Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

APOSTILA DO CURSO DE COMISSÁRIOS DE VOO 
PRIMEIROS SOCORROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
Primeiros Socorros 
 
Conceito 
 
Primeiros Socorros são os cuidados prestados inicialmente às vítimas de acidente ou mal súbito, no 
local em que ocorreram ou se manifestaram e, normalmente, por pessoa leiga, antes da chegada 
de profissional da área médica. 
 
Uma das principais atribuições dos socorristas é com relação a sua própria segurança, em especial 
em termos de biossegurança, uma vez que durante um atendimento, ele pode entrar em contato 
com indivíduos portadores de doenças transmissíveis ou infectocontagiosas. 
 
As autoridades sanitárias internacionais recomendam o uso de EPI (Equipamento de Proteção 
Individual) que consiste em luvas de látex ou vinil, proteção para olhos, face e máscara para 
insuflação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responsabilidade do Comissário de Bordo 
 
O comissário de bordo é um socorrista por força da atividade que exerce. Seja durante emergência 
médica a bordo ou como parte das ações imediatas e simultâneas após um acidente aeronáutico, é 
esperado que o comissário de bordo aplique os procedimentos de primeiros socorros necessários a 
todos os envolvidos: passageiros ou outros tripulantes. 
 
Portanto, a legislação prevê não só o treinamento de habilitação nas técnicas de primeiros 
socorros, que ocorre durante o curso preparatório para obtenção do Certificado de Conhecimentos 
Teóricos, mas também o treinamento de revisão e atualização de tais técnicas de primeiros 
socorros. 
 
Alínea f do Art. 6° da Lei n° 7.183/84 
 
“COMISSÁRIO: é o auxiliar do comandante, encarregado do cumprimento das normas relativas à 
segurança e atendimento dos passageiros a bordo e da guarda de bagagens, documentos, valores 
e malas postais que lhe tenham sido confiados pelo comandante. ” 
 
RBAC 121:121.417 (B) (2) (ii) e (3) (iv) 
 
“121.417 – TREINAMENTO DE EMERGÊNCIA PARA TRIPULANTES 
 
(b) O treinamento de emergência deve proporcionar o seguinte: 
 
 
 
 
 3 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
(2) Instrução individual sobre localização, função e operação de equipamento de emergência, 
incluindo: (ii) equipamentos de primeiros socorros e sua apropriada utilização; 
 
(3) Instruções e procedimentos para lidar com situações anormais ou de emergência incluindo: 
 
(iv) enfermidades, contusões, ferimentos e outras situações envolvendo passageiros ou 
tripulantes, incluindo familiarização com o conjunto de emergências médicas; “ 
Se um passageiro ou membro da tripulação ficar doente ou se ferir, espera-se que o comissário de 
bordo, dentro das condições existentes: 
 
• Reconheça a situação de emergência; 
 
• Colha as informações relevantes para cada caso; 
 
• Acione os recursos necessários de apoio; 
 
• Assuma o acompanhamento da vítima, permanecendo disponível mesmo diante da presença 
de profissional médico. 
 
• Localize um médico qualificado, oferecendo os equipamentos disponíveis a bordo; 
 
• Na medida do possível, tente conseguir privacidade (afastando os curiosos) enquanto a ajuda 
médica ou você estiver atuando; 
 
• Mantenha o Comandante e o Chefe de Equipe/cabine informados de tudo a todo o momento, 
para que com os dados fornecidos o Comandante possa optar ou não pelo pouso; 
 
• Preencha os formulários adequados. 
 
 
Principais Recursos a Bordo 
 
Médico Voluntário 
 
O médico deverá apresentar sua identificação e o comissário ficará auxiliando o atendimento o 
tempo que for necessário. 
 
Equipe treinada 
 
Conjunto de Primeiros Socorros 
 
Cada empresa tem kits diferentes, de acordo com as exigências das autoridades responsáveis do 
país. 
Apêndice A - Conjunto de primeiros socorros- RBAC 
(a) Os conjuntos de primeiros socorros aprovados, requeridos por 121.309(d)(1), devem 
atender às seguintes especificações e requisitos: 
(1) Cada conjunto deve ser acondicionado em um estojo à prova de umidade e poeira e 
deve conter o material constante na tabela do parágrafo (a) (4) deste apêndice, 
observado, sempre que aplicável, os prazos de validade dos mesmos. Os conjuntos de 
primeiros socorros devem ser distribuídos tão regularmente quanto possível ao longo 
do avião e devem ser prontamente acessíveis aos comissários de bordo. 
 
 4 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
(2) O número mínimo de conjuntos de primeiros socorros requeridos é o seguinte: 
 
Número de assentos para passageiros X Número de conjuntos de primeiros 
socorros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(3) Cada conjunto de primeiros socorros deve conter, o material constante da 
seguinte tabela ou substitutos que satisfaçam às funções listadas: 
 
— swabs ou algodões antissépticos (pacote com 10); 
— atadura simples ou adesiva: 7.5 cm × 4.5 m (ou tamanho aproximado); 
— atadura triangular e alfinetes de segurança (tipo "de fraldas"); 
— compressa para queimaduras: 10 cm × 10 cm (ou tamanho aproximado); 
— compressa estéril: 7.5 cm × 12 cm (ou tamanho aproximado); 
— gaze estéril: 10.4 cm × 10.4 cm (ou tamanho aproximado); 
— fita adesiva: 2,5 cm (rolo); 
— fita adesiva, cirúrgica: 1.2 cm × 4.6 m; 
— fitas (curativos) adesivas estéreis (ou equivalente); 
— toalhas pequenas ou lenços umedecidos com substâncias antissépticas; 
— protetor (tampão), ou fita adesiva, ocular; 
— tesoura (de ponta redonda): 10 cm; 
— pinças; — luvas descartáveis (múltiplos pares); 
— termômetro (não-mercurial); 
— máscara de ressuscitação boca-a-boca com válvula unidirecional; 
— ressuscitador/reanimador (AMBU) em silicone; 
— manual de primeiros socorros, versão atualizada; 
— formulário de registro de eventos mórbidos a bordo. 
 
(i) As medicações sugeridas a seguir podem ser incluídas nos kits de primeiros socorros quando 
permitido pelos regulamentos nacionais: 
— analgésicos de ação leve a moderada; 
— antieméticos; 
— descongestionante nasal; 
— antiácido; 
— anti-histamínico. 
 
 
 5 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
Desfibrilador externo automático 
 
Algumas empresas utilizam, apesar de não ser um item 
obrigatório. 
 
 
 
 
 
 
 
Oxigênio Terapêutico 
 
Os cilindros de oxigênio terapêutico estão instalados na cabine de passageiros para suprir oxigênio 
para o uso em primeiros socorros. Os cilindros portáteis têm capacidade de 311 litros. Quando 
carregados na sua capacidade normal indicarão em seus manômetros 1800 psi a 21ºC. 
 
Será sempre utilizada a saída de 4 litros/min. para adultos e crianças. 
 
 
Ministrando o Oxigênio Terapêutico 
 
• Utilize a alça ao carregar e administrar o oxigênio; 
 
• Conecte firmemente o encaixe da mangueira na saída high 
(vermelha); 
 
• Ouça um "click" que indica que a máscara está plugada corretamente; 
 
• Não permita que o cilindro permaneça com o passageiro sem a presença de um comissário; 
 
• Coloque a máscara na vítima, umidificando seu rosto a cada 10 minutos; Informe ao 
comandante e ao chefe de equipe/cabine; 
 
• Monitore a pressão do cilindro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
ADULTOS E CRIANÇAS 
 
Com insuficiência respiratória / 
infarto e angina / epilepsia 
4 Litros/Min 
 
Com mangueira e máscara conectada 
ao cilindro 
BEBES 
 
Em qualquer caso 
4 Litros/Min 
Com mangueira conectada ao cilindro 
mas sem máscara. Oxigênio 
umidificado. Proteja com panos e 
peça para o responsável segurar o 
bebê. 
 
 
Cheque pré-voo: o ponteiro do manômetro deve marcar no mínimo 1500 psi. 
 
Obs.: Existe a bordo um outro equipamento de oxigênio portátil (CAF/Capuz Anti Fumaça), 
porém ele dever ser utilizadoativamente do 
processo de hemostasia, mas existem no sangue vários fatores que contribuem para sua 
coagulação, como a tromboplastina e o fibrinogênio. 
As técnicas hemostásicas a serem consideradas são as seguintes: 
 
• Compressão local do foco hemorrágico ou bandagem constritiva (compressiva) - É um 
método bastante eficiente para controlar hemorragia. Consiste na compressão direta da lesão e 
pode ser feita com a própria mão, ou usando gaze, panos, lenços ou outros materiais, 
preferencialmente limpos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Elevação do membro atingido - Visa diminuir o fluxo sanguíneo naquela área com o auxílio 
da gravidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
• Pontos de pressão - São pontos através dos quais passam artérias que levam o sangue para 
os membros e que, quando comprimidos, fazem diminuir ou cessar o sangramento. 
 Os principais pontos de pressão são: 
 
 Braquial, localizado nos braços; 
Femoral, localizado na virilha; 
 
 
Obs. Torniquete: seu uso só é justificado em última instância, em casos de amputação traumática 
e esmagamento de membros. É preciso tomar cuidado com a perfusão sanguínea, por isso é 
essencial que a cada 15 minutos o torniquete seja afrouxado. 
 
Hemorragia Interna 
 
Deve-se suspeitar de hemorragia interna se a vítima apresentar palidez cutânea, mucosas 
descoradas, sudorese, hipotermia, hipotensão, bradipnéia, pulso irregular (fino e rápido), sede, 
tonturas e dor abdominal. 
 
Não há muito a ser feito nesta situação. A vítima deve ser mantida deitada, com a cabeça 
lateralizada e vestes afrouxadas. Seus sinais vitais devem ser monitorados a todo instante e um 
médico deve ser procurado com urgência, para removê-la o quanto antes até um hospital, onde 
suas chances de vida aumentarão significativamente. 
 
Sangramento Nasal (Epistaxe) 
 
Sangramentos no nariz podem resultar de trauma ou pressão sanguínea elevada. A bordo das 
aeronaves devido ao ar seco da cabine, principalmente nos voos de longa duração, pode ocorrer a 
epistaxe devido a fragilidade capilar nasal. A maioria dos sangramentos do nariz pode ser 
controlada facilmente, a menos que a vítima esteja em choque. 
 
Procedimentos: 
 
• Sente a pessoa com a cabeça ligeiramente inclinada para frente 
(para não bronco aspirar); 
 
• Pince as narinas da vítima, pelo menos por 5 minutos; 
 
• Não deixe a vítima assuar o nariz; 
 
• Se o sangramento persistir ou for profuso, o caso pode ser grave e 
necessita da presença de um médico. 
 
 
 
 
Traumatismos 
 
O traumatismo (do grego trauma: "ferida") é uma lesão ou ferida mais ou menos extensa, 
produzida por ação violenta, de natureza física ou química, externa ao organismo. 
O termo "traumatismo" refere-se às consequências locais e gerais do trauma para a estrutura e o 
funcionamento do organismo. Neste sentido, "traumatismo" seria mais propriamente a 
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
 
 39 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
consequência de um trauma. Porém, normalmente, "traumatismo" é utilizado como sinônimo 
de trauma físico. Politraumatizado é o paciente que tem múltiplos traumas. 
 
Traumatismos Abertos 
 
No aberto existe solução de continuidade da pele; os traumatismos abertos são 
subdivididos em penetrantes e não penetrantes na cavidade abdominal. 
 
Os ferimentos abdominais abertos são usualmente causados por armas de fogo ou por armas 
brancas. 
 
 
Traumatismos da Coluna 
 
Características: 
 
A coluna vertebral é formada por trinta e três vértebras superpostas. Entre elas há um canal para a 
passagem da medula espinhal que liga o encéfalo ao resto do corpo e vice-versa. 
 
