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Classe Insecta

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Zoologia dos Invertebrados Superiores, Simão Vasconcelos, UFPE 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS 
 
 
Texto didático recomendado para o 
Curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas - UFPE 
 
 
 
 
 
1 – SISTEMÁTICA E TAXONOMIA 
 
Insetos representam o grupo mais diverso 
de seres vivos, e por esta razão, dificilmente há 
consenso entre os cientistas envolvidos em estudos 
taxonômicos. A Taxonomia é o estudo teórico da 
classificação dos seres vivos, incluindo as 
respectivas bases, princípios, normas e regras. A 
Taxonomia proporciona a base da Sistemática. A 
Sistemática é o estudo científico das formas dos 
organismos, sua diversidade e relações entre eles. 
A Taxonomia exige uma extraordinária atenção a 
detalhes, paciência, senso investigativo, e 
principalmente um profundo conhecimento para 
estabelecer relações entre origem, distribuição, e 
diversificação dos organismos vivos e fósseis. 
 A classificação dos insetos segue as regras 
de nomenclatura zoológica binomial proposta 
oficialmente por Lineu em 1758, segundo a qual os 
seres vivos se agrupam em táxons descritos abaixo: 
 
Reino Filo Classe Ordem 
Família Gênero Espécie 
 
 Grupos intermediários incluem sub-reino; 
subfilo; superclasse; subclasse; super-ordem; 
sub-ordem; superfamília; subfamília; tribo; 
subtribo; subgênero e sub-espécie. Cada 
espécie é descrita por dois nomes, o gênero 
(escrito com inicial maiúscula) e o epíteto específico 
(com inicial minúscula). A espécie pode ser 
considerada a menor unidade de classificação, 
definida em linhas gerais como ‘grupos de 
indivíduos semelhantes, passíveis de cruzamento, 
isolados reprodutivamente dos demais’. A sub-
espécie é uma raça geográfica, e é a única 
categoria infra-específica reconhecida. 
 O nome científico deve ser sempre em 
Latim e escrito de forma diferente no texto - 
sublinhado ou itálico – de preferência acompanhado 
do nome do autor, separado por vírgula do ano de 
publicação do trabalho. Ex.: Musca domestica 
Lineu, 1758. Quando o nome do autor estiver entre 
parênteses indica que ele descreveu a espécie em 
outro gênero. As seguintes categorias têm 
terminações padronizadas: Superfamília (-oidea); 
Família (-idae) ; Subfamília (-inae) e Tribo (-ini). 
 O Código Internacional de Nomenclatura 
Zoológica organiza a estabilidade e universalidade 
do nome científico dos animais, de modo que estes 
só tenham um nome, e adota a lei da prioridade, 
isto é, o nome válido é o nome mais antigo 
disponível, desde que posterior a 1758. 
 Ao analisar as características morfológicas 
de um animal, é importante levar em consideração 
tanto o ambiente quanto seu relacionamento 
filogenético.A filogenia fornece informações sobre 
as relações de parentesco entre os grupos e sobre 
as mudanças que ocorreram no passado. A 
metodologia e o embasamento para analisar tais 
parâmetros foram propostos recentemente (anos 
50-60) por Willi Hennig, que fundou a 
Sistemática Filogenética (Cladística). 
Atualmente a maioria das tentativas de 
compreender os processos de co-evolução, 
biogeografia, fisiologia e comportamento, sob um 
enfoque evolutivo, utiliza as ferramentas da 
Cladística. 
 A Sistemática Filogenética mostrou que os 
organismos são compostos por um mosaico de 
características, algumas mais recentes, outras mais 
antigas. A comparação dessas características entre 
espécies distintas de insetos, naturalmente, mostra 
diversas semelhanças e diferenças. Hennig propôs 
que semelhança, simplesmente, não poderia ser 
usada como evidência de proximidade filogenética 
ente grupos de organismos. Ou seja, é necessário 
compreender que características entre duas 
espécies estão evolutivamente associadas entre si, 
pois estavam presentes em seu ancestral comum 
mais recente. O surgimento de novos caracteres 
(apomorfia) seria então, um bom indicador para 
separação de grupos. 
 A cladística permite reconhecer, por 
exemplo, que os louva-a-deus (Mantodae) estão 
mais “próximos” evolutivamente dos cupins 
(Isoptera) do que dos gafanhotos (Orthoptera) ao 
contrário do que se pensava (ver Figura 1).Tal 
relação baseia-se na semelhança de caracteres do 
exoesqueleto da cabeça, musculatura das partes 
bucais, a presença de “dentes” no proventrículo, a 
presença de ovipositor curto e localizado acima da 
placa subgenital, entre outros caracteres. 
 
