonte vegetal de proteínas (o teor das se-
mentes varia de 20 a 33%), além de ser também fonte de ferro (6-10 
mg/100 g). Associado ao arroz, dá origem a uma mistura tipicamente 
brasileira e ainda mais nutritiva e rica em vitaminas. Na verdade, a 
importância do feijão na alimentação transcende as fronteiras brasilei-
ras, sendo a leguminosa mais importante na alimentação de mais de 
500 milhões de pessoas na América Latina e África. 
O principal benefício ambiental das variedades geneticamente mo-
dificadas é a redução na aplicação de produtos químicos no ambiente 
(inseticidas). Além disso, melhoram a produtividade e, consequente-
mente, reduzem o avanço da agropecuária sobre áreas de florestas.
Outras culturas agrícolas resistentes a viroses 
Além do feijão, a Embrapa, em parceria com outras instituições de 
pesquisa do Brasil e do exterior, está trabalhando para desenvolver 
variedades de batata, mamão e tomate com resistência a viroses. 
24
Tolerância à seca 
Outra vertente da engenharia genética que pode resultar em mui-
tos benefícios para a população é a que busca desenvolver varieda-
des transgênicas com tolerância à seca. As pesquisas estão sendo 
desenvolvidas com soja, cana e café.
Café transgênico para tolerância à seca 
Autor: Cláudio Bezerra
25
Resistência a insetos 
Autor: Cláudio Bezerra
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Embrapa 
Algodão (Campina Grande, PB) estão desenvolvendo plantas trans-
gênicas de algodão para resistência a insetos, como o bicudo do 
algodoeiro, por exemplo. Essas pesquisas são desenvolvidas a partir 
da introdução do gene de uma bactéria específica para controlar os 
insetos (Bacillus thuringiensis). Essa bactéria é totalmente inofensiva 
aos seres humanos, animais e ao meio ambiente.
As Unidades dominaram a técnica de transformação de plantas de 
algodão, isolaram genes para resistência ao bicudo do algodoeiro e a 
lagartas que atacam a cultura do algodão e já estão desenvolvendo 
plantas resistentes em laboratório.
26
Tolerância a herbicidas 
Um acordo de cooperação assinado pela Embrapa e a BASF em 
2007 vai colocar à disposição dos produtores de soja um pacote tec-
nológico totalmente desenvolvido no Brasil. Essa parceria vai resultar 
em variedades de soja geneticamente modificadas com tolerância a 
herbicidas da classe das imidazolinonas adaptadas às diferentes re-
giões brasileiras.
A pesquisa começou com a transformação genética de plantas de 
soja pela equipe da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. 
Na fase seguinte, as plantas transformadas foram testadas em casa 
Cana transgênica para tolerância à seca 
Autor: Cláudio Bezerra
27
de vegetação e no campo por outra unidade da Embrapa, a Embrapa 
Soja, localizada em Londrina, PR.
Por fim, as duas instituições passaram à fase regulatória, na qual 
foi avaliada a biossegurança das plantas de soja geneticamente 
modificadas, baseada em quatro pilares: caracterização molecular 
das plantas transformadas para ter certeza de que contêm apenas 
o gene de tolerância desejado; segurança da proteína; segurança 
alimentar em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos 
de Campinas; e, por fim, a avaliação agronômica para testar a se-
gurança ambiental. 
O pedido de regulamentação foi encaminhado à Comissão Téc-
nica Nacional deBiossegurança (CTNBio) em 2008 e as sementes 
transformadas deverão estar disponíveis para os produtores na safra 
de 2011/2012.
As variedades resultantes dessa parceria representam uma nova 
alternativa de tolerância a uma classe diferente de herbicidas para 
os produtores, já que não é bom ficarem restritos a uma só tecnolo-
gia. Até o momento apenas a soja transgênica tolerante ao herbicida 
RounupReady (RR) foi aprovada para comercialização no Brasil. Além 
disso, a rotação de sistemas é sempre benéfica para as lavouras. 
O fato de a Embrapa possuir unidades de pesquisa em todas as 
regiões brasileiras facilita o desenvolvimento de variedades com ca-
racterísticas adaptadas às diferentes condições climáticas.
28
Transgênicos como biofábricas para produção de medi-
camentos: nova vertente da engenharia genética que une 
agronegócio e setor farmacêutico
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia investe no de-
senvolvimento de plantas e animais geneticamente modificados, que 
serão utilizados como biofábricas para produção de medicamentos 
seguros e mais acessíveis à população.
A expectativa é que esses medicamentos cheguem ao mercado 
farmacêutico com custo muito mais baixo, já que serão produzidos 
diretamente em plantas ou no leite dos animais.
Existem evidências de que a utilização de plantas e animais trans-
gênicos como biofábricas poderá reduzir os custos de produção de 
proteínas recombinantes em até 50 vezes.
Essas pesquisas são realizadas em parceria com outras unidades 
da Embrapa e universidades brasileiras. 
É muito importante frisar que esses produtos não serão utilizados 
na cadeia alimentar e sim como fármacos.
A utilização de plantas e animais como biofábricas é uma platafor-
ma tecnológica que vai permitir expressar muitas moléculas de alto 
valor agregado.
Além de se constituir em um importante instrumento para a pro-
dução de fármacos que poderão ser usados na prevenção e cura de 
inúmeras doenças, essa tecnologia contribuirá também para o estu-
do de funções de moléculas oriundas da biodiversidade brasileira. 
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolve um 
trabalho sistemático de coleta de genes da nossa fauna e flora e mui-
29
tos desses genes possuem bom potencial de utilização nas áreas de 
agricultura e saúde, por exemplo, por suas propriedades medicinais, 
dentre outras. A tecnologia permitirá descobrir as funções desses ge-
nes com maior rapidez e eficiência.
A tecnologia de utilização de biofábricas para produção de 
fármacos valoriza ainda mais o agronegócio brasileiro, já que 
permite a agregação de valor a produtos agropecuários, como 
plantas e animais. 
Além disso, favorece a integração entre o mercado agrícola e o 
setor farmacêutico. Quem mais ganha com isso é, sem dúvida, a 
população brasileira, que vai poder contar com produtos mais eco-
nômicos e saudáveis.