O encéfalo e a medula espinhal constituem o sistema nervoso central, responsável pela recepção e 
transmissão dos estímulos (aferidos e comandados). Ele coordena todas as atividades do corpo, os 
fenômenos das sensações, ideias, consciência e adapta o organismo às condições do momento. A 
ligação do encéfalo ao resto do corpo se faz por meio dos nervos aferentes (localizados no corpo e 
que transmitem as sensações) e eferentes (responsáveis pelas respostas motoras ou movimentos 
comandados), que são ligados a medula espinhal. 
As lesões de coluna são consideradas potencialmente graves e de alta morbidade. Podem 
resultar de traumatismo direto ou indireto. Qualquer movimento descuidado ou inadequado 
pode seccionar a medula espinhal, levando a vítima à paralisia e perda da sensibilidade 
parcial ou total. 
 
Deve-se assumir que há lesão de coluna sempre que houver: 
 
• Queda; 
• Atropelamento; 
• Colisão; 
• Acidente de mergulho; 
• Acidentes por projétil de arma de fogo que atingem 
pescoço, tórax e abdome; 
• Vítima inconsciente sem história conhecida. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
Uma lesão de coluna ou de medula pode ser de difícil detecção por sinais ou sintomas. Porém, 
existem alguns sinais e sintomas que são fortes indicadores de lesão: 
 
• Paralisia e parestesia (formigamento); 
 
• Mudança de padrão respiratório, 
 
• Priapismo (ereção dolorosa e persistente, sem desejo sexual); 
 
• Perda de controle de esfíncteres (pode levar a micção e defecção sem controle); 
 
• Choque. 
 
 40 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
Os sintomas podem indicar a localização da lesão. Quanto mais alta, maior a gravidade, pois pode 
ter atingido os músculos envolvidos na respiração e colocar a vítima em risco de vida eminente. 
 
Se a vítima estiver consciente, é necessário examiná-la com cuidado, fazendo perguntas sobre os 
sintomas, observando a reação da vítima aos estímulos táteis através de testes de sua força 
muscular, capacidade motora e sensibilidade. Se estiver inconsciente, assuma que existe lesão. 
Imobilize cabeça, tórax e pélvis num tempo não superior a 10 minutos. Se for vítima de acidente 
com veículo a motor, é preciso mais rapidez. 
 
Procedimentos: 
 
Consiste em acalmar a vítima, aplicar colar cervical (caso haja disponível), imobilizar a vítima (em 
prancha longa, se possível), monitorar sinais vitais, administrar oxigênio, evitar perda de calor 
corporal e não retardar o transporte até um centro de suporte avançado. 
 
 
Traumatismos Torácicos 
 
Fratura de Costela 
 
São indicadas por trauma no local, com presença de escoriações, ferimento, edemas, hematomas, 
dor que aumenta com os movimentos respiratórios e dispneia. 
 
O tratamento consiste em administrar analgésico, realizar enfaixamento torácico e aplicar gelo. 
 
Em caso de dispneia, não deverá ser feito o enfaixamento torácico. Nesta situação, basta 
administrar oxigênio com a vítima na posição sentada e em repouso. 
 
Lesão Pulmonar 
 
Entre seus sinais e sintomas estão: dor aguda (tipo pontadas) que aumenta com o movimento 
respiratório, hemoptise (tosse com sangue) e dificuldade respiratória. 
As lesões pulmonares abertas geralmente apresentam uma característica importante que é o 
sangramento com bolhas (espumoso). 
 
O tratamento envolve curativo de 3 pontos (um dos lados do curativo fica solto para deixar que o 
ar e sangue possam sair), analgésico, oxigenoterapia (com a vítima sentada) e repouso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pode haver complicações do tipo: 
 
• Pneumotórax: ar na cavidade pleural, cujo principal sintoma é a dor local e dispneia e; 
 
• Hemotórax: sangue na cavidade pleural, cuja sintomatologia, frequentemente, compreende 
dispneia e dor. 
 
 41 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
Traumatismo Crânio-encefálico 
 
É certamente um dos casos mais graves, muitas vezes com consequências fatais. Muito pouco 
pode ser feito em termos de primeiros socorros, porém alguns cuidados devem ser tomados para 
evitar que a situação se agrave ainda mais. 
 
Pode ser dividido em dois grupos: 
 
• Superficiais: Atingem o couro cabeludo e caracterizam-se porsangramento intenso, devendo-
se fazer curativo compressivo ou enfaixamento com atadura de crepe. 
 
• Profundos: Podem ter fratura craniana (ósseas) e /ou lesão cerebral (encefálicas), onde não 
deve ser feita compressão no local, mas um curativo com delicada compressão. São os 
denominados traumatismos crânio encefálicos - TCE 
 
Sinais e Sintomas: 
 
Toda vítima suspeita deste tipo de lesão deve ser vigiada para observação da presença dos 
seguintes sinais e sintomas: 
 
• Dor de cabeça; 
 
• Vômitos em jato; 
 
• Hemorragia no nariz, na boca ou no ouvido; 
 
• Convulsão; 
 
• Desorientação; 
 
• Inconsciência; 
 
• Paralisia dos braços e pernas; 
 
• Respiração lenta e profunda; 
 
• Alteração ocular - desvio ou assimetria ocular e pupilas anisocóricas (diferentes); 
 
• Sinal de guaxinim (equimose que escurece a região dos olhos) e sinal de "battle" (equimose 
que escurece a região atrás das orelhas), depois de decorrido algumas horas do episódio. 
 
Procedimentos: 
 
• Afrouxar vestes; 
 
• Manter as vias áreas, nariz, boca e garganta desobstruídas; 
 
• Não conter ou obstruir a saída do sangue que escorre pelo nariz ou ouvido; 
 
• Observar cuidados com a coluna cervical imobilizando o pescoço da vítima com protetores 
laterais. 
 
 
Traumatismos Oculares 
 
Tem como principal ocorrência acidentes com a presença de corpo estranho na conjuntiva. 
 
Procedimentos: 
 
• Não permita que a pessoa esfregue ou aperte o olho; 
 
• Não tente retirar lentes de contato; 
 
 42 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
• Se houver corpo estranho (cisco), lavar delicadamente para tentar remover; 
 
• Se a irrigação não resolveu, cubra ambos os olhos com pano limpo, fazendo um curativo 
frouxo; 
 
• No caso de acidentes com substâncias químicas, lave bem com água e depois cubra com 
curativo oclusivo (frouxo); 
 
• No caso de presença de corpo estranho, não remover, fazer um curativo oclusivo e 
providenciar socorro médico. 
 
 
Traumatismos Nasais 
 
Lesões nasais que não apresentem sangramento, não requerem tratamento imediato, podendo 
aguardar avaliação médica e tratamento específico. O mesmo é verdadeiro para acidentes com 
corpo estranho onde, geralmente, a vítima respira pela boca. O ideal é não tentar fazer a remoção 
para não agravar a situação, empurrando o corpo estranho para vias ainda mais profundas. O que 
pode ser feito na tentativa de expulsar o corpo estranho é assoar o nariz com delicadeza, 
comprimindo a narina não envolvida. 
Nas lesões com sangramento, utilizar os procedimentos já descritos no capítulo anterior. 
 
Traumatismos Bucais 
 
Uma simples observação na cavidade oral é suficiente para detectar possíveis lesões. É importante 
checar a integridade da mucosa, bem como a boa oclusão dentária. 
 
A maioria dos sangramentos orais tende a coagulação espontânea, não requerendo cuidados 
especiais. O maior cuidado deve ser a limpeza oral, desobstruindo as vias aéreas superiores, para 
evitar possível asfixia em vítimas que se encontrem inconsciente. 
 
 
Traumatismos Abdominais - Evisceração 
 
Trata-se de uma região muito susceptível a traumatismos por não possuir proteção óssea, 
tornando-a vulnerável a complicações por acometimento de órgãos internos (vísceras). 
 
Podem ser superficiais, quando só atingem a pele, o tecido subcutâneo e o tecido muscular; ou 
profundas, quando lesam o peritônio e/ou vísceras, podendo determinar evisceração (saída das 
vísceras pelo orifício do trauma). 
 
Procedimentos: 
 
• Manter a vítima em jejum absoluto (inclusive de líquidos); 
 
• Em caso de evisceração, não tocar as vísceras e nunca tentar recolocá-las na cavidade; 
 
• Cobrir com compressas preferencialmente esterilizadas e umedecidas. Na presença de 
qualquer corpo estranho, não tentar removê-lo. 
 
 
Objetos Empalados e Transfixados 
 
Quando um objeto é introduzido no corpo (como uma faca no abdômen) e não atravessa, é 
chamado de empalado. 
Quando entra por um lado e sai pela outra extremidade, chamamos de transfixante. 
 
 
 
 
 43 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Procedimentos: 
 
Em ambos os casos, não retirar o objeto, movê-lo o mínimo possível, e tentar imobilizá-lo junto à 
parte do corpo atingida, utilizando uma bandagem (que também estará protegendo o ferimento e 
colaborando para uma hemostasia). 
Enquanto que no fechado, também denominado contusão abdominal, a pele está íntegra, sendo 
que os efeitos do agente agressor são transmitidos às vísceras através da parede abdominal, ou se 
dão por contragolpe ou desaceleração. 
 
Ferimentos Leves 
 
Normalmente atinge camadas superficiais dos tecidos. 
 
Procedimentos: 
 
• Limpe o ferimento com água e sabão; 
 
• Aplique antisséptico (questionar se a pessoa é alérgica); 
 
• Proteja com gaze esterilizada e limpa. 
 
 
Traumatismos Fechados 
 
São alterações sofridas pelo organismo, também denominada de contusão abdominal. A pele está 
íntegra, sendo que os efeitos do agente agressor são transmitidos às vísceras através da parede 
abdominal, ou se dão por contragolpe ou desaceleração. 
 
Contusões 
 
Lesão causada por algum impacto com acometimento do tecido cutâneo, muscular ou até mesmo 
de órgãos internos, sem, no entanto, romper a pele. Só há atrito entre os tecidos. 
 
Procedimentos: 
 
• Gelo no local (devido à sua ação anestésica, analgésica e 
 vasoconstritora); 
 
• Analgésico, enfaixamento compressivo e repouso. 
 
 
 
 
Entorses 
 
Traumatismos que lesam as articulações, originados devido a um movimento abrupto que exceda a 
elasticidade da articulação ou por impacto, podendo determinar rompimento nos ligamentos. 
Normalmente ocorre em grandes articulações como ombros, cotovelos e tornozelos. 
 
 
Procedimentos: 
 
• Gelo, analgésico, imobilização e repouso. 
 
 
 
 
 44 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
Luxações 
 
Traumatismos que lesam as articulações determinando perda de contato entre as superfícies 
ósseas, ocorrendo lesão dos ligamentos e/ou cápsula articular. 
 
 
Procedimentos: 
 
• Gelo no local, analgésico, imobilização e repouso. 
 Nunca tentar recolocar a articulação no local. 
 
 
 
 
Fraturas 
 
Traumatismos determinados por lesão óssea. Podem ser fechadas quando não ocorre lesão 
cutânea, ou abertas, quando o osso se expõe através da pele. As causas mais comuns envolvem 
acidentes de grande impacto (aviões, carros e motos). 
 
A porção próxima ao local lesado, onde se observa deformidade, tecido arroxeado e com edema, é 
o foco da fratura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimentos: 
 
• Imobilização, repouso, podendo ser empregado gelo e administração de analgésico. 
 
Técnicas de Imobilização 
 
Em caso de dúvida de fratura, entorse ou luxação, a região sempre deverá ser imobilizada, pois 
evita o atrito entre os fragmentos ósseos e complicações, como ruptura de vasos sanguíneos ou 
nervos. 
Para a imobilização, devem ser utilizadas talas rígidas e acolchoadas, deixando as extremidades 
visíveis para avaliação da condição circulatória do membro e evitando comprimir o foco da fratura. 
Nas fraturas não articulares, a imobilização deve abranger uma articulação acima e outra 
abaixo da lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Triagem de Vítimas 
 
A palavra triagem vem do francês e tem como significado selecionar, escolher, separar. No caso 
específico, quem se deve atender primeiro, por exemplo, em um acidente com grande número de 
vítimas, sem transporte imediato, nem quantidade de socorristas suficiente. Existem diferentes 
modalidades de triagem no mundo. É um momento extremamente complicado para aqueles que a 
realizam e exige equilíbrio e autocontrole. 
 
