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Mário Henrique Nóbrega Martins
Conteúdo da Disciplina Direito Cambial
	Niterói	
2013
24/04/2013
Direito Cambial – Direito Cambiário – Títulos De Crédito
- O Crédito
Noções Históricas
Conceito
Circulação
- Endosso
- Cessão de Crédito
Materialização do crédito no título
- Legislação cambiária
Títulos Impressos
- Doutrina
- O Crédito
Noções Históricas
Os títulos de crédito são originários do comércio e se desenvolveram a partir dele, desde a época das Corporações de Ofício. Por esse motivo, a disciplina está atrelada ao Direito Empresarial e não ao Direito Civil. É importante saber que o crédito é anterior ao título, este que só veio para dar mais concretude e caráter corpóreo ao primeiro.
Conceito
Crédito vem do latim credere (que significa crer, ter fé e, consequentemente, acreditar no pagamento da obrigação). Ou seja, quando um indivíduo leva certa mercadoria sem pagar por ela no ato pela crença do credor de que o devedor pagará a dívida posteriormente. Sendo assim, uma das partes (credor) cumpre com seu dever na relação imediatamente, enquanto a outra parte (devedor) cumprirá (acredita-se) mais a frente. É por esse motivo que também se diz que o crédito é uma troca no tempo.
	O crédito surgiu de forma verbal, mas esse modo de crédito tem como problema a prova e também a cobrança. Por isso, há a necessidade de materializar os créditos. Com isso, iniciou-se a produção de títulos de crédito que tomaram o lugar dos contratos de crédito anteriormente emitidos, dinamizando a circulação desses títulos na sociedade.
OBS: Cártula e cambial são sinônimos de títulos de crédito. Cártula é assim denominada porque os títulos, inicialmente, eram fornecidos por meio de cártulas (pequenas cartas) que um banco emitia a outro, dando permissão à entrega do crédito em moeda local.
Circulação
O título de crédito tem início a partir da concretude de determinado negócio jurídico. Desse modo, quando o pagamento deste é feito a prazo é gerado um título para futuramente sanar a obrigação. Entretanto, o título de crédito não limita o crédito em si. Caso o título se perca, a dívida permanece e, assim sendo, o papel possui apenas valor figurativo, já que a dívida não nasce do crédito, mas do negócio jurídico anterior a ele.
 	- Endosso: Forma de transferência do crédito na qual o último transferidor (endossante) assina seu nome no verso (em regra) do título dando garantia de que o título será pago ao credor (endossatário).
	- Cessão de crédito: Não há a assinatura do transferidor no título, mas somente a transferência (ou entrega ou tradição) do título para outro credor. Desse modo, quem transfere o título não garante o cumprimento da obrigação.
Materialização do crédito no título
	Todos os títulos, para serem válidos, precisam ser corpóreos. Por esse motivo, não se permite que a existência de títulos de crédito seja digital. Além disso, os títulos exigem determinados padrões pré-estabelecidos para que tenham validade. Isso não se refere à formalidade ou não de um título, visto que tal fato apenas abrange o caráter obrigacional das características de uma cambial.
- Legislação Cambiária (uniforme)
São inúmeros os títulos de crédito existentes. No Direito Cambial são analisados os institutos e os principais títulos de crédito, alguns com regulamentação específica e outros regidos pelo Código Civil. Segundo o artigo 903, CC, exibe-se o princípio da especialidade, em que caso haja lei específica, está será a responsável por regular o instituto. Caso contrário, a sujeição será em relação ao Código Civil.
Legislação cambiária é aquela que regula o Direito Cambial e seus institutos. São as seguintes:
		- LUG: Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66)
				- Regula as letras de câmbio e notas promissórias.
		
		- LUC: Lei Uniforme de Cheque (Decreto 57.595/66)
- Regulava os cheques. Entretanto, foi revogada pela Lei 7357/85.
		- Lei de Duplicatas: Lei 5474/68.
		- Lei de protestos de títulos de crédito: Lei 9492/97
		- Código Civil: art. 887 a 926, CC.
- Doutrina
	- Fabio Ulhoa Coelho – volume 1.
	Ed. Saraiva – Curso de Direito Comercial
	- Ricardo Negrão
	Ed. Saraiva – Curso de Direito Comercial
	- Luiz Emygio Franco da Rosa Jr.
	Ed. Renovar – Títulos de Crédito (Livro mais completo sobre o tema).
08/05/2013
Títulos de Crédito
- Características (tudo o que singulariza o título)
- Atributos (características positivas; qualidades)
- Classificações
- Conceito (art. 887, CC)
- Características
Os títulos de crédito são documentos, ou seja, podem ser usados como prova, uma vez que são escritos. OBS: Já há admissão na emissão de títulos virtuais, como as duplicatas virtuais, ainda que não seja fato comum.
	O título de crédito tem força maior do que outros documentos, visto que tem maior grau de certeza e segurança jurídica. Por isso, quando um processo judicial, entra-se com ação de execução se o autor tem um título extrajudicial em mãos (título de crédito = título extrajudicial).
	Tipos de ação processual
As ações podem ser ordinárias, de monitoramento ou de execução. Tais ações se diferenciam pelo grau de certeza que suas provas dão. Por conta disso, a celeridade do processo também será distinta.
- Rito ordinário / Ação de conhecimento: Rito mais demorado, porém mais certo. A demora é consequência da menor certeza das provas que, provavelmente, não são materiais. Tal ação SEMPRE pode ser pedida.
- Ação Monitória: É intermediária, já que há nela um documento como prova, mas que não possui a força de um título de crédito.
- Ação de execução: Rito mais célere, por conta das certezas que as provas garantem. Só ocorre quando houver título de crédito. Nesse caso, o juiz apenas dará a ordem para o cumprimento da obrigação, o que agiliza o rito.
 Todos os títulos de crédito são executivos (desde que tenham os elementos essenciais), ou seja, existe a possibilidade de se entrar com uma ação de execução a partir deles.
	Tais títulos são chamados de extrajudiciais, uma vez que são produzidos fora do Judiciário (os títulos judiciais são as sentenças).
	Mas caso o título prescreva, a ação cabível é a monitória e não mais a executória, posto que, com a prescrição, o título perde sua força executiva (Súmula 299, STJ).
	Todo o título de crédito possui uma obrigação, seja ela positiva ou negativa. O cheque, por exemplo, enseja uma obrigação positiva de dar coisa certa (dinheiro / pecúnia), ou seja, fazer o pagamento.
