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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 26 fotoperíodo de 10 a 12 horas; aquelas que precisam de 12 a 13 horas de iluminação durante o ciclo vegetativo; e, ainda, as que necessitam de mais de 13 horas. Quando cultivada sob con- dições que não satisfazem às exigências mínimas quanto ao fotoperíodo, não se processa a formação do bulbo. Em contrapartida, se a cultivar for explorada em condições de fotoperíodo bem maior que o exigido, a bulbificação se inicia antes de se completar a maturidade fisiológica da planta, dando origem a bulbos anômalos ou subdesenvolvidos. Os exemplos anteriormente mencionados justificam plenamente a inclusão do cálculo do fotoperíodo na bagagem intelectual de qualquer técnico, desde que suas atividades tenham relação com a Meteorologia e a Climatologia. Inicialmente, se admitirá a aproximação geomé- trica e, mais adiante, será levado em conta o conceito civil de nascimento do Sol e o efeito da refração atmosférica. No instante do nascimento do Sol, sob o aspecto puramente geométrico, o centro do disco solar situa-se no plano do horizonte do observador e, assim, o ângulo zenital é de 90o (cos Z = 0). O mesmo se verifica por ocasião do pôr do Sol. Quando se faz esta substituição na equação I.8.2 encontra-se: cos φ cos δ cos H = – sen φ sen δ. Aqui H traduz o valor assumido pelo ângulo horário (h) para representar o ângulo que a Terra deve girar, a partir do instante do nascimento até a culminação do Sol. É evidente que, da cul- minação do Sol até seu ocaso, a Terra também deve girar H graus. Desse modo, entre o nas- cimento e o ocaso do Sol o ângulo horário total será 2H. Verifica-se que, para uma dada latitu- de (φ) e data, o ângulo horário (H) fica univocamente determinado. Da igualdade precedente advém: H = arc.cos(–tg φ . tgδ) (I.8.5) Por outro lado, sabe-se que o fotoperíodo (N) representa o intervalo de tempo que transcorre entre o nascimento e o ocaso do Sol, ou seja o tempo necessário para a Terra efe- tuar um arco de 2Ho. Esse intervalo é facilmente obtido lembrando que a Terra possui uma velocidade angular de 15oh-1. Por simples regra de três, verifica-se que N = 2H / 15 horas. Tendo em conta a equação I.8.5, pode-se escrever, portanto: N = 2H/15 = [ 2/15 ] arc.cos(–tg φ . tg δ). (I.8.6) A análise dessa expressão revela que, se o termo entre parênteses (–tg φ .tg δ) for po- sitivo, H será menor que 90o e, portanto, N < 12 horas. Caso esse termo seja negativo, então H > 90o, de onde resulta N > 12h. Finalmente, se –tg φ .tg δ = 0, então H = 90o e N = 12 horas. Diante disso, as seguintes comprovações são evidentes: - na primavera e no verão de cada hemisfério φ e δ têm sinais iguais (em outras pala- vras: –tg φ .tg δ < 0 o que implica H maior que 90o) e, assim, o fotoperíodo é superi- or a 12 horas; - no outono e no inverno de cada hemisfério os sinais de φ e δ são opostos (resultan- do H < 90o) o que conduz a um fotoperíodo inferior a 12 horas; - para qualquer latitude tem-se –tg φ .tg δ = 0 quando a declinação do Sol é nula, re
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