Precisamos ter em mente que o importante é a quantidade de vidas salvas. Para tanto, é 
importante contar com a ajuda de todos que tenham condições (tripulantes e passageiros, que 
podem ser instruídos). 
 
Após a avaliação do cenário (que determinaráa segurança do atendimento) devemos dar 
prioridade a: 
 
• 1º - Vítimas inconscientes com grandes hemorragias, devendo-se conter a hemorragia 
imediatamente. 
 
• 2º - Vítimas conscientes com hemorragia, devendo-se conter a hemorragia imediatamente. 
 
 
 Transporte de Acidentados 
O transporte de feridos é de suma importância. Muitas vezes a vítima vê seu mal agravado com o 
transporte. Um fraturado de coluna, por exemplo, pode ter tido apenas lesado a parte óssea e com 
o transporte lesionar a medula, ocasionando paralisias que jamais desaparecerão. 
Outro exemplo é o transporte de feridos inconscientes, onde a queda da língua pode obstruir a 
passagem de ar para os pulmões, podendo causar asfixia. Por esses motivos, é preciso transportar 
um ferido com consciência sabendo dos riscos que podem suceder à vítima durante a remoção. 
 
O socorrista só deve providenciar a remoção da vítima depois que ela for atendida. Nunca remover 
um fraturado ou luxado de articulação sem antes fazer uma imobilização provisória, a não ser que a 
situação seja de risco eminente. 
O mesmo vale para uma pessoa com hemorragia, que só deverá ser transportada depois de 
realizada a hemostasia provisória. 
No transporte de uma vítima temos que considerar se ela está consciente ou não. Facilitará a tarefa 
do socorrista se o paciente se encontrar lúcido. Quando consciente devemos tomar medidas 
cautelosas, como manter a ventilação, limpar vômitos, secreções etc. 
 
Nada melhor para transportar um ferido do que uma padiola ou maca. Muitas vezes, é preferível 
aguardar a remoção do acidentado até que se tenha obtido tal auxílio. A padiola não só facilita o 
transporte, como proporciona segurança e conforto à vítima. Muitos tipos de material podem servir 
para a construção de uma padiola: duas varas de madeira e um lençol, uma colcha, um cobertor, 
saia, paletó, ou um pedaço de lona servem para confeccioná-la. Uma porta ou dois pedaços de 
tábuas largas e ligadas entre si servem também. 
 
 46 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Não havendo condições para transportar o paciente utilizando-se uma padiola, o socorrista deverá 
transportar a vítima utilizando algumas técnicas. 
 
• Transportes com um Socorrista 
 
 
 
 
 
 
 
 Bombeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em braços Apoio Nas costas 
 
 
• Transportes com dois socorristas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cadeirinha Extremidades Rede 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Maca ou padiola 
 
 
 
Transporte de Traumatizados dependendo da localização e tipo de trauma sofrido: 
 
• Traumatismo crânio encefálico: Se consciente, deve ser transportado sentado; se 
inconsciente, em decúbito ventral; 
 
• Traumatismo torácico: Se consciente, deve ser transportado sentado; se inconsciente, 
 lateralizado; 
 
• Traumatismo abdominal: O transporte deve ser realizado em decúbito dorsal; 
 
• Traumatismos da coluna: O transporte deve ser realizado em decúbito dorsal, sempre em 
 maca rígida, colocando dois suportes laterais para impedir os movimentos da cabeça, que 
 nunca deve ser fletida. 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiros socorros pós catástrofe 
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), catástrofe é um fenômeno ecológico 
súbito de magnitude suficiente para necessitar de ajuda externa. 
Define-se a expressão “múltiplas vítimas‟ como uma situação em que há um desequilíbrio entre os 
recursos disponíveis e as necessidades. 
De acordo com Morton e Fontaine (2011, p.213), na ocorrência de um desastre, o papel da 
enfermagem nos cuidados críticos é fundamental. Ressalta a dependência deste em relação ao 
impacto do desastre sobre as estruturas das instituições, o meio ambiente e o número de 
profissionais disponíveis.
 
 48 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
 
Referências 
 
• Currents / Vol 16,n 4, Highlights of the 2005 American Heart Association Guidelines for 
 Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. 
 
• Air FlyingHandbook / 2004 -US Department of Transportation Federal Aviation Administration; 
 
• Apostila do Curso de Primeiros Socorros da Escola de Enfermagem do Hospital Israelita Albert 
Eistein / 2000; 
 
• Instrument Flying Handbook / 2001 - US Department of Transportation Federal Aviation 
Administration; 
 
• Livro Noções de Primeiros Socorros / 1978 - Dr. Orlando José Alves Edição da Associação 
Brasileira para Prevenção de Acidentes / RJ; 
 
• Medicina de Aviação / 1992 - Lenira Tabosa Pessoa - Ed. Cristina Publicidade Aérea / 
Itamaracá, PE; 
 
• Primeiros Socorros / 2001 - National Safety Council -Ed. Jones and Barlett Publishers, Inc / 
 Traduzido e distribuído por Editora Randal Fonseca Ltda / SP; 
 
• Suporte Básico de Vida para Provedores de Saúde / 2005 - Stapleton, Aufderheide, Hazinski, 
 Cummins - Ed. American Heart Association / Distribuído no Brasil por Medline / RJ; 
 
• Tratado de Fisiologia Médica / 2001 - Guyton -Ed. Guanabara/RJ; 
 
• www.fiocruz.br 
 
• www.cami.jccbi.gov 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
 
 
 
	Apêndice A - Conjunto de primeiros socorros- RBAC
	Número de assentos para passageiros X Número de conjuntos de primeiros socorrosnos casos de emergência que exponha a tripulação a fumaça ou 
gases tóxicos, protegendo as vias aéreas e a visão. Estudaremos este equipamento no módulo de 
emergências a bordo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reconhecendo a Emergência 
 
Em uma situação de primeiros socorros a rapidez na assistência é muito importante, pois quanto 
menor for o tempo de atendimento à vítima, maior será sua chance de sobrevivência. É importante 
também saber qual o tipo de emergência que se tem, para que os procedimentos necessários 
possam ser aplicados. 
 
Para isso, utilizaremos o chamado Suporte Básico de Vida, que é o conjunto de manobras que 
visam manter as funções vitais durante uma emergência de ameaça à vida. Por se tratar de 
procedimentos reconhecidos como diretrizes internacionais de entidades que regem os primeiros 
socorros (como American Heart Association-AHA), é comum se referir ao termo em inglês Basic 
Life Support (BLS). 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Suporte Básico de Vida 
 
Conjunto de manobras que visam manter as funções vitais durante uma emergência de ameaça à 
vida. Consiste no reconhecimento e na correção imediata da falência dos sistemas respiratório e/ou 
cardiovascular. 
 
As técnicas de SUPORTE BÁSICO DE VIDA são: 
 
• Desobstrução de vias aéreas; 
 
• Ressuscitação cardiopulmonar (RCP); 
 
• Uso do desfibrilador (DEA) externo automático combinado com a RCP (quando aplicável). 
 
Internacionalmente, é reconhecida uma linguagem que exprime todo o conteúdo didático 
treinado em suporte básico de vida. Trata-se do mnemônico CAB. 
Obs.: Nos locais em que se dispõe de DEA pode ser incluído D. 
 
• C (circulation); 
 
• A (airways); 
 
• B (breathing); 
 
Para facilitar o entendimento do socorrista e obtendo assim um melhor resultado, a AHA criou uma 
representação gráfica chamada de corrente da sobrevivência que expressa a força de cada elo 
no sistema e o necessário encadeamento lógico de ações. Essa corrente se aplica às emergências 
médicas em solo, mas, com pequenas adaptações, pode ser utilizada também na situação 
particular do voo. 
 
Corrente da Sobrevivência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acesso Rápido (Reconhecimento e acionamento do serviço de emergência) 
 
Compreende o momento em que se percebe que uma emergência está ocorrendo e todas as ações 
que acontecerão a partir daí. 
 
É quando o socorrista deve determinar se a vítima está de fato consciente ou inconsciente (avaliar 
nível de consciência/responsividade). Para tanto, ele deve sacudir a vítima gentilmente pelos 
ombros e perguntar-lhe alguma coisa, como por exemplo, se ela está bem. Se não houver resposta 
por parte da vítima, determinando inconsciência de fato, o próximo passo é chamar ajuda, ou seja, 
ativar o sistema médico de emergência o quanto antes, pois a situação pode ser grave. 
 
 Acesso Rápido RCP Rápida 
Desfibrilação 
Rápido 
Cuidados 
Avançados Rápidos 
 
 8 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Portanto, é fundamental saber o número do sistema médico de emergência da localidade em que 
se estiver. Ao ligar, é importante dar o máximo de informações, o que permite à equipe fazer a 
análise da situação (dentre outros motivos), dizer a natureza da emergência (ou seja, se a vítima 
sofreu um acidente ou mal súbito) e avisar se há desfibrilador (equipamento cuja finalidade será 
vista posteriormente) disponível no local. Não desligar até que o atendente autorize. 
 
A bordo, chamar ajuda consiste em fazer a comunicação aos demais membros da tripulação, 
inclusive ao comandante. Assim todas as ações cabíveis serão tomadas pelos tripulantes. 
 
 
RCP Rápida (RCP imediata de alta qualidade) 
 
Após chamar ajuda, o próximo passo é realizar uma análise primária dos sinais vitais da vítima 
(respiração e circulação) e aplicar RCP se necessário. As técnicas para avaliação primária e RCP 
serão vistas posteriormente. 
 
Tão logo se perceba a ausência de respiração e sinais de circulação, a RCP deve ser iniciada. 
Quanto antes se puder prover oxigênio a uma vítima em parada cardiorrespiratória, maiores as 
chances de sobrevida da mesma. 
 
Se a RCP for iniciada até 4 minutos após a parada, as chances de a vítima sobreviver são grandes. 
 
Se a RCP for iniciada entre 4 e 6 minutos após a parada, há chance da vítima sobreviver, porém 
talvez com sequelas. 
 
Desfibrilação Rápida 
 
Na maioria dos casos, é muito difícil conseguir ressuscitar alguém apenas com a RCP, pois a 
parada cardíaca, em especial em adultos, acontece por conta de uma arritmia no coração chamada 
fibrilação ventricular, que só pode ser revertida através do equipamento chamado desfibrilador. 
 
O coração tem como principal função bombear sangue oxigenado para todo o corpo, algo 
que ele realiza através das contrações, comandadas pelo nosso marca passo chamado nó 
sino-atrial. O sistema circulatório é responsável por distribuir o sangue por todos os tecidos. 
 
Por diversas causas (traumas ou enfermidades), pode haver a perda desse comando, gerando 
impulsos elétricos desordenados e a consequente ineficácia da função circulatória (podendo 
levar à morte, caso não seja revertido). 
 
Portanto, logo após a avaliação primária da vítima, se constatado que ela não possui respiração e 
sinais de circulação e houver um desfibrilador no local, o mesmo deve ser aplicado, pois em caso 
de fibrilação ventricular, o desfibrilador será capaz de aplicar choque (s) na vítima, aumentando 
suas chances de sobrevivência, fazendo com que seu coração retorne às atividades normais. 
 
 
Serviços médicos básicos e avançados de emergência 
 
Termina a corrente da sobrevivência, marcando a fase em que o socorrista passa a vítima para as 
mãos de profissionais da saúde com formação, como enfermeiros e médicos que em seguida 
realizarão o transporte para um pronto socorro. 
 
 
 9 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Suporte avançado de vida e cuidados pós PCR 
 
Nesse elo o paciente é finalmente transferido para uma unidade de cuidados intensivos, onde se 
atuação do socorrista nos demais elos vistos anteriormente dará continuidade ao tratamento. No 
entanto, para o sucesso neste elo, de muito depende a 
 
Técnicas de RCP (Ressuscitação Cárdio Pulmonar) 
 
A aplicação da RCP está vinculada à avaliação primária que o socorrista deve realizar que 
consiste no CAB, onde: 
 
• C, do inglês Circulation, ou seja, verificar a presença de sinais de circulação (RESPIRAÇÃO, 
tosse e movimento); 
 
• A, do inglês Airway, ou seja, abrir vias aéreas superiores; 
 
• B, do inglês Breathing, realizar a respiração/ventilação. 
 