2 - ORDENS DE INSETOS 
 
 O número de ordens de insetos (26 a 33) 
ainda é alvo de bastante controvérsia e varia de 
autor para autor. A classificação mais recente, e 
aceita pela maior parte da comunidade científica 
internacional, está descrita em Gullan & Cranston, 
1999, a qual envolve 29 ordens. Isso porque as 
ordens Collembola, Protura e Diplura foram 
recentemente “removidos” da Classe Insecta, mas 
 1
Zoologia dos Invertebrados Superiores, Simão Vasconcelos, UFPE 
ainda são comumente encontrados em muitos 
livros-texto. Alguns autores ainda não aceitam a 
fusão das antigas ordens Homoptera e 
Hemiptera, em uma só ordem, Hemiptera, com as 
subdivisões Homoptera e Heteroptera. As duas 
classificações ainda são normalmente aceitas. 
 A classificação dos seres vivos está longe 
de ser um processo estático. Principalmente no 
caso de insetos, os quais ainda são alvo de 
descobertas constantes (estima-se que ainda há 
milhares e talvez milhões de espécies a serem 
identificadas). Além disso, com os recentes 
avanços no estudo da filogenia, e com o 
surgimento de técnicas moleculares de 
identificação, novos grupos são formados, outras 
subdivisões desaparecem, e classificações são 
refeitas. Em maio de 2002, por exemplo, uma nova 
ordem de insetos foi descrita, a ordem 
Mantophasmatodea, contendo indivíduos com 
características “intermediárias” entre Mantodea e 
Phasmatodea. Isto ressalta a incrível diversidade 
de insetos, as dificuldades em encontrar origens 
monofiléticas para os principais grupos e a 
necessidade de maior formação de taxonomistas 
em todo o mundo, especialmente no Brasil. 
 Nesse tópico, veremos apenas as ordens 
mais conhecidas e/ou que possuam importância 
econômica, em seus detalhes gerais. Algumas 
ordens, como Archaeognata, Plecoptera, 
Grylloblatodea, Raphidoptera, Embioptera, 
Zoraptera, Psocoptera, Megaloptera, 
Mecoptera, Strepsiptera, Trichoptera não 
serão descritas. 
 
3 - “PRINCIPAIS” ORDENS 
 
Thysanura (traça, traça-dos-livros) 
 
Insetos primitivos, ápteros, de corpo 
deprimido, coberto por escamas, de tamanho 
reduzido, medindo entre 3 e 15 mm de 
comprimento. Há cerca de 600 espécies descritas. 
Possuem aparelho bucal mastigador, olhos 
reduzidos ou ausentes, antenas filiformes, abdome 
com estilos. Vivem em locais úmidos, como 
cavernas, folhiço e também em habitações 
humanas. A maioria das espécies conhecidas 
alimenta-se de matéria orgânica vegetal; espécies 
domésticas procuram comer todo tipo de 
substância amilácea: cola, papel, resina, etc. São 
ametabólicos. Os jovens levam de 6 meses a 2 
anos para atingirem o estágio adulto. As mudas 
continuam após atingir a maturidade. Possuem 
importância econômica doméstica limitada, e 
praticamente nenhuma importância média ou 
agrícola. Ex: Lepisma saccharina, a traça dos livros. 
 
Ephemeroptera (efemérida) 
 
Insetos de corpo frágil, que vivem pouco 
tempo - e praticamente não se alimentam - após 
atingirem o estágio adulto. Há cerca de 1.600 
espécies descritas. Adultos medem de 4 mm a 40 
mm. Possuem corpo delicado, têm 4 asas 
membranosas; antenas curtas e setáceas, pernas 
ambulatórias. Apresentam ao final do abdome 2 
longos cercos, e, na maioria das espécies, um 
filamento caudal mediano. As formas imaturas 
(náiades) são aquáticas, e de aparelho bucal 
mastigador, podendo ser herbívoras ou 
parcialmente predadoras. São hemimetabólicos. 
As fêmeas põem de 500 a 5 mil ovos, de uma 
única vez. Importância econômica “benéfica” por 
atuarem como eficientes bioindicadores. 
 
Odonata (libélula, lavadeira, zigue-zague, 
calunga, cavalo-do-cão) 
 