OBS: Quando o credor vai até o devedor, a obrigação é quesível ou quérable. Mas quando o devedor vai ao credor levando a prestação, a obrigação é portável ou portable.
	Há casos em que o título de crédito tem uma de suas partes variando. Por exemplo, onde o credor muda e o devedor é sempre a mesma pessoa. Com isso, o devedor não possui a certeza de quem é o credor do título. Por isso, o título será quesível, posto que ele pode circular e não há plena certeza de quem é o credor, mas somente haverá quando o indivíduo apresentar o título ao devedor (emitente, em geral). Desse modo, é o credor o responsável por adimplir a obrigação cambial frente ao devedor e não o contrário. Isso se dá já que se tornaria muito mais difícil e improvável para o devedor achar o portador do título (já que o portador pode variar com muito mais facilidade) do que o portador ir ao devedor (visto que esse tem suas informações descritas na cambial).
	Todo título de crédito é documento de resgate, posto que com ele se resgata o crédito outrora concedido.
- Atributos
Executoriedade (art. 585, CPC): A partir de tal conceito é que se pode exigir ação de execução.
Circulabilidade: Possibilidade do credor transferir o crédito que possui. Pode se dar por endosso ou cessão de crédito.
Negociabilidade: Possibilidade de obter o valor do título antes do seu vencimento por meio de acordos / negócios com terceiros (obviamente perdendo um certo valor sobre o título). Pode ocorrer através de desconto bancário ou factoring (fatorização).
 
- Descontobancário: É o acordo feito com um banco pela antecipação do valor do título. Caso os títulos não sejam pagos (estejam sem fundos), o banco tem o direito de regresso, visto que ele tem direito de exigir o crédito, fazendo com que quem transfere o título responde pelo seu pagamento se houver inadimplemento.
- Factoring: A negociação é feita com uma sociedade empresária, mas quem transfere o título não responde pelo pagamento. Desse modo, aumenta-se o risco da transação financeira e, por isso, o lucro das sociedades é maior.
OBS: A negociabilidade não pode ser feita com pessoa física. Tal fato configuraria agiotagem.
OBS. 2: Todo título, em regra, PODE circular. Portanto, é “à ordem” do portador. Entretanto, existem casos de proibição da circulação, esta que deve ser expressa (e nunca presumida). Nesses casos, o título é “não à ordem”, ou seja, não pode circular.
- Classificações
Quanto à estrutura
	a) Ordem de pagamento – Ex: Cheque (ordem ao banco em favor de quem apresentar o cheque).
	b) Promessa de pagamento – Ex: Nota promissória (o devedor promete e o credor crê no pagamento).
Quanto a forma de circulação
	a) À ordem: Pode circular (por endosso ou cessão de crédito)
	b) Não à ordem: Não pode circular
Quanto a hipótese de emissão
	Existem títulos que podem ser emitidos por qualquer motivo. Outros exigem uma determinação legal.
	a) Abstratos: Podem ser emitidos por qualquer motivo, até mesmo fins ilícitos. Ex: Cheque.
	b) Causais: A lei estabelece o motivo pelo qual deve ser emitido. 
Ex: Duplicata – só pode ser emitida para documentar compra e venda ou prestação de serviços.
Quanto ao modelo
	Caso não se enquadrem na lei, não possuem força executória. Apesar disso, há a diferenciação entre modelo livre e vinculado.
	a) Livre: Cumpridos os requisitos básicos, pode ser confeccionado de qualquer maneira.
	b) Vinculado: Tem sua forma definida na legislação.
Conceito (art. 887, CC)
	Estabelece o que é título de crédito. Tal conceito não é criação brasileira, mas adaptação da doutrina italiana (Cesare Vivante).
15/05/2013
Princípios dos Títulos de Crédito
- Cartularidade
- Literalidade
- Autonomia
	- Abstração
	- Inoponibilidade de exceções extracartulares (pessoais) aos terceiros de 	boa-fé.
- Formalismo
- Cartularidade (art. 887, CC)
	Cártula é o título. A partir do princípio da cartularidade exige-se que haja o título para haver o direito de ingressar uma ação de regresso e também de se exigir o valor nele contido. Sem o título de crédito, somente será possível ingressar judicialmente com uma ação de conhecimento ou uma ação monitória.
	Ainda que não haja ação de execução, o título é imprescindível para o recebimento do crédito, posto que sem ele não há possibilidade de cobrança voluntária.
	Além disso, faz-se necessária a apresentação do título ORIGINAL para o pagamento, sendo vedada a possibilidade de exibição de cópias, mesmo que autenticadas.
	Tal princípio vem sendo mitigado por conta do advento dos títulos virtuais, que, por sua natureza, tem como títulos originais os documentos virtuais, enquanto que os documentos impressos a partir dele são tidos como cópias. Contudo, na prática, uma cópia autenticada é entregue ao magistrado, enquanto que a parte autora (credor) fica com o título original, pondo-se à disposição do juiz para mostrar o título, caso seja necessário.
- Literalidade (art. 887, CC)
	Tal princípio denota que as partes pautam seus direitos e deveres com base no que está descrito na cártula e nada além disso.
	O direito é literal para a ação de execução. No entanto, isso não significa que não possa haver outras obrigações além das que estão no título.
	Contudo, caso haja erro na digitação do título e se houver a necessidade de entrar com uma ação de execução, o devedor, judicialmente, só pagará o que está escrito no título, mas outras ações são possíveis para poder sanar o valor devido na obrigação (tal qual a monitória ou de conhecimento).
Ex: Um negócio jurídico é realizado sob o valor de R$ 10.000,00. Porém, digita-se no título o valor de R$ 1.000,00 (até na parte escrita do título). Nesse caso, o credor poderá entrar com uma ação de execução no valor de R$ 1.000,00, mas pode entrar com outros recursos para reaver o restante.
- Autonomia (art. 887, CC)
	A nota promissória e outros títulos podem circular, em regra. Estes títulos vão circular para documentar outros negócios.
	Não há nenhuma relação entre os negócios jurídicos que fazem os títulos nascer e circular, ou seja, desvincula-se o título ao negócio jurídico que o originou em caso de circulação.
Abstração
	O primeiro endosso faz com que o título se abstraia do negócio jurídico inicial.