 
INSERINDO A AVALIAÇÃO PRIMÁRIA NA SEQUÊNCIA DA RCP, O SOCORRISTA DEVE: 
 
1. Checar responsividade da vítima; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Se a vítima não responder chamar ajuda; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Se a vítima NÃO apresentar sinais de circulação (tosse, respiração e movimento), 
assumir que a vítima está em parada cardiorrespiratória. O socorrista deve iniciar as 
compressões torácicas. Deve-se realizar 30 compressões: 
 
 
 
 
 192 
 
 10 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
 C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Antes de realizar as insuflações ou ventilações devem-se abrir as vias aéreas da vítima, 
utilizando uma das mãos na testa e a outra no queixo dela, de modo a hiperextender seu 
pescoço, permitindo a desobstrução da traqueia por parte da língua e facilitando a 
passagem de ar; 
 
 A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Atenção: A maior causa de obstrução de vias aéreas em vítimas inconsciente é o relaxamento 
da língua. 
 
 
5. Prover 2 ventilações ou insuflações/Respirações. 
 
 B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Em adultos, crianças e bebês devem ser aplicadas 30 compressões por 2 ventilações (1 
ciclo), de acordo com as novas diretrizes das entidades reguladoras (por exemplo, a American 
Heart Association). O ritmo recomendado é de 5 ciclosa cada 2 minutos (100 a 120 
batimentos por min.). 
 
 
 
 
 11 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 O socorrista deve deixar o tórax retornar à posição normal após cada compressão, pois 
durante o retorno da parede torácica o sangue preenche novamente o coração, tornando a 
técnica eficiente. 
 
• Em adultos (8 anos em diante/início da puberdade), o socorrista deve ajoelhar-se ao lado 
da vítima (nível dos ombros da mesma), com os joelhos afastados para dar estabilidade. 
Coloque a parte hipotênar da mão (calcanhar da mão) no centro do peito (esterno) tendo como 
referência a linha mamilar, utilizando a outra mão sobreposta para realizar as compressões, 
depreciando pelo menos 5 cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Em crianças (de 1 a 8 anos) deve-se utilizar apenas uma das mãos, dependendo do 
tamanho da criança, depreciando o tórax cerca de 5 cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Em bebês (de 0 a 1 ano), utilizar apenas dois dedos logo abaixo da linha mamilar. A 
profundidade de compressão é considerada como um terço à metade da profundidade do tórax 
de 4 cm. Nas insuflações, utilizar apenas o ar das "bochechas" e se usar sua boca coloque-a 
sobre a boca e o nariz do bebê, caso não haja máscara. Ao abrir as vias aéreas de um bebê 
inconsciente, basta fazer uma pequena extensão do pescoço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se a vítima recuperar os sinais de circulação (tosse-respiração e movimento), monitore-a 
continuamente e coloque-a na posição de recuperação com oxigênio a 4 litros/min, até a 
chegada dos cuidados avançados. 
 
 12 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posição Lateral de Segurança/Posição de Recuperação 
 
Esta técnica de primeiros socorros é utilizada para garantir que a língua não cai sobre a garganta 
obstruindo a respiração, assim como também previne que o possível vômito ou saliva seja aspirado 
para o pulmão. 
 
É importante nunca aplicar esta técnica de primeiros socorros em vítimas com suspeita de 
lesões graves na coluna vertebral, vítima de acidente de carro ou vítima de queda de grande 
altitude. 
 
Observações Importantes: 
 
• Se o socorrista estiver sozinho com uma criança ou bebê inconsciente, aplique cerca de 5 ciclos 
de compressão e ventilação (aproximadamente 2 minutos) antes de deixar a criança sozinha e 
chamar ajuda; 
 
• No caso de vômito (possível com a distensão gástrica ocasionada por insuflações 
excessivamente fortes e (prolongadas) lateralizar e limpar a vítima. Reiniciar a RCP pelas 
compressões. Pode também haver fratura de costelas e consequente perfuração de órgãos. No 
entanto, não há necessidade de parar o procedimento. 
 
• As ventilações devem ser aplicadas durante 1 segundo, consequentemente produzindo a 
elevação do tórax, não devendo ser muito longas e prolongadas; 
 
• Existem padrões adotados para a interrupção da RCP uma vez iniciada que diferem entre as 
empresas, entretanto existe consenso que ela deve ser mantida até que: 
 
1. Haja retorno da circulação espontânea; 
 
2. Torne-se arriscado para o socorrista continuar as manobras; 
 
3. Todos os socorristas estejam muitos cansados para continuar; 
 
4. A vítima seja considerada presumivelmente morta (lembre-se que só um médico pode verificar 
de fato o óbito). Se a RCP foi continuada por 30 minutos ou mais, sem sinais de circulação 
espontânea, e nesse mesmo período não houver recomendação de choque pelo DEA, a vítima 
pode ser considerada presumivelmente morta e a RCP interrompida. 
 
Observação: Caso o socorrista não esteja atuando sozinho, a AHA recomenda que a troca durante 
a RCP ocorra a cada 5 ciclos (2 min.). 
 
 
 13 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Complicações causadas pela RCP 
 
Mesmo quando realizada corretamente, a RCP pode causar as seguintes complicações: 
 
• Fratura das costelas ou do esterno, podendo ocasionar perfuração de órgãos; 
 
• Separação da cartilagem da costela (comum em idosos); 
 
• Pneumotórax; 
 
• Hemotórax; 
 
• Contusão pulmonar. 
 
A importância do Desfribilador 
 
Na maioria dos casos, a parada cardíaca fora do ambiente hospitalar é causada por um ritmo 
elétrico desordenado (caótico) conhecido como fibrilação ventricular (FV), arritmia fatal que 
incapacita o coração de promover a circulação sanguínea. 
O único tratamento efetivo para fibrilação ventricular é a desfibrilação. O desfibrilador externo 
automático (DEA) é o aparelho que permite ao pessoal com treinamento a aplicação de "choques" 
na região torácica da vítima. Essa descarga elétrica, cuja energia é medida na unidade joule, é 
capaz de gerar uma corrente suficiente para induzir o fim da FV, reorganizando assim o ritmo 
elétrico do coração. Apesar de ser bastante simples a sua utilização, atualmente no mercado 
existem vários modelos que podem ter programações diferenciadas. Todo programa de 
treinamento com DEAs por leigos (profissionais que não são da área de saúde) necessita da 
supervisão e responsabilidade de um diretor médico ou médico regulador. Esse profissional se 
responsabiliza pelo treinamento e análise de cada caso. 
 
Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho 
 
 
Os sinais de obstrução podem ser classificados em leve e grave e a vítima pode estar consciente 
ou inconsciente. No entanto, em algumas situações pode evoluir para uma parada cardíaca e a 
morte. É, portanto muito importante que o socorrista reconheça os sinais e sintomas, atuando 
eficientemente. 
 
As obstruções de vias aéreas são classificadas em: LEVE E GRAVE 
 
 
• Adultos e crianças conscientes, com sinais de obstrução leve: 
 
Neste caso, o indivíduo ainda consegue tossir ou falar. Assim sendo, o socorrista deve incentivar os 
esforços próprios da vítima, incentivar que a vítima continue a tossir vigorosamente, sem 
interferir, e observá-la. 
 
• Adultos e crianças conscientes, com sinais de obstrução grave: 
 
Nesta situação, a tosse do indivíduo será fraca, ineficaz ou ausente, apresentando cianose e 
incapacidade de falar ou respirar. Então, o socorrista deve utilizar compressões abdominais 
(manobra de “Heimlich”) ou torácicas (obesas e grávidas em final de gestação). 
 
A manobra de Heimlich consiste em uma série de compressões abdominais que simulam os 
efeitos da tosse, podendo empurrar o objeto para fora das vias aéreas. 
 
 
 14 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
O socorrista deve posicionar-se atrás da vítima e envolver sua cintura com os braços, em seguida 
fechar uma das mãos em punho (com o polegar junto ao corpo da vítima), encostando-se a no 
abdômen da vítima, entre o umbigo e o apêndice xifóide. A outra mão servirá de base para o 
punho, e, ambas as mãos pressionarão o abdômen da vítima efetuando movimentos diagonalmente 
para cima, em séries de 5, até o objeto ser expelido ou a vítima ficar inconsciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Adultos e crianças inconscientes 
 
Devemos chamar ajuda imediatamente e realizar os procedimentos de RCP, verificar a boca antes 
de insuflar, se houver objeto estranho, remova com o dedo em forma de gancho. 
 
BEBÊS 
 
• Bebês conscientes 
 
Colocar o bebê sobre um de seus braços, com o rosto voltado para baixo e a cabeça mais baixa 
que o corpo. A mão do socorrista deve servir de apoio à cabeça do bebê na altura do maxilar. O 
socorrista pode ganhar um apoio adicional, colocando o braço sobre as coxas. 
Com a mão livre, o socorrista deve aplicar 5 golpes no meio das costas do bebê, entre as 
escápulas, usando para isso, a parte hipotênar da mão. 
 
Na sequência, se o bebê permanecer engasgado, o socorrista deve colocar a mão livre ao longo do 
seu corpo, de maneira que ele fique seguro entre seus braços e com o rosto para cima (técnica do 
sanduiche). Novamente com a cabeça do bebê um pouco mais baixa que o corpo, o socorrista 
deve realizar 5 compressões em seu tórax, com os dedos indicador e médio, um pouco abaixo da 
linha mamilar, sobre o esterno, como as compressões usadas paraRCP. 
 
Entre os 5 golpes nas costas e as 5 compressões no tórax, o socorrista deve abrir as vias aéreas e 
procurar o corpo estranho. Somente se visualizar algum objeto, o socorrista deve tentar removê-lo. 
Não se trata de busca cega, para não machucar o bebê. O objeto só deve ser pinçado se ao abrir a 
boca do bebê, o mesmo estiver visível e acessível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
• Bebês inconscientes 
 
Devemos chamar ajuda imediatamente e realizar os procedimentos de RCP, verificar a boca 
antes de insuflar, se houver objeto estranho, removê-lo. 
 
Emergências Clínicas 
 
Alterações relacionadas a pressão atmosférica 
 
Efeitos sobre o organismo 
O organismo humano a todo instante visa equalização das pressões interna e externa, porém, 
quando ocorre uma despressurização ele fica submetido a um ambiente com pressão inferior, 
gerando assim modificações orgânicas. 
O organismo ainda sofre com os sintomas da Hipóxia Hipobárica e do Disbarismo 
(aeroembolismo e aerodilatação). 
 
HIPÓXIA 
O termo Hipóxia significa quantidade de oxigênio reduzido ou insuficiente. Qualquer tecido humano 
quando não recebe oxigênio durante um determinado tempo, morre. Normalmente, a maior 
preocupação é um fornecimento adequado de oxigênio ao cérebro, pois este é particularmente 
vulnerável à falta de oxigenação. 
 
Hipóxia hipóxica/ hipobárica/ de altitude (MAL DE ALTITUDE) 
Este tipo de hipóxia resulta de oxigênio insuficiente nos pulmões, mais precisamente ao nível 
alveolar. Apesar da percentagem de oxigênio na atmosfera ser constante, a sua pressão parcial 
diminui proporcionalmente à medida que a pressão atmosférica diminui (isto com o aumento da 
altitude 
A resposta do indivíduo à este tipo de hipóxia, depende, basicamente, de dois fatores principais: a 
altitude a que estiver exposto e a velocidade com que se exponha a essa pressão barométrica. 
 