Há cerca de 6 mil espécies descritas, em 
geralmedindo de 20 a 160 mm. São insetos 
anfibióticos e hemimetabólicos. Os adultos têm 
cabeça grande e móvel, olhos compostos salientes, 
com 10 mil a 30 mil omatídeos, e 3 ocelos. 
Possuem antenas curtas e setáceas; aparelho 
bucal mastigador, são predadores bastante 
eficientes; pernas ambulatórias; 4 asas 
membranosas longas e estreitas, bastante 
nervadas; abdome alongado. São excelentes 
voadores, em geral diurnos. Reprodução sexuada, 
sendo que machos e fêmeas podem acasalar 
várias vezes ao dia. Antes da cópula, o macho 
transfere o esperma através do orifício genital 
(gonóporo) situado no 9o. segmento para os órgão 
copuladores, situados no lado ventral do 2o. 
segmento abdominal. Na cópula, o macho segura a 
fêmea pelo “pescoço” e esta, dobrando o abdome 
para baixo e para frente, entra em contato com o 
órgão copulador do macho. Isto é feito, 
geralmente, durante o vôo. A postura feita na 
água, formas jovens chamadas odonáiades. Há 
duas sub-ordens, Zygoptera (pousam com asas 
sobre o abdome e têm olhos compostos 
separados) e Anisoptera (pousam com as asas 
estendidas perpendicularmente ao corpo, e têm os 
olhos juntos). Praticamente sem importância 
econômica. 
 
Phasmatodea (bicho-pau) 
 
Insetos de corpo alongado que se 
caracterizam pelo mimetismo a folhas e gravetos. 
Há cerca de 2.600 espécies descritas, das quais 
900 são da região Neotropical. Medem de 10mm a 
330 mm. Possuem cabeça pequena, antenas 
filiformes, aparelho bucal mastigador, pernas 
ambulatórias. Asas presentes ou não, mas em 
geral são maus voadores. Desenvolvimento por 
hemimetabolia, em algumas espécies ocorre a 
partenogênese. Insetos pouco prolíferos, sendo o 
macho em geral menor que a fêmea. Vivem sobre 
folhas, troncos, arbustos ou no chão, e em geral 
têm movimentos lentos Sem importância 
econômica. 
 
Dermaptera (tesourinha, “lacraia”) 
 
Insetos pequenos, terrestres, com cerca 
de 1.900 espécies descritas, espalhadas 
 2
Zoologia dos Invertebrados Superiores, Simão Vasconcelos, UFPE 
principalmente em regiões tropicais e subtropicais. 
Têm hábitos diurnos e vivem em locais úmidos. 
Medem de 3 a 80 mm. Possuem a cabeça prognata 
e livre, com olhos bem desenvolvidos; antenas 
filiformes; asas anteriores bem curtas do tipo élitro 
e as posteriores membranosas que se dobram sob 
os élitros. Pernas ambulatórias e abdome com dois 
cercos semelhantes a pinças, que são recurvados 
nos machos; aparelho bucal mastigador; 
desenvolvimento hemimetabólico. Alimentam-se de 
material vegetal, pequenos artrópodos, e matéria 
orgânica em decomposição. Muitos são canibais. 
Poucas espécies são relacionadas a danos a plantas 
cultivadas. Auxiliam no controle biológico, pois são 
predadores de algumas pragas. 
 
Blattodea (barata) 
 
Atualmente são conhecidas 4.100 espécies, 
das quais cerca de 1.300 são da região neotropical. 
São insetos de corpo oval e deprimido, medindo de 
3 a 65 mm de comprimento. Possuem cabeça 
triangular, olhos compostos grandes na maioria as 
espécies e antenas filiformes; aparelho bucal 
mastigador opistognato; pernas ambulatórias, com 
espinhos, dois pares de asas, o primeiro do tipo 
tégmina e o segundo do tipo membranoso. 
Abdome séssil, com um par de cercos sendo que os 
machos também possuem um par de estilos. 
Partenogênese rara. Na maioria das espécies, os 
ovos são postos numa ooteca; desenvolvimento por 
hemimetabolia. Em geral têm hábito solitário e 
noturno, sendo onívoros. Importância agrícola 
pequena, havendo espécies que se alimentam de 
raízes de plantas cultivadas. São vetores de 
doenças causadas por protozoários e são 
hospedeiros intermediários de vermes. Causam 
prejuízos domésticos, destruindo alimentos, papéis 
e roupas. Há apenas uma família nessa ordem, a 
Blattidae. Exs.: Periplaneta americana, P. 
orientalis, Blatella germanica . 
 
Mantodea (louva-a-deus) 
 
Insetos hemimetabólicos de corpo 
alongado e achatado, medindo de 10 a 100 mm de 
comprimento; cabeça extremamente móvel com 
olhos compostos bem desenvolvidos e 3 ocelos; são 
os únicos insetos que podem olhar “para trás”. 
Possuem antenas setáceas ou filiformes; aparelho 
bucal mastigador; pernas anteriores raptatórias e 
as demais ambulatórias; asas anteriores do tipo 
tégmina, foliáceas e bem desenvolvidas e as 
posteriores membranosas. Há cerca de 1.900 
espécies descritas, a maioria na região tropical. 
Muitas apresentam mimetismo. A postura é feita 
em ootecas sobre a planta. Os adultos são 
solitários. São insetos predadores generalistas, com 
preferência por moscas. Canibalismo ocorre com 
freqüência, entre jovens e após a cópula, quando a 
fêmea tenta devorar seu parceiro. Há apenas uma 
família nessa ordem, a Mantidae. Insetos 
desprovidos de importância econômica. 
 