Vantagens:
Produzem proteínas geneticamente modificadas, idênticas ƒ
às originais, com pouco investimento de capital, resultando 
em produtos seguros para o consumidor;
Facilidade de estocagem e transporte; ƒ
Medicamentos mais baratos e produção em larga escala; ƒ
Auxiliar no estudo de funções de moléculas oriundas da bio- ƒ
diversidade brasileira;
Agregação de valor aos produtos agropecuários; ƒ
Favorecem a união entre o agronegócio e o setor farmacêutico. ƒ
Pesquisas em desenvolvimento com plantas transgênicas ƒ
de soja:
Produção do fator IX, uma proteína responsável pela coagu- ƒ
30
lação do sangue. Os hemofílicos não produzem essa proteí-
na e precisam dela para melhorar a sua qualidade de vida;
Gene que estimula o hormônio do crescimento; ƒ
Plantas transgênicas para combater a AIDS - A pesqui- ƒ
sa ainda está em fase de testes e se baseia na introdução 
da cianovirina (proteína presente em algas) em plantas de 
soja, milho e tabaco para a sua produção em larga escala. 
Esta proteína é capaz de impedir a multiplicação do vírus no 
corpo humano. Os estudos estão sendo desenvolvidos em 
consórcio entre a Embrapa, Instituto Nacional de Saúde dos 
Estados Unidos, Universidade de Londres e o Conselho de 
Pesquisa Científica e Industrial da África do Sul (CSIR – si-
gla em inglês). A intenção é produzir o produto em gel (com 
propriedades germicidas) para que as mulheres apliquem na 
vagina antes do relacionamento sexual.
Embrapa produz fios de teias de aranha em laboratório
A manipulação das proteínas encontradas nas teias de espécies de 
aranhas da biodiversidade brasileira – coletadas em três diferentes biomas: 
mata atlântica, Amazônia e cerrado - mostrou aos cientistas que a fibra da 
teia de aranha é um dos fios mais resistentes e flexíveis da natureza, capaz 
de agüentar o peso da própria aranha a 80 quilômetros de altura. 
Com esse conhecimento “em mãos”, pesquisadores da Embrapa 
Recursos Genéticos e Biotecnologia, Universidade de Brasília (UnB), 
Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Butantã se uniram para 
isolar os genes dessas aranhas e investir em técnicas de engenharia 
genética que permitam aproveitar essas características em prol do 
desenvolvimento industrial . 
31
Entretanto, a dificuldade de domesticar as aranhas e produzi-las 
em larga escala levaram à necessidade de desenvolvimento de estra-
tégias para a produção das proteínas utilizando a tecnologia do DNA 
recombinante. 
Os resultados preliminares obtidos pelas instituições demonstra-
ram que a estrutura secundária da seda produzida pela aranha Ne-
philengys cruentata possui 5% alfa hélice e 53% folhas beta, diferindo 
substancialmente do que foi descrito até hoje em outras espécies. 
Análises de uma biblioteca de cDNA de N. Cruentata permitiram a ob-
tenção de novas seqüências produtoras de sedas contendo blocos 
ricos em prolina, glicina e alanina, que poderão constituir a base para 
a produção de novas proteínas que produzem sedas com diferentes 
características físico-químicas e mecânicas. 
O projeto envolveu a coleta, construção de bibliotecas de cDNA 
das glândulas de diferentes espécies de aranhas produtoras das se-
das em diferentes regiões do país, a expressão das proteínas em 
sistemas heterólogos a partir da engenharia de seqüências regula-
tórias e codificadoras, estudos da estrutura e função de proteínas e 
produção de novos biopolímeros. 
Os estudos preliminares demonstraram que a biodiversidade de 
sedas de aranhas encontradas no Brasil deverá permitir a prospec-
ção e desenvolvimento de biopolímeros passíveis de proteção, com 
características mecânicas superiores, de alto interesse econômico e 
estratégico, como a produção de fibras para suturas em microcirurgia 
e utilizações que requerem um alto nível de absorção de energia e 
alongamento. 
Com o desenvolvimento do projeto, será possível associar compe-
tências em áreas transdisciplinares e multinstitucionais, objetivando o 
32
estabelecimento de uma rede tecnológica para a produção de biopo-
límeros e agregação de valor à biodiversidade, além de impactos no 
setor industrial e da saúde.
Participam também das pesquisas o Centro de Tecnologia do 
Exército brasileiro e a Universidade de Wyoming (EUA).
Genômica: Embrapa investe no mapeamento genético de 
diversas espécies vegetais em benefício da agricultura e 
dos consumidores 
A Embrapa, em parceria com outras instituições de pesquisa e 
universidades do Brasil e do exterior, vem investindo no sequencia-
mento de genomas de espécies vegetais de importância para a agri-
cultura e alimentação. 
Os estudos dos genomas resultam em bancos de dados que con-
têm genes com potencial para utilização em programas de melhora-
mento genético. Esses genes são utilizados por instituições de pes-
quisa a partir de convênios e podem gerar: 
Variedades resistentes a doenças, o que poderá reduzir a ƒ
aplicação de defensivos agrícolas;
Mais nutritivas; ƒ
Tolerantesa estresses ambientais; ƒ
Mais saborosas; ƒ
Melhor aparência para abrir novos mercados exportadores. ƒ
33
Genomas que a Embrapa está trabalhando:
Banana
A conclusão da primeira parte do genoma da banana no Brasil 
deu origem ao banco de dados DATAMusa, hoje o segundo maior do 
mundo em genômica de banana.
Café
O seqüenciamento da primeira etapa do genoma do café colo-
cou o Brasil na posição de vanguarda das descobertas tecnológicas. 
Esse projeto deu origem ao maior banco de dados de café do mun-
do. São 200 mil seqüências de DNA e a identificação de 30 mil genes 
responsáveis pelos diversos mecanismos de crescimento e desenvol-
vimento da planta. 
Arroz
O estudo do genoma do arroz tem como objetivo principal de-
senvolver variedades superiores, com características consideradas 
agronômicas de interesse para a competitividade da cadeia produtiva 
de arroz no Brasil hoje, como tolerância à seca e tolerância ao frio. O 
conhecimento obtido nessas pesquisas será fundamental para o me-
lhoramento genético de outras culturas de importância econômica, 
como: milho, trigo, sorgo e outras gramíneas.
34
Eucalipto
O sequenciamento do genoma do eucalipto tem como objetivo 
produzir uma base de dados genômicos que permita desenvolver 
processos mais eficientes de identificação, seleção e geração de ár-
vores superiores em programas de melhoramento genético. 