Sinais e sintomas 
 
Os sintomas da hipóxia variam de indivíduo para indivíduo, e quanto maior for a altitude, mais 
rapidamente se instalam os sintomas da hipóxia. 
São eles: 
• Cefaleia 
• Euforia 
• Depressão 
• Aumento da autoconfiança 
• Aumento da frequência respiratória 
• Diminuição da capacidade visual 
• Diminuição da coordenação motora 
• Diminuição do raciocínio 
• Lentidão dos reflexos 
• Falha no julgamento 
• Falta de concentração 
• Cianose 
• Perda da autocrítica 
• Sensação de falta de ar 
• Sonolência 
 
 16 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
• Tonturas 
• Perda da consciência 
 
Procedimentos: 
 
O oxigênio deve ser ministrado sempre que indivíduos apresentarem um quadro de hipóxia, o que 
denominamos oxigenoterapia. 
 
DISBARISMOS (aerodilatação e aeroembolismo) 
 
AERODILATAÇÃO, AEROBAROTRAUMA OU AEROBAROPATIA CAVITÁRIA. 
 
O organismo humano abriga ar no interior de determinadas cavidades, podemos perceber 
cavidades no aparelho digestório, nas cavidades ósseas restritas ao crânio: seios da face, 
orelha média e cavidades dentárias. 
A aerodilatação é decorrente da expansão dos gases nas cavidades corporais. É um distúrbio 
relacionado com a queda da pressão barométrica, que acompanha a ascensão da aeronave, 
caracterizada por expansão gasosa nas cavidades do corpo. 
 
Tipos de aerodilatação: 
 
• Barosinusite/Aerosinusite 
 
Sintomas: 
 
O principal sintoma é dor no seio afetado. 
 
Procedimentos: 
 
No caso da aerosinusobaropatia obstrutiva, o tratamento é a correção do problema através de 
cirurgia. Já na não obstrutiva, é recomendável utilizar analgésicos, anti-alérgicos, 
descongestionantes nasais e anti-gripais, atentando para os efeitos colaterais que podem surgir. 
 
*Recomenda-se não voar gripado, com processo alérgico, corrigir desvio de septo e retirar a 
carne esponjosa.* 
 
• Barotite/Aerotite 
 
Sintomas: 
 
Além do quadro doloroso, pode haver: diminuição da acuidade auditiva, zumbido, náuseas, 
vômitos, tonturas e até a ruptura do tímpano, seguida de presença de líquido sero-sanguinolento. 
 
 
Procedimentos: 
 
Para evitar a barotite/otobaropatia deve-se evitar voar resfriado ou gripado, mascar chicletes, 
bocejar, deglutir, forçar o ar através das narinas, mantendo-as pinçadas com os dedos e a boca 
fechada (MANOBRA DE VALSALVA, que deve ser executada com cuidado e caso a pessoa não 
esteja gripada), e fazer uso descongestionante nasal, se necessário. 
No entanto, algumas causas patológicas podem tornar mais difícil a equalização das pressões: 
resfriados, amidalites, irritação da garganta e infecções de ouvido, devido à obstrução da Trompa 
de Eustáquio. 
 
 
 
 17 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
• Aerogastria/Aerocolia 
 
Sintomas: 
 
Cólicas, dor na área gástrica, opressão torácica, falta de ar, flatus e eructações. 
 
Procedimentos: 
 
Evitar se alimentar de abobora, cebola, feijão, repolho, couve, pepino, bebidas gaseificadas antes 
de voar. Uma alimentação sadia é o melhor remédio porque evita a formação excessiva de gases 
no aparelho digestivo. 
No entanto, a diminuição dos sintomas pode ser obtida através da equalização das pressões. A 
movimentação do corpo auxilia na eliminação dos gases (caminhada e massagem abdominal) e se 
necessário, uma medicação anti-espasmódica pode ser administrada. 
 
• Aerodontalgia 
 
Sintomas: 
 
Dor intensa na cavidade bucal. Normalmente acontece por Cáries mal obturadas, reações da polpa 
vital exposta, reação de degeneração pulpar com formação de gases sob obstruções mal 
executadas e, finalmente uma causa pouco comum, a presença de abscesso na raiz do dente. 
 
Procedimentos: 
 
De modo geral, o melhor remédio para estes casos é a prevenção, através de uma boa higiene 
bucal e de visitas periódicas ao dentista. Na ocorrência de uma aerodontalgia a bordo, é possível a 
utilização de um analgésico para reduzir a dor. 
 
AEROEMBOLISMO OU DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO 
 
Quando um indivíduo se desloca de um ambiente de alta pressão para um de baixa pressão, os 
gases que se encontram dissolvidos na corrente sanguínea podem dar origem a bolhas, que levam 
à obstrução dos vasos sanguíneos, que posteriormente podem atingir diversos tecidos vitais, como 
músculos, pulmões, coração cérebro, causando a doença descompressiva, ocasionando dor e 
outros sintomas. 
 
Manifestações clínicas 
 
• Pulmonar - CHOKES (sufocação): 
Ocorre quando há formação de bolhas gasosas de nitrogênio nos vasos sangüíneos dos 
pulmões, podendo resultar em hipóxia e outros sintomas respiratórios, como sensação de 
queimação ou de dor pontiaguda sob o esterno, encurtamento da respiração, opressão no tórax 
e no abdômen, sentimentos de sufocação, dor intensa à inspiração profunda, tosse seca 
involuntária e cianose. 
• Artralgica - BENDS (Blood Embolism Nitrogen Density Syndrome): 
Resultam de bolhas gasosas de nitrogênio nas articulações, causando intensa dor na articulação 
e no membro. A dor geralmente é leve, de início, mas pode se intensificar e causar 
incapacidade; 
 
• Pruriginosa - parestesia, CREEPS ou ITCH (pele): Produz um formigamento ou insensibilidade 
da pele e pode resultar em irritação e manchas avermelhadas. Causada por formação de bolhas 
gasosas de nitrogênio sob a pele, na camada adiposa, principalmente; 
 
 
 18 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
• Nervosa - STAGGERS (Sistema Nervoso Central): A formação de bolhas nos vasos 
sangüíneos pode bloquear o fluxo de sangue a órgãos vitais, incluindo o cérebro. Como 
resultado, pode ocorrer dor facial e mandibular, distúrbios visuais (visão embaçada, pontos 
cegos, escotomas cintilantes), distúrbios sensoriais, paralisia parcial, confusão, convulsão e 
perda da consciência. 
 
Procedimentos: 
 
Quando a sufocação ocorre a grande altitude, o fato de descer para uma altitude menor nem 
sempre resolve o problema. Pode ser necessário fazer uma recompressão urgente numa câmara 
de alta pressão, com oxigênio 100%. 
O aeroembolismo é uma ocorrênciarara, só encontrada em emergências causadas pela ruptura 
de uma janela ou porta da cabine pressurizada. E, juntamente com a hipóxia, são os fatores que 
mais impedem e tornam difícil a sobrevivência do homem nas grandes altitudes. 
 
 
Desmaio 
 
É a perda repentina e transitória dos sentidos e consciência. Pode estar relacionada a longos 
períodos de jejum, alimentação insuficiente, excesso de exposição ao sol, desequilíbrio emocional 
etc. Independentemente da causa, é consequência da diminuição temporária de sangue oxigenado 
no cérebro. Representa a emergência mais comum a bordo e exige a atuação dos comissários de 
voo e o apoio médico voluntário. 
São vários os mecanismos subjacentes ao desmaio, porém o mais frequente é a chamada 
SÍNCOPE VASO VAGAL (SVV). 
 
Procedimentos: 
 
Se ocorrer o desmaio, deite a pessoa o mais confortavelmente possível, com a cabeça e ombros 
em posição mais baixa que o restante do corpo (eleve as pernas da vítima), caso a vítima esteja 
consciente e afrouxe as vestes. Posicionar a vítima na posição de recuperação, se inconsciente, e 
monitore o CAB. 
Nunca a faça aspirar álcool ou amoníaco nem jogue água em seu rosto para reanimá-la. Quando 
recobrar a consciência, não permita que se levante sozinha. Faça-a ficar alguns minutos sentada 
para readaptar-se à posição vertical. 
 Pré- síncope 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Emergências Cardiológicas 
 
Das várias ocorrências cardiológicas, a angina do peito e o infarto agudo do miocárdio são as 
mais comuns, e por isso merecem atenção especial por parte desse texto. 
As doenças cardiológicas têm como fatores predisponentes: estresse, hipertensão, sedentarismo, 
obesidade, tabagismo, hereditariedade entre outros. 
 
 
 19 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Algumas pessoas morrem porque ignoram os sinais iniciais do ataque cardíaco e negam estar 
experimentando um problema tão grave. A maior parte dos danos provocados ao coração ocorre 
nas duas primeiras horas. Por isso, as vítimas de ataque cardíaco necessitam ser atendidas 
imediatamente para minimizar os danos causados ao coração. O progresso do ataque cardíaco 
poderá ser interrompido se a pessoa estiver alerta para os primeiros sinais e sintomas. 
 
Quando ocorre o IAM (infarto agudo do miocárdio) o coração para de bombear o sangue, contudo 
na maioria dos casos entra em fibrilação ventricular, que só pode ser revertido com um 
desfibrilador. 
 
Ataque Cardíaco 
 
Sinais e Sintomas: 
 
• Desconforto que pode aumentar ou diminuir de intensidade; 
 
• Desconforto acompanhado de tonteira, desmaio, náusea, 
respiração curta e sudorese; 
 
• Dor no tórax, sensação de queimação no peito e pescoço 
(confundida com azia e indigestão); 
 
• Dor que irradia para o braço esquerdo, ombros e pescoço ou 
dorso. 
 
Procedimentos: 
 
• Posicionar a vítima de forma confortável (inclinada); 
 
• Jejum, repouso absoluto e vestes afrouxadas; 
 
• Oxigênio terapêutico; 
 
• Vasodilatador e sedativos (se houver médico a bordo); 
 
• Monitorar o CAB; 
 
• Entre com RCP e DEA, se for necessário. 
 
 
 
Acidente Vascular Cerebral (AVC) 
 
O acidente vascular cerebral (sigla: AVC) 
vulgarmente chamado de derrame cerebral, é 
caracterizado pela perda rápida de função 
neurológica, decorrente do entupimento 
(isquemia) ou rompimento (hemorragia) de 
vasos sanguíneos cerebrais. 
Trata-se de uma emergência médica que pode 
evoluir com sequelas ou morte, sendo a rápida 
chegada ao hospital importante para a decisão 
terapêutica. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
Dor na cabeça descrita como insuportável; 
 
• Paralisia total ou parcial da face; 
 
• Paralisia de membro superior e inferior do mesmo lado; 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Isquemia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hemorragia
 
 20 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
• Dificuldade para falar e entender: problemas para articular as palavras; às vezes as pessoas 
ao redor não conseguem entender claramente o que a outra está falando; 
 
• Fraqueza nas pernas, de um lado do corpo; 
 
• Perda de visão, visão turva ou dupla, especialmente em um único olho; tontura e 
desequilíbrio; 
 
• Dificuldade para engolir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimentos: 
 
• Reduzir tensão emocional; 
 
• Manter um ambiente tranquilo; 
 
• Promover o estímulo cerebral (não em exagero); 
 
• Manter a via aérea permeável; 
 
• Desapertar as roupas ao nível do pescoço, tórax e abdômen; 
 
• Colocar a vítima numa posição confortável de acordo com o seu grau de consciência; 
 
• Manter a temperatura corporal; 
 
• Vigiar as funções vitais; 
 
• Promover o transporte para o hospital. 
 
 
 Convulsões 
 
Uma convulsão ocorre quando há uma atividade elétrica anormal do cérebro. Essa atividade anormal 
pode passar despercebida ou, em casos mais graves, pode produzir uma alteração ou perda de 
consciência acompanhada de espasmos musculares involuntários, que é definido como crise 
convulsiva ou convulsão. 
As convulsões geralmente vêm de repente e variam em duração (normalmente varia de 3 a 4 
minutos) e gravidade. A convulsão pode ser um evento único ou acontecer repetidas vezes. Crises 
recorrentes caracterizam o diagnóstico de epilepsia. 
 
Sintomas: 
 
• Sentimentos súbitos de medo ou ansiedade; 
 
• Sentir-se mal do estômago; 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/epilepsia
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/ansiedade
 
 21 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
• Tontura; 
 
• Alterações na visão. 
 