OBS: Autonomia (princípio) x Abstração (subprincípio)
	A autonomia é genérica; é a independência entre quaisquer relações jurídicas que façam o título nascer ou circular.
	A abstração ocorre quando o título recebe o primeiro endosso, fazendo com que ele se desvincule da causa que o originou (causa debendi).
Inoponibilidade de exceções extracartulares (pessoais) aos terceiros de boa-fé
	O devedor não pode se usar de um defeito / vício que não conste no título e que tenha razão pessoal para não pagar um terceiro de boa-fé somente pelo fato do negócio jurídico anterior não ter sido bem-sucedido.
	Ou seja, caso um negócio jurídico que se concretizou (e teve seu pagamento feito por título que depois veio a circular) tenha um vício qualquer, o devedor não pode se escusar de pagar o terceiro que não teve relação com o negócio jurídico anterior. Tal fato gera maior segurança ao poder de circulação do título.
- Formalismo
	Tal princípio impõe a exigibilidade de que todos os requisitos sejam preenchidos para dar validade ao título. Difere dos requisitos pertinentes ao negócio jurídico (art. 104, CC). Os requisitos do título são denominados externos / extrínsecos, já os do negócio jurídico são chamados internos / intrínsecos.
	A falta de um requisito interno invalida o negócio jurídico, mas a falta de um requisito externo não invalida o título.
Nota Promissória
- Conceito
- Classificação
- Requisitos
	- Essenciais
	- Supríveis
- Conceito
	Nota promissória é o título de crédito através do qual o devedor promete pagar ao credor (portador) determinada quantia na data do vencimento.
- Classificação
	Tem estrutura de promessa de pagamento. É de modelo livre (a lei somente exige que a nota preencha os requisitos legais).
	Quanto à causa de emissão, a nota é abstrata, podendo ser emitida por qualquer motivo (seja ele lícito ou não).
	Quanto à circulação, a nota promissória é título à ordem (pode circular).
	A nota promissória é regulada pela LUG (Lei Uniforme de Genebra – Decreto 57.663/66).
- Requisitos
	São os elementos necessários para a circulação da cambial:
Essenciais: Nesse caso, a lei não supre a ausência. Portanto, há um vício de forma que prejudica até o terceiro de boa-fé, já que o vício é da cártula. Com isso, ataca-se o princípio do formalismo, retirando do título o atributo da executoriedade.
Supríveis: São os requisitos que, mesmo quando não presentes no título, podem ser supridos por conta de disposição legal que resolva o caso. Ex: Falta da data de vencimento.
OBS: Os requisitos da nota promissória estão descritos nos artigos 75 e 76 da LUG.
22/05/2013
Letra de Câmbio
- Criação
- Conceito
- Pressupostos
- Requisitos
- Cláusulas
	- Adicionais
	- Vedadas
- Letra incompleta ou em branco
- Criação
	A letra de câmbio é o título de crédito mais antigo a que se tem conhecimento. Ela era, inicialmente, uma carta de troca na qual se negociavam moedas por conta de crédito para suprir a divergência de moedas distintas. Tal fato se deu para criar maior segurança jurídica e disseminar as relações comerciais em um época do advento da burguesia mercante.
- Conceito
	É a ordem de pagamento pela qual o sacador ordena que o sacado pague ao beneficiário determinada quantia na data do vencimento estipulada.
Sacador:Dá a ordem de pagamento.
Sacado: Recebe a ordem para cumprir (e cumprirá se houver aceite)
Beneficiário / Tomador: É beneficiado pela ordem.
- Pressupostos
	O maior pressuposto está na existência do sacador, do sacado e do beneficiário. Entretanto, isso não significa que existam três pessoas, mas três posições jurídicas.
Ex: X deve R$ 1.000,00 para Y, mas Y deve R$ 1.000,00 para Z. Nessa situação, Y dá a ordem para que X pague diretamente a Z. Portanto, há duas relações jurídicas diversas unidas por um título de crédito (relação cambial), onde X é o sacado, Y é o sacador e Z é o beneficiário.
	Contudo, ainda é possível que uma pessoa ocupe mais de um papel na relação, podendo ser ao mesmo tempo sacador e beneficiário, mesmo que tal prática seja menos comum.
	Também é possível que o sacador e sacado se confundam na mesma pessoa. Ex: Cheque administrativo – alguém dá quantia ao banco que este dê a ordem de pagamento (emissão do cheque) para que o próprio banco pague a quantia. Logo, banco é sacador e sacado.
- Requisitos
	Os requisitos são as características obrigatórias para que a letra de câmbio possa circular. Tais requisitos podem ser supríveis ou essenciais. No caso da letra de câmbio, os requisitos estão dispostos na LUG, em seus artigos 1º e 2º.
Art. 1º: “A letra contém:
	1 – A palavra “letra” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
	2 – O mandato puro e simples de pagar quantia determinada;
	3 – O nome daquele que deve pagar (sacado);
	4 – A época do pagamento;
	5 – A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
	6 – O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
	7 – A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
	8 – A assinatura de quem passa a letra (sacador)”
Art. 2º: “O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeitos como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes:
	A letra em que não se indique a época de pagamento entende-se pagável à vista.
	Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do sacado.
	A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador.”
- Cláusulas
	Informações outras além das que a lei exige, mas que esta não proíba.
	- Adicionais
	São informações extras postas na cártula. Não são exigíveis, mas passíveis de serem postas, posto que a lei não as proíbe. Desse modo, vinculam o princípio da literalidade.
Ex: Artigo 22, 1ª alínea, LUG – “O sacador PODE em qualquer letra, estipular que ela será apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo.” / Artigo 31, LUG - “O aval DEVE indicar a pessoa por quem se dá”. / Artigo 5º, LUG - “Numa letra pagável à vista ou a um certo termo de vista, PODE o sacador estipular que a sua importância vencerá juros (...)”.
	- Vedadas
	São as cláusulas não permitidas por lei. Não viciam o título, mas o que foi escrito nele é considerado não escrito ou nulo (mas não a cambial por completo).
Ex: Cláusula de juros sem taxa / Artigo 12, LUG - “O endosso deve puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se não escrita.”
- Letra incompleta ou em branco
	O ideal é que todos os títulos sejam emitidos com todas as suas características e elementos. No entanto, a ausência de um dos requisitos é comum. Todavia, a cártula incompleta (em branco) não se mistura com um título viciado.
	Nesse sentido, a Súmula 387 do STF indica que a cambial em branco pode ser completada pelo credor de boa-fé (fato esse entendido para dinamizar a circulação do crédito).