Etapa do seqüenciamento do genoma do eucalipto
Autor: Dario Grattapaglia, Embrapa Recursos Genéticos
35
Logo marca do projeto Genoma Bovino
Autor: Embrapa
Genoma bovino: conquista que contou com a 
participação do Brasil
A revolução genômica traz impactos também para a produção 
animal. A prova é que depois de seis anos de trabalho, a Embrapa, 
em conjunto com um consórcio internacional, conseguiu revelar a 
sequência do genoma bovino. O estudo servirá para o melhoramen-
to genético do gado e poderá interferir no aumento de produtividade 
e em características como maciez, coloração e quantidade de gor-
dura da carne, na qualidade do leite e no aumento da resistência a 
doenças e parasitas, como o carrapato.
O trabalho de sequenciamento, montagem, análise e anotação do 
genoma foi feito por mais de 300 cientistas de 25 países.
37
FISCALIZAÇÃO
Garantindo a qualidade dos produtos 
agropecuários3
Para que o consumidor brasileiro tenha em sua mesa produtos de 
qualidade, a Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA (SDA) res-
ponsabiliza-se pela garantia de que a produção e a comercialização 
de produtos agropecuários aconteçam dentro de normas e padrões 
estabelecidos nas legislações vigentes. Para tanto, desenvolve, entre 
outras, ações de controle, registro e fiscalização de insumos e produ-
tos, inclusive os obtidos por meio biotecnológicos e os organismos 
geneticamente modificados (OGMs). 
As ações da SDA nesse campo estão compartilhadas entre o De-
partamento de Fiscalização de Insumos Pecuários - DFIP, o Departa-
mento de Fiscalização de Insumos Agrícolas – DFIA, o Departamento 
de Inspeção de Produtos de Origem Animal - DIPOA, o Departamento 
de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal - DIPOV, o Departamen-
to de Sanidade Vegetal - DSV e o Departamento de Sanidade Animal 
- DSA, de acordo com a natureza do produto e atividade, tendo maior 
destaque, na área de biotecnologia, os dois primeiros. Além desses, a 
SDA conta com uma Coordenação de Biossegurança de OGM, res-
ponsável, entre outras, por assessorar e apoiar os departamentos no 
exercício de suas atribuições na área de biossegurança de OGM. 
38
As atividades com organismos geneticamente modificados de uso 
na agricultura e pecuária estão regulamentada pela Lei nº 11.105, de 
24 de março de 2005, comumente chamada Lei de Biossegurança, 
além de diversas outras Leis aplicadas também ao produto, indepen-
dente de ser este derivado da biotecnologia.
Decretos, Portarias e Instruções Normativas voltadas para produ-
tos e insumos agropecuários. 
Lei nº 11.105/2005 – Lei de Biossegurança
Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do Art. 225 da ƒ
Constituição Federal
Reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança ƒ
– CTNBio
Cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS ƒ
Revoga a Lei nº 8.974, de 1995 ƒ
Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscaliza- ƒ
ção das atividades com Organismos Geneticamente Modifi-
cados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes:
 - o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e 
 biotecnologia 
 - a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal
 - a observância do princípio da precaução para a proteção 
 do meio ambiente
Lei nº 11.105/2005 – Lei de Biossegurança
São diversos os agentes, órgãos, colegiados e comissões envol-
vidos no processo de avaliação e registro de insumos agropecuários 
39
(sementes, mudas, fertilizantes, agrotóxicos, vacinas, drogas para 
uso veterinário, material genético e alimentação animal):
CIBio – Comissão Interna de Biossegurança (no âmbito das ƒ
instituições de pesquisa)
CTNBio / MCT – Comissão Técnica Nacional de Biossegu- ƒ
rança do Ministério da Ciência e Tecnologia
CNBS – Conselho Nacional de Biossegurança ƒ
Órgãos e Entidades de Registro e Fiscalização do Ministério ƒ
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento / MAPA
Atuação e atribuição:
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio é um 
Colegiado Multidisciplinar integrante do MCT, consultivo e deliberativo 
para proceder análise de avaliação de risco de OGM e derivados
 proceder análise de avaliação de risco de OGM e derivados ƒ
estabelecer normas técnicas de segurança de OGM e deri- ƒ
vados
 emitir pareceres técnicos referentes à autorização para ati- ƒ
vidades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e 
derivados
Para estabelecer o grau de segurança de um determinado orga-
nismos, a CTNBio define como parâmetros a classificação de risco 
do OGM ou derivado; o nível de biossegurança a ser aplicado ao 
OGM ou derivado; e os procedimentos e medidas de biossegurança 
para uso do produto.
40
A CTNBio é composta por 27 membros, dos quais 12 cientistas 
igualmente distribuídos nas áreas animal, vegetal, meio ambiente e 
de saúde humana. Seis dos membros são especialistas nos temas 
de Defesa do Consumidor; Saúde; Agricultura Familiar; Meio Ambien-
te; Biotecnologia; e ainda Saúde do Trabalhador. Os nove membros 
restantes representam áreas do governo com ações correlatas: Mi-
nistério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento; Ministério da Saúde; Ministério do Meio Ambiente; 
Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimen-
to, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da Defesa; Ministério das 
Relações Exteriores; Ministério de Aqüicultura e Pesca.
As Comissões Internas de Biossegurança – CIBio compete ana-
lisar, a pedido da CTNBio, aspectos da conveniência e oportunidade 
socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação 
para uso nacional e comercial de OGM e seus derivados. Compõem 
esse Conselho os Ministros de Estado de 11 Ministérios: Casa Civil 
da Presidência da República, Ciência e Tecnologia; Desenvolvimen-
to Agrário; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Justiça; Saúde; 
Meio Ambiente; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Re-
lações Exteriores; Defesa; e Aqüicultura e Pesca.
