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Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração BIOFÍSICA DA RESPIRAÇÃO Prof. Marcos Viana Bomfim Depto Ciências da Vida UNEB – Campus I – Salvador E-mail: mvbomfim@yahoo.com.br Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Introdução Seres vivos - uso de oxigênio: - Aeróbios e Anaeróbios; – Difusão x Respiração. Volume ou massa do biossistema – aparelho respiratório Ciclo - 2 hemiciclos:troca rápida O2 x CO2 (inspiração e expiração) Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Sistema Respiratório Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Fundamentos Básicos Lei dos Gases e Suas Aplicações Biológicas • 4 estados da matéria* • No estado gasoso: forças de repulsão maiores que atração; • Parâmetros para definir um gás: - Volume, pressão e temperatura. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Pressão - Equivalência de unidades: • 1 Torriceli = 1 mmHg • 1 Pascal = 7,5 x 10-3 torr • 1 Torriceli = 1,33 x 102 Pascal • 1 Pascal = 9,9 x 10-6 atmosferas • 1 atmosfera = 1,01 x 105 Pascal Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração CNTP - referência indispensável • Temperatura: 0º C ou 273 K • Pressão: 1 atm ou 760 mmHg • Volume: 22,4 litros Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração a) Lei de Boyle-Mariote (volume x pressão) “O volume de um gás é inversamente proporcional à pressão, mantida constante a temperatura”. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Exercício: Na inspiração, há uma diminuição de 5 mmHg na pressão intrapulmonar. Qual a variação do volume de 0,5 l de ar que entra no pulmão se a pressão externa é 700 mm Hg? V = 0,504 litros ou 4 cm3 Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração b) Lei de Gay-Lussac-Charles (volume x temperatura) “O volume de um gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta, mantida a pressão constante”. Permite calcular variação de volume gás ao entrar ou sair do pulmão. V1T2 = V2T1 Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Exercício: Durante a atividade física um atleta inspira 0,5 litro de ar a 20º C , cuja temperatura intrapulmonar é de 37ºC. Haverá aumento ou diminuição de volume? Caso haja aumento ou redução, qual será a variação de volume? V = 0,53 litros ou 30 ml Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração c) Lei Geral dos Gases (combina as 2 leis anteriores) P V = n R T R = 8,3 J.mol-1.K Exercício: Qual o volume ocupado por um mol de gás ideal em condição Normal de Temperatura e Pressão (CNTP)? V = 22,4 litros Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração d) Lei de Dalton (pressão total - pressão parcial) “A pressão total de uma mistura de gases é igual à soma parcial da pressão de cada componente”. PT = P1 + P2 + P3 +.. + Pn Pat = PN2 + PO2 + PH2O + PCO2 +Pg Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração e) Lei de Henry (vol. gás dissolvido em líquido) “O volume de um gás dissolvido em um líquido é proporcional `a pressão do gás sobre o líquido, a um fator de solubilidade e ao volume”. Vd (ml) = P . f. V(l) Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Exercício: Qual o volume de O2 que se dissolve em 250 ml de H2O sob pressão de 100 torr, a 37oC? Vd = 0,725 ml de O2 Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Estrutura do aparelho respiratório • Caixa ósseo muscular (costelas, esterno, m. intercostais e diafragma) • Pleura Visceral • Pleura Parietal • Espaço Inter-pleural • Traquéia brônquios bronquíolos ducto alveolar saco alveolar alvéolos • Músculos da Inspiração: Diafragma (forma de cúpula) Intercostais externos Grande Peitoral • Músculos da Expiração: Musculatura da parede abdominal Musculatura da parede torácica (triangular do esterno e intercostais internos) Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Sistema Respiratório Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Respiração Externa e Interna Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Inspiratórios Expiratórios Músculos da Respiração Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Mecânica Respiratória Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Movimentação dos Pulmões Expansão pulmonar e Pressão inter-pleural Pulmões permanecem expandidos (-2 cmH2O a – 5 cmH2O) Inspiração: volume pulmonar pressão inter-pleural (- 4 cmH2O a – 8 cmH2O) pressão intra-alveolar. Obs: Em exercício ou doenças obstrutivas: Pressão pleural(-135 cmH2O) Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Ciclo Respiratório Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Movimento classicamente Ativo Mecânica Respiratória: Inspiração: Ação dos músculos diafragma e intercostais externos; Amplitude dos arcos costais (“Alça de balde”); Aumento do volume torácico interno; Pressão intra-torácica ou interplural ( -5 cmH2O a - 8 cmH2O ); Pressão alveolar reduzida; Entrada de ar. