Prévia do material em texto
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 93 Quando se traçam as curvas que representam a distribuição vertical da temperatura no interior solo, ao longo do tempo (Fig. II.20), verifica-se, claramente, a direção do fluxo de calor. Durante o dia, as camadas mais próximas da superfície encontram-se geralmente mais aqueci- das e o fluxo de calor se dá para baixo. Quase sempre ocorre o inverso à noite. 2 5 10 20 30 40 50 24 25 26 27 28 29 3031 3233 34 3538 37 36 222324 25 26 27 26 7 9 11 13 15 17 19 21 23 1 3 5 7 H O R A L O C A L P R O F U N D I D A D E ( c m ) Fig. II.20 - Variação da temperatura (oC) em solo não vegetado, correspondente ao primeiro diagrama da Fig. II.19. Fonte: Vianello e Sandanielo (1984). 12.2 - Aspectos teóricos do transporte de calor no solo Teoricamente é possível desenvolver modelos matemáticos que permitam estimar a variação da temperatura em um meio, a partir de determinadas suposições, desde que sejam definidas as condições iniciais e de contorno exigidas à solução das equações diferencias en- volvidas. Um modelo simples pode ser aplicado ao solo, a título de ilustração, partindo das se- guintes hipóteses simplificadoras: - o meio é homogêneo (o que implica aceitar que sua densidade é a mesma em qualquer ponto); - o meio é isotrópico (não existe direção segundo a qual a propagação do calor ocorra mais facilmente); - a condução do calor se processa sempre no sentido contrário ao do gradiente de tem- peratura e é proporcional ao valor desse gradiente. Será abordado, apenas, o caso específico do transporte do calor ao longo da vertical. Admitidas essas condições, considere-se um determinado volume de controle desse meio homogêneo, limitado por arestas infinitesimais ∆x, ∆y e ∆z, orientadas segundo as dire- ções dos eixos cartesianos associados ao referencial local. Considere-se que todo o meio está