Esses sintomas podem ser seguidos de uma crise, em que a pessoa pode: 
 
• Perder a consciência, seguida por confusão; 
 
• Ter espasmos musculares incontroláveis; 
 
• Babar ou espumar pela boca; 
 
• Cair; 
 
• Ficar com um gosto estranho na boca; 
 
• Cerrar os dentes; 
 
• Morder a língua, que pode sangrar; 
 
• Ter movimentos oculares rápidos e súbitos; 
 
• Fazer ruídos estranhos, como grunhidos; 
 
• Perder o controle da função da bexiga ou intestino; 
 
• Mudar de humor repentinamente. 
 
 
Todos os tipos de convulsão são causados pela atividade elétrica desorganizada e súbita do 
cérebro. Entre as causas mais frequentes estão: 
 
• Níveis anormais de sódio ou glicose no sangue; Infecção cerebral, incluindo 
meningite; 
 
• Lesão cerebral que ocorre ao bebê durante o parto ou nascimento; 
 
• Problemas cerebrais que ocorrem antes do nascimento (patologias cerebrais 
congênitas); 
 
• Tumor cerebral; 
 
• Asfixia; 
 
• Uso abusivo de drogas (licitas e ilícitas) 
 
• Choque elétrico; 
 
• Febre alta (especialmente em crianças pequenas) 
 
• TCE; 
 
• Doença cardíaca; 
 
• Hipoglicemia; 
 
• Envenenamento; 
 
• AVC; 
 
• Picadas e ferroadas de animais peçonhentos. 
 
 
Procedimentos: 
 
• Proteja a pessoa de uma lesão, principalmente a cabeça; 
 
• Tentar repousar a pessoa suavemente no chão; 
 
• Tente afastar os móveis ou outros objetos que possam ferir a pessoa durante a convulsão; 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tontura
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/meningite
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tumor-cerebral
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/febre
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/avc
 
 22 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
• Se a pessoa que está tendo uma convulsão já está no chão quando você chegar, coloque 
algo macio sob sua cabeça; 
 
• Não force nada, incluindo os dedos, na boca da pessoa. Colocar algo na boca da 
pessoa pode causar ferimentos; 
 
• Não tente soltar ou chacoalhar a pessoa; 
 
• Se a vitima vomitar, lateralize a mesma com cuidado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preste muita atenção ao que a vitima está fazendo para que você possa descrever a convulsão 
para o resgate ou médico: 
 
 Que tipo de movimento do corpo ocorreu? 
 
 Quanto tempo durou a convulsão? 
 
 Como a pessoa agiu imediatamente após o ataque? 
 
 Existem lesões? 
 
 
Após uma convulsão: 
 
• Verifique se a pessoa sofreu lesões;• Se a pessoa está tendo dificuldade para respirar, use o dedo para limpar suavemente a boca 
de qualquer vômito ou saliva; 
 
• Afrouxe roupas apertadas em volta do pescoço e da cintura da pessoa; 
 
• Forneça uma área segura, onde a pessoa possa descansar; 
 
• Não dê nada para ela comer ou beber até que a pessoa esteja totalmente acordada e alerta; 
 
• Fique com a pessoa até que ela esteja acordada e familiarizada com o ambiente. A maioria das 
pessoas vai ficar sonolenta ou confusa após uma convulsão; 
 
• Uma pessoa que teve uma convulsão não deve dirigir nadar, subir escadas, ou operar máquinas 
até que tenha visto um médico. 
 
Consumo excessivo de álcool 
 
O alcoolismo é definido como o consumo excessivo de álcool e/ou a preocupação exacerbada com 
bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira na vida pessoal, familiar, social ou 
profissional de um indivíduo. 
Do ponto de vista médico, o alcoolismo é uma doença crônica, que pode resultar em condições 
psicológicas e fisiológicas e, por fim, na morte. 
 
http://www.infoescola.com/drogas/bebidas-alcoolicas/
http://www.infoescola.com/drogas/bebidas-alcoolicas/
http://www.infoescola.com/doencas/alcoolismo/
 
 23 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Além da importância dos fatores ambientais, há evidências que indicam a existência de fatores 
genéticos que elevam o risco de desencadear a doença. O alcoolismo tende a acometer certas 
famílias com maior frequência, gêmeos univitelinos, e até filhos biológicos de pais alcoólatras que 
são adotados por casais que não bebem. 
De acordo com estatísticas realizadas pelos estadunidenses, acomete 14% de sua população, e no 
Brasil, estima-se que entre 10-20% da população sofra desse mal. 
 
O álcool atravessa a barreira hematoencefálica rapidamente, sendo que poucos minutos após o 
primeiro gole, a concentração no cérebro já está igual à concentração sanguínea. Em indivíduos 
que não possuem o costume de ingerir bebidas alcoólicas, níveis sanguíneos entre 
50mg/dl a 150mg/dl são suficientes para gerar sintomas. Esses, por sua vez, irão depender da 
velocidade com que o álcool é consumido. 
 
 
Os efeitos físicos causados pelo álcool são: 
 
• Redução dos reflexos; 
 
• O uso em longo prazo eleva o risco do surgimento de doenças como 
câncer na cavidade oral, esôfago, faringe, fígado e vesícula biliar; 
 
• Pode causar hepatite, cirrose, gastrite e úlcera; 
 
• Quando usado em grandes quantidades pode ocasionar danos cerebrais irreversíveis; 
 
• Pode levar à desnutrição; 
 
• Pode causar problemas cardíacos e de pressão arterial; durante a gestação, causa má 
formação fetal. 
 
Já os efeitos psicológicos e comportamentais causados pelo álcool são: 
 
• Perda da inibição; 
 
• Alteração de humor, podendo ocasionar comportamento violento, depressão e até 
mesmo suicídio; Perda de memória; 
 
• Problemas na vida familiar do alcoólatra; queda no desempenho 
profissional. 
 
Procedimentos: 
 
• Suspender imediatamente o consumo de álcool. Se a vitima estiver consciente, mantê-
la sentada; 
 
• Oferecer líquidos doce, para reposição da glicose; 
 
• Se a vitima estiver consciente, coloca-la na posição de recuperação (decúbito lateral) para 
evitar asfixia pelo relaxamento da língua, por possível vômito ou excesso de saliva; 
 
• Manter a vítima aquecida, monitorar o CAB; 
 
• Não suponha que “é só dormir que passa”. O álcool continua a entrar na corrente 
sanguínea depois que a pessoa dorme; 
 
• Saiba que se a intoxicação alcoólica não for tratada, a vítima pode ter uma convulsão, sofrer 
dano cerebral permanente ou morrer. 
 
 
http://www.infoescola.com/doencas/alcoolismo/
 
 24 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
Diabetes 
 
A hipoglicemia (choque insulínico) é o estado de diminuição do açúcar (glicose) no sangue. 
Algumas pessoas possuem predisposição para tal ocorrência. Geralmente ocorre devido a longos 
períodos de jejum, alimentação deficiente, atividade física excessiva, alcoolismo ou até mesmo 
diabetes, que é uma doença metabólica, causada pela falha do pâncreas na produção da insulina. 
A hiperglicemia (coma diabético) ocorre quando o organismo possui muito açúcar no sangue e 
insulina insuficiente para metabolizá-la. 
 
Sinais e Sintomas de HIPERGLICEMIA: 
 
 Tontura; 
 
 Sede intensa 
 
 Micção frequente; 
 
 Pele avermelhada; 
 
 Vômito; 
 
 Hálito com odor de vinagre; 
 
 Inconsciência eventualmente. 
 
 
 
Procedimentos: 
 
• Aplicação de insulina; 
 
• Ingestão de líquidos como água ou chá. 
 
 
Sinais e Sintomas de HIPOGLICEMIA: 
 
• Irritabilidade; 
 
• Palidez; 
 
• Confusão mental, tontura; 
 
• Desorientação; 
 
• Fome repentina; 
 
• Sudorese; 
 
• Eventual inconsciência. 
 
Procedimentos: 
 
• Fornecer líquido doce ou refrigerante não dietético; 
 
Obs.: NO CASO DE UM DIABÉTICO INCONSCIENTE, NA DÚVIDA SE O ESTADO É HIPER OU 
HIPOGLICEMIA DEVEMOS FORNECER AÇUCAR SUBLINGUAL. 
Ao diabético com mal súbito devemos perguntar se se alimentou e tomou insulina. 
 
 
Dor de Orelha 
 
Pode ocorrer devido à pressurização, congestionamento nasal ou otite. Se for um problema apenas 
de equalização entre as pressões da orelha média e do ambiente externo, mascar chicletes, 
 
 25 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
bocejar ou deglutir pode ajudar. Em último caso e com muito cuidado, ainda se tem o recurso da 
MANOBRA DE VALSALVA (onde o indivíduo faz força para expirar com as narinas pinçadas). 
 
No caso da pessoa estar gripada, o uso de descongestionante nasal é recomendável, uma vez 
que a secreção impossibilita a equalização da pressão. 
Mas se o caso for otite, não há muito a ser feito. O ideal é orientar a pessoa a procurar um médico 
assim que chegar ao seu destino e fornecer-lhe o anestésico de ouvido (caso haja no avião), se 
a dor estiver muito forte. 
 
 
Doenças Gastrointestinais 
 
As doenças gastrointestinais são as patologias que ocorrem nos órgãos do sistema digestivo, 
tais como: intestino, intestino grosso, intestino delgado, estômago, esôfago, pâncreas, cólon e 
fígado. 
 
Essas doenças podem ser acompanhadas de fortes dores, resultantes da inflamação ou até 
mesmo deterioração de alguns dos órgãos do sistema digestivo. O diagnóstico só pode ser emitido 
através de cuidadosa análise dos antecedentes do paciente, visto que através de uma simples 
consulta, não se pode diagnosticar a precisão da enfermidade. 
 
Sinais e Sintomas 
 
• Halitose: mau hálito; 
 
• Disfagia: dificuldade de engolir; 
 
• Pirose: sensação de queimação na área média externa, causada pelo refluxo dos conteúdos 
gástricos para o esôfago; 
 
• Dispepsia: sensação de desconforto durante o processo digestivo; 
 
• Anorexia: perda de apetite; 
 
• Náuseas, vômitos; 
 
• Câimbras abdominais; 
 
• Distensão abdominal, dor; 
 
• Diarreia; 
 
• Constipação; 
 
• Sons intestinais alterados; 
 
• Melena: fezes escuras indicando a presença de sangue (sangramento ou 
hemorragia); 
 
• Perda de peso: sintoma comum geral// indicando ingestão inadequada ou 
má absorção. 
 
 
Procedimentos: 
 
• Repouso; 
 
• Oferecer condições para locomoção do passageiro ao sanitário (em caso de 
incapacidade) e oferecer hidratação (via oral); 
 
• Caso necessário, solicitar auxilio de médico voluntário 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Patologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_digestivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_digestivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intestino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intestino_grosso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intestino_grosso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%B4mago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%B4mago
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A2ncreas
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A2ncreas
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADgado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_digestivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagn%C3%B3stico
 
 26 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
. 
Alergias 
 
Alergia é uma reação que ocorre em indivíduossensíveis a determinados medicamentos, alimentos 
ou picadas de insetos. 
 
Alergia do Sistema Respiratório 
 
Normalmente associada às infecções (no caso da bronquite e asma), além da poeira doméstica, 
cheiros fortes, fumaça de cigarro, mudança de temperatura etc. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
• Coceira no nariz, nariz escorrendo, espirros, tosse, chiado no peito e dificuldade em respirar. 
 
Procedimentos: 
 
• Evitar a causa, não interromper o uso de medicamentos (caso esteja utilizando), hidratação e 
oxigênio. 
 
Alergia de Pele 
 
Normalmente ocasionada por ingestão de determinados alimentos e substâncias ou por contato 
com agentes irritantes. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
• Coceira e pele vermelha. 
 
 
 
 
Procedimentos: 
 
• Evitar ingestão ou contato com os agentes causadores e aplicar compressas úmidas para 
aliviar a coceira. 
 
