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O fluxo de energia nos ecossistemas Prof. José Luiz Attayde O que é energia? A energia é definida como a capacidade ou propriedade executar trabalho ◦ O termo energia também pode designar as formas que a energia se encontra armazenada no ambiente: Energia potencial Energia cinética Energia química Energia atômica Energia térmica Alfred J. Lotka (1925) Foi o primeiro a considerar as populações e comunidades como sistemas transformadores de energia. Acreditava que o tamanho de um sistema e as taxas de transformações de energia e matéria dentro dele obedeciam a certos princípios termodinâmicos que governam todas as transformações de energia. Diagrama de ecossistema de Lotka Segundo Lotka cada sistema pode ser descrito por um conjunto de equações que representam as trocas de matéria e energia entre seus componentes Leis da termodinâmica 1ª lei da termodinâmica ou lei da conservação da energia – a energia pode ser transformada de uma forma para outra mas não pode ser destruída 2ª lei da termodinâmica ou lei da entropia – nenhum processo envolvendo transformação de energia irá ocorrer espontaneamente, a menos que haja a degradação de energia de uma forma concentrada para uma forma dispersa. Termodinâmica da vida Os organismos, os ecossistemas e a biosfera podem criar e manter um estado de elevada ordem interna (ou baixa entropia) ao dissipar de forma continua e eficiente a energia de alta qualidade (luz ou alimento) em energia de baixa utilidade (calor) Raymond Lindeman (1942) Foi o primeiro a trabalhar operacionalmente com o aspecto trófico-dinâmico e termodinâmico dos ecossistemas. Estudou o fluxo de energia através da teia trófica de um pequeno lago agrupando as espécies em níveis tróficos. Visualizou também uma pirâmide de energia nos ecossistemas com uma quantidade cada vez menor de energia atingindo sucessivamente os níveis tróficos superiores. Pirâmide de energia Estima-se que aproximadamente 10% da energia (5-20%) que entra num nível trófico seja transferida para o próximo A entrada de energia: radiação solar O sol é a principal fonte de energia para os sistemas que compõem a biosfera, porém nem toda energia que nela incide é convertida para o fluxo dentro dos sistemas vivos. Quanto da energia solar que entra na biosfera é convertida em alimento? Dissipação da energia da radiação solar como porcentagem da entrada anual na biosfera Energia Porcentagem Refletida 30,0 Conversão direta para calor 46,0 Evaporação da precipitação 23,0 Vento, onda e correntes 0,2 Fotossíntese 0,8 A incidência de energia solar varia sobre a superfície terrestre O que reflete na circulação atmosférica Nas correntes oceânicas E nos padrões globais de PPL Proveniente de medições feitas pelo satélite MODIS Índices importantes Os índices importantes na compreensão da dinâmica energética dentro de um ecossistema e na comparação desta dinâmica entre diferentes ecossistemas são de dois tipos: ◦ Índices de Produtividade ◦ Índices de Eficiência Produção e produtividade primária Produção primária – processo no qual os autótrofos convertem a energia luminosa em biomassa. Produtividade primária – taxa de produção primária, por unidade de área e tempo, pode ser medida em unidades de: ◦ energia (exemplo: J. m-2.d-1) ◦ biomassa seca (exemplo: Kg.ha-1.d-1) ◦ carbono (exemplo: g.m-2.a-1) Produtividade primária Produtividade primária bruta (PPB) – taxa total de fotossíntese incluindo a matéria orgânica consumida na respiração; Produtividade primária líquida (PPL) – taxa de armazenamento nos tecidos da planta que excede o uso respiratório(PPB – R) Fatores de conversão entre as unidades de energia e biomassa Para De Joules Carbono (g) Peso Seco (g) Peso Umido (g) Joules 1 2 x 10-5 5 x 10-5 2.5 x 10-4 Carbono 4.5 x 104 1 2.2 11 Peso Seco 2 x 104 0.45 1 5 Peso Umido 4 x 103 0.09 0.2 1 Biomassa é usada como medida do conteúdo de energia nos organismos Fluxo de energia é medido como a produção e decomposição da biomassa Diagrama do fluxo de energia É interessante notar que esse diagrama pode ser usado para representar tanto um indivíduo quanto nível trófico, população ou comunidade Eficiências Ecológicas Tipo de eficiência Explicação A. Entre níveis tróficos Et / Et-1 eficiência de entrada de energia ou eficiência de Lindemann Et/Pt-1 ou Et/ At-1 eficiência de utilização do nível trófico "t" At/At-1 eficiência de assimilação do