As Comissões Internas de Biossegurança – CIBio devem obri-
gatoriamente existir em todas as instituições e empresas que utilizam 
técnicas e métodos de engenharia genética ou realizam pesquisa com 
OGM e seus derivados. Entre outras atribuições, compete à CIBio:
manter registro individual das atividades com OGM ou seus ƒ
derivados
 informar os trabalhadores e a coletividade sobre as questões ƒ
41
relacionadas à saúde e à segurança e os procedimentos em 
caso de acidentes
estabelecerprogramas preventivos e de inspeção para ga- ƒ
rantir o funcionamento das instalações sob sua responsabi-
lidade
 notificar a CTNBio, os OERF e as entidades de trabalhado- ƒ
res sobre o resultado de avaliações de risco e acidente ou 
incidente que possam provocar a disseminação de agente 
biológico
investigar a ocorrência de acidentes e enfermidades possi- ƒ
velmente relacionados a OGM e seus derivados e notificar 
suas conclusões e providências à CTNBio
Uma vez liberado comercialmente um OGM de uso na agricultura 
e pecuária, os agentes envolvidos em qualquer das fases do pro-
cesso de produção agropecuária, comercialização ou transporte de 
OGM ficam dispensados de constituição de CIBio, salvo decisão em 
contrário da CTNBio. 
Os agentes devem requerer ainda à CTNBio o Certificado de 
Qualidade em Biossegurança – CQB para o desenvolvimento de ati-
vidades com OGM e seus derivados em laboratório, instituição ou 
empresa
Os Órgãos e Entidades de Registro e Fiscalização do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento / MAPA têm atuação específi-
ca, de acordo com sua competência estatutária. Como mencionado 
anteriormente, aqueles com maior atuação na área de registro e fisca-
lização de produtos biotecnológicos são o DFIA e o DFIP.
42
Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários - DFIP/
SDA/Mapa - Área Animal (produtos veterinários e material de mul-
tiplicação animal):
O DFIP é responsável pelo registro e controle de vacinas e insumos 
pecuários, inclusive de kits para diagnóstico de doenças dos animais 
obtidos por meio biotecnológico, alguns deles utilizados como ferra-
menta importantes nos Programas Sanitários de controle e erradica-
ção de doenças. 
É de sua competência, ainda, a fiscalização da pesquisa, produ-
ção e controle de qualidade, comercialização, inclusive, importação 
destes produtos, em conjunto com a Coordenação de Biosseguran-
ça de OGM da SDA.
Desenvolve ainda atividades de avaliação de relatórios técnicos 
e documentos referentes à produção e controle de qualidade dos 
produtos submetidos ao registro. Para isso, leva em conta o cum-
primento de normas e boas práticas de fabricação, biossegurança e 
requisitos específicos dependendo da descrição do produto.
Aplicações e uso da biotecnologia:
São registrados vacinas e insumos para diagnósticos de doen-
ças dos animais obtidos por meio biotecnológico e alguns deles são 
utilizados como ferramentas importantes nos Programas Sanitários 
de controle e erradicação de doenças, como por exemplo as vaci-
nas contra doença de Aujeszky dos suínos com gene deletado, que 
permite a diferenciação entre animais infectados e vacinados, com 
eliminação apenas dos infectado; mais recentemente , a vacina re-
combinante contra Leishmaniose Visceral Canina, que permitirá a di-
ferenciação entre cães infectados e vacinados. 
43
As vacinas de DNA recombinante possibilitam a diminuição do uso 
de insumos de origem animal. Com isso podem reduzir a contami-
nação por agentes estranhos ao produto, podem apresentar maior 
estabilidade, induzir resposta imune de amplo espectro (humoral e 
celular), aumentar a duração da imunidade, permitir a utilização de 
vários genes simultaneamente, diminuir o risco infeccioso, são apli-
cáveis aos casos onde o crescimento do agente biológico é lento ou 
perigoso, um exemplo é o Circovírus tipo 2, e podem, ainda, facilitar a 
produção e diminuir o custo. Alguns insumos derivados da biotecno-
logia, no futuro, permitirão que cobaias deixem de ser usadas em tes-
tes para controle de qualidade de vacinas e de kits de diagnóstico. 
Na área de biotecnologia animal vêm ocorrendo um aumento con-
siderável no desenvolvimento de pesquisas em biotecnologia no que 
concerne à elaboração de ingredientes, aditivos e produtos utilizados 
na alimentação animal, tais como minerais orgânicos, ingredientes 
vegetais geneticamente modificados, leveduras vivas e enzimas, ten-
do como principais objetivos a redução dos custos de produção e da 
eliminação de metabólitos no meio ambiente. Na área de reprodu-
ção animal, a biotecnologia é aplicada na industrialização do sêmen, 
tecnologia para produção de embriões in vivo e in vitro, clonagen de 
animais, produção de transgênicos.
Na indústria de produtos farmacêuticos, pesquisa e desenvolve 
produtos contendo substâncias de origem biológica, produzidas a 
partir de organismos geneticamente modificados. As áreas mais pro-
missoras estão relacionadas ao controle de endoparasitas e ectopa-
rasitas em animais domésticos, com conseqüente redução da aplica-
ção de parasiticidas sintéticos, efeitos benéficos para o meio ambiente 
e redução de resistência de agentes parasitários a praguicidas. Outra 
vertente das pesquisas está na fitoterapia, por meio de ensaios de 
eficácia e segurança de princípios ativos extraídos de OGM.
44
Legislação específica setorial:
Decreto-lei N°467/69 ƒ
Decreto 5.053/04 ƒ
Portaria N°74/96 ƒ
Instrução Normativa N°13/03 ƒ
Normas complementares do MAPA ƒ
Parâmetros avaliados pelo Mapa para produtos de uso veterinário:
Documentos referentes ao estabelecimento produtor/ ƒ
importador
Forma farmacêutica e de apresentação ƒ
Descrição do produto, Fórmula quali-quantitativa ƒ
Modo de elaboração ƒ
Controle de qualidade – pureza, inocuidade, eficácia ƒ
imunobiológica, potência
Dosificação, via de administração e forma de aplicação ƒ
Preparo, tempo para conferir imunidade e duração ƒ
Rótulo, invólucro e bula ƒ
Trabalhos científicos e/ou monografias ƒ
Responsável Técnico ƒ
Mecanismos para o registro de insumos pecuários, em especial 
vacinas que contenham organismos geneticamente modificados – 
OGM e seus derivados para uso veterinário no Brasil:
45
Procedimento para Pesquisa e Desenvolvimento
CIBio
Requerimento
de CQB
CTNBio
Emissão do CQB
Instituição interessada Mapa
Fiscalização do Mapa 
com acompanhamento da 
CTNBio
Procedimento para Pesquisa e Desenvolvimento
CIBio
Requerimento de autorização 
para trabalho em contenção
CTNBio
Parecer técnico 
favorável
AUTORIZAÇÃO
Fiscalização do Mapa 
com acompanhamento da 
CTNBio
46
Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas – DFIA/
SDA/Mapa - Área Vegetal: 
É de competência do DFIA o registro de todas as cultivares, habili-
tando-as para a produção e o comércio. Tal habilitação está condicio-
nada à realização de testes, denominados ensaios de Valor de Cultivo 
e Uso, por meio dos quais são verificados o valor intrínseco das com-
binações das características agronômicas da cultivar, bem como suas 
propriedades de uso em atividades agrícolas, industriais, comerciais 
ou consumo in natura. No caso de OGM, e derivadas de OGMs, esse 
registro é obrigatório, devendo atender ainda os requisitos e procedi-
mentos estabelecidos na legislação de sementes e mudas.