	Por fim, tem-se que a letra de câmbio é de modelo livre, abstrato, além de ser ordem de pagamento e de poder circular, posto que é à ordem.
29/05/2013
Aceite
- Introdução
- Apresentação para aceite
- Formas e condições
- Letra domiciliada e aceite domiciliado
- Efeitos do (a):
	- Aceite
	- Recusa
- Aceite Parcial
- Cancelamento do aceite
- Introdução
	Uma letra de câmbio nasce perfeita, mas não vincula automaticamente o sacado. Tal fato só ocorre quando houver o aceite por parte do sacado. No entanto, tal aceite é ato facultativo do sacado, que não possui nenhuma obrigação de aceita o título (isso se dá na letra de câmbio, visto que na Duplicata o entendimento é outro).
- Apresentação para aceite
	Segundo o artigo 22 da LUG, pode haver um prazo para o aceite do sacado, desde que isso seja anteriormente convencionado. Caso contrário, o vencimento da apresentação para aceite é o mesmo da data de vencimento do título. Se houver vencimento para apresentação do aceite, percebe-se que há uma cláusula adicional.
	O artigo 24 da LUG ainda estipula um prazo para reapresentação do título, que poderá ocorrer até o DIA SEGUINTE (não significa 24h). Tal prazo é chamado de prazo de respiro.
- Formas e Condições
	O aceite é escrito em forma de assinatura. Mas, quando se diz assinatura, entende-se por nome, endereço e CPF (para a diferenciação de homônimos e localização do indivíduo).
	Caso o sacado assine em local diverso do estipulado, o aceite será válido se for passível de se verificar que se trata de aceite (todos os elementos do título podem estar fora do local devido, desde que seu significado possa ser compreendido).
Ex: Artigo 25, LUG - “(...) Exprime-se pela palavra “aceite” ou qualquer outra palavra equivalente (...)”. Por exemplo, as palavras “concordo”, “pagarei”, etc.
	Caso a assinatura esteja na frente do título, só ela já corresponde a um aceite. Entretanto, se estiver no verso, o aceite deve estar especificado como tal.
	Não é possível condicionar o aceite, uma vez que ele é puro e simples. No entanto, o sacado pode limitar o aceite à uma parte do valor do título. È o chamado aceite parcial (cláusula adicional regulada pelo art. 26. LUG).
- Letra Domiciliada e Aceite Domiciliado
	Letra domiciliada é aquela que apresenta como local de pagamento um local diverso do domicílio do sacado. É cláusula adicional prevista no artigo 27, LUG.
	Também é possível que o aceitante (sacado) defina um local de pagamento diferente do local expresso no título. Tal situação configura aceite domiciliado (art. 27, LUG). Nesse caso, o sacador deverá escrever o local do pagamento referido ao lado da assinatura do aceite.
- Efeitos do (a):
	- Aceite
Com o aceite, o sacado passa a ser chamado de aceitante. Por isso, quando se fala em sacado presume-se que não houve aceite do título.
	O aceitante se torna o devedor principal do título. Mas além dele, o sacador passa a ser co-devedor (Em caso de inadimplemento, o sacador fica solidariamente responsável. Se ele vier a pagar, tem direito de regresso frente ao aceitante).
	O aceitante também é obrigado direto, ou seja, paga independentemente do protesto do título, porque já se vinculou à cambial através do aceite.
	O sacador é obrigado indireto, uma vez que para se cobrar do co-devedor é necessário que haja um protesto anterior. 
OBS: O protesto permite o ajuizamento de ação de execução em face de qualquer um: devedor principal ou co-devedores. Ou seja, o protesto garante o direito de ação também em face dos obrigados indiretos.
- Recusa
A recusa não vicia o título, já que é facultativa ao sacado e não é pré-requisito do título. Contudo, apesar de não se vincular à cártula, a recusa não tira a responsabilidade do sacado frente ao negócio jurídico anterior (que é de Direito Civil).
Portanto, com a recusa o pagamento deverá ser feito pelo sacador que, então, será o devedor principal.
Assim sendo, após o protesto cartorário é que o beneficiário poderá cobrar do sacador.
Finalmente, com a recusa do aceite há o vencimento antecipado do título.
 	- Aceite Parcial
É a reunião dos efeitos da recusa e do aceite, visto que há, nesse caso, uma recusa e um aceite.
OBS: Não se deve confundir a falta de aceite com a recusa de aceite, já que a recusa ocorrepor manifestação válida de vontade, enquanto a falta de aceite pode se dar em decorrência de morte, ausência do sacado (não foi encontrado) ou por incapacidade deste. Tal fato é de suma importância, uma vez que a recusa gera o vencimento antecipado do título (art. 43, LUG), situação que não ocorre na falta de aceite.
	No caso do aceite parcial (há recusa), o calor que não foi aceito tem vencimento antecipado e pode ser cobrado do sacador depois de feito o protesto.
- Cancelamento do aceite (art. 29, LUG)
	Em regra, o cancelamento não vai acontecer. Todavia, existe uma exceção. Caso o sacado assine o aceite e logo em seguida riscar sua assinatura, haverá o cancelamento do aceite.
05/06/2013
Endosso
- Introdução
- Efeitos, partes, forma (parcial?)
- Distinção para a cessão de crédito
- Endosso
	- Em branco (geral)
	- Em preto (específico / especial)
- Endosso sem garantia (Diferente de cláusula proibitiva de endosso)
- Endosso
 - Próprio
- Impróprio
 a) Endosso mandato
 b) Endosso caução
- Introdução
Endosso deriva da expressão “em dorso”, ou seja, nas costas. Isso ocorre pelo fato da representação do endosso se dar por assinatura no verso do título.
	Endosso é, portanto, uma das formas de transferências de um título de crédito. A outra forma de transferência é a simples cessão de crédito.
- Efeitos do endosso
	O endosso é a transferência física da posse do título de crédito. Portanto, deve haver assinatura (nome, endereço, CPF) e a transmissão da cambial.
	Quem endossa qualquer título garante o pagamento do título (salvo algumas exceções).
OBS: O endosso é diferente de circulação. A circulação é gênero que engloba as espécies endosso (proibido apenas por cláusula não à ordem) ou por cessão (simples tradição; proibida por título nominativo).