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Movimento classicamente Passivo Mecânica Respiratória: Expiração: Prensa abdominal (compressão exercida pelas vísceras); Rebaixamento dos arcos costais; Redução do volume torácico interno; Pressão alveolar positiva; Pressão intra-torácica ( -2 cmH2O a - 4 cmH2O ); Saída de ar. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Ventilação Pulmonar FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Escoamento de ar nas vias aéreas: F = P..r4 8. . L (P) e (r4) – favorecem o fluxo (L) e () – oferecem resistência R = 8. . L .r4 • raio em 20%, Resistência a metade; • Uso de broncodilatadores (aminofilina, teofilina); • Fluxo Laminar: Respiração tranqüila; • Fluxo Turbilhonar: Dispnéia e vibrações sonoras; Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Estrutura e Função do Aparelho Respiratório a. Ventilação: * Inspiração; * Expiração b. Difusão; c. Perfusão. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Difusão X Perfusão Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Alteração na Pressão Interpleural: Pneumotórax Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Sistemas de drenagem Classificação quanto ao: – Método de manutenção do sentido de circuito: - Selo de água - Valvulares Pneumotórax Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Volumes e Capacidades Pulmonares Mecânica respiratória - 4 volumes e 4 capacidades Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Determinação dos Volumes e Capacidades Pulmonares: Espirometria Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração No traçado é possível determinar: Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Técnica da Diluição do He Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Fórmula para calcular a CPT: C1V1 = C2VS VS = V1 + V2 C1V1 = C2 (V1 + V2) V2 = V1 (C1 - C2) / C2 Os dados do traçado ao lado permite determinar os 4 volumes e as 4 capacidades pulmonares: VC= 0,5 a 3,0 l ; VRI= 3,3 l VRE= 1,0 l CV = 4,8 l ; CI = VC + VRI = 0,5 + 3,3 = 3,8 l Espirometria Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Fórmula para calcular a CT:C1V1 = C2VS VS = V1 + V2 C1V1 = C2 (V1 + V2) V2 = V1 (C1 - C2) / C2 2 a parte: O paciente respira em um espirógrafo contendo 6 litros de He a 10%. Ao fim de 3 minutos a concentração de He se equilibra em 5%. Calcula-se CT, VR e CRF. CT = V2 = V1 (C1 - C2) / C2 = 6.(10-5) / 5 = 6 litros VR = CT -CV = 6,0 - 4,8 = 1,2 l CRF = VRE + VR = 1,0 + 1,2 = 2,2 l Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Relação entre os Parâmetros Pulmonares e a Fisiopatologia Respiratória a. Volume Corrente (VC) - Exercícios físicos VC aumenta as expensas de VRI e, se necessário, do VRE. b. Volume de Reserva Inspiratório (VRI) - Diminui quando VC aumenta. Elasticidade pulmonar e performance muscular do tórax. c. Volume de Reserva Expiratório (VRE) - Força de compressão dos músculos torácicos e do diafragma. Fonação. d. Volume Residual (VR) - Capacidade espacial do tórax e seu conteúdo. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Relação entre os Parâmetros Pulmonares e a Fisiopatologia Respiratória e. Capacidade Inspiratória (CI) - Volume medido com maior precisão que VRI. f. Capacidade Residual Funcional (CRF) - Grande importância fisiológica: eliminação CO2. Está entre os dois hemiciclos. CRF pequena - trocas insuficientes. g. Capacidade Vital (CV) - Limite físico do VC. CV expiratória - doenças obstrutivas. h. Capacidade Total (CT) - proporcional a massa corpórea. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Parâmetros Pulmonares na Expiração Forçada 1- Capacidade expiratória Forçada (CEF): Volume expirado de modo rápido e intenso disposto num traçado volume- tempo, após inspiração máxima. 