Phthiraptera (piolho, chato) 
 
Contém cerca de 3.000 espécies de 
insetos altamente modificados, ápteros, com corpo 
achatado dorso-ventralmente. São insetos 
pequenos, medem de 0,5 a 11 mm, com olhos 
compostos pouco desenvolvidos ou ausentes, sem 
ocelos. Antenas curtas (2 a 5 segmentos), e 
muitas vezes ocultas em sulcos. Desenvolvimento 
por hemimetabolia. Compreendem as antigas 
ordens Mallophaga (ectoparasitos de aves e 
mamíferos, aparelho bucal mastigador, alimentam-
se das escamas epidérmicas, pêlos e penas, com 
pernas ambulatórias) e Anoplura (piolhos 
hematófagos de mamíferos, com pernas 
escansoriais, aparelho bucal sugador labial, com 
pernas escansoriais). A família Pediculidae ataca o 
homem e pode transmitir doenças, como a febre 
das trincheiras e o tifo; seus ovos são 
popularmente conhecidos como lêndeas. Exs: 
Pediculus humanus, piolho de cabeça e Phthirus 
pubis, piolho pubiano (‘chato’). 
 
Neuroptera (lixeiro, bicho cesto) 
 
Insetos de aspecto frágil e tamanho 
variável (5 a 65 mm de comprimento). Possuem 
aparelho bucal mastigador prognato, antenas 
moniliformes ou filiformes; olhos compostos bem 
desenvol-vidos; 4 asas membranosas hialinas 
bastante nervadas, pernas ambulatórias. As larvas 
e a maioria dos adultos são predadores. As larvas 
freqüentemente se envolvem com restos de 
cadáveres formando um “casulo”, razão pela qual 
são chamadas de bicho-lixeiro. São 
holometabólicos; pupas freqüentemente envolvidas 
por um casulo de seda. Há cerca de 5.000 
espécies descritas. Muitos autores incluem os 
Megaloptera e os Raphidioptera nesta ordem, já 
que parecem ter origem monofilética. A família 
Chrysopidae é a mais abundante, e o gênero mais 
comum, Chrysopa. Atuam no controle biológico de 
pragas, especialmente de hemípteros. 
 
Siphonaptera (pulga, bicho-do-pé) 
 
Contém aproximadamente 2.400 espécies 
de insetos pequenos (2 a 4 mm de comprimento), 
ápteros, de corpo deprimido lateralmente, 
ectoparasitos de mamíferos (a maioria) ou aves. 
Cabeça pequena, não separada do corpo, sem 
olhos compostos, podem apresentar ocelos. 
Possuem antenas curtas freqüentemente alojadas 
em sulcos na cabeça; pernas longas e adaptadas 
para saltar (3o. par). Aparelho bucal mastigador 
nas larvas e sugador labial nos adultos. 
Desenvolvimento por holometabolia. Adultos de 
ambos os sexos são hematófagos, enquanto larvas 
alimentam-se de detritos orgânicos. Têm 
importância médica o bicho-do-pé, Tunga 
penetrans, e a pulga do homem, Pulex irritans. 
Esta transmite a peste bubônica, o tifo e certas 
teníases, e pode viver até 500 dias. As pulgas 
preferem ambientes de alta temperatura e 
 3
Zoologia dos Invertebrados Superiores, Simão Vasconcelos, UFPE 
umidade, e podem passar várias semanas sem se 
alimentar. 
 
Thysanoptera (tripes) 
 
Compreende aproximadamente 4.000 
espécies de insetos pequenos (0,5 a 5 mm de 
comprimento), de aparelho bucal sugador labial 
(‘raspador’); antenas geralmente curtas; pernas 
ambulatórias; 4 asas em geral presentes e 
franjadas. São hemimetabólicos, e a partenogênese 
ocorre com freqüência. A maioria das espécies é 
fitófaga, alimentando-se de folhas, galhos, brotos, 
etc. Muitas espécies têm importância econômica 
como a Selenothrips rubrocintus, Thripstabaci e os 
gêneros Heliothrips e Frankliniella. Além do dano 
direto sobre a planta, tripes podem atuar como 
vetor de viroses. 
 