	
Não há limites nem prazo específico para o endosso. Com isso, pode haver grande quantidade de codevedores. Desse modo, com o inadimplemento todos os signatários podem ser cobrados depois de feito o protesto cartorário. Contudo, caso o pagador não seja o devedor principal, aquele tem o direito de regresso. Cabe salientar ainda que sem o protesto não há possibilidade de cobrar dos codevedores.
- Partes do endosso
	Endossante é aquele que endossa o título. Entretanto, seu destinatário é denominado endossatário.
Se o aceitante pagar ao endossatário, resolve-se a relação. Mas se ele não pagar, após o protesto, a dívida pode se cobrada de todos os obrigados anteriores.
	No exemplo acima, E pode cobrar de A, B, C ou D. Caso D pague, poderá haver direito de regresso frente a A, B e C. Tal direito só não existirá se B (aceitante) pagar a dívida, posto que é devedor principal e não possui direito de regresso perante nenhum outro indivíduo.
- Forma de endosso
O endosso é escrito no título. Como, em regra, ele deve estar no verso, nessa situação só necessitará de assinatura para ser válido. Mas caso não esteja no verso, o endosso deve estar notoriamente especificado.
OBS: Endosso Parcial – É nulo; impossível. Isso ocorre porque o endosso transfere uma cambial, documento físico, que não pode ser transferido em partes. (art. 12, LUG).
- Distinção para cessão de crédito
	Endosso
	Cessão de Crédito
	- Transfere o título do crédito (instituto do Direito Cambial)
- Previsto na LUG (Decreto 57.663/66)
- Requer assinatura + transferência do título.
- Princípio da autonomia (desvincula-se do motivo originário e tem inoponibilidade a terceiros de boa-fé)
- Em regra, o endossante garante o pagamento (é co-devedor)
	- Não precisa envolver uma cártula. Ex: Contrato; testamento; processo.
- Previsto no CC (a partir do art. 286)
- Simples tradição ou entrega do documento (não precisa de assinatura)
- Oponibilidade (art. 294, CC) de negócios jurídicos anteriores (até para terceiros de boa-fé)
- Em regra, quem cede não garante o pagamento (art. 296, CC)
OBS: Folha de alongamento – é uma continuação do título para quando não houver mais espaço na cártula para novas disposições.
- Endosso em branco ou em preto
	- Em branco (geral): É aquele que não identifica o endossatário. Ou seja, é ao portador e pode ser endossado ou cedido.
	- Em preto (especial): É aquele que identifica o endossatário. Ou seja, é nominal. Somente pode ser endossado (em branco ou em preto).
Endosso de retorno: É o endosso feito a alguém que já figurava no título.
Reendosso: Quando alguém que já figurava no título o endossa para um novo portador.
- Endosso sem garantia
O artigo 15 da LUG expressa que o “endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra”. Por isso, se houver alguma cláusula vedada à garantia, esta subsistirá. Nesse caso, o endossante não garante o pagamento. Tal fato ocorre quando o título advém de endosso em preto, ou seja, quando o endosso for a única opção.
	Por analogia, entende-se que essa modalidade é semelhante à uma cessão de crédito.
Diferente de cláusula proibitiva de novo endosso
Nesta cláusula, o endossante se exime de garantir o pagamento de novos endossos. Se houver novos endossatários, o endossante inicial não garante o pagamento destes, mas somente o pagamento do seu endossatário direto. Já o endosso sem garantia não garante pagamento para ninguém (por isso assemelha=se à cessão de crédito).
- Endosso próprio ou impróprio
	- Próprio (regular ou transitório (segundo Luiz Emygio)): É a regra. Nesse caso, transfere-se o título e o crédito nele contido.
	- Impróprio (ou endosso cobrança): Transfere-se a posse do título, mas não o crédito nele contido. 
Endosso Mandato (ou endosso cobrança): É aquele em que se dá a posse do título a alguém para que essa pessoa faça a cobrança a terceiro. Na prática, tal endosso é feito ao banco para maior segurança jurídica. O endosso pode ser transferido pelo endossatário até onde ele tiver direito.
Endosso Caução (garantia): É aquele em que o calor do título vale de garantia para o cumprimento de uma determinada obrigação de Direito Civil. Caso haja o adimplemento, o título é devolvido. Mas se houver inadimplemento ou dano / perda do bem estipulado, fica o endossatário com direito ao crédito contido no título.
Ex: “A” empresta o carro para “B”. “B”, como garantia, fornece um título de crédito para “A”. Se “B” devolver o carro intacto, “A” deve devolver o título a “B”. Mas se isso não ocorrer, “A” tem direito ao equivalente às perdas e danos. Portanto, se o prejuízo for de R$10.000,00 e o título for de R$15.000,00, “A” deve ressarcir o que sobrou. Contudo, se o prejuízo for de R$15.000,00 e o título for de R$10.000,00, o título deve ser descontado e o montante restante ajuizado em ação de conhecimento ou monitória.
 OBS: Endosso póstumo (art. 20, LUG) – É aquele que acontece depois do vencimento e depois do prazo para protesto.
	Consequentemente, não produz efeitos de endosso, mas de cessão de crédito e, desse modo, não há garantia de pagamento, sendo mais favorável ao endossante do que ao endossatário.
26/06/2013
Aval (art. 30 a 32, LUG)
- Conceito
Garantia pessoal, tipicamente cambial, dada por terceiro. Parece com a fiança, mas é meramente cambial. O aval é uma garantia pessoal que coloca o patrimônio do indivíduo em risco e o iguala sua responsabilidade à do avalizado.
- Natureza Jurídica
Declaração unilateral de vontade, já que independe da vontade de terceiro para ser válida (enquanto isso, fiança é contrato acessório que só liga o fiador ao NJ estabelecido).
- Aval parcial
	Só é válido para letra de câmbio e nota promissória (art. 30, LUG), mas para os outros títulos de crédito o aval parcial não é permitido. Isso se dá pela ausência de regulamentação sobre o instituto para outros títulos. Por isso, o Código Civil proíbe, em linhas gerais, o aval parcial em seu artigo 897, par. Único.
- Modo
	O aval deve conter a assinatura na frente (anverso) do título. No entanto, o aval também pode estar descrito em outros locais, desde que fique claro que se tratade aval (pode estar no verso ou folha de alongamento).
	Além disso, no caso de aval em preto deve haver a indicação de para quem se é avalista (aquele que se beneficia do aval).
