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FLUXO DE ENERGIA: PRODUTIVIDADE E DECOMPOSIÇÃO Profa. Thaís Lopes Fluxo de Energia • Todos os anos, aproximadamente 100 bilhões de ton de matéria orgânica são produzidas na Terra por organismos fotossintetizantes, e uma quantidade aproximadamente igual é oxidada na forma de CO2 e H2O no mesmo intervalo de tempo, através da respiração dos organismos. • Porém, o balanço não é exato! Fotossíntese e organismos produtores • Fotossíntese (anabolismo): CO2 + H2O + luz → C6H12O6 + O2 • Armazenamento de parte da energia solar como energia potencial ou “ligada” ao alimento. • Organismos produtores: plantas em geral, algas verdes (fitoplâncton) e algumas bactérias (cianobactérias). Sistemas de consumo da energia • Respiração aeróbia: O2 + C6H12O6 → CO2 + H2O + energia • Respiração anaeróbia: C6H12O6 → CH4 + CO2 + H2O + energia Sistema de consumidores da matéria viva Sistema de consumidores da matéria morta (decompositores) • Responsáveis pela decomposição da matéria orgânica morta: – Detritívoros – animais que consomem matéria morta – Decompositores - bactéria e fungos Energética ecológica • Fundamentos lançados por Lindemann (1942): –entender os processos dos ecossistemas. –quantificar a transferência de energia entre os níveis tróficos. –produção de alimento para a humanidade. Leis da Termodinâmica • 1ª Lei da Termodinâmica – Lei da conservação de energia – a energia não pode ser criada nem destruída. • 2ª Lei da Termodinâmica – Lei da entropia – a transformação de energia não é 100% eficiente. Termos utilizados • Biomassa – massa de organismos por unidade de área. – expressa em energia (Joules/m2) ou matéria orgânica seca (Kg/ha). • Produtividade primária (PP) - taxa de biomassa produzida na fotossíntese/área/tempo. – Expressa em cal (joules/m2/dia) ou matéria orgânica seca (kg/ha/ano) • PPB (produtividade primária bruta) • PPL (produtividade primária líquida) = PPB – R (respiração) • Produtividade secundária (PS) – produção de biomassa pelos heterótrofos. Fluxo de Energia • Sem os autótrofos não haveria energia disponível para àqueles que não possuem a capacidade de fixá-la. O fluxo de energia é unidirecional Produtividade primária • Importante para o funcionamento da biota • PPL terrestre = 115 x 109 ton/m2/ano • PPL no mar = 55 x 109 ton/ano • Média global = 400 g/m2/ano (inclui 30% da superfície e 90% dos oceanos) • Ecossistemas mais produtivos – pântanos, estuários, banhados, bancos de algas, recifes, florestas tropicais e terras cultivadas. Produtividade primária líquida (PPL) Fatores limitantes da PPL • Latitude – tendência de aumentar a PPL dos pólos em direção ao equador. • Radiação solar X temperatura X água • Sucessão de fatores pode limitar a PP ao longo do ano • Ecossistemas terrestres: – recursos: nutrientes, CO2, H2O – condições: radiação solar e temperatura Fatores limitantes • De 0 a 5 J de energia solar atinge um m2 de superfície terrestre por minuto. • Se toda essa energia fosse convertida em biomassa vegetal, teria 10 a 100x mais eficiência fotossintética. • Somente 44% da radiação incidente ocorre em comprimentos de onda apropriados para a fotossíntese. • Plantas cultivadas manejadas = 3 a 10% eficiência. Fatores limitantes • A escassez de água - a fotossíntese • A PPL aumenta com a duração da estação de crescimento • Comunidades aquáticas - PP pela disponibilidade de nutrientes e intensidade da radiação solar que penetra na coluna de água. • As comunidades aquáticas são mais produtivas nas zonas costeiras. O destino da Produtividade Primária • Heterótrofos - fungos, animais e a maioria das bactérias • Obtenção de energia: – diretamente da biomassa vegetal – indiretamente do consumo dos heterótrofos • Produtor = 1º Nível trófico • Consumidor 1ario = 2º Nível trófico • Consumidor 2ario = 3º Nível trófico Eficiência ecológica energética • Relação PS/PP = 1/10 • A produtividade de herbívoros é menor do que a das plantas que eles consomem! Para onde vai parte da energia? – Nem toda a energia que foi assimilada pelo produtor é convertida em biomassa. – Parte da biomassa vegetal morre antes de ser consumida e sustenta os decompositores. – Nem toda biomassa vegetal comida pelos herbívoros é assimilada como biomassa do consumidor. Eficiência ecológica energética • A perda contínua de energia através das atividades metabólicas, limita a