Choque Anafilático 
 
Caracteriza-se pelo aparecimento de reações cutâneas e inchaço 
generalizado, bem como alterações ventilatórias, que se constituem no 
grande perigo, ou seja, asfixia por aparecimento de edema alérgico de 
glote. 
 
Procedimentos: 
 
• Identificar a situação e manter as funções vitais na medida do possível, até que a intervenção 
de profissional da área médica seja viável. 
 
 
Alterações Relacionadas à Temperatura Corporal 
 
Insolação é um mal estar decorrente da exposição prolongada ao sol intenso ou ao calor. Os 
sintomas mais frequentes são desidratação, queimaduras de pele, cefaleia (dor de 
cabeça), tontura e febre. Nos casos mais graves pode ocorrer perda de consciência. 
Intermação é uma enfermidade provocada pela ação do calor em ambientes com temperatura 
muito alta, locais onde estejam em funcionamento fornos, fogões, caldeiras, forjas, fundições, etc. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sol
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Desidrata%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Queimadura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pele
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefaleia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tontura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADncope_(medicina)
 
 27 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
A intermação acarreta uma série de alterações no organismo, com graves consequências para a 
saúde da vítima. 
Sintomas da Insolação e Intermação: 
• Dor de Cabeça (cefaleia); 
• Tontura, confusão Mental; 
• Vertigem, tontura; 
• Falta de Ar (dispneia); 
• Aumento da Temperatura do Corpo; 
• Desidratação, pele muito avermelhada, quente e seca; 
• Mal-estar e vômitos. 
Procedimentos: 
• Remova a vítima para um local fresco e arejado; 
• Deite a vítima com o tronco ligeiramente elevado; 
• Remova o máximo possível de vestimenta da vítima; 
• Despeje ou borrife água fria sobre o corpo da vítima, abane a vítima vigorosamente, se a vítima 
começar a ter calafrios, diminua o método de resfriamento; 
• Ingerir muito líquido, como água e suco natural, caso esteja lúcida. Nunca dê estimulantes ou 
bebidas quentes para a vítima; 
À medida que o corpo esfria, podem ocorrer crises convulsivas ou vômito. Posicione a vítima para 
facilitar a drenagem. Encaminhar o acidentado ao serviço médico. 
 
Hipertermia - Febre 
 
A Hipertermia é caracterizada pelo aumento da temperatura normal corporal, superior a 37ºC. 
Normalmente causada por infecções. 
Suas causas estão relacionadas à exposição excessiva ao sol, exposição a ambientes de intenso 
calor, pelo consumo de medicamentos e pode ser também ocasionada devido a alguma patologia 
por febre muito alta. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
• Suor intenso, pele avermelhada; 
 
• Sede, calafrios; 
 
• Delírio e confusão mental; 
 
• Câimbras, náuseas; 
 
• Vômitos; 
 
• Aumento da frequência cardíaca; 
 
• Respiração intensa, ansiedade; 
 
• Perda de Coordenação; 
 
• Convulsões, comum em crianças. 
 
 
http://www.infoescola.com/fisiologia/hipertermia/
http://www.infoescola.com/fisiologia/hipertermia/
 
 28 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Procedimentos: 
 
Para minimizar os problemas causados pela hipertermia, alguns processos devem ser feitos 
para conseguir o resfriamento do corpo. Os principais métodos são: 
 
• Ventilar o corpo do indivíduo; 
 
• Cobrir com toalhas molhadas; 
 
• Usar sacos de gelos entre as virilhas, axilas e pescoço; 
 
• Cobrir o corpo com cobertor gelado; 
 
• Antitérmico (orientação médica). 
 
 
Hipotermia 
 
A Hipotermia é caracterizada pela queda da temperatura normal do organismo, que é 37ºC, para 
valores abaixo de 35ºC. Essa sensação faz com que o indivíduo entre em processo de tremor 
devido às contrações dos vasos sanguíneos, que tentam diminuir a perda de calor pelo corpo, 
mantendo assim o organismo a uma temperatura normal. 
 
Quando o organismo não possui energias suficientes para 
controlar o processo de hipotermia, pode levar o indivíduo a 
morte. 
 
Sinais e Sintomas 
 
• Tremores; 
 
• Esfriamento das mãos e pés; 
 
• Dormência nos membros, 
 
• Pouca energia; 
 
• Dificuldade em respirar, 
 
• Pulsação lenta; 
 
• Inchaço na face; 
 
• Perda de controle da bexiga. 
 
Em estágios mais avançados a hipotermia causa perda de memória, perda de controle dos 
membros superiores e inferiores, perda dos sentidos, perda da pulsação e pupilas dilatadas. 
 
 
Procedimentos: 
Aquecer a vítima com mantas, cobertores ou qualquer outro tecido, ou ainda, água quente (até 
43º.). Se a vítima estiver consciente, a ingestão de bebidas quentes também pode ajudar, 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.infoescola.com/fisiologia/hipertermia/
http://www.infoescola.com/fisiologia/hipotermia/
http://www.infoescola.com/fisiologia/hipotermia/
http://www.infoescola.com/fisiologia/hipotermia/
http://www.infoescola.com/fisiologia/hipotermia/
 
 29 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
 
Envenenamento 
 
Situação que pode ser causada através de ingestão, inalação, injeção ou contato com a pele e a 
gravidade dependerá da sensibilidade da vítima, tempo de exposição, toxicidade e quantidade de 
veneno. 
 
Podemos citar inúmeros agentes químicos e biológicos causadores de envenenamento e 
intoxicações: substâncias químicas, drogas, medicamentos, alimentação, vegetais tóxicos, toxinas 
animais etc. 
 
O tratamento variará em função da via de penetração e agente causador do envenenamento. 
Para tratar um envenenamento, pode ser necessário utilizar o centro de intoxicações do local. No 
Brasil temos dois números para esses casos. As ligações são gratuitas e seremos atendidos por 
médicos especialistas. 
 
Números atuais: 08007713733 e 0800148110. CEATOX 
 
 
Sinais e Sintomas: 
 
• Náuseas e vômitos; 
 
• Dores abdominais; 
 
• Diarréia; 
 
• Salivação; 
 
• Sudorese; 
 
• Extremidades frias; 
 
• Pupilas dilatadas; 
 
• Convulsões; 
 
• Inconsciência, podendo evoluir para parada cardiorrespiratória. 
 
Procedimentos: 
 
Variam em função da via de penetração e agente causador do envenenamento. 
 
• Contato: lavar o local afetado com água corrente, 
 
• Ingestão: dependendo da substância, pode-se provocar vômito, para isso será necessário a 
orientação de um profissional da saúde. Caso a vítima esteja inconsciente, colocá-la em 
posição de recuperação, monitorando o CAB e providenciar assistência qualificada. 
 
• Inalação: remover a vítima para um local não contaminado e se ela estiver inconsciente, 
colocá-la em posição lateral, monitorando o CAB. 
 
 
Gestante a Bordo 
 
Restrições ao voo da gestante: 
A probabilidade de ocorrer um parto a bordo de uma aeronave é mínima, mas não impossível. 
O Medical Guidelines for Airline Travel recomenda que as empresas aéreas permitam o acesso 
da gestante ao voo até a 36ª semana de gestação. 
 
 
 30 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Já a IATA recomenda que se o parto estiver previsto para as 4 semanas seguintes ao embarque da 
gestante, a empresa pode exigir um atestado médico.Tais limites podem ser diminuídos ainda mais pelas empresas aéreas caso a gestação seja 
gemelar, ou se a gestante teve anteriormente uma gestação com nascimento múltiplo. 
 
Cuidados na acomodação de gestantes a bordo em situação normal: 
O cinto deverá ser colocado numa posição baixa (conhecida como baixo ventre) durante todo o 
voo. 
 
A Gestante está a bordo e chegou a hora. O Que Fazer? 
É importante que o comissário saiba identificar corretamente os verdadeiros sinais do parto, pois é 
comum, em especial na primeira gestação, que a gestante não consiga definir com clareza se é 
chegada a hora do parto ou não. 
Isto ocorre por diversas questões, que incluem até mesmo a ansiedade pela chegada do bebê. 
 
Fases do Trabalho de Parto 
 
Primeira fase. A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em 
que o feto entra no canal de parto. 
Segunda fase (expulsão). A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o 
nascimento do bebê. 
Terceira fase (dequitação). Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 
a 20 minutos). 
 
Reconhecendo os Sinais do Trabalho de Parto 
 
• Contrações uterinas, com duração de 45 seg a 1 minuto, até 5 minutos; 
 
• Perda de muco do colo uterino, que tem aspecto gelatinoso, parecido com clara de ovo crua, e 
pode conter ainda algumas estrias de sangue; 
 
• Ruptura da bolsa, líquido claro, de odor adocicado; 
 
• Puxos, quando a gestante tem a sensação que vai defecar. 
 
 
Procedimentos com a Mãe: 
 
• Providenciar compressas e bandagens; 
 
• Cobrir o local escolhido com uma manta, de forma que as nádegas da parturiente poderão 
repousar em um assento de poltrona, e as pernas poderão ser colocadas no ângulo formado 
pelo encosto com os braços das poltronas, ou ainda, poderão estar no piso, afastadas e com 
joelhos flexionados; 
• Avisar chefe de equipe e comandante; 
 
• Procurar um provedor da área de saúde (médico ou enfermeiro) entre os passageiros; 
 
• Acomodar a parturiente em lugar reservado para garantir sua privacidade; 
 
• Providenciar compressas e bandagens; 
 
• Lavar as mãos, calçando-as com luvas, retirando anéis, relógios ou pulseiras; 
 
• Limpar com água e sabão o períneo e as coxas da parturiente, até os pelos pubianos; 
 
 
 31 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
• Orientar a parturiente a fazer força para baixo durante as contrações, descansando nos 
intervalos; 
 
• O feto deverá sair naturalmente, e o comissário deverá estar posicionado para amparar o bebê 
e evitar a ruptura do períneo; 
 
• Após a saída do bebê, virá a expulsão da placenta, que deverá ocorrer, espontaneamente, 
cerca de 15 a 20 min após o parto. 
 
• Após sua saída, envolvê-la em panos limpos, e ligeiramente úmidos, para encaminhamento 
com a parturiente para o hospital; 
 
• Caso haja ruptura do períneo, deverá ser realizada a HEMOSTASIA, colocando panos limpos 
no local que sangra e mantendo a parturiente com pernas bem unidas, para que as coxas 
exerçam compressão na área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimentos Com o Bebê: 
 
• Limpar suas vias aéreas com uma compressa, mantendo-o um pouco mais baixo que a mãe, 
para que possam escorrer possíveis secreções; 
 
• Amarrar o cordão umbilical com uma compressa estéril na metade de sua extensão; 
 
• Cortar o cordão umbilical não é prioridade, e deve-se evitá-lo para minimizar riscos de infecção; 
 
• Não lavar o bebê, pois a película de cor esbranquiçada que cobre o corpo do recém-nascido irá 
protegê-lo; 
 
• Aquecer o bebê; 
 
• Se a criança não chorar naturalmente, deve-se estimulá-la, fazendo leve fricção na sola dos 
pés. Se isso não adiantar, deve-se aplicar sucção na boca e nariz do bebê, sugando 2 vezes 
para liberar as vias aéreas, e depois insuflando, observando movimento respiratório; 
 
• Se o bebê não possuir sinais de circulação, iniciar RCP; 
 
OBS.: Quando ocorre um nascimento à bordo, mesmo que a parturiente e bebê estejam bem, 
a empresa deverá informar às autoridades do aeroporto e o serviço médico disponível onde 
o pouso será realizado solicitando uma ambulância para recepcioná-los. 
 
 
 
 32 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Emergências Traumáticas 
 
 
Queimaduras 
 
As queimaduras, ao destruírem tecidos, podem matar vítimas por infecção ou degeneração para 
um estado de choque. O nível dos tecidos do corpo que forem atingidos, definirá a classificação 
das queimaduras quanto a profundidade. A classificação quanto a extensão, se dá pela extensão 
da área queimada. 
Independentemente da origem, classificação ou extensão, os primeiros socorros serão os mesmos. 
 