nível trófico "t" Pt/Pt-1 eficiência de produção do nível trófico "t" B. Dentro do nível trófico Pt/At eficiência de produção Pt/It eficiência de crescimento At/It eficiência de assimilação Eficiências de Lindeman (Et/Et-1) A maior parte da energia que entra em um nível trófico é utilizada nas transformações metabólicas dentro deste nível. A quantidade de energia que passa de um nível trófico para outro é determinada por fatores ambientais e biológicos do sistema Distribuição de freqüência das eficiências de transferência de energia entre níveis tróficos em 48 estudos em ambientes áquaticos. Fonte:Begon, 2006 Eficiência de assimilação (At/It) Quantidade de energia ingerida que é assimilada através das paredes do sistema digestivo. energia ingerida – energia egestada = energia assimilada • Herbívoros granívoros cerca de 80%. De 60 a 70% em herbivoros que se alimentam de vegetação jovem. Espécies pastadoras entre 30 e 40% • Eficiências de assimilação para espécies predadoras variam de 60% a 90% E aí está a energia egestada... Eficiência de produção Eficiência de produção líquida (Pt/At) – razão entre a energia estocada como biomassa (crescimento e produção de descendentes) e a energia assimilada. ◦ Inversamente proporcional as taxas metabólicas do organismo Eficiência de produção bruta (Pt/It) – baseada na energia total ingerida em vez da energia assimilada. Taxa de transferência de energia e tempo de residência Taxa de transferência – velocidade na qual a energia flui entre os níveis tróficos Tempo de residência – razão entre a energia acumulada em biomassa e a taxa com que essa energia é transformada em biomassa (produtividade líquida) ◦ tempo de residência (ano) = (KJ.m-2) ÷ (KJ.m-2.ano-1) ◦ tempo de residência (dia) = (KJ.m-2) ÷ (KJ.m-2. dia-1) Tempo de residência O tempo de residência também pode ser medido em termos de biomassa. ◦ tempo de residência (ano) = biomassa (Kg.m-2)/ taxa de produção de biomassa (Kg.m-2.ano-1) Tempo de residência da serrapilheira acumulada (necromassa) ◦ tempo de residência (ano) = massa de serrapilheira(g.m-2)/ taxa de produção de serrapilheira (g.m-2.ano-1) Tempo de residência = 1/ Taxa de renovação (turnover) Tempo de residência da biomassa em diferentes ecossistemas O destino da PPL nos ecossistemas: Cadeias de herbivoria e de detritos O produto líquido não-consumido e que não é retido como biomassa vegetal assim como o alimento não-assimilado pelos animais compõem os detritos. Os detritos dão início a uma segunda via de fluxo de energia nos ecossistemas que está acoplada à cadeia de herbivoria. A energia nessas cadeias de detritos tende a se mover mais lentamente. O destino da PPL nos ecossistemas O destino da PPL nos ecossistemas Fontes alóctones e autóctones de matéria orgânica nos ecossistemas aquáticos Observações importantes A energia flui nos ecossistemas aquáticos e terrestres principalmente via cadeias de detritos. No entanto, há proporcionalmente mais herbivoria, menos acúmulo de detritos e menos detritivoros em ecossistemas aquáticos Herbívoros aquáticos consomem maior proporção da PPL do que herbívoros terrestres porque os produtores aquáticos investem menos em tecidos de sustentação, possuem maiores taxas de crescimento e melhor qualidadenutricional (menores razões C:N e C:P) do que os produtores terrestres. The relative absence of massive supporting tissues in plankters and the very rapid completion of their life cycle exert a great influence on the differential productivities of terrestrial and aquatic systems. The general convexity of terrestrial systems as contrasted with the concavity of aquatic substrata results in striking trophic and successional diferences (Lindeman 1942, p.402) Leitura obrigatória Ricklefs, R.E. 2010. A Economia da Natureza. Tradução da 6ª edição. Editora Guanabara Koogan. Capítulo 22 Begon, M.; Harper, J.L. & Towsend, C.R. 2009. Ecologia: de individuos a ecossistemas.Tradução da 4ª Edição. Editora Artmed. Capítulo 17 FIM Teoria Metabólica da Ecologia Taxa metabólica basal (I) de um organismos aumenta com o tamanho do corpo (M) e com a temperatura (T) de acordo com a seguinte função: I = I0M 3/4e-E/kT Logaritmizando ambos os lados da equação: Ln (IM-3/4) = -E(1/kT) + ln(I0) Agora a relação é linear do tipo y= -ax +b Teoria Metabólica da Ecologia Taxa metabólica corrigida pela T vs tamanho do corpo do organismo
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