Procedimento para Comercialização
Interessado
Instituição
Interessada
Requerimento para comercialização 
(produtor/importação/exportação)
CTNBio
CNBS
Mapa
REGISTRO
Avaliação do dossiê técnico
Requerimento de registro do produto
Parecer técnico 
favorável
Fiscalização do
Mapa
47
Os insumos agrícolas, principalmente as sementes, quer sejam 
organismos geneticamente modificados ou não, aqueles, é claro, 
após decisão técnica favorável da CTNBio e consequente liberação 
comercial, são submetidos às ações de registro e fiscalização nas fa-
ses de desenvolvimento, produção e comercialização pelo DFIA , in-
clusive, importação e exportação, por meio de ações conjuntas com 
a Coordenação de Biossegurança de OGM - CBIO/SDA 
Aplicações e uso da biotecnologia: 
Na área de produção vegetal existe atualmente 11 eventos de 
transformação genética aprovados pela Comissão Técnica Nacional 
de Biossegurança – CTNBio, sendo 1 em soja (soja GTS 40-3-2), 4 
em algodão (MON 531,LL Cotton 25, MON 1445 e Widestrike), e 6 
em milho (MON 810, BT 11, T25, NK 603, GA 21 & TC 1507).
GTS 40-3-2
MON 531, LL Cotton 25, MON 1445, MON531-
xMON1445, MON 15985, Widestrike, 
T25, MON 810, BT 11, NK 603, GA21,TC1507, 
TC1507xNK603, MON 89034, MIR 162, 
MON810xNK603, BT11xGA21
Eventos aprovados pela CTNBio
48
Atualmente existem 452 diferentes cultivares derivadas desses 
eventos de biotecnologia inscritas no Registro Nacional de Cultiva-
res (RNC). Essas cultivares apresentam característica de resistência 
a insetos ou de tolerância a herbicidas (glifosato ou glufosinato de 
amônia), dependendo do evento de transformação genética. As plan-
tas com característica de resistência a insetos constituem importante 
ferramenta para o manejo integrado de pragas e possibilitam a redu-
ção significativa da aplicação de agroquímicos, com ganhos para a 
saúde daqueles agricultores que trabalham na condução da cultura 
e também para o meio ambiente. As cultivares com característica de 
tolerância a herbicidas são utilizadas no manejo de ervas daninhas 
e possibilitam diferentes opções de aplicações dependendo da inci-
dência de ervas daninhas na área.
De acordo com a Lei Nº 11.105, de 24 de março de 2005, an-
tes de serem liberados para produção comercial os OGM devem ser 
submetidos a um procedimento de avaliação de risco específico, o 
qual é analisado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – 
CTNBio, numa abordagem sempre caso a caso. Uma vez aprovado o 
evento de transformação genética (MON 810, por exemplo), as culti-
vares derivadas daquele evento devem ser obrigatoriamente inscritas 
no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do MAPA, devendo, para 
isso, serem observados os requisitos e procedimentos estabelecidos 
na Legislação de Sementes e Mudas. O esquema a seguir ilustra as 
etapas para autorização de uma semente GM no Brasil:
49
Procedimento para Comercialização
Proponente
Parecer 
Técnico
Inscrição 
da Cultivar
Parecer 
Técnico
Avaliação do MapaAvaliação da CTNBio
Lei nº 11.105/05 Lei nº 10.711/03
Liberação comercial das 
sementes GM
VCU
50
A relação das cultivares GM é disponibilizada pelo Mapa em seu 
portal, no link serviços:
 
O MAPA fiscaliza a pesquisa que envolve organismos genetica-
mente modificados - OGMs e seus derivados para uso na agrope-
cuária, por meio de ações da Coordenação de Biossegurança de 
OGM em conjunto com os Departamentos da SDA com competência 
regimental de registro dos insumos. A Coordenação de Sementes 
e Mudas exige o parecer técnico favorável da CTNBio para a inscri-
ção da cultivar derivada de OGM no Registro Nacional de Cultivares, 
sendo considerado além deste as outras exigências estabelecidas na 
Legislação de Sementes e Mudas, entre outras, a apresentação de 
51
informações relativas aos testes de Valor de Cultivo e Uso (VCU). A 
CSM também coordena a fiscalização da produção de sementes GM, 
nos mesmos moldes da fiscalização de sementes convencionais. O 
total de sementes de soja, milho e algodão GM produzidas em 2007 
e 2008 é apresentado a seguir:
Produção de Sementes em 2007 e 2008
Crop Event 2007 2008
Soja GTS 40-3-2 357,396.54 910,268.39
Algodão MON 531 1,490.58 1,430.33
Milho MON 810 - 13,628.02
Fonte: SDA/Mapa. Para os outros OGM não houve produção de sementes em 2007 e 2008
As empresas de biotecnologia desenvolvem regularmente pesqui-
sas com novos OGM. Em 2008 foram realizados 101 experimentos a 
campo com novos OGM, conforme a seguir:
 Pesquisa com Plantas GM
 
Fonte : CBIO/Mapa
Número de Experimentos a campo autorizados em 2008 (101)
9
58
7
4 3 1 3
16
cana de açucar
milho
soja
algodão
arroz
eucalipto
feijão
citrus
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Como mencionado anteriormente o Mapa tem competência legal 
para fiscalizar as atividades com OGM, observado o parecer técnico 
da CTNBio, a legislação de biossegurança e as demais legislações 
aplicadas àquele produto e atividade. Os gráficos a seguir mostram 
resultados dessa fiscalização no ano de 2008, sem contar aquelas 
realizadas pelos Departamentos após a liberação comercial do OGM, 
período onde foram realizadas 637 fiscalizações: 
Figura 1. Distribuição do numero de Fiscalizações por Atividade:
 
53
Figura 2. Número de Fiscalizações por Unidade da Federação:
0 20 40 60 80 100 120 140 160
PR
RS
SC
MG
SP 
MS
GO
MT
BA 
MA
CE
AL 
RO
Pesquisa Uso Comercial
Figura 3. Fiscalizações em Lavouras Comerciais de Milho e Algodão:
 
0
10
20
30
40
50
60
MT MS BA GO PR
Milho Algodão
54
Sanções estabelecidas na lei nº 11.105/2005 (lei de biossegurança), 
para descumprimento das exigências nela previstas:
Advertência ƒ
Multa (R$ 2.000,00 – R$ 1.500.000,00) ƒ
Apreensão ou suspensão do produto ƒ
Embargo da atividade ƒ
Interdição parcial ou total do estabelecimento ou atividade ƒ
Suspensão ou cancelamento de registro, licença ou autorização ƒ
Perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos ƒ
pelo governo
Perda ou suspensão da participação em linha de financiamento ƒ
em estabelecimento oficial de crédito
Intervenção no estabelecimento ƒ
Proibição de contratar com a administração pública por até 5 anos ƒ
55
GLOSSÁRIO4
Ambiente
A soma total de todas as condições externas, consistindo em fa-
tores bióticos e abióticos, que afetam o crescimento e o desenvolvi-
mento de um organismo.