Classificação quanto a profundidade: 
 
• Primeiro Grau 
 
Deixa a pele seca, avermelhada, flácida, dolorida, e podendo apresentar inchaço moderado. A 
vítima pode sentir leve dor. A recuperação ocorre em aproximadamente uma semana. Atinge 
somente a camada epidérmica. 
 
 
 
 ERITEMA 
 (Pele avermelhada) 
 
 
 
• Segundo Grau 
 
Aspecto úmido será apresentado no local, com formação de bolhas e inchaço. A vítima sente dor 
que varia de moderada a intensa. Necessitam de atendimento médico e a vítima leva, em média, 
duas ou três semanas para se recuperar. Atinge as camadas: epidérmica e derme. 
 
 
 
 FLICTEMA 
 (Formação de bolhas) 
 
 
• Terceiro Grau 
 
A pele se apresenta totalmente seca, com aspecto de couro. A vítima não sente dor porque os 
terminais nervosos foram destruídos. Atinge as camadas: epidérmica, derme e tecidos profundos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação quanto a extensão: 
 
A extensão de uma queimadura é representada em porcentagem da área corporal queimada. 
 
 33 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Cálculo da superfície corporal queimada (SCQ) pela Regra dos 9. 
 
 Leves (ou “pequeno queimado”): atingem menos de 10% da superfície corporal. 
 Médias (ou “médio queimado”): atingem de 10% a 20% da superfície corporal. 
 Graves (ou “grande queimado”): atingem mais de 20% da área corporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A gravidade de uma queimadura não depende apenas da profundidade, mas também da extensão. 
Uma queimadura de segundo grau que atinge o corpo todo pode, assim, ser muito pior do que uma 
de terceiro grau localizada na mão. 
Procedimentos: 
 
• Afastar a vítima da fonte de calor; 
 
• Resfriar a área com água fria por no mínimo 20 minutos ou aplicar compressas frias; 
 
• Manter as bolhas intactas, pois sua função é proteger contra infecção; 
 
• Avaliar o CAB; 
 
• Cobrir a queimadura com compressa estéril seca não aderente, para manter o local limpo; 
 
• Hidratar à vítima; 
 
 
Queimadura nos olhos 
 
A queimadura nos olhos pode ser de origem térmica ou química. Geralmente, lesam mais as 
pálpebras do que o globo ocular. O problema é que a pálpebra queimada sofre retração, o que 
reduz a proteção dos olhos. 
 
Procedimentos: lavar os olhos com água corrente e procurar um oftalmologista o mais rápido 
possível. 
 
Pessoas em chamas 
 
 
 34 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Para casos de vítimas em chamas, oriente-a para deitar no chão, cobrir a face com as mãos e rolar. 
Abafe as chamas com tecidos grossos, jogue água para apagar as chamas ou faça-a rolar no chão. 
 
 
 
Mordidas/picadas de animais 
 
Acidentes com Animais Peçonhentos 
 
Os principais animais peçonhentos compreendem as serpentes, aranhas, escorpiões, marimbondos 
e abelhas. 
 
Com exceção das serpentes, escorpiões e aranhas, os acidentes ocorridos com outros animais que 
inoculam veneno raramente são mortais, apesar de produzir manifestações extremamente 
dolorosas. 
 
 
Acidentes com serpentes peçonhentas 
 
Pode ser evitada, conhecendo-se os hábitos das cobras e adotando-se cuidados básicos, tais 
como: 
 
1. Improvisar o uso de botas de cano alto, uma vez que a maioria dos acidentes ocorre por picadas 
nos pés e pernas; 
 
2. Não colocar a mão em tufos de capim, vegetaçãodensa, buracos, folhas secas, usando um 
graveto ou pedaço de pau, caso isto seja necessário; 
 
3. Usar luvas, camisas de mangas longas e calças compridas; 
 
4. Antes de entrar em matas, parar um pouco para deixar a visão se acostumar à penumbra do 
local, possibilitando, enxergar melhor as cobras que podem estar por ali. Mesmo assim, muitas 
cobras, pelo seu colorido, podem passar desapercebidas mesmo que a visão já tenha se 
adaptado ao ambiente; 
 
5. Não segurar as cobras com as mãos, mesmo que estejam mortas; 
 
6. Antes de calçar sapatos, chinelos, botas, examiná-los bem. Os animais peçonhentos podem 
refugiar-se dentro deles; 
 
7. A noite, evitar andar em vegetação rasteira, ou no mato de maneira geral, pois é a hora preferida 
de movimentação de grande número de cobras peçonhentas; 
 
Porém, mesmo adotando os cuidados de prevenção, podem ocorrer acidentes com cobras. Como 
medidas de primeiros socorros, até que cheguem os grupos de salvamento e seja possível dispor 
de um serviço de saúde para o tratamento, a recomendação é a seguinte: 
 
• Manter a vítima em repouso e calma; 
 
• Limpar bem o local com água e sabão; 
 
• Combater o medo e a depressão; 
 
• Tentar prover soroterapia em até 3 horas após o acidente. 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Acidentes com Aranhas 
 
As aranhas constituem um grupo numeroso, mas dentre todas podemos destacar quatro que 
representam real perigo aos seres humanos, devido à ação da peçonha que são capazes de 
inocular. 
 
Viúva Negra e Armadeira 
 
A Viúva Negra é de cor preta, com manchas vermelhas no abdômen e vive em teias que constrói 
sob vegetação rasteira, em arbustos, barrancos etc. Sua picada ocasiona dor intensa, ataca o 
sistema nervoso, podendo trazer problemas para pessoas muito sensíveis ou crianças. A teia que 
constrói é formada por uma rede de fios desordenados, onde ela permanece virada para baixo. 
Quando é derrubada da teia finge-se de morta ou tenta fugir, porém quando molestada em 
excesso, ou apertada contra o nosso corpo (dentro de roupas, por exemplo), pode picar com 
facilidade. 
Já a Armadeira apresenta cor cinza ou castanha escura e pelos vermelhos perto dos ferrões. 
Esconde-se em lugares escuros, como cachos de bananas, vegetação, calçados, de onde saem 
para caçar, em geral à noite. Por ser muito agressiva, assumindo postura ameaçadora (daí seu 
nome), os acidentes são comuns, podendo ser graves para crianças menores de sete anos. 
 
Aranha de Grama 
 
Cor acinzentada ou marrom, com pelos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura, em 
forma de flecha, sobre o corpo. Vive em gramados, campos e os acidentes são frequentes, porém 
sem gravidade. A ação do veneno se faz sentir apenas no local da picada que sofrerá inchaço e 
vermelhidão. 
 
Aranha Marrom 
 
De cor marrom amarelada, sem manchas. Não é agressiva, vive em teias irregulares (parecidas 
com um lençol de algodão) que constrói em barrancos etc. Os acidentes são raros, mas em geral 
graves. Os primeiros sintomas da peçonha são uma sensação de queimadura, seguida de 
formação de ferida, no local da picada. Além da ação cutânea, pode haver lesão de rim e morte da 
vítima. É considerada a mais venenosa das aranhas. 
 
Acidentes com Escorpiões 
 
Vivem em cupinzeiros, barrancos, sob pedras, troncos caídos etc., tendo hábitos noturnos. Sua 
picada provoca dor intensa, que pode durar de 2 a 8 horas, nas formas mais graves. A dor pode 
ficar localizada, mas pode também espalhar-se pelo corpo. Poderão ocorrer náuseas, vômitos, 
diarreia, dificuldade de respirar e até dificuldade em articular as palavras. 
Existem cerca de 40 (quarenta) tipos no Brasil, sendo, no entanto, importantes para este estudo 
apenas dois: o amarelo claro e o marrom escuro. 
 
O escorpião tenta diversos golpes com seu ferrão, que está localizado na extremidade da cauda, 
injetando a cada picada frações de maior teor tóxico, por isso, de seu ataque podem resultar várias 
picadas, aumentando assim a gravidade. 
O tratamento necessário costuma ser a aplicação local de anestésico, administração de 
analgésicos (checar se a vítima não tem alergia) e colocação de compressas quentes para 
abrandar a dor, além de manter a vítima em absoluto repouso. 
As vítimas de maior risco costumam serem as crianças, as idosas e adultas debilitadas. 
 
 
Acidentes com Abelhas 
 
 
 36 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Os acidentes com abelhas geralmente são benignos, a não ser que a vítima seja sensível ao 
veneno, que o número de picadas seja muito grande ou que a picada tenha se localizado próximo à 
faringe, cabeça ou pescoço (o edema pode ocasionar fechamento das vias aéreas, motivando 
asfixia mecânica), ou ainda, que o ferrão atinja um vaso sanguíneo, o que consequentemente 
aumenta a intensidade dos sintomas. 
 
Pode-se tentar remover de imediato o ferrão da pele com a glândula de peçonha, utilizando agulha 
desinfetada, sem comprimir, para não inocular ainda mais peçonha, e administrar anti-histamínicos. 
 
Mordedura de Cão 
 
Procedimentos: 
 
• Se a ferida estiver inchada, aplicar gelo; 
• Desinfetar o local da mordedura; aplicar gelo embrulhado num pano limpo; 
• Informa-se se o cão está corretamente vacinado; 
• Providencie que a vítima receba a vacina do tétano, se não tiver tomado; 
• Transporte para o hospital. 
 
Mordedura de humanos sem hemorragia 
 
Procedimentos: 
 
• Lavar o ferimento com água e sabão pelo menos durante 5 minutos, mas sem esfregar com 
força; 
• Desinfetar o local da mordedura; 
• Cobrir o ferimento com compressa esterilizada; 
• Se estiver inchada colocar gelo; 
• Procurar ajuda de um clínico geral, o mais rápido possível. 
 
As mordidas humanas podem ser perigosas devido ao risco de infecção causado pelas bactérias 
presentes na boca dos indivíduos. Por isso, o médico poderá receitar antibióticos para evitar uma 
infecção generalizada e injetar a vacina antitetânica. 
 
 
 
Hemorragias/Choque 
 
 
Choque Hipovolêmico 
 
Características: 
 
Síndrome clínica de insuficiência circulatória aguda que se caracteriza pelos sinais decorrentes de 
inadequada circulação nos tecidos e órgãos vitais, tornando-os incapazes de manter as funções 
fisiológicas normais. 
 
Sinais e sintomas: 
 
Palidez, pele fria, úmida e pegajosa, além de sudorese abundante, sinais de baixa perfusão 
periférica, pulso fino e rápido, pressão arterial baixa (hipotensão), taquipnéia (respiração rápida, 
curta e irregular), alterações da função mental (ansiedade, agitação, sonolência e coma), sede, 
sensação de frio, julgamento prejudicado, cianose nas extremidades etc. 
 
 
 
 
 37 
Educar Escola de Aviação Cívil – Rev./05 Abr2022 
Tratamento: 
 
Afrouxar vestes da vítima, colocá-la em decúbito dorsal, elevar seus membros inferiores, lateralizá-
la em caso de vômito, mantê-la agasalhada, não fornecer alimentação e administrar oxigênio. 
 
Hemorragias 
 
Hemorragia é quando existe perda de sangue de vasos rompidos por feridas de qualquer natureza, 
como por exemplo, traumatismos ou enfermidades. Atente para a origem do sangramento: arterial, 
venoso ou capilar. O tipo mais grave de hemorragia num ser humano é a arterial. A quantidade de 
sangue circulante no corpo humano é de aproximadamente 5 litros, podendo variar de acordo com 
peso. O indivíduo pode perder até 500 gramas de sangue sem sofrer grandes perturbações. 
Porém, perda da metade do sangue circulante, na maioria das vezes é fatal. Assim sendo, é vital 
estancar a hemorragia temporariamente até a chegada do socorro definitivo. 
 
Dependendo do local, as hemorragias podem ser classificar em: 
 
• Externas - São visíveis, pois o sangue flui para fora do corpo, por conta de ruptura da pele e 
outros tecidos; 
 
• Internas - Ocorre por ruptura de órgãos internos e o sangue não se exterioriza, ficando 
coletado no abdome, tórax, caixa craniana etc. 
 
 
Técnicas de Hemostasia 
 
Hemostasia é cessar o sangramento. As plaquetas são as células que participam

Mais conteúdos dessa disciplina