	Contudo, se não estiver expresso para quem será o aval, este será denominado aval em branco. Se isso acontecer, o avalista será avalista do sacador (emitente).
- Características (art. 32, LUG)
a) Autonomia
 Significa a independência entre as relações cambiais. O avalista não pode alegar nenhuma escusa para com o avalizado dele.
	Quando alguém avaliza, consequentemente garante o pagamento do título.
b) Equivalência
Significa dizer que o avalista assume a mesma posição jurídica de seu avalizado.
- Avalista do devedor principal: Obrigado direto
- Avalista do co-devedor: Obrigado indireto.
- Diferenças
a) Aval e Fiança
	AVAL
	FIANÇA
	- Tipicamente Cambial
- Declaração Unilateral de vontade
- Autônomo
- Avalista é solidariamente responsável (não há ordem de preferência)
	- Instituto genérico do Direito Civil
- Contrato
- Acessório
- Há benefício de ordem
b) Aval e Endosso
Aval: Só garante o pagamento. O avalista assina.
Endosso: Transfere o título e garante o pagamento.
- Avais simultâneos e sucessivos
	Quanto ao aval simultâneo (ou co-aval), tem-se que o avalizado pode ter mais de um avalista.
	Em relação ao aval sucessivo, este se dá quando o avalista tem um avalista.
* Art. 283, CC: O devedor que paga a dívida inteira poderá exigir a quota dos outros devedores (relação civil).
Vencimento (art. 33 a 37, LUG)
- Conceito
	Vencimento é o momento a partir do qual o valor do título se torna exigível.
- Modalidades
À vista (art. 34, LUG)
Certo termo de data (art. 36, LUG)
Certo termo de vista (art. 35, LUG)
Data Certa (art. 37, LUG)
OBS: As letras que apresentarem documentos diferentes ou sucessivos são nulas.
Vencimento à vista (art. 34, LUG): É o título que se faz exigível de imediato, podendo continuar a ser exigível até 1 ano após a data do vencimento.
Certo termo de data (art. 36, LUG): Quando o vencimento decorre de um lapso temporal após a emissão do título. Ex: 3 meses da data de emissão (nesse caso, repete-se o dia e muda-se o mês).
Quando está expresso “início” do mês, entende-se por dia 1º. Quando expresso “meados”, entende-se dia 15. Já quando se diz “final”, entende-se pelo último dia do mês.
Certo termo de vista (art. 35, LUG): Ocorre quando o vencimento passa a contar a partir do aceite do sacado. Ex: 6 meses de vista.
Nesse caso, o aceite terá que ter data. Mas caso não tenha, será considerado que ele foi dado no último dia possível (art. 23, LUG). O título, nessa situação, pode ser exigível até 1 ano após o vencimento.
Data Certa (art. 37, LUG): Estabelece uma data futura e certa para o vencimento do título, respeitando sempre o local de pagamento. Ex: Natal / Dia da Independência.
OBS: Certo termo – Espaço de tempo determinado.
	OBS. 2: O artigo 35 da LUG trata do aceite não datado.
Pagamento (art. 38 a 42, LUG)
- Conceito
	Ato através do qual uma, algumas ou todas as relações cambiais são extintas, a depender de quem paga.
- Pluralidade de exemplares (art. 64 e seguintes, LUG)
	- Não custe mais (possibilidade de cópia do título)
	- Não usa
03/07/2013
Protesto (Lei 9492/98 e complementada pela LUG)
- Conceito
- Características
- Procedimento
- Conceito
	Protesto é o ato cartorário (praticado em Cartório Extrajudicial (de rua) de protestos de títulos e documentos), formal e solene, datado de fé pública, que faz prova da ausência de pagamento, da ausência de aceite ou da ausência de data do aceite (esta última ausência que só cabe no vencimento a certo termo de vista). Neste último caso, a LUG considera que o aceite foi feito no último dia ou leva o título a protesto. Na prática, a Súmula 387 do STF resolve o problema.
	Apesar do protesto por falta de pagamento ser o mais corriqueiro, o disposto no artigo 1º da referida lei é extremamente criticado, posto que só expressa tal forma de protesto, omitindo as demais.
	O local de protesto é o mesmo local em que fora estabelecido o pagamento do título (assim como para ação de execução), porque é lá que o devedor estará para fazer o pagamento. Quando não estiver estipulado o local de pagamento, este se dará no domicílio do devedor (obrigação quesível).
	O protesto é formal e solene, já que dota de procedimento que permite que o cartório lavre o referido protesto. Nessa situação, o credor apresenta o título para o cartório, que pode ou não lavrar o protesto. Caso o faça, este irá para um livro de registros.
	Além disso, o protesto é dotado de fé pública. Com isso, a certidão de protesto gera uma presunção absoluta de não pagamento.
OBS: AR – Aviso de Recebimento (notificação do cartório)
	O cartório só observa se os títulos apresentam os requisitos legais, mas não possui obrigação quanto aos outros dados (prescrição do título, por exemplo).
Art. 9º, Lei 9492/98: Expressa que o tabelião / cartório só tem obrigação em verificar os requisitos legais.
	Caso não haja certeza do recebimento do protesto, este não poderá ser lavrado.
Art. 17, par. 1º, Lei 9492/98: Sustação de protesto – é o procedimento judicial de natureza cautelar, que tem por objetivo suspender o prazo para o cartório de protestos lavrar o mesmo até que a parte prove, judicialmente, o motivo justo pelo qual não pagou.
	Tecnicamente, o cartório possui um prazo de 3 dias úteis para lavrar o protesto.
	Após o prazo para protesto, não há sustação. Contudo, judicialmente pode ser impetrada uma ação de cancelamento do protesto (art. 26, lei 9492/98).
OBS: Essa ação não é obrigatória para cancelar o protesto, havendo outros meios para tanto, como no caso de já haver sido pago o título.
	O protesto é FACULTATIVO para cobrar dos obrigados diretos. Já para cobrar dos obrigados indiretos, ele é OBRIGATÓRIO	.
	- Obrigado direto: Aceitante (ou emitente da nota promissória ou cheque) e seu avalista (já que aval é regido pela equivalência).
	- Obrigado indireto: Sacador, endossante e seus avalistas.
OBS: Protesto indevido – É aquele lavrado indevidamente por algum erro no procedimento cartorário.
