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31_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
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Os solstícios e os equinócios são os eventos que estabelecem o início das estações do
ano em cada hemisfério. Como conseqüência da inclinação do eixo da Terra ser praticamente
constante, a área iluminada pelo Sol em cada Hemisfério varia ao longo do ano. Exatamente
por isso, o Hemisfério Sul recebe mais energia solar que o Hemisfério Norte entre 23 de se-
tembro e 21 de março (do ano seguinte), sendo que o máximo de suprimento energético (maior
área iluminada) coincide com o solstício de dezembro. De 21 de março a 23 de setembro o
Hemisfério Sul recebe menos energia solar que o Hemisfério Norte. O suprimento energético
mínimo (menor área iluminada) acontece por ocasião do solstício de junho. Com o Hemisfério
Norte dá-se exatamente o oposto, em relação às datas desses eventos.
Devido àquela alternância de aquecimento, a data do início de cada estação do ano em
um hemisfério é defasada de seis meses em relação à do outro. No Hemisfério Sul, o verão
começa no solstício de dezembro e o inverno no de junho; a primavera se inicia no equinócio
de setembro e o outono no de março. No Hemisfério Norte, o princípio do verão dá-se no
solstício de junho, cerca de seis meses depois de ter começado a mesma estação no Hemisfé-
rio Sul.
As mudanças no comportamento médio da atmosfera, causadas por diferenças no
aquecimento da superfície, são expressas principalmente em termos de variações na tempe-
ratura média, tanto mais acentuadas quanto mais afastada da faixa equatorial estiver a região
que se considere. Alterações no aquecimento, porém, não afetam apenas a temperatura mas
interferem na umidade do ar, nos ventos predominantes, na chuva etc., aspectos que serão
oportunamente comentados neste texto. 
Na zona equatorial praticamente não se notam diferenças no comportamento da at-
mosfera entre as estações; em geral, apenas uma pequena queda na temperatura do ar é ob-
servada.
Nas demais zonas da Terra, no entanto, as diferenças observadas no comportamento
médio da atmosfera são bem mais acentuadas e aumentam na direção dos pólos. A vegetação
nativa costuma responder a essas mudanças, às quais ajustam suas fases de desenvolvimen-
to. Sabe-se, por exemplo, que muitas das árvores que vegetam nas latitudes médias perdem
suas folhas durante o outono, deixando um tapete colorido nas calças. Por outro lado, após um
inverno rigoroso, que em geral atravessam em hibernação (mínima atividade biológica), as
plantas daquelas regiões iniciam uma intensa atividade vegetativa com a chegada da primave-
ra, que é a estação das flores. Assim, os frutos vão crescer durante o verão, quando ocorrem
as maiores temperaturas e a máxima atividade fotossintética. Comportamentos semelhantes
são claramente notados em muitas plantas que vegetam nos estados do Sul do Brasil.
No Nordeste brasileiro o termo "inverno" é coloquialmente usado no sentido de "época
chuvosa", provavelmente pelo fato das chuvas, em certas áreas, serem mais comuns no perío-
do compreendido entre maio e julho, como se verifica no litoral dos estados da Paraíba, Per-
nambuco, Alagoas etc.
8. Variação do fotoperíodo.
Por causa da rotação da Terra, a luz solar ilumina metade da superfície deste planeta a
cada instante, originando a alternância dos dias e noites. Como o eixo terrestre é inclinado,

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