quantidade de energia que está disponível para o próximo nível trófico, o que é explicado pela 2ª Lei da Termodinâmica. Eficiência ecológica energética • O destino da energia assimilada pelos consumidores pode seguir as seguintes rotas: • Respiração • Acumulação de biomassa • Degradação da matéria orgânica morta por bactérias e outros decompositores • Consumo pelos heterótrofos Eficiência ecológica energética • As proporções de PPL que fluem ao longo de uma das possíveis rotas de energia dependem das eficiências de transferências de uma etapa para outra. – Eficiência de consumo (EC) – porcentagem da produtividade disponível de um nível trófico que é consumida pelo nível trófico acima. – Eficiência de assimilação (EA) – percentagem de energia alimentar em um nível trófico que é assimilada e disponível para o crescimento e realização de trabalho. – Eficiência de produção (EP) – percentagem de energia assimilada incorporada à biomassa. Estrutura trófica • A interação do fenômeno da cadeia alimentar (a perda de energia em cada transferência) com relação entre tamanho e metabolismo resulta em uma estrutura trófica definida na comunidade. • A estrutura trófica pode ser medida e descrita em termos de: – Biomassa existente por unidade de área – Energia fixada por unidades de área e tempo – Quantidade de indivíduos nos níveis tróficos sucessivos Pirâmides ecológicas • Pirâmides de números: representam o número de indivíduos em cada nível trófico. – Números variam muito de acordo com o tipo de comunidades, dependendo do tamanho dos indivíduos. Pirâmides ecológicas • Pirâmides de biomassa: representam a quantidade de peso seco ou valor calórico de biomassa em cada nível trófico. – Inclinação gradativa, desde que o tamanho dos indivíduos não difira muito. – Invertida quando os indivíduos dos níveis tróficos iniciais são bem menores. Pirâmides ecológicas • Pirâmides de energia: representam o fluxo de energia ou a produtividade nos níveis tróficos sucessivos. – Forma da pirâmide não é afetada pelo tamanho ou taxas metabólicas. – Se todas as fontes forem consideradas deve estar sempre na posição direta, devido à Lei da Entropia. Processo de decomposição • A decomposição é a desintegração da matéria orgânica morta por agentes físicos e biológicos por processos de transformação das moléculas orgânicas complexas em CO2, H2O e nutrientes inorgânicos. – Fonte de energia para o crescimento microbiano – Libera nutrientes para a absorção pelas plantas – Influencia o armazenamento de carbono Decomposição • Decompositores: Bactérias e fungos – As bactérias e fungos são os primeiros colonizadores do material morto • Detritívoros: consumidores generalistas de detritos e população de fungos e bactérias associadas. – Diversos invertebrados participam da decomposição de vegetais e animais mortos. •Detritívoros Processo de decomposição Tipos de decomposição • Decomposição aeróbia: – Mais eficiente na liberação de E contida nas moléculas orgânicas. – A cadeia de detritos é mais ativa em ambientes aeróbios e a quebra de materiais mais completa. • Decomposição anaeróbia: – Libera menor quantidade de E. – A quebra das moléculas orgânicas é substancialmente mais lenta e incompleta. – Resulta na acumulação de matéria orgânica não degradada na forma de turfas, solos e sedimentos orgânicos. Estágios da decomposição • Lixiviação: – Retira os compostos solúveis em água, como nutrientes e compostos simples de C, do material em decomposição. – Início com as folhas ainda na planta. • Fragmentação: – Efetuada por animais do solo, aumentando a área superficial para o ataque microbiano. – Importante em ecossistemas aquáticos e terrestres. Estágios da decomposição • Produção: – Alteração da composição química da matéria orgânica em CO2 e nutrientes. – Produção de húmus e liberação de compostos orgânicos solúveis. • Mineralização: – Liberação de nutrientes na forma inorgânica, disponível para vegetais e microrganimos. Estágios da decomposição Fase 1: Lixiviação Fase 2: fragmentação Fase 3: alteração química Importância da decomposição no ecossistema • Retorno do carbono estocado e fixado na PP para atmosfera; • Disponibilidade de nutrientes para a absorção pela vegetação; • Contribui na formação da matéria orgânica do solo que afeta a capacidade de troca catiônica e a retenção de água do solo.
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