Isoptera (cupim, térmite) 
 
São conhecidas cerca de 2.400 espécies. 
São insetos sociais, formando castas de indivíduos 
alados e ápteros com divisão de tarefa: segurança, 
cuidado com a rainha, limpeza, reprodução, etc. Os 
alados (reprodutores) têm 4 asas membranosas 
semelhantes, de nervação simples e facilmente 
destacáveis. Olhos compostos presentes nos 
reprodutores; antenas moniliformes; aparelho bucal 
mastigador, bem desenvolvido nos soldados; 
pernas ambulatórias; abdome volumoso e séssil. 
Desenvolvimento por hemimetabolia, sendo o 
aparelho reprodutor imaturo nos ápteros. As castas 
mais comuns são soldados, operárias e o casal real. 
Operários e soldados são estéreis, ápteros e podem 
ser de ambos os sexos. O rei e rainha perdem as 
asas tão logo uma nova colônia é formada. 
Alimentam-se principalmente de matéria orgânica 
vegetal, e podem acarretar sérios prejuízos 
agrícolas e domésticos. Entre os gêneros de 
importância econômica no Brasil estão 
Coptotermes, Nasutitermes e Cornitermes. 
 
Orthoptera (gafanhoto, grilo, paquinha, 
esperança) 
 
Insetos de tamanho de médio a grande (5 
a 110 mm de comprimento); em geral terrestres e 
fitófagos; antenas filiformes ou setáceas; aparelho 
bucal mastigador hipognato. Possuem pernas 
anteriores ambulatórias e o 3o. par saltatório, 
sendo que as paquinhas têm as pernas anteriores 
fossoriais. Dois pares de asas, sendo o primeiro do 
tipo tégmina e o segundo membranoso; abdome 
séssil. Possuem órgãos auditivos no abdome ou nas 
tíbias anteriores, e muitas espécies produzem sons 
característicos (especialmente os machos). 
Apresentam desenvolvimento por hemimetabolia. 
Sua alimentação voraz e polífaga , associada à 
grande quantidade de indivíduos, torna o grupo um 
dos mais importantes para a agricultura. 
Antigamente a Ordem Orthoptera incluía ainda os 
Mantodea, Blattodea e Phasmatodea, com os quais 
mantém diversas semelhanças. São conhecidas 
mais de 20 mil espécies, agrupadas em 2 sub-
ordens: 
 
#Caelifera (ortópteros de antenas curtas, 
freqüentemente diurnos, como os gafanhotos): a 
família mais importante é a Acrididae que inclui 
gafanhotos solitários e migradores. Dentre os 
gêneros de importância agrícola no Brasil estão 
Schistocerca e Rhammatocerus. 
 
#Ensifera (antenas longas, freqüentemente 
noturnos ou camuflados, como as esperanças, 
grilos e paquinhas): as principais famílias são 
Tettigoniidae (esperanças); Gryllidae (grilos) e 
Gryllotalpidae (paquinhas). 
 
Hemiptera 
 
Insetos hemimetabólicos com aparelho 
bucal sugador labial e em geral 4 asas. A origem 
evolutiva e a classificação dos Hemiptera são 
altamente controversas uma vez que o grupo é 
altamente heterogêneo e parafilético. Para fins 
didáticos seus representantes serão divididos em 2 
grupos: Homoptera e Heteroptera. 
 
Homoptera (cigarra, cigarrinha, pulgão, 
cochonilha) 
 
Insetos terrestres essencialmente 
fitófagos, de tamanho variável (0,5 a 100mm de 
comprimento). Em geral possuem olhos bem 
desenvolvidos, antenas curtas e setáceas, pernas 
ambulatórias, sendo o 3o. par saltatório em 
algumas espécies. Asas em geral membranosas ou 
tégminas. Em muitas espécies os machos são 
alados e as fêmeas ápteras. Aparelho digestivo 
em forma de câmara-filtro, que permite a sucção 
contínua da seiva - só um concentrado é absorvido 
e o excesso passa diretamente da parte inicial para 
a final do tubo digestivo, sendo eliminado em 
gotículas. Presença de glândulas ceríparas, 
principalmente nas formas jovens. A 
partenogênese ocorre em muitas espécies. Além 
dos prejuízos diretos da sucção da seiva, os 
homópteros podem agir como vetores de vírus de 
plantas. Há cerca de 35.000 espécies descritas, 
sendo que 2 divisões têm importância agrícola: 
 
#Auchenorrhyncha: formas jovens e adultas de 
vida livre. Inclui as famílias Cicadidae (cigarras, 
com órgão sonoro, de desenvolvimento longo, e 
ninfas subterrâneas, ex. Quesada gigas), 
Cercopidae (cigarrinhas, cujas ninfas são 
freqüentemente recobertas por espuma, ex: 
Mahanarva posticata, M. fimbriolata, Deois 
flavopicta), Cicadellidae (cigarrinhas verdes, ex: 
Empoasca krameri). 
 