5,0 litros 2- Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1,0): Volume expirado no primeiro segundo, nas mesmas condições anteriores. 4,0 litros 3- Razão VEF1,0 / CEF – Normal: 80% ; 80% - doenças pulmonares obstrutivas. VEF1,0 e da Razão VEF1,0 / CEF: doenças pulmonares restritivas 4- Fluxo Expiratório Forçado entre 25 e 75% (FEF25-75%): dúvidas quanto a razão entre VEF1,0 / CEF Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Ventilação Alveolar 1/3 usado + 2/3 trocado Aumenta elevando a freqüência respiratória ou volume corrente. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Complacência Pulmonar Relação entre pressão aplicada e a deformação obtida. Complacência = V / P = litros / cm H2O Modelo do Balão de Borracha Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Complacência Pulmonar • Sonda esofágica (minúsculo balão e manômetro) – Espirômetro; • Complacência Pulmonar = 0,20 l.cm-1H2O; • CP diminuída - pulmão rígido (fibroses, edema agudo); Exercício: Um balão esofágico acusa uma pressão de 4,6 cmH2O, para uma inspiração de 0,82 litros. Calcular a complacência. C = 0,18 l. (cmH2O)-1 Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Tensão Superficial Força que une compactamente a camada monomolecular da superfície de um liquido. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Efeitos no pulmão: 1. Barreira à Difusão de O2 • Depende da tensão superficial • Biomoléculas tensoativas (surfactantes) - fosfolípides • Membrana hialina RN - surfactante exógeno aerossol • Edema pulmonar, acidose, circulação extracorpórea, atelectasia e afogamento. 2. Fechamento de Alvéolos • Atelectasia pulmonar. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Patologias Pulmonares: 1. Obstrutivas 2. Restritivas Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Lei de Laplace: Os alvéolos menores se esvaziam nos maiores que ficam mais doentes. No enfisema quando há obstrução nos bronquíolos respiratórios. Lei de Laplace: P1 = T P2 = T 2 R1 R2 Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Enfisema Pulmonar 1 2 3 4 Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Trocas Gasosas e de Vapor D’Agua Indivíduo respirando em atmosfera úmida de 760 torr De acordo com Dalton temos as seguintes pressões: O2 = (760 x 20) / 100 150 torr N2 = (760 x 79) / 100 600 torr Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Pressão de Vapor e Respiração Na Terra, estado físico da água: sólida, líquida e vapor Depende da oferta e principalmente da temperatura A 1000 m a água ferve a 93oC Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Exercício: A pressão de vapor em um ambiente a 25oC é 12 mmHg (torr). Qual a umidade relativa? Ur = 12 / 23,8 x 100 50% Uso de nebulizadores ou vaporizadores!!!! Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Aspectos Biofísicos de Transporte de Gases Os gases existem nos líquidos: 1. Combinados com solutos - HbO2(aq) 2. Dissolvidos fisicamente - N2(aq), O2(aq) Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração Exercício: Sabendo-se que o O2 está a uma pressão de 95 torr, determine o volume de O2(aq) que será dissolvido em 1 litro de sangue a 37oC.(condições evidenciadas na figura acima). Vd = P.f. Vl Vd = 95 . 0,029 . 1 = 0,275 litros de O2(aq) por litro de sangue a 37oC Quantos moles de O2 este volume representa? n = PV / RT n = (760 x 1,33 x 102) x (0,275 x 10-6) / 8,3 x (37+273) n = 1,1 x 10-4 moles de O2 por litro de sangue. Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração "Quando você possui um sonho e se empenha em concretizá-lo ele já se tornou realidade." (Sarah Kilimanjaro) Prof. Marcos Viana – Biofísica da Respiração REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • BERNE, R.M. ; LEVY, M.N. Fisiologia. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1990. • HENEINE, I. F., Biofísica Básica, Atheneu: São Paulo, 1995. • HOUSSAY, B., Fisiologia Humana. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1980. • LEÃO, MOACIR DE A. C., Princípios de Biofísica, Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2a ed., 1982. • OKUNO, EMICO et col., Física para Ciências Biológicas e Biomédicas, Harbra: São Paulo, 1992.
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