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40_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
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fotoperíodo de 10 a 12 horas; aquelas que precisam de 12 a 13 horas de iluminação durante o
ciclo vegetativo; e, ainda, as que necessitam de mais de 13 horas. Quando cultivada sob con-
dições que não satisfazem às exigências mínimas quanto ao fotoperíodo, não se processa a
formação do bulbo. Em contrapartida, se a cultivar for explorada em condições de fotoperíodo
bem maior que o exigido, a bulbificação se inicia antes de se completar a maturidade fisiológica
da planta, dando origem a bulbos anômalos ou subdesenvolvidos.
Os exemplos anteriormente mencionados justificam plenamente a inclusão do cálculo
do fotoperíodo na bagagem intelectual de qualquer técnico, desde que suas atividades tenham
relação com a Meteorologia e a Climatologia. Inicialmente, se admitirá a aproximação geomé-
trica e, mais adiante, será levado em conta o conceito civil de nascimento do Sol e o efeito da
refração atmosférica.
No instante do nascimento do Sol, sob o aspecto puramente geométrico, o centro do
disco solar situa-se no plano do horizonte do observador e, assim, o ângulo zenital é de 90o
(cos Z = 0). O mesmo se verifica por ocasião do pôr do Sol. Quando se faz esta substituição na
equação I.8.2 encontra-se:
cos φ cos δ cos H = – sen φ sen δ.
Aqui H traduz o valor assumido pelo ângulo horário (h) para representar o ângulo que a Terra
deve girar, a partir do instante do nascimento até a culminação do Sol. É evidente que, da cul-
minação do Sol até seu ocaso, a Terra também deve girar H graus. Desse modo, entre o nas-
cimento e o ocaso do Sol o ângulo horário total será 2H. Verifica-se que, para uma dada latitu-
de (φ) e data, o ângulo horário (H) fica univocamente determinado. Da igualdade precedente
advém:
H = arc.cos(–tg φ . tgδ) (I.8.5)
Por outro lado, sabe-se que o fotoperíodo (N) representa o intervalo de tempo que
transcorre entre o nascimento e o ocaso do Sol, ou seja o tempo necessário para a Terra efe-
tuar um arco de 2Ho. Esse intervalo é facilmente obtido lembrando que a Terra possui uma
velocidade angular de 15oh-1. Por simples regra de três, verifica-se que N = 2H / 15 horas.
Tendo em conta a equação I.8.5, pode-se escrever, portanto:
N = 2H/15 = [ 2/15 ] arc.cos(–tg φ . tg δ). (I.8.6)
A análise dessa expressão revela que, se o termo entre parênteses (–tg φ .tg δ) for po-
sitivo, H será menor que 90o e, portanto, N < 12 horas. Caso esse termo seja negativo, então H
> 90o, de onde resulta N > 12h. Finalmente, se –tg φ .tg δ = 0, então H = 90o e N = 12 horas.
Diante disso, as seguintes comprovações são evidentes:
- na primavera e no verão de cada hemisfério φ e δ têm sinais iguais (em outras pala-
vras: –tg φ .tg δ < 0 o que implica H maior que 90o) e, assim, o fotoperíodo é superi-
or a 12 horas;
- no outono e no inverno de cada hemisfério os sinais de φ e δ são opostos (resultan-
do H < 90o) o que conduz a um fotoperíodo inferior a 12 horas;
- para qualquer latitude tem-se –tg φ .tg δ = 0 quando a declinação do Sol é nula, re

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