#Sternorrhyncha: ninfas e adultos em geral sésseis 
em relação à planta em que vivem. Famílias de 
importância agrícola: Aphididae (pulgões, 
pequenos e de corpo frágil, partenogenéticos, 
altamente prolíferos, ex: Aphis gossypii, 
 4
Zoologia dos Invertebrados Superiores, Simão Vasconcelos, UFPE 
Brevicoryne brassicae, Toxoptera citricidus,); 
Aleyrodidae (“moscas brancas”, com corpo coberto 
de secreção pulverulenta; ex: Bemisia tabaci); 
Coccidae (cochonilhas, machos alados e fêmeas 
ápteras e sésseis; podem ser cobertas por cera; ex: 
gêneros Saissetia e Coccus); Ortheziidae (ex: 
Orthezia praelonga). 
 
Heteroptera (percevejo; barbeiro) 
 
Insetos de tamanho variável (1 a 150mm 
de comprimento), com rostro articulado, cabeça 
pequena, opistognata, olhos compostos bem 
desenvolvidos, antenas setáceas, aparelho bucal 
sugador labial com rostro longo nas espécies 
fitófagas, curto nas hematófagas e recurvado nas 
predadoras. Pernas ambulatórias nos fitófagos. 
Asas anteriores do tipo hemiélitro e as posteriores 
membranosas. Muitas espécies possuem glândulas 
odoríferas poderosas no tórax. Além dos prejuízos 
das espécies fitófagas, muitas espécies 
hematófagas transmitem doenças ao homem. Há 
cerca de 23.000 espécies descritas. Principais 
famílias de importância médica: Cimicidae (Cimex 
lectularius é o percevejo-da-cama) e agrícola: 
Pentatomidae (ex: Nezara viridula); Cydnidae (ex: 
Scaptocoris castanea); Coreidae (ex: Diactor 
bilineatus); Tingidae (ex: Vatiga illudens). 
 
Diptera 
(mosca, mosquito, pernilongo, mutuca, borrachudo, 
carapanã, muriçoca, maruim, mosca varejeira) 
 
Há mais de 100.000 espécies conhecidas 
medindo entre 0,6 e 60 mm de comprimento. São 
insetos de olhos compostos grandes; aparelho 
bucal sugador labial; asas anteriores membranosas, 
sendo as posteriores atrofiadas (balancins ou 
halteres) com função de equilíbrio no vôo; pernas 
ambulatórias. Dimorfismo sexual comum, 
especialmente nas antenas. Desenvolvimento por 
holometabolia, larvas em geral vermiformes. Larvas 
de hábito variável, sendo os adultos terrestres e 
polífagos. Muitas espécies têm enorme importância 
médica, por serem vetores de malária, filariose, 
dengue, encefalites, leishmaniose, febre amarela, 
doença-do-sono, etc. Em Veterinária, são 
impotrantes vetores de miíases e outras “bicheiras”. 
Na agricultura, podem tornar-se “pragas” 
devastadoras, como é o caso das moscas das 
frutas. Por outro lado, atuam no controle biológico 
(parasitóides) de espécies de importância 
econômica. Há duas sub-ordens principais: 
 
#Nematocera: mosquitos e pernilongos, de antenas 
longas, filiformes nas fêmeas e plumosas nos 
machos. Ex: Culicidae - Culex quinquefasciatus e 
Aedes aegypti e Cecidomiidae - Contarinia 
sorghicola. 
 
#Brachycera: moscas, de antenas curtas. 
Principais famílias: Tephritidae (moscas das frutas, 
ex: Ceratitis capitata, Anastrepha fraterculus); 
Muscidae (Musca domestica); Tachinidae 
(parasitóides); Syrphidae (larvas predadoras). 
 
Hymenoptera 
(formiga, abelha, vespa, mamangava, 
marimbondo, saúva) 
 
São considerados os insetos mais 
evoluídos. Há mais de 105.000 espécies 
conhecidas, que medem de 0,5 mm a 115 mm de 
comprimento. Possuem olhos bem desenvolvidos, 
podendo ter milhares de omatídeos; aparelho 
bucal mastigador ou, no caso das abelhas, 
lambedor. Em geral apresentam o tórax mais 
largo que o abdome, com pernas ambulatórias ou 
coletoras (abelhas). Possuem 4 asas 
membranosas, sendo as posteriores menores que 
as anteriores. Algumas castas são ápteras, como 
em formigas. Possuem ovipositor muitas vezes 
transformado em ferrão, comumente associado a 
glândulas de veneno. O polimorfismo é freqüente, 
com diversas castas nas espécies sociais.Desenvolvimento por holometabolia. A 
partenogênese ocorre entre abelhas. Larvas 
eruciformes ou vermiformes. Em geral os adultos 
se alimentam de substâncias líquidas de origem 
vegetal. Apresentam enorme importância como 
agentes polinizadores. As abelhas são exploradas 
há milênios para obtenção de mel e cera. Diversas 
espécies de himenópteros auxiliam no controle 
biológico de insetos, pois compreendem o grupo 
de parasitóides mais utilizados em grande escala. 
Algumas espécies são bastante prejudiciais ao 
homem. Abelhas, formigas e vespas utilizam o 
ferrão para introduzir peçonhas, as quais podem 
causar dor prolongada, intensa alergia e efeitos 
mais graves. Podem causar danos a sistemas 
agrícolas e florestais, como é o caso de formigas, 
saúvas, insetos formadores de galhas, e algumas 
pragas de fruticultura. Há duas sub-ordens: 
 
#Symphyta, de abdome séssil, com pouca 
importância econômica. 
 