Atividade de pesquisa com OGM
Para os fins da Lei nº 11.105/05, considera-se atividade de pesqui-
sa aquela realizada em regime de contenção ou campo como parte do 
processo de obtenção de um OGM ou seus derivados ou de avaliação 
da biossegurança de OGM e seus derivados, o que engloba no âmbi-
to experimental, a construção, o cultivo, manipulação, o transporte a 
transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a libera-
ção no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados.
Atividade de uso comercial de OGM
Para os fins da Lei nº 11.105/05, considera-se atividade de uso co-
mercial de OGM e seus derivados a que não se enquadra como ativi-
dade de pesquisa e que trata do cultivo, da produção, da manipulação, 
do transporte, da transferência, da comercialização, da importação, 
56
exportação, do armazenamento, do consumo, da liberação e do des-
carte de OGM e seus derivados para fins comerciais.
Avaliação de risco
No contexto das normas da CTNBio, consiste na combinação de 
procedimentos ou métodos, por meio dos quais se avaliam, caso a 
caso, os potenciais efeitos da liberação planejada do OGM e seus 
derivados sobre o ambiente e a saúde humana e animal.
Base genética
Total da variação genética presente em um material genético. Em 
princípio, quanto maior for a amplitude de variação genética, maior 
será a capacidade de população fazer frente às flutuações ambien-
tais, em beneficio de sua perpetuação.
Biblioteca genômica
Coleção de fragmentos de DNA clonados que, idealmente, repre-
sentam todas as seqüências de um genoma.
Biodiversidade
No sentido mais geral, é o somatório de formas de vida que habi-
tam o planeta. Atualmente, há dois pontos de vista sobre essa defi-
nição (1) o conceito mais amplo afirma que é o total de organismos 
vivos existentes, sua variação genética e os conceitos ecológicos por 
eles habitados; a diversidade considerada abrange aquela dentro da 
espécie entre espécies e entre ecossistemas; (2) o conceito restri-
to considera que é grande numero de bioformas, em todas as suas 
características taxonômicas e ecológicas, que habitam a biosfera; a 
57
inclusão de fatores abióticos não é essencial para a formulação do 
conceito, pois o que importa é descrever um fenômeno natural, que 
não é dependente, para sua visualização, da inclusão de fatores físi-
cos e químicosdo ambiente.
Biorreatores ou “fabricas biológicas”
Animais ou plantas modificadas geneticamente, por técnicas de 
engenharia genética, que produzem proteínas ou outras substâncias, 
principalmente de uso terapêutico ou industrial.
Biossegurança
Conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou 
eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, 
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviço que po-
dem comprometer a saúde humana, dos animais, do meio ambiente 
ou a qualidades dos trabalhos desenvolvidos. 
Biotecnologia
Conjunto de conhecimentos, técnicas e métodos, de base cientifica 
ou prática, que permite a utilização de seres vivos como parte integrante 
e ativa do processo de produção industrial de bens e serviço.
Certificado de Qualidade em Biossegurança - CQB
Certificado emitido pela CTNBio e exigido para a realização de ativi-
dades de pesquisa em laboratório, regime de contenção ou campo.
58
Classe de risco de OGM
No contexto das normas da CTNBio, consiste no grau de risco 
associado ao organismo doador, ao organismo receptor, bem como 
ao OGM resultante.
Coexistência
A Coexistência no contexto dos OGM refere-se à habilidade dos 
agricultores de fazer uma escolha prática entre os sistemas de produ-
ção convencional, orgânico e geneticamente modificado, de acordo 
com as obrigações legais para rotulagem e/ou critérios de pureza. 
Aplica-se apenas à relação entre OGM autorizados e os seus corres-
pondentes convencionais.
Comissão Interna de Biossegurança (CIBio)
Comissão que deve ser criada e funcionar no âmbito das insti-
tuições que utilizam técnicas e métodos de engenharia genética ou 
realizar pesquisas com OGM e seus derivados.
Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS)
Órgão de assessoramento superior do Presidente da República para 
a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança – 
PNB, com competência para fixar princípios e diretrizes para a ação da 
administração dos órgãos e entidades federais com competências sobre 
a matéria, analisar, a pedido da CTNBio, aspectos de conveniência e 
oportunidade sócio-econômicas e do interesse nacional relacionadas à 
liberação comercial de um OGM, e avocar e decidir, em última e definitiva 
instância, sobre os processos relativos a atividades que envolvam o uso 
comercial de OGM e seus derivados.
59
Contenção
No contexto das normas da CTNBio, consiste na realização de ati-
vidades e projetos com OGM em condições que não permitam o seu 
escape ou liberação para o meio ambiente, podendo ser realizado em 
pequena ou grande escala.