Cheque (Lei 7357/85)
- Conceito
- Classificação
- Características
- Pós-datado
- Conceito
	Cheque é ordem de pagamento à vista onde o sacador (correntista) dá a ordem para que o sacado (banco) pague ao beneficiário (portador) e que este apresente a cambial na boca do caixa, ou à sua ordem, a quantia ali prevista (princípio da literalidade).
	É possível anular a cláusula à ordem, estabelecendo esse efeito no verso escrevendo “não à ordem” ou “proíbo endosso”.
 
- Classificação
	Quanto a estrutura, é ordem de pagamento. Quanto a hipótese de emissão, o título é abstrato. Cheque é de modelo vinculado e à ordem.
	O cheque é título pro solvendo, uma vez que o título só será pago quando houver a compensação dele.
OBS: Uma forte corrente doutrinária entende que o simples cumprimento da obrigação deve gerar a indenização, mesmo que não haja prejuízo.
- Características (requisitos)
	O cheque contém a ordem incondicional de pagar quantia determinada. Se houver diferença entre o numeral e o número extenso, prevalece o número extenso. Deve conter o nome do banco, o endereço (agência), a data e o local de emissão.
	Cheque de mesma praça é aquele em que o local de pagamento é o mesmo do local de emissão (agência).
	Nem sempre é o correntista que assina o cheque, como em caso de pessoas jurídicas, onde há mandatários com poderes especiais.
	Os elementos supríveis do cheque estão dispostos no art. 2º da Lei 7357/85.
- Pós-datado
O cheque pré-datado (pós-datado) estabelece uma data futura para o pagamento. Uma vez que o cheque, por força da lei (art. 32, Lei 7357/85), é sempre à vista. Mas, quando o cheque é pós-datado, as partes da obrigação convencionam uma data para o pagamento. Nesse caso, o banco não tem relação com a obrigação civil e, por isso, aquele que apresentou o cheque antes terá deindenizar o devedor.
	O princípio da literalidade, nesse caso, só valerá para as partes, mas o banco somente agirá conforme determina a lei.
10/07/2013
Cheque (continuação)
- Modalidades
	- Visado (art. 7º)
	- Ordem (art. 9º, III)
	- Cruzado (art. 44)
	- Para crédito em conta (art. 46)
- Prazos
- Sustação / Revogação
- Cheque sem fundo e sustação infundada
- Assinatura falsa
- Conta conjunta
- Modalidades
	- Visado (art. 7º): É o cheque que tem um visto do banco. É garantido, uma vez que o valor do cheque é bloqueado da conta do devedor em um prazo de 30/60 dias. Tal valor continua na conta, mas fica destinado ao pagamento do título, de modo a dar segurança para o cheque ter fundos. O banco carimba o seu logotipo, dando a devida garantia.
	- Cheque Administrativo: Não é do correntista, mas do banco que cobra uma tarifa X por sua emissão. Por isso, a doutrina também usa o termo cheque comprado. Nesse caso, o banco retira da conta de um cliente uma quantia por eles estipulada e emite o cheque (em nome do banco) para um beneficiário, que acaba por ter maior certeza do pagamento.
	- Cruzado (art. 44): É o cheque que não pode ser levado para pagamento na “boca do caixa”, só podendo ser depositado ou endossado. O cruzamento é feito de uma ponta à outra com duas linhas paralelas. Este pode ser em branco ou em preto.
		- Cruzamento em branco: Faz com que o cheque possa ser apresentado em qualquer banco ou agência.
		- Cruzamento em preto (art. 44): Só pode ser apresentado no banco descrito entre as linhas do cruzamento.
	- Para crédito em conta (art. 46): Só pode ser depositado, mas não endossado nem apresentado na boca do caixa. Tem os mesmos efeitos de um cheque cruzado, nominal e não à ordem.
- Prazos
	- De apresentação (art. 33): Se apresentado na mesma praça é de 30 dias. Se apresentado em outra praça é de 60 dias.
	- Prescricional (art. 59): É o prazo pelo qual ainda é possível ajuizar ação de execução. O prazo é de 6 meses contados após o fim do prazo de apresentação. Ou seja, 30/60 dias + 6 meses.
	- De Protesto (art. 47, §1º): O protesto é dispensável se o cheque voltar. Por isso, só há necessidade de protesto se o título não for apresentado ao banco, fato que na pratica pouco ocorre.
OBS: O cheque prescrito pode ensejar uma ação de locupletamento (art. 61), que tem como fundamento o enriquecimento sem causa, com prazo de 2 anos depois da data de apresentação.
	Portanto, uma vez prescrito o cheque, pode-se dar entrada em uma ação monitória (art. 1102, CPC) ou de locupletamento (exclusiva do cheque).
- Sustação / Revogação do cheque
	Sustar e revogar significam impedir o pagamento do cheque. No entanto, sustação ou oposição (art. 36) os efeitos são imediatos, além de serem passíveis de se revogar, de maneira com que o cheque volte a valer.
	Já a revogação ou contra ordem (art. 35) é definitiva e não produz efeitos imediatos, só sendo eficaz depois do prazo de apresentação (30/60 dias depois).
- Cheque sem fundo e sustação infundada
	Ambos são crimes, modalidades de fraude / estelionato, desde que haja dolo. A sustação infundada está descrita no art. 171, §2º, VI, CP.
- Assinatura falsa
	Apesar de não prevista por lei, que só trata do fato de o banco dever verificar a assinatura. O maior questionamento é quanto a responsabilidade do banco nessa situação. Existem dois raciocínios quanto a isso:
		- 1ª vertente: Só há responsabilização se a falsificação for grosseira / perceptível. Todavia, se a falsificação for perfeita o banco não responde (frente ligada aos bancos).
		- 2ª vertente (majoritária): O banco SEMPRE responde, uma vez que se ele trabalha com tal instituto, deve ter meios para que seja usado com segurança. É pró-consumidor.
- Conta conjunta
	Também não prevista na lei de cheque, essa conta pode ter até 3 pessoas que não precisam ser parentes. Nesse caso, é a responsabilidade pelo cheque que interessa. Se ele não tiver fundos, a negativação (em caso de protestos) atinge aquele que tem o nome na cártula, por conta do princípio da literalidade. Isso ocorre porque a solidariedade dos correntistas só se estende perante o banco, não se relacionando nas relações civis / cambiais. Entretanto, em caso de empréstimo ambos / todos respondem em face do banco (mas não de terceiros).