#Apocrita, de abdome pedunculado. Principais 
famílias: Ichneumonidae, Braconidae, 
Trichogrammatidae, Evaniidae e Chalcididae (todas 
incluem parasitóides); Vespidae (vespas sociais, a 
maioria das espécies é predadora); Formicidae que 
compreende insetos sociais com casal real áptero, 
operárias estéreis e ápteras e reprodutores alados. 
Alimentam-se de material vegetal vivo ou em 
decomposição, ou fungos. As espécies cortadeiras 
estão nos gêneros Atta, Acromyrmex e Solenopsis. 
A família Apidae engloba insetos que se alimentam 
de néctar e mel, e em geral são sociais, ex. Apis 
mellifera. Há espécies prejudiciais às plantas 
cultivadas, como Trigona spinipes. 
 
Lepidoptera 
(borboletas, mariposas) 
 
 Há mais de 120 mil espécies catalogadas, de 
tamanho variável (de 3 a 300mm de envergadura 
 5
Zoologia dos Invertebrados Superiores, Simão Vasconcelos, UFPE 
alar). Os adultos têm olhos compostos bem 
desenvolvidos; muitas espécies de mariposas 
possuem também dois ocelos. Apresentam antenas 
alongadas, de forma variável: clavadas, filiformes e 
pectinadas são as mais comuns. O aparelho bucal é 
tipicamente sugador maxilar (espirotromba). 
Possuem o corpo e asas recobertos por escamas, 4 
asas facilmente destacáveis; pernas delicadas e 
ambulatórias; abdome alongado, com 8 a 10 
segmentos e sem cercos. A maioria das espécies é 
fitófaga, sendo as larvas desfolhadoras e os adultos 
se alimentando de néctar. Desenvolvimento por 
holometabolia, larvas em geral eruciformes. Certas 
espécies têm hábitos gregários, não se 
desenvolvendo completamente quando isoladas. 
Apresentam elaborada camuflagem. Sua 
importância benéfica refere-se à polinização, 
inclusive de grande parte das espécies cultivadas 
como alimentos, fibras e ornamentais. O bicho-da-
seda é cultivado intensivamente há mais de 4.000 
anos. Muitas larvas de mariposas são consumidas 
pelo homem em diversos países (Austrália, México, 
Brasil, etc.). Entretanto, compreendem um dos 
principais grupos de pragas agrícolas. Atualmente 
há 4 sub-ordens, sendo que na sub-ordem Ditrysia 
estão as famílias de maior importância econômica: 
Noctuidae (provavelmente a que causa maiores 
danos à agricultura, ex: espécies dos gêneros 
Spodoptera, Heliothis, Agrotis, Anticarsia, 
Pseudoplusia); Yponomeutidae (micro-lepidópteros, 
Plutella xylostella), Castniidae (Castnia licus), 
Gelechidae (Pectinophora gossypiella), Pyralidae 
(Diatraea saccharalis, Plodia interpunctella, 
Neoleucinodes elegantalis, Elasmopalpus 
lignosellus, Galleria mellonella); Sphingidae (de 
grande porte, Erinnyis ello, Manduca sexta); 
Bombycidae (Bombyx mori), Hesperiidae (Urbanus 
proteus, aquela praga que acabou com os 
sombreiros da UFPE), Papillionidae (borboletas 
grandes e vistosas, Papilio), Heliconiidae (Dione 
juno Juno, praga do maracujá), Brassolidae 
(Brassolis sophorae, praga do coqueiro). Há ainda 
lagartas que produzem substâncias urticantes que 
podem provocar dor e queimadura intensas. As 
traças (não confundir com os tisanuros) alimentam-
se de lã e algodão, causando danos a roupas, 
tapetes, etc. 
 