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
Colegiado multidisciplinar de caráter consultivo e deliberativo criado 
para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal 
na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de 
Biossegurança de OGM e seus derivados, bem como no estabeleci-
mento de normas técnicas de segurança e de pareceres referentes à 
autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial de 
OGM e seus derivados, bem como na avaliação de seu risco zoofitos-
sanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.
Diversidade
Variabilidade; existência de diferentes formas em qualquer nível ou 
categoria. Há uma tendência de associar diversidade com o nível ma-
cro (p. ex., diversidade de espécies ou diversidade de flores).
Diversidade biológica
É a soma total de variação e variabilidade da vida terrestre. Engloba 
todas as espécies de plantas, animais e microorganismos, além dos 
ecossistemas e processos ecológicos dos quais fazem parte.
60
DNA (acido desoxirribonucléico)
Para os fins da Lei nº 11.105/05, ácido desoxirribonucléico é o 
material genético que contem informações determinantes dos carac-
teres hereditários transmissíveis à descendência.
Derivado de OGM 
Produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma 
de replicação ou que não contenha forma viável de OGM. Não se inclui 
na categoria de derivado a substância pura, quimicamente definida, 
obtida por meio de processos biológicos e que não contenha OGM, 
proteína heteróloga ou DNA recombinante.
Detecção
Determinação de um ou mais parâmetros biológicos, químicos ou 
físicos de um material, produto ou preparação que são relevantes 
para a sua utilização.
Engenharia genética
(1) Modificação de um genótipo pela manipulação direta do DNA, 
por meio de inserção ou delação de fragmentos específicos (2) a tec-
nologia na qual os genes podem se isolados, transferidos para outra 
célula ou organismos, duplicados e ativados; permite a manipulação 
do material genético de um organismo, introduzindo ou eliminando 
genes específicos. Usa a tecnologia do DNA recombinante. Sua apli-
cação vai desde a produção de vacinas, produção de proteínas por 
microorganismos, terapia gênica, produção de plantas ou animais 
transgênicos; (3) atividade de produção e manipulação de moléculas 
de ADN/ARN.
61
Erosão genética
Perda da variabilidade genética de uma espécie. A perda pode 
atingir populações ou um genótipo particular, com a supressão de 
genes e/ ou series alélicas do reservatório gênico da espécie.
Evento
É cada um dos produtos da transformação com uma construção 
genética. No caso de transformação de tecidos vegetais, é cada uma 
das plântulas obtidas no processo de regeneração. Isto deriva do fato 
de que o ADN introduzido se insere em diferentes sítios nos genomas 
das células em que se integra.
Gene
Unidade física e funcional da hereditariedade, que transmite a in-
formação genética de uma geração a outra. O gene é uma seqüência 
de DNA que codifica para síntese de uma proteína funcional ou molé-
cula de RNA. Em adição a região codificadoras (éxons), a maioria dos 
genes também contem seqüência não-codificadoras (introns). 
Genética molecular
Estudo da função gênica no controle de atividades celulares e da 
sua organização física dentro dos genomas.
Genoma
A seqüência de DNA completa de um organismo. 
62
Germoplasma
Soma do material hereditário de uma espécie.
Grande escala
No contexto das normas da CTNBio, o termo “grande escala” re-
fere-se aos projetos e atividades de cultivo com OGM em contenção 
usando volumes superiores a 10 litros;
Hibridação
Cruzamento; fusão de gametas masculinos com femininos. Pro-
cesso de obtenção de híbridos.
Híbrido
Produto do cruzamento de dois genitores geneticamente distintos.
Liberação planejada
No contexto das normas da CTNBio, consiste na liberação no 
meio ambiente de OGM de origem vegetal ou seus derivados, para 
avaliações experimentais sob monitoramento, de acordo com as dis-
posições contidas na Resolução Normativa CTNBio Nº 6, de 6 de 
novembro de 2008.
Marcador genético
Uma sequência de DNA usada para identificar um determinado loco 
em um dado cromossomo. Alelos usados como “sonda” para identificar 
um indivíduo, uma doença, um tecido, uma célula, uma organela celular, 
63
um cromossomo ou um gene. Um marcador genético ideal deve apre-
sentar uma série de atributos: (i) alto nível de polimorfismo, (ii) estabilidade 
em diferentes ambientes e (iii) herança simples.
Monitoramento
Verificação periódica de um fenômeno ou processo. Em ecologia, a 
monitoração é conduzida por longo período (dependendo da espécie).
Mutação
Alteração permanente e transmissível na seqüência ou composi-
ção de nucleotídeos de um cromossomo, usualmente em um único 
gene, que causa uma alteração ou perda da função normal. As muta-
ções não têm necessariamente um efeito deletério.
Material genético
Todo material de origem vegetal, animal, microbiano ou outra, que 
contenham unidades funcionais de hereditariedade.
Microorganismo
Organismo que é pequeno demais para ser visto a olho nu, tais 
como bactérias, vírus, fungos, protozoáriose algas.
Movimento transfronteiriço
No contexto do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, en-
tende-se por “movimento transfronteiriço” as atividades de importação 
e exportação de organismos vivos modificados (ou organismos gene-
64
ticamente modificados com capacidade de multiplicação) de um país 
daquele tratado para outro país também signatário. 
Nível de Biossegurança (NB)
No contexto das normas da CTNBio, nível de biossegurança é o 
nível de contenção necessário para permitir as atividades e projetos 
com OGM de forma segura e com risco mínimo para o operador e 
para o meio ambiente.
Órgãos e Entidades de Registro e Fiscalização - OERFs
Órgãos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 
da Saúde, do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de Aqüicultura 
e Pesca responsáveis pelo registro e fiscalização de atividades com 
OGM e seus derivados, no âmbito da Lei nº 11.105/05. 
OGM (organismo geneticamente modificado)
Segundo a Lei n° 11.105, de 25 de março de 2005, um organis-
mo geneticamente modificado é aquele cujo material genético (DNA 
/RNA ) tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia 
genética. Não são considerados como OGM aqueles resultantes de 
técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo de ma-
terial hereditário, desde que não envolva a utilização de moléculas 
de ADN/ARN recombinante ou OGM, tais como: fecundação in vitro, 
conjugação, transdução, transformação, indução poliplóide e qual-
quer outro processo natural.