Duplicata (Lei 5474/68)
- Conceito
	É a ordem de pagamento emitida pelo credor de uma compra e venda a prazo ou de uma prestação de serviço (empresário). É ordem de pagamento e, por isso, tem sacador, sacado e beneficiário.
- Classificação
	É título causal, já que está relacionado à compra e venda a prazo ou à prestação de serviços. É título à ordem e de modelo vinculado (art. 27).
	A duplicata não é obrigatória e é emitida a partir da fatura (por isso, duplicata).
	Tem como utilidade a existência de título executivo, além da possibilidade de se usar um crédito que pode circular.
	É título genuinamente brasileiro e serve para documentar negócio jurídico realizado.
- Criação e Emissão
	A duplicata é criada a partir de um negócio jurídico. Nesse título, só existem requisitos essenciais, mas não supríveis (art. 2º, §1º).
	A duplicata é emitida pelo credor. Logo, uma vez emitida deve ser remetida para o aceite do devedor.
- Remessa e Devolução
	A remessa é o envio da duplicata para aceite pelo devedor. Tem prazo de 30 dias em geral (art. 6º), mas apenas de 10 dias em caso de ser feita instituição financeira (art. 6º, §2º).
	A devolução deve ser feita ao credor após a remessa em um prazo de 10 dias.
- Aceite e cobrança
	Na duplicata, o aceite é obrigatório. Nesse caso, sacador e sacado se confundem já que aquele que dá a ordem de pagamento é o mesmo que emite o título, o credor. O aceite pode ser ordinário, por comunicação ou presumido.
	- Aceite ordinário (comum): É dado pela simples assinatura do título.
 	
 - Aceite por comunicação (art.7, § 2º): O devedor fica com a duplicata em seu poder e remete um documento que vale como duplicata para dar o aceite. Sendo assim, fica impedida a circulação e se excede o princípio da cartularidade.
	- Aceite presumido: Quando não estiver presente o descrito no art. 8º. Nesse caso, o protesto será obrigatório.
 A cobrança se dá por ação de execução até o título prescrever. Depois disso, por ação monitória ou de conhecimento (sem o título) (art. 15).
OBS: O artigo 8º expõe todos os motivos para a recusa de aceite.
- Protesto (art. 13)
 O protesto se dará no local de pagamento do título (art. 13, § 3º).
 	A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento. Isso pode se comprovar pela apresentação da duplicata, triplicata ou por indicação do portador na falta de devolução da cambial (protesto por indicação).
	Há protesto por indicação quando a duplicata dor remetida e registrada no livro de registro (espécie de livro empresarial).
	O prazo para protesto é de 30 dias. (art. 13, § 4º).
 
- Triplicata (art. 23)
É a segunda via de uma duplicata. A triplicata só será emitida em caso de perda ou extravio da duplicata.
- Prescrição (art. 18)
O prazo prescricional varia dependendo de quem se quer cobrar. Em regra, cobra-se do sacado (e seus avalistas) em 3 anos. Mas contra obrigados indiretos (endossantes e seus avalistas), o prazo é de 1 ano a contar do prazo de protesto.
 A ação de regresso prescreve em 1 ano a contar do pagamento.
OBS: Emissão de duplicata simulada (art. 172, CP): Ocorre quando se emite fatura / duplicata divergente do valor do negócio jurídico para menor cobrança de impostos. Nesse caso, há negócio jurídico, mas não se emite duplicata segundo seu valor real.
OBS. 2: Duplicata fria (art. 171, CP): É inventada, já que não corresponde a qualquer negócio jurídico existente e válido.
24/07/2013
- Conhecimento de frete ou transporte
- Conhecimento de depósito e warrant (Decreto 1102/1903 e seguintes)
- Cédula de crédito rural
- Cédula de crédito industrial
- Notas rurais
- Cédulas bancárias
- Conhecimento de frete ou transporte
 Entende-se quefrete refere-se ao transporte da coisa, enquanto transporte está ligado tanto a coisas quanto a pessoas.
	Este tipo de cambial existe para que a mercadoria possa ser negociada enquanto estiver em trânsito, via endosso. Exemplo para tal é o caso de uma loja de pianos de calda que não abriga espaço para todos os pianos que vende e, para poder negociá-los, somente mostra os objetos por catálogo a seu comprador sem a necessidade de que este esteja fisicamente na loja.
	Normalmente, tal título também inclui um contrato acessório de seguro, justamente pelo fato do produto não estar presente.
	Nesse caso, a transportadora é sacadora (posto que ela emite o título e dá ordem) e sacada ao mesmo tempo (uma vez que deve entregar o objeto. Nessa modalidade não há aceite, já que a cártula surge do pedido do comprador.
- Conhecimento de depósito e warrant
	- Conhecimento de depósito
Título de crédito causal que surge a partir de contrato de depósito (em armazém).
	Tal documento discrimina a mercadoria para que ela possa ser guardada no depósito pelo depositário. O conhecimento de depósito também faz com que o depositário possa fornecer a mercadoria a terceiro sem a necessidade da presença do depositante após de fechado o negócio jurídico. Sendo assim, o depositário emite um título para que o depositante possa endossar a mercadoria para um comprador, fazendo com que este possa retirar o objeto do depósito com maior facilidade. Em geral, o endosso é em preto e inclui o nome, endereço e CPF / CNPJ do endossatário.
	- Warrant (garantia)
 Título de crédito emitido pelo depositário (tal qual o conhecimento de depósito). Fábio Ulhoa chama o warrant e o conhecimento de depósito de “títulos gêmeos”, uma vez que eles necessariamente nascem juntos.
	O warrant faz com que o valor da mercadoria depositada possa ser dado em garantia do cumprimento de outra obrigação. Ele foi criado para ter a função de endosso caução. Por isso, warrant garante o cumprimento de obrigação diversa. Não garantida a obrigação, deve o beneficiário ir ao depósito e apresentar o warrant para o depositário que vende a mercadoria e dá o valor do título ao beneficiário.
	É importante que o endossatário tenha em mãos não só o conhecimento de depósito, mas também o warrant.
	Receber o warrant sem conhecimento de depósito é plausível, mas o contrário gera insegurança jurídica para o negócio. Com os dois, tem-se a certeza de que o crédito e a garantia pertencem à mesma pessoa, bem como que a mercadoria ainda está presente no depósito.
Art. 15, Decreto 1102/1903: Refere-se aos títulos em questão.
Art. 18, § 2º: Warrant separado do conhecimento de depósito.

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