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16_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
2
geóide não constitui uma figura geométrica tão simples como inicialmente poderia parecer e
isso dificulta sua adoção como forma fundamental para a Terra. 
Tendo em vista não ser fácil exprimir matematicamente a forma real da Terra, procurou-
se interpolar um sólido que melhor se aproximasse dela. Em 1924, a União Internacional de
Geodésia e Geofísica concluiu que a Terra poderia ser convenientemente representada por um
certo elipsóide de revolução, que passou a ser designado como Elipsóide Internacional de Re-
ferência (EIR). Características geométricas do EIR e algumas constantes físicas da Terra
constam da Tabela I.1. As diferenças entre a Terra e o Elipsóide Internacional de Referência
são insignificantes. Sua adoção é recomendada sempre que se queira obter resultados com
grande precisão.
O achatamento (f) de um elipsóide de revolução é definido como a razão:
f = (a – b)/a (I.1.1)
onde a e b representam, respectivamente, os semi-eixos equatorial e polar. Para o EIR f vale
1/297 (Tabela I.1), enquanto que as primeiras observações, realizadas por meio de satélites, já
possibilitavam verificar que f = 1/298 para a Terra (Clark, 1973). A diferença é insignificante,
mostrando que o Elipsóide Internacional de Referência pode ser utilizado, sem nenhum pro-
blema, para representar a forma fundamental da Terra.
O pequeno valor do achatamento da Terra permite, em primeira aproximação, admitir
sua esfericidade para muitas aplicações, sem que isso conduza a erros apreciáveis. Por outro
lado, verifica-se que a diferença de nível entre o cume da mais alta cordilheira (Monte Evereste,
com cerca de 8,8 km) e o fundo do mais acentuado abismo oceânico (Fossa Challenger, com
cerca de 11 km) representa, apenas, 0,32% do raio médio da Terra. Por isso, em muitas ques-
tões de ordem prática, despreza-se, não apenas o achatamento polar do planeta, mas, igual-
mente, a rugosidade natural de sua superfície, considerando-o uma perfeita esfera, com 6371
km de raio. Por essa mesma razão é comum o emprego da expressão "globo terrestre", para
designar a forma da Terra. Também em primeira aproximação, a direção da força da gravidade
é considerada radial. Essas hipóteses simplificadoras serão adotadas neste texto.
2. Pontos, linhas e planos de referência.
A Terra possui um eixo de rotação (Fig. I.1), cujas extremidades constituem os pólos
verdadeiros ou geográficos, Norte (N) e Sul (S). O plano perpendicular àquele eixo, que passa
pelo seu centro, divide a Terra em dois hemisférios: o Hemisfério Norte ou Boreal e o Hemisfé-
rio Sul ou Austral, contendo os respectivos pólos. Esse plano é denominado plano equatorial e
sua interseção com a superfície do globo terrestre constitui uma circunferência: o equador (Fig.
I.1).
Planos paralelos ao do equador, que interceptem a superfície do globo terrestre, deter-
minam circunferências de menor raio, chamadas paralelos. Finalmente, semiplanos perpendi-
culares ao plano do equador e que tenham como limite o eixo terrestre, são ditos planos de
meridiano. As interseções destes com a superfície do globo formam semicircunferências co-
nhecidas como meridianos. Cada meridiano se inicia em um pólo e termina no outro (Fig. I.1).

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