65
Organismo vivo modificado 
No contexto do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, por 
“organismo vivo modificado” se entende qualquer organismo vivo que 
tenha uma combinação de material genético inédita, obtida por meio 
do uso da biotecnologia moderna;
Organismo vivo
No contexto do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, por 
“organismo vivo” se entende qualquer entidade biológica capaz de 
transferir ou replicar material genético, inclusive os organismos esté-
reis, os vírus e os viróides;
Patente
Título outorgado por instituição governamental, o qual confere ao 
detentor de patente o direito de excluir outros de utilizar, produzir ou 
comercializar o produto ou o processo objeto da patente. No Brasil, 
o prazo de validade de patente é computado a partir da data do de-
posito junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e se 
estende por 20(vinte) anos na patente de invenção.
Princípio da Precaução
Princípio surgido na II Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada em 1992 no Rio de 
Janeiro, que estabelece, in verbis: Com a finalidade de proteger o meio 
ambiente, os Estados deverão aplicar amplamente o critério de pre-
caução conforme suas capacidades. Quando houver perigo de dano 
66
grave o irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser 
utilizada como razão para que seja adiada a adoção de medidas efica-
zes em função dos custos para impedir a degradação ambiental.
Protocolo de Cartagena
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança; Protocolo firmado 
no âmbito da Convenção de Diversidade Biológica com o objetivo de 
contribuir para assegurar um nível adequado de proteção no campo 
da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos 
geneticamente modificados resultantes da biotecnologia moderna que 
possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da 
diversidade biológica, levando em conta os riscos para a saúde huma-
na, e enfocando especificamente os movimentos transfronteiriços.
Quarentena
Período imposto a plantas e animais no processo de importação e 
exportação para avaliação de presença de patógenos e insetos, com 
o objetivo de prevenir a sua disseminação. 
Segurança alimentar (food safety)
Garantia de que o alimento não causará nenhum dano a saúde 
do consumidor quando preparado e/ou consumido de acordo com 
o seu uso intencional. Não confundir com segurança alimentar de-
rivada do inglês food security, relacionado à garantia de disponibili-
dade do alimento.
67
Sistema de Informação em Biossegurança (SIB)
Sistema de informação criado na Lei nº 11.105/05 destinado à 
gestão das informações decorrentes das atividades de análise, auto-
rização, registro, monitoramento e acompanhamento das atividades 
que envolvam OGM e seus derivados.
Transgênico
Organismo que recebeu um ou mais genes de outros seres vivos 
para apresentar novas características desejáveis. Ao receber estes 
genes um vegetal pode se tornar mais resistente à pragas ou à seca, 
ou ser mais nutritivo, por exemplo.
Vacina de DNA
É uma vacina feita de DNA plasmidial purificado contendo o gene 
ou genes de interesse; vacina gerada pela injeção de fragmentos es-
pecíficos do DNA para estimular uma resposta imune.
Vacina Recombinante
vacina produzida a partir de um ou mais tipos de bactérias ou vírus 
não patogênicos onde uma ou mais seqüências de DNA foram intro-
duzidas e expressam um antígeno do patógeno.
68
Vacina de subunidade
É uma vacina que usa um ou mais componentes de patógeno, 
como por exemplo, proteínas recombinantes, em vez de utilizar o 
organismo inteiro, para estimular o sistema imune. 
Variedade
Categoria taxonômica de planta sempre abaixo daquela espécie: 
(1) em taxonomia vegetal, a variedade ocupa uma posição abaixo da 
categoria de subespécie, mais acima da categoria forma, e é sempre 
escrita em latim (p. ex., Euphorbia milii var. milii);(2) em melhoramento 
genético, a variedade é sinônimo de variedade cultivada e de cultivar. 
Nomes de cultivares ou variedades criados a partir de 1° de janeiro de 
1959 devem ter um nome imaginário (p. ex., solanum tuberosumcv 
Alba striata ou batata “Alba striata”) e devem ser bem diferentes de 
um nome botânico escrito em latim. Veja cultivar.
69
LINKS5
Mapa ƒ
www.agricultura.gov.br 
Embrapa ƒ
www.embrapa.br
Cenargen ƒ
www.cenargen.embrapa.br
Portal de Biotecnologia ƒ
www.biotecnologia.com.br
Sbbiotec (Sociedade Brasileira de Biotecnologia) ƒ
www.sbbiotec.org.br
Agronet News ƒ
www.agronet.com.br
70
CIB- Conselho de Informações sobre Biotecnologia ƒ
www.cib.org.br
Associação Nacional de Biossegurança ƒ
www.anbio.org.br
Sociedade Brasileira de Genética ƒ
www.sbg.org.br
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança ƒ
www.ctnbio.gov.br
71
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA6
MIR, L. et. al. 2004. Genômica. São Paulo: Editora Atheneu. 1114 p.
HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J. 2002. Manual de Biossegurança. 
São Paulo: Editora Manole Ltda. 496 p.
COSTA, N. M. B.; BORÉM, A. 2003. Biotecnologia e Nutrição: saiba 
como o DNA pode enriquecer a qualidade dos alimentos. São 
Paulo: Nobel. 214 p.
BORÉM, A. et al. 2004. Biotecnologia e Meio Ambiente. Viçosa/MG: 
Editora Folha de Viçosa. 425 p. 
BATISTA, J. C.; BURACHIK; M.; RUBINSTEIN, C. 2007. Evaluación 
de inocuidad alimentaria de organismos genéticamente modi-
ficados. Critérios y recursos para su implementación. Buenos 
Aires: Juan M. Dellacha, editor. 56 p.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2006. 
Legislação brasileira sobre organismos geneticamente modifica-
dos: Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005 e Decreto nº 5.591, 
de 22 de novembro de 2005. Brasília: MAPA/SDA. 76p.
72
BRASIL. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Resolução 
Normativa Nº 1, de 20 de Junho de 2006; Diário Oficial da 
União, Nº 117, quarta-feira, 21 de junho de 2006, pg. 7 e 8. 
Imprensa Nacional.
BRASIL. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Resolução 
Normativa Nº 2, de 27 de novembro de 2006. Diário Oficial da 
União, Nº 227, terça-feira, 28 de novembro de 2006, pg. 90 a 
93. Imprensa Nacional.
BRASIL. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Resolução 
Normativa Nº 6, de 6 de novembro de 2008.

Outros materiais