Coleoptera 
(besouro, joaninha, potó, vaga-lume, bicudo, 
gorgulho) 
 
É a ordem que possui o maior número de 
espécies: >330.000, perfazendo cerca de 25% de 
todas as espécies animais descritos. Há cerca de 
5.000 espécies aquáticas. A ordem inclui ainda a 
família mais numerosa de todos os seres vivos, a 
Curculionidae. Insetos de tamanho extremamente 
variável: de 0,3 mm (Família Ptiliidae) até 210mm 
de comprimento (Cerambycidae). Em geral com 
corpo robusto e altamente esclerotizado. Possuem 
hábitos alimentares variados, com exceção da 
hematofagia. Insetos com aparelho bucal 
mastigador, pernas em geral ambulatórias. 
Apresentam o primeiro par de asas do tipo élitro, 
sem utilidade no vôo e o segundo membranoso. 
Certas famílias, como Staphylinidae (potós) 
apresentam asas reduzidas ou atrofiadas. 
Dimorfismo sexual freqüente. Luminescência 
encontrada em algumas espécies, vagalumes e 
pirilampos. Desenvolvimento por holometabolia, 
podendo ocorrer partenogênese. Colonizam 
praticamente todos os tipos de habitat. Muitas 
espécies constituem pragas agrícolas e de grãos 
armazenados. Há 4 sub-ordens, sendo as mais 
importantes: 
 
#Adephaga: em geral besouros de solo e 
predadores, ex: Carabidae, como Harpalus rufipes 
 
#Polyphaga: entre as famílias de Polyphaga estão: 
Scarabeidae (escaravelhos, ex: Stenocrates sp.), 
Staphylinidae (potós), Lampyridae, (vagalumes), 
Tenebrionidae (pragas de grãos armazenados, ex: 
Tenebrio molitor), Chrysomelidae (vaquinhas, ex: 
Diabrotica speciosa), Coccinelidae (joaninhas, 
predadores, ex: Rodolia cardinalis), Cerambycidae 
(serradores, ex: Oncideres sp.), Bruchidae 
(carunchos, ex: Acanthoscelides obtectus), 
Scolytidae (Hypothenemus hampei) e 
Curculionidae (com peças bucais na extremidade 
de um rostro, ex: Anthonomus grandis, 
Cosmopolites sordidus, Rhyncophorus palmarum, 
Sitophilus oryzae, Eutinobothrus brasiliensis). 
 
 
 6
Zoologia dos Invertebrados Superiores, Simão Vasconcelos, UFPE 
 APÊNDICE ... 
Para quê “decorar” os nomes e as características de todas as ordens de insetos? 
 
 Como alunos de Licenciatura em Ciências 
Biológicas, é natural que a preocupação da 
maioria esteja voltada para a seguinte – e 
importante – questão: “qual a utilidade de 
conhecer todos os detalhes de todas as ordens de 
insetos, quando na verdade, o conteúdo a ser 
trabalhado no ensino fundamental e médio é tão 
reduzido?”. 
 Na verdade, o conteúdo entomológico no 
ensino médio é realmente limitado e raramente é 
abordado no Vestibular. Entretanto, uma leitura 
atenta dos livros do ensino fundamental 
(tradicionalmente na 6a. série) revela que uma 
significativa parte textual refere-se aos artrópodos 
e dentro destes, evidentemente, os insetos. Cabe, 
portanto, ao curso superior proporcionar aos 
alunos a oportunidade para conhecer as principais 
características de um modo analítico, na 
perspectiva de formar professores-pesquisadores. 
 Assim, o professor de Ciências/ Biologia 
não deve “forçar” os alunos a memorizar o maior 
número de estruturas anatômicas dos insetos, 
mas sim fazê-lo reconhecer tais características 
morfológicas dentro de um contexto evolutivo e 
funcional. Não basta apenas valorizar a 
nomenclatura, com ênfase na identificação de 
cada espécie, mas sim desenvolver no aluno o 
espírito investigador que permeia a taxonomia, e 
familiarizá-lo com as ferramentas de classificação 
(ex.: chaves taxonômicas). 
 Ao trabalhar com crianças e adolescentes 
(público-alvo da 6a. série do ensino fundamental) 
pode-se desenvolver a prática taxonômica com 
chaves simplificadas, para coleta e identificação 
de insetos do próprio ambiente do aluno. Pode-se 
ainda trabalhar informações sobres tipos de asas, 
antenas, patas, aparelho bucal, etc. através de 
jogos, desenhos, modelagem com material 
reciclado, entre outros. Isto maximizaria a 
contextualização do conhecimento trabalhado e 
permitiria melhor aprendizagem do conteúdo. 
 É bom lembrar que a UFPE possui 
especialistas em taxonomialotados nos 
departamentos de Zoologia e Botânica. Profa. 
Luciana Iannuzzi trabalha há vários anos com 
taxonomia de insetos da caatinga, especialmente 
de coleópteros. Prof. Clemens Schwindlein é um 
dos maiores especialistas em taxonomia de 
abelhas do Brasil, e também trabalha aqui… Como 
se pode ver, nossa universidade oferece um 
enorme potencial para pesquisas, à disposição de 
alunos de licenciatura e bacharelado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7
	CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS 
	Reino Filo Classe Ordem 
	3 - “PRINCIPAIS” ORDENS 
	Hemiptera

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